Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (URM)FARMACOTERA PIA “Existe uso racional quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles e sua comunidade.” (OMS 1985) LEGISLAÇÃO: SAÚDE NO BRASIL Constituição A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (Art. 196) PNS Lei nº 8.080/1990 - dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. ... Estabelece como campo de atuação do SUS a "formulação da política de medicamentos (...) de interesse para a saúde (...)". (Art.60) PNM e PNAF Política Nacional de Medicamentos (Portaria nº 3.916,de 30 de outubro de 1998). Política Nacional de Assistência Farmacêutica (Resolução nº 338, de 06 de maio de 2004). POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS Adoção de Relação de Medicamentos Essenciais1. “Integram o elenco dos medicamentos essenciais aqueles produtos considerados básicos e indispensáveis para atender a maioria dos problemas de saúde da população”. (...) base para o direcionamento da produção farmacêutica e para o desenvolvimento científico e tecnológico, bem como para a definição de listas de medicamentos essenciais nos âmbitos estadual (RESME) e municipal (REMUME)(...) “meio fundamental para orientar a padronização, quer da prescrição, quer do abastecimento de medicamentos, principalmente no âmbito do SUS, constituindo, assim, um mecanismo para a redução dos custos dos produtos”. 3. Reorientação da Assistência Farmacêutica Assistência farmacêutica é o conjunto de ações e de serviços que visam a assegurar a assistência terapêutica integral, a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenham atividades farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e seu uso racional. A atenção farmacêutica deve ter como objetivos a prevenção, detecção e resolução de problemas relacionados a medicamentos, promover o uso racional dos medicamentos, a fim de melhorara saúde e qualidade de vida dos usuários. 4. Promoção do uso racional de medicamentos De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o desenvolvimento de formulários nacionais de medicamentos (Formulário Terapêutico Nacional) implica decisão política e de saúde pública, constituindo esforço direcionado a promover ouso racional dos medicamentos essenciais. No Brasil, o primeiro Formulário Terapêutico Nacional (FTN) foi publicado em 2008 e contém resumos de informações farmacológicas orientadas para a clínica para promover o uso apropriado, seguro e efetivo dos medicamentos constantes na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_rename_2020.pdf FTN fornece informação imparcial e precisa sobre medicamentos. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf FARMACOEPIDEMIOLOGIA: é definida como "o estudo do uso e os efeitos dos medicamentos em um grande número de pessoas" (STROM, 2005). FARMACOECONOMIA: é a aplicação da economia ao estudo dos medicamentos otimizando os gastos financeiros sem prejuízo ao tratamento do paciente. Diferentes estudos farmacoeconômicos podem ser empregados, sendo que os principais são: minimização de custo, análise custo-utilidade, custo- benefício e custo-efetividade. FARMACOVIGILÂNCIA: é um conjunto de procedimentos relacionados à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de reações adversas a medicamentos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a fármacos. A principal ferramenta da farmacovigilância é a notificação espontânea por parte dos profissionais de saúde, de toda SUSPEITA DE REAÇÃO ADVERSA CAUSADA POR MEDICAMENTO ou mesmo de outros problemas relacionados a medicamentos como desvios de qualidade, perda de eficácia, abuso, intoxicação, uso indevido ou mesmo erros de administração. Estabelecimento de um Comitê nacional atuante, de forma multidisciplinar para coordenar as políticas de URM; Diretrizes clínicas para orientar as práticas de saúde e os tratamentos; Listas de medicamentos essenciais; Comitês de Farmácia e Terapêutica em instituições e em instâncias de gestão pública; Capacitação em Farmacoterapia, baseada em problemas em cursos de graduação da área da saúde; Educação médica continuada em serviço, como requisito para registro profissional. Supervisão, auditoria e retroalimentação de dados sobre o uso de medicamentos; Disponibilização ampla de informação fidedigna e isenta sobre medicamentos; Educação dos usuários sobre medicamentos; Não permissão a incentivos perversos de uso indiscriminado de medicamentos (como propaganda); Regulamentação e fiscalização apropriadas e eficientes; Gasto governamental suficiente para assegurar disponibilidade de medicamentos e infraestrutura de serviços. A promoção do uso racional de medicamentos envolverá: (...) implementação da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). (...) campanhas educativas. (...) Formulário Terapêutico Nacional. (...) farmacoepidemiologia: Farmacovigilância e Farmacoeconomia. (...) educação continuada dos recursos humanos. (...) adequação dos currículos dos cursos de formação dos profissionais de saúde. (...) organização das atividades de vigilância sanitária de medicamentos. Estratégias de acordo com a OMS para promoção URM 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_rename_2020.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf http://www.cvs.saude.sp.gov.br/eventos_adv.asp?x=farmaco ESTADO (GOVERNO) MERCADO FARMACÊUTICO PROFISSIONAIS DA SAÚDE PACIENTES 0-4 ANOS: AMOXICILINA 4-12 ANOS: METILFENIDATO (RITALINA ®) 12-18 ANOS: ANFETAMINAS E ISOTRETINOÍNA (ROACUTAN®) QUAIS AS DIMENSÕES ENVOLVIDAS NO URM MEDICALIZAÇÃO DA SOCIEDADE “O desejo de tomar medicamentos talvez represente o maior aspecto de distinção entre o homem e os animais” (Sir William Osler: 1849-1919) 18-24 ANOS: ENERGÉTICOS 24-38 ANOS:FLUOXETINA 38-65 ANOS: OMEPRAZOL MAIS DE 65 ANOS: TODOS OS ELES USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS FARMACOEPIDEMIOLOGIA FARMACOECONOMIA MERCADO CAPITALISMO OFERTA E DEMANDA VENDA De um lado... Do outro lado... PARA SER POSSÍVEL ATINGIRO URM É NECESSÁRIO... Diagnóstico adequado Indicação apropriada Esquema de administração adequado Paciente em condições de receber o tratamento proposto: ausência de contra-indicações e menor possibilidade de efeitos adversos Dispensação correta, incluindo informação adequada para o paciente Seguimento do paciente 1. 2. 3. 4. 5. 6. BOAS PRÁTICAS FARMACÊUTICAS notificar os profissionais de saúde e os órgãos sanitários competentes, bem como o laboratório industrial, dos efeitos colaterais, das reações adversas, das intoxicações, voluntárias ou não, e da farmacodependência observados e registrados na prática da farmacovigilância; proceder ao acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes, internados ou não, em estabelecimentos hospitalares ou ambulatoriais, de natureza pública ou privada; estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de medicamentos, produtos farmacêuticos e correlatos, visando a assegurar o seu uso racionalizado, a sua segurança e a sua eficácia terapêutica. São atribuições do farmacêutico, no exercício de suas atividades: PORQUE PROMOVER O URM? 25-70% do gasto em saúde nos países em desenvolvimento correspondem a gastos com medicamentos (menos de 15% nos países desenvolvidos). 50-70% das consultas médicas geram uma prescrição medicamentosa. 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente. Somente 50% dos pacientes, em média, tomam corretamenteseus medicamentos. 106.000 pessoas/EUA (1994); 1.100 pessoas/Inglaterra e Gales (2001); 2.925 pessoas/ano/ Canadá. 108 mil casos registrados de intoxicação humana em 2006; 30,5% das ocorrências era com medicamentos, e que estes são os principais agentes tóxicos. Casos de morte devido a erros de prescrição ou reações adversas de medicamentos: Estudo do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), associado à Fundação Oswaldo Cruz revelou que : CONSEQUÊNCIAS DO USO NÃO RACIONAL DOS MEDICAMENTOS Progressão da patologia Latrogenia: refere-se a um estado de doença, efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico. Aumento do tempo de tratamento Aumento dos custos Falta de adesão a tratamento BENEFÍCIOS DO URM INDIVIDUAIS: eficácia, segurança, conveniência e menor custo. INSTITUCIONAIS: melhoria do padrão de atendimento e significativa redução de custos. NACIONAIS: resultados positivos em avaliações de morbidade, mortalidade e qualidade de vida da população. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASFARMACOTE RAPIA É o evento clínico em que o efeito de um medicamento é alterado pela presença de outro fármaco, de alimento, de bebida ou de algum agente químico. Constitui a principal causa de problemas relacionados a medicamentos. São as interferências que ocorrem quando dois ou mais medicamentos são administrados ao mesmo tempo, podendo causar a diminuição ou o aumento do efeito esperado, ou ainda o surgimento de efeitos indesejados. INTERAÇÃO FARMACÊUTICA (OU INCOMPATIBILIDADE) São interações do tipo físico-químicas que ocorrem quando dois ou mais medicamentos são administrados na mesma solução ou misturados no mesmo recipiente e o produto obtido é capaz de inviabilizar a terapêutica clínica. Acontecem fora do organismo, durante o preparo e administração dos medicamentos parenterais (incompatibilidade entre os agentes misturados ou com o veiculo adicionado) e frequentemente resultam em precipitação ou turvação da solução; mudança de coloração do medicamento ou inativação do princípio ativo. Ex. sabe-se que medicamentos como a nitroglicerina e a amiodarona, podem aderir a parede do envase (frasco) de PVC e reduzira biodisponibilidade do principio ativo
Compartilhar