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HISTÓRIAS COM ACUMULAÇÃO C A D E R N O D E O R I E N T A Ç Õ E S O Q U E É O P R O J E T O T R I L H A S D esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública do Brasil. No contexto desse programa, o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades de leitura e escrita. Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso à leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como principal tema do projeto justifica-se por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante. Esperamos que você possa utilizá-lo da melhor forma para que a melhoria da educação pública seja concretizada em nosso país. T Por que ler histórias com acumulação? odo bom professor sabe o que diversos estudos apontam: as crianças pequenas têm vontade e facilidade de aprender. Mas só o fato de ir à escola é suficiente? Um conjunto importante de variáveis determina o caminho de cada criança. Embora não tenhamos como controlar e isolar todas as possibilidades, hoje já conhe- cemos alguns elementos que fazem a diferença, como ler e explorar os livros. Se as crianças que estão em sala tiverem a oportunidade de escutar ou ler de dois a três livros por mês, em um ano terão lido uma média de 20 livros. Isso fará uma diferença significativa na vida dessas crianças. Colocar a literatura no dia a dia das crianças é o primeiro passo para que elas sejam convidadas a participar do mundo letrado e para que possam entrar no mundo da linguagem escrita. Conhecendo muitas histórias, a criança vai aos poucos compreendendo as características dos diversos tipos de texto. Mas, para isso, é essencial que o trabalho a ser feito seja pensado, planejado e estruturado de forma intencional. É preciso ler os livros para as crianças e convidá-las a ler também. É por meio dessas experiências com a leitura que elas podem desfrutar das histórias e dos diversos tipos de texto. Além disso, é importante “desmontar” o texto. Dessa forma, pouco a pouco, as crianças percebem cada vez mais como se escreve. Assim, gradualmente, podem ler mais e melhor. “Desmontar” o texto quer dizer criar situações em torno da leitura e do livro para que seja possível conhecer as diferentes dimensões que compõem uma história: Como a história é contada? Que recursos o autor utiliza na forma de escrever? Como a história é apresentada graficamente (letras, ilustrações e recursos gráficos utilizados)? As histórias com acumulação Para desenvolver esse trabalho, alguns tipos de texto funcionam mais que outros. As histórias com repetição, como se pode ver no Caderno de orientações Histórias com repetição, e as histórias com acumulação lançam mão de um recurso muito interessante que favorece a compreensão e a memorização do texto pelas crianças, permitindo uma leitura autônoma. Por exemplo, as histórias com acumulação apresentam um evento desencadeador da narrativa, que a partir daí é contada de maneira repetitiva, ou seja, a mesma ação é realizada por diversos personagens e a repetição de um mesmo acontecimento se dá por acumulação: surge um personagem, que não consegue resolver a questão levantada pela história, aparece outro, que também não consegue, e assim sucessivamente. Esse tipo de estrutura facilita a antecipação do que virá por parte das crianças, tornando mais fáceis a leitura e a retenção da história. Por meio de textos como esses, é possível estruturar atividades que permitam a construção de diferentes conhecimentos. As situações de leitura participativa, por exemplo, convidam a criança a assumir o papel de leitora, desafiando-a para novos aprendizados. Elas experimentam as diferentes maneiras de ler um texto, com apoio da memorização, antes mesmo de dominar a leitura. Ao convidar as crianças a entrar no texto – para desvendá-lo aos poucos (ajudando-as a observar a maneira como o texto foi escrito) –, oferecemos uma varie- dade significativa de conhecimentos que, a médio prazo, ajudarão a formar leitores autônomos. Ver: Caderno de estudos Ler e explorar livros O importante é realizar um bom planejamento e promover uma prática significativa às crianças, permitindo que o livro apresentado seja explorado em todo o seu potencial. Ao fazer isso, estamos promovendo aprendizagens que são essenciais na formação leitora desses meninos e dessas meninas, o que se transformará no alicerce da vida escolar futura. O Sobre os livros s três livros escolhidos para este Caderno de orientações contam histórias com acumulação. Neles, en- contramos narrativas engraçadas e fantásticas que oferecem oportunidades de aprendizado e que per- mitem às crianças entrarem no universo encantado das histórias. As histórias possuem uma estrutura de repetição acumulativa que torna a leitura e a compreensão da história mais fáceis. Um mesmo acontecimento se repete várias vezes, vai se acumulando sucessivamente, até a história se inverter ou surpreender. Essa maneira de contar a história favorece a participação mais autônoma das crianças na leitura, fazendo que elas antecipem os acontecimentos e memorizem o texto. A casa sonolenta De Audrey Wood, ilustrado por Don Wood. São Paulo: Editora Ática, 2005. Essa história começa num dia chuvoso em uma casa onde todos dormem na mesma cama. A avó dorme, vem um menino e se deita em cima dela e todos os personagens que aparecem dormem um em cima do outro, até surgir uma pulga, que inverte a ação repetitiva dos personagens. Na ordem contrária em que apareceram na história, os personagens são acordados pela pulga. No fim, não chove mais, e, como nos contos de fada, há um lindo arco-íris iluminando a casa sonolenta, quando todos acordaram. A ilustração reforça a história, porque o espaço da narrativa não muda: todos dormem no mesmo quarto, na mesma cama; os personagens vão se amontoando na cama para dormir. A diagramação do texto enfatiza essa ideia, pois as frases que se repetem e se acumulam também são representadas graficamente desta forma: as linhas aumentam em quantidade, fazendo com que o texto seja maior conforme as pessoas e os bichos se acumulam na cama. A história é contada em versos. Quando a narrativa é invertida, o quarto azul chuvoso e sonolento começa a ser invadido pelo sol, as cores aparecem, os personagens vão saindo da cama e os versos não se acu- mulam mais no texto, pois já não mantêm uma estrutura repetitiva. Nesse momento da história, narra-se somente o acontecimento indicado na ilustração da página. O grande rabanete De Tatiana Belinky, ilustrado por Claudius. São Paulo: Editora Moderna, 2002. Essa história trata de um rabanete que, plantado numa horta por um simpático vovô, cresce até ficar gigante. Vários personagens unem-se aos avós, donos da horta, na tentativa frustrada de arrancá-lo da terra: a neti- nha, o cachorro, o gato... Surpreendentemente, só conseguem quando a eles se une um ratinho. Feita a co- lheita, este se autoproclama o mais forte de todos! Rabanete no prato, todos comem à vontade e sobra até um pouquinho para uma minhoca sortuda que passava por ali. À medida que novos personagens entram na história, o trecho que se repete ao longo da narrativa cresce, caracterizando o aspecto acumulativo do texto: “A vovó segurou no vovô, o vovô segurou no rabanete”; “A neta segurou na avó, a vó no vô, o vô no rabanete”; “O Totó segurou na neta, a neta na vó, a vó no vô, o vô no rabanete”, e assim sucessivamente, até a colheita do rabanete. A ilustração auxilia a leitura porque traz informações que confirmam e complementam o texto. No começo da história, por exemplo, a frase “Orabanete cresceu-cresceu e ficou grandão-grandão” está acompanhada pela imagem em quadrinhos do rabanete crescendo. Nas demais páginas, os personagens que literalmente se acu- mulam no discurso também aparecem “enfileirados”, um atrás do outro, tentando arrancar o rabanete. Quan- do finalmente conseguem, todos voam pelos ares, desfazendo a corrente que se formara. Na página final, uma ilustração do ratinho com roupa de super-homem complementa o texto: “E você acha que o rato era mesmo o mais forte?” Uma girafa e tanto Texto e ilustrações de Shel Silverstein, tradução de Ivo Barroso. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2003. Se ter uma girafa de estimação é uma ideia que causa espanto, o que se dirá, então, se for “uma girafa e tanto”! O caráter hipotético dessa narrativa poética se evidencia já no primeiro verso com o uso da partícula “se”, que indica condição: “Se você tiver uma girafa muito safa e lhe esticar o pescoço, que espanto... você terá uma girafa e tanto”. A condição, como esse trecho exemplifica, consiste em imaginar algo cada vez mais inusitado atrelado à girafa: um chapéu barato, um terninho chique, rosa na ventosa, vespa roxa ferroando a coxa etc. Cada um desses elementos é acrescido à narrativa, somando-se aos demais e configurando o aspecto acumu- lativo da história. Trata-se de uma narrativa poética, rimada e ritmada. Apresenta dois momentos principais: o primeiro compreende a entrada de cada um desses elementos na história, ligando-se à girafa, e apresenta os versos diagramados de forma acumulativa em cada página; o segundo inicia-se quando o bicho e todos esses apetrechos caem num buraco de tatu, saem com a ajuda de um bambu e começam, um por um, a se desligar da girafa, trecho cuja diagramação garante autonomia a cada verso narrado. As ilustrações em preto e branco acompanham e complementam o texto, conferindo-lhe ainda mais graça e delicadeza. Nas páginas iniciais, por exemplo, o trecho “... pois é certo então que fique: uma girafa e tanto de chapéu de rato e de terninho chique” é ilustrado com a elegante girafa mirando-se no espelho – informação que não se encontra presente no texto. A narrativa encerra-se depois que todos os elementos inicialmente ligados à girafa tomam outro rumo – o rato que não roeu vai embora com o chapéu, o terninho faceiro vai pro tintureiro –, e ela, então, simplesmente encolhe metade e volta a ser uma girafa “de verdade”! O que há em comum nos três livros? Para explorar o potencial de livros com histórias com acumulação, vale a pena observar alguns recursos pre- sentes nas três histórias: 1. Os autores utilizam a mesma maneira de contar a história: personagens que entram na narrativa, ora se unin- do, ora se amontoando, numa acumulação repetitiva. 2. A repetição também ocorre nas ações dos personagens: todos da fazenda se unem para arrancar o rabanete da terra; os personagens dormem um em cima do outro; os elementos se atrelam à girafa, tornando-a especial. 3. Nessas três histórias, somos levados a pensar nas escolhas que os autores fizeram. Por que o rabanete é gigante? Por que o ratinho, que tem tão pouca força, resolve a situação? Por que existe uma casa onde todos dormem? Por que os elementos mais inusitados – de uma cadeira na cabeleira a uma baleia – se ligam a uma Sumário Atividade 1 Conhecer o livro Atividade 2 Falar sobre o livro Atividade 3 Ordenar as ilustrações da história Atividade 4 Relacionar os personagens e suas ações Atividade 5 Localizar nome no texto Atividade 6 Listar o nome dos personagens Atividade 7 Escrever os nomes dos personagens da história Atividade 8 Ler trechos da história 8 10 12 14 16 18 20 22 8 | TR I L H A S O Conhecer o livro professor apresenta o livro A casa sonolenta, chama a atenção para a ilustração da capa, propõe possíveis relações entre a ilustração e o título da história, convida as crianças a localizar o título e, por fim, lê a história em voz alta. Roteiro de trabalho Preparação Ler o livro para conhecer a história, as ilustrações e as informações presentes nas capas. Você pode treinar a leitura em voz alta para ficar mais preparado no momento de ler para as crianças. Organização do espaço e das crianças Essa é uma atividade coletiva. Você pode decidir com as crianças como elas ficarão organizadas, mas o impor- tante é que todas consigam visualizar o livro. Orientações para o professor Mostrar o livro para as crianças. Você pode dizer: “Hoje vocês conhecerão um novo livro!” Explicar às crianças que elas primeiro observarão a capa do livro, pensando no que podem saber sobre a história antes mesmo de lê-la. Pode-se dizer: “Será que vocês conseguem me dizer do que se trata essa história antes mesmo que eu leia? Olhem a capa”. Apresentar o livro às crianças destacando a ilustração da capa. Perguntar o que a ilustração sugere. Explorar os detalhes da ilustração. A intenção não é de que as crianças deem a resposta certa, mas que relacionem as pistas oferecidas com seus conhecimentos anteriores. Você pode perguntar: “Quem são essas pessoas? O que elas estão fazendo? Onde elas estão?” Perguntar às crianças como elas acham que essa história se chama. Escutar suas observações, estimulando-as a estabelecer relações. Você pode perguntar: “Será que está escrito no título os nomes desses personagens que estão dormindo?” Ler o título. Convidar as crianças a observar as ilustrações internas do livro. Mostrar apenas as primeiras páginas, aju- dando-as a pensar sobre o assunto da história a partir das ilustrações que estão observando. Chamar a aten- ção para os diferentes personagens e suas ações. Lançar uma pergunta que as ajude a acompanhar a leitura: “Parece que nessa casa todos estão dormindo... Será que vão continuar assim até o fim da história?” Fazer antecipações sobre os acontecimentos da história. Fazer antecipações sobre os acontecimentos da história. O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. Falar sobre as ilustrações tentando fazer antecipações da história. Atividade 1 8 | TR I L H A S 9 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O Comentar a história e destacar algumas partes. Ler a história e, no fim, convidar as crianças a falar sobre a narrativa. Peça que apontem as partes de que mais gostaram para que você possa reler ou que falem de que personagens se lembram. O que as crianças podem aprender Ao falar sobre a história antes de ler o livro (relacionando o texto com a ilustração), favorece-se que as crianças imaginem e antecipem a narrativa. Ao apresentar o livro “por fora” e “por dentro”, explorando a capa, o título e as ilustrações, as crianças apren- dem sobre o livro como objeto e observam suas características. Ao ler a história para as crianças, contribui-se para que elas aprendam alguns comportamentos típicos de leitores: ler com ritmo e entonação, antecipar e verificar o conteúdo da história, comentar o texto depois da leitura, etc. O que mais é possível fazer Em outros momentos de leitura desse livro, você pode retomar a apresentação destacando outras informações presentes na contracapa, como, por exemplo, os títulos de outros livros do mesmo ilustrador e da mesma autora. A cada leitura é importante variar o aspecto do livro a ser explorado. O que é possível fazer em casa Você pode sugerir que as crianças contem aos seus pais, colegas e vizinhos sobre a nova história que conheceram. 9 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O 10 | TR I L H A S O Falar sobre o livro professor relê a história A casa sonolenta com as crianças, chamando a atenção para as ilustrações e sua relação com o texto. Roteiro de trabalho Preparação Estudar as relações entre livro, texto e ilustração. Organização do espaço e das crianças Essa é uma atividade coletiva. É importante que as crianças estejam organizadas de forma a enxergar o livro. Orientações para o professor Iniciar a atividade explicando às crianças que, em alguns momentos, você interromperá a leitura para con- versar sobre a história e a ilustração:“Hoje vou ler a história, mas vou parar em algumas partes para que a gente possa ver como a ilustração ‘conta’ essa mesma história”. Escolher algumas páginas e convidar as crianças a observar as ilustrações. É importante deixar que elas co- mentem e estimular que observem detalhes que poderiam passar despercebidos. Por exemplo, nas páginas em que os personagens estão dormindo, para dar a sensação de que é noite, as cores são frias, e quando os personagens acordam há mais cores quentes. Ou ainda a mudança de cor e tempo presente na janela, vai do azul mais escuro com chuva até o dia claro e ensolarado. Para ajudá-las a pensar sobre os detalhes dessa ilus- tração, você pode dizer: “Vocês repararam que nas primeiras páginas o ilustrador usou vários tons de azul e deixou as cores mais fraquinhas, e nas páginas finais está mais colorido e com cores fortes? Por que será que ele fez isso?” Deixe que as crianças façam essas relações. Fazer com que as crianças usem a ilustração como apoio para antecipar a história e ter o texto de memória. Por exemplo, toda vez que um personagem vai se deitar, ele aparece na página anterior se mexendo, como se estivesse acordando. Desse modo é possível antecipar o que estará escrito na página seguinte. Você pode des- tacar essa informação solicitando que falem, ao longo da leitura, qual será o próximo personagem que vai se deitar na cama: “Vocês repararam que nessa página o menino parece estar acordando e que na página seguinte ele aparece deitado em cima da avó? E nessa página que o cachorro está bocejando, quem vocês acham que vai ser o próximo a deitar?” Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode ape- nas enfatizar a informação de que o personagem que vai deitar na cama será aquele que parece estar acordando (ou se mexendo). Peça que observem isso e tentem antecipar a sequência dos personagens na narrativa. Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode dar mais ênfase na relação entre a diagramação, os desenhos e o texto. Para iniciar a conversa, você pode Observar atentamente os detalhes da ilustração, usando-os para antecipar partes da história. Atividade 2 Observar as ilustrações e tentar estabelecer relações com a história. O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. 10 | TR I L H A S 11 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O perguntar: “Vocês repararam que conforme aumenta a quantidade de personagens deitados um em cima do outro aumenta também o tamanho do texto?” O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças observem detalhes da ilustração e os relacionem com a história, contribui-se para que elas aprendam sobre a relação entre texto e ilustração e que se apropriem melhor da narrativa. Ao informar às crianças que interromperá a leitura para conversar sobre a história, possibilita-se o aprendi- zado sobre a diferença entre ler o texto e falar sobre o texto lido. O que mais é possível fazer São muitas as observações que se podem fazer sobre a ilustração desse livro. Você pode lançar outros desafios, propondo que as crianças pensem sobre a relação entre texto e ilustração. Segue sugestão: Entregar às crianças uma folha com parte da história escrita. Ler com elas e propor que criem uma ilustração para essa parte da história. 11 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O 12 | TR I L H A S O Ordenar as ilustrações da história Retomar de memória os personagens que aparecem na história. professor entrega às crianças cartelas com desenhos dos personagens da história A casa sonolenta e propõe que as crianças organizem essas cartelas de acordo com a sequência da narrativa. Roteiro de trabalho Preparação Para cada grupo de crianças, separar um conjunto de cartelas com o desenho dos personagens da história. Organização dos espaços e das crianças Essa atividade deve ser realizada em pequenos grupos. É preciso pensar nos agrupamentos para que as crianças possam colaborar entre si. Orientações para o professor Mostrar o livro às crianças e perguntar se conseguem lembrar quais são os personagens que aparecem na história. Conversar com elas e destacar a ordem em que os personagens vão deitar na cama para dormir. Dividir as crianças em grupos, entregar as cartelas e pedir que sejam ordenadas considerando a sequência em que vão se deitar na cama para dormir. Você pode dizer: “Vocês vão ordenar os personagens dessa história lembrando a or- dem em que eles aparecem pela primeira vez no texto”. Fazer coletivamente a ordenação dos primeiros dois personagens que deitam na cama para dar o exemplo. Você pode propor: “Qual é o primeiro personagem que aparece? Então, esta será a cartela que vocês vão colocar primei- ro. Depois, quem é apresentado? Coloquem o menino embaixo da avó. Vamos organizar um embaixo do outro”. Reler com as crianças essa parte da história para que verifiquem se colocaram as cartelas na ordem certa. Verificar a ordem em que sequenciaram as cartelas, identificando as informações do texto. Seguir as mesmas orientações para a outra parte da história em que os personagens acordam, propondo que recordem a sequência em que eles acordam e saem da cama. Finalizar a atividade conversando com as crianças sobre as duas situações da história. Você pode dizer: “Nessa história, os personagens aparecem em dois momentos diferentes: no início, quando um por vez vai deitar na cama, e no fim, quando um por um vai acordando. Em cada um dos momentos, eles aparecem em ordem diferente”. Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode realizar a mesma proposta coletivamente. Verificar a ordem em que sequenciaram as cartelas, identificando as informações do texto. Atividade 3 O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. Retomar a sequência da narrativa, ordenando as cartelas. 12 | TR I L H A S 13 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que, individual- mente, desenhem a ordem da sequência de aparição dos personagens em cada um dos momentos da história. O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças ordenem os personagens da história considerando as duas partes em que apare- cem no texto, possibilita-se a retomada da história memorizada a partir da sequência de sua narrativa. Ao reler partes da história para que as crianças verifiquem se ordenaram na sequência correta, contribui-se para que elas identifiquem informações no texto. O que mais é possível fazer As crianças geralmente gostam de fazer desenhos da história. Para dar continuidade a essa proposta, você pode convidá-las a desenhar: Partes da história (por exemplo, todos os personagens juntos na frente da casa). O início ou o fim da história. 13 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O 14 | TR I L H A S O Relacionar os personagens e suas ações professor pede que as crianças identifiquem os personagens da história A casa sonolenta e suas ações. Escreve na lousa e conversa com elas sobre a ordem das palavras nas frases. Depois entrega às crianças tiras com a descrição dos personagens e as convida a localizar o texto de cada tira na história, ordenando-as. Roteiro de trabalho Preparação Elaborar tiras de papel, em número suficiente para cada grupo, com a quantidade e a ação dos personagens escritas em letra de imprensa maiúscula: UMA AVÓ RONCANDO UM MENINO SONHANDO UM CACHORRO COCHILANDO UM GATO RESSONANDO UM RATO DORMITANDO UMA PULGA ACORDADA Organização do espaço e das crianças Essa atividade pode ser realizada em pequenos grupos. É importante organizar as crianças de forma que possam colaborar entre si. Orientações para o professor Entregar às crianças as tiras e orientar que elas precisam lembrar quais são os personagens da história e as suas ações para depois encontrar a tira correspondentea cada personagem. Você pode dizer: “Com ajuda das ilustrações do livro e da história que já temos ‘na cabeça’, vocês vão dizer quais são os personagens dessa história e como eles aparecem na primeira parte do livro . Depois encontrarão a tira que corresponde a cada personagem”. Mostrar a página em que aparece apenas a avó deitada na cama e perguntar que personagem é esse e o que ele está fazendo. Escrever na lousa, conforme as crianças respondem, organizando o texto tal como escrito no livro, por exemplo: UMA AVÓ RONCANDO. Ao terminar a escrita, ler a frase inteira apontando as palavras. Seguir a mesma orientação para os outros personagens. Você pode ajudar as crianças a lembrar como cada um é apresentado lendo no livro. Escrever uma frase embaixo da outra. Chamar a atenção das crianças para a ordem em que as palavras aparecem nas frases: antes do nome dos Atividade 4 O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. Retomar o texto de memória com o auxílio da ilustração. Ordenar as tiras, relacionando as informações do texto. 14 | TR I L H A S 15 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O personagens, aparece a palavra UM ou UMA , depois do nome, a ação que estão fazendo. Compartilhar com elas que, no livro, essas frases estão sempre escritas desse jeito, assim como nas tiras que receberam. Pedir às crianças que ordenem as tiras que receberam começando pela tira da avó UMA AVÓ RONCANDO até UMA PULGA ACORDADA. Nesse momento, apague a lista escrita na lousa. Circular entre os grupos, auxiliando-os. Você pode, por exemplo, dizer: “Já sabemos que as tiras começam sempre com as palavras UM ou UMA, qual a primeira tira que temos de colocar? Ela vai iniciar com UM ou UMA? Qual dessas pode ser a tira correta? Como descobrir qual das duas é?” Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode ordenar as duas primeiras tiras coletivamente e pedir que as crianças, nos grupos, coloquem as outras três últimas tiras. Se o desafio proposto nessa atividade for muito fácil para algumas crianças, você pode entregar uma folha com as frases que apresentam os personagens e pedir que elas localizem e circulem onde estão escritos o nome do personagem e a sua ação. O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças retomem as ações dos personagens, favorece-se que elas recuperem a história memorizada e se detenham no recurso da descrição em uma narrativa. Ao solicitar que as crianças localizem os nomes dos personagens e ordenem as cartelas segundo a sequência da narrativa, possibilita-se que atentem para a função dos nomes no texto. Ao chamar a atenção para a organização das frases que apresentam as ações dos personagens na história, contribui-se para que as crianças observem a função dos nomes nas frases. O que mais é possível fazer Você pode dar continuidade a essa atividade propondo que as crianças ordenem tiras e ilustrações agora na sequência da segunda parte da história. Para isso, escreva nas tiras o nome dos personagens e a ação que fazem para acordar uns aos outros. Por exemplo: “que picou o rato / que assustou o gato / que arranhou o cachorro” etc. 15 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O 16 | TR I L H A S O Atividade 5 Localizar nome no texto professor propõe uma atividade em pequenos grupos na qual as crianças vão ler com ele a história A casa sonolenta e localizar no texto onde está escrito o nome dos diferentes personagens. Roteiro de trabalho Preparação Pensar na organização dos grupos para a realização da atividade considerando que as crianças possam se aju- dar para localizar os nomes no texto. Organização do espaço e das crianças Essa atividade deve ser realizada em pequenos grupos. Você pode organizar a turma de forma que, enquanto dá atenção especial a um grupo, as demais crianças realizam outra atividade que tenham condição de fazer sozi- nhas (por exemplo, brincar com jogos conhecidos). Ao longo de alguns dias, você fará essa mesma proposta de forma a atender cada grupo separadamente. Orientações para o professor Sentar com as crianças em roda e explicar a atividade. Você pode dizer: “Hoje, teremos uma atividade em que cada grupo vai fazer uma proposta diferente. Alguns terão jogos para brincar e um único grupo sentará comigo para ler partes da história A casa sonolenta”. Explicar às crianças, já no pequeno grupo, que irão ler juntos trechos da história e no momento em que um novo personagem for anunciado devem localizar o seu nome no texto. Perguntar ao grupo como podem fazer para localizar esses nomes no texto da história. Deixar que as crianças falem livremente sobre suas ideias. Nesse momento vale também retomar a relação entre a ilustração e o texto da história: é possível antecipar qual personagem “entrará” em cena, pois o personagem que será menci- onado no texto é aquele que se movimenta na ilustração da página anterior. Começar a leitura da história solicitando que leiam com você as partes que já conhecem de memória. Parar na página em que a AVÓ é apresentada, ler todo o parágrafo e perguntar onde está escrito o nome do personagem: “E então, onde vocês acham que está escrito AVÓ? Quem quer me mostrar?” Perguntar a todas as crianças do grupo se concordam com a resposta dada. Solicitar à criança que apontou o nome do personagem que conte aos colegas como fez para saber onde estava escrito o nome do personagem. A partir de sua resposta, socializar com o restante do grupo a estratégia utilizada pela criança, organizando a informação de forma que todos possam compreender e fazer uso. Por exemplo: se uma criança diz que en- controu o nome AVÓ porque começa com a mesma letra que o nome do André, você pode dizer: “Então ela encontrou o nome do personagem porque sabia que começava com a mesma letra do seu colega. Esse pode ser um bom jeito de localizarmos nomes nos textos!” Socializar as estratégias utilizadas e pensar sobre a sua eficiência. Localizar nome no texto usando diferentes estratégias de leitura. O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. 16 | TR I L H A S 17 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O Seguir essa mesma orientação para os demais nomes de personagens do livro. Caso seja sempre a mesma criança que se prontifica a apontar o nome no texto, você pode comentar com ela que gostaria que todos os colegas participassem e assim pedir que outras crianças apontem o nome. Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode pedir que localizem o nome do personagem indicando as linhas em que este aparece. Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode pedir que cada uma leia uma página da história e localize na página lida especificamente onde está escrito o nome do personagem. O que as crianças podem aprender Ao solicitar às crianças que encontrem no texto escrito os nomes dos personagens da história, favorece-se que coloquem em jogo o uso de indicadores textuais para discriminar as diferentes palavras. Ao convidar as crianças a apresentarem as estratégias utilizadas para encontrar nomes no texto, possibilita-se que reflitam sobre a relação entre o oral e a escrita. Ao pedir que as crianças compartilhem suas estratégias e conversem sobre a eficiência delas, possibilita-se que progridam na realização desse tipo de proposta. O que mais é possível fazer Para dar continuidade ao trabalho de localização de nomes no texto, você pode escrever o texto da história em uma folha, sem ilustração, e propor que, em duplas, as crianças circulem os nomes dos personagens. 17 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O 18 | TR I L H A S O Atividade 6 Listar o nome dos personagens professor propõe às crianças que retomem o nome dos diferentes personagens da história A casa sonolenta e depois ditem a ele o seus nomes para que possa escrever uma lista em um cartaz. Roteiro de trabalho PreparaçãoSeparar um papel grande e caneta para escrita da lista em cartaz que ficará preso na parede de forma que todas as crianças tenham acesso. Organização do espaço e das crianças Essa é uma atividade coletiva. As crianças podem estar sentadas no chão em semicírculo, de forma que todas consigam enxergar o cartaz colado na parede. Orientações para o professor Mostrar a capa do livro A casa sonolenta e perguntar às crianças se lembram quantos personagens aparecem nessa história. Contar às crianças que agora fará uma lista com os nomes dos personagens para que possam conferir se lembraram de todos. Dizer que, para escrever a lista, precisam lembrar do nome de cada um deles e ditar para que você possa escrever. Você pode dizer: “Agora que já retomamos quantos personagens aparecem nessa história, vocês vão me dizer o nome de cada um deles para que eu possa escrever uma lista com seus nomes neste cartaz e verificarmos se lembramos de todos eles”. Pedir que ditem um nome de cada vez. Escrever os nomes devagar e fazer observações que convidem as crianças a pensar sobre como se escreve. Por exemplo, ao escrever MENINO você pode grafar tudo de uma vez e depois perguntar onde escreveu ME, ou ao escrever RATO você pode escrever RA, parar e perguntar às crianças o que você já escreveu, ou ainda, ao escrever CACHORRO, você pode escrever CACHO e perguntar ao grupo o que ainda falta escrever. Ler a lista finalizada e fazer perguntas que ajudem as crianças a pensar sobre as palavras escritas, como por exemplo: “Onde está escrito AVÓ? Como vocês sabem? Há nomes de personagens que terminam com as mesmas letras? Quais? Me mostrem quais são as letras iguais”, Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode mostrar as ilustrações do livro para que recuperem com o apoio das imagens os nomes dos personagens. Formular ideias sobre como se escreve. Recuperar nomes e ditar um a um. O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. 18 | TR I L H A S 19 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode entregar a elas uma folha com todos os nomes dos personagens da história fora de ordem, pedir que ordenem conforme a sequência da narrativa e depois ditem a lista para você na ordem correta. O que as crianças podem aprender Ao propor às crianças que pensem sobre a quantidade de personagens, favorece-se que consigam, de memória, retomar a sequência da narração. Ao escrever de forma lenta as palavras ditadas, contribui-se para que as crianças observem as relações entre o que é falado e o que está sendo escrito. Ao convidar as crianças a ler os nomes da lista destacando como se escreve, favorece-se que as crianças coloquem em jogo informações sobre com quais letras e em que ordem são escritas as palavras. O que mais é possível fazer Você pode propor às crianças que ampliem a lista de personagens que iniciaram com a história A casa sonolenta propondo que façam uma coleção de nomes de personagens de histórias queridas pelo grupo. 19 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O 20 | TR I L H A S O Atividade 7 Escrever os nomes dos personagens da história professor mostra cartelas com desenhos dos bichos da história A casa sonolenta e pede para que as crianças os nomeiem. Depois divide as crianças em grupos e pede que escrevam os nomes dos personagens numa lista. Roteiro de trabalho Preparação Preparar seis tiras de papel (5 x 15 cm) e um conjunto de cartelas com os desenhos dos personagens da história para cada grupo de crianças. Separar lápis e uma folha grande para a escrita da lista. Organização do espaço e das crianças A primeira parte dessa atividade é coletiva. A segunda parte pode ser realizada em grupos de seis crianças. Orientações para o professor Retomar com as crianças quais os personagens da história, mostrando as ilustrações das cartelas e solici- tando que os nomeiem. Você pode dizer: “Vou mostrar o desenho dos personagens e vocês vão me dizer qual é o nome de cada um deles. Vocês me falam e eu escrevo neste cartaz”. Escrever lentamente os nomes para que as crianças consigam visualizar a sua escrita. Conforme você escreve (sempre em letra de imprensa maiúscula), pode compartilhar com as crianças: “Até aqui escrevi GA, agora vou escrever TO”. Nesse momento, escolha partes das palavras para ler às crianças (por exem- plo, CACHO faltando RRO, ou RA faltando TO em vez de pronunciar letra por letra). Separar as crianças em grupos e pedir que escrevam o nome dos personagens nas tiras de papel que rece- beram. Cada criança do grupo deve escrever o nome de um personagem. Nesse momento, você guarda o cartaz com a lista que acabou de fazer. Você pode dizer: “Agora vou entregar a vocês algumas tiras de papel. Cada criança do grupo deve escrever o nome de um personagem”. Passar pelos grupos auxiliando as crianças com dificuldade. Por exemplo, se uma criança escreveu A para a sílaba GA, você pode perguntar: “Que outra palavra conhecemos começa com as mesmas letras de GATO?” E, quando a criança responder, você pode escrever essa palavra para que ela veja, indicando que observe se essa palavra pode lhe ajudar em sua escrita. Lembrar que as crianças estão aprendendo a es- crever, então não é necessário fazer muitas observações para que cheguem à escrita correta. Propor que as crianças colem em uma folha ou cartolina as tiras com as palavras escritas, fazendo uma lista dos nomes dos personagens da história. O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. Nomear os personagens. Retomar os nomes de memória e pensar sobre como se escreve cada um deles. Escrever, comparar nomes e comentar com que letra começa. 20 | TR I L H A S 21 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode propor que, em grupo, elas escrevam o nome de um ou mais personagens com letras móveis. Deixe o cartaz em um canto da sala para que elas possam consultá-lo se sentirem necessidade. Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que, depois de nomear e observar a escrita dos nomes no cartaz, elas desenhem os personagens e escrevam seus nomes ao lado dos desenhos, individualmente. O que as crianças podem aprender Ao escrever o nome dos personagens lentamente na frente das crianças, favorece-se que elas observem as relações entre o que foi falado e o que está sendo escrito. Ao propor que as crianças escrevam o nome dos personagens, possibilita-se a reflexão sobre como se escreve, analisando oralmente a palavra e procurando algum tipo de correspondência com as unidades da escrita. O que mais é possível fazer Você pode propor outras atividades com os nomes dos personagens. Seguem duas sugestões: Escrever o nome dos personagens em tiras de papel e mostrar às crianças a primeira ou a última sílaba, pedindo que digam que nome está escrito. Você pode usar as mesmas tiras, mas mostrando o nome por inteiro, rapidamente e perguntando às crianças se é, por exemplo, o nome GATO que está escrito ali. 21 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O 22 | TR I L H A S O Atividade 8 Ler trechos da história professor convida as crianças para ler trechos de A casa sonolenta, fazendo uma leitura compartilhada da narrativa. Roteiro de trabalho Preparação Marcar os trechos da história que você lerá e as partes que as crianças lerão. Organização do espaço e das crianças Essa atividade deve ser realizada em grupos pequenos. Você pode organizar a turma de forma que, enquanto dá atenção especial a um grupo, as demais crianças realizem outra atividade que tenham condições de fazer sozinhas (por exemplo, brincar com jogos conhecidos). Ao longo de alguns dias, você fará essa mesma proposta de forma a atender cada grupo separadamente. Orientações para o professorSentar com as crianças em roda e explicar a atividade. Você pode dizer: “Hoje teremos uma atividade em que cada grupo vai fazer uma proposta diferente. Alguns terão jogos para brincar e um único grupo sentará comigo para ler a história A casa sonolenta”. Explicar às crianças, já no pequeno grupo, que hoje elas o ajudarão a ler partes do texto. Você pode dizer: “Hoje vamos ler juntos essa história. Mas vamos fazer de um jeito diferente. Eu vou ler algumas partes e vocês lerão as outras. Lembrem-se: é importante que vocês tentem ler o texto exatamente como o autor escreveu”. Combinar que você interromperá a sua leitura e indicará às crianças a parte da história que deve ser lida. Conversar com elas sobre os recursos que já conhecem para recuperar o texto de memória. Você pode dizer: “Se vocês não souberem alguma parte do texto, como podem fazer para lembrar?” Deixar o livro no centro da mesa, de forma que você e as crianças consigam visualizá-lo. Ler as duas primeiras páginas do livro e dizer às crianças que elas devem continuar as cinco próximas páginas em que os personagens vão se deitar na cama. Retomar a leitura até o final do livro. Conversar com as crianças sobre a experiência de ler trechos da história sozinhas, pedindo que compartilhem as estratégias que usaram na leitura. Identificar os recursos que caracterizam a relação entre texto e ilustração. O que as crianças podem pensar, dizer e fazer. Ler partes da história, recuperando o texto de memória. Contar aos colegas os procedimentos que utilizaram na leitura. 22 | TR I L H A S 23 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O Possíveis adaptações Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode propor que elas leiam somente a parte da história em que o rato vai dormir em cima do gato. Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode propor que elas fiquem responsáveis por ler trechos mais longos da história. O que as crianças podem aprender Ao convidar as crianças para ler partes da história atentando para a relação do texto com a ilustração e para a estrutura repetitiva do texto, possibilita-se que elas leiam com autonomia. Ao propor que as crianças conversem sobre os recursos que utilizaram para conseguir ler, favorece-se que elas ampliem e se apropriem de novas estratégias de leitura. O que mais é possível fazer Propor às crianças que, em esquema de rodízio, levem o livro para casa e leiam com seus pais, colegas, vizinhos. 23 | H I S T Ó R I A S C O M A C U M U L A Ç Ã O girafa? Nessas narrativas, os fatos e as ações são impossíveis de acontecer no mundo real. Essas são histó- rias classificadas como fantásticas. 4. Recursos da linguagem poética se fazem presentes nas três histórias, seja pela utilização de versos e rimas (A casa sonolenta e Uma girafa e tanto), seja pelo destaque dado aos elementos sonoros, como as expressões compostas pela repetição de palavras (“cresceu-cresceu”, “grandão-grandão”, “puxa que puxa”), ou o uso de onomatopeias (“E plop! Arrancaram o rabanete da terra!”) em O grande rabanete. Em relação às ilustrações, nos três livros, elas completam ou reforçam o sentido do texto e favorecem a antecipação da narrativa, pois as ações dos personagens se repetem. Além de conversar sobre a maneira como cada texto foi escrito, é interessante ver, falar, folhear, consultar e comentar com as crianças os re- cursos utilizados pelos ilustradores. 1. As imagens que se assemelham ao texto: a ilustração de todos os personagens em volta da mesa, sabo- reando o rabanete, acompanha o texto “Então, todos sentaram juntos e comeram o rabanete; um menino esticando o pescoço de uma girafa ao lado da frase “... e lhe esticar o pescoço, que espanto...; um gato ex- tremamente assustado acompanhado do texto “que assustou o gato”. 2. A repetição por acumulação: os personagens aparecem se amontoando (em cima da cama, na fila para arrancar o rabanete, presos à girafa). 3. As imagens (assim como as histórias) criam um ambiente encantado e de fantasia: ao ser arrancado da terra, o rabanete deixa um rastro de terra sobre os personagens que se assemelha a um arco-íris; a cama de madeira se torna flexível; o enorme pescoço da girafa estica e encolhe. As atividades desenvolvidas aqui são referências para a exploração de livros com histórias de estruturas acumulativas. O texto de A casa sonolenta serviu de referência para a elaboração das propostas apresenta- das a seguir. Contudo, você pode experimentar o mesmo tipo de atividade com outros livros que possuam estrutura semelhante. Este Caderno de orientações é um convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos, ampliando-os com as sugestões apresentadas. É por essa razão que já indicamos neste texto dois outros livros que compõem o acervo enviado com este material. Bom trabalho! Lembrete Sabemos que, quando gostam de uma história, as crianças pedem para que ela seja lida e relida diversas vezes. Por isso, não hesite em contar várias vezes a mesma história. A formação de futuros leitores se dará no equilíbrio de experiências em que eles possam ler e escutar histórias por puro prazer – desfrutando de literatura de qualidade – com outros momentos em que possam aprofundar conheci- mentos sobre o texto. Portanto, o desafio está em não transformar a leitura de histórias numa atividade mecânica. Assim, procure garantir a leitura por prazer, de maneira independente das atividades com foco no texto. Este Caderno de orientações apresenta um roteiro de trabalho que não deve ser escola- rizado, mas, ao contrário, servir de instrumento para que as crianças façam uma viagem pelo mundo da literatura e do conhecimento. As atividades desenvolvidas aqui são referências para a exploração de livros com histórias de estruturas acumulativas. O texto de A casa sonolenta serviu de referência para a elaboração das propostas apresentadas a seguir. Contudo, você pode experimentar o mesmo tipo de atividade com outros livros que possuam estrutura semelhante. Este Caderno de orientações é um convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos. Já indicamos neste texto dois outros livros e selecionamos outras obras no Caderno de Indicações Literárias que compõe este kit. Bom trabalho! As atividades desenvolvidas aqui são referências para a exploração de livros com histórias de estruturas acumulativas. O texto de A casa sonolenta serviu de referência para a elaboração das propostas apresentadas a seguir. Contudo, você pode experimentar o mesmo tipo de atividade com outros livros que possuam estrutura semelhante. Este Caderno de orientações é um convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos. Já indicamos neste texto dois outros livros e sugerimos mais obras no Caderno de Indicações Literárias. Bom trabalho! 24 | TR I L H A S Créditos institucionais TRILHAS Iniciativa: Instituto Natura Realização: Programa Crer para Ver, Instituto Natura Desenvolvimento: Comunidade Educativa Cedac Ficha Técnica Programa Crer para Ver, Instituto Natura Coordenação: Maria Lucia Guardia Comunidade Educativa Cedac Coordenação: Beatriz Cardoso e Tereza Perez Concepção do conteúdo e supervisão: Ana Teberosky Direção editorial: Beatriz Cardoso e Beatriz Ferraz Consultoria literária: Maria José Nóbrega Equipe de redação: Ângela Carvalho, Beatriz Cardoso, Beatriz Ferraz, Debora Samori, Maria Grembecki, Milou Sequerra, Patrícia Diaz Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C122 Caderno de orientações : histórias com acumulação. – São Paulo, SP. , 2011. 24 p. : il. ; 28 cm. – (Trilhas ; v. 7) ISBN 978-85-7783-069-5 1. Leitura (Educação pré-escolar). 2. Literatura infantil - Estudo e ensino (Pré-escolar). 3. Leitores - Formação. I. Série. CDU 372.41 CDD 372.4 Índice para catálogo sistemático: 1. Rudimentos de leitura : Educação elementar 372.41 2. Literatura infantil : Estudo e ensino 087.5(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507) “ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NÃO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OU TOTALMENTE, SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DO INSTITUTO NATURA, COMUNIDADE EDUCATIVA CEDAC.” Equipe da Gerência de Educação e Sociedade, Instituto Natura: Maria Lucia Guardia, Lilia Asuca Sumiya, Maria Eugênia Franco, Fabiana Shiroma, Eliane Santos, Isabel Ferreira, Luara Maranhão, Marcio Picolo Edição de texto: Marco Antonio Araujo Coordenação de produção: Fátima Assumpção Projeto gráfico: SM&A Design/ Samuel Ribeiro Jr. Ilustrações: Vicente Mendonça Revisão: Ali Onaissi HISTÓRIAS COM ACUMULAÇÃO C A D E R N O D E O R I E N T A Ç Õ E S O Q U E É O P R O J E T O T R I L H A S D esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública do Brasil. No contexto desse programa, o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades de leitura e escrita. Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso à leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como principal tema do projeto justifica-se por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante. Esperamos que você possa utilizá-lo da melhor forma para que a melhoria da educação pública seja concretizada em nosso país.
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