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Anne Karen Reis MICROBIOLOGIA Procariontes PROCARIOTOS 1. Seu DNA não está envolvido por uma membrana – cromossomo em arranjo circular 2. Seu DNA não está associado a histonas 3. Eles não possuem organelas revestidas por membranas 4. Suas paredes celulares quase sempre contêm polissacarídeo 5. Eles normalmente se dividem por fissão binária EUCARIOTOS 1. Seu DNA é encontrado no núcleo das células, que é separado do citoplasma por uma membrana nuclear, em cromossomos múltiplos 2. Seu DNA é consistentemente associado às proteínas cromossômicas histonas e às proteínas não histonas 3. Eles possuem diversas organelas revestidas por membranas, incluindo mitôncondrias, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos e algumas vezes cloroplastos 4. Suas paredes celulares, quando presentes, são quimicamente mais simples 5. A divisão celular geralmente envolve mitose, na qual os cromossomos são duplicados e um conjunto idêntico é distribuído para cada um dos dois núcleos. Forma e arranjo Esféricas – cocos Forma de bastão – bacilos Forma espiral – espirilos ou espiroquetas Forma de vírgula – vibrião Cocos e bacilos podem unir-se – colônias: Cadeias (estrepto-) Grupos (estafilo-) Pares (diplo-) Morfologia bacteriana A forma de uma bactéria é determinada pela hereditariedade. Geralmente, a maioria são monomórficas, ou seja, mantêm uma forma única. Algumas são geneticamente pleomórficas - podem variar de forma de acordo com o meio e com o tipo de associação. As mudanças de forma podem ser consideradas como: Involução – mudança de forma devido a condições desfavoráveis, presença ou ausência de oxigênio, pH, ou por produtos tóxicos, entre outros. Pleomorfismo – a bactéria não apresenta uma morfologia única, mesmo que se encontre em condições favoráveis à sua sobrevivência. Célula bacteriana Estruturas externas à parede celular GLICOCÁLICE O glicocálice bacteriano é um polímero viscoso e gelatinoso que está situado externamente à parede celular e é composto de polissacarídeo, peptídeo ou ambos. Em grande parte, ele é produzido dentro da célula e secretado para a superfície celular. Se a substância é organizada e está firmemente aderida à parede celular, o glicocálice é descrito como uma cápsula. Se a substância não é organizada e está fracamente aderida à parece celular, o glicocálice é descrito como uma camada viscosa. Em certas espécies, as cápsulas são importantes para a contribuição da virulência bacteriana. As cápsulas frequentemente protegem as bactérias patogênicas da fagocitose pelas células do hospedeiro. Anne Karen Reis MICROBIOLOGIA Um glicocálice que auxilia as células em um biofilme a se fixarem ao seu ambiente-alvo e umas às outras é denominado substância polimérica extracelular (SPE). SPE - protege as células dentro do glicálice, facilita a comunicação entre as células e permite a sobrevivência celular pela fixação a várias superfícies em seu ambiente natural. Um glicocálice também pode proteger uma célula contra a desidratação e sua viscosidade pode inibir o movimento dos nutrientes para fora da célula. FLAGELO Apêndices, em forma de filamentos, que servem para a locomoção, fator de virulência e quimiotaxia. Longos apêndices filamentosos - a longa região mais externa, o filamento, tem diâmetro constante e contém a proteína globular flagelina. O movimento de um flagelo procariótico resulta da rotação de seu corpo basal e as células bacterianas podem alterar a velocidade e a direção de rotação dos flagelos. O movimento de uma bactéria para perto ou para longe de um estímulo particular é denominado taxia. Quimiotaxia – estímulos químicos Fototaxia – estímulos da luz Componentes do flagelo Bactérias gram-positivas: possuem 2 anéis Bactérias gram-negativas: possuem 4 anéis As bactérias recebem denominações especiais de acordo com a distribuição dos flagelos: Atríquia – bactérias sem flagelos. Peritríquea – flagelos distribuídos ao longo de toda célula. Monotríqueas – um único flagelo em um polo. Lofotríquia – um tufo de flagelo na extremidade da célula. Anfitríquia – flagelos em ambas as extremidades. FILAMENTOS AXIAIS OU ENDOFLAGELOS Feixes de fibrilas que se originam nas extremidades das células, sob uma bainha externa, e fazem uma espiral em torno da célula. Similares aos flagelos, enovelam em torno da célula e são encontrados nas espiroquetas. Associados ao movimento de saca-rolhas. FÍMBRIAS, PÊLOS OU "PILI" São mais delicados que os flagelos, constituídos por uma proteína chamada de pilina. Elas se originam de corpúsculos basais na membrana citoplasmática e sua função está relacionada com a troca de material genético durante a conjugação e também na aderência (fixação). Podem variar em números (de unidades à centenas em uma célula) e têm uma tendência a se aderir umas às outras e às superfícies – estão envolvidas na formação de biofilmes. Os pili normalmente são mais longos que as fímbrias e há apenas um ou dois por célula. Então envolvidos na mobilidade celular e na transferência de DNA. Mobilidade da superfície bacteriana – translocação bacteriana Outro tipo de movimento associado aos pili é a mobilidade por deslizamento. Alguns pili são utilizados para agregar as bactérias e facilitar a transferência de DNA – conjugação. Esses pili são denominados pili de conjugação (sexuais). Parede celular Estrutura complexa, semirrígida, responsável pela forma da célula, circunda a frágil membrana plasmática. Quase todos os procariotos possuem paredes celulares. Principal função: prevenir a ruptura das células bacterianas quando a pressão da água dentro da célula é maior que fora dela. Também ajuda a manter a forma de uma bactéria e serve como ponto de ancoragem para os flagelos. Anne Karen Reis MICROBIOLOGIA Contribui para a capacidade de algumas espécies causarem doenças. É local de ação de alguns antibióticos. PAREDES CELULARES DE GRAM-POSITIVAS Consiste em muitas camadas de peptideoglicana e é uma estrutura espessa e rígida, que contêm ácidos teitóicos. Podem se ligar e regular o movimento de cátions (íons positivos) para dentro e para fora da célula. Também podem assumir um papel no crescimento celular, impedindo a ruptura extensa da parede celular e possível lise celular. Fornecem boa parte da especificidade antigênica da parede e, portanto, tornam possível identificar bactérias gram- positivas. Bactérias gram-positivas possuem alta virulência devido: Presença de cápsula Formação de endósporos Liberação de toxinas (ácidos teitóicos) pela lise térmica PAREDES CELULARES DE GRAM-NEGATIVAS Fina camada de peptideoglicana + membrana externa. A peptideoglicana está ligada a lipoproteínas na membrana externa e está no periplasma, um fluido semelhante a um gel, entre a membrana externa e a membrana plasmática. O periplasma contém uma alta concentração de enzimas de degradação e proteínas de transporte. Não contêm ácidos teitóicos. São mais suscetíveis ao rompimento mecânico. Membrana externa consiste em lipopolissacarídeos, lipoproteínas e fosfolipídeos. Causa lise de células e promove a fagocitose. Fornece uma barreira para certos antibióticos, enzimas digestivas como a lisozima, detergentes, metais pesados, sais biliares e certos corantes. Parte da permeabilidade da membrana externa é devido a proteínas na membrana, denominadas porinas PAREDES CELULARES ATÍPICASMicoplasmas – são as menores bactérias conhecidas que podem crescer e se reproduzir fora das células vivas de hospedeiros. Não possuem parede celular – passam através da maioria dos filtros bacterianos. Membranas plasmáticas constituídas de esteróis (lipídeos), que podem protegê-las da lise. Arquibactérias – podem não ter parece celular ou ter paredes incompletas compostas por polissacarídeos e proteínas, mas não por peptídeoglicana. Essas paredes contêm uma substância similar à peptídeoglicana, denominada pseudomureína. DANOS À PAREDE CELULAR Um meio pelo qual a parede celular pode ser danificada é pela exposição à enzima digestiva lisozima. A lisozima é particularmente ativa sobre os principais componentes da parede celular da maioria das bactérias gram-positivas, tornando-as vulneráveis à lise. A parede celular gram-positiva é destruída quase completamente pela lisozima. Célula sem parede é denominada protoplasto (esférico e capaz de realizar metabolismo). Quando a lisozima é aplicada em células gram- negativas, normalmente a parede não é destruída na mesma extensão que em células gram-positivas, parte da membrana externa também permanece. O conteúdo celular, a membrana plasmática e a camada restante da parede externa são denominados esferoplasto (também esférico). Anne Karen Reis MICROBIOLOGIA Para a lisozima exercer seu efeito sobre as células gram-negativas, essas são tratadas primeiramente com ácido etilenodiaminatetracético (EDTA), que enfraquece as ligações iônicas na membrana externa, produzindo assim lesões na mesma, fornecendo acesso para a lisozima à camada de peptideoglicana. Membrana plasmática Estrutura fina situada no interior da parede celular, revestindo o citoplasma da célula. A membrana plasmática dos procariotos consiste principalmente de fosfolipídeos e proteínas. Estrutura Bicamada lipídica. Proteínas esféricas, integrais e transmembrana. Arranjo dinâmico de fosfolipídeo e proteína – modelo do mosaico fluido Funções Servir como barreira seletiva através da qual os materiais entram e saem da célula: permeabilidade seletiva Movimento de materiais através das membranas Processos passivos - Difusão simples, facilidada e osmose Processos ativos Citoplasma Substância da célula no interior da membrana plasmática. Nucleoide Contém uma única molécula longa e contínua de DNA de fita dupla, com frequência arranjada de forma circular, denominada cromossomo bacteriano. Pode ser esférico, alongado ou em forma de halteres. Além do cromossomo bacteriano, as bactérias frequentemente contêm pequenas moléculas de DNA de fita dupla, circulares, denominadas plasmídeos. Podem transportar genes para as atividades como resistência aos antibióticos, tolerância a metais tóxicos, produção de toxinas e síntese de enzimas. Ribossomos Funcionam como locais de síntese proteica. Inclusões Depósitos de reserva de nutrientes. Grânulos metacromáticos Grânulos polissacarídeos Inclusões lipídicas Grânulos de enxofre Carboxissomos Vacúolos de gás Magnetossomos Endosporos EXCLUSIVOS das bactérias, são células desidratadas altamente duráveis, com parede espessas e camadas adicionais. São formados dentro da membrana celular bacteriana. Quando liberados no ambiente, podem sobreviver a temperaturas extremas, falta de água e exposição a muitas substâncias química tóxicas e radiação. Endosporos verdadeiros são encontrados em bactérias gram-positivas. Uma espécie gram-negativa, Coxiella burnetii, o agente causador da febre Q, forma estruturas semelhantes a endosporos, que resistem ao calor e a substâncias químicas O processo de formação dos endósporos dentro de uma célula vegetativa leva várias horas e é conhecido como esporulação ou esporogênese. Células vegetativas de bactérias que formam endosporos iniciam a esporulação quando um Anne Karen Reis MICROBIOLOGIA nutriente-chave, como uma fonte de carbono ou nitrogênio, torna-se escassa ou indisponível. Espessa capa de proteínas. Esse revestimento é responsável pela resistência dos endósporos a muitas substâncias químicas agressivas. A maior parte da água presente no citoplasma do pré-esporo é eliminada no momento em que a esporulação está completa e os endósporos NÃO realizam reações metabólicas. Os endosporos podem permanecer dormentes por milhares de anos e retorna ao seu estado vegetativo por um processo denominado germinação. Ativada por uma lesão física ou química no revestimento do endosporo. Endosporos são resistentes a processos que normalmente matam as células vegetativas. As bactérias formadoras de endosporos são um problema para a indústria de alimentos, pois podem sobreviver ao subprocessamento e, se ocorrem condições para o crescimento, algumas espécies produzirão toxinas e doença.
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