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Projeto de Ensino

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA 
PEDAGOGIA
PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA
Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade
Teófilo Otoni - MG
2021
PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte Do Paraná, como requisito parcial à conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia.
Docente supervisor: Profa. Cilene Maria Cortez 
Teófilo Otoni - MG
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1	TEMA	4
2	JUSTIFICATIVA	5
3	PARTICIPANTES	6
4	OBJETIVOS	7
5	PROBLEMATIZAÇÃO	8
6	REFERENCIAL TEÓRICO	9
6.1 BREVE HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL	9
6.2 A IMPORTÂNCIA DA MODALIDADE DE ENSINO EJA	12
6.3 MOTIVOS DA DESISTÊNCIA E DO RETORNO AOS ESTUDOS - EJA	13
6.4 A FUNÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA NA EJA	15
7	METODOLOGIA	16
8	CRONOGRAMA	17
9	RECURSOS	18
10	AVALIAÇÃO	19
CONSIDERAÇÕES FINAIS	20
REFERÊNCIAS	21
INTRODUÇÃO
Nota-se nos dias atuais um intenso movimento de jovens e adultos voltando à sala de aula. Quem não teve oportunidade de estudar na idade apropriada ou por algum motivo abandonou a escola antes de terminar a Educação Básica, e assim procuram instituições de ensino para completar seus estudos. 
Aqueles que não sabem ler e escrever pretendem ser alfabetizados, os que já têm essas habilidades desejam adquirir outros saberes para que tenham chances no concorrido mercado de trabalho e se sintam cidadãos responsáveis pelo futuro. 
Os alunos da educação EJA (Educação de Jovens e Adultos) tem um perfil específico, diferente dos alunos do ensino regular, pois se trata de jovens e adultos que estão retornando à escola ou indo para ela pela primeira vez, fora da idade prevista, apresentando dificuldades como baixa estima, dificuldades de coordenação motora; cansaço pela jornada de trabalho, preconceito acentuado, entre outros.
Nesse sentido, o projeto de ensino propõe analisar como a Educação EJA poderá contribuir através da leitura no contexto social desses alunos, buscando a inclusão dos mesmos conforme os parâmetros de exigências da sociedade abordando os motivos pelos quais ocorrem a desistência desse segmento e por que eles retornam depois de algum tempo para a escola, proporcionando a estes, uma outra visão de mundo e suas contribuições para a sociedade. 
Considerando os diferentes teóricos analisados, esta pesquisa terá como base os aspectos mais significativos das teorias abordadas levando-se em conta a importância que o tema tem como parte integrante de todo contexto escolar e social em tempos de globalização, além de que, quando bem discutido e refletido, possibilitará uma infinidade de benefícios aos alunos do referido segmento, em decorrência do “olhar clínico” necessário para promover o bem-estar e a realização pessoal e social dos alunos. 
Para melhor entendimento da pesquisa ora realizada, esta foi estruturada em partes, sendo que o primeiro momento aborda um breve histórico da Educação EJA no Brasil, depois sobre a educação e o processo de inclusão na EJA, logo após sua importância e a formação dos professores da EJA, por fim será retratado o projeto “Mala Viajante” como uma ferramenta de aprendizagem aos discentes.
7
TEMA 
O projeto de ensino implementado expõe com fidelidade a leitura e a escrita na vida pedagógica do aluno da EJA (Educação de Jovens e Adultos), projeto este que tem como objetivo o desafio de promover situações de ensino e aprendizagem que promovam o desenvolvimento das competências relacionadas à leitura e à produção textual.
Fundamenta-se a importância do tema na LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,1996) nº 9.394/96 em seu artigo 3º, inciso I, estabelece igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola e o seu no art. 4º, inciso VII, determina a oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola.
Bem como, a Constituição Federal de 1988, no seu art. 205, diz que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
JUSTIFICATIVA
O intuito maior da escola que oferta a EJA é formar leitores competentes, com desenvoltura na oralidade, o que os impulsionará a construir seu conhecimento. Por tanto, a necessidade de uma prática constante de leitura de diferentes textos. A leitura fornece ao aluno EJA a matéria-prima para a escrita, realizando um trabalho ativo de construção do significado do texto para a formação de leitores competentes, que possam compreender o que lê.
O domínio da linguagem oral e escrita é fundamental para uma efetiva participação social, levando o homem a se comunicar, acessar informações, expressar e defender pontos de vista. A leitura desenvolve habilidades e competências educacionais e sociais, fornecendo ao leitor uma maior capacidade compreensiva, que deixa a mera decodificação textual para alcançar uma leitura interpretativa e reflexiva, necessária à compreensão do mundo e da realidade que o indivíduo está inserido.
Assim, a elaboração de um projeto de leitura e escrita pode ser decisiva para a formação do aluno leitor, e é dentro desse ponto de vista que o projeto foi pensado, impulsionando os alunos a trocar experiências e ampliar o desejo pela leitura.
PARTICIPANTES
O público-alvo deste projeto é primordialmente a etapa de Educação de Jovens e Adultos, como o nome já exemplifica, os discentes são adultos. Tal como, os professores, equipe pedagógica e administrativa da instituição educacional, a qual é contemplada com a ajuda da comunidade escolar, contudo, todos supracitados são participantes e peças fundamentais neste quebra-cabeça que é a educação.
OBJETIVOS
· Incentivar o aluno a prática da leitura, tornando uma atividade prazerosa e rotineira, tanto na escola como no ambiente familiar, a fim de ampliar as relações de ensino aprendizagem;
· Desenvolver junto aos alunos EJA as competências pertinentes ao trabalho com a leitura, oralidade e escrita;
· Criar momentos de interação entre os familiares e escola através do reconto dramatizado do livro lido; 
· Trabalhar atividades orais ou escritas no intuito de enfocar as competências pertinentes ao trabalho com a leitura, oralidade e escrita; 
· Desenvolver momentos prazerosos de leitura;
· Identificar a arte como forte instrumento no processo ensino aprendizagem;
· Explorar a interpretação e a dramatização dos livros lidos.
· Desenvolver capacidades de leitura, reflexão e escritas a partir de situações cotidianas
PROBLEMATIZAÇÃO
	
O trabalho apresentado é uma amostra fiel de que para exercer o magistério é preciso, além de amar o que faz, ser um artista na arte do fazer. O professor precisa ser carregado e responsável por diversas habilidades que possam contribuir na formação pessoal, profissional, psicológica e cognitiva do aluno da EJA.
Os alunos da educação EJA chegam às salas de aula com vários desafios a serem superados, necessitando de uma atenção especial e de metodologias que tornem a aprendizagem prazerosa e significativa, evitando-se assim, a evasão como parte do processo excludente. 
Embora a Constituição Federal (1988), determine a educação como direito de todos, há um segmento da população, que por um motivo ou outro, não consegue a garantia desse direito.
A desistência da vida escolar do jovem ou adulto tem como causa, diversos impedimentos, como a pobreza, família desestruturada,a realidade de ter que trabalhar ainda na infância e adolescência e muitas vezes a má qualidade do ensino. O retorno escolar na vida da maioria desses alunos é impulsionado pelas necessidades e exigências da sociedade. 
REFERENCIAL TEÓRICO
6.1 BREVE HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL
É necessário verdadeiramente que o processo ensino aprendizagem aconteça com a participação efetiva de toda comunidade escolar. Despertar essa comunidade para a compreensão de que a formação educacional dos alunos não está intrinsecamente ligada ao professor, mas àqueles que vivem e convivem no âmbito escolar e social.
Considerando o contexto educacional mais amplo, bem como as singularidades de uma escola, a reflexão e discussão sobre as formas de garantir aos alunos da EJA o acesso a práticas de leitura e de escrita tornam-se importantes questões de pesquisa. Compreender como os professores concebem o processo de alfabetização, como se apropriam de novas propostas de ensino ou que saberes mobilizam ao ensinar parece-nos questões essenciais. 
Precisa-se de pesquisas que entrem nas salas de aula para analisar o fazer pedagógico nas suas diferentes dimensões, assim como o trabalho docente que não acontece de maneira isolada como querem alguns, mas de forma coletiva, ao lidar com todas as características, os problemas e a cultura instalada na escola onde o professor atua. Assim, a responsabilização tem a ver com os resultados da escola, mas também com as políticas educacionais que deem suporte aos resultados; é uma estrada de mão dupla.
Antes de dar início à pesquisa do tema do trabalho proposto faz-se necessário retomar um breve histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. A EJA é a sigla dada ao termo chamado Educação de Jovens e Adultos, ela vem de um percurso muito longo, como seu nome já expressa esse tipo de ensino educacional é indicado para jovens e adultos. 
Segundo a Equipe Clorophila do site da Universidade Federal da Bahia (2015) desde a década de 30, mudanças políticas e econômicas foram surgindo e através dessas transformações, houve então, uma estabilização no sistema público de educação elementar no país. 
 Enfim, a constituição Federal (1934), criou o Plano Nacional Educação que inclui pela primeira vez a educação de adultos como um dever do governo, estabelecendo normas, apresentando e oferecendo o ensino do primeiro grau integralizado, e gratuito com frequência obrigatória para os mesmos. Destacar que a história da EJA no Brasil está acionada ao célebre autor Paulo Freire que desenvolveu um sistema educacional nos anos 60.
Com o passar do tempo, após à essa década citada acima, foram criados e regulamentados o Fundo Nacional do Ensino Primário (FNEP), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), e então nasce as primeiras obras dedicadas ao ensino supletivo, junto com o lançamento da campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), e outros; contudo essas iniciativas se firmaram no país. As organizações como a UNESCO e movimentos internacionais influenciaram de forma favorável nas criações dos programas nacionais de educação de adultos analfabetos (UFBA, 2015).
De acordo com a Universidade Federal da Bahia (UFBA, 2015) em 1946, adveio um movimento no Estado Nacional Desenvolvimentista, e através desse acontecimento houve uma locomoção do projeto político do Brasil, transformando-se do modelo agrícola e rural para um modelo industrial e urbano, que gerou uma grande necessidade de mão de obra alfabetizada e qualificada. 
No ano de 1947 o MEC - Ministério da Educação (Brasil, 1950) promoveu a campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), nela contêm duas vertentes: Os planos de ação extensiva (alfabetização de grande parte da população) e os planos de ação em profundidade (capacitação profissional e atuação junto à comunidade). Não tinham como foco apenas alfabetizar, mas introduzir o trabalho educativo para que os alunos compreendessem e praticassem o que se aprendeu, e a campanha CEAA atuou no meio rural e urbano, concedido de diversos objetivos em comum.
Conforme a UFBA (2015) cerca de 1952 foi também criada a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), a princípio relacionada com a campanha de Educação de Adolescentes e Adultos – CEAA, a CNER se fortaleceu no período de 1952 a 1956, pelo fato de ser a promotora do processo de desenvolvimento das comunidades rurais do Brasil.
Durante esse tempo foi realizada a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA), que marcou a situação desta nova etapa nas discussões da educação de adultos, mas os seus organizadores compreendiam que a simples ação alfabetizadora não era o suficiente, devendo dar apenas prioridade à educação de crianças e jovens, aos quais, no entender dos mesmos, a educação poderia transformar a vida. 
O segundo Congresso Nacional de Educação de Adultos veio com o propósito de avaliar as ações realizadas e visando soluções plausíveis para a questão, mas ocorreram críticas à precariedade dos prédios escolares, à inadequação dos materiais didáticos e à qualificação do educador.
Infelizmente, em 1963 a campanha acima descrita fora extinta, junto com as outras campanhas até então existentes. O Estado associado à Igreja Católica nos anos 60, deram uma alavancada positiva para as campanhas de alfabetização de adultos. 
Entretanto com o golpe militar, todos esses movimentos de alfabetização para os adultos que se ligavam à ideia de força de uma cultura popular foram reprimidos; contudo isso o Movimento de Educação de Bases (MEB) sobreviveu pelo apoio do MEC e a igreja católica, uma satisfatória parte do sistema encerrou suas atividades em 1966 devido as pressões e à escassez de recursos financeiros (UFBA, 2015).
Inicia-se as ações do Movimento Brasileiro de Alfabetização o MOBRAL, um projeto para eliminar o analfabetismo em dez anos. Depois desse período informado acima, o censo divulgado pelo IBGE registrou 25,5% de pessoas analfabetos em uma população de 15 anos ou mais, esse programa passou por alterações em seu resultado final, estendendo à área de atuação para campos como a educação comunitária e educação de crianças.
Ainda de acordo com a UFBA (2015) a partir de 1971, foi implantado o ensino supletivo, uma grande evolução durante todo esse projeto de longa caminhada, foram criados Centro de Estudos Supletivos em todo o Brasil, com o objetivo de ser a educação do futuro, modernizando a sociedade e escolarizando grande parte das pessoas, pois havia grande necessidade de alfabetizados no mercado de trabalho.
Com o fim dos governos militares e à volta do processo de democratização, juntamente com a campanha nacional a favor das eleições diretas, os brasileiros viveram transformações sócio-políticas na década de 80. O MOBRAL foi extinto em 1985, substituído pela Fundação EDUCAR, através da redemocratização a ampliação das atividades da EJA foi possível. 
Então aconteceu algo esplêndido, a EJA obteve grandes avanços positivos com a Constituição Federal de 1988, o ensino fundamental obrigatório e gratuito passou a ser direito constitucional também para aqueles que não tiveram acesso na idade apropriada. 
A respeito do MOBRAL; Bello (1993) cita que:
O projeto MOBRAL permite compreender bem esta fase ditatorial por que passou o país. A proposta de educação era toda baseada aos interesses políticos vigentes na época. Por ter de repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e justificar os atos da ditadura, esta instituição estendeu seus braços a uma boa parte das populações carentes, através de seus diversos Programas.
O problema é que a partir dos anos 90, a EJA começou a desandar lentamente, em 1990 aproximadamente nos meses de março e abril com o Collor no Governo Federal, a Fundação EDUCAR foi extinta e os funcionários da mesma, colocados em disponibilidade, portanto com tantas outras questões para resolver, as responsabilidades das atividades da EJA foram transferidas para os Estados e Municípios. 
Finalizando o histórico da EJA, repleto de fases, em janeiro de 2003 foi criada a Secretaria Extraordináriade Erradicação do Analfabetismo, que tinha como objetivo erradicar o analfabetismo, durante o mandato de Lula, e esse programa foi priorizado. 
Para ser de fato cumprida a meta, foi lançado o Programa Brasil Alfabetizado, com o apoio do MEC, que contribui com os órgãos públicos estaduais, municipais, instituições de ensino superior e organizações sem fins lucrativos que desenvolveram ações de alfabetização (UFBA, 2015).
6.2 A IMPORTÂNCIA DA MODALIDADE DE ENSINO EJA
A atuação da EJA para a população traz expectativas de transformações em todos os aspectos sociais. Há uma expectativa política muito forte de reduzir as estatísticas de analfabetismo, por causa de uma pretensão social do Brasil, de ser uma potência mundial, mas com o problema de ter um número muito grande de pessoas que não sabe ler e escrever fica difícil de alcançar os resultados esperados, mas com a EJA no patamar se têm uma garantia de um grande auxílio para mudar a situação educacional do país
A educação de jovens e adultos é um debate que se concentra na situação de miséria social, das precárias condições de vida da maioria da população e nos resultados do sistema público regular de ensino, não existindo uma discussão consistente sobre qual educação é necessária a esse segmento excluído do sistema escolar. [...] Então, qualquer educação oferecida a eles já é considerada um dado significativo, usando-se a lógica que, aos pobres, qualquer "educação" basta, principalmente dirigindo-se a adultos que pouca possibilidade de aprendizado apresenta (FREIRE,1996). A principal tarefa da EJA é fazer valer o previsto no artigo 208, inciso I da Constituição Federal de 1988, que garante o acesso e a permanência ao ensino fundamental a todos.
Na sociedade para que o cidadão participe ativamente no contexto social ele necessitará de acessos a informações e saber julgar criticamente o que acontece ao seu redor e para que tudo isso ocorra o mesmo terá que está alfabetizado e sempre estudando, de passo a passo, sem atropelar algumas partes do estágio de aprender. Para que os estudantes da EJA sigam esse método, precisará de bons educadores e incentivos. O corpo social tende a recuperar educacionalmente e consequentemente economicamente com esses futuros formandos da EJA.
Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. (BRASIL, Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, p. 16).
6.3 MOTIVOS DA DESISTÊNCIA E DO RETORNO AOS ESTUDOS - EJA
Uma das causas dessa desistência é a instabilidade. "A instabilidade na vida deles não permite que tenham a Educação como prioridade, o que os leva a abandonar a escola diversas vezes. Quando voltam, anos depois, só resta a EJA", diz Maria Clara Di Pierro, docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). 
De acordo com Fernandes (2011), há uma grande vulnerabilidade da parte dos estudantes que enfrentam problemas como a pobreza extrema, o uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. Trabalhar cedo, como já citado acima, é também um dos motivos de desistência das crianças e adolescentes, por causa da necessidade de compor a renda familiar faz com que muitos alunos deixem o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo. 
O estudo de Jovens de 15 a 17 Anos no Ensino Fundamental, publicado este ano na série Cadernos de Reflexões, do MEC (Ministério da Educação), revela que 29% desse público que está matriculado do 1º ao 9º ano já exerce alguma atividade remunerada, sendo que 71% ganham menos de um salário mínimo. A dificuldade de conciliar os estudos com o trabalho faz com que mudar para as turmas da EJA, sobretudo no período noturno, seja a única opção.
Segundo Fernandes (2011), a gravidez precoce é mais um fato dominante para a desistência escolar, pois a chegada do primeiro filho ainda na adolescência afasta muitos alunos da sala de aula, principalmente as meninas, que param de estudar para cuidar dos bebês e, quando conseguem, retornam à escola muito tempo depois, para a EJA. Porém, não estudam com colegas bem mais novos e concluem o curso em um tempo menor. 
Conforme a Nova Escola; et. al (2011), 20% dos meninos que desistiram dos estudos tiveram o primeiro filho antes dos 18 anos e entre as mulheres, é ainda maior, esse percentual é de quase 50%; dessas, 13% se tornaram mães antes dos 15 anos, 15% aos 16 anos e 19% aos 17 anos.
Carvalho (2015), realizou pesquisas e entrevistas com alunos que voltaram a estudar após um tempo, e por meio dessas entrevistas, chegou às seguintes conclusões: muitos alunos retornam a estudar depois de adultos porque tem um objetivo a alcançar que pode ser tirar a carteira de motorista, aprender a ler e a escrever para poder, por exemplo, ler a Bíblia, outros para ajudar seus filhos nas tarefas da escola, muitos vieram por exigência do serviço ou mesmo para desempenhar as tarefas práticas do dia a dia sozinhos, tal como pegar um ônibus, fazer compras e outros.
Aspecto observado por Carvalho (2015), é o fato de que muitos desistem dos estudos por falta de incentivo e cooperação familiar, pois a família é a base de tudo ou porque quando atingindo suas expectativas como, por exemplo, alguém que só queria tirar a carteira de motorista não se sente estimulado a continuar após consegui-la e assim existem muito mais outras pessoas que não continuam por motivos supérfluos.
A maior parte das pessoas que não puderam terminar os estudos, retornam à escola, às vezes, pela “opressão” da sociedade, sem deixar de ressaltar que têm aqueles que estão lá, sentados na cadeira, prestando atenção em uma boa aula, por que querem de verdade dá a volta por cima, pois ainda há tempo. 
Esses que por algum motivo voltaram a estudar por causa da vida social, reflete nas pessoas que passam pela mesma situação, que o mundo globalizado e economicamente em crise precisa de cidadãos que estudam e aprendam continuamente. Mesmo assim alguns alunos da EJA, já adultos ou idosos tem problemas, quando já inseridos nas escolas, pois, pessoas próximas acabam fazendo “brincadeirinhas” desagradáveis a respeito do seu retorno à escola depois de muito tempo.
Os adultos encontram muitas dificuldades para frequentar a escola e na pesquisa eles apontaram os seguintes aspectos: a inflexibilidade do horário das aulas, quem trabalha à noite não tem como frequentar a escola pois a educação de jovens e adultos não oferece turmas durante o dia; pessoas de idade desistem de ir à escola por não terem quem lhes acompanhe; em outros casos a família desestimula os adultos principalmente os mais idosos a frequentar a escola dizendo até “o que um velho quer fazer na escola? (CARVALHO, 2015).
Portanto, essas situações não podem ser problemas, o importante é correr atrás do tempo perdido. O próprio aluno da EJA tem que se posicionar e procurar o que é melhor para o mesmo, pois a educação é um dos maiores bens da humanidade. Segundo Freire (2011, p. 127) “A educação é um ato de amor e, por isso, um ato de coragem”. 
6.4 A FUNÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA NA EJA 
O ensino EJA é assegurada por lei e voltada para pessoas que não tiveram acesso, por algum motivo, ao ensino regular na idade recomendada, esses ingressantes deste ensino são pessoas de cultura inerente e irão associá-las e acrescentá-las ao novo aprendizado de vida, a redescoberta da leitura e da escrita. 
Portanto no ensino da língua portuguesa a leitura e escrita é de grande importância neste processo de alfabetização. O indivíduo para aprender a escrever bem é necessário dominar a leitura. De acordo com Freire (2000, p.19), para obter um conhecimento, com os meios de comunicação, socialização e expressar seu pensamento de forma clara à leitura se tornam de suma importância neste processo.
A leitura e a escrita têm um conceito de relevância no desenvolvimento do aluno EJA, pois através da leitura, este adquire sabedoria e uma melhora em sua comunicação com as demais pessoas, interpreta com segurança o problema e acha a solução para o mesmo.METODOLOGIA
Os professores visitaram toda comunidade escolar no intuito de arrecadar livros para colocar em prática seu projeto de leitura e escrita; posteriormente os educadores através do trabalho de grupo pedirão que os alunos EJA selecionem os livros que mais interessassem aos mesmos e montará com estes uma mala de livros à qual intitularão “Mala Viajante”, pois a mesma após cada sorteio será enviada por meio do aluno à família do aluno, filhos, netos, cônjuge e outros, que escolherão uma história e após lerem juntos dramatizarão a mesma deixando sempre uma reflexão aos colegas. 
Os docentes montarão um caderno pedagógico onde o aluno fará a descrição da história lida junto à família. Vale ressaltar que em cada sala se encontra um aluno com necessidades especiais os quais lançará mão de suas habilidades para não os excluir e sim inseri-los num processo de ensino lúdico e prazeroso. 
Após a apresentação do aluno da EJA e família os demais farão um texto descrevendo o que acharam da história contada, pontos positivos e pontos negativos, como dariam um novo final a história. E paralelamente o professor trabalhará as capacidades que norteiam o trabalho com leitura, escrita e oralidade.
O projeto iniciar-se-á no mês de agosto (Dia do Estudante) com a campanha de doação de livros de contos literários, e se dará ao longo do ano letivo encerrando em dezembro com um evento de apresentação de algumas histórias apresentadas e agradecimento a toda comunidade escolar pela participação e colaboração na doação de livros.
CRONOGRAMA
Quadro 1 - Cronograma de execução
	Meses (2021)
	Atividades
	Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
	
Nada consta
	Agosto
	12, 13, 16 e 17/08 - Campanha de doação dos livros literários;
	Setembro
	01, 02 e 03/09 - Seleção de livros para compor a Mala Viajante.
	Outubro
	04, 05 e 06/10 - Início das apresentações dos alunos EJA e familiares;
07 e 08/10 - Apresentação das histórias lidas e encerramento do Projeto.
	Novembro
	Nada consta
	Dezembro
	Nada consta
Fonte: Autor (2021)
RECURSOS 
Humanos:
· Direção
· Professores e alunos do 3º período EJA
· Família dos alunos EJA 
· Comunidade escolar
Materiais:
· Livros de contos literários
· Caderno pedagógico
· Fantoches e objetos lúdicos 
· Mala de tecido
· Roupas artesanais
AVALIAÇÃO
O projeto será avaliado através de elementos que desenvolva a avaliação formativa e contínua, observando todos os recursos didáticos expressivos utilizados, na formativa será considerado a participação, o envolvimento e o desempenho do aluno na realização das atividades propostas.
Além disso, as apresentações darão suporte para a avaliação dos procedimentos atitudinais, na cooperação com a formação dos grupos, nas escolhas dos livros para montagem da mala viajante, nas produções escritas e na apresentação da história dramatizada no palco da escola.
A avaliação vai contemplar os objetivos propostos no plano elaborado para a realização do projeto, considerando sempre o aluno como um sujeito central no processo de aprendizagem, e para isso cada aluno será avaliado individualmente e coletivamente nos trabalhos em grupo.
Assim, os resultados obtidos pelos alunos da EJA durante o projeto serão considerados do ponto de vista qualitativo, para que o professor considere a experiência como forma de repensar a sua prática pedagógica, diante das necessidades dos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto concluímos o estudo da importância da EJA na sociedade, consequentemente os motivos que fazem os alunos abandonarem a escola e as causas do retorno dos mesmos aos estudos, temos que, a sociedade é a grande mantenedora dos propósitos educacionais dos brasileiros, é através dela que descobrimos o excesso ou a falta de algo que se encontra desequilibrado no meio social.
Nesta pesquisa realizada através de leituras de artigos, revistas on-line, capítulo de livros e outros, discorremos sobre a longa história da EJA, suas especificidades e o projeto de leitura e escrita integrado nessa modalidade. A modalidade EJA traz muitos pontos benéficos para todos, desde conhecimentos gerais até uma grande oportunidade de vaga para emprego.
Constatamos que, a lei assegura a educação para todos sem distinção de pessoas, que existe uma expectativa positiva para o crescimento da EJA com caminhos para uma excelente educação e geração de benefícios nos âmbitos sociais, culturais e econômicos da sociedade. 
A rotina da leitura na vida dessas pessoas traz reflexão e facilidades na sua leitura e na sua escrita, mas esse hábito não deve ser só na escola, mas em todos os lugares frequentados por estes educandos.
Por fim, os motivos da saída do aluno da escola ainda quando criança ou adolescente são diversos, mas o retorno para a liberdade de aprendizagem de novos ensinos e métodos educacionais através de projetos interessantes apagam todo o tempo perdido.
REFERÊNCIAS
BASTOS, Maria Clotilde Pires; FERREIRA, Daniela Vitor. Metodologia científica. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016, p. 224.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. 16 jul. 1934. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm>. Acesso em: 29 set. 2021.
______. Ministério da Educação e Saúde. Departamento de Nacional de Educação. Campanha de Educação de Adultos. Rio de Janeiro, 1950.
______. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 05 de outubro de 1988. Art. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.panalto.gov.br//ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 02 out. 2021.
_______. Decreto-Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 10 set. 2021.
CARVALHO, Manoel José de. Maneiras de incentivar os adultos ao estudo. Set 2015. Disponível em: <www.ufscar.br/~crepa/textos...por.../Manoel_carvalho.doc> Acesso em: 22 set. 2021.
FERNANDES, Elisângela. Por que jovens de 15 a 17 anos estão na EJA? No meio do caminho havia (muitas) pedras. ed. 244, ago. 2011. Disponível em: www.revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/jovens-15-17-anos-estao-eja-639052.shtml> Acesso em: 20 set. 2021.
FREIRE. Pedagogia da autonomia: 39.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996
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