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Feminismo na Arqueologia

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Simpósio Temático – Teorias feministas e gênero na arqueologia brasileira- porque não?
Coordenadora: Loredana Marise Ricardo Ribeiro
A saia justa da arqueologia brasileira: mulheres e feminismos em apuro bibliográfico.
Autores: Loredana Marise Ricardo Ribeiro (DAA-ICH/UFPel), Bruno Sanches Ranzani da Silva (MAE/USP), Lara de Paula Passos (UFMG), Sala Kelly Silva Schimidt (UFMG).
O referente trabalho foi baseado em uma pesquisa quantitativa relativa a trabalhos, apresentados no campo da arqueologia, realizados por homens e por mulheres. Através da quantidade de trabalhos publicados por ambos os sexos a palestrante propõe que existe uma disputa entre o sexo, este se tratando do sexo biológico, e o gênero, este sendo, de acordo com a autora, determinados pelo meio político.
Essa questão levantada pelos autores de tal trabalho reflete um campo de pesquisas já frequente em outras áreas, mas só agora está começando a ser pensada dentro do campo de pesquisas arqueológico. Nos é mostrado, através de gráficos, o predomínio quantitativo de mulheres em publicações dentro da arqueologia.
Com isso deve-se notar que, apesar da presença predominantemente feminina, existe uma redução de temas relacionados ao feminismo nas publicações arqueológicas no Brasil.
Apesar dessa grande quantidade de mulheres publicando só existe 25% de mulheres presentes em bibliografias. Se existe uma maior quantidade de trabalhos desenvolvidos por mulheres era de se esperar que as mulheres citadas em bibliografias fossem, pelo menos, de número equivalente aos homens. Isso nos mostra que os trabalhos que se tornam grandes referências dentro da arqueologia são predominantemente escritos por homens, mas, por quê? As pesquisas desenvolvidas por mulheres não são tão boas quantos as desenvolvidas por homens? É uma falta de capacidade das mulheres? Ou isso advém de uma sociedade machista em que vê sempre aquilo que o homem faz sendo superior, mesmo que isso fique somente no nosso subconsciente? Em todos os campos de pesquisa os trabalhos feitos por homens são mais reconhecidos que os feitos por mulheres.
Quando pensamos em ciência, no geral, quais são os nomes que nos vem direto a mente? Isaac Newton, Albert Einstein, Galileo Galilei, Nicolau Copernico, entre tantos outros HOMENS. Mas, afinal, não existem mulheres produzindo ciência? Sim, existem. Então porque elas não são citadas? Os trabalhos não são relevantes? 
Deixo aqui uma lista de mulheres importantes para a ciência e que muitas vezes nem tem seu nome citado e muito menos reconhecido, essa lista foi retirada da Revista Galileu:
· Hildegard de Bingen (1098-1179) 
Durante a idade média, mulheres se instruíram em conventos e foi como abadessa que Hildegard de Bingen (ou santa Hildegard, para a igreja anglicana) escreveu livros sobre botânica e medicina. Suas habilidades de médica eram conhecidas e frequentemente confundidas com milagres. Seus feitos se tornaram tão famosos que um asteroide foi batizado em sua homenagem: o 898 Hildegard. 
· Maria Gaetana Agnesi (1718-1799) 
A matemática espanhola descobriu uma solução para equações que, até hoje, é usada. É ela a autora do primeiro livro de álgebra escrito por uma mulher. Também foi a primeira a ser convidada para ser professora de matemática em uma universidade. 
· Ada Lovelace (1815 -1852) 
Ada é creditada como a primeira programadora do mundo por sua pesquisa em motores analíticos – a ferramenta que baseou a invenção dos primeiros computadores. Suas observações sobre os motores são os primeiros algoritmos conhecidos. 
· Marie Curie (1867 – 1934) 
Esta lista não estaria completa sem a “mãe da Física Moderna”. Curie é famosa por sua pesquisa pioneira sobre a radioatividade, pela descoberta dos elementos polônio e rádio e por conseguir isolar isótopos destes elementos. Foi a primeira mulher a ganhar um Nobel e a primeira pessoa a ser laureada duas vezes com o prêmio: a primeira vez em Química, em 1903, e a segunda em Física, em 1911. 
· Florence Sabin (1871-1953) 
Florence é conhecida como “a primeira-dama da ciência americana” – ela estudou os sistemas linfático e imunológico do corpo humano. Tornou-se a primeira mulher a ganhar uma cadeira na Academia Nacional de Ciência dos EUA e, além disso, militava pelo direito de igualdade das mulheres. 
· Virginia Apgar (1909 -1974) 
É ela a criadora da Escala de Apgar, exame que avalia recém-nascidos em seus primeiros momentos de vida, e que, desde então, diminuiu as taxas de mortalidade infantil. Especialista em anestesia, ela também descobriu que algumas substâncias usadas como anestésicas durante o parto acabavam prejudicando o bebê. 
· Nise Silveira (1905- 1999) 
Psiquiatra renomada, a brasileira foi aluna de Carl Jung. Lutou contra métodos de tratamento comuns na sua época, como terapias agressivas de choque, confinamento e lobotomia. Durante a Intentona Comunista, em 1936, foi presa por possuir livros marxistas e acabou conhecendo o escritor Graciliano Ramos, que a transformou em uma personagem de seu livro “Memórias do Cárcere”. 
· Gertrude Bell Elion (1918 -1999) 
A americana criou medicações para suavizar sintomas de doenças como Aids, leucemia e herpes, usando métodos inovadores de pesquisa – seus remédios matavam ou inibiam a produção de patógenos, sem causar danos às células contaminadas. Ganhou o prêmio Nobel de medicina em 1988. 
· Johanna Dobereiner (1924-2000) 
A agrônoma realizou pesquisas fundamentais para que o Brasil se tornasse um grande produtor de soja, além de ter desenvolvido o Proálcool. Estima-se que suas pesquisas fazem com que o nosso país economize 1,5bilhões de dólares todos os anos, que seriam gastos em fertilizantes. Seu estudo sobre fixação de oxigênio permitiu que mais pessoas tivessem acesso a alimentos baratos e lhe rendeu uma indicação para o Nobel de Química em 1997.
Essas são somente alguns exemplos de como acabamos não dando crédito ao trabalho feminino, tanto quanto ao trabalho masculino. Isso é devido a construção da sociedade como um todo e, como já mostrado, não é uma barreira enfrentada apenas na arqueologia.
O que devemos fazer é olhar o mundo de forma diferente, tentar desconstruir essa imagem com estereótipo voltada para as mulheres na ciência. Ao fazer isso podemos aproveitar uma maior gama de trabalhos e enriquecer ainda mais nosso campo de pesquisas. A arqueologia tem ainda muito a aprender, assim como a ciência, a cultura e a sociedade em geral.

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