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Tecnologia de Vidros Prof Vinícius Dantas‐ vinicius.dantas@ufrpe.br Aula 01 – Introdução e Definição Resumo •Histórico •Definição de vidro •Transição vítrea •Temperatura fíctiva Histórico • O vidro tem sido usado pelo homem mais antigo, do qual tenhamos conhecimento arqueológico. Os primeiros vidros usados pelos homens foram as obsidianas, produtos vítreos naturais provenientes do esfriamento rápido das lavas vulcânicas. As obsidianas foram usadas principalmente como material de corte, lâminas, pontas de lanças e flechas, e os de superfície polida até como espelhos Ziemath, E. C.. Noções sobre as Propriedades Físicas dos Vidros. 2011 Histórico Obsidianas são utilizadas até os dias de hoje!!! Ex: bisturis para cirurgia plástica Histórico • Tectitos – São vidros formados através do impacto de meteoritos com a superfície da Terra. Com o impacto, os materiais terrestres são fundidos e projetados a distâncias de até centenas de quilómetros, arrefecendo e solidificando durante o seu trajeto no ar. Apesar de um impacto de um meteorito ser necessário à sua formação, os tectitos são formados a partir de material terrestre e não de materiais extraterrestres. República Tcheca Histórico • Fulgurito – Menos comum, formado quando raios atingem solos com composição química propícia para a formação vítrea. Morfologia similar às figuras de Lichtenberg, com padrões similares a fractais. Histórico • Os mais antigos artefatos de vidro que se conhecem, fabricados e moldados pelo homem são: uma pérola de vidro de 2500 anos a.C. (Egito) e um amuleto de vidro verde do ano 2600 a.C. (Egito). Pequenos vasos de vidro, com aproximadamente 4000 anos, e presumivelmente originários da Mesopotâmia, não foram moldados nem assoprados, mas esculpidos com esmero a partir de blocos sólidos. Na era ptolomaica e com continuação na era Romana temos os primeiros conhecimentos da indústria de vidro na Mesopotâmia, na Síria e na Palestina. Os chineses antigos conheciam o vidro de chumbo. Os métodos de moldagem eram muitíssimos primitivos. Um dos mais usados, para vidro oco era o de moldar o vidro no estado viscoso sobre um bastão de madeira protegido por uma espessa camada de areia fina. Os vidros transparentes e incolores eram raríssimos. História Histórico • Não se sabe como e em que época começou a fabricação do vidro. Alguns a atribuem a uma consequência da metalurgia, outros acham que tanto a metalurgia como a descoberta do vidro seja uma consequência da indústria cerâmica, outros ainda atribuem a um fato acidental. Há a velha história de uns navegadores que tiveram que aportar numa costa para reparos urgentes em suas embarcações. Sendo uma costa deserta e arenosa, para preparar as refeições apoiaram os caldeirões sobre blocos de "salitre" (provavelmente nitrato de sódio ou potássio) entre os quais fizeram fogo. Após um certo tempo, observaram um "líquido vermelho escorrer entre o fogo" (fusão) que, ao resfriar, se tornava sólido (vidro). Tecnicamente o fato é aceitável pois a madeira, ao ar livre pode gerar até 1100‐1200°C. O eutético do sistema Na20‐Si02 é 793°C, próximoda composição Na20∙3Si02, e o do sistemaNa20‐Ca0‐Si02 é 725°C, para uma composição21% Na20, 6% CaO, 73% Si02, em porcentagemmolar. Histórico • Para fazer essas primeiras embalagens o vidreiro colocava na ponta de uma haste metálica uma porção de argila que viria a se constituir a parte interna da embalagem. Em seguida mergulhava este núcleo em uma panela cerâmica onde estava o vidro fundido. O vidro se esfriava em torno do núcleo de argila que depois era retirada permanecendo a embalagem de vidro. Notar que a produção do vidro só foi possível por já existir o conhecimento da cerâmica. • Vidro não era incolor nesta época, demorou pelo menos 3 séculos para surgir... https://www.youtube.com/watch?v=9RaWUbnOF1o História História História História História Histórico • Kisa, historiador romano, data a invenção da vara de assopro um pouco antes da era cristã, por volta de 200 a.C., inicialmente na Babilônia (atual região da Síria) e, posteriormente adotada com entusiasmo pelos romanos. As varas de assopro tinham por volta de 1,5 m de comprimento. Com esta técnica ocorreu um incremento industrial e um melhoramento na qualidade do vidro, que transformou o artigo de luxo num artigo de necessidade. https://www.youtube.com/watch?v=QO75WvWqkq4 História História Artefatos encontrados no fórum romano História História História Taças de Lycurgus Histórico • No século XII da era cristã, talvez como consequência das Cruzadas, a indústria de vidro desenvolveu‐se rapidamente em Veneza, tomando‐se o centro da indústria do vidro na Europa, e mantendo o monopólio por quatro séculos. As indústrias foram reunidas na ilha de Murano e severas medidas foram tomadas para manter o segredo. O operário que trabalhava na indústria não podia mais sair da ilha. Histórico • Passou‐se a produzir chapas de vidro a partir de um recipiente soprado, mas na forma de um disco obtido por centrifugação pelo giro da peça. Primeiramente se produzia um recipiente, como uma garrafa, se transferia ele para uma ponteira que ficava fixada ao fundo desta garrafa que era girada e por meio da força centrífuga se obtinha um disco de vidro. Este vidro chamado de “crown” tinha melhor qualidade óptica porem tinha limitação de tamanho. Não se conseguia círculo maior que 1,5m de diâmetro e o centro, onde se localizava a ponteira de apoio, ficava marcado e deveria ser desprezado. História Histórico • Os fornos empregados para fundir o vidro eram aquecidos a lenha e o consumo chegava a dois quilos de madeira por quilo de vidro produzido • O forno era aquecido para que a composição se fundisse e depois os artesões retiravam o vidro para trabalhá‐lo. Estas operações se repetiam ciclicamente (carregamento das matérias primas, fusão das mesmas, trabalho do vidro) em períodos de 24 horas Representação mais antiga que se conhece de um forno para fabricação de Vidro. Aparece em manuscrito do século XI na obra “De originus rerum” Histórico • Cresceram muito os fornos de vidro e o aumento de risco de incêndios a Republica em 1291 decretou translado para Ilha de MURANO • Outra explicação seria para que não se espalhassem suas técnicas que eram passada de pai para filho. • Em Murano ocorreu uma nova descoberta revolucionária: a produção de um vidro muito claro e transparente que foi denominado de “cristallo” por ter a transparência de um cristal. Ainda hoje se chamam “cristais” os vidros mais finos de mesa. Até então os vidros produzidos tinham coloração intensa e baixa transparência. https://www.youtube.com/watch?v=UUGoVW189pw Histórico • O que marca a época da divulgação da tecnologia do vidro e com sua consequente evolução é a publicação, muito atrevida para a época:, do livro de Antonio Neri, em Pisa, Itália, "L'arte vetraria", em 1612. A partir desta data, as indústrias de vidro multiplicaram‐se na Europa. Na Inglaterra substituiu‐se a madeira pelo carvão, obtendo‐se assim temperaturas mais elevadas. Com Lavoisier e o desenvolvimento da Química, foi possível o estudo e a racionalização da matéria‐prima e da composição do vidro. No século XIX., com os trabalhos dos físicos Schott, Abbé e Winkelmann foram reveladas as propriedades físicas do vidro e, como consequência, o desenvolvimento da indústria do vidro ótico. Histórico • Em 1665, durante o reinado de Luís XIV, foi fundada na França a companhia que viria a ser, nos dias de hoje, a Saint Gobain, com a finalidade de produzir vidros para espelhos, evitando assim a dependência que os franceses tinham de Veneza. No início foi utilizada a tecnologia veneziana de sopro, mas a partir de 1685, através de um método novo, que consistia na deposição da massa líquida de vidro sobre uma grande mesa metálica sendo passado por cima um rolo, da mesma maneira como se abre massa de pastel. História História Histórico • Com a revolução industrial no século XIX a demanda de vidro aumentoumuito e processos mais produtivos foram procurados. Em 1902 um engenheiro belga chamado Fourcault lançou um método revolucionário de produção em massa de vidro plano através da estiragem do mesmo na vertical. Outros processos evoluíram a partir do Fourcault no século XX , processo Pittsburg de estiragem na vertical e processo Libbey Owens estirado na horizontal. Histórico • Para se compreender o princípio da estiragem imagine colocar uma faca dentro do mel e erguê‐la em seguida. O mel que ficou preso à lâmina escoa na forma de uma fita. Imagine agora que esfriemos esta fita e ela se torna rígida e continuamos a erguê‐la. Mais mel será arrastado e esfriado formando uma lâmina de vidro contínua. O vidro era depois destacado em chapas Histórico • Se iniciou a produção de vidro plano laminado através da passagem do mesmo entre dois rolos. Mesmo princípio da produção do macarrão. Este processo até hoje é empregado para produzir vidros impressos ou “fantasia” que apresentam figuras em relevo em uma das faces e desta maneira são translúcidos, isto é, deixam passar a luz, mas impedem a visão através deles https://www.youtube.com/watch?v=tDyeiePort0&t=83s Histórico • Porem a grande revolução na produção de vidro plano se deu com a invenção de Alister Pilkinghton em 1959 de produzir vidro flotado sobre um banho de estanho. • Em 1965 iniciou a operação da primeira fábrica float em Saint Helens na Inglaterra e hoje há centenas de fornos deste tipo no mundo que aposentou definitivamente os processos de vidro estirado https://www.youtube.com/watch?v=tXvyRZY05CU Histórico • Maior vidro já produzido pelo homem: “Trinitite” • Resultante da primeira explosão de uma bomba nuclear no deserto de Alamogordo. (cratera recoberta de vidro de 730 metros de diâmetro) Histórico ‐ Brasil • Foi em Salvador, em 1810, que surgiu a primeira fábrica de vidros, montada por Francisco Inácio de Siqueira Nobre, com a devida autorização do Regente D. João recém‐chegado no Brasil. As notícias são incertas. Dão conta que a Real Fábrica de Vidros da Bahia – feita à imagem e semelhança da Real Fábrica da Marinha Grande criada em Portugal algumas décadas antes – começou logo a entregar os primeiros vidros. Mas não teria tido vida longa, atingida pelos conflitos e combates da Independência, muito acesos na Bahia. • Exatos 25 anos depois, a rainha D. Maria I endurecera o regime monopolista, baixando o famoso decreto da proibição das fábricas e manufaturas no Brasil. Histórico ‐ Brasil • Em 1882 foi criada no Rio de Janeiro a primeira grande indústria brasileira de vidros, a Fábrica Esberard, produtora de vidros de embalagem e vidros planos. • Em 1895, em São Paulo, nascia a Companhia Vidraria Santa Marina, fundada pela associação de dois ilustres representantes do empresariado paulista, Antônio da Silva Prado e Elias Fausto Pacheco Jordão. Outro empreendimento de grande sucesso – em menos de dez anos já fabricava um milhão de garrafas e dois mil metros quadrados de vidro plano por mês nas instalações do bairro da Barra Funda, na várzea do rio Tietê, empregando seiscentos funcionários. Fábrica Esbérard foi a primeira grande indústria de vidro nacional e sua especialidade era a produção de garrafas, frascos, copos e outros cristais. Pernambuco... • Pólo vidreiro em Goiana • 102 mil m² • Empresas: Vivix (em operação), Intervidro, Norvidro, Pórtico Esquadrias, Sanvidro, Casas Bandeirantes e Target Engenharia Blindagem. • R$ 1,1 bilhão de investimentos e 1.400 empregos gerados • Pólo automotivo em Goiana conta com empresas fornecedoras, como a Saint‐Gobain • Owens Illinois no Brasil: ‐ Várzea e Vitoria Santo Antao Definição de vidro • A American Society for Testing Materials (ASTM), em 1945, adotou a seguinte definição padrão para vidro como um material de engenharia: • Vidro é um produto inorgânico obtido por fusão que foi resfriado a uma condição rígida sem cristalizar. • Algumas falhas: • Alguns materiais orgânicos também formam vidros, como é o caso do glicerol, C3H5(OH)3 • Vidros podem ser obtidos por outros métodos que não sejam fusão • Existem sólidos amorfos que não são vítreos... Definição de vidro Sólido não‐cristalino que apresenta o fenômeno de transição vítrea Definição de vidro •A definição de vidro adotada por Zarzycki pode ser escrita como: “um vidro é um sólido não cristalino exibindo o fenômeno de transição vítrea”, onde o correspondente estado físico pode ser chamado estado vítreo. Note que essa definição não impõe nenhuma restrição relativa à maneira como o material vítreo é obtido. De forma similar, Shelby apresenta a seguinte definição: “vidro é um sólido amorfo, com ausência completa de periodicidade da estrutura atômica de longo alcance, e exibindo uma região com comportamento de transformação vítrea”; complementada pela sentença: “qualquer material, inorgânico, orgânico ou metálico, formado por qualquer técnica, e que exiba o comportamento de transformação vítrea, é um vidro” . Definição de vidro “Glass is a nonequilibrium, non‐ crystalline state of matter that appears solid on a short* time scale but continuously relaxes towards the liquid state.” ou “Glass is a nonequilibrium, noncrystalline condensed state of matter that exhibits a glass transition. The structure of glasses is similar to that of their parent supercooled liquids (SCL), and they spontaneously relax toward the SCL state. Their ultimate fate, in the limit of infinite time, is to crystallize.” Zanotto ‐ Journal of Non‐Crystalline Solids 471 (2017) 490–495 Outras “definições”... • Um material formado a partir do estado líquido que não apresenta descontinuidade de suas propriedades em nenhuma temperatura, mas se torna um pouco mais rígido com o aumento progressivo da viscosidade • Um sólido obtido pelo super‐resfriamento de um líquido e é amorfo perante raios X • “Glasses are thermodynamically non‐equilibrium kinetically stabilized amorphous solids, in which the molecular disorder and the thermodynamic properties corresponding to the state of the respective under‐cooled melt at a temperature T* are frozen‐in. Here by T* differs from the actual temperature T” • Vidro é um sólido com estrutura não‐cristalina, que continuamente se converte em um líquido com aquecimento • Uma substância dura e frágil, tipicamente translúcida ou transparente, feita por fusão.... e resfriada rapidamente Definindo conceitos... •Sólido • Líquido • Líquido super‐resfriado •Cristal ou material cristalino •Não‐cristal ou material não‐cristalino •Amorfo •Temperatura transição vítrea •Temperatura fíctiva •Cristalização Definindo conceitos... • Sólido: é um estado da matéria onde a estrutura atômica é termodinamicamente estável e as forças químicas de ligação são fortes o suficiente para manter tal estrutura coesa mesmo quando não confinada em um receptáculo • Líquido: é um fluído que exibe escoamento viscoso. Um líquido não retém sua forma, ele flui sob a influencia da gravidade até se conformar na forma do recipiente que ocupa • Líquido super‐resfriado: é um estado líquido existente entre a temperatura de transição vítrea e a temperatura de fusão. São metaestáveis, ou seja, uma barreira termodinâmica deve ser superada para a nucleação de cristais ocorrer Definindo conceitos... • Cristal ou material cristalino: é um material sólido que têm estrutura ordenada a longo‐alcance em uma rede periódica. Materiais cristalinos podem ser compostos por um único cristal (monocristalino) ou vários (policristalino) • Não‐cristal ou material não‐cristalino: é um material que NÃO têm estrutura ordenada a longo‐alcance •Material amorfo: é um material não‐cristalino, diferente de um líquido e que não passa por uma temperatura de transição vítrea quando aquecido (não pode ser produzido a partir do resfriamento rápido de um líquido)... Ambos vidros e materiais amorfos são não‐cristalinos, porém vidros apresentam transição vítrea e materiais amorfos não* Temperatura de transição vítrea •É o fenômeno no qual uma fase não‐cristalinasólida apresenta, com alteração da temperatura, uma mudança mais ou menos brusca nas suas propriedades termodinâmicas derivativas, tais como o calor específico e o coeficiente de expansão térmica, passando de valores característicos de sólidos para valores característicos de líquidos sem que haja uma descontinuidade. A temperatura em que ocorre a transição vítrea é denominada temperatura de transição vítrea e denotada por Tg Temperatura transição vítrea • O fenômeno da transição vítrea é mais facilmente compreendido acompanhando‐se a variação de alguma propriedade física ou termodinâmica de um líquido que é resfriado. Podemos citar como exemplos destas propriedades o volume especifico, o coeficiente de dilatação, o índice de refração, a constante dielétrica, a entalpia, o calor específico e a condutividade térmica. cristal vidro Temperatura de transição vítrea • Na fase líquida, os átomos podem se deslocar com relativa facilidade devido à baixa viscosidade (menor que ~107 P). O resfriamento do líquido é acompanhado de um aumento da viscosidade, de modo que a difusão atômica é menor. Em TF, a viscosidade é mais elevada, e a contração volumétrica até esta temperatura está relacionada com a diminuição das distâncias interatômicas, o que possibilita aos átomos se arranjarem de modo a atingir o seu menor estado energético, que é o do estado cristalino. Abaixo de TF a diminuição do volume é devida apenas à redução das amplitudes das vibrações atômicas na fase cristalina Temperatura de transição vítrea • No estado de líquido super‐resfriado a viscosidade ainda não é muito elevada, de modo que os átomos, com energia térmica considerável, podem difundir com relativa facilidade. Em Tg a viscosidade é da ordem de1013 P, e os átomos no líquido são resfriados em suas posições de equilíbrio. A desordem nestas posições caracteriza o material vítreo. A subsequente contração volumétrica é devida à diminuição das amplitudes de oscilação dos átomos em tomo de. suas posições. De equilíbrio, como no caso da fase cristalina, o que explica a proximidade das inclinações das linhas correspondentes a estas fases. Na temperatura ambiente a viscosidade de um vidro de óxidos é superior a 1019 P, o que impossibilita a difusão de átomos numa escala de tempo experimental. • A temperatura de transição vítrea depende da taxa de resfriamento a partir da fase líquida. Quanto maior esta taxa, maior é a probabilidade de se atingir a fase vítrea. O valor de Tg aumenta quanto maior for a taxa de resfriamento • Tg é referente a temperatura onde o tempo de observação (de um experimento), tobs, é da mesma ordem de grandeza do tempo de relaxação estrutural médio, τR, de um líquido super‐resfriado; tobs ~ τR. Segundo a relação de Maxwell, τR=η(T)/G0, sendo η a viscosidade no equilíbrio e G0 é o modulo de cisalhamento. • Sendo assim, em Tg , a razão τR/tobs é unitária (número de Deborah). O tempo de relaxação estrutural depende da composição do material e da temperature. Para vidros óxidos típicos de laboratório, η(Tg)~1012Pa∙s e G0~3∙1010Pa, logo,τR~30 s Temperatura de transição vítrea Temperatura transição vítrea Determinação de Tg • Técnicas usuais para determinação de Tg: • Dilatometria • DTA e DSC • Condutividade elétrica Temperatura fíctiva • Se um vidro é mantido numa temperatura T, um pouco abaixo de Tg, seu volume diminui lentamente até atingir um ponto que coincide com o prolongamento da reta acima de Tg, que corresponde àquela do líquido super‐resfriado • O fenômeno também é conhecido como estabilização estrutural do vidro. Esta configuração de equilíbrio tem uma energia livre menor que outras estruturas ou configurações semelhantes a líquidos, mas este não é o arranjo dos átomos ou moléculas no material que tem a mínima energia possível em T, que seria a de um cristal... • Um vidro em seu equilíbrio configuracional numa determinada temperatura T é dito estar num estado de equilíbrio metaestável Temperatura fíctiva • Tf de um vidro é a temperatura onde o vidro se encontra em equilíbrio em região próxima a Tg, ou seja, menor estado de energia possível diferente do de um cristal. • Lembrando.... Todo material na natureza tende a encontrar o estado de menor energia possível. Para os materiais vítreos, essa transição metaestável para um estado estável necessita de uma variação de energia ΔE*, também chamada energia de ativação, para vencer esta barreira potencial. Cristalização • Líquidos super‐resfriados são metaestáveis em relação aos sólidos cristalinos. Sendo assim, qualquer líquido super‐resfriado tende a cristalizar via nucleação e crescimento de cristais. Nucleação é um processo estocástico, logo, após algum tempo médio τN (que depende da composição química e da temperatura), núcleos cristalinos formarão no líquido super‐ resfriado. Após, o crescimento de cristal cresce de maneira espontânea e o material solidifica, transformando‐se em um sólido policristalino • A passagem do estado vítreo para o estado cristalino chama‐se cristalização ou devitrificação • Na terminologia industrial, a devitrificação é uma cristalização indesejada e descontrolada do vidro durante o seu resfriamento Resumo da ópera... • Formação de vidro é um fenômeno cinético.... • Vidro é um sólido não‐cristalino que apresenta transição vítrea •Materiais vítreos são utilizados desde a antiguidade e estão muito presentes no nosso dia‐a‐dia • Desafio para próxima aula: • Porque a água é um péssimo formador de vidro e a sílica, SiO2, é ótimo formador de vidro?
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