Buscar

SEXUALIDADE INFANTIL- FREUD

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ALUNA: Lívia dos Santos Nobre
DISCIPLINA:Teorias Psicológicas I – Psicanálise
FREUD, S. A sexualidade infantil. In: FREUD, S. Obras completas: 
“Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, análise fragmentária 
de uma histeria (O caso Dora). São Paulo: Companhia das Letras, 
2016, p. 73-120.
RESUMO:
No senso comum, a sexualidade só se desenvolve a partir da puberdade e a 
criança é vista como um indivíduo assexual. Essa crença gera consequências 
de grande proporção, pois assim a vida sexual humana não é amplamente 
compreendida.
AMNÉSIA INFANTIL
Compreende-se que a maioria das pessoas não se lembra dos seus 
primeiros anos de vida, por mais que essa seja a fase em que o cérebro está 
mais apto a absorver informações e estímulos. Por meio de investigações 
psicológicas, foi compreendido que essas memórias esquecidas foram de 
grande importância e determinantes para o desenvolvimento do indivíduo. 
Assim, não deve-se compreender esse fenômeno apenas como um 
esquecimento aleatório, mas algo similar à amnésia presente na neurose.
Segundo Freud, essa amnésia infantil esconde o início da vida sexual do 
sujeito e é por conta dela que existe a desvalorização desse princípio do 
desenvolvimento da sexualidade.
Repressão- "A essência 
consiste no mero 
afastamento de consciência" 
P.76
O PERÍODO DE LATÊNCIA SEXUAL DA INFÂNCIA E SUAS INTERRUPÇÕES
Pela frequência de impulsos sexuais na infância supostamente pontuais e a 
rememoração das lembranças infantis pelos neuróticos é possível 
compreender o comportamento sexual da seguinte forma:
O indivíduo já nasce com impulsos sexuais e estes se desenvolvem durante 
um período, que em um período sofrem uma progressiva extinção, mas 
que posteriormente volta a se manifestar.
Durante esse período de latência, o indivíduo desenvolve capacidades 
psíquicas que podem acabar se tornando inibidores desse instinto sexual 
natural, como a cultura, a compreensão de moral e os sentimentos que se 
desenvolvem a partir dessa nova compreensão estabelecida. Essa 
repressão tem como responsável a sociedade, mas também se apresenta 
de forma natural, sem a influência social.
Com a interrupção desses impulsos sexuais, a energia do indivíduo é 
desviada do âmbito sexual e se volta para outras finalidades, e esse 
processo recebe o nome de sublimação. Ora ou outra, mesmo no período 
de latência surgem algumas manifestações sexuais que foge à sublimação.
"A vida sexual se manifesta de 
forma observável por volta dos 
três ou quatro anos de idade" 
P. 79
"Com as crianças civilizadas temos a 
impressão de que é obra da educação 
construir tais represas, e certamente
a educação faz muito nesse sentido. Na 
realidade, porém, esse desenvolvimento 
é organicamente condicionado, fixado 
hereditariamente, e pode se produzir, às 
vezes, sem qualquer auxílio da 
educação" P. 80
AS MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE INFANTIL
"Sem amnésia infantil, pode-se 
dizer, não haveria amnésia 
histérica" P.77
"Os impulsos sexuais desses anos de 
infância seriam, por um lado, 
inutilizáveis, já que as funções 
reprodutivas estão adiadas (o que 
constitui a principal característica do 
período de latência)"P. 81
SEXUALIDADE INFANTIL- FREUD
 Página 1 de Nova Seção 1 
AS MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE INFANTIL
A sucção, inclusive no recém-nascido, por meio de uma investigação 
psicanalítica, é compreendida como uma manifestação sexual. Uma das 
características mais evidentes é que o instinto se satisfaz no próprio corpo 
(autoerótico). 
A primeira experiência com a sexualidade é encontrado no ato de mamar, 
que inicialmente surge associado à necessidade de se alimentar, mas que 
posteriormente se separa dela. Aquelas crianças que tem a boca com 
maior significação erótica apresentarão na adultez uma grande 
concentração nessa área, tanto de sintomas histéricos quanto na vida 
sexual.
Assim, as três características essenciais da manifestação sexual infantil: o 
surgimento dela associada a uma função vital do corpo; sem objeto sexual, 
sendo autoerótica; a zona erógena.
"No começo, a satisfação da zona 
erógena estava provavelmente ligada à 
satisfação da necessidade de alimento. 
A atividade sexual se apoia primeiro 
numa das funções que servem à 
conservação da vida, e somente depois 
se torna independente." P.85
A META SEXUAL DA SEXUALIDADE INFANTIL
A produção da sensação de prazer depende mais da qualidade do estímulo 
do que da própria zona que é estimulada. 
A meta sexual do instinto infantil é buscar prazer por meio da estimulação 
de forma apropriada de forma que essa satisfação já foi conhecida pelo 
sujeito anteriormente.
AS MANIFESTAÇÕES SEXUAIS MASTURBATÓRIAS
As diferenças entre as zonas erógenas é em relação ao que é feito para 
gerar satisfação. Como foi apresentado anteriormente, com a zona oral o 
maior estímulo de prazer atribuído a ela é com a sucção.
Na zona anal também há um apoio da sexualidade com a zona erógena 
referente. A excitabilidade dessa zona de mostra com as crianças 
aprendendo a reter as fezes para provocar as contrações e o relaxamento 
dos esfíncteres. De forma geral, a retenção da massa fecal pode ter dois 
propósitos para o indivíduo: tanto pode ser usado como um estímulo 
masturbatório como pode representar a relação desse indivíduo com o 
seu cuidador.
O que diz respeito aos estímulos das zonas genitais, desde o princípio já 
existe o estímulo excitatório (por meio de secreções, por exemplo). Com a 
fricção causada pela higienização ou pela produção de fluidos, a sensação 
de prazer se inicia inevitavelmente desde muito jovem e com isso surge e 
necessidade de repetir o que causou aquele prazer. 
A criança ainda não tem pudor nem as amarras que refreiam seus 
prazeres, elas mostram, principalmente nos primeiros anos de vida, o seus 
prazeres em explorar seus corpos.
A crueldade está diretamente ligada ao caráter infantil, visto que a 
capacidade de empatia e compaixão se desenvolvem mais tardiamente. 
Pode-se supor que o impulso cruel surge na vida sexual num período em 
"Devemos distinguir três fases na 
masturbação infantil. A primeira delas 
pertence ao período de amamentação; 
a segunda, ao breve período de 
florescimento da atividade sexual, por 
volta dos quatro anos; apenas a 
terceira corresponde à masturbação 
da puberdade, frequentemente
a única levada em conta." P. 95
reprodutivas estão adiadas (o que 
constitui a principal característica do 
período de latência)"P. 81
"É claro, além disso, que o ato da 
criança que chupa é determinado 
pela busca de um prazer - já vivido e 
agora lembrado." P. 85
"Mas todas as particularidades desta 
segunda etapa de atividade sexual infantil 
deixam profundos traços (inconscientes) de 
impressões na memória da pessoa, 
determinam o desenvolvimento de seu 
"O reaparecimento da atividade 
sexual depende de causas internas 
e motivos externos" P. 97
 Página 2 de Nova Seção 1 
A crueldade está diretamente ligada ao caráter infantil, visto que a 
capacidade de empatia e compaixão se desenvolvem mais tardiamente. 
Pode-se supor que o impulso cruel surge na vida sexual num período em 
que os genitais ainda não assumiram o seu papel posterior. Crianças com 
essas características cruéis mais desenvolvidas tendem a apresentar 
comportamentos sexuais mais intensos e precoces; o perigo da união 
desses instintos se mostra com o risco deles não se separarem 
posteriormente.
A PESQUISA SEXUAL INTANTIL
O enigma da esfinge é a tentativa infantil de compreender de onde vem as 
crianças. A existência de dois sexos é algo ensinado as crianças de forma 
que não é questionado por elas, entretanto é natural que eles 
pressupunham que suas genitais são idênticas a de todas as outras 
pessoas.
Se crianças presenciam a ato sexual entre adultos, o que acontece por 
esses adultos acharem que ela não vai compreender o que está 
acontecendo, acabam associando o ato sexual como uma espécie de mau 
tratamento, associando a um sentido sádico.
"A pesquisa sexual desses primeiros 
anos infantis é sempre feitade modo 
solitário; ela representa um primeiro 
passo para a orientação independente 
no mundo e estabelece um 
considerável distanciamento da 
criança em relação às pessoas do seu 
ambiente, que antes gozavam de sua 
plena confiança." P. 106 e 107
FASES DE DESENVOLVIMENTO DA ORGANIZAÇÃO SEXUAL
Compreende-se até este momento que a sexualidade infantil é 
essencialmente autoerótica e seus instintos buscam o prazer, sem conexão 
entre si. A partir do início dessa sexualidade infantil se desenvolve a vida 
sexual do adulto, onde esse prazer se volta para funções reprodutivas e 
formam uma organização sólida para alcançar um objeto sexual externo.
As organizações da vida sexual em que as zonas genitais ainda não 
assumiram seu papel principal são chamadas de pré-genitais; existem duas 
dessas organizações:
Oral ou canibal- a atividade sexual ainda não está separada da 
alimentação e o objeto da duas atividades é o mesmo.
1.
Sádico-anal- a atividade é produzida pelo instinto de apoderamento e 
a mucosa intestinal é o órgão da meta sexual
2.
A escolha do objeto ocorre em dois momentos diferentes: o primeiro 
começa no início da infância, entre os dois e cinco anos, ocorre o período 
de latência que interrompe esse processo e após esse período o segundo 
momento ocorre com a puberdade e já está estabelecida a vida sexual 
madura. 
FONTES DA SEXUALIDADE INFANTIL
Na tentativa de rastrear o início do instinto sexual, percebemos até agora 
que a excitação sexual inicia imitando uma satisfação experimentada 
anteriormente, com outros processos orgânicos; pela estimulação 
periférica das zonas erógenas e como a expressão de algum instinto.
Também existe a produção da excitação sexual por meio de sacudidas 
mecânicas ritmadas. Com isso, percebe-se que esse balanço mecânico é 
usado para acalentar crianças pequenas, assim como balanços provocados 
por outros fatores, como os de um carro em movimento, também 
acalentam as crianças maiores. De alguma forma, esses meios de 
segunda etapa de atividade sexual infantil 
deixam profundos traços (inconscientes) de 
impressões na memória da pessoa, 
determinam o desenvolvimento de seu 
caráter, quando ela permanece sadia, e a 
sintomatologia de sua neurose, quando ela 
adoece após a puberdade. Neste último 
caso, constata-se que esse período sexual 
foi esquecido, e as lembranças conscientes 
que o atestam foram deslocadas" P. 96
 Página 3 de Nova Seção 1 
acalentam as crianças maiores. De alguma forma, esses meios de 
transporte acabam tendo um simbolismo sexual para essas crianças. A 
repressão muitas vezes transformam os prazeres que se sente na infância 
por algum tipo de aversão na adultez, podem acabar tendo a associação de 
transportes que causam esses movimentos com sintomas negativos.
 Página 4 de Nova Seção 1

Outros materiais