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Jean Rousseau

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Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo e 
escritor franco-suíço. Apesar da vida 
conturbada e uma saúde física e psíquica 
instável, Rousseau tornou-se um dos maiores 
intelectuais do iluminismo francês, sendo 
considerado também um precursor do 
socialismo (por conta de suas teses sobre a 
imoralidade da propriedade privada) e o do 
romantismo (por defender a necessidade de 
uma maior conexão do ser humano com a 
natureza). Dentro das classificações das 
escolas filosóficas, podemos encaixar o 
pensador no iluminismo e no contratualismo. 
Biografia 
Em 28 de junho de 1712, na cidade de Genebra, 
nascia Jean-Jacques Rousseau, segundo filho 
de Isaac Rousseau e Suzanne Bernard (que 
faleceu no parto), um casal protestante. Jean-
Jacques Rousseau recebeu uma primorosa 
primeira educação do pai. A biblioteca 
herdada da mãe foi suficiente para que o pai 
lesse junto ao seu filho até que o menino 
completasse sete anos de idade. 
Ao acabarem os livros deixados por Suzanne, 
Isaac e Jean-Jacques passaram a ler os da 
biblioteca deixada pelo avô materno do 
menino, um teólogo e pastor de Genebra. Foi 
nesse momento que o futuro filósofo teve 
contato com grandes clássicos da literatura, 
da política, da história e da filosofia universal. 
Além da fragilidade de saúde apresentada 
pelo menino Rousseau, seu futuro com o seu 
pai não seria dos melhores. Isaac Rousseau, 
um dia, envolveu-se em uma briga na cidade 
com um oficial, foi preso e requereu a prisão 
do oficial até que a questão fosse resolvida. 
Não conseguindo provar a sua inocência, o 
pai de Jean-Jacques exilou-se de Genebra e 
não se encontrou mais com o filho, que ficou 
aos cuidados de seu tio materno, Bernard. 
O tio de Rousseau enviou-o a Bossey, na 
França, para continuar os estudos com o 
pastor Lambercier. Em Bossey, ele passou a 
apreciar o contato com a natureza, algo 
aparentemente simples, mas que influenciaria 
o seu pensamento por toda a sua vida. 
Em 1724, Rousseau retorna a Genebra para 
viver com um tio. Em seu retorno, o filósofo 
passa a estudar desenho com o seu primo. 
Nos anos seguintes, ele começa a aprender 
uma série de ofícios sem demonstrar 
nenhuma aptidão ou compromisso com 
nenhum deles. Foi aprendiz de mensageiro e, 
posteriormente, aprendiz de gravador (ofício 
daqueles que gravavam mensagens e 
imagens em metais, como moedas e 
medalhas). 
Durante esse período, Rousseau encontrava 
refúgio na leitura e nos seus passeios ao ar 
livre, em meio à natureza. O jovem pensador 
esquecia-se de retornar no horário certo, e os 
atrasos renderam-lhe punições por parte de 
seu mestre, que o empregava como gravador. 
Aconteceu que, em uma terceira vez, Rousseau 
atrasou-se para voltar à cidade, encontrando-
a com os portões fechados, e assim decidiu 
que partiria, logo de manhã, para viver sua 
vida longe dali. A sua partida deu-se no dia 16 
de março de 1728. 
O jovem pensador partiu em busca de traçar 
o seu próprio caminho. No entanto, o que 
encontrou foi a fome e a necessidade. Isso fez 
com que ele procurasse o padre Confignon, 
um cura responsável por “salvar” os 
genebrinos protestantes por meio dos 
ensinamentos católicos. O padre conduziu 
Rousseau à província de Annecy, para ficar 
sob os cuidados da Senhora de Warens. Ela o 
enviou a Turim, na Itália, para um abrigo de 
aprendizes do catolicismo. Rousseau viveu, por 
Jean-Jacques Rousseau 
um tempo, no abrigo, a fim de garantir a sua 
subsistência. 
Em Turim, ele trabalhou para nobres como 
gravador e secretário. Além disso, estudou 
latim. Também estudou música e passou a 
ensinar os filhos da burguesia e da nobreza 
essa arte, tendo ainda composto várias peças 
musicais, que não eram reconhecidas pelas 
academias musicais e pelos críticos. Nesse 
período, ele trabalhou como preceptor e como 
instrutor musical, ganhando bases para a 
escrita de um futuro livro, que seria Emílio, ou 
Da educação. 
Em 1745, Rousseau começa um longo 
relacionamento com Thérèse Levasseur, 
mulher com quem teve cinco filhos, os quais 
entregou à adoção por não ter condições de 
criá-los. Em seu livro Confissões, uma 
autobiografia publicada postumamente, o 
filósofo fala do arrependimento que o 
acompanhou até o fim de sua vida por não os 
ter criado. 
Jean-Jacques Rousseau é um dos filósofos 
denominados contratualistas. 
 Em 1749, Rousseau interessa-se em um anúncio 
da Academia de Dijón sobre um concurso de 
redação cujo tema era: “Se o progresso das 
ciências e das artes contribui para corromper 
ou apurar os costumes”. Ele redige um texto 
que venceu o concurso no ano seguinte e 
tornou-se a primeira publicação do filósofo. 
Além disso, o pensador começou a ganhar a 
fama almejada desde sua juventude. 
A partir da década de 1750, sua vida mudou 
completamente, e Rousseau passou a escrever 
sobre temas como moral, religião, política e 
economia, o que lhe garantiu o estatuto de 
filósofo. Ele retornou a Genebra, voltou a 
cultuar o protestantismo, escreveu sobre 
música, conheceu um dos fundadores da 
Enciclopédia, Denis Diderot, que o 
encomendou verbetes sobre música para a 
obra, e redigiu os seus principais livros — 
Emílio, Discurso sobre a origem da 
desigualdade entre os homens e O contrato 
social. 
No entanto, a perseguição da Coroa francesa 
contra os iluministas, entre eles Diderot e, por 
conseguinte, Rousseau, que passou a 
influenciar o movimento, acirrou-se. 
Aparentemente, uma doença neurológica 
também passou a afetar o filósofo, que se via 
sempre perseguido. 
Em 1762, suas duas principais obras, Emílio e O 
contrato social, foram condenadas, e 
Rousseau precisou fugir das autoridades 
francesas, indo para a ilha de Córsega. Em 
Córsega, sentiu a pressão das autoridades e 
procurou refugiar-se na Inglaterra, onde viveu 
junto ao amigo e também filósofo David Hume, 
porém, com o tempo, desconfiou que o amigo 
estaria conspirando contra ele. 
Em 1767, Rousseau retornou à França, casou-se 
com Thérèse Levasseur e escreveu seus 
últimos livros durante o acirramento dos 
processos que levariam à Revolução Francesa. 
O filósofo faleceu em 2 de julho de 1778. 
Algumas biografias apontam que ele sofreu de 
complicações causadas por uma doença 
neurológica crônica, talvez desencadeada por 
uma sífilis não tratada. 
O que ele defendia? 
É importante deixar claro que, apesar de 
Rousseau ser considerado um filósofo, ele não 
fez o que a maioria dos pensadores dessa 
área preocupam-se em fazer: escrever 
sistemas lógicos e tratados em que defendem 
e argumentam sistematicamente sobre um 
ponto de vista até esgotá-lo. Rousseau 
transitou entre teorias diversas, mas não 
procurou criar sistemas para defendê-las. A 
sua filosofia era muito mais ensaística do que 
uma filosofia de tratados. 
Nesse sentido, ele utilizou de um estilo e de 
bons argumentos para defender uma 
complicada tese geral: a de que o ser humano 
teria uma vida bem melhor quando em seu 
estado natural. Assim, podemos dividir a 
defesa de Rousseau em duas grandes ideias: 
 
 
❖ Estado de natureza 
O ser humano era um ser animal como 
qualquer outro, vivendo, assim, em um 
momento hipotético chamado de estado 
natural ou estado de natureza. Esse estado 
era de plena liberdade e era o momento em 
que o ser humano foi capaz de desenvolver-
se plenamente e sem as amarras sociais. 
Ele era puro, por ainda não conhecer a moral, 
e vivia como um animal vive na selva. Não 
havia moral e não havia propriedade, 
portanto, não existia qualquer traço de 
corrupção do ser humano. Isso mudou 
quando surgiu a propriedade privada, e, a 
partir de então, foi necessário o 
estabelecimento de um contrato social. 
❖ O contrato social 
Contrato social, ou pacto civil, é o artifício 
elaborado pelo ser humano para resolver os 
problemas decorrentes da propriedade 
privada no estado de natureza. Como não 
havia uma lei específica queregulamentasse 
a propriedade no estado natural, o ser 
humano teve de recorrer a outros meios (o 
estado civil) para regulamentá-la. 
Com isso, ficou instituído o governo, as leis e a 
moral. Isso corrompeu o ser humano, pois ele 
se afastou de sua natureza. Para que haja um 
governo justo e que reaproxime o ser humano 
de sua natureza, seria necessário que o 
governo atendesse à vontade geral do povo e 
que, mesmo inconscientemente, requer uma 
política que reaproxime o ser humano de sua 
natureza e anule qualquer traço de corrupção 
moral na sociedade. 
Obras de Jean-Jacques Rousseau 
Rousseau escreveu vários livros e deixou uma 
extensa obra não publicada. Entre os seus 
principais livros, estão: 
Discurso sobre as ciências e as artes: esse 
livro inaugural do pensamento rousseauniano 
é a resposta ao concurso proposto pela 
Academia de Dijón. Nele o filósofo defende que 
as ciências e as técnicas não promovem o 
aprimoramento moral do ser humano, pelo 
contrário, elas promovem o seu afastamento 
de sua natureza. Com isso, há um processo de 
corrupção do ser que o leva à sua ruína moral 
e social. 
O contrato social: nessa obra, o filósofo 
dedica-se a demonstrar como seria o estado 
de natureza e como o pacto social colocou-se 
como momento de mudança para que a 
sociedade passasse a viver de maneira a 
contemplar o convívio social por meio de 
normas jurídicas e morais. 
Sobre a origem da desigualdade entre os 
homens: nesse livro, Rousseau mostra como a 
propriedade privada tornou-se o meio de 
corrupção primeiro entre os seres humanos, 
iniciando a desigualdade entre as pessoas e 
rompendo com a lei de natureza. 
Emílio: esse livro é um ensaio sobre a 
educação ou como os adultos deveriam 
educar as crianças para que elas se 
tornassem pessoas mais livres, em contanto 
com sua natureza, e melhores cidadãos. 
Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo e 
escritor franco-suíço. Apesar da vida 
conturbada e uma saúde física e psíquica 
instável, Rousseau tornou-se um dos maiores 
intelectuais do iluminismo francês, sendo 
considerado também um precursor do 
socialismo (por conta de suas teses sobre a 
imoralidade da propriedade privada) e o do 
romantismo (por defender a necessidade de 
uma maior conexão do ser humano com a 
natureza). Dentro das classificações das 
escolas filosóficas, podemos encaixar o 
pensador no iluminismo e no contratualismo.

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