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Tema: Max Weber, A Política como vocação. Nesse texto observam-se diversos pontos recorrentes no pensamento weberiano. Retomou o pensamento de Trotsky ao defender que todo Estado se funda na força. Weber retoma ideia de que o Estado detêm o monopólio da violência física de modo legítimo. Nega-se de forma realista a falsa ideia dos que veem o Estado como instrumento de uma idealizada paz social. Desta forma, é essencial que se tenha atenção para com aqueles que agem em nome do Estado, os agentes do governo. São estes que exercem poderes sobre nossas vidas. Weber divide os políticos em duas categorias: quem vive “para” a política e quem vive “da” política. Os que vivem “da” política encontram na atuação parlamentar uma permanente fonte de renda. Quem vive uma causa, conforme defende Max Weber, também viveria dela. Quem vive “para” a política tem o poder de transformar sua ação no sentido de sua vida, de forma que é complicado estabelecer a fronteira entre o que se é para o quê se vive. Considerando que o Estado contempla a dominação do indivíduo sobre o indivíduo, torna-se necessário averiguar as condições sobre as quais se estabelece esse domínio. Weber discorre sobre essas formas de domínio. O "poder tradicional" estaria imbuído de uma autoridade recorrente, algo que se tornou socialmente aceito. Apresenta também um tipo de líder com dons incomuns, os líderes carismáticos, como foi o caso de Hitler na Alemanha. O "poder carismático" tem como característica um forte apelo popular inspirado por líderes com boa retórica. Há também uma forma de dominação de caráter mais positivista e racional, fundada no direito. Weber chama essa forma de dominar de “dominação pela legalidade”. Na categoria da dominação pela legalidade situam-se funcionários de carreira, estáveis e irremovíveis, que têm o dever de executar uma ordem sob responsabilidade de autoridade superior, um sentido de hierarquia. As convicções do funcionário devem confundir-se com a do seu superior hierárquico, conforme a teorização weberiana. Num outro plano se encontra o chefe político, movível, dependente de resultados de eleições, cuja honra se assenta em sua responsabilidade pessoal. Tudo o que faz, o que diz, ou decide vai acarretar em riscos ou benefícios, pois este é responsável de forma diferenciada do funcionário público. A natureza do cargo do líder político sugere uma dupla ética que enseja uma opção, pois essas éticas materializam “duas máximas inteiramente diversas e irredutivelmente opostas”. À ética da responsabilidade opõe-se diametralmente a uma ética de convicção. Na primeira situação, a responsabilidade é o traço que definirá pautas, agendas e decisões, em detrimento do abandono da convicção. Por outro lado, fundamentada em uma ética de convicção, a ação seria pautada pelo descompromisso com as consequências legais, com a própria legalidade, com os processos, mas pautada em dogmas e ideologia. Essa ambiguidade explica o nosso contexto, ainda que o texto tenha sido escrito há quase cem anos. Exemplifica como, ao buscar horizontes possíveis, porventura rompemos com nossos ideais. Entende-se que a vocação política é, portanto, o comedimento ao fazer a dosagem entre as éticas de responsabilidade e da convicção.