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Metodologia Científica - Aulas EAD

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METODOLOGIA CIENTÍFICA
Aula 1 – Metodologia Científica
Introdução
· Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer, de buscar o conhecimento. É uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo.  
· Para nós, método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência, ou para alcançar determinado fim. E metodologia (do grego methodos + logia) significa o “estudo do método”. Quanto à palavra ciência, durante muito tempo ela serviu para indicar conhecimento em sentido amplo, genérico, como na expressão “tomar ciência”, cujo significado é “ficar sabendo”. Aos poucos, porém, como veremos, ganhou também sentido restrito, passando a designar o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber.
· Metodologia significa, na origem do termo, estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a serviço da pesquisa. Ao mesmo tempo visa conhecer caminhos do processo científico, também problematiza criticamente, no sentido de indagar os limites da ciência, seja com referência à capacidade de conhecer, seja com referência à capacidade de intervir na realidade.
· A metodologia científica está dentro de duas grandes áreas e essas duas áreas se completam:
· Epistemologia - “A ciência sem a epistemologia – na medida em que tal seja imaginável – é primitiva e confusa” (Albert Einstein). Epistemologia vem de episteme = termo grego que designa ciência; logia/logos = estudo. Também conhecida como Filosofia da Ciência, a área se ocupa da fundamentação da ciência.
· Metodologia Científica Aplicada - A Metodologia Científica está destinada à pesquisa e à elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos.
· Se considerarmos o conhecimento e a verdade como algo dinâmico e histórico, encontraremos o ser humano como razão e fundamento desse saber. Assim, não será preciso mais fazer perguntas do tipo: por que tenho que estudar? Já que a resposta está na célebre frase de Descartes, “penso, logo existo”. Porque essa é a nossa essência. Aliás, muitos são os motivos para estudar Metodologia Científica. Vamos ver alguns deles:
· Porque o conhecimento científico não existe sem método, sem uma linguagem específica, ou um rigor próprio.
· Porque o maior desafio da Instituições de Ensino Superior está em desenvolver a postura de um pesquisador ao longo do processo educacional.
· Porque é preciso desenvolver a autonomia do pensamento, muito presente no meio acadêmico. No exercício profissional, o sucesso está intimamente relacionado à capacidade de planejar e de organizar o pensamento, muitas vezes adquirida por meio da busca do conhecimento, através das práticas de leitura e da participação das atividades acadêmicas.
· O conhecimento pode ser obtido de diversos modos, através do método científico, das hipóteses, das leis e teorias científicas, bem como por meio da pesquisa científica e da elaboração de trabalhos acadêmicos. Há muitas maneiras de estudar a realidade. No mundo acadêmico os modos de conhecer são classificados em:
· Senso Comum ou Conhecimento Empírico
· Aquilo que assimilamos por tradição. Ideias que nos ajudam a interpretar a vida e a julgar certas situações. Na verdade, estamos mergulhados no senso comum, que geralmente se apresenta como um saber ingênuo, fragmentado e por vezes conservador. O senso comum pode ser caracterizado em:
· 
· Espontâneo - Primário, simples e elementar. Nasce da tentativa do homem resolver seus problemas no dia a dia.
· Ametódico - Porque não possui um método, ou seja, um procedimento, uma técnica.
· 
· Empírico - Se baseia na experiência cotidiana comum.
· Ingênuo ou Acrítico - Não é crítico, não se coloca como problema e não se questiona enquanto saber.
· 
· Subjetivo - É relativo ao sujeito do conhecimento. É formado por juízos pessoais a respeito das coisas, ocorrendo o envolvimento emocional e valorativo de quem observa.
· Conhecimento Científico
· Ciência é um saber racional e objetivo, que se atém aos fatos podendo transcendê-los. A Ciência depende da investigação metódica o que a torna analítica e requer exatidão e clareza na busca e aplicação de leis, podendo se usar de predições úteis, porém verificáveis. Quais as características do conhecimento científico?
· Saber racional que obedece a regras, leis, princípios e se contrapõe ao saber ilusório, às emoções e às crenças;
· Saber lógico e sistemático porque as ideias formam uma ordem coerente;
· Saber verificável e metódico, pois é passível de exame para ter sua pretensão confirmada ou não. Para tanto segue uma técnica, um procedimento.
· Conhecimento Filosófico
· Segundo Maria Lúcia Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins dizem que: “A filosofia é um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de compreender o mundo e agir sobre ele. Mais que postura teórica, é uma atitude diante da vida, tanto nas condições corriqueiras como nas situações-limites que exigem decisões cruciais.” (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 81). Agora veja como essas autoras caracterizam o conhecimento filosófico:
· Radical - Originada do Latin radix, radicis significa raiz e, no sentido figurado, “fundamento”, “base”. A filosofia é considerada radical porque busca explicitar os conceitos que estão na base do pensar e do agir. Investiga as raízes, os princípios que orientam nossa existência.
· Rigorosa - O conhecimento filosófico pode ser rigoroso, pois o filósofo deve dispor de um método a fim de proceder com rigor na investigação. São vários métodos para proceder a investigações e desenvolver um pensamento rigoroso, fundamentado, coerente e expresso numa linguagem também rigorosa. Os conceitos devem ser claramente definidos.
· Saber de Conjunto - Ter como característica o Saber em conjunto. Significa que a filosofia é globalizante porque, ao examinar, observa os diversos aspectos de um problema e por visar o todo, ela se torna interdisciplinar.
· Discurso Religioso ou Conhecimento Teológico
· Enquanto o conhecimento científico se fundamenta na evidência dos fatos observáveis e a Filosofia na lógica de seus enunciados, o conhecimento teológico se preocupa com a revelação divina. O conhecimento teológico ou religioso passa necessariamente por representações abstratas que influenciam as ações no mundo da vida, bem como conferem sentido às angústias e inquietações da consciência. Neste ponto não só representa uma explicação sobre a origem de todas as coisas como desvela o modo de determinada cultura entender e interpretar a sua própria existência.
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Aula 2 – O Conhecimento
· Identifica-se na história de Galileu Galilei:
· A Razão
· 
· O termo racional vem da palavra razão e pode ter várias acepções como: razão humana, razão particular, razão universal, razão divina etc. Cada adjetivo adicionado ao termo altera o sentido do conceito razão. Pressupondo que razão e intelecto se equiparam e considerando a ideia de razão como uma faculdade humana, podemos nos questionar: 
· Racionalidade liga-se à ideia de racional, compreendendo dessa maneira que o ser humano é um ser racional, que os meios que utilizam são racionais, que o mundo é racional, ou seja, acreditamos que o ser humano e o mundo são inteligíveis, suscetíveis de serem entendidos. Galileu, por exemplo, acredita que o homem e o mundo são inteligíveis e suscetíveis de entendimento ao tentar refutar uma das ideias de Aristóteles.
· 
· O Sistemático
· O termo sistemático liga-se à ideia de sistema, que denota o sentido de um todo organizado, interconectado em suas partes. Uma pesquisa, por exemplo, segue um método sistemático porque é um processo de construção do conhecimento a partir de objetivos gerais e específicos que visam alcançar algum fim. Cada etapa da pesquisa dever estar interconectada formando um sistema coerente de procedimentos e ideias, constituindo,assim, um todo organizado. Pode-se notar que a intenção de Galileu era remontar um cenário, dentro de um sistema, que desmistificasse os feitos de Aristóteles baseado nos fatos. É interessante observar que, ao falarmos em termos como racional e sistema, nos vinculamos ao sentido de método.
· O Método
· A palavra método vem do grego μέθοδος (méthodos) ― caminho para chegar a um fim. Nossos dicionários definem método como o conjunto de procedimentos para atingir um objetivo, ou seja, uma maneira ordenada e sistemática de agir. Assim fez Galileu, de maneira ordenada, provando que Aristóteles estava errado através da queda das esferas.” Portanto, Metodologia é um conjunto de métodos. Por isso, nos acostumamos a dizer que uma pessoa é metódica quando segue um método de trabalho ou quando se preocupa com os detalhes.
O que é o Método Científico?
· “Trata-se de um conjunto de procedimentos por intermédio dos quais se propõe problemas científicos e colocam-se à prova as hipóteses científicas.” (BUNGE apud LAKATOS, 2000, p. 44)
· No sentido literal, a Metodologia representa o estudo dos métodos e, especialmente, do método da ciência, que se supõe universal. Mas você já analisou por que o método é tão importante? Veja, então, a sua utilidade:
· Ajuda a compreender o processo de investigação;
· Possibilita a demonstração;
· Disciplina suas ações;
· Ajuda a perceber erros;
· Auxilia as decisões do cientista.
· O método é, então, um plano de ação, em que a técnica utilizada é o modo ou a maneira de realizar a atividade pretendida, permitindo que o procedimento escolhido ocorra de maneira hábil e, se possível, perfeita.
· O método científico pode se sustentar em dois procedimentos:
· Dedutivo
· O cão estava desolado, o seu sofrimento por amor estava lhe consumindo. Não havia reciprocidade de sentimentos. A cadela nem sabia da sua existência e vivia no seu mundo paralelo. Tudo era triste até o momento em que o cão escutou algo que mudou a sua vida.
· Indutivo
· Durante a manutenção de um poste de energia, o eletricista, ainda novo no ramo, notou que existia uma instalação irregular, feita com cobre, zinco e cobalto e pensou.
Características que Distinguem os Argumentos
· Até aqui estudamos duas abordagens importantes para o método científico: a abordagem dedutiva (dependente da lógica) e a indutiva (dependente da experiência empírica). Se por um lado podemos criticar o método dedutivo por não ampliar o conhecimento, por outro podemos apontar que ele nos traz um conhecimento provável, pois somente um exame de todos os elementos garantiria uma indução perfeita. Neste caso, se algumas induções não se confirmam, deve-se buscar os elementos que resultaram em erro, não abandonando a investigação. Assim, encontramos duas características que distinguem os argumentos:
	DEDUTIVO
	INDUTIVO
	Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão será verdadeira.
	Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão será provável.
	Toda a informação contida na conclusão já estava presente nas premissas.
	A conclusão apresenta informação que não estava presente nas premissas.
Método Hipotético-dedutivo
· Karl Popper (1922-1996) criticou o método indutivo e lançou as bases do método chamado hipotético-dedutivo que consiste na construção de hipóteses, cujas predições devem se submeter ao critério da falseabilidade. Popper dizia que qualquer enunciado que só tenha termos observacionais poderia dizer mais do que se pode ver.
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Aula 3 – Metodologia Aplicada À Pesquisa
· Pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método científico.
· Segundo Eva Maria Lakatos (1992, p. 43), a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos. Podemos, assim, indicar três elementos que caracterizam a pesquisa:
· O levantamento de algum problema.
· A solução à qual se chega.
· Os meios escolhidos para chegar a essa solução, como os instrumentos científicos e os procedimentos adequados.
· 
· Pesquisa Científica - Se trata do tipo de pesquisa que objetiva contribuir para o desenvolvimento do conhecimento humano em todas as áreas, sendo sistematicamente planejada e executada segundo critérios rigorosos de processamento das informações. Uma pesquisa será considerada científica, se for objeto de investigação planejada, desenvolvida e redigida conforme as normas metodológicas consagradas pela ciência.  
· Pesquisador - É importante destacar que a possibilidade de êxito na tarefa de pesquisa depende das razões e motivações do pesquisador. Curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, sensibilidade social, imaginação disciplinada, perseverança, paciência e confiança na experiência são ações e atitudes que devem ser incorporadas à pessoa que for ou estiver no papel de pesquisador.
· 
· Fazer pesquisa não é uma tarefa fácil. É preciso ter planejamento e considerar aspectos como classificação, abordagem, objetivo e procedimentos, pois estes delimitam a busca do que se pretende pesquisar.
· 
· Classificação - A classificação da pesquisa está relacionada à sua natureza, ou seja, àquilo que compõe a essência da pesquisa:
· Pesquisa Pura - Conhecida também por básica ou teórica, a Pesquisa Pura objetiva gerar novos conhecimentos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. É motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador. Exemplo: A origem do universo.
· Pesquisa Aplicada - É aquela que objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Exemplo:  A busca de uma vacina contra a AIDS.
· Abordagem - Quanto à abordagem, a pesquisa pode ser dividida em:
· Qualitativa - Neste enfoque não há medição numérica, como nas descrições. Seu propósito está em reconsiderar ou reconstruir a realidade observada. Assim, considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e o sujeito. É descritiva e utiliza o método indutivo. O processo é o foco principal.
· Quantitativa - Neste tipo de pesquisa temos a coleta e a análise de dados para dar conta das questões que envolvem a pesquisa. Ela utiliza métodos estatísticos e traduz em números opiniões e informações para classificá-los e organizá-los.
· 
· Objetivo - Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser:
· Descritiva - A pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever as características de algum fenômeno observado, descobrir a frequência com que ocorre, sua relação e sua conexão com outros fenômenos. Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais. Neste tipo de pesquisa, o estudante deve observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos variáveis, sem manipulá-los. Veja alguns exemplos: Características de um grupo social; Nível de atendimento de determinada empresa prestadora de serviço; Levantamento de opiniões, atitudes e crenças de um segmento da sociedade; Pesquisas eleitorais que apontam a preferência político-partidária de determinados grupos etc.
· 
· Exploratória - A pesquisa exploratória é considerada o passo inicial de qualquer pesquisa. Trata-se de uma observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade, com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema para torná-lo mais explícito ou viabilizar a construção de uma hipótese. Neste modelo temos a possibilidade do aprimoramento de ideias. Geralmente, neste tipo de pesquisa, há o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e análise de exemplos. A pesquisa bibliográfica e o estudode caso são exemplos de pesquisas exploratórias.
· Explicativa - Aqui o objeto é identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Neste modelo temos um efetivo aprofundamento de conhecimentos, porque se busca entender ou explicar as razões das coisas ― fato que amplia o entendimento. Nada impede que uma pesquisa explicativa seja a continuação de uma pesquisa descritiva ou exploratória. Nas ciências naturais, por exemplo, utiliza-se o método experimental. Nas ciências sociais utilizam-se outros métodos, tais como o fenomenológico e dialético, além de exigir elevado grau de controle.
· 
· Procedimentos - Os procedimentos estão relacionados à maneira de agir, ao modo de fazer a pesquisa.
· 
· Pesquisa Bibliográfica - É uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará toda pesquisa, na medida em que dá o alicerce teórico que servirá de base ao trabalho.  Consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. Levando em consideração que bibliografia é o conjunto dos livros escritos sobre determinado assunto, por autores conhecidos e identificados ou anônimos, a pesquisa bibliográfica é o exame de uma bibliografia para levantamento e análise do que já se produziu sobre o assunto que assumimos como tema da pesquisa científica.
· Pesquisa Documental - Trata-se de uma pesquisa realizada através de certos documentos como: documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, microfilmes, fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos etc. Para Antônio Carlos Gil (1991), a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica, mas possui uma diferença: “A diferença está no fato de a bibliográfica utilizar fundamentalmente as contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto. A documental utiliza materiais que não receberam o tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados.”
· 
· Pesquisa de Campo - É a investigação empírica, isto é baseada na experiência, realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e observações. Segundo Antônio Joaquim Severino, na pesquisa de campo “o objeto é abordado em seu próprio meio. A coleta de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados.” (2007, p. 123)
· Pesquisa Histórica - Detalhes como vestuário, comportamento, linguajar, arquitetura, papel de cada personagem etc. são detalhes levantados por meio da pesquisa histórica, pois é ela que descreve o que já aconteceu, sob a forma de investigação, registro, análise e interpretação de fatos ocorridos no passado, para poder compreender o presente. Os dados podem ser coletados por meio das:
· Fontes Primárias - Quando o investigador foi o observador direto dos eventos ou utiliza materiais de primeira mão.
· Fontes Secundárias - Quando os eventos foram observados e reportados por outras pessoas e não diretamente pelo investigador. Neste caso, os dados exigem cuidadosa e objetiva análise a fim de avaliar sua autenticidade e relevância.
· 
· Pesquisa Comparada - A pesquisa comparada procura estabelecer semelhanças e diferenças entre situações, fenômenos e coisas, por meio de relações entre os elementos que são comparados. Um bom exemplo de pesquisa comparativa está nos levantamentos sobre os aparelhos tipo smartphones, sempre realizados quando há lançamentos de novos modelos e tecnologias.
· Estudo de Caso - É o estudo restrito a uma ou poucas unidades entendidas, como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão, uma comunidade ou um país. O Estudo de Caso constitui-se em uma metodologia de ensino participativa, voltada para o envolvimento do aluno. Há Estudos de Casos, por exemplo, que apresentam situações em que empresas e pessoas reais precisam tomar decisões sobre um determinado dilema. A condução do método envolve um processo de discussão, em que alunos devem se colocar no lugar do tomador de decisão, gerar e avaliar alternativas para o problema, e propor um curso de ação.
Conecte-se Com Moderação
· Com a globalização, a internet se tornou uma grande fonte de pesquisa. Nela encontramos muitas informações através dos sites de busca. Por isso, ao se fazer a opção de utilizar a internet como fonte de pesquisa é importante se preocupar em buscar informações apenas em sites confiáveis. As informações extraídas da internet podem ajudar muito na elaboração da pesquisa. Contudo, é preciso ter atenção quanto à propriedade intelectual do material que se está utilizando. Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações disponíveis. Nunca utilize informações de outros sem fazer referência à fonte.
Aula 4 – Diferentes Técnicas de Estudo
A Leitura e As Atividades Acadêmicas
· Acostumamo-nos a ouvir que as tecnologias invadiram nossa experiência cotidiana, não é mesmo? Muitos acreditam que os jovens se afastaram da leitura em razão de um suposto excesso de tecnologias. Esse afastamento, consequentemente, teria provocado um empobrecimento da linguagem. Há quem diga também que não tem paciência para ler um livro, que ver um filme é muito melhor. Ou, ainda, saem com frases do tipo: “o que não tenho é tempo!” Será que isso é verdade? Ou estamos diante de alguém que não criou o hábito de ler? 
· É natural não termos tempo para certas coisas. Ninguém tem tempo, no final das contas, mas todos querem saber tudo, não é? Vamos descobrir nesta aula que a leitura não foi deixada de lado e que ela é o primeiro passo para colocar em prática as técnicas de estudo e desenvolver as atividades acadêmicas.
· Durante a leitura, experimentamos um mundo totalmente novo ou melhoramos o nosso. E isso é muito gratificante, não é mesmo? 
· Saber ler de maneira eficiente nos ajuda a descobrir novos caminhos, fertiliza a inteligência, nos ajuda a compreender a vida e a viver melhor ao lado do outro. Uma mente fertilizada tem mais chance diante da crise. Tudo bem que agora não é necessário adquirir um livro para ler um bom texto, já que as mídias eletrônicas possibilitam a leitura em telas. Porém, mesmo com essa tecnologia, as principais fontes de pesquisa e conhecimento ainda são os bons e velhos livros, principalmente no meio acadêmico. Por isso, vamos começar com a escolha deles.
Passo a Passo de Como Escolher um Livro
1. Título - Observe o título e o subtítulo, se houver. Na maioria das vezes, ele indica o assunto e, às vezes, até a intenção do autor.
2. Orelha - Se o livro apresentar “orelhas”, faça a leitura da informação trazida nelas. Na que acompanha a capa,  geralmente encontramos uma apreciação da obra feita por alguém de prestígio.
3. Ficha Catalográfica - Em seguida, leia a ficha catalográfica e verifique as qualificações da obra e do autor. Atente-se para a data da publicação e certifique-se de que é a versão mais atualizada.
4. Sumário - Verifique o sumário. Nesta parte você encontrará uma divisão em tópicos de como o livro foi organizado. Muitas vezes é ele que nos dá a dica de que o livro traz exatamente o assunto que estamos pesquisando.
5. Prefácio - Se possível, leia a introdução ou o prefácio, se houver. Neste, o autor apresenta a metodologia usada e os objetivos do trabalho realizado ou até mesmo um resumo do livro.
6. Orelha - Na “orelha” que acompanha a contracapa é comum encontramos informações sobre o autor do livro e suas obras publicadas.
7. Contracapa - A contracapa ajuda muito na nossa escolha. Ela costuma conter um texto de apresentação, a sinopse, ou mesmo um trecho do livro, dando uma espécie de amostra do que vamos encontrar nele.
Agora a Leitura Nos Levará às Técnicas de Estudo
· Bem, já sabemos a importância da leitura, já sabemos identificar as partes do livro que nos ajudam a escolhê-lo, agora vamos aprender algumas técnicas de estudo, baseadas obviamente na leitura, que nos ajudarão a organizar as ideias encontradas nos textos e, melhor ainda, nos ajudarão a recuperar essas ideias quando mais precisarmosdelas.
· Você lembra que na aula 3 vimos que a pesquisa bibliográfica é a etapa fundamental do trabalho científico? É ela que influenciará toda pesquisa, na medida em que dá o alicerce teórico que servirá de base ao trabalho. Pois bem, essa é a fase que consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas ao que se pretende estudar. 
· O fichamento, por exemplo, configura um aperfeiçoamento da pesquisa bibliográfica, porque contém comentários pessoais sobre a leitura e algumas citações-chave. Ou seja, trata-se de uma técnica de estudo que ajuda na organização do conhecimento. 
· Agora, você terá a oportunidade de conhecer, através do Banco Internacional de objetos educacionais do MEC, tudo sobre fichamento. 
Fichamento: Quando Utilizar e Como Elaborar
· Apresenta sobre como e quando se devem utilizar os fichamentos. Mostra como elaborar os fichamentos de forma adequada para cada tipo de documento ou trabalho a ser representado. Aborda de forma simples como confeccionar os textos em fichamentos. Para prosseguir selecione por onde deseja começar:
· Quando Utilizar Os Fichamentos
· O fichamento é uma prática de redação que ajuda organizar estudos e pesquisas de forma mais efetiva. Agrega em suas características o resumo do documento ou texto consultado, sua referência, sua localização física e metodologia de arquivamento para posterior recuperação de todas estas informações. 
· O fichamento é um meio de desenvolver as técnicas de redação como resumo e resenha dependendo de sua finalidade. Auxilia a treinar a elaboração de referências, redação científica (resumo e resenha), identificação de assuntos, pesquisa em centros de informação e bibliotecas e práticas de arquivamento. 
· Os fichamentos feitos em meio acadêmico e em sala de aula, não necessitam da metodologia para armazenamento, sendo assim não precisam conter o local da obra (a não ser que seja pedido) e o espaço para identificação da ficha. As técnicas empregadas para o fichamento científico utilizado em meio acadêmico é muito semelhante à redação de resumos e resenhas científicas.
· Já os fichamentos para fins de pesquisa e estudo levam mais em consideração identificar o assunto do que foi fichado logo no início da ficha, assim como seu código de armazenamento que pode ser numérico, alfabético ou alfanumérico e a localização física da obra original.
· O meio mais utilizado para armazenagem das fichas é em papel, porém existem programas que auxiliam na confecção e armazenagem eletrônica de fichamentos. Neste módulo não vamos focar no meio físico utilizado para a armazenagem do fichamento e sim nas suas técnicas e regras de elaboração.
· Para diferenciar as regras de um fichamento científico e o utilizado para estudo e pesquisas veremos como elaborar a redação de cada um e como estruturar a apresentação e disposição das informações em um fichamento.
· É importante na prática de fichamentos seguir os conselhos de Medeiros (2000) que diz: "... a prática eficaz do fichamento assusta o estudante que depara pela primeira vez com a metodologia; a prática contínua, no entanto, poderá levá-lo a alterar ponto de vista e julgamento, fazendo-o perceber que o pequeno trabalho inicial reverte-se em ganho de tempo futuro, quando precisar escrever sobre determinado assunto. Não se recomenda, porém o armazenamento de assuntos pelos quais não se tem nenhum interesse." (MEDEIROS, 2000, p. 97)
· Como Elaborar Fichamentos
· Elaboração do Texto - A montagem e elaboração do texto de um fichamento dependerão do seu tipo. Para cada tipo de fichamento é necessário empregar diferentes regras devido a suas características. O fichamento inicia com a escolha do seu tipo que pode ser: de transcrição ou citação, de resumo ou conteúdo e de comentário ou crítico. Após escolher o tipo de fichamento deve-se inserir o assunto geral do fichamento e caso deseje o assunto mais específico também de forma que facilite o aprendizado e a localização posterior do livro ou documento. Identificado o tipo de fichamento e os assuntos da ficha é inserida a referência bibliográfica. As regras para elaboração de referências se encontram na norma NBR/ABNT 6023 (2002). Basicamente os itens que compõem a referência bibliográfica são: 
· 
· Autor
· Título
· Local da edição
· Editora
· Data e número de páginas
· 
· O fichamento de resumos ou conteúdo utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto geral, assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem ser revisadas no módulo Resumo: quando utilizar e como elaborar.
· O fichamento de comentário ou crítico utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto geral, assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem ser revisadas no módulo Resenha: quando utilizar e como elaborar. Terminado o texto do fichamento, caso a finalidade deste seja para estudo ou pesquisa utiliza a idenficação da ficha que pode ser alfabético, numérico ou alfanumérico, conforme facilitar a busca posterior pelas fichas.
· Geralmente os fichamentos acadêmicos não necessitam da identificação de tipo, assunto geral e assunto específico. O tipo de fichamento mais utilizado em sala de aula é o de comentário ou crítico. Para averiguar o modo correto em que estes elementos são dispostos na referencia e possíveis informações adicionais, deve ser consultada a norma NBR/ABNT 6023 (2002).
· Para o fichamento de transcrição ou citação utilizam-se no início e no final do texto as aspas, pois o fichamento de transcrição é a passagem do texto original diretamente para a ficha.
· Segundo Medeiros (2000) de três formas é realizado o fichamento de transcrição que são os seguintes:
· Fichamento de transcrição sem cortes
· Fichamento de transcrição com corte intermediário de algumas palavras (utiliza reticências "..." para indicar a omissão das palavras);
· Fichamento de transcrição com corte de parágrafo intermediário (utiliza um traço contínuo, ou pontilhados para indicar a omissão dos parágrafos)
· Estrutura do Documento
· Modelo de estrutura para fichas de arquivamento pessoal (fichamento para estudos e pesquisas).
· Etapas de Elaboração de Um Fichamento: Revisão
Resenha e Resumo
· Toda resenha deverá conter um resumo da obra e um juízo crítico a respeito dos argumentos do autor. Nesse sentido, a diferença entre resumo e resenha está justamente nesta parte do texto em que se elabora uma crítica. O fichamento de leitura ajuda na construção de análises textuais como os resumos e resenhas. 
· Resenha 
· Segundo apontam Lakatos e Marconi (1996, p. 211), a resenha apresenta um conteúdo crítico sobre determinada obra. Sua importância está em desenvolver a capacidade de proferir juízos críticos sobre a leitura: Resenha (...) é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo e na crítica, formulando, o resenhista, um conceito sobre o valor do livro. (...) a resenha em geral é feita por cientistas que, além do conhecimento sobre o assunto, têm capacidade de juízo crítico. Também pode ser feita por estudantes; neste caso, como um exercício de compreensão e crítica. Para iniciar-se nesse tipo de trabalho, a maneira mais prática seria começar por resenhas de capítulos.
· Etapas Para Elaborar Uma Resenha
· 
· Situar as ideias do autor no contexto geral de seu próprio pensamento;
· Situar o autor em um contexto mais amplo, mostrando o sentido de sua perspectiva e destacando os pontos importantes ou originais de seu pensamento;
· Desvelar os pressupostos  que aparecem e que justificam a posição assumida pelo autor;
· Comparar as ideias do texto com ideias afins;
· Crítica: formular um juízo crítico, uma avaliação, uma tomada de posição.
· 
· O que uma resenha deve conter? 
· 
· Referência da obra;
· Informações sobre o autor; 
· Nome do resenhista e titulação; 
· Perspectiva teórica da obra;
· Breve síntese e principais argumentos do autor;
· Reflexão crítica da obra.
· No caso da técnica de estudo da resenha, elaboramosuma análise interpretativa.
· 
· Resumo 
· Mas, afinal, o que significa resumir?Seria copiar frases do texto?
· Resumo é uma síntese sob forma de redação do fichamento de leitura, buscando compreender o sentido do texto. Uma apresentação sucinta e ordenada das ideias centrais do texto lido, sem a utilização de citação (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2007, p. 105).
· Dentro do campo científico, a técnica de resumo pode ser:
· Parte de Um Trabalho Técnico-científico - Produção seguida de palavras-chaves, que faz parte dos elementos pré-textuais de trabalho técnico científico e que deve estar em língua vernácula e língua estrangeira.
· Um Trabalho Acadêmico - Não tem número definido de palavras, deve apresentar um cabeçalho (nome da IES, curso, período, turma, disciplina, professor, aluno) e constar a referência completa da obra estudada.
· Quando elaboramos um resumo, produzimos uma análise temática do texto lido. É o momento da compreensão do texto, entendendo as ideias do autor. 
· Segundo Severino (2007), ao elaborar um resumo, o leitor deve fazer as seguintes perguntas:
· 
· Qual é o tema?  
· Qual a perspectiva da abordagem? 
· Como o assunto foi problematizado?
· Como o autor responde ao problema? 
· Que posição assume? 
· Que ideia defende? 
· O que quer demonstrar? 
· Como o autor comprova sua tese?
· 
· Na análise temática percebemos o raciocínio do autor e sua argumentação. O resumo de um texto é a síntese do raciocínio do autor e não a mera redução de parágrafos.
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Aula 5 – Planejamento e Tipos de Trabalho Científico
· A primeira fase de qualquer trabalho de pesquisa é a definição do que será estudado. Se o tema da pesquisa não for estabelecido pelo professor, você terá liberdade para fazê-lo. Porém, você deve ter cautela ao escolher o assunto que pretende investigar, porque essa flexibilidade pode te colocar em uma enrascada.
· Pensamos logo em escolher um tema de nosso interesse pelo nosso gosto, não é mesmo? Algo sobre o qual queremos saber mais e achamos atraente. Mas isso pode não ser nada produtivo. Ao escolher um tema, devemos levar em consideração, por exemplo, se há uma bibliografia considerável sobre o assunto, se esta é fácil de ser encontrada, se estamos seguros para desenvolver os argumentos etc. Não podemos escolher algo sobre o qual não conseguiremos falar, não é verdade? Isso, sem dúvida, comprometerá o desenvolvimento do trabalho.
· Antes de iniciar uma pesquisa você deverá seguir os seguintes passos:
1. Escolha do Tema - O que vou pesquisar? A inspiração para o tema pode vir de um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver. A vivência diária, as questões polêmicas, reflexão, leituras, debates, discussões também nos servem como fontes de assuntos.
2. Originalidade - Precisa ser original? Originalidade não é pré-requisito. Você pode pesquisar um tema mesmo que este não seja inédito.
3. Revisão de Literatura - Se o tema não é inédito, quem já pesquisou algo semelhante? É importante saber quem já pesquisou o assunto escolhido e que contribuição deu para o seu desenvolvimento/conclusão. Para isso, procure trabalhos semelhantes ou idênticos e pesquise publicações na área. Depois liste os argumentos e veja quais textos você poderá utilizar para apoiar suas ideias. Essa revisão da literatura o ajudará até mesmo a organizar a estrutura do trabalho.
4. Justificativa - Por que estudar esse tema? Que vantagens e benefícios a pesquisa proporcionará? Qual a importância profissional e cultural da pesquisa? As respostas dessas questões são as razões que o levarão a estudar o tema escolhido.
5. Formulação do Problema: Levantamento das Questões Norteadoras - Que questões estou disposto a responder? Deve-se definir claramente o problema, apresentá-lo no formato de perguntas e delimitá-lo em termos de tempo e espaço.
6. Determinação de Objetivos - O que pretendo alcançar com a pesquisa? É importante formular um único objetivo geral que apresente o propósito da pesquisa. Os objetivos específicos representam a divisão do objetivo geral em outros menores.
Planejar e Pesquisar São O Lema
· Antes de iniciar qualquer trabalho acadêmico, dedique-se ao planejamento, procure traçar o caminho mais eficiente para ficar claro o que se pretende com ele. Esse planejamento o ajudará a encontrar um tema interessante e sem obstáculos que comprometam a sua pesquisa. Assim, você caminhará com mais segurança ao realizar o trabalho, aumentando inclusive as chances de terminá-lo no prazo sem passar apertos, já que tem uma boa ideia de quanto tempo precisará dedicar a cada fase da pesquisa. 
· O planejamento ainda contribui para a escolha de um tema que pode levar seu trabalho a ter uma aplicação prática. Depois de escolhido o tema, deve-se pensar no problema a ser estudado. 
· Sabemos que o mais comum ao ouvirmos a palavra problema é pensarmos em obstáculo, contratempo, situação difícil, conflito, não é? Mas, no nosso caso, o problema é científico e significa assunto controverso, isto é, refletir sobre um assunto que ainda não foi satisfatoriamente respondido, em qualquer campo de conhecimento. Este problema, então, faz de um tema um objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas, em qualquer domínio do conhecimento. 
· A clareza na formulação do problema científico refletirá na formulação dos objetivos e, consequentemente, no sucesso de sua pesquisa. Por que elaborar problemas científicos? Problematizar consiste em formular questões sobre o tema, ou seja, apresentar um questionamento que envolve o tema da pesquisa. É preciso esclarecer, portanto, que não se trata de uma simples pergunta, mas de um enunciado construído pela observação e investigação a partir de leituras aprofundadas sobre o tema escolhido. Essa tarefa envolve habilidades do pesquisador, o domínio do assunto, bem como a bibliografia disponível. 
Dos Problemas às Hipóteses
· Ao seguirmos a ordem das razões, podemos afirmar que a formulação de uma hipótese de pesquisa decorre da problematização. As hipóteses são as possíveis respostas encontradas para o problema formulado. A problematização requer possibilidades de respostas, que compõem alternativas que devem ser consideradas e examinadas.
Tipos de Trabalhos Acadêmicos
· Relatório
· O Relatório é a parte final de uma pesquisa. Seu objetivo consiste em dar ao leitor o resultado completo do estudo, apresentando fatos, dados, procedimentos utilizados, resultados obtidos, chegando a certas conclusões e recomendações (RAMPAZZO, 2005).
· O Relatório está estruturado em:
	Elementos Pré-textuais
	Elementos Textuais
	Elementos Pós-Textuais
	Capa 
Folha de rosto
	Introdução: escolha do assunto, delimitação, justificativa e objetivos;
Revisão da bibliografia: apresentação da pesquisa bibliográfica sobre o assunto;
Metodologia: procedimentos empregados para obtenção dos dados;
Conclusão: análise e interpretação dos dados.
	Lista de referências usadas no texto. As referências devem ser elaboradas conforme as normas da ABNT.
· Comunicação Científica ou Paper
· Segundo  a ABNT (1989), paper é um pequeno artigo científico elaborado sobre determinado tema ou resultados de um projeto de pesquisa. É utilizado nas comunicações em congressos e reuniões científicas, sujeitos à sua aceitação por julgamento.
· A finalidade de um paper é formar um problema, estudá-lo, adequar hipóteses, cotejar dados, prover uma metodologia própria e, finalmente, concluir ou eventualmente recomendar. Por ser bastante técnico, o paper pode conter fórmulas, gráficos, citações e pés de página, anexos, adendos e referências.
· A última coisa que se destaca neste tipo de trabalho é a opinião do autor. Por isso, em um paper, o julgamento de quem o escreveu é velado e tem a aparência imparcial e distante, não deixando transparecer tão claramente as crenças e as preferências do escritor.
· Conforme Carmo-Neto (1996), os dados de um paper são geralmente experimentais, mensuráveis objetivamente.Mesmos os mais intuitivos ou hipotéticos sempre imprimem certo aspecto científico e quase sempre são formados a partir de uma metodologia própria para aquele fim.
· Seminário
· É um procedimento didático que consiste em levar o aluno a pesquisar a respeito de um tema, a fim de apresentá-lo e discuti-lo cientificamente. Poderá funcionar com um só grupo ou dividir-se em subgrupos, dedicando cada um deles ao estudo de aspectos particulares de um mesmo tema ou temas diferentes de uma disciplina. 
· Cada integrante terá uma tarefa individualizada. Neste caso, a exposição poderá ficar a cargo de um representante do grupo ou poderá haver a apresentação de cada integrante individualmente. Para a dinâmica desta atividade em grupo, Eva Maria Lakatos (2004) sugere que o trabalho seja organizado com os seguintes participantes:
· 
· Coordenador - O Coordenador é representado pelo professor. É ele que propõe os temas, indica a bibliografia inicial, estabelece a agenda de trabalho e fixa a duração das apresentações.
· Organizador - O Organizador é representado por um integrante do grupo. Este ficará responsável pelas reuniões, coordenará as etapas da pesquisa e poderá designar tarefas para cada componente do grupo.
· Relator - O Relator será o componente responsável pela exposição dos resultados dos estudos do grupo, porém não é o único a falar em sala de aula.
· Secretário - O Secretário será representado pelo integrante designado pelo professor para anotar as conclusões finais, após os debates.
· Comentadores - Os Comentadores são os escolhidos pelo professor para o aprofundamento crítico do tema. Devem estudar com antecedência o tema a ser apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à exposição, antes da discussão e por ocasião do debate com os demais participantes.
· Debatedores - Os Debatedores são todos os alunos da classe. Participam fazendo perguntas, pedindo esclarecimentos, colocando objeções, reforçando argumentos ou dando alguma contribuição.
· 
· Etapas do Seminário 
· O coordenador propõe o estudo, indicando a bibliografia mínima. Ele também formaliza os grupos e escolhe a figura do comentador e do secretário. O grupo formado escolherá o organizador e decidirá o número de relatores. Após esta etapa inicial, o grupo organizará reuniões sucessivas, sob a orientação do organizador para:
· 
· Determinar o tema central (“o fio condutor”);
· Dividir o tema central em tópicos;
· Analisar o material coletado;
· Sintetizar as ideias dos diferentes autores, divididas sob a forma de introdução (breve exposição do tema central), desenvolvimento (explicação, discussão e demonstração), conclusão (síntese de toda a reflexão) e referências (de acordo com as normas da ABNT).
Anteprojeto de Pesquisa
· Trata-se de um documento temático que apresenta de maneira concisa o conteúdo de um projeto de pesquisa. É um estudo preparatório, esboço ou conjunto dos estudos preliminares, que irá constituir, depois das necessárias alterações, as diretrizes básicas do projeto definitivo.
· Um anteprojeto de pesquisa divide-se em:
	Elementos Pré-textuais
	Elementos Textuais
	Elementos Pós-Textuais
	Folha de rosto
Sumário
	Introdução: enunciar e delimitar o tema; objetivo geral; justificativa do estudo e bibliografia disponível;
Metodologia: elaborar o esquema de trabalho: coleta e tratamento de dados e método de pesquisa adotado;
Embasamento Teórico: é a parte da pesquisa em que o estudante apresenta os autores que serão utilizados na pesquisa e seus principais conceitos;
Cronograma: se refere às etapas da pesquisa e ao lapso de tempo que cada uma exige.
	Lista de referências. As referências devem ser elaboradas conforme as normas da ABNT.
Projeto de Pesquisa
· O projeto de pesquisa apresenta os pontos principais que revelam a definição de um problema, a revisão sucinta da bibliografia e a metodologia. Assim, a primeira parte apresenta a introdução, o objetivo, a justificativa, as questões norteadoras ou hipóteses do estudo. Já a segunda parte contempla a metodologia, indicando o tipo de pesquisa que será desenvolvida e os instrumentos a serem utilizados.
· Um anteprojeto de pesquisa divide-se em:
	Elementos Pré-textuais
	Elementos Textuais
	Elementos Pós-Textuais
	Capa
Folha de rosto
Sumário
Resumo
Lista de abreviaturas
	Introdução: enunciar e delimitar o tema; objetivo geral; justificativa do estudo e bibliografia disponível. Divide-se em: 
Considerações iniciais;
Problematização (questão norteadora); 
Objetivos;
Justificativa.
Embasamento Teórico: é a parte da pesquisa em que o estudante apresenta os autores que serão utilizados na pesquisa e seus principais conceitos;
Metodologia: elaborar o esquema de trabalho ― coleta e tratamento de dados e método de pesquisa adotado;
Cronograma: se refere às etapas da pesquisa e ao lapso de tempo que cada uma exige.
	Lista de referências
Glossário (opcional)
Apêndice (opcional)
Anexos (opcional)
Índice (opcional)
Artigo Científico
· É um pequeno estudo que trata de uma questão científica e destina-se a publicações em revistas ou periódicos. Difere-se da monografia pela sua reduzida dimensão e conteúdo (RAMPAZZO, 2005). O artigo também deve ser estruturado em três partes (NBR 6022): elementos pré-textuais; textuais e pós-textuais. 
· Estrutura de um artigo científico:
	Elementos Pré-textuais
	Elementos Textuais
	Elementos Pós-Textuais
	Título – termo ou expressão que indica o conteúdo do artigo;
Autoria – nome do autor, acompanhado de breve currículo (mesmo que seja para informar a condição de formando);
Resumo - parágrafo que sintetiza os objetivos pretendidos, a metodologia empregada, resultados e conclusões;
Palavras-chave - termos indicativos do conteúdo do artigo.
	O corpo do artigo é estruturado em:
Introdução – expõe o problema investigado, a finalidade do artigo e a metodologia utilizada para alcançar a finalidade;
Desenvolvimento – trata a matéria de forma abrangente e objetiva;
Conclusão – destaca os resultados obtidos.
	Lista de referências usadas no texto. 
As referências devem ser elaboradas conforme as normas da ABNT.
Observação: Em artigos científicos evita-se o uso de notas de rodapé, anexos e apêndices. Devem-se evitar, também, citações diretas longas.
Monografia
· Segundo Geller (2011), monografia, no sentido etimológico, significa “dissertação a respeito de um assunto único”, pois monos (mono) significa “um só” e graphein (grafia) significa “escrever”.  
· A monografia é um trabalho científico que se caracteriza pela especificação, ou seja, a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Portanto, monografia é um trabalho com tratamento escrito de um tema específico que resulte de interpretação científica com a finalidade de apresentar uma contribuição relevante ou original à ciência.
· Tipos de Monografia
· TCC - Significa “Trabalho de Conclusão de Curso”. Trata-se de um documento que representa o resultado de um estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido e elaborado sob a coordenação de um orientador.
· Dissertação - A Dissertação é um tipo de trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação stricto sensu, visando obter o título de mestre. Este tipo de trabalho acadêmico requer defesa pública. Como estudo teórico, de natureza reflexiva, a dissertação requer sistematização, ordenação e interpretação dos dados. (RAMPAZZO, 2005)
· Tese - Tese é o trabalho científico, escrito, original, sobre um tema específico, cuja contribuição amplia os conhecimentos do tema escolhido. Representa, portanto, um avanço na área científica em que se situa. Possui a mesma estrutura da monografia e da dissertação, mas distingue-se no que concerne à profundidade, à originalidade, extensão e objetividade (RAMPAZZO, 2005). Também é um tipo trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação stricto sensu e confere ao seu escritor o título de doutor.
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Aula 6 – Estrutura e Formatação
A Famosa ABNT
· Fundada em 1940, a AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
· No que ela interfere no meu trabalho acadêmico? Algumas normas da ABNT servem de padrão para as instituições de ensino no que diz respeito à apresentação de trabalhos acadêmicos e científicos. Por isso, quando não houver especificação por parte da instituição quanto à normatização de um trabalho científico, adote as normas da ABNT.
· Muitos dos trabalhos acadêmicos são compostos pelos chamados elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais que nos ajudam a organizar o conteúdo. Esses elementos devem apresentar uniformidade gráfica e seguir a seguinte estrutura:
· 
· Obrigatórios
· Capa
· Folha de rosto
· Folha de aprovação
· Resumo na língua vernácula
· Resumo na língua estrangeira
· Sumário
· Opcionais
· Lombada
· Ficha catalográfica
· Errata
· Agradecimento
· Dedicatória
· Epígrafe
· Lista de Ilustrações
· Lista de tabelas
· Lista de abreviaturas e siglas
· Lista de símbolos
Formatação
· 
· Entende-se por formatação a ação de dar forma, de organizar a disposição dos elementos visuais em um arquivo gráfico ou de texto. É a formatação, portanto, que nos ajudará a dar a forma mais apropriada, segundo a ABNT, aos nossos trabalhos acadêmicos e projetos. 
· Ela nos auxiliará a adaptar o conjunto de características visuais próprias do texto ― como o itálico, o sublinhado, o negrito, o tamanho de fonte, o espaço de linhas etc. ― ao padrão estabelecido.
Formatação de Trabalhos Acadêmicos e Científicos
· Observe agora alguns dos itens mais importantes a serem considerados na formatação de um trabalho acadêmico:
· Fonte - Recomenda-se utilizar em  todo o trabalho a fonte Arial ou Times New  Roman, normal, tamanho 12.  A utilização do itálico é feita apenas nas palavras em outro idioma. Nas legendas das tabelas, figuras, ilustrações, citações longas e nos textos das notas de rodapé o tamanho da fonte a ser utilizada é 11.
· Espaço - O espaçamento a ser adotado é o de 1,5 cm nas entrelinhas, com recuo de primeira linha do parágrafo (1,25 cm – corresponde a 1 tab.) e texto justificado. Nas citações com mais de três linhas, nas legendas das tabelas, figuras e ilustrações o espaçamento é simples. Observe ainda o espaço simples nas referências bibliográficas, colocadas em ordem alfabética por sobrenome do autor, alinhadas  à margem esquerda e separadas entre si por dois espaços simples.
· Margem - Segundo as normas da ABNT o papel deve ser branco, com formato A4 (21,0 cm x 29,7cm). As páginas devem apresentar margem esquerda e superior de 3,0 cm, direita e inferior de 2,0 cm.
· Capa - A capa é elemento obrigatório em alguns tipos de trabalho acadêmico, apresenta uma formatação específica e deve conter os elementos essenciais para identificação do autor do trabalho (ABNT, NBR 14724). A ABNT normatiza que seja usada a fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 14, e o espaço entre as linhas deve ser simples. Sua capa deverá conter as seguintes informações na ordem sugerida:
1. Identificação da Instituição de Ensino Superior - IES (caixa alta);
2. Identificação do curso (caixa alta);
3. Tipo de trabalho (caixa alta);
4. Nome do acadêmico (caixa alta);
5. Título do projeto (caixa alta);
6. Cidade, ano (caixa alta).
· Folha de Rosto - A folha de rosto é um complemento da capa e deve apresentar a identificação da disciplina em que o trabalho será apresentado, bem como o curso, a instituição de ensino, o aluno e o professor orientador. Na hipótese de dissertações de mestrado e teses de doutorado, no verso da folha de rosto, deve constar a ficha catalográfica. Quanto a numeração das páginas, vale ressaltar que todas as folhas a partir da folha de rosto devem ser contadas, mas a numeração começa a partir da primeira parte textual (introdução). O número deve estar expresso em algarismo arábico, fonte 11, no canto superior da folha. 
· Sumário - Para muita gente, fazer sumário no Word é um martírio. Ele nunca fica conforme o esperado quando criado manualmente.Quando utilizamos a função automática do Word, ou não saímos do canto ou o resultado foge totalmente aos requisitos normativos, não é mesmo?
· Citações - Entende-se por citação a menção de uma informação extraída de outra fonte. A citação pode ser direta ou indireta
· Referência Bibliográfica - Referência é o “[...] conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual” (ABNT, 2002, p. 2) no todo ou em parte, impressos ou registrados em diversos tipos de suporte.
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Aula 7 – Citação
Qual é o propósito de um texto científico?
· Segundo Azevedo (1997, p. 109), “o propósito de um texto científico é comunicar os resultados e as ideias a que se chegou, após a coleta e análise dos dados”. Porém, é muito comum recorrer às palavras dos próprios autores quando queremos escrever sobre nossas pesquisas. Muitas vezes, recorremos a citações ou porque não conseguimos superar a fala do autor ou porque queremos intencionalmente mostrar ao nosso leitor como ele abordou o assunto. 
· Em um trabalho cuidadoso, você deve ler diferentes autores sobre o assunto a ser pesquisado e, assim, organizar o pensamento, fundamentando as ideias antes de iniciar a redação do trabalho. Nesse aspecto, o fichamento bibliográfico e o de leitura configuram fases imprescindíveis para a elaboração de seu trabalho acadêmico. Somente após uma leitura cuidadosa, você poderá destacar as citações-chave que utilizará, caso seja necessário.
· As citações são trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas e devem ser inseridas em um texto com a finalidade de esclarecer ou complementar as ideias. Em todas as hipóteses, a fonte deve ser mencionada. Segundo ABNT, citação é a “menção a uma informação extraída de outra fonte”. (NBR 10520:2002)
· Elas estão divididas em três tipos:
· Citação Direta 
· As citações diretas são aquelas que copiamos, sem mudar nada, do texto original que consultamos. Como esclarece João Bosco Medeiros (2003, p. 187), é a referência a uma obra colhida de outra fonte “para esclarecer, comentar, ou dar como prova uma autoridade no assunto”.
· É importante observar que este tipo de citação só se justifica quando o pensamento expresso pelo autor consultado é efetivamente significativo, claro e necessário à exposição, pois excessos de citações diretas, tabelas, gráficos, podem acarretar prejuízo à estratégia de comunicação, comprometendo o trabalho.
· As citações devem ser apresentadas conforme a ABNT - NBR 10520.
· As transcrições com até três (03) linhas  permanecem no corpo do parágrafo, entre aspas duplas, e são denominadas citações diretas curtas. As transcrições com mais de três (03) linhas devem ter um recuo de 4 cm da margem esquerda e digitadas com letra menor que a do texto, e em espaçamento simples. São chamadas de citações diretas longas.
· Citação Indireta 
· As citações indiretas apresentam formatação diferente por tratar-se de textos baseados na obra de um autor consultado e não uma cópia de suas palavras. Nesta hipótese, então, não é necessário o emprego das aspas duplas, porque a citação indireta mantém a ideia original do texto lido, mas é reescrita por quem está elaborando o trabalho. A citação indireta é também denominada paráfrase e, segundo a ABNT (NBR 10520:2002), configura uma transcrição livre do texto do autor.
· João Bosco Medeiros (2003) esclarece que a citação indireta pode configurar um resumo, comentário de uma ideia, ou expressar o mesmo conteúdo, mas utilizando outras palavras. E explicar as ideias que encontramos no texto original é muito mais produtivo do que apenas reproduzi-las, não é mesmo? Por isso, parafrasear é muito melhor do que a citação direta.
· Citação da Citação
· Em algumas leituras verificamos que o autor apresenta uma citação direta ou indireta de outro autor, certo? E essa citaçãonão é perfeita apenas para o autor que estamos lendo, ela é perfeita para nós também. Só que, na maioria das vezes, não temos acesso à obra que esta sendo citada por ele. Como resolver isso? Estamos diante de uma citação da citação que exige o uso da expressão apud que significa citado por. 
· Alguns autores denominam a citação da citação como citação dependente, porque o autor escolhido para citação não foi lido diretamente, mas tomado por empréstimo de outro autor. Não abuse deste recurso. Ele é apenas uma solução emergencial. Devemos sempre que possível recorrer à obra original.
· Segundo a ABNT (NBR 10520:2002), quando os dados forem obtidos em palestras, debates, seminários etc., deve-se indicar entre parênteses a expressão “informação verbal” e depois mencionar os dados disponíveis, em nota de rodapé. Além disso, para enfatizar trechos da citação direta, deve-se destacá-los indicando esta alteração em relação ao original com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a referência da citação, ou grifo do autor, caso o destaque tenha sido feito pelo próprio autor da obra.
· Veja dois exemplos:
· 
· “[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer físicos quer morais, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade”. (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso)
· “[...] desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que aparecendo o classicismo como manifestação de passado colonial”. (CÂNDIDO, 1993, p. 12, grifo do autor)
Regras das Notas e Citações Diretas
· Existem algumas regras para compor citações diretas e notas. Veja:
· Acréscimos ou Interpolações - Significa a inserção de expressões que não constam do original ― entre colchetes. Pode ocorrer a necessidade de se acrescentar uma palavra ao texto citado, para torná-lo mais compreensível. Exemplo: “Envolve uma redação simplificada do texto [estudado], substituindo a linguagem do autor por expressões diretas e com sentenças inteligíveis. A ideia continua sendo do autor, porém elaborada pelo próprio estudante, demonstrando sua capacidade de assimilação e entendimento das informações obtidas no decorrer da leitura do assunto em questão”. (FACHIN, 2006, p. 127)
· Supressões - Não devemos citar frases ou parágrafos longos demais. O importante é apresentar o que realmente interessa ao desenvolvimento da argumentação ou à apresentação das ideias.  Para suprimir as partes que não são importantes, devemos substituí-la pelas reticências entre colchetes/parênteses: (...) ou [...]. Exemplos: “A física moderna (...) considera a lei da inércia sua lei mais fundamental.” (KOYRÉ, 1982, p. 182) “[...] A ideia continua sendo do autor, porém elaborada pelo próprio estudante, demonstrando sua capacidade de assimilação e entendimento das informações obtidas no decorrer da leitura do assunto em questão”. (FACHIN, 2006, p. 127)
· Incorreções - Na hipótese do texto citado apresentar um erro, uma expressão politicamente incorreta ou equívoco gramatical, entre outros problemas, chame a atenção, pelo uso, ao lado da palavra, do vocábulo sic (assim, em latim) entre colchetes e em itálico. “Zenão de Cício (334-262 a.C.) fundou a escola estóica [sic] Ele costumava palestrar de sua varanda, chamada stoa, daí o nome estóico [sic]”. (MANNION, 2008, p. 48) A ata registra a seguinte declaração do diretor: “isto é pra mim [sic] fazer!”
Como Indicar a Supressão de Parágrafos?
· E quando não precisamos utilizar todos os parágrafos? Como indicar isso ao nosso leitor? A supressão de um ou mais parágrafos intermediários é indicada por uma linha pontilhada. Veja um exemplo:
· O conhecimento, o modo de compreender a realidade, muda de acordo com a época, à medida que coloca em dúvida o conceito de verdade estabelecido. Quando conhecemos um fato, sempre nos perguntamos se ele corresponde ou não à realidade. Assim, a verdade é uma atividade histórica, e o homem foi dando fundamentos a essa verdade de acordo com sua vivência, conhecimento e crenças.
· Para explicar a realidade ou ainda os fenômenos da natureza, os povos primitivos criavam histórias nas quais utilizam as figuras dos deuses na tentativa de compreender a origem das coisas. (SANTOS MOLINA; DIAS, 2007, p.21)
· Quais são os erros mais comuns?
· 
· Excesso ou escassez de citações diretas. O melhor é reescrever o texto estudado, creditando a passagem ao seu autor;
· Uso de bibliografia inadequada;
· Presença no texto de informações que deveriam estar em notas de rodapé;
· Citações sem discussão;
· Não há necessidade de se citar frases ou parágrafos completos, longos demais.
· Transcreva apenas a unidade de pensamento que realmente interessa. Para tanto, use a supressão; 
· Inserir os títulos das obras citadas no texto sem colocá-las em itálico.
· 
· As citações devem ser indicadas no texto por um sistema numérico ou autor-data. Qualquer que seja o sistema adotado, este deve ser seguido ao longo de todo o trabalho. Conheça um pouco mais sobre eles:
· 
· Sistema Numérico
· No sistema numérico, a fonte da citação utilizada deve aparecer em nota de rodapé. Neste caso, a numeração das fontes deve ser única e consecutiva, em algarismos arábicos;
· Todas as referências devem ser repetidas na lista de referências ao final do trabalho;
· A numeração das notas de rodapé deve restringir-se às referências bibliográficas;
· Uso de asterisco (*): para explicar ou comentar uma ideia;
· Podemos usar: (1), [1], 1 (sobrescrito).
· Quando escolhemos o sistema numérico não devemos usar notas explicativas em rodapé para informações adicionais. Elas são aquelas que aparecem ao pé das páginas em que são mencionadas e servem para abordar pontos que não devem ser incluídos no texto.
· Sistema Autor-data
· Autor-data: consiste em indicar o sobrenome do autor ou instituição responsável, seguido pelo ano da publicação da obra e páginas referenciadas, separados por vírgula e entre parênteses. Vejamos alguns exemplos de citação direta pelo sistema autor-data:
· Afirma Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva (2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos”.
· Conforme alguns autores (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos”.
· Você observou que no sistema de chamada autor-data o nome do autor pode ser incluído na sentença e, neste caso, deve ser escrita conforme a regra para nomes próprios ou entre parêntesis com todas as letras do último sobrenome em maiúsculas. Já comentamos sobre isso nesta aula, inclusive.
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Aula 8 – Referência, Bibliografia e Referências Bibliográficas
· A Referência é dividida em:
· 
· Elementos Essenciais - São aqueles indispensáveis na identificação do documento, tais como: autor(es), título, edição, local, editora e data da publicação.
· Elementos Complementares - São opcionais e podem ser acrescentados para uma melhor identificação do documento, tais como: coleção, série, número do ISBN, número de páginas (como o "06 p." do exemplo), se edição exclusiva para assinantes, se inclui algum brinde etc.
· 
· Os elementos que compõem a referenciação devem ser obtidos na ficha catalográfica do documento, ou seja, retirados do próprio documento e inseridos conforme a sequência sugerida pela ABNT.
Aprendendo a Referenciar
1. Autores
· Na lista de referências, o autor é indicado pelo último sobrenome, escrito em caixa alta, seguido do nome, por extenso ou abreviado. O sobrenome é separado do nome por vírgula. Exemplo:
· 
· GOMES, L. F.
· GARCIA, Othon M.
· SEVERINO, A. J.
· MEDEIROS, João Bosco.
2. Títulos
· Os títulos devem ser escritos na forma em que se apresentam nos documentos, sendo apenas a primeira palavra iniciada com letra maiúscula e destacados com negrito. Já os subtítulos (informações apresentadas após o título para complementá-lo) devem ser precedidospor dois pontos e não recebem qualquer destaque gráfico. Exemplo: RUCH, Gastão. História geral da civilização: da antiguidade ao século XX.
· E quando há tradutor? Deve ser mencionado? Quando há tradutor, atualizador, revisor, ilustrador, entre outros, deve ser mencionado logo após o título. Veja o modelo: SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Tradução. Edição. Local: Editora, data.  
3. 
4. Edição
· Preciso mencionar a edição? Quando houver a indicação da edição, esta deve ser inserida na sua referência, utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edição.
· 4ª edição = 4. ed. / 5ª edição = 5. ed.
· Exemplo: PATACO, Vera Lúcia P.; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Érica dos Santos. Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de apresentação gráfica. 4. ed. [...]
5. Cidade
· A cidade é item obrigatório na referenciação. O nome da cidade deve ser grafado como aparece na obra, e não “traduzido”, nos casos de obras estrangeiras. Em alguns casos, principalmente nas obras de outros países, é preciso especificar também o Estado ou País a que a cidade pertence.
· Outro ponto importante é quando não se sabe a cidade de publicação. Para isso, coloca-se [s. l.], abreviação de “sine loco” que significa “sem local” [de publicação]. Quando a cidade é conhecida mas não aparece na obra, coloca-se o nome da cidade entre colchetes.
6. 
7. Editora
· Como devo mencionar o nome da editora? O nome da editora é indicado conforme aparece na publicação, seguido de vírgula, eliminando-se as palavras que identificam sua natureza comercial ou jurídica como: S/A, Ltda, Editora, Livraria etc.
· Quando houver duas editoras, ambas devem ser indicadas com seus respectivos locais, seguidas de dois pontos e separadas por ponto e vírgula. Se tiver mais que duas editoras, indica-se somente a primeira ou a que estiver em destaque na publicação. Exemplo: Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP, 1997.
· E se não há identificação da editora? Quando a editora não puder ser identificada, utiliza-se a expressão latina sine nonime, que significa “sem nome”, de forma abreviada entre colchetes [s.n.]. Exemplo: FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de1993. Brasília, DF: [s.n.], 1993. 107 p.
· E se a editora for a própria instituição? Quando a editora for a própria instituição ou pessoa responsável pela autoria da obra e já tiver sido mencionada, não é necessário ser indicada. Exemplo: UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de graduação, 1994-1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p.
· A obra não menciona local e editora! Como devo fazer a referência? Na impossibilidade de local e editor da publicação, emprega-se a notação S.l. (ausência de local – letra “S” em maiúscula seguida de ponto e letra “l” em minúscula). Exemplo: GONÇALVES, F. B. A história de Mirabor. [S.l.: s.n.], 1993.
8. Ano de Publicação
· Preciso mencionar o ano da publicação? O ano de publicação do documento deve ser indicado em algarismos arábicos (1,2,3..), mesmo que nele apareça em algarismos romanos. Exemplo: LEITE, C. B. O século do desempenho. São Paulo: LTr, 1994.
· Se não constar data de publicação, o que faço? Você poderá inserir uma data provável entre colchetes de acordo com as regras de referenciação. Exemplo: FLORENZANO, Everton. Dicionário de ideias semelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro, [1993]. 383 p.
9. Volume
· Preciso mencionar o volume? Nas referências com vários volumes, o número de volumes da obra deve ser indicado após a data e o ponto final, com a palavra volume abreviada. Exemplo: RUCH, Gastão. História geral da civilização: da Antiguidade ao século XX. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1940. 4 v.
10. Páginas
· É preciso dizer a página? A quantidade de páginas é usada principalmente para referenciação de capítulos de livros. Mas como se faz para referenciar capítulos de livros? A autoria do capítulo pode ser referenciada de duas formas:
· 
· Autoria do Capítulo - Quando a autoria do capítulo é diferente da autoria do livro: SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título. In:  SOBRENOME, Prenome (autor da obra). Título: subtítulo. Local: Editora, ano. Página inicial e final. Exemplo: ROMANO, Giovani. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
· Autoria da Obra - Quando a autoria do capítulo é igual à autoria da obra: SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título (do capítulo). In: ______.  Título: subtítulo. Local: Editora, ano. Número do capítulo (se houver), página inicial e final. Exemplo: SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In: ______. História do Amapá, 1º grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3. p. 15-24.
E Quando a Fonte foi Publicada em Meio Eletrônico?
· As referências em meios eletrônicos seguem o modelo de referências bibliográficas, acrescentando-se informações relativas à descrição física do meio ou suporte. Para as obras consultadas online são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre <brackets>, precedido da expressão: “Disponível em:” 
· A data de acesso ao documento, precedida da expressão: “Acesso em:” deve conter o dia, o mês abreviado  e o ano (04 abr. 2010.). Exemplo: SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. Cidade: Editora, ano. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês ano.
Outras Formas de Referência
· 
· Dicionários e Enciclopédias - OBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, data. Exemplo: FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
· 
· Artigo de Jornal - SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo do artigo. Título do jornal, local, dia, mês e ano. Título do caderno, seção ou suplemento, página inicial e final. Exemplo: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo, Maio de 2009. Caderno 8, Folha Turismo, p. 20.
· 
· Monografias, Dissertações e Teses - SOBRENOME, prenome. Título: subtítulo. Ano de entrega. Total de folhas. Tipo de trabalho (grau e área) – instituição, Local, Ano de defesa. Exemplo: SILVA, M. L. C. Reimplante dentário. 1990. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) –  Faculdade de Odontologia, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 1990.
· 
· CD-ROM e DVD - CD-ROM e DVD. Exemplo: PIZZOTT, R. Enciclopédia básica da mídia eletrônica. São Paulo: SENAC, 2003. 1 DVD.
· Entrevista - ENTREVISTADO. Título. Local: data. Nota da Entrevista. Exemplo: CRUZ, Joaquim.  A Estratégia para Vencer. São Paulo, 14 set. 1988. Entrevista concedida a J. A. Dias Lopes.
· 
· Site Institucional - INSTITUIÇÃO.Título. Disponível em < endereço eletrônico>. Acesso em: data. Exemplo: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: http://www.abnt.org.br. Acesso em: 30 mar. 2010.
· Artigo de Revista - SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo do artigo. Título do periódico, local, volume, fascículo, página inicial e final, mês e ano. Exemplo: SEKEFF, Gisela. O emprego dos sonhos. Domingo, Rio de Janeiro, ano 26, n. 1344, p. 30-36, 3 fev. 2002.
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Aula 9 – A Construção do Conhecimento na Universidade
· Significado da palavra Universidade - Essa palavra provém do latim universitate e significa universalidade, totalidade, conjunto, corpo, companhia, corporação e comunidade. Porém, seu significado se expandiu e também serve para indicar o lugar de construção do conhecimento e da cultura. Configurando, assim, uma instituição que tem a tarefa de promover a reflexão crítica da sociedade. Formadora de recursos humanos para ciência e tecnologia.
· Como surgiram as Universidades? - O surgimento da Universidade marcou um momento de transição na história da humanidade. Com o começo da vida urbana, do pensamento racional e da busca de novos paradigmas foi necessário criar espaços destinados à reflexão. Levando esse fato em consideração podemos afirmar que a Universidade encontra suas raízesna Europa medieval, por volta do século XII e XIII, tornando-se o lugar de debates e polêmicas, sofrendo intervenções reais e eclesiásticas. Apesar de uma única história, cada parte do mundo, desenvolveu um modelo específico. Vamos conhecer agora um pouco do surgimento das Universidades e alguns destes modelos.
· Monopólio da Igreja - Na Idade Média, o acesso ao conhecimento científico e o mundo letrado ficaram restritos aos mosteiros e igrejas da cristandade daquela época. Vários membros tiveram a importante missão de preservar e reproduzir diversas das obras que integravam o saber produzido durante a Antiguidade Clássica. Contudo, esse monopólio intelectual fixado pela Igreja viria a sofrer profundas transformações. Essas mudanças surgiram da necessidade  dos agentes sociais, que reivindicaram o conhecimento. Paralelamente, a burguesia também fazia semelhante reivindicação. Foi nesse novo contexto que algumas escolas leigas, geralmente financiadas pelo interesse burguês, surgiam com a intenção de colocar o saberes para fora dos portões da Igreja. Em pouco tempo, apareceram  eficazes centros de ensino dando origem às primeiras universidades.
· 
· Estados Unidos - Os Estados  Unidos constituíram um sistema universitário competitivo, seletivo e completamente voltado para o mercado de trabalho. Trata-se um sistema privado, porém sem fins lucrativos, pois toda a arrecadação é destinada aos centros de pesquisa. A universidade Americana tem inserido no seu modelo o Junior College que são centros universitários  para a formação massiva de profissionais.
· Brasil - O Brasil trabalha com um sistema universitário mais autônomo, desde o fim da Ditadura Militar. Aqui se tem um sistema normatizado e politizado, com uma gestão de múltiplos conselhos. Existem modelos de Universidades Públicas e Privadas e ambos respondem ao governo, mas as regras internas, inclusive a dos currículos, são particulares.
· 
· Europa - A partir do final do século XII, começaram a surgir em diversas cidades europeias as primeiras Universidades que eram controladas diretamente pela Igreja Católica, destacando-se a de Paris, Oxford, Salamanca e Boloña. Essas primeiras universidades eram frequentadas somente por pessoas que possuíam condições econômicas, além, é claro, da forte influência católica que essas pessoas tinham. Outra caraterística dessas Universidades era a falta de autonomia em relação à publicação de ideias que poderiam não agradar aos membros do clero, que fiscalizavam a produção intelectual. Foi somente a partir do período conhecido por Renascimento, em meados do século XV e XVI, que os intelectuais conquistaram mais autonomia para criar alternativas a esse padrão de educação controlado pela Igreja.
· Japão - A universidade Japonesa é oriunda do modelo capitalista de Meiji que contribuiu para o fim do Xogunato. Cada grupo específico da população teria a sua universidade, embora não houvesse fortes diferenças sociais entre esses grupos. Quem controla a parte de pesquisa dessas universidades atualmente é o próprio governo do Japão.
Mas que função especial a Universidade desempenha na vida das pessoas?
· Sua função primordial é educar pessoas para trabalhar com o saber, fornecendo as condições para que estas pessoas sejam capazes de utilizar o conhecimento em um mundo complexo que não raras vezes é pensado de maneira simplificada ou ingênua. É nesse aspecto que podemos afirmar que o debate entre estudantes e as pesquisas realizadas e apresentadas em espaços acadêmicos fortalecem a sua razão de ser.
O que podemos entender por uma construção crítica do conhecimento?
· Trata-se de um ensino cuja preocupação deve focalizar o pensamento crítico do estudante. Isso implica o compromisso com o pensamento autônomo e deve estimular uma conduta proativa e criativa. O que significa dizer que o estudante precisa estar consciente do que acontece em sua sociedade e no mundo e deve entender o processo de construção, expressão e articulação do conhecimento, pois aprender é recriar. Assista ao vídeo do escritor, palestrante, professor e consultor de comunicação estratégica e marketing, Mário Persona, para saber mais sobre o assunto.
· A produção científica estimulada nas universidades tem como objetivo o exercício da nossa capacidade de pensar e discernir, direcionados para análises de ambientes, dados e situações diversas. O que exige procedimentos intelectuais e técnicos (Gil, 1991).
· Mas o que podemos entender por produção científica?
· Podemos entender como o conjunto de atividades acadêmicas desenvolvidas por docentes e discentes nas instituições de ensino superior. Tais atividades são divulgadas através de publicações especializadas e/ou fóruns para debate público que apresentam à sociedade o resultado de pesquisas que apontam informações, alternativas, caminhos para solução de problemas em diversas áreas de saber.
Agências de Fomento
· As agências de fomento  CAPES e CNPq, bem como as fundações  de amparo à pesquisa, assumem função importante nesse processo de incentivo à produção científica.  A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por exemplo, foi criada em 1951, pelo Decreto nº 29.741, com o objetivo de “assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país”. 
A Plataforma Lattes
· A Plataforma Lattes  é um sistema de informação curricular desenvolvido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que integra dados de currículos e instituições com o objetivo de avaliar a competência de candidatos à obtenção de bolsas e auxílios, selecionar consultores e membros de comitês e de grupos assessores e subsidiar a avaliação da pesquisa e da pós-graduação brasileira. Esse sistema é utilizado por várias instituições de ensino superior e também pela comunidade científica brasileira, a qual envolve pesquisadores, estudantes, gestores e profissionais. A plataforma registra as atividades acadêmicas realizadas pelos pesquisadores sendo, hoje, elemento essencial à análise de mérito e competência por ocasião em que apresentam projetos de pesquisa às Agências de Fomento. Para isso, os bolsistas de pesquisa, em diferentes níveis — Mestrado, Doutorado e Iniciação Científica —, os orientadores e outros membros da comunidade devem estar cadastrados na Plataforma Lattes.
· Assim, oferecem bolsas de estudos para iniciação científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. Além de auxílios à pesquisa, à participação em reuniões científicas, à editoração, entre outros.
· Qual é o principal objetivo das agências de fomento, como CAPES e CNPq?
· As agências de fomento, bem como as fundações de amparo a pesquisa, têm como principal objetivo incentivar a produção científica. Podemos dizer que falar de pesquisa é, na verdade, refletir sobre o papel da Universidade e seu compromisso com a sociedade, com o conhecimento e desenvolvimento da cultura, porque as ações realizadas no interior das instituições de ensino podem gerar mudanças sociais significativas. Esse incentivo muitas vezes vem através da concessão de financiamento de capital fixo e de giro associado a projetos.
Aula 10 – Projeto Político Pedagógico
· O que significa a palavra Projeto? Projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projecere, que significa lançar para diante ou, conforme coloca Moacir Gadotti (2001), lançar-se para frente, denotando o sentido de movimento ou mudança. O termo, então, assume o sentido de plano ou descrição escrita e detalhada de um empreendimento. Já Vasconcellos (1995, p. 143) diz que “Projeto [...] é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano [...], só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica  e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição.”. Mas o que Vasconcellos quer dizer com Instrumento teórico-metodológico

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