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POLITICA DEMOCRACIA E PARTIDOS POLITICOS - ATIVIDADE 3

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A construção da democracia brasileira foi um processo longo, de caminhos tortuosos, e com enormes sobressaltos. A população assistiu ao suicídio de Getúlio Vargas – evento que põe fim ao varguismo – para, no ano seguinte, ver a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek. Cinco anos depois, em 1961, com a renúncia inesperada do presidente Jânio Quadros, o país viveu um período conturbado de disputa entre grupos. Três anos mais tarde, em 1964, os militares depuseram o presidente João Goulart, e o país inaugurou o período mais soturno de sua história política.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.
A partir da bibliografia citada e dos conteúdos abordados na Unidade III, identifique a formação de alianças e confrontos políticos na história política brasileira do período, com destaque para a oposição entre PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e UDN (União Democrática Nacional) em defesa dos interesses nacionalistas e a polarização no Governo João Goulart (1961-1964) que culminou no golpe militar.
Golpe de Estado no Brasil em 1964 é fruto de um conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, que culminaram, no dia 1.º de abril de 1964, com um golpe militar que encerrou o governo do presidente democraticamente eleito João Goulart, também conhecido como Jango.
Jango havia sido democraticamente eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – na mesma eleição que conduziu Jânio da Silva Quadros, do Partido Trabalhista Nacional (PTN), à presidência, apoiado pela União Democrática Nacional (UDN). O golpe estabeleceu um regime autoritário e nacionalista, politicamente alinhado aos Estados Unidos, e marcou o início de um período de profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. 
Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros pediu renúncia do cargo. O vice-presidente, João Goulart, encontrava-se em viagem à China comunista. Assumiu a presidência o deputado Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados. Os militares só aceitaram a posse de João Goulart depois de implantado o parlamentarismo no Brasil. João Goulart assumiu o poder em 7 de setembro de 1961. Em plebiscito realizado em janeiro de 1963, o regime voltou a ser presidencialista, aumentando o poder do presidente João Goulart.
Há confrontos abertos entre esquerda e direita no Brasil. No nordeste do Brasil, Francisco Julião organizou lutas camponesas, as Ligas Camponesas. O governador de Pernambuco, Miguel Arraes, tido como comunista, apoiou manifestações de estudantes. João Goulart apoiou a sindicalização de sargentos e foi acusado pelos militares de promover a quebra da hierarquia e da disciplina nas forças armadas.
De 28 a 30 de março de 1963, realizou-se em Niterói, na sede do Sindicato dos Operários Navais, um Congresso Continental de Solidariedade a Cuba, com a participação de delegações latino-americanas. Luiz Carlos Prestes manifestou o desejo de que o Brasil fosse a primeira nação da América do Sul a seguir o exemplo de Cuba, tornando-se uma nação comunista.
Em outubro de 1963, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola organizou o "Grupo dos Onze Companheiros" para tomar o poder pela luta armada. Segundo Brizola, o G-11 seria a "vanguarda avançada do Movimento Revolucionário, a exemplo da Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917 na União Soviética".
No dia 13 de março de 1964, João Goulart assinou, em praça pública, no Rio de Janeiro, decretos de encampação das refinarias de petróleo privadas e autorizou a expropriação de terras, vinte quilômetros à beira de rodovias, ferrovias, rios navegáveis e açudes. 
O jornal Folha de S.Paulo, no dia 27 de março, escreveu: "Até quando as forças responsáveis deste país, as que encarnam os ideais e os princípios da democracia, assistirão passivamente ao sistemático, obstinado e agora já claramente declarado empenho capitaneado pelo presidente de República de destruir as instituições democráticas?"
O Jornal do Brasil, em 31 de março, comentou as atitudes de João Goulart: "Pois não pode mais ter amparo legal quem, no exercício da Presidência da República, violando o Código Penal Militar, comparece a uma reunião de sargentos para pronunciar discurso altamente demagógico e de incitamento à divisão das Forças Armadas."
Logo após o discurso do Automóvel Clube, o general Olímpio Mourão Filho, comandante do I Exército, sediado em Juiz de Fora, próximo ao Rio de Janeiro, partiu com suas tropas, sem autorização de outros militares, e iniciou o movimento armado.
Durante a eclosão do golpe de 1964 havia duas correntes ideológicas no Brasil, sendo uma de esquerda e outra de direita. Aquelas correntes tinham movimentos populares de ambas facções, acredita-se financiados com capital externo. Além da polarização, existia também um forte sentimento antigetulista, motivador do movimento militar que derrubou Jango. 
A historiografia brasileira considera que o golpe, assim como a ditadura que se seguiu, não deve ser considerado como exclusivamente militar, sendo, em realidade, civil-militar. Segundo vários historiadores, houve apoio ao golpe por parte de segmentos importantes da sociedade: os grandes proprietários rurais, a burguesia industrial paulista, uma grande parte das classes médias urbanas (que na época girava em torno de 35% da população total do país) e o setor conservador e anticomunista da Igreja Católica (na época majoritário dentro da Igreja) que promoveu a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, realizada poucos dias antes do golpe, em 19 de março de 1964. 
Já os militares favoráveis ao golpe, os defensores do regime ditatorial e os negacionistas da ditadura militar costumam designá-lo como "Revolução de 1964", "Contragolpe de 1964" ou "Contrarrevolução de 1964". Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se herdeiros e continuadores da Revolução de 1964.

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