Buscar

livro Indexação e Resumos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 165 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 165 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 165 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2019
Indexação e Resumos
Prof.a Fernanda de Sales
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Fernanda de Sales
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SA163i
 Sales, Fernanda de
 Indexação e resumos. / Fernanda de Sales. – Indaial: UNIASSELVI, 
2019.
 157 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0312-6
 
1. Indexação e resumos - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
Da Vinci.
CDD 025.3
III
apResentação
A principal função da indexação, no âmbito bibliográfico, é a 
representação dos conteúdos contidos nos documentos, para fins de 
recuperação da informação. Esta operação, parece bastante corriqueira: 
folhear um livro, ler alguns trechos específicos deste volume e identificar os 
temas tratados pelos autores. No entanto, não se trata de um procedimento 
técnico simples, uma vez que esta identificação de conteúdo exige “conhecer” 
minimamente as diversas áreas do conhecimento, conhecer conceitos 
presentes nessas mesmas áreas, compreender as relações existentes entre eles, 
traduzir estes conceitos para uma linguagem documentária para que, enfim, 
o usuário possa utilizar este resultado para acessar fisicamente a informação 
desejada. Soma-se às etapas acima mencionadas o fato de a indexação ainda 
depender grandemente da intervenção humana, o que insere ao processo 
certa dose de subjetividade.
O presente material tem o objetivo de apresentar, de maneira 
sistematizada, propostas teórico-metodológicas para minimizar as 
interferências que venham a prejudicar a prática da indexação, levando a 
buscas frustradas por informações em diversos tipos de unidades. Será 
possível conhecer os princípios, as etapas e a relevância da indexação 
dentro do processo técnico biblioteconômico; compreender a relação entre 
os princípios da organização do conhecimento e a indexação; conhecer 
propostas para elaboração de políticas, bem como relacionar esta atividade de 
gestão com os instrumentos que apoiam a prática da indexação, quais sejam, 
os vocabulários controlados. Por fim, será possível, a partir de exercícios, ter 
contato com a prática da indexação e da elaboração de resumos.
A Unidade 1 – Princípios da indexação – é dividida em três tópicos: A 
indexação e a recuperação da informação; etapas práticas da indexação, e a 
tradução. No primeiro tópico, serão apresentadas aproximações conceituais 
acerca da atividade de indexação, bem como as suas subjetividades e 
ferramentas capazes de minimizar as subjetividades enfrentadas pelo 
indexador. O Tópico 2 – Etapas práticas da indexação – trará a normalização 
da atividade e autoatividades capazes de possibilitar ao aluno a compreensão 
da relação entre teoria e prática, com base no proposto pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas e de outros documentos oficiais. O Tópico 3 – 
A tradução – por sua vez, coloca em foco a tradução dos termos extraídos da 
linguagem natural para a linguagem documentária.
A Unidade 2 trata das políticas de indexação. Sua estrutura é a 
seguinte: no Tópico 1, serão tratados os conceitos de linguagem natural 
e de linguagem documentária, bem como suas relações no âmbito da 
biblioteconomia, e, principalmente, no âmbito da organização e da 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
recuperação da informação. O Tópico 2 traz as relações entre as linguagens 
documentárias e as políticas de indexação a partir das ideias de autores do 
núcleo duro da biblioteconomia e da ciência da informação. Já, no Tópico 
3 – Elaboração de políticas de informação – serão apresentados e discutidos 
alguns modelos possíveis para implantação em unidades de informação.
A Unidade 3 – Prática de indexação e resumos – apresenta os diversos 
tipos de resumo, com especial foco aos resumos indicativo e informativo, 
por serem os mais utilizados atualmente. No entanto, são descritos também 
outros tipos de resumos, como o resumo crítico. Também é foco desta unidade 
apresentar vários elementos necessários à escrita de um bom resumo. 
Especialmente, permitirá ao aluno a resolução de uma série de exercícios 
que visam à indexação de documentos e elaboração de resumos.
Boa leitura e bons estudos!
Prof.a Fernanda de Sales
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO ................................................................................ 1
TÓPICO 1 – A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO ................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO ........................................................................................................ 3
3 POR QUE INDEXAR? A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E A INDEXAÇÃO ...... 9
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 11
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 12
TÓPICO 2 – ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO ................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
2 NORMA BRASILEIRA PARA ANÁLISE DOCUMENTÁRIA .................................................... 14
3 INDEXAÇÃO DE IMAGENS ............................................................................................................. 20
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 27
TÓPICO 3 – A TRADUÇÃO .................................................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 INDEXAÇÃO AUTOMÁTICA .......................................................................................................... 32
3 INDEXAÇÃO POR EXTRAÇÃO ......................................................................................................34
4 INDEXAÇÃO POR ATRIBUIÇÃO ................................................................................................... 35
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 37
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 42
UNIDADE 2 – POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO .................................................................................. 45
TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO ............................................... 47
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 47
2 POLÍTICA DE INDEXAÇÃO PARA UNIDADES DE INFORMAÇÃO .................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 52
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 53
TÓPICO 2 – LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA ........................... 55
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55
2 O QUE SÃO LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS? ..................................................................... 55
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 58
3 LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS E SUAS RELAÇÕES COM AS POLÍTICAS DE 
INDEXAÇÃO ......................................................................................................................................... 68
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 70
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71
TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO ................................................. 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
sumáRIo
VIII
2 CARACTERÍSTICAS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO ............................................................. 75
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 87
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 88
UNIDADE 3 – INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA ................................................................... 91
TÓPICO 1 – RESUMOS: TIPOS E FUNÇÕES ................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 CARACTERÍSTICAS DOS RESUMOS ........................................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 98
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 99
TÓPICO 2 – PRÁTICA DE INDEXAÇÃO .......................................................................................... 109
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 109
2 POR QUE PRATICAR? ........................................................................................................................ 109
3 A ANÁLISE DOCUMENTÁRIA ........................................................................................................ 109
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 115
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 116
TÓPICO 3 – PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS .......................................................... 119
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 119
2 ELABORAÇÃO DE RESUMOS ......................................................................................................... 119
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 124
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 132
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 133
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 155
1
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os princípíos da indexação;
• reconhecer a importância da atividade de indexação nas unidades de 
informação;
• conhecer as etapas da indexação de documentos e de imagens; 
• conhecer as diferentes formas de indexação automática, segundo F. W. 
Lancaster;
• distinguir linguagens naturais de documentária;
• conhecer as possibilidades para a elaboração de uma política de indexação;
• elaborar resumos informativos e indicativos;
• indexar documentos e imagens.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
TÓPICO 2 – ETAPAS PRÁTICAS DA INDEXAÇÃO
TÓPICO 3 – A TRADUÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A indexação, segundo Dias (2007, p. 11), é a “terminologia mais usada 
para designar o trabalho de organização da informação quando realizado nos 
chamados serviços de indexação e resumo. Esses serviços têm por finalidade 
organizar informações”. Deste modo, as unidades de informação, por serem 
as ambiências que mais necessitam a utilização de facilitadores na organização 
de informações, são as organizações nas quais a indexação é profissionalmente 
realizada. 
Indexar é construir índices. No campo da informação, isso significa 
construir índices que referenciem os conteúdos dos documentos. Esta atividade 
faz parte de um conjunto maior de técnicas que visam ao tratamento temático da 
informação. Todas estas técnicas têm por função representar de forma sintética 
e coerente os conteúdos dos itens de uma unidade de informação (livros, 
documentos, imagens, por exemplo). Ou seja, a partir de ações específicas, o 
bibliotecário deve identificar o conteúdo de um item, traduzi-lo em palavras-
chave que sejam coerentes ao usuário, identificar cada um dos itens para que eles 
possam ser encontrados dentro do acervo e, assim, possibilitar a recuperação das 
informações. O ato de traduzir o conteúdo integral em termos que o represente 
coerentemente é o cerne da atividade de indexação. 
Esta unidade se dispõe a caracterizar esta atividade e seus princípios, 
a detalhar suas etapas, a relacioná-la à organização da informação e do 
conhecimento, bemcomo a apresentar os tipos de indexação. É o que segue.
2 PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
A indexação é comumente chamada de indexação de assuntos. Esta, 
segundo Lancaster (1997) visa indicar de que trata um documento. O resultado 
da indexação é a construção de termos de indexação. Segundo o autor, os termos 
devem proporcionar uma ideia “bastante razoável sobre o que é tratado” em um 
dado texto (LANCASTER, 1997, p. 5). Vejamos o seguinte exemplo:
Centro de Informação
Compartilhamento de recursos
Catálogos coletivos
Redes em linha
Redes de bibliotecas
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
4
Esta lista de termos, que representam um dado livro, deve funcionar 
como um minirresumo. Imaginemos um usuário entrando em uma unidade de 
informação para buscar livros e outras fontes de informação, para desenvolver 
uma pesquisa sobre o tema Compartilhamento de dados em Catalogação. 
Este usuário, ao consultar o catálogo da unidade, utilizando termos de busca, 
deve chegar a uma série de itens que tratem do tema referido. Grande parte da 
dificuldade encontrada por bibliotecários, que trabalham com indexação, está na 
subjetividade que é inerente a esta atividade. Como saber se este usuário fará sua 
busca por informação utilizando exatamente os mesmos termos utilizados pelo 
pessoal técnico? Eis a resposta: não há como saber. 
A subjetividade está presente no dia a dia dos indexadores de maneira 
bastante marcante. Isso será tratado mais detalhadamente adiante na Unidade 
2. No entanto, chamamos a atenção para este fato agora para ilustrar algumas 
situações que podem, perfeitamente, ser vivenciadas em um setor de referência 
em uma biblioteca. Vejamos um primeiro exemplo: tomemos o mesmo usuário 
citado anteriormente, aquele que busca fontes para desenvolver uma pesquisa 
sobre o tema Compartilhamento de dados em Catalogação. Se ele faz sua busca 
com termos como “biblioteca”, “recursos informacionais compartilhados”, 
“redes on-line” e “bibliotecas em rede”, ele não encontrará o livro indexado com 
os termos “centro de informação”, “compartilhamento de recursos”, “catálogos 
coletivos”, “redes em linha”, e “redes de bibliotecas”. Isso significa que o usuário 
busca por uma informação que existe nos estoques informacionais da biblioteca, 
mas ela não pode ser recuperada. 
Outra situação é trazida por Dias (2007), que convidou um grupo de 
bibliotecários atuantes como indexadores em bibliotecas especializadas para 
indexar todos eles, mas, separadamente, os mesmos livros. O resultado foi 
analisado e arquivado. Os mesmos bibliotecários foram convidados meses 
mais tarde para indexar os mesmos livros da atividade anterior. Os resultados, 
confrontados com os primeiros, mostraram que um mesmo bibliotecário indexou 
o mesmo livro de formas diferentes. O pesquisador atribuiu esta diferença a 
razões que se aproximam da subjetividade humana, tais como: conhecimento 
sobre o tema, humor e estresse nos dois dias das atividades, falta de atenção, falta 
de interesse na atividade.
Estas duas situações são trazidas à tona para demonstrar que a indexação 
é uma atividade que, em um primeiro momento, pode parecer bastante simples, 
quase mecânica. No entanto, é envolvida de complexidades que são inerentes à 
condição humana, pois envolvem o componente intelectual, portanto, humano.
Especialmente por se reconhecer estas complexidades é que alguns 
princípios são fixados quando da indexação de assuntos. Estes princípios visam 
a amenizar essas complexidades e a trazer o quanto de objetividade for possível 
nos resultados do processo de indexação.
TÓPICO 1 | A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
5
Os princípios dos quais trataremos a seguir são os seguintes: extensão 
do registro, atinência, e, tradução, propostos por Lancaster (1997); e qualidade 
da análise, interesse do usuário e características do acervo, simplicidade formal, 
coerência e uniformidade, controle da sinonímia, analogia, e, controle da 
ambiguidade, propostos por Mendes e Simões (2002).
O princípio da extensão do registro sugere que quanto mais extensa for a 
representação de um item, mais pontos de acesso serão oferecidos aos usuários. 
Dito de outra forma, quanto mais termos de indexação forem construídos pelo 
bibliotecário sobre um livro, por exemplo, mais chances haverá deste mesmo livro 
ser encontrado pelos usuários em suas buscas realizadas por assunto. Lancaster 
(1997, p. 7) afirma que “na medida que se aumenta a extensão da representação 
[da informação], também se aumenta sua recuperabilidade”.
Para tratar do princípio da atinência, o mesmo autor recorre à Teoria do 
Conceito, cunhada pela alemã Ingetraut Dahlberg, em 1979. Em sua teoria, a 
autora apresenta várias unidades que devem ser reconhecidas sobre um assunto 
para que se possa chegar ao seu conceito mais puro. Assim, a proposta daquele 
autor é que seja realizada uma análise conceitual de um dado item bibliográfico 
para que o resultado de sua indexação tenha atinência, ou seja, seja atinente à 
verdadeira necessidade de informação apresentada pelo usuário. Não se descarta, 
neste processo, a elaboração de resumos para que, a partir deles, seja identificada 
a atinência do conteúdo.
Já para Naves (2001), a atinência é uma fase da análise de assunto (portanto, 
imediatamente anterior à indexação), na qual se inicia um processo linguístico 
complexo. Esta autora concorda, no entanto, que neste processo deve-se proceder 
à identificação de conceitos presentes no texto que está sendo indexado. Ainda há 
a possibilidade de o resultado final da busca pela atinência do texto ser uma frase 
de indexação, com elementos suficientes para a posterior elaboração de uma lista 
de termos. É importante frisar que, apesar destes esforços, nem sempre a exatidão 
esperada é alcançada, especialmente, pelos significados atribuídos aos conceitos 
que podem ser diferentes para autores, bibliotecários indexadores e usuários. 
A tradução envolve a conversão dos elementos encontrados nas etapas 
anteriores em um conjunto de termos de indexação. Estes termos serão os pontos 
de acesso aos itens bibliográficos quando os usuários fizerem sua busca nos 
índices de determinada unidade de informação, utilizando um assunto como 
referência.
Mendes e Simões (2002) apontam como um primeiro princípio da 
indexação a qualidade da indexação, que depende da qualidade da análise, que 
deve ser realizada com fidelidade ao conteúdo total ou parcial do documento, e 
ao que exprime o pensamento do autor. Desta forma, minimiza-se a recuperação 
de informações não pertinentes, ou seja, reduz-se as possibilidades de ‘ruídos’ na 
recuperação da informação.
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
6
Ainda para as autoras:
esta exigência pressupõe que o indexador desenvolva qualidades 
pessoais como as características de um espírito analítico-sintético; 
em primeiro lugar a objectividade, já que a análise é um campo onde 
o subjectivismo facilmente se insinua; deve possuir, ou propor-se 
adquirir, conhecimentos mínimos da área temática em que se move e 
contará sempre com o apoio regular de obras de referência [...]. Deverá 
notar-se que a utilização simultânea de uma linguagem de indexação 
combinatória, [...] de uma classificação, constitui um grande apoio 
para uma análise correcta, na medida em que, integrando o assunto 
concreto, num âmbito mais vasto, o torna mais claro e facilita a sua 
identificação (MENDES; SIMÕES, 2002, p. 18). 
Como se vê, as subjetividades da indexação também são motivos de 
preocupação para as autoras citadas anteriormente. Por isso, elas defendem o uso 
de linguagens documentárias especializadas em diversas áreas do conhecimento 
para que o trabalho possa resultar objetivo o quanto for possível. 
Aqui, não se pode deixar de mencionar a importância de programas de 
orientações ou de um serviço de referência atuante para que possa ser oferecido 
aos usuários uma educação quanto à consulta nos índices e/ou catálogos das 
bibliotecas, especialmente, pelo fato de não terem eles, osusuários, acesso a essas 
linguagens documentárias, já que se trata de materiais para uso profissional. 
No que tange ao interesse do usuário e das características do acervo, 
as autoras entendem que no processo de indexação, deve-se levar em conta os 
temas que constituam informação pertinente para a comunidade usuária a que 
a unidade de informação atende. Na representação da informação resultante da 
indexação, devem ser escolhidas as formas consagradas no uso corrente do meio a 
que se destinam. E isso também está presente na constituição do acervo, uma vez 
que a coleção de uma biblioteca se desenvolve de acordo com as características 
da comunidade usuária a quem pretende oferecer seus produtos e serviços de 
informação. Outro fato que está relacionado a este aspecto é que o acervo de 
uma biblioteca é sempre o primeiro fundo a ser consultado pelo bibliotecário 
indexador para que se mantenha certa uniformidade na linguagem empregada 
aos termos de indexação. 
As autoras não ignoram o fato de que, nos dias de hoje, os usuários 
podem apresentar um perfil diferente, conseguindo criar estratégias de busca 
diante de um catálogo de biblioteca em função da generalizada disponibilidade 
da informação em redes e através de meios e suportes técnicos acessíveis a um 
número maior nos últimos tempos. Todavia, mesmo assim, os indexadores não 
podem deixar de ter os seus objetivos bem claros e fundamentados para não 
transmitir a responsabilidade da recuperação da informação quase que totalmente 
para os usuários. 
TÓPICO 1 | A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
7
Ao falarem sobre uma simplicidade formal, Mendes e Simões (2002) 
estabelecem que o termo de indexação deve ser tão simples quanto for possível. 
Aqui, pode-se inferir que o indexador deve possuir grande capacidade de síntese, 
mas, sem que essa característica impeça a elaboração de termos de indexação 
adequados para representar o conteúdo do item.
No que se refere ao princípio da coerência e da uniformidade, espera-se 
que no processo de indexação haja coerência da aplicação dos mesmos princípios 
e da manutenção dos critérios de escolha para a solução de casos análogos. É 
o que as autoras chamam de uma uniformidade intrínseca. Deve-se também 
“manter uma uniformidade exterior, garantindo, para a representação de um 
mesmo conceito, a escolha de um mesmo termo” (MENDES; SIMÕES, 2002, p. 
20). Dito de outra forma, espera-se que os itens de uma dada biblioteca que tratem 
dos mesmos termos em seus conteúdos sejam indexados de forma idêntica, para 
que todos possam ser recuperados em uma mesma busca. Quando, por outro 
lado, estes itens que tratam dos mesmos assuntos estiverem em bibliotecas 
diferentes, espera-se que a indexação seja feita de maneira bastante semelhante. 
As diferenças podem ficar por conta de características diferentes que podem 
aparecer nas diferentes comunidades usuárias. 
Em relação ao controle da sinonímia e à analogia, as autoras são bastante 
diretas: afirmam que para “um mesmo conceito deve escolher-se um único termo 
de indexação (termo preferencial ou descritor), permitindo-se através de uma 
relação de equivalência o acesso pelos seus sinônimos” (MENDES; SIMÕES, 
2002, p. 21). Elas seguem: “em casos de dúvida na aplicação direta dos princípios 
e das normas, procurar-se-á uma solução análoga a alguma já encontrada para 
casos idênticos, fazendo assim valer a coerência e a uniformidade” (MENDES; 
SIMÕES, 2002, p. 22).
UNI
Sinonímia: relação de equivalência entre, pelo menos duas palavras [...]. De 
um lado, permite normalizar a polissemia, indicando que várias palavras, uma vez que 
compartilham significados próximos, expressa-se por meio de um mesmo descritor [termo 
de indexação]. De outro, permite compatibilizar a linguagem dos usuários com a linguagem 
do sistema [biblioteca], funcionando, assim, como operador de sentido (CINTRA et al., 2002).
Por fim, sobre o princípio do controle de ambiguidade tem-se que “a 
escolha dos termos, em qualquer caso [...] deve ser cuidadosamente feita de modo 
que não resulte ambiguidade no momento da pesquisa” (MENDES; SIMÕES, 
2002, p. 22). 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
8
UNI
Ambiguidade: entendida como uma possibilidade de comunicação linguística 
prestar-se a mais de uma interpretação (CINTRA et al., 2002).
A transcrição a seguir, apesar de extensa, ilustra bem este cenário:
O caso mais evidente de ambiguidade deve-se a uma falta de controlo 
da polissemia; há que ter um cuidado especial com os homógrafos, 
pois o mesmo termo não pode representar dois conceitos, sob pena 
de provocar «ruído» na informação. Surgem, também, situações 
propícias à ambiguidade quando uma operação booleana é 
realizada no momento da pesquisa, em pós-coordenação, portanto, 
intercepcionando dois conceitos para obter um outro mais específico; 
a norma apresenta um exemplo que se tornou clássico: o produto da 
intercepção entre alimentação e plantas pode conduzir aos conceitos 
diferentes de alimentação de plantas e plantas como alimentação. 
Convém notar que o risco é efectivamente corrido ao nível da análise; 
ao optar por dois conceitos genéricos em vez de um específico, por 
razões muito próprias e expressamente permitidas nas normas, o 
indexador tem que prever as consequências que daí podem advir, 
neste caso os efeitos perniciosos da ambiguidade (MENDES; SIMÕES, 
2002, p. 23, grifo nosso). 
UNI
Polissemia: ocorre quando uma palavra pode comportar mais de um significado, 
“como em ‘Hoje trabalhei muito com ar condicionado’, em que o enunciador tanto pode 
dizer que trabalhou em aparelhos de ar condicionado, quanto em ambiente refrigerado ou 
aquecido por ar-condicionado” (CINTRA et al., 2002, p. 70-71).
Vimos até aqui que a indexação é uma atividade de tratamento temático, 
desenvolvida em unidades de informação, que tem como objetivo identificar e 
representar os conteúdos de itens pertencentes a acervos de bibliotecas. Vimos 
também que esta é uma atividade permeada por complexidades advindas das 
subjetividades a que estão submetidos os elementos da linguagem e a própria 
condição interpretativa que cada pessoa – seja usuário ou bibliotecário – pode ter 
a respeito de um texto. Na continuação, veremos questões relacionadas à prática 
da indexação.
TÓPICO 1 | A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
9
3 POR QUE INDEXAR? A ORGANIZAÇÃO DO 
CONHECIMENTO E A INDEXAÇÃO
A resposta à pergunta acima poderia ser: para que a recuperação das 
informações seja possível. Uma biblioteca, geralmente, cumpre com seu papel 
se conseguir disseminar as informações que estão em seus acervos. Organiza-se 
informação para que ela se torne acessível. A indexação faz parte deste processo. 
Vejamos como Lima e Alvares (2012, p. 27) caracterizam a Organização do 
conhecimento:
No sentido mais genérico do termo, organização do conhecimento é o 
modo como ele é disposto em assuntos em toda parte onde se deseja a 
sua sistematização ordenada para atingir determinado propósito [...] é 
estudada em outras áreas como Antropologia, Computação, filosofia, 
Linguística, Psicologia, Sociologia, entre outras. 
Na ciência da informação, é a área de estudos voltada às atividades de 
organização, representação e recuperação da informação.
A biblioteconomia também se ocupa da organização da informação e do 
conhecimento, especialmente ao utilizar-se de ferramentas, técnicas e códigos 
que permitem: a) a organização física de um dado acervo; b) a representação dos 
conteúdos contidos nestes acervos; c) recuperação e uso da informação; e d) a 
constituição de novos conhecimentos a partir do acesso e uso de informação que 
produzam sentidos. 
Isto é possível a partir da prática da representação descritiva, que envolve 
a catalogação, e da representação temática, que envolve a análise de assunto, 
a indexação e a classificação. Cardozo Filho e Santos (2012, p. 185) ampliam as 
definições de indexação apresentadas até aqui, atribuindo-lhe a “função técnica 
de analisar documentos para quea informação significativa deles seja traduzida 
com a atribuição de termos selecionados da linguagem natural (utilizada na 
vida diária), ou por símbolos que mediarão a comunicação entre o documento 
e os usuários”. Portanto, temos aqui mais uma resposta à pergunta “para que 
indexar?”: para representar as informações significativas dos documentos. “A 
indexação agrega valor à informação” (CARDOZO FILHO; SANTOS, 2012, p. 
188), uma vez que a torna acessível.
Para além disso, é preciso ter em mente que toda a atividade técnica que 
está no cerne da prática bibliotecária, tem um alcance social relevante. Ao se 
indexar, classificar e catalogar os itens de uma dada biblioteca, é preciso entender 
que há uma ação social importante sendo desenvolvida, pois disponibilizar 
informação para uso garante a sua disseminação e, em última instância, e (não 
garante, mas) permite que o direito à informação como um bem comum seja 
exercido. Informar-se é um ato de cidadania e de participação social. Quando 
uma atividade técnica oferece aos cidadãos diversificados pontos de acesso à 
informação, o papel social da biblioteconomia está sendo ampliado. 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
10
É importante que o indexador tenha em mente que seu trabalho vai 
além se uma sala de ‘processamento’. Seu trabalho, de fato, chega na sociedade. 
Imaginemos a situação em que um pesquisador está investigando a cura para 
uma determinada doença e que sua pesquisa depende do acesso a informações 
técnicas específicas a respeito de nutrientes que reagem a vírus ou bactérias. Buscar 
por estas informações num catálogo de uma biblioteca e conseguir recuperá-las 
para o desenvolvimento dos testes necessários pode representar o sucesso da 
descoberta. Ou o insucesso. Imaginemos agora que a indexação realizada nesta 
biblioteca permita que o pesquisador encontre exatamente a informação de que 
necessita para finalizar seus estudos e, garanta assim, a cura de milhares de 
pessoas. Inegável a participação do profissional no processo e o alcance social do 
trabalho técnico. 
Então, podemos mais uma vez ampliar a resposta à pergunta que inicia 
esta subseção: indexa-se para que a sociedade possa se transformar a partir – não 
só, mas também – do acesso a informações pertinentes as suas necessidades.
Veremos no tópico a seguir como se indexa.
11
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem pricípios para a indexação.
• A atividade de indexação nas unidades de informação é de extrema importância 
para a recuperação da informação.
• Existem conceitos acerca da atividade de indexação e muitas subjetividades 
em torno dessa atividade.
• Existem ferramentas capazes de minimizar as subjetividades enfrentadas pelo 
indexador.
RESUMO DO TÓPICO 1
12
1 O que é indexação e qual sua relevância nas unidades de informação?
2 Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos bibliotecários/
indexadores quando da indexação?
 
3 Quais as relações existente entre a indexação e a recuperação da informação?
4 Qual sua percepção acerca da relevância social da atividade de indexação?
AUTOATIVIDADE
13
TÓPICO 2
ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Embora a atividade pareça ser bastante fácil e corriqueira, indexar não 
é apenas folhear um determinado livro e, como que automaticamente, pinçar 
algumas das palavras que se encontram em seu conteúdo. Os itens de um 
documento a serem consultados para o levantamento dos termos de indexação 
devem ser estrategicamente escolhidos para que se possa, a partir deles, extrair 
os conceitos mais significativos do conteúdo e, assim, representá-los mediante os 
termos. É importante lembrar aqui que estes termos de indexação são aqueles que 
os usuários comumente chamam de palavras-chave, ou, dito de outra forma, são 
aqueles termos que estes mesmos usuários usarão para realizar suas buscas por 
informações nos catálogos das bibliotecas.
Por isso há duas questões a se levar em conta: a primeira delas é a 
identificação mais precisa que for possível dos conteúdos, e, a segunda, é a 
representação adequada destes conteúdos de forma que os usuários não deixem 
de recuperar as informações. No primeiro caso, é preciso realizar uma apurada 
análise documentária para levantamento dos conceitos. No segundo, é preciso 
lançar mão do uso de ferramentas que ajudem na tradução destes conceitos em 
termos de indexação. Vejamos este processo na figura a seguir.
Documento
Ação 1:
Análise documentária
- Selecionar partes do livro/
documento para ser 
consultado.
- Identificar nestas partes os 
conteúdos de que trata o 
livro/documento.
Ação 2:
Indexação
- Consultar linguagens 
documentárias que 
apontem melhores formas 
de traduzir o conteúdo em 
termos de indexação.
- Construir os termos de 
indexação.
FIGURA 1 – ANÁLISE DOCUMENTÁRIA E INDEXAÇÃO
FONTE: A autora
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
14
2 NORMA BRASILEIRA PARA ANÁLISE DOCUMENTÁRIA
No Brasil a atividade de análise documentária é regulamentada pela ABNT 
(Associação Brasileira de Normas e Técnicas) a partir da NBR 12676/1992, que 
propõe métodos para análise de documentos – determinação de seus assuntos e 
seleção de termos de indexação.
A NBR supracitada (que se encontra anexada a esta Unidade 1), “fixa 
as condições exigíveis para a prática normalizada do exame de documento, da 
determinação de seus assuntos e da seleção de termos de indexação” (ABNT, 1992). 
Vejamos, resumidamente algumas definições importantes estabelecidas pela norma:
• Documento – qualquer unidade, impressa ou não, que possa ser catalogada ou 
indexada.
• Conceito – é qualquer unidade de pensamento; tem conteúdo semântico; pode 
ser combinado com outros conceitos; e, ainda, pode variar de acordo com 
diferentes línguas ou culturas.
• Assunto – tema representado num documento.
• Indexar – identificar e descrever o conteúdo de um documento.
• Termo preferido – termo utilizado consistentemente na indexação; também 
chamado de descritor.
• Termo não preferido – sinônimo do termo preferido; não utilizado como termo 
preferido, mas que pode ser apontado como remissiva.
Imaginemos o exemplo ilustrado na figura a seguir:
Documento:
Conceito identificado a partir da Análise 
documentária: 
Trata da Moderna Historiografia brasileira e das 
Ciências Sociais brasileiras. Trata também da 
construção da sociedade brasileira.
Assuntos:
Moderna historiografia brasileira
Ciências sociais no Brasil
História da sociedade 
Termos preferidos:
História do Brasil
Ciências sociais 
Sociedade brasileira
Tradução
FIGURA 2 – ETAPAS DA INDEXAÇÃO, SEGUNDO NRB 12676/1992
FONTE: A autora
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
15
Para que este processo seja realizado com êxito, o proposto pela ABNT é 
que a identificação dos conceitos seja realizada com base no exame do documento. 
Cada tipo de documento deve ser examinado de acordo com suas características 
físicas (impressos ou não impressos). Para livros, especificamente, devem ser 
analisadas as seguintes partes do todo: título e subtítulo, resumo (se houver), 
sumário, introdução, ilustrações, diagramas, tabelas, palavras em destaque e 
referências bibliográficas.
Os documentos não impressos, como é o caso das imagens, e das realias, 
que não possuem em sua composição física tais elementos, pedem outros 
procedimentos, sendo estabelecidos de acordo com suas especificidades e de 
acordo com as políticas de indexação, que veremos mais adiante, na Unidade 2.
No que tange à identificação de conceitos, o item 4.3 da NBR 12676/1992 
sugere que o indexador tente responder a uma série de questões para que possa 
chegar às unidades de sentido. Veja as questões a seguir:
a) Qual é o assunto de que trata o documento?
b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses?
c) O assunto contém uma ação, processo ou operação?
d) O documento trata do agente desta ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas especiais?
f) Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão?
g)O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar?
Passemos ao entendimento de cada uma destas questões:
Qual o assunto de que trata o documento? Trata-se de uma primeira 
aproximação com o conteúdo. Neste momento, o indexador pode registrar os 
primeiros conceitos identificados. Tomemos como exemplo um dado livro que 
trate sobre o passo a passo de pesquisas científicas. Neste momento, é provável 
que o indexador sugira que o assunto de que trata o livro é Metodologia Científica, 
ou Métodos e Técnicas de Pesquisa.
Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? Neste 
momento, o sumário e a introdução do livro podem apontar se existe, por exemplo, 
uma ou algumas abordagens teóricas da construção do conhecimento científico: 
positivismo, marxismo, fenomenologia, entre outros. Se tais características forem 
identificadas, o indexador deve apontá-las em seus registros.
O assunto contém uma ação, processo ou operação? Livros de metodologia 
científica, geralmente, apontam várias possibilidades de etapas que constituem 
uma pesquisa. Falam de como essas etapas são distribuídas em processos, como 
elaboração de entrevistas, coleta de dados, transcrição ou de gravação de áudios, 
estabelecimento de formas de organização de dados coletados, para, enfim, se 
procederem às análises. Embora, neste exemplo, estas características possam 
sugerir um movimento, não se trata de responder afirmativamente à pergunta, 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
16
pois o conteúdo em si não é tratado com base em um movimento, em uma 
entrevista, em um estudo de caso. O livro traz estes temas como conteúdo, mas 
não como aplicação. 
O documento trata do agente desta ação? Se não há ação, não há agente 
da ação. No entanto, pensemos em outro exemplo. O livro apresenta o resultado 
de uma pesquisa desenvolvida por médicos de uma dada comunidade ribeirinha 
na região norte do Brasil, em que realizaram entrevistas com homens e mulheres 
em idade fértil, questionando-os sobre o acesso a informações relacionadas à 
contracepção e doenças sexualmente transmissíveis. Neste caso, ao responder 
à pergunta anterior, o indexador, diria: “sim! Há uma ação!”. Esta ação seria a 
entrevista. E, os agentes, os médicos (pesquisadores), e os homens e mulheres em 
idade fértil (respondentes, público-alvo da pesquisa). 
O documento se refere a métodos, técnicas especiais? No primeiro 
exemplo, o indexador pode considerar que sim, se o livro de metodologia 
apresentar diversos métodos de pesquisa. Já no segundo exemplo, o da pesquisa 
realizada pelos médicos, a própria entrevista pode ser considerada, além da ação, 
o método.
Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão? Parece-
nos pouco provável que o livro de metodologia estabeleça um limite físico ou 
geográfico para o tratamento do conteúdo. Já a pesquisa dos médicos foi realizada 
no norte do Brasil, em comunidades ribeirinhas.
O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar? 
Seria imprudência não considerar a construção do conhecimento científico, 
interdisciplinar por si só. No entanto, temos de nos ater ao CONTEÚDO tratado 
em nosso livro hipotético. Ele trata apenas de metodologia científica. Já no 
segundo exemplo, se formos considerar que a pesquisa tenta identificar possíveis 
pontos de acesso à informação sobre um segundo tem (contracepção e DSTs), 
pode-se considerar que há interdisciplinaridade. Os conteúdos identificados 
seriam: acesso à informação e educação sexual.
Esta norma, que já foi discutida e criticada por estudiosos do campo 
da Informação, pode não ser a única forma de se estabelecer critérios para a 
indexação em uma unidade de informação, mas pode sugerir algumas diretrizes 
importantes para a análise documentária.
Vejamos um exemplo a seguir.
Considere o livro Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant. Suas 
informações temáticas são: uma das mais influentes e importantes obras da 
história ocidental. Ela é geralmente referida como a "primeira crítica" de Kant, 
uma vez que essa obra precede a Crítica da Razão. O autor tenta responder a 
três questões fundamentais: Que podemos saber? Que devemos fazer? Que nos 
é lícito esperar? Afirma que os pensamentos filosóficos correntes se utilizavam 
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
17
de "juízos analíticos" a priori, isto é, apenas andavam em círculos sobre 
algum conhecimento, reproduzindo-o com palavras diferentes, chegando a 
conclusões que em nada diferiam daquilo que já estava contido no primeiro 
pensamento, sem produzir, assim, qualquer novo conhecimento a respeito das 
questões sobre as quais eram formuladas. Neste caso, quais seriam as respostas 
às questões seguintes propostas pela NBR 12676:
Qual o assunto de que trata o documento? Filosofia. Crítica.
Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? Se desenvolve com 
a crítica da razão.
O assunto contém uma ação, processo ou operação? Não.
O documento trata do agente desta ação? Não se aplica.
O documento se refere a métodos, técnicas especiais? Não.
Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão? Não.
O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar? Não.
Outro aspecto bastante pertinente ao processo de indexação, e que também 
é tratada pelo documento nacional que orienta a atividade, está relacionado à 
exaustividade e à especificidade às quais o indexador deve estar atento. A 
exaustividade está relacionada ao número de conceitos representados pelos 
termos atribuídos a um documento. Segundo Lancaster (1997, p. 23), a “indexação 
exaustiva implica o emprego de termos em número suficiente para abranger 
o conteúdo temático do documento de modo bastante completo”. Seu oposto 
seria a indexação seletiva, que propõe a utilização de termos que representem 
apenas o conteúdo principal. Veremos mais adiante que estas orientações são 
imprescindíveis ao indexador, por isso devem estar presentes de maneira bastante 
clara na política de indexação da unidade de informação.
Ainda a esse respeito, a NBR 12676/1992 alerta para que a abrangência na 
indexação não seja muito restrita, pois, apesar de ter-se sempre um determinado 
grupo de usuários como suposto público-alvo, sempre é possível que outros 
usuários, pertencentes a um grupo menos especializado, faça uso das mesmas 
informações. Por isso, não é recomendado que se estabeleça um número arbitrário 
de termos a serem empregados para cada item indexado numa unidade de 
informação. É o próprio documento, ou o conteúdo propriamente dito que pode 
nortear essa decisão. “A imposição deste tipo de limite pode levar a alguma perda 
de objetividade na indexação e à distorção de da informação que poderia vir a ser 
de valor na recuperação” (ABNT, 1992, p. 3).
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
18
No tangente à especificidade, ela é referente ao grau de precisão com que 
um termo de indexação define um conceito, ou dito de outra forma, se refere à certa 
exatidão entre o termo de indexação e o conceito que ele representa. Lancaster 
(1997) acredita que é mais adequado utilizar vários termos mais específicos para 
indicar um conteúdo do que termos muito genéricos que possam não significar 
todos os conceitos de um determinado tema. Ele dá o seguinte exemplo:
se um documento descreve o cultivo de limões, limas e tangerinas, será 
melhor indexado sob estes três termos específicos do que sob o termo 
mais genérico FRUTAS CÍTRICAS, O termo FRUTAS CÍTRICAS será 
usado apenas para artigos de frutas cítricas em geral, e para aqueles 
que tratem de praticamente todas as frutas cítricas (LANCASTER, 
1997, p. 27).
O mesmo autor lembra, de forma bastante positiva, que é preciso ter em 
mente que é possível atingir uma adequada especificidade na indexação a partir 
da combinação de termos. Ele apresenta os seguintes exemplos: 
Literatura Medieval Francesa, indexado sob LITERATURA MEDIEVAL 
e LITERATURA FRANCESA
Bibliotecas Médicas, indexado sob BIBLIOTECAS ESPECIALIZADAS 
e CIÊNCIAS MÉDICAS
LiteraturaCanadense, indexado sob LITERATURA e CANADÁ
Óleo de amendoim, indexado sob ÓLEOS VEGETAIS e AMENDOIM” 
(LANCASTER, 1997, p. 28). 
Evangelista, Simões e Guimarães (2016, p. 59) entendem que “para uma 
recuperação da informação satisfatória, que atenda às carências informacionais do 
utilizador é necessária uma indexação eficaz, que possibilite a triangulação entre 
o conteúdo do documento, a sua representação e a necessidade informacional 
do utilizador”. Eles concordam com as definições já apresentadas até aqui ao 
afirmarem que:
No desenvolvimento deste processo há dois princípios que devem 
ser sempre considerados: a exaustividade e a especificidade. O 
primeiro relaciona-se com o número de assuntos de um documento 
que são selecionados, e que se traduz objetivamente na quantidade de 
termos representativos; o segundo tem a ver com o nível de pormenor 
com o qual um conceito é representado (EVANGELISTA; SIMÕES; 
GUIMARÃES, 2016, p. 59). 
Estes autores abordam um tema de extrema relevância para a qualidade 
de indexação, bem como o exercício imparcial do indexador: a ética. Considera-
se relevante transcrever um excerto de seu trabalho, que, apesar de reconhecida 
extenso, trata do assunto ética na indexação de maneira considerada bastante 
apropriada. Vejamos:
 
Devido a um conjunto de razões, de entre as quais se destaca a 
subjetividade do indexador, em geral a operação de indexação não 
é contextualizada no seu tempo e no seu espaço. Muitas vezes o 
profissional da informação não atende aos aspetos sociais, culturais, 
políticos, a todo um conjunto de valores, princípios, preconceitos 
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
19
e crenças que envolvem o contexto desta operação. A observância 
desta concorrerá, inevitavelmente para o não reconhecimento de 
uma dimensão ética inerente à organização e representação do 
conhecimento. 
A Ética é um domínio no campo da Filosofia que visa a procura 
do bem-estar na convivência em sociedade, ideia que se encontra 
ancorada nos conceitos de bem e de mal, e que tem como objetivo 
uma harmoniosa coexistência social. É seu objeto a moral, que trata 
das ações relacionadas com o binómio bem/mal e que a partir de 
regras baseadas numa delimitação espacio-temporal, determina o 
que se deve ou não se deve fazer em sociedade (MALIANDI, 2004; 
JAPIASSÚ, 2008; GUIMARÃES et al., 2008).
O campo da organização do conhecimento, por sua vez, encontra-
se respaldado num conjunto de valores que são os fundamentos da 
moral, que se destacam em determinada sociedade, num dado espaço 
e num determinado tempo, com o objetivo de disciplinar a convivência 
dos membros que a constituem, buscando o bem-comum (JAPIASSÚ, 
2008; GUIMARÃES et al., 2008).
Dada a sua complexidade e afirmação na sociedade contemporânea, 
as questões relacionadas com a privacidade, a equidade, o acesso à 
informação, o respeito pelo utilizador e o princípio pela garantia 
cultural, têm vindo a ser destacadas como objeto de discussão na 
literatura da área da Ciência da Informação, em trabalhos académicos 
e científicos, desde meados do século XX. É o caso do que foi realizado 
por Guimarães et al. (2008), no qual, entre outras questões relacionadas 
com a ética na indexação, se apontam a especificidade e a exaustividade 
como valores éticos a serem considerados nesta operação. Esta nova 
abordagem leva a que conceitos direta ou indiretamente associados 
aos valores éticos, deixem de ser considerados apenas como simples 
medidas matemáticas usadas para determinar o sucesso ou insucesso 
de um sistema de recuperação de informação, no que se refere ao 
desempenho nos aspetos relacionados com a precisão e/ou revogação 
dos resultados de uma pesquisa, e passem a ser considerados também 
como medidas de natureza qualitativa que, na prática, concorrem para 
uma maior abrangência em termos de heterogeneidade cultural na 
recuperação da informação.
Deste modo, pode inferir-se que a presença da exaustividade e da 
especificidade na representação da informação vai ao encontro 
de um compromisso ético com o utilizador (GUIMARÃES, 2000), 
que está patente no modo como o catálogo de assuntos ou o índice 
evidencia o mais adequadamente possível. A diversidade temática do 
documento (exaustividade) e a profundidade com a qual é abordada 
a realidade que manifesta (especificidade) (EVANGELISTA; SIMÕES; 
GUIMARÃES, 2016, p. 60).
A pesquisa realizada pelos autores citados anteriormente verificou que 
a exaustividade e a especificidade são essenciais na prática de 
indexação, na medida em que agregam valor acrescentado ao 
documento, o que concorre para a existência de pesquisas mais 
consistentes e precisas, contribuindo para a construção de uma ponte 
sólida entre o documento e o utilizador, que se reflete em resultados 
da pesquisa mais eficazes (EVANGELISTA; SIMÕES; GUIMARÃES, 
2016, p. 70).
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
20
DICAS
Leitura integral da pesquisa citada no link: <http://ojs.letras.up.pt/index.php/
paginasaeb/article/view/1471>, acesso em: 29 abr. 2019, pois os autores colocam em 
evidência a natureza dos processos de organização da informação e destacam a necessidade 
da abordagem da dimensão ética destes na recuperação da informação. E, se, em última 
instância, o que se promove, ao gerir informação, é a consolidação de uma sociedade mais 
igualitária pelo viés do acesso à informação, então, o aspecto ético deve permear todas as 
etapas da elaboração e da oferta de produtos e de serviços de informação.
3 INDEXAÇÃO DE IMAGENS
Hingst (2011, p. 11) concorda com a abordagem dada neste curso até 
aqui para o processo de indexação. Para a autora, “a indexação é um processo 
que requer estudo e aprimoramento constantes”. E, quando a indexação é de 
imagens, “o cuidado com este processo deve ser redobrado, uma vez que existe 
maior complexidade na extração de descritores para este tipo de documento” 
(HINGST, 2011, p. 11).
A autora recorre à literatura para compreender as principais dificuldades 
encontradas ao se fazer indexação de imagens:
A representação documental de itens não-escritos tem, de acordo com 
Guinchat e Menou (1994), problemas relativos a sua natureza e sua forma 
de consulta. Isso se deve ao fato da “multiplicidade das necessidades 
que eles são capazes de responder” (GUINCHAT; MENOU, 1994, p. 
181).
Para Lopes (2006, p. 201), a indexação de fotografias utilizando 
descritores “acrescenta um valor informativo e documental na imagem 
registrada por seus efeitos narrativos e linguísticos, sendo este processo 
de fundamental importância numa base de dados ou num banco de 
imagens constituído por fotografias (HINGST, 2011, p. 19).
Uma das primeiras diferenças entre a indexação de textos para a indexação 
de imagens está nas características apresentadas pelo próprio documento. Uma 
imagem possui aspectos de denotação, que correspondem ao que a imagem é 
de fato, e de conotação, que são os valores atribuídos à imagem pelo indexador 
ou pela comunidade usuária. Quando se observa este princípio da conotação, 
especialmente, infere-se que a indexação das imagens pode estar muito mais 
submetida a questões interpretativas do que um texto, pois a linguagem escrita, 
apesar de apresentar diferentes conceitos em diferentes línguas e culturas, ainda 
possui uma objetividade da qual o indexador pode se valer. Mas, será que todos os 
indexadores chegam a mesma seleção de conceitos ao verem a imagem a seguir?
http://ojs.letras.up.pt/index.php/paginasaeb/article/view/1471
http://ojs.letras.up.pt/index.php/paginasaeb/article/view/1471
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
21
FIGURA 3 – INDEXAÇÃO DE IMAGENS 1
FONTE: <https://www.climatempoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2016/05/outono1-1-
750x420.jpg>. Acesso em: 20 maio 2019.
Pode-se aproveitar a oportunidade para fazermos um rápido exercício.
1 Descreva a forma como você: 
a) identificaria a denotação da Figura 3; 
b) como você identificaria a conotação da Figura 3.
2 Examine mais uma figura. Vejamos:
AUTOATIVIDADEFONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-vSW8KN4q2VI/ViZCs6wHsFI/AAAAAAAAA-E/
MCbC6Q7JqYg/s400/trem.png>. Acesso em: 8 maio 2019. 
a) Identifique a denotação desta imagem. 
b) Como você identificaria a conotação desta imagem.
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
22
3 Examine a figura a seguir:
FONTE: <https://www.donamix.com.br/image/cache/data/Manequim/allegomes--0012-
400x570.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
a) Como você identificaria a denotação desta imagem? 
b) Como você identificaria a conotação desta imagem?
4 Examine a figura a seguir:
FONTE: <http://www.olabahia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/musica-640x366.jpg>. 
Acesso em: 8 maio 2019.
a) Como você identificaria a denotação desta imagem? 
b) Como você identificaria a conotação desta imagem?
Este rápido exercício mostra o quanto de subjetividade pode haver 
no exercício de indexar imagens. Para que se possa minimizar esta equação, 
estudiosos da área buscam estabelecer alguns critérios. Vejamos:
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
23
Sobre o que deve ser descrito na imagem, Smit (1996, p. 32) afirma que: 
As categorias QUEM, ONDE, QUANDO, COMO e O QUE, utilizadas 
por muitos estudiosos como parâmetros para grande variedade de 
análises de textos, inclusive a documentária, é também preconizada 
para a Análise Documentária da imagem (HINGST, 2011, p. 21).
Quando olhamos para uma imagem e “perguntamos a ela” sobre 
características mais específicas, podemos chegar a respostas (portanto, a termos 
de indexação), mas específicos, e isso atende ao princípio da especificidade, como 
vimos anteriormente. 
1
Voltemos às mesmas imagens e façamos as seguintes perguntas:
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://www.climatempoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2016/05/
outono1-1-750x420.jpg>. Acesso em: 20 maio 2019.
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
2
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-vSW8KN4q2VI/ViZCs6wHsFI/AAAAAAAAA-E/
MCbC6Q7JqYg/s400/trem.png>. Acesso em: 8 maio 2019. 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
24
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
3
FONTE: <https://www.donamix.com.br/image/cache/data/Manequim/allegomes--0012-
400x570.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
4
FONTE: <http://www.olabahia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/musica-640x366.jpg>. 
Acesso em: 8 maio 2019.
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
25
Hingst (2011) segue na empreitada de entender cada uma das questões, 
criando a partir delas, categorias, e se baseia em Smit (1996) para chegar às 
seguintes características:
a) Na categoria QUEM, deve ser o objeto enfocado: seres vivos, artefatos, 
construções, acidentes naturais, entre outros. Exemplos: duas pessoas; ou, uma 
árvore; ou, um edifício de três andares.
b) Em ONDE é realizada a localização da imagem no espaço geográfico ou espaço 
da imagem. Exemplos: Florianópolis; ou interior de uma farmácia; ou, num 
campo de trigo. 
c) Em QUANDO, busca-se localizar a imagem no tempo cronológico ou 
momento da imagem. Exemplos: 2019; ou, outono; ou, noite. 
d) E, em COMO/O QUE se realiza a descrição de atitudes ou detalhes relacionados 
ao objeto enfocado, quando este é um ser vivo. São exemplos: cavalo correndo, 
criança chorando (SMIT, 1996, p. 32 apud HINGST, 2011, p. 21). 
Manini (2002 apud HINGST, 2011) traz um importante avanço no que 
tange à elaboração destes critérios ao acrescentar a categoria recursos técnicos e 
suas variáveis. A partir desta categoria, pode-se chegar a uma segunda, qual seja, 
a dimensão expressiva.
Os recursos técnicos a serem levantados quando da análise de imagens 
são: efeitos especiais, ótica, tempo de exposição, luminosidade, enquadramento, 
posição da câmera, composição e profundidade de campo.
No critério efeitos especiais, são consideradas variáveis como 
fotomontagem; estroboscopia; alto-contraste; trucagens; esfumação. Em ótica 
as variáveis são: utilização de objetivas (fish-eye, lente normal, grande-angular, 
teleobjetiva); utilização de filtros. Tempo de exposição é o critério em que se 
avaliam as variáveis instantâneo; pose; longa exposição, e outras relacionadas. 
Em Luminosidade devem-se analisar variáveis como: luz diurna; luz noturna; 
contraluz; luz artificial; luz natural. Enquadramento. Critério que avalia 
o enquadramento do objeto fotografado, como vista parcial, vista geral: e, 
enquadramento de seres vivos. Posição da câmera, câmara alta; câmara baixa; 
vista aérea; vista submarina; vista subterrânea; microfotografia eletrônica; 
distância focal. Em Composição verificam-se as variáveis: retrato; paisagem; 
natureza morta, e outros. E, por fim, em profundidade de campo analisa-se se 
há profundidade; se todos os campos fotográficos estão nítidos (diafragma mais 
fechado). (MANINI, 2002, p. 91 apud HINGST, 2011, p. 25).
Macambyra (2019) parece concordar com a necessidade de analisar 
elementos como os citados acima, uma vez que afirma que observar uma fotografia, 
por exemplo, implica identificar não apenas o objeto fotografado, mas também, 
em identificar uma séria de técnicas e de estáticas utilizadas pelo fotógrafo.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existe uma norma da ABNT que propõem etapas para realizar a análise 
documentária.
• A análise documentária pode ser realizada a partir dos seguintes 
questionamentos:
a) Qual o assunto de que trata o documento?
b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses?
c) O assunto contém uma ação, processo ou operação?
d) O documento trata do agente desta ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas especiais?
f) Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão?
g) O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar?
• As imagens também podem ser indexadas e que para isso é necessário levar 
em conta a denotação e a conotação que imagem oferece. Também é possível 
responder a perguntas específicas, que possibilitam maior uniformidade no 
resultado da indexação. Estas perguntas são: Quem? Onde? Quando? O que? 
Como?
• Existem recursos técnicos a serem levantados no momento da análise de 
imagens. Eles são: efeitos especiais, ótica, tempo de exposição, luminosidade, 
enquadramento, posição da câmera, composição e profundidade de campo.
27
Passemos agora para mais alguns exercícios para melhor compreensão 
desta prática. Serão apresentadas algumas imagens e delas, algumas questões 
baseadas em todos os critérios apresentados até aqui.
1
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/09/esportes.
jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
2
FONTE: <https://c.pxhere.com/photos/54/61/sunset_sun_sunlight_sunbeam_fireball_
setting_sun_evening_sun_afterglow-918393.jpg!d>. Acesso em: 8 maio 2019.
https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/09/esportes.jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453
https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/09/esportes.jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453
28
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
3
FONTE: <https://static.gazetaonline.com.br/_midias/jpg/2019/02/05/050309_ra_8528-
5989420.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
29
4
FONTE: <https://abrilexame.files.wordpress.com/2018/05/2018-05-
01t182503z_1354439875_rc1c4b315590_rtrmadp_3_may-day-france.
jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453>. Acesso em: 8 maio 2019.
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
5
FONTE: <https://certifiedhumanebrasil.org/wp-content/uploads/2016/10/ovelha-pxb-300x199.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019.
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
30
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
31
TÓPICO 3
A TRADUÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Cumprida esta etapa de análise documentária das imagens e da seleção 
dos conceitos que são extraídos a partir de todos os critérios apresentados 
anteriormente, passa-se à tradução para os termos de indexação. Veremos a 
importância do uso das linguagens documentárias na indexação na Unidade 
2. No entanto, por ora, veremos um exemplo de como este processo se dá na 
prática. Tomemos a imagem a seguir, faremos a análise utilizando os mesmos 
critérios usados nos exercícios anteriores. A seguir, faremos a tradução de todos 
os elementos com a utilização de uma linguagem documentária. Vejamos.
FIGURA 4 – SALA DE AULA 
FONTE: <https://www.bastidoresdapoliticapb.com.br/wp-content/uploads/2019/01/sala_de_
aula_vazia2_foto-walla_santos-738x355.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem? Não é possível identificar.
Onde? Em uma escola, ou sala de aula.
Quando? Não é possível identificar.
Como? Uma sala de aula vazia, com luz acesa e porta aberta.
O quê? Uma sala de aula, ou, carteiras e cadeiras, ou arquitetura de salas de aula, 
ou, iluminação de sala de aula.
Efeitos especiais? Não possui.
Ótica? Não é possível definir.
Tempo de exposição? Não é possível definir.
Luminosidade? Luz artificial.
Enquadramento? Vista parcial de uma sala de aula.
32
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
Posição da câmera? Em diagonal.
Composição? Retrato.
Profundidade de campo? Possui profundidade. No primeiro plano, veem-
se carteiras brancas e cadeiras azuis, ao fundo veem-se a mesa e a cadeira do 
professor, ambas em cor branca. Ainda ao fundo, veem-se um quadro branco, 
uma porta cinza aberta, uma janela de vidro no alto da parede do lado direito, 
parede branca, com detalhes em vermelho.
Ao consultar o vocabulário controlado do INEP, o Thesaurus Brasileiro 
de Educação, vemos que os termos de indexação autorizados que melhor 
representam estes conceitos são: salas de aula e dependências da escola. 
Exploraremos melhor as possibilidades de utilização de vocabulários 
controlados mais adiante. Neste momento, o exemplo veio apenas ilustrar todas 
as etapas da indexação.
2 INDEXAÇÃO AUTOMÁTICA
A indexação automática é um “processo estudado pelo campo da ciência 
da informação, que investiga a geração, coleta, organização, interpretação, 
armazenamento, recuperação, disseminação, transformação e uso da informação, 
com ênfase particular na aplicação de tecnologias modernas nestas atividades” 
(CAPURRO; HJØRLAND, 2007 apud LAPA; CORREA, 2014, p. 59). Em especial 
a recuperação da informação dá base para uma das correntes de constituição do 
campo da ciência da informação. 
Fazem parte da indexação automática operações matemáticas, linguísticas, 
de programação que visam à seleção de termos de um dado documento pelo 
processamento de seu conteúdo. Há duas formas de se proceder a indexação 
automatizada: por extração e por atribuição. Na indexação automática por 
atribuição, os termos não são interpretados por terceiros, são extraídos e 
ordenados de acordo com sua frequência em um texto. Já a indexação automática 
por atribuição “consiste numa representação temática por meio de termos 
selecionados de um vocabulário controlado (tesauro ou lista alfabética), onde 
um programa de computador desenvolve para cada termo a ser indexado um 
“perfil” de palavras ou expressões (LAPA; CORREA, 2014, p. 60).
Borges e Lima (2015) nos explicam com clareza este cenário hoje permeado 
por possibilidades em termos de tecnologias de informação e comunicação e nos 
lembram que, mesmo com a inserção de sistemas automático na indexação, ainda 
assim a atividade intelectual do indexador não pode ser desconsiderada. Elas 
explicam que:
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
33
No âmbito das tecnologias para representação da informação, 
a indexação automática veio como alternativa para resolver os 
problemas da indexação manual, também denominada como 
indexação intelectual, desde a década 1950 com os estudos de H. 
P. Luhn. Embora a indexação automática possa não apresentar 
resultados totalmente satisfatórios, suas soluções podem contribuir 
para significativas melhoras no processo de indexação manual. 
Soluções estas que almejam realizar automaticamente a extração 
inicial de termos (palavras ou expressões) do documento indexado, 
deixando para o profissional o trabalho de selecionar aqueles mais 
adequados para representar seu conteúdo. Além disso, a técnica 
permite a redução da subjetividade, característica inerente à realização 
intelectual da atividade (BORGES; LIMA, 2015, p. 50). 
Faremos a seguir a transcrição de um longo trecho das mesmas autoras, 
em que é possível conhecer o histórico da indexação automática. Segue:
De acordo com os trabalhos de Luhn (1957), e de Baxendale (1958), 
registra-se o início das pesquisas sobre indexação automática baseada 
em frequência de ocorrência de palavras no texto. Baxendale (1958 
apud LANCASTER, 2004) sugere que, em substituição ao processo 
que analisa todo o texto, sejam analisados apenas o “tópico frasal” 
e as “palavras sugestivas”. Seus estudos demonstraram que era 
necessário o processamento apenas da primeira e da última frase de 
cada parágrafo, pois, em 85% das vezes, a primeira frase era o tópico 
frasal e em 7% dos casos a última frase o era. Considera-se como tópico 
frasal a parte do texto que provê o máximo de informações relativas ao 
conteúdo do texto.
Ainda no decorre da década de 1950, desenvolveram-se métodos 
relativamente simples para a construção de índices a partir de 
textos, especialmente utilizando as palavras que ocorrem nos títulos 
dos documentos. O Keyword in Context – KWIC (Palavra-chave no 
Contexto) foi desenvolvido por H. P. Luhn, em 1959, e corresponde 
a um índice rotativo em que cada palavra-chave que aparece nos 
títulos dos documentos torna-se uma entrada do índice. O programa 
reconhece as palavras que não são palavras-chaves, baseando-se em 
uma lista de palavras proibidas, e impede que elas sejam adotadas 
na entrada. O Keyword out of Context – KWOC (Palavra-chave fora do 
Contexto) é um método semelhante ao KWIC, porém, as palavras-
chave que se tornam pontos de acesso são repetidas fora do contexto, 
normalmente destacadas no canto esquerdo da página ou usadas 
como cabeçalhos de assunto.
Além do KWIC e do KWOC, podemos citar o Selective Listing in 
Combination – SLIC (Listagem Seletiva em Combinação), criado por 
J. R. Sharp, em 1966, que organiza a sequência de termos de um 
documento em ordem alfabética e elimina as sequências redundantes, 
e o método Preserved Context Indexing System – PRECIS, criado pelo 
Dr. Derek Austin, em 1968, e que produz o índice impresso baseado 
na ordem alfabética e na alteração sistemática de termos para que 
ocupem a posição de entrada (LANCASTER, 2004). Outro importante 
sistema desenvolvido foi o Nested Phrase Indexing System – NEPHIS 
(Sistema de Indexação de Frase Encaixada), criado por T. C. Craven, 
em 1977, e corresponde a um índice articulado de assunto.
34
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
De acordo com Garvin (1969 apud SALTON, 1973) e Salton (1973), já na 
década de 1960, percebia-se a intrínseca relação entre processamento 
da informação e aspectos linguísticos. Os esforços deviam ser voltados 
para estudos das propriedades estruturais e semânticas das línguas 
naturais. Contudo, percebe-se que grande parte das metodologias 
linguísticas da época geralmente produzia resultados decepcionantes.
Segundo Salton (1970, 1973) e Swanson (1960), a indexação automática 
apresenta relativos méritos em relação às técnicas manuais. Os 
pesquisadores afirmavam que era possível extrair automaticamente 
de textos palavras-chave relevantes, e que, quando estas eram 
comparadas com aquelas atribuídas por indexadores, constatava-se 
um acordo entre 60 e 80% dos termosatribuídos. A partir da década de 
1970, percebe-se uma intensificação das pesquisas na área, destacando-
se dois dos importantes experimentos do período: (1) desempenho 
do SRI MEDlars, que operava no National Library of Medicine, em 
Washington, e (2) SRI experimental SMART, criado por Gerard Salton 
enquanto trabalhava na universidade de Cornell (SALTON, 1973) 
(BORGES; LIMA, 2015, p. 50-51). 
As formas conhecidas de indexação automática são por extração e por 
atribuição.
3 INDEXAÇÃO POR EXTRAÇÃO 
Segundo Lancaster (1997, p. 231), “na indexação automática por extração 
palavras ou expressões que aparecem num texto são extraídas e utilizadas para 
representar o conteúdo do texto como um todo.” Cabe ao bibliotecário indexador 
a seleção de expressões no texto que pareçam indicar a íntegra do conteúdo. Há 
influência da frequência de ocorrência das palavras e/ou termos no documento 
original. A posição dos termos no documento (se está no título, no sumário, na 
introdução, legendas, ilustrações) também são indicadores de representatividade. 
Textos eletrônicos, muito mais comuns hoje em dia, podem ser submetidos a 
programas façam esta seleção. (LANCASTER, 1997). O autor também fala em 
uma frequência relativa, onde é necessário um cálculo entre a frequência dos 
termos em toda a base de dados, ou seja, em todos os itens indexados. Ele acredita, 
portanto, que a indexação por extração deve levar em conta a frequência absoluta 
e a frequência relativa de palavras ou a combinação de ambas.
Os sistemas baseados em indexação por extração automática cumprem 
as seguintes tarefas: (1) contar palavras num texto; (2) cotejá-las com uma lista 
de palavras proibidas; (3) eliminar palavras não significativas; e (4) ordenar as 
palavras de acordo com sua frequência. (BORGES; MACULAN; LIMA, 2008)
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
35
4 INDEXAÇÃO POR ATRIBUIÇÃO 
Ao explicar o que é indexação automática por atribuição, Lancaster (1997, 
p. 235) nos lembra que este é o tipo mais comum de indexação realizada por seres 
humanos, mas diz que a melhor maneira de executar esta atividade com emprego 
de computador é desenvolver um perfil de termos ou palavras que costumam 
aparecer com frequência nos “documentos aos quais um indexador humano 
atribuiria a este termo. Esse tipo de perfil, para o termo CHUVA ÁCIDA incluiria 
expressões como CHUVA ÁCIDA, PRECIPITAÇÃO ÁCIDA, POLUIÇÃO 
ATMOSFÉRICA”. Seria uma espécie de vocabulário controlado construído pelo 
bibliotecário indexador e utilizado por ele para futuras indexações de documentos 
aos quais possam ser atribuídos os mesmos termos.
Borges, Maculan e Lima (2008) atentam para uma questão importante nos 
dias atuais: a importância da semântica no processo de indexação automática. 
Ou seja, mais do que considerar a incidência de palavras e termos em um texto, 
é preciso considerar os significados destas palavras, ou, em última instância, é 
preciso que estas palavras representem conceitos. 
Traremos mais um extenso excerto de artigo para esta apostila, por 
ilustrar perfeitamente o cenário em discussão. Trata-se de mais uma explanação 
de Borges, Maculan e Lima (2008). Segue:
A indexação manual vem revelando-se inadequada para minimizar 
a subjetividade inerente à indexação, além de ser caracterizada 
como um processo relativamente moroso e caro. Vários fatores 
podem ser apontados como causa deste problema. O conhecimento 
que o indexador tem sobre o assunto indexado determina o 
grau de consistência atingido. Tem-se, ainda, a dinamicidade do 
conhecimento, que exige do indexador permanente atualização. Outro 
aspecto a considerar, segundo Borko (1977 apud GUEDES, 1994), 
refere-se à inconsistência interindexadores (diferentes indexadores 
atribuindo diferentes termos-índice a um mesmo conceito/documento) 
e intraindexador (o mesmo indexador atribuindo diferentes termos-
índice a um mesmo conceito/documento, em diferentes momentos). 
A possibilidade de o indexador não dominar o idioma do documento 
também é um. Todos os problemas enumerados impulsionaram as 
pesquisas no campo da indexação automática, tornando-o bastante 
abordado pelos pesquisadores da Ciência da Informação. Alguns dos 
resultados dessas investigações apontam alternativas que podem trazer 
soluções interessantes para a área, sobretudo em ambientes digitais.
Segundo Robredo (1982), o processo de indexação automática é similar 
ao processo de leitura-memorização humano, sendo seu princípio 
geral baseado na comparação de cada palavra do texto com uma 
relação de palavras vazias de significado, previamente estabelecida, 
que conduz, por eliminação, a considerar as palavras restantes do 
texto como palavras significativas. Ao ler um texto, não interessam, 
ao indivíduo, as letras, mas a ideia (sic) que elas representam quando 
organizadas em palavras ou em conjuntos de palavras. O olho, janela 
do cérebro, reconhece as palavras significativas e suas associações 
fixando-se nelas um tempo necessário para assegurar a memorização 
das ideias, pulando, praticamente, as palavras não significativas 
(ROBREDO, 1982).
36
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
Pode-se separar o processo de memorização humana em duas etapas 
principais: (1) memorização temporária e inconsciente, nessa etapa 
há a conservação das palavras significativas passando por uma 
modificação ou aperfeiçoamento das mesmas a partir da detecção de 
novos conceitos significativos; e (2) memorização permanente dos 
conceitos assim trabalhados, à qual se atribui o nome de memória. 
Depois de ocorridas as duas etapas, tem-se, no fim do processo, a 
fixação na memória de uma série de palavras-conceitos-descritores 
que representam as ideias (sic) básicas do documento que acabamos 
de ler (BORGES; MACULAN; LIMA, 2008, p. 183-184). 
Ao se atribuir a atividade de indexação a sistemas automáticos, é preciso 
levar em conta que a semântica deve ser mantida, ou, ao menos, considerada. 
A seleção dos conceitos, por exemplo, deve ser levada em conta para uma 
representação mais adequada dos conteúdos.
Nesta unidade foi possível conhecer definições de indexação, compreender 
seus princípios e etapas e, principalmente, verificar que esta atividade não é simples 
como folhear um livro e buscar, aleatoriamente, termos que estejam contidos em 
seu conteúdo. Mais que isso, é necessário extrair, selecionar conceitos e traduzi-
los de forma que possam alimentar o sistema de informação e, principalmente, de 
maneira que permita a recuperação da informação.
Também foi possível realizar alguns exercícios iniciais que apontaram 
para o uso de algumas técnicas de análise documentária e de indexação que 
visam a minimizar questões subjetivas e interpretativas. 
Na próxima unidade, conheceremos as políticas de indexação e veremos 
o quão importante é o estabelecimento de diretrizes que orientem o trabalho 
do bibliotecário indexador. Veremos como as linguagens documentárias se 
relacionam com essas políticas, bem como a importância do conhecer e utilizar 
vocabulários controlados.
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
37
LEITURA COMPLEMENTAR
38
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
39
40
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
FONTE: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/372910/mod_resource/content/1/Norma%20
Brasilena%20Indizacion%20Isidoro%20Gil%20Leiva.pdf>. Acesso em: 20 maio 2019. 
41
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A indexação também pode ser automática. 
• A indexação automática pode se dar por extração ou por atribuição. 
• A indexação por extração é aquela em que os termos de indexação são 
retirados do texto, ou seja, são construídos a partir de palavras que aparecem 
no documento original.
• A indexação por atribuição é aquela que deve levar em conta os significados 
das palavras no documento original, e não apenas a incidência delas no texto. 
42
1 Analise os textos a seguir e atribua a eles termos de indexação a partir da 
indexação por extração:
a) As bibliotecas digitais se impõem como um

Continue navegando