Buscar

Trauma Torácico: Classificação e Avaliação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TRAUMA TORÁCICO 
Epidemiologia: alta incidência e grande impacto 
(aumento da gravidade e da mortalidade). 
Toracotomia: aproximadamente 20% dos casos. 
Os métodos diagnósticos e terapêuticos devem 
ser precoces e constar do conhecimento de 
qualquer profissional, pois, na maioria das vezes, 
para salvar a vida de um traumatizado torácico, 
não se necessita de grandes cirurgias, mas sim 
de um efetivo: 
- Controle das vias aéreas; 
- Manutenção da ventilação; 
- Volemia; 
- Circulação. 
CLASSIFICAÇÃO 
1. Quanto ao Tipo de Lesão: 
• Penetrantes: ferimentos que penetram a 
cavidade torácica. Ex: arma branca (FAB), 
arma de fogo (FAF). 
• Fechadas: lesões devido à contusão. Ex: 
maioria dos traumas por acidentes 
automobilísticos. 
2. Quanto ao Agente Causal: 
• FAF e FAB 
• Acidentes Automobilísticos 
3. Quanto à Manifestação Clínica: 
• Pneumotórax 
• Hemotórax 
• Tamponamento Cardíaco 
• Contusão Pulmonar 
• Lesão de Grandes Vasos (aorta, artéria 
pulmonar, veias cavas) 
OBS: hemopneumotórax 
• Sangramento alveolar: troca gasosa 
comprometida 
AVALIAÇÃO 
Os sinais e sintomas de trauma de tórax 
relacionados com a parede torácica e o pulmão 
são: falta de ar, taquipneia e dor torácica. 
Os principais sintomas relacionados a esse tipo 
de Trauma são: hipóxia, hipercapnia e acidose, 
em que a sua avaliação segue o fluxo do atendi-
mento inicial ao politraumatizado. 
A dor pode ser descrita como aperto torácico ou 
desconforto. 
S. Sintomas 
A. Alergias 
M. Medicamentos de uso habitual 
P. Passado médico/prenhez/antecedentes 
cirúrgicos 
L. Líquidos e refeição recente 
E. Eventos e ambiente relacionados ao trauma 
O atendimento inicial do paciente com trauma 
torácico consiste em avaliação primária, 
estabilização dos sinais vitais – visando 
principalmente a correção da hipoxemia –, 
avaliação secundária minuciosa e tratamento 
definitivo. 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA - Vias Aéreas 
Obstrução de VA 
A obstrução é um dos principais mecanismos que 
afetam a VA de um paciente e ela é 
frequentemente causada por edema, 
sangramento ou broncoaspiração. 
Sua avaliação na parte torácica consiste no 
próprio exame semiológico: 
a) Inspecionar a cavidade oral, a faringe e 
também o tórax para ver se há esforço 
respiratório; 
b) Palpar o pescoço e o tórax; 
c) Auscultar a respiração em busca de creptos ou 
estertores. 
Caso seja identificado alguma obstrução, nossa 
conduta será remover o conteúdo por aspiração 
(se for líquido) ou com dedo em garra (sólido) e 
avaliar a necessidade VA definitiva. 
O EXAME DO TÓRAX: 
- Inspeção: 
* Existem escoriações, lacerações, distensão de 
veias do pescoço, desvio de traqueia, assimetria 
de expansão torácica ou movimentação 
paradoxal? 
* Cianose? *tardio 
* Aumento da frequência respiratória? 
- Palpação: 
* Presença de pontos dolorosos, crepitação 
óssea e segmento instável da parede torácica? 
- Ausculta: 
* Presença ou ausência de murmúrio vesicular, o 
volume inspirado e a simetria do fluxo de ar? 
-Oximetria de pulso Ideal acima de 95% 
FRATURAS DE COSTELAS 
Os sinais e sintomas de fratura de costelas são: 
dor à movimentação, à palpação do local e, 
eventualmente, crepitação óssea. 
O tratamento inicial: imobilização e diminuição do 
movimento das costelas fraturadas. Isto pode ser 
realizado usando o braço do doente, uma tipoia e 
uma faixa. 
Ventilação e tosse devem ser encorajadas 
(atelectasias – colabamentos de alvéolos e/ou 
pneumonia). 
TÓRAX INSTÁVEL 
O tórax instável ocorre quando duas ou mais 
costelas adjacentes são fraturadas em pelo 
menos dois lugares. 
Bem...o tórax instável, também conhecido retalho 
costal móvel, advém de fraturas em 2 pontos da 
costela e em duas ou mais costelas adjacentes, 
ou então pode ser decorrente de uma luxação de 
articulações costocondrais. 
Esse tipo de lesão acaba criando um retalho na 
parede torácica, que se move de forma 
independente e oposta ao restante da caixa 
óssea (então enquanto a parede torácica se 
expande, o retalho se retrai e vice-versa). 
 
A compressão dos pulmões pode lacerar o tecido, 
produzindo hemorragia nas paredes alveolares e 
no espaço alveolar e provocando uma laceração 
ou contusão pulmonar. 
Paciente torna-se progressivamente hipóxico – 
FR aumenta, Respiração paradoxal? dor intensa. 
Tratamento: oxigênio suplementar, caso não 
responda – uso de suporte ventilatório mais 
agressivo. 
CONTUSÃO PULMONAR 
Trauma pulmonar a ponto de ocorrer 
sangramento intersticial e alveolar. 
A contusão pulmonar, por sua vez, é como se 
fosse um hematoma dentro do pulmão. 
Normalmente depois de um trauma contuso, 
sangue e outros fluidos se acumulam no tecido 
pulmonar, interferindo na respiração e causando 
hipóxia no paciente. 
É uma lesão torácica comum e potencialmente 
letal. Insuficiência respiratória grave - 8 a 24 h. 
Pode resultar de trauma fechado e penetrante. 
Em ambos, apresentam o mesmo problema 
clínico: áreas do pulmão sem ventilação. 
Tratamento: assegurar ventilação adequada e 
administração de oxigênio, limitar a administração 
de fluidos intravenosos. 
PNEUMOTÓRAX 
Classifica-se em: 
- Simples 
- Aberto 
- Hipertensivo 
• PNEUMOTÓRAX SIMPLES 
Caracterizado pela presença de ar no espaço 
pleural. 
Sinais e sintomas: 
- Dor torácica pleurítica; 
- Respiração rápida e difícil; 
- Diminuição ou ausência de murmúrio vesicular 
no lado afetado. 
Tratamento: administração de O2, transporte 
rápido ao hospital. 
OBS: Possibilidade de evolução para 
pneumotórax hipertensivo. 
• PNEUMOTÓRAX ABERTO 
Caracterizado por ferimentos penetrantes de 
tórax através de lesões abertas na parede 
torácica. 
O mecanismo do pneumotórax aberto é um pouco 
diferente do hipertensivo. 
Aqui, basicamente, vai haver uma lesão na 
parede torácica (normalmente ≥ 2/3 do diâmetro 
da traqueia) comunicando o espaço pleural com 
o meio externo, o que acaba fazendo com que a 
pressão intrapleural se iguale com a atmosférica. 
Dessa forma, vai haver uma compressão do 
pulmão (e consequente prejuízo para a 
respiração), mas como o ar vai conseguir entrar e 
sair, acaba não acontecendo um acúmulo muito 
grande, que é o que justifica não encontrarmos 
aqui o desvio do mediastino e a congestão 
venosa, por exemplo. 
A gravidade do defeito da parede torácica é 
diretamente proporcional ao seu tamanho. 
 
Sinais e sintomas: dor no local da lesão e falta 
de ar. Ruído de respiração ou borbulhamento. 
Tratamento: 
• Fechamento do orifício no tórax 
(curativo de 3 pontas) e o fornecimento 
de oxigênio suplementar 
Então, vamos lá para o manejo! O primeiro passo 
é fechar a lesão que está permitindo a entrada de 
ar, no entanto, a gente tem que lembrar que 
também é ela que permite a sua saída. 
Dessa forma, nossa conduta inicial deve ser 
realizar o chamado Curativo de 3 pontas: colocar 
um material estéril sobre a lesão e fixá-lo em 
apenas 3 dos seus lados, deixando um livre. 
Por que isso? Porquê dessa forma, durante a 
inspiração o material é sugado e oclui a entrada 
do ar, porém, na fase de expiração, o ar empurra 
o material para fora e consegue sair pelo lado não 
fixado do curativo. 
OBS: Cuidado para não evoluir para pneumotórax 
hipertensivo. 
 
• PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO 
O pneumotórax hipertensivo se desenvolve 
quando o ar consegue entrar na cavidade pleural 
através de um mecanismo de válvula 
unidirecional, ou seja: o ar entra mas não sai. 
Dessa forma, o ar começa a se acumular, 
comprimindo o pulmão e empurrando o 
mediastino para o lado contralateral. Com toda 
essa compressão, então, o paciente sofre uma 
redução do retorno venoso e, consequentemente, 
do débito cardíaco, levando a um quadro de 
choque do tipo obstrutivo. 
O aumento da pressão no espaço pleural - colaba 
pulmão no lado acometido - empurra o mediastino 
(coração e vasos sanguíneos) para o lado oposto 
(contralateral).Consequências: 
1. Ventilação torna-se progressivamente mais 
difícil; 
2. Diminui-se o fluxo de sangue para o coração. 
Os sinais e sintomas: 
- Precoces: murmúrio vesicular diminuído ou 
ausente no lado acometido; piora progressiva da 
dispnéia e da taquipnéia apesar do tratamento. 
- Sinais evolutivos: piora da taquipnéia, dispnéia, 
taquicardia, dificuldade aumentada para ventilar o 
paciente intubado. 
- Sinais tardios: distensão de veias jugulares, 
desvio de traquéia. 
Tratamento: Diminuir a pressão no espaço 
pleural. 
- Ferimentos penetrantes: Retirar o curativo por 
alguns segundos, caso não funcione, 
descompressão com agulha. 
-Pneumotórax hipertensivo fechado: 
Descompressão do tórax com agulha de grande 
calibre dentro do espaço pleural do lado afetado. 
Transporte rápido com O2 em concentração 
elevada. 
• HEMOTÓRAX 
Caracterizado pela presença de sangue no 
espaço pleural. 
Hemotórax corresponde a presença de sangue 
na cavidade pleural e a gente o classifica como 
maciço quando esse volume de sangue é maior 
do que 1500mL ou maior do 2/3 do volume total. 
A partir daí, o sangue vai se comportar como o ar 
e comprimir o pulmão, atrapalhando, assim, 
processo respiratório. 
 
Sinais e sintomas: taquipneia, diminuição do 
murmúrio vesicular e sinais clínicos de choque. 
A primeira coisa que precisamos ter em mente é 
que o volume de sangue que vaza para a 
cavidade pleural dificilmente será parecido com o 
volume de ar em um pneumotórax hipertensivo, 
por exemplo. Ou seja, na maioria das vezes não 
haverá um desvio de mediastino significativo a 
ponto de provocar desvio de traqueia e muito 
menos estase de jugular. 
SE LIGA! por conta da perda de sangue, a 
presença de estase de jugular é muito difícil e ela, 
inclusive, costuma estar colapsada. Mas caso 
haja um hemotórax com esse achado, fique 
atento pois o paciente pode ter um pneumotórax 
hipertensivo associado! 
Hemopneumotórax 
 
A macicez à percussão e os murmúrios 
vesiculares (MV) abolidos, ambos justificados 
pelo fato de haver líquido no local onde deveria 
estar o parênquima pulmonar. 
Tratamento: Correção dos problemas 
ventilatórios e circulatórios (O2 em alta 
concentração); Reposição intravenosa de 
soluções com eletrólitos (hipovolemia e choque), 
Dreno torácico. 
Drenagem Torácica! Sim...vai ser preciso 
descomprimir o tórax do paciente. No entanto, 
não podemos perder de vista que o hemotórax 
maciço envolver uma perda significativa e sangue 
e por isso que o indicado é realizar reposição 
volêmica SIMULTANEAMENTE - usando 
primeiro cristalóides e, logo depois, transfusão 
sanguínea. 
 
CONTUSÃO CARDÍACA 
Contusão miocárdica: pode causar destruição 
das células da parede, ruptura da própria parede 
do coração, ou danos às válvulas do coração. 
Sinais e sintomas: 
• Diminuição do débito cardíaco ou por 
arritmias (podem não ser totalmente 
evidentes); 
• Desconforto de tórax e dor nas costelas 
fraturadas ou músculos contundidos; 
• Dor à palpação do tórax anterior. 
Tratamento: 
• Administração de oxigênio, monitoração 
do pulso e transporte rápido para hospital. 
TAMPONAMENTO CARDÍACO 
Caracterizado pela entrada de sangue no espaço 
pericárdico através de lesões de vasos 
sanguíneos do pericárdio ou miocárdio. 
O mecanismo por trás do tamponamento 
cardíaco é bem parecido com do hemotórax e do 
pneumotórax: basicamente vai haver um acúmulo 
de fluido dentro do saco pericárdico e isso vai 
comprimir o coração, comprometendo o seu 
enchimento e, por tabela, o débito cardíaco (ou 
seja: choque restritivo). 
 
Sinais e sintomas: 
• Hipotensão, ingurgitamento de jugulares e 
abafamento de bulhas cardíacas (tríade de 
Beck). 
• Para identificar essa condição, nós vamos 
procurar pela famosa Tríade de Beck, que 
consiste em: 
 
No entanto, a estase de jugular pode não estar 
presente, por conta da hipovolemia do 
paciente, e o abafamento das bulhas 
cardíacas pode ficar inviável de ser 
identificada no barulho da sala de emergência. 
É por isso que a gente precisa se atentar para 
outros sinais de tamponamento que são: 
 
Pode acontecer de confundirmos um 
tamponamento com um pneumotórax 
hipertensivo (especialmente se for do lado 
esquerdo). A grande diferença a gente encontra 
em dois fatores: 
a) percussão, em que o pneumotórax se mostrará 
hipertimpânico; 
b) ausculta, na qual os MVs estarão presentes 
bilateralmente se for tamponamento. 
VOCÊ SABIA? 
A Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) é um ritmo 
cardíaco identificado através do ECG que, como 
o nome já deixa bem claro, se caracteriza pela 
detecção de atividade elétrica no coração, 
embora não seja identificado pulso. Essa 
condição costuma ocorrer em quadros de 
tamponamento cardíaco, pneumotórax 
hipertensivo, hipovolemia severa e também em 
rupturas cardíacas. 
 
Tratamento: 
• Infusão intravenosa de solução de 
eletrólitos, ventilação e transporte rápido 
para hospital, pericardiocentese. 
RUPTURA DE AORTA 
Cerca de 80 a 90% com lesão de aorta morrem 
na primeira hora após o acidente. 
A correção cirúrgica oportuna e o tratamento com 
hipotensão podem evitar a maioria das mortes 
dos doentes que chegam vivos ao hospital. 
Tratamento: 
• Oxigenoterapia e ventilação assistida. 
Transporte imediato. 
TRAUMA ABDOMINAL 
A gravidade dos traumatismos abdominais 
baseia-se especialmente na possível existência 
de uma lesão visceral, capaz de produzir 
alterações gerais graves como são as peritonites 
ou as hemorragias. 
As lesões traumáticas desses órgãos e estruturas 
podem levar à morte imediata por hemorragias e 
choque ou, tardiamente, por infecção. 
As lesões abdominais ocorrem muitas vezes em 
associação com outras, principalmente do tórax. 
CLASSIFICAÇÃO DO TRAUMA ABDOMINAL 
O trauma abdominal pode ser: 
- Fechado 
- Aberto 
TRAUMA ABDOMINAL FECHADO 
• Diretos: Ex. às lesões por impacto contra 
o cinto de segurança nos acidentes. 
• Indiretos: também conhecido como 
contusão do abdômen, ocorre quando há 
transferência de energia cinética, através 
da parede do abdômen, para os órgãos 
internos, lesando-os. 
Ex: colisões do abdômen contra volante de 
veículos. 
TRAUMA ABDOMINAL ABERTO 
• Penetrantes: Afetam o peritônio, 
comunicando a cavidade abdominal com o 
exterior. A penetração limita-se à parede 
do abdômen sem provocar lesões internas. 
• Perfurantes: É quando o objeto que 
penetrar na cavidade abdominal atingir 
alguma víscera, lesando órgãos e 
estruturas. 
As lesões abdominais compreendem: 
• Ruptura ou laceração dos órgãos ocos 
(podem causar peritonite); 
• Ruptura de estruturas sólidas (podem 
causar hemorragias internas). 
OBS: Empalamento. 
SINAIS E SINTOMAS DO TRAUMA 
ABDOMINAL 
Nem todo trauma do abdômen, seja ele aberto ou 
fechado, leva a lesões internas. 
Os sintomas podem ser leves, progressivos, 
ausentes fazendo com que essas lesões passem 
despercebidas numa avaliação inicial, agravando 
as condições da vítima ou até contribuindo para a 
sua morte. 
A dor abdominal, sintoma mais evidente e 
frequente nas vítimas deste trauma (irritação do 
peritônio), em virtude da presença de sangue ou 
conteúdo das vísceras ocas que extravasam ao 
se romperem. 
A dor da irritação peritoneal é difusa, não 
corresponde ao local do trauma ou à estrutura 
intra-abdominal lesada. 
A dor geralmente se faz acompanhar de rigidez 
da parede abdominal, chamada de "abdômen em 
tábua", sintoma involuntário presente mesmo nas 
vítimas inconscientes. 
Trauma de abdome causando rigidez e aumento 
de volume 
O choque hipovolêmico em vários graus de 
intensidade 
Muitas vezes, os sinais e sintomas do choque são 
os únicos sinais do trauma abdominal, visto 
muitas vítimas estarem inconscientes, com 
sangramento invisível: 
- Palidez, 
- Sudorese fria, 
- Pulso rápido e fino ou ausente, 
- Cianose de extremidades, 
-Hipotensão arterial,são os únicos sinais do 
trauma abdominal. 
SINAIS INDICATIVOS DE LESÃO 
ABDOMINAL: 
• Fratura de costelas inferiores; 
• Equimoses; 
• Hematomas; 
• Ferimentos na parede do abdômen. 
OBS: O abdômen escavado, como se estivesse 
vazio, é sinal de lesão do diafragma, com 
migração das vísceras do abdômen para o tórax. 
As lesões penetrantes, principalmente as 
produzidas por arma branca, às vezes causam a 
saída de vísceras abdominais, como o intestino, 
fenômeno conhecido por evisceração. 
Alguns outros sinais indicativos de lesão intra-
abdominal: equimose escrotal, sangramento pela 
uretra, reto ou vagina, associada a fraturas da 
pelve, geralmente com lesão em estruturas do 
abdômen. 
A rigidez involuntária da musculatura abdominal é 
um sinal confiável de irritação peritoneal. 
A dor à descompressão brusca, geralmente, 
indica uma peritonite estabelecida pelo 
extravasamento de sangue ou conteúdo 
gastrintestinal. 
INVESTIGAÇÃO 
-Ultrassonografia 
- Tomografia Computadorizada 
-Ultrassonografia 
Avaliação direcionada com ultrassonografia para 
doentes de trauma FAST (Focused Assessment 
with Sonografy for Trauma) 
- Trata-se de um exame acessível, factível e 
rápido para avaliação da presença de fluidos 
intra-abdominais que pode ser realizado a beira 
do leito na sala de choque. 
- Inclui o exame de quatro regiões importantes 
(saco pericárdico, espaços hepato e 
esplenorrenal e pelve ou recesso de Douglas), 
sendo extremamente útil na detecção da causa 
de choque. 
-Lavado Peritoneal Diagnóstico: sangue no 
peritônio? 
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DO 
TRAUMATISMO ABDOMINAL 
No trauma abdominal, a hemorragia constitui 
prioridade de tratamento, por ser causa de morte 
nas primeiras horas. 
Todo paciente traumatizado deve ser atendido 
seguindo-se a sistematização do exame primário 
do Advanced Trauma Life Support (ATLS). 
O abdome deve ser completamente inspecionado 
nas suas faces anterior e posterior como também 
as nádegas e a região perineal. A presença de 
escoriações, contusões, hematomas localizados 
e ferimentos abertos são sugestivos de trauma e 
devem ser bem caracterizados. 
Medidas para minimizar os danos do estado de 
choque em decorrência do trauma abdominal: 
- Desobstruir as vias aéreas permitindo boa 
ventilação; 
- Ministrar oxigênio a 12 ou 15 litros por minuto; 
- Elevar os membros inferiores; 
- Aquecer a vítima evitando a hipotermia, que 
agrava o estado de choque; 
- Controlar hemorragias externas de ferimentos 
ou imobilizar fraturas de ossos longos para 
minimizar perdas adicionais de sangue; 
- Reposição volêmica com 2L de Ringer Lactato 
em dois acessos venosos e periféricos com jelco 
14 em infusão rápida. 
TRATAMENTO DEFINITIVO 
Os pacientes com instabilidade 
hemodinâmica e sinais óbvios de trauma 
abdominal, tais como a evisceração com 
exposição de alças intestinais e a peritonite 
generalizada devem ser submetidos à exploração 
cirúrgica imediata. 
Os pacientes conscientes e sem achados 
suspeitos de trauma abdominal no exame 
físico, não necessitam ser investigados. Caso 
não haja outras suspeitas, podem receber alta 
hospitalar ou ser mantidos em observação clínica 
com exames clínicos repetidos. 
Em caso de evisceração, limpar essas vísceras 
de detritos grosseiros com soro fisiológico e cobri-
las com plástico esterilizado próprio para esse fim 
ou com compressas úmidas a fim de isolá-las do 
meio ambiente. 
Em hipótese alguma, tentar reintroduzir as 
vísceras no abdômen, porque o sangramento se 
agrava ou propicia o extravasamento de fezes. 
Em casos de objetos que penetrem no 
abdômen, como pedaços de ferro, madeira ou 
outros, nunca retirá-los. 
Corte-os, se necessário, e proteja-os para que 
não se movam durante o transporte. 
Esses corpos estranhos só podem ser retirados 
em centro cirúrgico, onde haja condições de 
controlar o sangramento. 
-Nunca retirar – Imobilizar 
TRAUMA MÚSCULO- ESQUELÉTICO: 
Fraturas e Luxações 
As lesões de extremidades, embora comuns nos 
pacientes traumatizados, raramente apresentam 
risco de morte imediato. 
O trauma de extremidades pode apresentar risco 
de morte quando leva à perda de sangue 
acentuada, quer seja externa quer seja interna. 
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
O corpo humano do adulto é formado por 
aproximadamente 206 ossos. 
O corpo humano tem mais de 700 músculos, que 
são classificados por função (músculos –
esqueléticos). 
Tendões e ligamentos. 
FISIOPATOLOGIA 
As lesões de extremidades levam a cinco 
problemas principais que requerem atendimento 
pré-hospitalar: 
1- Hemorragia; 
2- Instabilidade (fraturas ou luxações); 
3- Lesões de partes moles (distensões e 
entorses); 
4- Perda de tecido (amputação); 
5- Síndrome compartimental. 
1- HEMORRAGIA 
Hemorragia é a perda de sangue do sistema 
vascular. 
A taxa de perda sanguínea é diretamente 
proporcional ao tamanho da perfuração do vaso 
sanguíneo e da pressão transmural. 
O primeiro passo no tratamento da hemorragia 
deve ser a compressão direta sobre a lesão. 
Organismo: fatores de coagulação e espasmo 
vascular. 
2- INSTABILIDADE 
A instabilidade de osso ou articulação pode ser 
devida a: 
- Fraturas 
- Luxações 
2.1- Fraturas 
No osso fraturado, a imobilização leva tanto à 
redução da possibilidade de mais lesão quanto à 
diminuição da dor. 
Dividem-se em: 
- Expostas (Complicações incluem hemorragia 
externa, lesão de músculos e nervos e infecção 
óssea); 
- Fechadas (Podem representar mais uma fonte 
importante de hemorragia interna. Ex: fêmur e 
bacia). 
OBS: O socorrista nunca deve tentar recolocar os 
ossos na posição normal. 
 
2.2- Luxações 
A luxação é a separação de dois ossos de uma 
articulação, resultantes de ruptura de seus 
ligamentos. 
Geralmente produzem dor aguda e podem ser 
difíceis de diferenciar de fraturas. 
Ela produz área de instabilidade que o socorrista 
precisa imobilizar. 
 
3- Lesões em tecido mole 
Lesões de músculos e ligamentos são mais 
comuns que lesões ósseas. 
Tipos: 
- Distensões (laceração de fibras musculares). 
Caracterizadas por dor com movimento, com 
pouco ou nenhum edema. 
 
- Entorses (ligamentos são estirados ou 
parcialmente lacerados). 
 
 Caracterizadas por extrema dor, edema e 
possível hematoma 
OBS: Diferenciação através de radiografia. 
4-Perda de tecido 
Quando um tecido foi totalmente separado de 
uma extremidade, ele fica completamente sem 
nutrição e oxigenação. 
Amputação: é a perda de parte ou de todo o 
membro. 
Início (sangramento volumoso) – contração de 
vasos (mecanismo de defesa) – sangramento 
pode voltar a ocorrer (remoção de coágulos). 
Resfriamento – sem congelação – da parte 
amputada reduz o ritmo metabólico e prolonga o 
tempo de tolerância a falta de oxigenação. 
5 - Síndrome compartimental 
Aumento na pressão dentro num compartimento 
corporal, reduzindo a perfusão capilar abaixo do 
nível necessário para a viabilidade tecidual, 
levando à oclusão da microcirculação. 
Sinais e sintomas: 
• Dor maior que o esperado e 
desproporcional à o estímulo ou lesão; 
• Dor no alongamento passivo do músculo 
afetado; 
• Inchaço tenso do compartimento afetado; 
• Parestesias ou sensação alterada distal ao 
compartimento afetado. 
AVALIAÇÃO 
As seguintes prioridades sempre devem ser 
seguidas quando estiver tratando um paciente 
com trauma de extremidades: 
1-Tratar todas as condições que põem em 
risco a vida; 
2-Tratar todas as condições que põem em 
risco os membros; 
3- Tratar todas as outras condições (se o 
tempo permitir). 
• Local e cena seguros? 
• Exame primário (identificar e tratar as 
lesões com risco de morte); 
• Sem risco de morte (exame secundário). 
• Sangramentos? Compressão direta; 
• Hematomas e deformidades podem indicar 
fraturas fechadas; 
• Dor indica graves lesões potenciais; 
• Ausência de pulso, movimento e 
sensibilidade podem indicarfalta de fluxo 
sanguíneo e déficit neurológico em 
combinação com outros sinais. 
• Crepitação? 
• Avaliar a potencial perda de sangue – 
extensão do ferimento (diminuição da 
perfusão e choque); 
• Edema, extremidade fria, pálida e sem 
pulso (hemorragia arterial interna); 
• Extremidade amputada deve ser 
localizada para possível reimplante. 
TRATAMENTO 
• Imobilização do paciente em prancha 
longa; 
• Tratamento inicial do choque (acesso 
endovenoso); 
• Transporte rápido para hospital; 
• Alinhar extremidade para posição 
anatômica (facilita imobilização e melhora 
circulação); 
• Imobilização do membro: Inclua na tala a 
articulação proximal e distal a lesão. 
• Fraturas abertas: controlar o sangramento 
e proteger o ferimento, ocluindo-o com 
curativos estéreis e bandagens; 
• No caso de amputação, realizar os 
princípios do atendimento a parte 
amputada. 
PARADA CARDIORESPIRATÓRIA 
PCR - CONCEITO 
É a cessação súbita da circulação sistêmica em 
indivíduo com expectativa de restauração de suas 
funções fisiológicas, e não portador de doença 
crônica intratável ou em fase terminal. 
Conceito - SANARFLIX: A parada 
cardiorrespiratória é a ausência de atividade 
mecânica cardíaca efetiva, confirmada por 
ausência de pulso juntamente com falha na 
mecânica ventilatória. 
A PCR tem como a principal etiologia a síndrome 
coronariana aguda gerando arritmias graves de 
origem ventricular, em sua maioria Fibrilação 
Ventricular (entre 54-76%!!). Em ambiente intra-
hospitalar a PCR é normalmente uma evolução 
de algum quadro metabólico e grave (Sepse, por 
exemplo). Nesse contexto, uma vez que 
normalmente a causa da PCR não se dá por uma 
arritmia primária, os principais ritmos de parada 
são Assistolia e Atividade Elétrica sem pulso. 
Reanimação Cardiopulmonar: É o conjunto de 
procedimentos destinados a manter a circulação 
de sangue oxigenado para o cérebro e outros 
órgãos vitais, após uma parada cardíaca. 
 
RITMOS DE PARADA 
• Fibrilação ventricular (FV) 
A FV é o resultado de múltiplos focos de 
reentrada em tempos diferentes, resultando em 
uma contração sem ordem e efetividade alguma. 
No eletrocardiograma é representado por um 
traçado completamente anárquico, sem a 
visualização de padrão nenhum. 
 
• Taquicardia ventricular sem pulso 
(TVsp) 
A TVsp ocorre com uma taquicardia ventricular 
sustentada proveniente de focos ectópicos, 
porém que não gera frequência e intensidade 
adequadas para manter o débito cardíaco, 
gerando ausência de pulso palpável. 
 
• Atividade elétrica sem pulso (AESP) 
Há atividade elétrica organizada no traçado, 
porém sem intensidade o suficiente para gerar 
uma contração efetiva para perfusão e a geração 
de pulso. 
 
• Assistolia 
Não há atividade elétrica alguma. É a 
degeneração de todos os ritmos citados 
anteriormente, caso as medidas de ressuscitação 
não sejam aplicadas. 
 
CAUSAS REVERSÍVEIS DE PCR 
Ao encontrar uma parada cardiorrespiratória e 
iniciar o protocolo de reanimação cardiopulmonar, 
é necessário a tomada de medidas rápidas e 
efetivas para o aumento das chances de reversão 
da PCR e retorno da circulação. O problema é 
que por muitas vezes a PCR foi precipitada por 
uma condição de base aguda ou agudizada e 
REVERSÍVEL, que necessitamos sempre pensar. 
De nada adianta, por exemplo, a técnica 
adequada de RCP se o problema do paciente é 
hipovolemia e o coração continuará a bater 
“seco”. Para isso, existe uma forma fácil de 
lembrar das principais condições reversíveis que 
podem causar a PCR. Apesar de muitas vezes se 
pensarem nessas causas apenas nos ritmos não 
chocáveis, é interessante ter eles em mente em 
qualquer RCP prolongada. Essas condições são 
conhecidas como “5Hs e 5Ts”. 
 
PCR – CRITÉRIOS CLÍNICOS 
É considerada uma PCR quando o paciente 
apresenta, concomitantemente: 
• Crianças: 
- Geralmente causa respiratória (obstrução de via 
aérea por corpo estranho - OVACE) 
• Adultos: 
- Geralmente causa cardíaca. 
• Mas será que eu saberia agir para reverter uma 
PCR? 
OBJETIVOS DO TRATAMENTO NA PCR 
• Estabilizar os parâmetros ventilatórios e 
circulatórios do paciente; 
• Reduzir o risco de lesões neurológicas; 
• Diminuir a probabilidade de traumas adicionais. 
• Corrente de Sobrevivência 
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) 
Consiste em iniciar imediatamente manobras que 
restituam a circulação em órgãos nobres (coração 
e cérebro) e a oxigenação. 
A técnica adequada para realizar RCP é feita com 
as duas mãos apoiadas sobre o peito do paciente, 
com os braços esticados e compressões 
utilizando o peso do corpo. Em um adulto é 
necessário a compressão de 5 centímetros da 
caixa torácica, aguardando o retorno total do peito 
para a próxima compressão. A frequência 
adequada de compressão é entre 100-120 
compressões por minuto. 
Realizar a RCP é extremamente extenuante, por 
isso é importante revezar as compressões, não 
só para prevenir a fadiga do socorrista como 
também garantir que as compressões serão feitas 
de forma efetiva e ajudarão o paciente. PEÇA 
AJUDA! Não somente do SAMU, mas se tiver 
alguém capacitado, reveze! 
SE LIGA: Se estiver só, deve-se realizar ligar por 
ajuda e iniciar imediatamente a compressão, não 
se preocupando com a ventilação do paciente. A 
sincrônica entre compressão e ventilação deve 
ocorrer somente se houver mais de um socorrista. 
O Desfi brilador Externo Automático, 
carinhosamente chamado de DEA, é um aparelho 
que, como o próprio nome nos ajuda a deduzir: 
Desfibrila automaticamente! É um aparelho 
eletrônico portátil que desencadeia um choque 
elétrico com corrente contínua sobre o tórax da 
vítima. O choque determinará uma assistolia 
elétrica em todo o miocárdio, permitindo que o 
sistema de condução elétrica intracardíaco possa 
reassumir de forma organizada a despolarização 
miocárdica e o ritmo cardíaco organizado. 
 
 
CONDUTA 
• Profissional de saúde: Ao avistar um 
paciente inconsciente, garanta a 
segurança de sua cena: O que envolve 
tanto sua proteção pessoal, quanto da 
equipe e do paciente. Só então aproxime-
se do local. 
• Avalie a responsividade do paciente: 
Deve-se chamar vigorosamente o 
paciente. Após a avaliação da 
responsividade, existem 2 caminhos 
diferentes a depender da resposta do 
paciente. 
• Caso o pulso esteja ausente, peça a uma 
pessoa que esteja passando que ligue 
para o SAMU 192 e tente conseguir um 
DEA/desfibrilador. 
• Fale direcionado a uma pessoa para 
delegar a função e alto para que caso 
alguém que esteja próximo saiba onde 
possui um DEA próximo possa ir buscar 
• Inicie imediatamente as compressões, 
mantendo a técnica adequada. Caso seja 
possível realizar com segurança a 
ventilação, realizar de maneira 
sincronizada 2 ventilações entre 30 
compressões. 
• A cada 2 minutos trocar o socorrista 
responsável pela compressão, para 
garantir a qualidade da compressão. 
Atualmente é possível se fazer 
compressão contínua com uma ventilação 
por bolsa-mascara ou boca-mascara a 
cada 6 segundos mesmo que não haja via 
aérea avançada. 
• ATENÇÃO: Tirando casos em que a causa 
primária seja asfixia, mesmo profissionais 
de saúde não são obrigados a fazer a 
respiração, principalmente se estiverem 
sozinhos, podem optar pela RCP “hands 
on”, contínua e ininterrupta. 
• Assim que chegar o DEA, ligue-o e siga 
suas orientações. Não aguarde o término 
de um ciclo para colocar o DEA. Com a 
colocação do DEA corretamente pelas 
suas instruções, o aparelho indicará 2 
caminhos: 
• Ritmo chocável: Todos devem se afastar 
da vítima para aplicação do choque. Após 
a aplicação do choque, reiniciar a RCP 
imediamente. 
• Se ritmo não chocável: Reiniciar 
imediatamente a RCP 
• Manter o suporte básico até a chegada do 
serviço médico de urgência e emergência. 
• Paciente em PCR não deve ser movido ou 
removido! 
• O DEA irá automaticamentechecar o ritmo 
a cada 2 minutos e avaliar a necessidade 
de aplicar o choque. 
• Com a chegada do suporte avançado, 
parar as compressões somente quando a 
equipe que chega estiver pronta para 
checar o ritmo e assumir a cena. 
 
 
PROTOCOLO BÁSICO 
• Alerta = checar responsividade 
• Posicionar a vítima e checar respiração 
• Checagem do pulso 
• Ajuda 
- 2 ou + socorristas 
• Compressões torácicas 
• Abertura das vias aéreas 
• BREATHING – Ventilações 
• Desfibrilação precoce 
• DEA – como utilizar? 
• D - Desfibrilação 
• Ritmos chocáveis: 
- Fibrilação ventricular 
- Taquicardia ventricular sem pulso 
Local das pás: 
- Paraexternal (D) 
- Abaixo do mamilo (E) 
- OBS: Usar o DEA o quanto logo possível, não 
precisa completar compressões. 
 
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 
• Manobras da SAV (Acesso venoso) 
• Drogas de reanimação: 
Adrenalina (vasopressor): 
- 1ml 
- 10ml SF ou AD (bolus) 
*pode repetir após 3 a 5 min (não tem dose 
máxima) 
- Amiodarona (antiarritmico): 
1=300mg e 2=150mg 
10 ml de SF ou AD (bolus) 
*só pode fazer mais uma vez após 3 a 5 min – 
dose máxima) 
OBS: Só deve ser feita depois do 2 ou 3 choques 
no paciente 
OBS: Não se usa mais ATROPINA em PCR, 
somente em bradicardia. 
SEQUÊNCIA DA RCP NA FV/TVSP SEM 
PULSO 
[1] Ritmo passível de choque (FV/TVsp) é 
detectado: 
• Realizar o 1° choque 
• Manter as compressões torácicas durante 
a preparação do desfibrilador 
• Reiniciar RCP imediatamente após o 
choque por 2 minutos. 
[2] Pegar dois acessos venosos periféricos 
calibrosos ou acesso intraósseo 
[3] Após 2 minutos de RCP, analisar ritmo. 
• FV/TVsp persistente: 2° choque 
• RCP imediatamente após o choque por 2 
minutos 
[4] Iniciar epinefrina 1mg e repeti-la a cada 3-5 
minutos. Todas as drogas NA PCR devem ser 
feitas em bolus com realização posterior do flush 
(soro fisiológico para “empurrar” a droga e 
elevação do membro. 
[5] Via aérea avançada + capnografia pode ser 
considerada, sem atrasar os passos da RCP. 
[6] Após 2 minutos de RCP, analisar 
o ritmo. 
• FV/TVsp persistente: 3° choque 
• RCP imediatamente após o choque por 2 
minutos 
[7] Prescrever a 1° dose de amiodarona ou 
lidocaína (300mg no adulto) 
[8] Após 2 minuto, analisar o ritmo. 
• FV/TVsp persistente: 4° choque 
• RCP imediatamente após o choque por 2 
minutos 
[9] Nova dose de epinefrina 
[10] Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo. 
• FV/TVsp persistente: 5° choque 
• RCP imediatamente após o choque por 2 
minutos 
[11] Prescrever 2° dose de amiodarona (150mg 
no adulto) 
[12] Após 2 minutos de RCP, analisa o ritmo. 
FV/TVsp persistente: 6° choque 
RCP imediatamente após o choque por 2 minutos 
[13] Manter epinefrina a cada 3/5 minutos 
[14] Analisar o ritmo a cada 2 minutos e seguir o 
ciclo 12-13-14 
Em toda a sequência da RCP, pensar nas causas 
reversíveis e fornecer o tratamento sempre que 
detectadas. 
 
RELEMBRANDO- AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
TRAUMA 
• X: Controle de Hemorragia Externa 
• A (Airwai): Via aérea e controle da coluna 
cervical 
• B (Breathing): Ventilação 
• C (Circulation): Circulação 
• D (Disability): Avaliação da capacidade 
neurológica 
• E (Exposure): Exposição 
QUEIMADURAS- ATENDIMENTO AO 
QUEIMADO 
QUEIMADURAS 
São lesões causadas nos tecidos cutâneo, 
provocados pela ação direta ou indireta de alta 
temperatura. 
Epidemiologia: São lesões frequentes nos 
acidentes, e a quarta causa de óbitos por 
traumas. No Brasil, estima-se que há: 
- 1.000.000- de acidentes por ano.100.000 destes 
procuram atendimento hospitalar. 2.500 evoluem 
p/óbito 2/3% destes acontece em casa atingindo 
geralmente crianças. 
FISIOPATOLOGIA 
O processo de edema, perda de líquidos e APC 
(aumento da permeabilidade capilar) geram dois 
riscos ao paciente queimado. 
1º Risco – Choque Hipovolêmico 
2º Risco – Perda de Eletrólitos 
CLASSIFICAÇÃO 
• Agente causador; 
• Profundidade; 
• Extensão; 
• Localização; 
• Gravidade 
Quanto ao agente causal 
• Físicos: temperatura: vapor, objetos 
aquecidos, água quente, chama, etc. 
Eletricidade : corrente elétrica, raio, etc. 
• Radiação: sol, aparelhos de raios x, raios 
ultra-violetas, nucleares, etc. 
• Químicos: produtos químicos: ácidos, 
bases, álcool, gasolina, etc. 
• Biológicos: animais: lagarta-de-fogo, 
água-viva, medusa, etc. E Vegetais: o látex 
de certas plantas, urtiga, etc. 
Quanto a profundidade da lesão: 
• 1º Grau 
- Não sangra, geralmente seca; 
- Rosa e toda inervada; 
- Não passam da Epiderme; 
- Queimadura de Sol(exemplo); 
- Hiperemia (Vermelhidão); 
- Dolorosa. 
Obs: Normalmente não chega na emergência 
 
• 2º Grau 
- Atinge a derme; 
- Úmida; 
- Presença de Flictenas (Bolhas); Retirar ou não? 
- Rosa, Hiperemia (Vermelhidão) 
- Dolorosa 
- Cura espontânea mais lenta, com possibilidade 
de formação de cicatriz. 
O que fazer com a bolha/ flictena da queimadura? 
- A pele que envolve a bolha não é um tecido 
normal – portanto não serve como barreira 
protetora. 
- Bolha dificulta avaliação da lesão. 
- Evita aplicação de antibiótico tópico diretamente 
na lesão. 
- Conclusão: A maioria dos especialistas 
recomendam o rompimento e cobertura com 
curativo limpo e seco. 
 
• 3º Grau 
- Atinge todos os apêndices da pele: 
Ossos, músculos, nervos, vasos 
- Pouca ou nenhuma dor; 
- Úmida; 
- Cor Branca, Amarela ou Marrom; 
- Não cicatriza espontaneamente, necessita de 
enxerto. 
 
• 4º Grau 
• Indolor; 
• Semelhante e/ou mais grave que a queimadura 
de espessura total; 
• Epiderme, derme, tecido subcutâneo, ossos ou 
até órgãos internos. 
 
Quanto a extensão da queimadura 
A extensão da queimadura é estimada e expressa 
como a porcentagem total da área de superfície 
corporal. Vale salientar que as queimaduras 
superficiais (de primeiro grau) não estão incluídas 
na avaliação da extensão da superfície corporal 
queimada (SCQ). 
Os métodos mais utilizados para essa estimativa 
são: o gráfico de Lund--Browder e a Regra dos 
Nove. A regra dos Nove é o mais utilizado na 
prática diária. 
Regra dos Nove: É uma regra prática e útil, sendo 
a mais frequente para avaliação da superfície 
corporal de adultos. O corpo do adulto é dividido 
em regiões anatômicas que representam 9% ou 
múltiplos de 9% da SCQ. A configuração dá-se 
dessa forma: 
◊ Cabeça = 9% 
◊ Cada braço = 9% 
◊ Cada perna = 18% 
◊ Tronco anterior e posterior cada = 18% 
◊ Genitália = 1% 
 
Como sabe-se que a proporção da superfície 
corporal da criança é diferente da do adulto, há 
uma Regra dos Noves especificamente para 
crianças. A cabeça corresponde a uma 
porcentagem maior e os MMII a uma 
porcentagem menor do que na do adulto. A 
porcentagem total que corresponde a cabeça de 
uma criança é duas vezes a cabeça do adulto 
normal. Sua configuração é a seguinte: 
• Cabeça = 18% 
• Cada braço = 9% 
• Cada perna = 14% 
• Nádegas = 5% 
• Tronco anterior = 13% 
• Tronco posterior = 18% 
 
Quanto a Localização 
• Área crítica= face, mãos, vias aéreas, 
genitais. 
• Semi-crítica= todas as demais áreas 
corpóreas. 
COMO DEVE SER A ASSISTÊNCIA À PESSOA 
VÍTIMA DE QUEIMADURA? 
• Abordagem sistêmica semelhante à vítima 
de trauma: ABCDE – via aérea, respiração, 
circulação, incapacidade e exposição. 
• Interromper o processo da queimadura; 
• Despir totalmente a pessoa (remover 
roupas, joias, anéis, piercings), examinar 
se há lesões, mantendo-se a temperatura 
corporal; 
• Roupa aderida não remover somente após 
analgesia. 
• Promover o resfriamento da lesão 
 
 Avaliação 
Hidratação – Analgesia - Curativo 
• Água em temperatura ambiente (12-18°C); 
• 20 minutos (10 minutos a 1 hora); 
• Início da irrigação em até 3 horas; 
Benefícios: alívio da dor, diminuição da formação 
de edemas, redução da taxa de infecção e 
aprofundamento da lesão, cicatrização mais 
rápida, menor necessidade de enxertia, 
diminuição das cicatrizese da mortalidade. 
Tratamento de Emergência das queimaduras 
• Remover roupas e acessórios 
• Cobrir as lesões 
• Reposição volêmica: 
Assistência de Enfermagem 
• Monitoração contínua dos sinais vitais 
• Manguito com curativo esterilizado 
• Cateter venoso de grande calibre 
• Sondagem vesical e NG 
• Balanço hídrico rigoroso 
• Peso + Imunização contra o tétano 
Fase de Emergência ou de Reanimação 
Imediata - Assistência de Enfermagem 
• Posicionamento: cabeceira elevada; 
• Limpeza com clorexidine 2%; 
• Antimicrobiano tópico (Sulfadiazina de 
Prata 1%); 
• Não usar antibiótico sistêmico profilático; 
OBSERVAÇÕES 
• Agitação=hipóxia 
• Intubação precoce: queimaduras 
circunferenciais no pescoço ou presença 
de estridor 
• Sintomas de inalação podem não aparecer 
nas primeiras 24hs 
• Considerar escarotomia da parede 
toráxica 
• Oxímetro não confiável se inalação 
presente 
ABORDAGEM INICIAL DE UM PACIENTE 
QUEIMADO 
 
 
 
Interrupção do processo de lesão 
Inicialmente, todos acessórios e roupas do 
paciente devem ser removidos, exceto se 
houver aderência à pele. 
Após a interrupção do processo de lesão, a 
superfície corporal acometida deve ser 
banhada copiosamente com água corrente e, 
após isso, cobrir o paciente com lençóis 
quentes e secos evitando hipotermia. 
Vias aéreas 
As queimaduras podem levar a um processo 
de edema e, por isso, a via aérea superior 
sempre está em risco de obstrução. Como os 
sinais de obstrução, inicialmente, são sutis, 
mas evoluem com grande agilidade levando o 
paciente a entrar em crise rapidamente, a 
avaliação precoce da necessidade de 
intubação orotraqueal é essencial. 
SE LIGA! A intubação orotraqueal nesses 
pacientes queimados está indicada quando 
presente algum dos critérios que sugira lesão 
por inalação, queimaduras circunferenciais 
em região de pescoço ou tórax, ou ainda de 
espessura total, que possam comprometer a 
respiração ou quando necessitem de 
transferência. 
Ventilação 
Deve-se ter a preocupação quanto a 
ventilação desses pacientes em situações de 
hipóxia, intoxicação por monóxido de carbono 
e por lesões inalatórias de fumaça. Nesses 
pacientes deve ser administrado oxigênio 
suplementar, podendo ser com ou sem 
intubação, dependendo se há ou não 
indicação para esse procedimento. 
Obtenção de acessos venosos 
A reposição volêmica será necessária para 
qualquer paciente com mais do que 20% da 
superfície corporal acometida. Os acessos 
devem ser estabelecidos em veias periféricas 
com cateter de grosso calibre, no mínimo16 G. 
Preferivelmente deve se realizar o acesso em 
região de pele intacta, porém caso não seja 
possível a queimadura não inviabiliza o 
processo. Lembrar que sempre os MMSS são 
prioridade em relação aos MMII, devido a alta 
incidência de flebites e flebites sépticas nas 
veias safenas. A infusão é realizada, de 
preferência com Ringer Lactato. 
Circulação 
Para a reanimação do paciente com fluidos, a 
monitorização do débito urinário será uma 
forma confiável de avaliação do volume 
sanguíneo circulante e acompanhar a 
necessidade de reposição. Assim, a 
sondagem vesical é um procedimento que 
deve ser feito em pacientes queimados. Iniciar 
a reposição volêmica com solução isotônica 
aquecida, de preferência Ringer Lactato, 
segundo a fórmula de Parkland se dá da 
seguinte forma: 
• Reposição volêmica em>14 anos=2ml 
X Kg X SCQ% 
• Reposição volêmica em crianças=3ml 
X Kg X SCQ% 
• Reposição volêmica em queimaduras 
elétricas=4 ml X Kg X SCQ% 
Assim, para fins de cálculo inicial, programa-
se que metade desse volume de Ringer 
Lactato deve ser administrado nas primeiras 
8h e o restante nas 16h seguintes, fechando a 
infusão em 24h. Por exemplo, um homem de 
100 kg com queimaduras de 80% de SCQ 
requer 2 × 80 × 100 = 16.000 mL em 24 horas. 
Metade desse volume (8.000 mL) deve ser 
fornecido nas primeiras 8 horas, portanto o 
paciente deve ser iniciado a uma taxa de 1000 
mL / h. A metade restante do líquido total é 
administrada durante as 16 horas 
subsequentes. 
Após essa quantidade alvo inicial, e 
independente do esquema de reposição 
administrado, um volume de líquido deve ser 
fornecido ao paciente para hidratá-lo, com 
base no débito urinário, segundo o cálculo: 
• Hidratação=0,5 ml X Kg 
• Hidratação em<30 kg=1 ml X Kg 
Essa hidratação deve ser feita a cada hora.

Continue navegando