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Zygmunt Bauman - Resumo - Passei Direto

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L U C A S C I P R I A N I
Zygmunt
Bauman
P R I N C I P A I S T E O R I A S D O P E N S A D O R 
Teorias: 
Bauman, embora um catedrático de formação sociológica clássica, após se aposentar, voltou
sua atenção para a análise dos novos tempos que apontavam no horizonte da Modernidade
tardia. O olhar aguçado e distanciado de um homem que viveu as mais profundas experiências
que marcaram o século XX permitiu-lhe avaliar com o necessário estranhamento as mudanças
que se avizinhavam.
Suas análises concentraram-se especialmente na fluidez das relações humanas e no
sentimento generalizado de medo.
Bauman, uma das mais importantes vozes intelectuais deste século, cunhou novos conceitos:
modernidade líquida, amor líquido, medo líquido. Por que a insistência nos derivativos da
palavra liquidez? Porque suas características básicas — maleabilidade, fluidez e difusão — são
facilmente identificadas na maneira como as pessoas relacionam-se umas com as outras, com
o tempo, consigo mesmas, enfim, com o modo de viver que se desenvolveu na Modernidade
tardia ou Pós-Modernidade. 
A M O D E R N I D A D E :
Bauman coloca a individualização como
marca registrada da sociedade moderna,
e mostra sua ambivalência no sentido de
conferir autonomia aos indivíduos e, ao
mesmo tempo, insegurança ao torná-los
responsáveis pelo futuro e pelo sentido
de suas vidas sem uma determinação
social externa. Nesse processo, a
individualização configura-se enquanto
troca dos valores liberdade e segurança.
O medo é definido por Bauman
como ignorância da ameaça e do
que deve ser feito. Ele desenvolve
o conceito de medo secundário,
um medo, sempre reatualizado
social e culturalmente, que
norteia o comportamento do
indivíduo havendo ou não uma
ameaça direta.
Esse sentimento, também chamado de derivado, provoca a sensação de vulnerabilidade ao
perigo e de insegurança e é facilmente desvinculado das ameaças que inicialmente causaram-
no, ou seja, é um medo descolado da realidade, que gera insegurança e ansiedade mesmo em
se tratando de situações hipotéticas.
Há, na sociedade líquida e moderna, a fragmentação do medo primário — medo da morte —
em incontáveis preocupações e a sua incorporação no fluxo da vida cotidiana, já que a ideia de
morte foi desvinculada de seu sentido religioso de passagem para outra vida e de eternidade.
Essa inserção do medo primário na preocupação cotidiana torna-o totalizante e primordial
nas escolhas a serem feitas e na própria constituição do comportamento.
Bauman enfatiza o fato de a proteção contra os infortúnios individuais, antes delegada ao
Estado (do bem-estar social) ou às comunidades, tornar-se responsabilidade dos indivíduos,
o que tem como consequência a fragilização dos vínculos humanos, a inconstância das
lealdades comunais e a revogabilidade de compromissos. Os indivíduos buscam soluções
isoladas para problemas produzidos socialmente e são encorajados a priorizarem sua
segurança pessoal. A busca individual por quaisquer objetivos e o não pertencimento a um
grupo levam à desconfiança da possível solidariedade alheia e até à crença de que a
maleficência compõe a intenção dos outros.
O medo derivado, enquanto norteador do comportamento, leva os indivíduos a estarem
sempre alertas quanto aos riscos, e pelo fato de o medo estar difuso, ele pode ser encontrado
em qualquer parte, até no comportamento das outras pessoas. Todos se tornam estranhos em
potencial, já que nunca é possível prever-se totalmente a intenção alheia. A segurança é
identificada no autoisolamento, e o suprimento da necessidade de relações sociais é mediado,
em parte, pela tecnologia que permite um contato não necessariamente delimitado num
espaço físico comum.
As relações são fundamentadas no medo
da exclusão. Nunca se sabe de onde virá o
golpe, quem se cansará primeiro dos
compromissos incômodos e difíceis ou
encontrará relações mais promissoras.
Tanto antes quanto depois dessa morte
metafórica, o tempo é fragmentado e
descontínuo, o rompimento não atrasa o
fluxo da vida, tampouco o interrompe. A
fragilidade dos vínculos humanos
permite que eles não sejam temidos ou
difíceis de manter-se e que seu
desligamento não seja tão doloroso, mas
também trazem a insegurança da
possibilidade de exclusão.
A felicidade e a segurança são buscadas individualmente. O pragmatismo também penetra as
relações sociais. A solidão, definida como um insight dissimulado do medo da morte, é
expulsa pela busca do outro de maneira utilitária e pontual.
A liberdade concedida em troca da segurança torna-se sensação por meio do consumo. A
busca por proteção é materializada em mercadorias pela manipulação do medo da morte como
gerador de lucro. A quantidade de serviços de entretenimento e a imitação de uma cidade
dentro de um condomínio fechado podem ser vistas como formas de forjar-se a liberdade
perdida com o isolamento espacial. O próprio consumo em si pode provocar sensação de
liberdade, já que a posse do dinheiro permite várias escolhas de locomoção e aquisição de
bens.
As comunidades também são consumidas e não se perpetuam para além da utilidade que
exercem. São flexíveis, sua criação e desmantelamento partem de escolhas, e estas não devem
prejudicar ou impedir que outras decisões sejam tomadas. São transformadas em artigos de
consumo voltados para a proteção.
Nesse sentido, Bauman cita a comunidade estética, criada pela indústria do entretenimento.
Ela é orientada pela aparência e usa como ferramenta a sedução. A referência é alguma
celebridade, alguém que tenha muitos seguidores. A veiculação de notícias sobre experiências,
gostos, enfim, tudo que envolva a vida dessa celebridade, leva os fãs a sentirem-se parte dela
sem estabelecerem compromissos incômodos. Há uma união vivida como se fosse real que não
prejudica a preservação e execução de desejos individuais.
Outro exemplo de comunidade são os
condomínios fechados, denominados por
Bauman comunidades fechadas, lugares
de exílio voluntário — que implica
ausência de compromissos de longo
prazo — em que se pratica o
distanciamento mental e moral e a fuga
do sentimento e da construção de
intimidade. Todas as outras pessoas, com
seus diferentes modos de vida, são
evitadas e vistas como intrusas. Há a
redução das possibilidades de encontro
com a diferença, de enfrentamento de um
desafio cultural. Nesse contexto, o eu é
construído com base nas preferências e
possibilidades de consumo: você é aquilo
de que gosta e é capaz de comprar. 
O aumento da desigualdade não é um efeito colateral acidental e desprezado, é, antes, parte
integrante de uma concepção de felicidade humana e de vida confortável, assim como da
estratégia ditada por essa concepção. Essas concepção e estratégia podem ser contempladas e
usufruídas apenas como privilégios, e é praticamente impossível ampliar seu alcance. A
própria obsessão pela segurança é compartilhada com maior intensidade pelo grupo de
privilegiados que dispõe de mais meios de garantir a proteção, e a temida violência humana é
fomentada pelas desigualdades estabelecidas e crescentes.
O medo derivado, enquanto uma estrutura mental estável, torna-se determinante do
comportamento, e, por desacoplar o medo da ameaça direta, somando-se ao fato de o medo
da morte estar secularizado e diluído nas preocupações cotidianas, torna-se totalizante, o que
reflete no comportamento dos indivíduos como constante estado de alerta em relação às
circunstâncias mais diversas e também em relação às pessoas que se tornam estranhas na
medida em que se desconhece suas intenções.
As comunidades criadas e consumidas tornam-se o lugar de expulsar a diferença e fugir dos
estranhos ao passo em que são pautadas por relações sociais pragmáticas e não possessivas,
simultaneamente intensas e fugazes, delimitadas por necessidades específicas e fadadas ao
rompimento assim que essas necessidades forem satisfeitas. O medo difuso é personificado
nos estranhos, e estes se tornam combatíveis enquanto categorias específicas ou
simplesmente enquanto diferença.
A vida em sua totalidade e na especificidadedas relações humanas é ilustrada por Bauman
como uma sucessão de episódios e uma série de recomeços.
Referências: 
Imagens: 
https://www.google.com/url?
sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.biblioguarulhos.com.br%2F2014%2F09%2Fprojeto-
biblioteca-indica-livros-
de.html&psig=AOvVaw2QdWyYu5kMKmhtRZwMrzsl&ust=1634397511680000&source=image
s&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwjI2p6t28zzAhUAAAAAHQAAAAAQLA
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fcolunastortas.com.br%2Fpoder-
desterritorializado-ou-como-nao-podemos-mais-criar-nossas-proprias-
regras%2F&psig=AOvVaw2QdWyYu5kMKmhtRZwMrzsl&ust=1634397511680000&source=im
ages&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwjI2p6t28zzAhUAAAAAHQAAAAAQdw
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fg1.globo.com%2Fpop-
arte%2Fnoticia%2Fsociologo-zygmunt-bauman-morre-aos-91-
anos.ghtml&psig=AOvVaw2QdWyYu5kMKmhtRZwMrzsl&ust=1634397511680000&source=im
ages&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwjYypyjus3zAhUAAAAAHQAAAAAQZA
https://www.google.com/url?
sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.colegioweb.com.br%2Fbiografia-letra-b%2Fquem-e-
zygmunt-bauman.html&psig=AOvVaw2z_4-
K1ZaY4DCYeJtyFqda&ust=1634817696199000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcK
Ewig0LTW-NjzAhUAAAAAHQAAAAAQMQ
https://sites.google.com/site/lasticsylaensenanzapei/_/rsrc/1479392499345/home/zygmunt
-bauman/bauman.jpg 
Texto: 
REZENDE, Milka de Oliveira. "Zygmunt Bauman"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/zygmunt-bauman.htm. Acesso em 20 de outubro
de 2021. 
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.biblioguarulhos.com.br%2F2014%2F09%2Fprojeto-biblioteca-indica-livros-de.html&psig=AOvVaw2QdWyYu5kMKmhtRZwMrzsl&ust=1634397511680000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwjI2p6t28zzAhUAAAAAHQAAAAAQLA
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fcolunastortas.com.br%2Fpoder-desterritorializado-ou-como-nao-podemos-mais-criar-nossas-proprias-regras%2F&psig=AOvVaw2QdWyYu5kMKmhtRZwMrzsl&ust=1634397511680000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwjI2p6t28zzAhUAAAAAHQAAAAAQdw
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fg1.globo.com%2Fpop-arte%2Fnoticia%2Fsociologo-zygmunt-bauman-morre-aos-91-anos.ghtml&psig=AOvVaw2QdWyYu5kMKmhtRZwMrzsl&ust=1634397511680000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwjYypyjus3zAhUAAAAAHQAAAAAQZA
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.colegioweb.com.br%2Fbiografia-letra-b%2Fquem-e-zygmunt-bauman.html&psig=AOvVaw2z_4-K1ZaY4DCYeJtyFqda&ust=1634817696199000&source=images&cd=vfe&ved=0CA0Q3YkBahcKEwig0LTW-NjzAhUAAAAAHQAAAAAQMQ
https://sites.google.com/site/lasticsylaensenanzapei/_/rsrc/1479392499345/home/zygmunt-bauman/bauman.jpg

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