Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO Medcurso 2021 Crescimento FASES Intrauterina Ambiente (nutrição placentária). Lactente Ambiente (alimentação) – crescimento intenso, mas desacelerado. Infantil Potencial genético! Crescimento em ritmo constante. Puberdade Esteroides sexuais. Aceleração- desaceleração do crescimento. Determinantes: fator intrínseco (potencial genético) e extrínsecos (alimentação, atividade, estímulo, afeto). PESO 1º trimestre 700 g/mês 2º trimestre 600 g/mês 3º trimestre 500 g/mês 4º trimestre 400 g/mês ESTATURA 1º semestre 15 cm 2º semestre 10 cm PERÍMETRO CEFÁLICO 1º trimestre 2 cm/mês 2º trimestre 1 cm/mês 2º semestre 0,5 cm/mês • Pode haver perda de peso de até 10% do peso ao nascimento na primeira semana de vida. • O peso da criança costuma duplicar entre 4-5 meses de idade e triplicar com 1 ano de idade. Como avaliar? 1) Obter valores: peso, estatura (comprimento x altura), perímetro cefálico. • Comprimento se mede deitado e altura se mede em pé. Existe variação por achatamento de discos intervertebrais. Comprimento até 2 anos de idade. Depois, altura (em fita na parede). Nascem com cerca de 50 cm. • Perímetro cefálico tem maior sensibilidade nos primeiros 2 anos de vida para doenças neurológicas. Nascem com cerca de 35 cm de PC. Cresce cerca de 12 cm ao longo dos 2 anos. 2) Interpretar valores: comparação com outras crianças em gráficos de percentil e escore-Z. • Não basta estar dentro da normalidade. É preciso ter uma curva ascendente e paralela as de referência. • Exemplo: se João está no percentil 15 (p15), logo 15% das crianças do mesmo gênero com esta idade estão abaixo desse peso. Puberdade • Adolescência: período de adaptações biológicas, sociais e psicológicas. Intervalo de 10-20 anos (OMS), 12-18 anos (ECA). • Puberdade: surgimento dos caracteres sexuais secundários e aceleração do crescimento. ✓ Feminina: entre 8-13 anos. ✓ Masculina: entre 9-14 anos. Gonadarca: GnRh → LH/FSH → esteroides gonadais. Ocorre pelos ovários/testículos. Adrenarca: marca o início da produção de androgênios pelas adrenais. Feminino ESTADIAMENTO PUBERAL DE TANNER M1 Ausência de mama P1 Pré-puberal M2 Broto mamário (telarca) à palpação P2 Pubarca (em grandes lábios) M3 Aumento da mama e aréola P3 Sínfise púbica M4 Duplo contorno (aréola sobre seio) P4 Grande quantidade M5 Mama madura P5 Raiz das caixas M – Mama. P – Pelos pubianos. M3: pico do crescimento (8-9 cm/ano). M4: menarca (2-2,5 anos após telarca). Ordem: TPM – telarca, pubarca, menarca. Masculino ESTADIAMENTO PUBERAL DE TANNER G1 Pré-puberal P1 Pré-puberal G2 Aumento testicular (orquidômetro) P2 Pubarca G3 Aumento do pênis (comprimento) P3 Sínfise púbica G4 Aumento do pênis (diâmetro) P4 Grande quantidade G5 Genitália adulta P5 Raiz das caixas M – Mama. P – Pelos pubianos. G4: duplo contorno entre glande e prepúcio. Pico do crescimento (9-10 cm/ano). 1. Puberdade precoce ✓ Central: GnRh dependente (verdadeira) – causa idiopática (mais comum em meninas) ou por lesão no SNC (mais comum em meninos). ✓ Periférica: GnRh independente (pseudopuberdade) – doença gonadal ou adrenal. Central Periférica Aumento de LH LH em nível pré-puberal Isossexual: caracteres sexuais compatíveis com sexo Isossexual ou contrassexual (caracteres sexuais diferentes do sexo pertencente) Aumento testicular (>= 4 mL) Testículo pré-puberal ou assimétrico Desenvolvimento Avaliação: motor, adaptativo (pinça), social (interação) e linguagem (capacidade de usar palavras como forma de comunicação) – ao final do primeiro ano de vida. Regras básicas: • Desenvolvimento é sequencial e previsível; ✓ Craniocaudal: sustenta a cabeça → senta → anda. ✓ Cubital-radial: utiliza primeiro a borda cubital e depois a radial (daí o movimento de pinça). ✓ Primeiro pega, depois solta: espera-se que a preensão palmar desapareça até os 3 meses. Ela conseguirá segurar objetos, mas ainda não saberá soltá-los. • Marcos do desenvolvimento x Idade cronológica ✓ Idade média: andar sem apoio aos 12 meses ✓ Idade esperada: andar sem apoio até 15 meses. Recém-nascido 1 mês M Postura tônico-clônica, cabeça pende M PTC, levanta queixo em prona A Fixa a visão A Acompanha objeto S Prefere a face humana S Sorri L -- L -- 2 meses 3 meses M PTC, levanta a cabeça em prona M PTC, levanta a cabeça e tronco, sustentação pendular da cabeça A Segue além da linha média (180º) A Estende a mão para objetos S Sorriso social S Contato social L Vocaliza – sons vogais L “Aah, ngah” **4 meses** 6-7 meses M Cabeça centralizada, olha mãos na linha média, sustenta a cabeça M Rola, senta sem apoio por pouco tempo (a criança começa rolando) A Preensão cubital do objeto A Pega radial, transfere objetos entre as mãos S Ri alto S Nítida preferência pela mãe L -- L Polissílabos vogais – “papapa, mamama” 9-10 meses 12 meses M Senta sozinho e sem apoio, “engatinha” M Anda com apoio, levanta sozinho A Pinça entre polegar-dedo, solta objetos se retirados A Oposição polegar-indicador e entrega objetos por solicitação (sem força) S Estranha, acena, brinca de “cadê” (sentido de permanência do objeto) S Participativa de brincadeiras e interativa. Permite vesti-las L Polissílabos mais organizados – “papa” L Fala algumas palavras com significado Cromossomopatias Síndrome de Patau Síndrome de Prader Willi Trissomia do cromossomo 13 Clínica: micro ou anoftalmia, fissura labial e/ou palatina, polidactilia, microcefalia, malformação e implantação baixa das orelhas e cardiopatias congênitas. Prognóstico: muito ruim. Mais de 90% morrem no primeiro ano de vida. Clínica: hipotonia neonatal, choro fraco, hipoplasia genital, atraso do desenvolvimento e obesidade grave. Dificilmente suspeitaremos desse diagnóstico logo após o nascimento, já que não há muitas alterações fenotípicas clássicas neste período. Síndrome de Klinefelter Síndrome de Edwards A ocorre exclusivamente no sexo masculino e geralmente não há nenhuma manifestação até a puberdade. Clínica: occipital proeminente, micrognatia, palato ogival, microcefalia, calcanhares proeminentes, dedos sobrepostos, cardiopatia, esterno curto e pelve estreita. Síndrome de Down Síndrome de Marfan Anomalia cromossômica mais comum entre nascidos vivos. Clínica: manifesta-se no período neonatal com: - Fenda palpebral oblíqua, - Prega epicântica, - Orelhas pequenas e de implantação baixa, - Hipotonia, - Macroglossia, - Pescoço curto, - Cardiopatia congênita, - Dedos curtos, - Clinodactilia, e - Prega palmar única. Herança autossômica dominante e é causada por mutações no gene FBN1 (fibrilina-1), o que leva a uma desordem do tecido conectivo, causando crescimento linear excessivo dos ossos longos e frouxidão ligamentar. Clínica: aranodactilia é uma caraterística marcante (sinal do polegar ou de Steinberg – a falange distal do polegar se estende além da borda ulnar quando os punhos são cerrados; e do punho ou de Walker- Murdoch – o quinto dedo e polegar se sobrepõem quando paciente agarra o punho contralateral). Alterações cardiovasculares, em especial o aneurisma progressivo de aorta, que pode levar à dissecção e ruptura aórtica. Esta é a principal causa de morte nos pacientes com a síndrome e, por conta disso, estes pacientes devem ser afastados de esportes de competição. Galactosemia Definição Patogenia Erro inato no metabolismo da galactose relacionada a uma deficiência enzimática, sendo que na forma clássica da doença o problema é na enzima galactose-1-fosfato uridil transferase (GALT). Os indivíduos com a forma clássica da doença têm a deficiência total, ou quase total, desta enzima, o que leva ao acúmulo de galactose e galactose-1-fosfato. Esse acúmulo levará, principalmente, à lesão hepática, renal e cerebral. Manifestações clínicasPrognóstico Icterícia, hepatomegalia, vômitos, hipoglicemia, convulsões, letargia, catarata, insuficiência e cirrose hepática, esplenomegalia e retardo mental. No período neonatal, a doença pode levar ao óbito em duas semanas. A sepse por E. coli pode ser a causa de óbito nessas crianças mesmo antes que se suspeite deste diagnóstico. Exames complementares Deve ser solicitada a pesquisa de substâncias redutoras na urina, que estarão elevadas. Outras alterações: ALT, AST, GGT, INR, BT e BD elevadas. Hemocultura positiva para E. coli. Tratamento O paciente com esta condição não pode receber nenhum alimento com galactose em sua composição e, deste modo, não pode receber leite materno ou qualquer fórmula a partir de leite de vaca (lembre-se de que a lactose é um dissacarídeo de glicose e galactose). Por esta razão, a alimentação fornecida para estas crianças deve ser a base de soja, o que não costuma ser feito em menores de seis meses, mas aqui não há opção.
Compartilhar