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Resumo Teórico - PRIMEIROS SOCORRROS (ATLS)

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Resumo Teórico - Laboratório de Habilidades I (MD344) 
 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
Fonte: Apostila Oswaldo Cruz de Urgências Traumáticas 
 
 
1) Conceitos importantes: 
 
Biomecânica do trauma​: importante para avaliar o possível mecanismo das lesões por 
movimento, adquirindo informações sobre as características envolvidas no evento traumático 
para a análise de possíveis lesões. 
 
Troca de energia​: a partir das leis de Newton e da energia cinética, é possível afirmar que, em 
traumas, ocorre transferência de energia do movimento, influenciando muito na gravidade das 
lesões. 
- Devido a energia cinética, a ​velocidade influencia diretamente na transferência de 
energia, atuando também diretamente nas lesões​; 
- Em toda lesão por movimento, há uma desaceleração repentina, podendo levar a 
lesões internas pela continuidade do movimento pelos órgãos internos, seguindo as leis 
físicas, até serem parados pelas estruturas do corpo desacelerado. 
 
Trauma fechado/contuso​: o impacto se distribui externamente ao corpo; ocorrem os 
movimentos de aceleração e desaceleração; deve-se avaliar tanto o mecanismo de trauma que 
gerou a transferência de energia cinética como o uso de equipamentos de segurança (cinto, 
airbag, capacete). 
- Colisões automobilísticas: deve-se considerar os tipos de impacto (frontal; posterior; 
lateral; angular). Na colisão frontal, soma-se a velocidade dos dois veículos que 
colidiram, aumentando a energia e o risco de lesões; já no capotamento, pode haver 
associação de mecanismos de impacto; quando há ejeção do veículo, é mais difícil ter 
informações do trauma e o risco de morte é 25 vezes maior. 
- Atropelamento: a energia cinética do objeto atropelante é transferida para a vítima 
atropelada, sendo a massa do atropelante maior que a do atropelado. Logo, haverá 
maior transferência de energia, tendo 3 fases: 
● Fase 1 - impacto inicial nas pernas ou quadril de adultos; em crianças, impacto 
no tronco ou cabeça, podendo rolar para baixo do veículo 
● Fase 2 - tronco rola sobre o carro 
● Fase 3 - queda ao solo, geralmente de cabeça 
- Quedas: em grandes alturas, ocorre grande transferência de energia e grande 
desaceleração. 
 
Trauma aberto/penetrante​: há a entrada de um objeto dentro da vítima 
- Ferimento por arma branca (FAB): originados por facas, estiletes, etc; maioria dos 
agressores são do sexo masculino e seguram o instrumento de forma que as agressões 
 
ocorrem de baixo para cima e do lado direito da vítima (maioria da população é destra); 
ao penetrar a vítima, o instrumento forma um cone de lesão, ampliando sua área. 
Importante: ​em situação de atendimento de vítima com objetos encravados, não se 
deve retirar o objeto, pois pode destamponar ferimentos que a presença do objeto 
evitava que sangrassem continuamente; a vítima deve ser imobilizada da melhor forma 
para evitar movimentação durante o transporte e o objeto deve ser retirado no centro 
cirúrgico. 
- Ferimento por projétil de arma de fogo (FPAF): o projétil apresenta uma velocidade de 
saída e a energia cinética se transforma; ocorre deformação dos tecidos, formando uma 
cavidade pelo percurso do projétil (cavitação); na área cavitada, ocorre dissipação de 
calor, podendo originar outras lesões; o projétil também pode apresentar fragmentação; 
é imprescindível avaliar os orifícios para determinar o trajeto provável do projétil e se há 
mais de um no corpo, além de quais orifícios foram de entrada e de saída: na entrada, 
as bordas são ​arredondadas, ​enquanto que na saída, as bordas são mais ​alargadas​; 
área de queimadura ao redor do orifício indica que o disparo ocorreu próximo da vítima. 
 
Explosões​: as lesões ocorrem em quatro fases: lesões primárias (onda de pressão diretamente 
no organismo); lesões secundárias (lesão por fragmentos e objetos que atingem a vítima); 
lesões terciárias (projeção do corpo da vítima em objetos); lesões quaternárias (queimaduras e 
lesões térmicas). 
 
2) Atendimento Inicial ao Traumatizado - Avaliação Primária 
 
Deve-se seguir uma sequência de prioridades, de forma a avaliar as situações que 
geram maior risco de morte. Para sistematizar as prioridades, é necessário conhecer o 
mecanismo de trauma, promover uma avaliação inicial rápida através dos sinais vitais e 
achados do exame físico, identificar os diagnósticos possíveis, determinar imediatamente 
medidas eficazes para o restabelecimento dos sinais vitais (quando comprometidos). 
Para determinar as prioridades no atendimento, deve-se seguir a ​sequência ABCDE: 
A - A​irway: vias aéreas com proteção da coluna cervical 
B - B​reathing: ventilação e respiração 
C - C​irculation: circulação com controle de hemorragia 
D - D​isability: disfunção, estado neurológico 
E - E​xposure: exposição com controle da hipotermia 
 
Caso seja detectada alguma anormalidade, esta deverá ser resolvida antes da 
progressão para a próxima letra, podendo-se voltar ao início para reavaliação, mas ​não 
progredir. 
Para avaliar rapidamente um traumatizado, basta iniciar um diálogo com ele, 
perguntando seu nome e o que aconteceu. Se as respostas forem satisfatórias, o paciente não 
apresenta comprometimento grave de A, B, C, D. 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
Branda
Destacar
O primeiro passo do atendimento ao traumatizado é avaliar os 3 “S”: ​Segurança​, ​Cena 
(“Scene”) e ​Situação​. Em ambiente pré-hospitalar, é preciso avaliar a segurança da cena e é 
essencial a segurança individual. 
 
a) A​irway - vias aéreas com proteção da coluna cervical​: 
 
Com a mão protegendo devidamente a cabeça do paciente, deve-se iniciar a conversa 
com o paciente para avaliar suas vias aéreas. Em caso de resposta adequada, o paciente 
encontra-se com as vias aéreas desobstruídas (pérvias). 
Em caso de ausência de resposta ou resposta insatisfatória, há possibilidade de 
obstrução das vias aéreas, devendo-se intervir: 
- Primeiro passo​: determinar se há algum corpo estranho obstruindo o fluxo aéreo e, se 
houver, removê-lo para desobstruir a passagem de ar. 
- Segundo passo​: observar se o paciente apresenta “queda da língua”, o que pode 
obstruir o fluxo de ar devido à obstrução da orofaringe. Se apresentar, há duas 
manobras simples para manter a desobstrução posterior e permitir a entrada de ar: 
● Elevação do mento (chin lift) 
● Tração da mandíbula (jaw thrust) 
Uma forma mecânica de manter as vias aéreas pérvias para o tratamento temporário da 
queda da língua é o uso da cânula orofaríngea (​cânula de Guedel​), usada em pacientes 
inconscientes e sem o reflexo do vômito. 
- Terceiro passo​: definir a necessidade ou não de via aérea definitiva, obtida através de 
intubação orotraqueal (IOT) ou nasotraqueal (INT), utilizando um dispositivo traqueal 
com balonete insuflado; na impossibilidade de IOT ou sua contraindicação, deve-se 
obter uma via aérea cirúrgica como a cricotireoidostomia ou traqueostomia. 
Na impossibilidade de IOT, porém com possibilidade de ventilação, não havendo 
reflexos de vômito, pode-se utilizar temporariamente algum dispositivo supraglótico, 
como a máscara laríngea. 
 
Durante todo os processo, deve-se manter a proteção da coluna! A cabeça não pode 
ser rodada e o pescoço não pode ser hiperestendido ou hiperfletido. Posteriormente, é 
colocado o colar cervical. Antesde prosseguir o ABCDE, nos casos em que não foi indicada via 
aérea definitiva, deve-se ofertar oxigênio com máscara com reservatório, com fluxo de 10 a 15 
L/min. 
 
b) B​reathing - ventilação e respiração​: 
 
Para avaliar, realizar: (Não foi dado em aula) 
● Inspeção: avaliar deformidades do tórax, assimetria na ventilação e ferimentos 
● Palpação: notar crepitações ósseas e enfisema subcutâneo 
● Ausculta: determinar a forma que o ar está entrando, simetria, ausência de 
ausculta 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
● Percussão: no hipertimpanismo, há presença de ar no espaço pleural, enquanto 
que na macicez (som abafado), há presença de sangue. 
 
- Pneumotórax Hipertensivo​: pneumotórax é a presença de ar no espaço pleural; quando 
ocorre escape aéreo e o pneumotórax aumenta progressivamente pode ocorrer 
colabamento pulmonar (pneumotórax hipertensivo). 
Em casos mais graves, pode haver desvio de mediastino contralateral e sinais de 
choque devido ao comprometimento venoso. O diagnóstico é feito por sinais clínicos, 
sem utilizar imagem, como ausculta pulmonar abolida no hemitórax acometido, 
hipertimpanismo à percussão e, nos casos mais graves, presença de estase jugular 
(jugular saltada - turgência jugular) e choque hipotensivo. 
Tratamento: descompressão torácica com dispositivo para acesso venoso periférico 
calibroso no segundo espaço intercostal, até a drenagem de tórax. 
- Pneumotórax Aberto​: acontece quando há um grande ferimento penetrante no tórax, 
com diâmetro maior ou igual a ⅔ do diâmetro da traquéia; o ar tende a entrar pela 
porção com menor resistência, entrando pelo ferimento e não pelas vias aéreas, 
gerando colabamento pulmonar. 
Curativo de 3 pontos: curativo quadrado realizado com algum material impermeável 
(plástico), sendo fixados 3 lados para ocorrer mecanismo de válvula e o ar consiga sair; 
é um procedimento feito antes da drenagem de tórax, não deve-se usar o próprio 
ferimento. 
- Hemotórax Maciço​: decorre da presença de sangue no espaço pleural; é dito maciço 
quando acomete um hemitórax inteiro, com mais de 1500 mL de sangue. A ventilação 
no lado acometido estará ausente, sem ausculta, macicez à percussão (som tampado, 
maciço). O diagnóstico é clínico, sem métodos de imagem e a conduta é a drenagem do 
tórax. 
- Tórax Instável​: ocorre quando há presença de fratura em 2 ou mais costelas 
consecutivas em 2 ou mais lugares, gerando segmento do tórax “flutuante”, fazendo 
movimento contrário ao da respiração. Observa-se assincronia do movimento → 
Respiração Paradoxal​. 
Tratamento: analgesia agressiva, associado ao suporte ventilatório; a indicação da via 
aérea definitiva não é obrigatória. 
 
c) C​irculation - circulação com controle da hemorragia​: 
 
A perda de sangue faz com que não ocorra oxigenação adequada (hipoxemia), 
produzindo ácido lático, levando à acidose sistêmica. 
Choque​: caracterizado por hipóxia tecidual; no trauma, normalmente é hipovolêmico 
(hemorrágico). Pode ser classificado de I a IV, sendo importante para reposição volêmica. 
- Primeiro passo​: determinar os sinais vitais através da monitorização (FC, PA e estado 
mental). 
- Segundo passo​: estimar a perda volêmica baseada no grau de choque (perda 
sanguínea em % e mL). 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
- Terceiro passo​: reposição volêmica do paciente, a partir de 2 acessos venosos 
calibrosos, periféricos e curtos; procedimento rápido. 
Em todos os graus, ocorre a reposição volêmica com cristalóides (1,5 vezes o volume 
perdido) - soro 0,9% + Ringer lactato (eletrólitos/açúcares); para os graus III e IV, 
também ocorre reposição de hemoderivados. As soluções devem ser aquecidas a 39ºC 
para prevenir hipotermia. 
- Quarto passo​: determinar o local de sangramento e propor como pará-lo. 
 
→ Hemorragia externa: a compressão manual diretamente sobre o ferimento com algum 
pano ou compressa limpa pode ser suficiente para estancar. Nos grandes ferimentos de 
extremidades, pode-se empregar o uso de torniquetes (​medida de exceção por 20 min​). 
→ Hemorragia interna: o abdome é o principal local de hemorragia interna secundária a 
trauma; hematomas ou marca do cinto de segurança no abdome aumentam as chances de a 
causa de choque ser intra-abdominal. Para avaliar o abdome, utiliza-se o ultrassom FAST, que 
avalia a presença de líquido livre na cavidade peritoneal; pode-se utilizar também o lavado 
peritoneal diagnóstico (LPD). 
A bacia tem a capacidade de conter cerca de 3000 mL de sangue até toda a volemia do 
paciente; para avaliar a bacia, deve-se pressionar os trocanteres cuidadosamente para 
investigar a presença de abertura ou crepitação (estalos, rangidos), associada à palpação do 
púbis. Se a bacia estiver instável, realizar imobilização com lençol: 
● Passa-se o lençol por baixo do paciente, deixando as pontas na alturas dos 
trocanteres; 
● Traciona-se o lençol, passando cada uma das abas para o outro lado; 
● Puxa-se o lençol para o lado contralateral, de forma que o anel pélvico será 
fechado; 
● Troca-se as pontas do lençol entre os lados de 2 a 3 vezes, de forma a fazer um 
nó central; 
● Fixa-se o lençol com esparadrapo no paciente. 
Todas as fraturas devem ser alinhadas por profissional (posição anatômica) e fixadas 
por talas. 
 
Obs. Crianças, atletas e pessoas que tomam medicações inibidoras do sistema cardiovascular 
podem não apresentar o sinais de choque clássicos. 
 
d) D​isability - disfunção, estado neurológico​: 
 
A avaliação deve ser rápida, sendo observado o nível de consciência, o tamanho e a 
reatividade das pupilas, além de sinais de lateralização e o nível de lesão da medula espinal. 
Nível de consciência → Escala de Coma de Glasgow (detalhes no item sobre TCE); 
TCE grave quando o nível for menor ou igual a 8, com paciente incapaz de manter a 
oxigenação adequada e a perviedade (permeabilidade) das vias aéreas, devendo proceder-se 
à via aérea definitiva. 
 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
e) E​xposure: exposição com controle da hipotermia​: 
 
O paciente deve ser avaliado completamente, sendo necessária sua total exposição; 
deve-se, então, evitar a hipotermia adicional utilizando cobertores aquecidos ou dispositivos de 
aquecimento externo. A hipotermia aumenta o quadro de coagulopatia. 
 
❏ Medidas auxiliares à avaliação primária: 
 
Sonda vesical​: avaliar o conteúdo da bexiga; deve ser realizada após avaliação inicial, 
exceto em condições de choque (urina reflete perfusão renal). Contraindicação - suspeita de 
lesão na uretra. 
Sonda gástrica​: normalmente, utiliza-se a nasogástrica; diminui a distensão gástrica, 
prevenindo broncoaspiração, além de identificar o sangramento. 
Radiografias​: incidências AP de tórax e pelve; na coluna com dor e/ou Glasgow 
alterado. 
 
❏ Avaliação Secundária: 
 
Reavaliação minuciosa do paciente → ​SAMPLA​: 
 
S​intomas 
A​lergias 
M​edicamentos 
P​assado/Prenhez 
L​íquidos e alimentos ingeridos 
A​mbientes e eventos relacionados ao trauma 
 
IMPORTANTE: a prancha rígida deve ser retirada à admissão ao serviço, mantendo a 
mobilização em bloco no colchão; o tempo prolongado na prancha causa dores e pode causar 
úlceras por pressão. O tempo máximo é de 2 horas. 
 
3) Vias Aéreas 
 
a) Obstrução​: em uma situação de trauma, pode ocorrer por sangue, secreções, objeto emcavidade oral e pela própria língua. 
- Objetos em cavidade oral devem ser retirados. 
- A presença de sangramento em cavidade oral ou secreções como vômito podem 
obstruir a passagem do ar; deve-se aspirar com aspirador de ponta rígida. Em 
caso de vômitos persistentes, o paciente deve ser lateralizado em bloco. 
b) Manobras​: 
- Elevação do mento: o objetivo é mobilizar a mandíbula com os dedos de forma a 
anteriorizar a língua. 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
- Tração da mandíbula: a pessoa se posiciona acima da cabeça do paciente e 
apoia a mão sobre as bochechas, com os dedos no ângulo da mandíbula, que é 
tracionada anteriormente. 
c) Dispositivos​: 
- Cânula de Guedel: introduzida na boca, posteriormente à língua, para trazê-la 
para frente, possui uma luz central que permite a passagem de ar e sonda 
flexível, o que evita que o paciente morda o tubo orotraqueal; existem tamanhos 
diferentes (0 - 5), medido da rima labial ao ângulo da mandíbula. No adulto, a 
introdução deve ser invertida, tocando-a no palato e depois girando-a para a 
posição correta. 
- Cânula Nasofaríngea: introduzida pelo nariz, disposta na parede posterior da 
nasofaringe e orofaringe. Deve ser lubrificada com anestésico. 
 
Obs. Via aérea difícil - deve-se proceder 2 tentativas de intubação; dispositivos 
supraglóticos são indicados em situações de impossibilidade de intubação, com possibilidade 
de ventilação. A via aérea cirúrgica é indicada quando não são possíveis a intubação e a 
ventilação do paciente. 
 
4) ​Ventilação e Respiração 
 
O trauma pode levar a hipóxia, hipercarbia (alta concentração de gás carbônico) e 
acidose. A avaliação respiratória consiste na avaliação da frequência respiratória e da 
qualidade da respiração; deve-se realizar a inspeção (ferimentos, assimetria do tórax), 
palpação (hematomas, crepitações, enfisema subcutâneo), ausculta (entrada e saída de ar). 
Em caso de ausculta alterada, a percussão é necessária para diferenciar pneumotórax 
(som timpânico) de hemotórax (som maciço). 
- Lesões com risco potencial de morte​: pneumotórax, hemotórax, contusão pulmonar, 
lesão traqueobrônquica, ruptura diafragmática, trauma de aorta e ferimentos 
transfixantes do mediastino. 
- Dispositivos para ventilação​: máscara facial associada a balão unidirecional (ambu); 
pode ser auxiliado pela cânula de Guedel. Para melhor vedação da máscara, a pessoa 
deve manter as mãos nas posições “C” (indicador e polegar, vedando na face do 
paciente) e “E” (dedos remanescentes, que tracionam a mandíbula para desobstruir a 
queda da língua). 
 
5) Circulação e Choque 
 
Choque: baixa perfusão dos tecidos, gerando hipóxia tecidual; o paciente pode estar em 
choque e com pressão normal (estados iniciais); a hipóxia leva à acidose. 
- Sistema de compensação​: inicialmente, ocorre aumento de FC; depois, há produção de 
substâncias endógenas (catecolaminas), que aumentam a resistência vascular 
periférica; por fim, há aumento da permeabilidade vascular, com edema até morte 
celular. 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
O objetivo do tratamento do choque é a reposição volêmica e o controle da perda. 
- Avaliação​: ausculta cardíaca, oximetria, FC e PA; pode avaliar a perfusão periférica. 
- Classificação​: 
● Choque de grau I: todos os sinais vitais normais; logo, todo traumatizado pode 
estar em choque. 
● A diferença entre os choques de grau III e IV é a alteração do estado de 
consciência (normal/deprimido); quando a perfusão cerebral não puder ser 
avaliada no grau IV, pode-se avaliar a perfusão renal. 
Na indisponibilidade de acesso periférico para reposição, indica-se a dissecção de 
venosa profunda (flebotomia) ou via intraóssea. 
Em pacientes mais graves, existem formas mais agressivas de transfusão - Protocolo 
de Transfusão Maciça (PTM). 
- Choque não hemorrágico​: 
● Neurogênico: decorre da transecção medular completa; causa perda do tônus 
simpático e represamento de sangue na periferia, causando hipotensão. 
Obs.​ Lesões intracranianas isoladas não geram choque. 
● Séptico: decorre de quadro infeccioso que libera mediadores inflamatórios, 
gerando hipoperfusão tecidual; não é agudo e para ser decorrente do trauma o 
paciente provavelmente foi admitido tardiamente. 
● Cardiogênico: nos quadros por trauma, a hipoperfusão decorre da não adequada 
distribuição volêmica, em que o volume normal está distribuído de forma 
inadequada ou impedido de circular. 
Exemplos: pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco (presença de 
sangue no espaço pericárdico, impedindo o batimento cardíaco adequado; 
diagnóstico clínico com estase jugular e abafamento das bulhas cardíacas à 
ausculta). 
 
6) Trauma de Tórax 
 
Lesões com risco potencial de morte: suspeitadas no atendimento primário e 
confirmadas posteriormente. 
- Pneumotórax simples​: muitos casos são de pequeno volume; não deve ser feita a 
toracocentese (punção) para o esvaziar, nem no diagnóstico; o tratamento depende do 
tamanho e da sintomatologia; alguns não precisam de drenagem de tórax. 
- Hemotórax simples​: decorrente de lacerações pulmonares ou sangramentos menores 
nas artérias intercostais ou na mamária; todos devem ser drenados. 
- Fratura de costela​: trauma torácico mais frequente, podendo ocasionar lesões nos 
órgãos próximos (escápula e esterno são fraturas raras). 
- Contusão pulmonar​: decorre do impacto no pulmão, diretamente ou através do 
arcabouço torácico; leva à ruptura de vasos e extravasamento para interstício pulmonar 
e intra-alveolar (hipóxia); principal tratamento é o suporte ventilatório. 
- Contusão cardíaca​: decorre do impacto sobre o coração, diretamente ou dele em 
relação ao arcabouço torácico, principalmente o esterno; deve-se suspeitar em 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
mecanismos de trauma de alto impacto (volante, airbag); deve-se realizar ECG e 
dosagem de troponina (marcador de injúria miocárdica). 
- Ruptura traumática de aorta​: a maioria não sobrevive; decorre de uma grande 
desaceleração (atropelamentos, impactos frontais); tratamento cirúrgico. 
- Ruptura do diafragma​: pouco frequente, ocorrendo mais no trauma penetrante; 
tratamento cirúrgico. 
- Lesão traqueobrônquica​: nos quadros graves, pode originar quadro de insuficiência 
respiratória ou mesmo o extravasamento de ar (pneumotórax); em lesões menores, os 
pacientes podem apresentar sintomatologia clínica mínima; em lesões maiores, pode-se 
ter dificuldades de intubação orotraqueal e de ventilação. 
- Transfixante do mediastino​: decorrem de ferimento penetrante torácico que entrou por 
um hemitórax e percorreu para o outro passando pela região central; em um paciente 
estável, há possibilidade de investigar todos os órgãos; já no instável, a conduta 
cirúrgica é indicada. 
 
7) Trauma Abdominal 
 
→ Principal causa de choque hipovolêmico 
Lesão de órgãos ocos faz com que sejam eliminados enzimas, alimentos, fezes, 
bactérias da flora intestinal, urina ou bile; apresenta dor abdominal e peritonite. 
- Avaliação​: o mecanismo do trauma ajuda a pensar quais órgãos podem estar lesados e 
descartar supostas lesões, assim como a biomecânica do trauma. Deve-se realizar: 
● Inspeção: hematomas abdominais 
● Palpação: dor e sinais de irritação peritoneal 
● Ausculta: sopros ou ausência de ruídos gastro-intestinais 
● Percussão: hipertimpanismo e líquidosEsses achados indicam o trauma abdominal. 
- Ciladas na avaliação inicial​: 
● Lesões de vísceras ocas podem ser pequenas, apresentando peritonite tardia 
● Uso de álcool e drogas alteram a sensibilidade do exame físico 
● Os pacientes inconscientes e com TCE não possibilitam avaliação adequada 
● A lesão medular altera a parte sensitiva e motora abaixo da lesão 
● Presença de fraturas pode originar compressão de nervos, alterando sensação 
de dor 
- Mecanismo de trauma​: 
● Trauma contuso: decorre da desaceleração; os órgãos mais lesados, em ordem 
de frequência, são: baço, fígado e intestino delgado. 
● Trauma penetrante: com arma branca, o mais frequente é o fígado; com projétil 
de arma de fogo é o intestino delgado. 
- Métodos auxiliares​: a sondagem pode detectar a presença de sangramento, e a 
avaliação tátil permite avaliar a integridade da mucosa retal e vaginal. 
- Lesões específicas​: 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
● Trauma de duodeno: pode ocorrer tanto em colisão direta no abdome com forte 
impacto como em mecanismos sem uso do cinto, entre outros. 
● Trauma de pâncreas: trauma direto no epigastro, como com o guidão de bicicleta 
ou motocicleta. 
● Trauma de uretra: pode estar associado ao trauma de bacia; no homem, 
próstata não tocável ao toque indica lesão. 
 
8) Trauma de Extremidades 
 
- Avaliação​: 
● Membros superiores e inferiores: inspeção - aumento de volume, posições 
anômalas, hematomas; palpação - crepitações ósseas (estalos); pulso e 
perfusão 
● Bacia: palpar sínfise púbica e trocanteres; o trauma decorre de um alto impacto 
com deformidade 
- Investigação​: 
● Pacientes instáveis: prioridade é a estabilização 
● Pacientes estáveis: investigar após terminar a avaliação ao traumatizado 
Nos casos de hemorragias, estas devem ser contidas por compressão direta. Cerca de 
10 a 15% dos pacientes com trauma pélvico são admitidos em choque. 
- Fraturas - tratamento inicial​: 
● Compressão de possíveis sangramentos 
● Alinhamento da fratura 
● Imobilização 
● Analgesia 
● Antibioticoterapia (fratura exposta) 
- Luxação​: deslocamento de dois ou mais ossos em relação ao seu ponto de articulação 
normal. 
- Entorse​: distensão abrupta de uma articulação, com lesão dos ligamentos, sem 
deslocamento ósseo. 
- Amputação traumática​: pode ocorrer amputação total ou parcial 
 
Nas situações em que o paciente apresenta lesão acompanhado de ausência de pulso 
ou alteração da perfusão, tem-se a suspeita de acometimento vascular. 
 
Obs​. Torniquete: deve ser adotado como última medida de contenção do sangramento de um 
membro; nos casos de amputação traumática ou intensa destruição do membro, com ineficácia 
da compressão, pode-se adotar o uso imediato do torniquete. 
 
 
 
 
 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
9) Trauma Cranioencefálico (TCE) 
 
O aumento do volume de componentes como cérebro, sangue venoso ou arterial, líquor 
ou alguma massa, leva a mecanismos compensatórios como deslocamento do líquor e do 
sangue venoso para outras áreas; a persistência leva à saída do cérebro, herniando. 
A região mais herniada é o uncus, que comprime o nervo oculomotor, paralisando fibras 
parassimpáticas, levando à midríase. 
- Avaliação​: a biomecânica do trauma auxilia a suspeitar de TCE; possui objetivo de 
evitar uma lesão secundária. 
O exame neurológico é realizado em ​D​: 
● Avaliação pupilar: a presença de assimetria entre as reatividades pupilares é 
denominada anisocoria, denotando gravidade com possível herniação cerebral. 
● Escala de coma de Glasgow: avalia a melhor resposta ocular, verbal e motora 
através de um pontuação, variando entre 3 (pior) e 15 (melhor). 
● Sinais localizatórios: presença de cefaléia, vômitos recorrentes, sonolência e 
falas repetidas; a hemiplegia é um sinal de gravidade. 
- Investigação​: realização de TC sem contraste. 
- Classificação​: pode ser classificado quanto ao mecanismo de lesão, gravidade e 
morfologia. 
● Fraturas de crânio: risco de hematomas e lesões cerebrais; sintomas - equimose 
periorbital (olhos de guaxinim), equimose retroauricular, fístula liquórica pelo 
nariz ou ouvido. 
● Hematoma epidural (extradural): imagem como lente biconvexa, sangramento 
exterior à dura-máter, quadro de consciência com rebaixamento posterior. 
● Hematoma subdural: lesões em veias do córtex cerebral, abaixo da dura-máter; 
localizado no espaço subdural, com maior lesão do cérebro adjacente à lesão. 
● Contusão intraparenquimatosa: lesões hemorrágicas dentro do parênquima 
cerebral; podem expandir ou coalescer (aglutinar), formando um grande 
hematoma; deve-se repetir a TC após 12 a 24 horas. 
● Hemorragia subaracnóidea: sangramento no espaço subaracnóideo; 
frequentemente, associada a contusão intraparenquimatosa (63-73%) e 
hematomas subdurais (44%). 
● Concussão: “chacoalhar” o cérebro contra a calota craniana; pode apresentar 
amnésia, falar repetidamente e não ter lesões graves à TC. 
- Fisiopatologia​: “Quatro cavaleiros do apocalipse intracraniano” 
● Hipóxia 
● Hipercarbia 
● Hipotensão arterial 
● Hipertensão intracraniana 
 
→ FSC (fluxo sanguíneo cerebral) = PAM (pressão arterial média) - PIC (pressão 
intracraniana) / RVC (resistência vascular) 
 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
 
 
10) ​Morte Encefálica 
 
Perda da função cerebral definitiva e irreversível; uma das principais causas é o 
traumatismo craniano. Para ocorrer um quadro de morte encefálica, é necessária alguma 
situação que gere destruição definitiva das células neuronais, através do aumento da pressão 
intracraniana juntamente com hipóxia tecidual. 
- Protocolo Morte Encefálica​: 
● Um paciente entra em protocolo de morte encefálica quando apresentar coma 
sem uso de medicações depressoras do SNC. 
● O paciente não pode estar hipotérmico. 
● São realizadas 2 avaliações clínicas por médicos diferentes com intervalo de 
tempo entre eles: confirmação do coma aperceptivo (ausência de resposta à dor) 
e ausência de reflexos de tronco encefálico e movimentos respiratórios 
aparentes (morte encefálica). 
● O exame complementar deve demonstrar ausência de circulação sanguínea 
intracraniana, atividade elétrica cerebral ou atividade metabólica cerebral. 
 
11) ​Atendimento Pré-Hospitalar (APH) 
 
Em urgências traumáticas, há o “período de ouro”, que inicia no APH e continua na 
unidade de saúde. 
- Princípios​: 
● Três “S”: Segurança - de socorristas e pacientes (sinalização é importante para 
desviar fluxo do tráfego); Cena (Scene) - biomecânica do trauma é essencial 
para lesões; Situação - reconhecer a situação para avaliar necessidade de apoio 
adicional. 
● Avaliação primária - ABCDE: via aérea e coluna; ventilação; controle de 
hemorragia; imobilização das lesões musculoesqueléticas (articulação proximal 
e distal); prevenir hipotermia. 
● Manter a estabilização da coluna até completa imobilização. 
 
Obs. ​KED → mecanismo de retirada mais lento, para vítimas conscientes e estáveis. 
 
- Retirada rápida​: mecanismo de retirada rápida de uma situação de risco, casos mais 
graves. 
● Iniciar o transporte à unidade adequada o quanto antes, após a chegada de 
suporte avançado no local. 
● Administração de fluídos, quando possível 
● Avaliação secundária - SAMPLA 
● Avaliar a dor 
● Comunicar corretamente a unidade de destino sobre o estado do paciente 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
● Não causar mais danos 
 
- Funções do APH​: 
● Reanimação: promover um adequado atendimento inicial ao traumatizado● Salvamento: atendimento de vítimas em condições adversas → vítimas 
encarceradas, presas às ferragens; resgate de vítimas em altura; veículos com 
produtos perigosos identificados previamente. 
● Transporte: até a unidade adequada; pode ser via terrestre, via aérea e via 
aquática, dependendo do contexto do local e a disponibilidade do transporte. 
 
12) ​Desastres e Múltiplas Vítimas 
 
O sistema de atendimento é composto de 4 fases: 
● Busca e resgate 
● Triagem e estabilização inicial - é feita uma relação entre gravidade das vítimas 
e recursos disponíveis 
● Tratamento médico definitivo 
● Evacuação do local - encaminhamento das vítimas da cena para a unidade de 
saúde de atendimento destinada. 
Múltiplas vítimas: são eventos em que há desproporção entre os recursos disponíveis e 
as necessidades. 
 
- Triagem de múltiplas vítimas​: detectar as mais graves de forma simples e rápida 
 
MÉTODO START 
 
Classifica as vítimas por cores (pode ser usado por leigos): vermelha, amarela, verde, 
cinza ou preta. Baseia-se na avaliação dos itens do ABCDE - identificar se o paciente respira, 
qual sua frequência respiratória, qual o tempo de enchimento capilar, se obedece ordens 
simples e se consegue andar; são usados cartões de identificação das vítimas. 
Cores por ordem crescente de gravidade: ​VERDE, ​AMARELA, ​VERMELHA, ​PRETA 
OU ​CINZA​. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
 
 
MÉTODO CRAMP 
 
Usado por profissionais da área da saúde, exigindo conhecimentos mais específicos. 
Prioridade de evacuação: VERMELHO, AMARELO, PRETO, VERDE, BRANCO (falecido) 
- Organização​: 
● Mapa da área e zonas de risco. 
● No posto médico avançado, se dá o atendimento às vítimas. 
● Áreas para vítimas vermelhas e amarelas devem ser próximas (chance de 
piora). 
● Área para vítimas verdes deve ser afastada das vítimas mais graves. 
● Área para vítimas pretas/cinzas deve ser isolada e protegida. 
 
13) ​Primeiros Socorros 
 
Primeiro passo: avaliar os três “S”: uso dos equipamentos de proteção individual são 
essenciais; importante observar o que aconteceu com o paciente e qual a situação envolvida. 
Em seguida, deve-se acionar os serviços de emergência: 192 - SAMU ; 193 - Corpo de 
Bombeiros. 
 
- Parada Cardiorrespiratória (PCR)​:​ IMPORTANTE! 
● 1º passo​: reconhecimento rápido da PCR - chegar perto da vítima, chamá-la 3 
vezes tocando no ombro; checar pulso carotídeo por 5 - 10s; solicitação de 
desfibrilador em caso de ausência de resposta. 
● 2º passo​: reanimação cardiopulmonar precoce e de qualidade - com a palma da 
mão entre os mamilos do paciente, comprimir o tórax, permitindo que ele retorne 
à posição; manter um ritmo de, no mínimo, 100 a 120 compressões/min, 
podendo realizar 2 ventilações a cada 30 compressões. Após 2 minutos, na 
troca das compressões, checar novamente o pulso. 
● 3º passo​: desfibrilação rápida com uso do desfibrilador externo automático 
(DEA), que deve ser instalado e sua instruções seguidas; as compressões 
devem ser interrompidas somente quando o DEA indicar. 
● 4º passo​: chegada do suporte avançado de vida com continuidade do 
atendimento e condução da RCP (ressuscitação cardiopulmonar). 
● 5º passo​: cuidados pós-parada, realizados no ambiente hospitalar. 
- Acidente Vascular Cerebral (AVC)​: 
Sinais básicos como pedir para a pessoa sorrir e observar a simetria, levantar e 
manter braços alinhados e pedir para responder a uma pergunta simples devem ser 
analisados. 
Alguma alteração nos sinais é suspeito para AVC, devendo acionar o serviço de 
resgate imediatamente; identificar o horário de início dos sintomas. 
 
Daniella von Zuben - Medicina 56 
 
 
- Desmaio​: 
Decorre de queda abrupta da pressão sanguínea ou alterações do SNC. ​Não 
administrar sal ou açúcar sem ter certeza do ocorrido; afrouxar roupas; manter o 
paciente em posição lateral; checar se é PCR; informar ao serviço de emergência. 
- Convulsão​: 
Contratura de todo o corpo ou parte dele de forma involuntária, como uma 
descarga energética, originada no SNC. Deve-se avaliar a segurança da cena; ligar 
para o resgate; proteger a cabeça do paciente; retirar objetos próximos; não colocar 
nada na boca do paciente; manter a cabeça lateralizada; não amarrar ou impedir os 
movimentos; não oferecer líquidos. 
- Engasgo​: 
Manobra em adultos: Manobra de Heimlich 
● 1- ​O socorrista deve se posicionar em pé atrás do paciente 
● 2-​ Posicionar as pernas afastadas para manter equilíbrio 
● 3-​ Posicionar as mãos uma por cima da outra na região umbilical 
● 4-​ Rodar a mão empunhada para região epigástrica 
● 5-​ Pressionar com força para desobstruir 
Obs​. Em crianças, realizar a manobra de joelhos. 
Manobra em crianças menores de 1 ano 
● 1- ​Segurar o bebê de bruços sobre o antebraço 
● 2- ​Aplicar 5 golpes entre as escápulas, utilizando a palma da outra mão 
● 3- ​Segurar a cabeça do bebê com a mão que golpeou 
● 4- ​Virar o bebê em bloco, com a barriga para cima 
● 5- ​Aplicar 5 compressões torácicas com 2 dedos sobre o esterno 
● 6- ​Repetir o processo até a desobstrução ou a chegada do recurso de resgate 
- Hemorragia Nasal (Epistaxe)​: 
Perda de sangue pelo rompimento de pequenos vasos. Deve-se assoar o nariz; 
manter a cabeça em posição normal; apertar a narina por 10 min, colocar gelo por 20 
min; ao persistir o sintoma, buscar o hospital; não introduzir nada pelas narinas. 
- Hemorragias​: 
Sangramentos decorrentes de ferimentos. Deve-se limpar exaustivamente com 
água corrente; fazer oclusão firme com pano limpo; não passar creme ou ervas. 
- Queimaduras​: 
Lesões decorrentes do calor, substâncias químicas, eletricidade e radiação. É 
importante não ser uma nova vítima; remover a vítima da cena; interromper o processo 
lesivo; remover roupas e metais; providenciar água abundante. 
Na ferida, não utilizar substâncias como café e pasta de dente, não furar as 
bolhas, lavar com água limpa em grande quantidade. A maioria dos casos pode ser 
prevenido. 
Daniella von Zuben - Medicina 56

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