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MECÂNICA DOS FLUIDOS Prof. Me. Elenilson Tavares Cabral 170101295@prof.uninassau.edu.br 1 Observa-se que a superfície livre de um líquido assemelha-se a uma película esticada, de maneira que existe tensão, neste caso tensão superficial, atuando no plano da superfície. As moléculas da camada superficial possuem moléculas iguais à elas somente do lado de dentro do líquido. Com isso, praticamente não existem forças que atraem as moléculas para fora da superfície livre. Já as moléculas no interior do líquido são atraídas igualmente em todas as direções por moléculas idênticas. Tensão Superficial e Efeito Capilar 2 Tensão Superficial 2 Considerando uma linha traçada na superfície livre, a tensão superficial pode ser definida como a força por unidade de comprimento que atua perpendicularmente sobre essa linha e no plano da superfície. No SI a unidade de tensão superficial é N/m ([F]/[L]). Por conta da tensão superficial a superfície livre de um líquido tende sempre a se contrair de maneira que a sua área seja a menor possível. Razão pela qual as gotas são esféricas, pois assim apresentam a menor área de superfície para o mesmo volume. Tensão Superficial 𝝈𝑺 = 𝑭. 𝑳 𝑨 𝑁 𝑚 Tensão Superficial e Efeito Capilar 3 Capilaridade é o nome dado ao fenômeno de um líquido se elevar em um tubo capilar que está parcialmente imerso no líquido. A elevação capilar depende da tensão superficial e da relação entre a adesão líquido-sólido e a coesão do líquido. Um líquido que molha o sólido, exemplo a água, possui ângulo de contato f < 90o (p/2). Neste caso, a adesão ao sólido é maior que a coesão do líquido. Devido a tensão superficial, o líquido sobe em um tubo capilar parcialmente imerso nele. Efeito Capilar Tensão Superficial e Efeito Capilar 4 Um líquido que não molha o sólido possui ângulo de contato f > 90o (p/2), como ocorre com o mercúrio, a tensão superficial causa um rebaixamento do menisco num tubo capilar. O valor da ascensão capilar num tubo circular é determinado pelo equilíbrio de forças da coluna líquida cilíndrica de altura h no tubo (Figura ao lado). Efeito Capilar Tensão Superficial e Efeito Capilar 5 A parte inferior da coluna líquida está no mesmo nível que a superfície livre do reservatório e, assim, a pressão neste local deve ser a pressão atmosférica que atua sobre a superfície superior e, desse modo, esses dois efeitos cancelam-se mutuamente. O peso da coluna líquida é aproximadamente: Igualando o componente vertical da força de tensão superficial ao peso, resulta: A ascensão capilar será, portanto: Efeito Capilar 𝒘 = 𝒎.𝒈 = 𝝆. 𝑽. 𝒈 = 𝝆 𝝅𝑹𝟐𝒉 𝒈 𝒘 = 𝑭𝒔 → 𝝆 ⋅ 𝒈 𝝅𝑹 𝟐𝒉 = 𝟐𝝅𝑹𝝈𝒔𝐜𝐨𝐬 𝝓 𝒉 = 𝟐𝝈𝒔𝐜𝐨𝐬 𝝓 𝝆 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝑹 Tensão Superficial e Efeito Capilar 6 Efeito Capilar Tensão Superficial e Efeito Capilar 7 Um tubo de vidro de 0,6 mm de diâmetro é mergulhado num copo com água a 20 °C. Determine a ascensão capilar da água no tubo. Dado: ss = 0,073 N/m. Exemplo Tensão Superficial e Efeito Capilar 8 A pressão é definida como uma força normal exercida por um fluido por unidade de área. O termo pressão só é válido para líquidos e gases. Para sólidos o termo correto é tensão normal. A unidade de medida de pressão é N/m2 = Pa, mas um pascal é muito pequeno para quantificar pressões de problemas práticos. Com isso, utiliza-se muito os seus múltiplos kilopascal (kPa = 103 Pa) e o megapascal (MPa = 106 Pa). Outras unidades de pressão também são muito utilizadas, tais como: o bar, o atm (atmosfera padrão) e o kilograma-força por centímetro quadrado. 1 atm = 14,696 psi Pressão Pressão e Estática dos Fluidos 9 A pressão real em determinada posição é chamada de pressão absoluta e é medida com relação ao vácuo. A maioria dos dispositivos medidores de pressão são do tipo diferencial e medem a diferença de pressão do fluido e a atmosfera local (pressão relativa). A pressão medida pode ser mais alta ou mais baixa que a pressão atmosférica local, nomeando-se cada caso como: 1. pabs > patm Pressão manométrica pman = pabs – patm 2. pabs < patm Pressão vacuométrica pvac = patm – pabs Pressão Pressão e Estática dos Fluidos 10 Pressão Pressão e Estática dos Fluidos A figura a seguir apresenta as relações das pressões absolutas e relativas em um diagrama. 11 Um medidor de vácuo conectado à uma câmara exibe a leitura de 5,8 psi em um local onde a pressão atmosférica é de 14,5 psi. Determine a pressão absoluta na câmara. Resp.: 8,7 psia Exemplo Pressão e Estática dos Fluidos 12 Pressão em Um Ponto Pressão e Estática dos Fluidos A pressão é a força de compressão por unidade de área, dando a impressão de ser um vetor, mas a pressão em qualquer ponto do fluido será a mesma em qualquer direção, sendo portanto um escalar. P1 = P2 = P3 𝑤 = 𝜌 ⋅ 𝑔 2 𝛥𝑥𝛥𝑧𝛥𝑦 13 Variação da Pressão com a Profundidade Pressão e Estática dos Fluidos Foi apresentado que a pressão em um fluido em repouso não varia na direção horizontal. Entretanto, esse não é o caso na direção vertical na presença de um campo de gravidade. A pressão em um fluido aumenta com a profundidade, porque mais fluido se apoia nas camadas inferiores, e o efeito desse “peso extra” em uma camada mais profunda é equilibrado por um aumento na pressão. 𝜟𝑷 = 𝑷𝟐 − 𝑷𝟏 = 𝝆 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝜟𝒛 = 𝜸𝜟𝒛 𝜟𝒚 = 𝟏 14 Variação da Pressão com a Profundidade Pressão e Estática dos Fluidos Se considerarmos o ponto 1 na superfície livre de um líquido aberto para a atmosfera, conforme mostrado na figura ao lado, para o qual a pressão passa a ser a pressão atmosférica, Patm , então a pressão em uma profundidade h da superfície livre torna-se: 𝑷 = 𝑷𝒂𝒕𝒎 + 𝝆 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝒉 15 Teorema de Stevin (1548-1620) Pressão e Estática dos Fluidos A pressão em um fluido estático uniforme continuamente distribuído varia somente com a distância vertical e é independente da forma do recipiente. Ela é a mesma em todos os pontos em um dado plano horizontal no fluido. Ela aumenta com a profundidade no fluido. 16 Teorema de Stevin (1548-1620) Pressão e Estática dos Fluidos Princípio dos vasos comunicantes: 17 Teorema de Stevin (1548-1620) Pressão e Estática dos Fluidos 18 Lei de Pascal (1623-1662) Pressão e Estática dos Fluidos A principal consequência da pressão de um fluido permanecer constante na direção horizontal é que a pressão aplicada a um fluido confinado aumentará a pressão em todo o fluido na mesma medida. Pascal sabia também que a força aplicada por um fluido é proporcional à área da superfície em contato com ele. 𝑷𝟏 = 𝑷𝟐 → 𝑭𝟏 𝑨𝟏 = 𝑭𝟐 𝑨𝟐 → 𝑨𝟐 𝑨𝟏 = 𝑭𝟐 𝑭𝟏 19 O Newfound Lake, um lago de água doce perto de Bristol, New Hampshire, tem uma profundidade máxima de 60 m, e a pressão atmosférica média é de 91 kPa. Calcule a pressão absoluta em kPa nessa profundidade máxima. Dado: peso específico da água = 9780 N/m3 Resp.: 677,8 kPa Exemplo Pressão e Estática dos Fluidos 20 Este dispositivo mede a diferença de pressão através da variação da elevação Dz em um fluido em repouso. Ele é normalmente utilizado para medir diferenças de pressão pequenas e moderadas. Um manômetro consiste basicamente em um tubo em forma de U, de vidro ou plástico, contendo um ou mais fluidos como água, mercúrio, álcool ou óleo. Quando se prevê diferenças de pressão elevada, utiliza-se fluidos pesados tais como o mercúrio, pois assim suas dimensões serão mais práticas. O Manômetro 𝑷𝟐 = 𝑷𝒂𝒕𝒎 + 𝝆 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝒉 Pressão e Estática dos Fluidos 21 Um manômetro é usado para medir a pressão em um tanque. O fluido usado tem uma gravidade específica (densidade relativa) de 0,85 e a altura da coluna do manômetro é de 55 cm. Se a pressão atmosférica local for de 96 kPa, determine a pressão absoluta dentro do tanque e a pressão manométrica. Resp.: 100,6 kPa (absoluta) 4,6 kPa (manométrica) Exemplo Pressão e Estática dos Fluidos 22 Muitos problemas de engenharia envolvem a sobreposição de vários fluidos imiscíveis de diferentes densidades. A análisese dá da seguinte forma: • A variação de pressão em um tubo de altura h é DP = rgh. • Em determinado fluido a pressão aumenta para baixo e diminui para cima. • Dois pontos em uma mesma altura em um fluido contínuo em repouso estão a mesma pressão (Lei de Pascal). O Manômetro de Vários Fluidos Pressão e Estática dos Fluidos 𝑷𝟏 = 𝑷𝒂𝒕𝒎 + 𝝆𝟏 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝒉𝟏 + 𝝆𝟐 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝒉𝟐 + 𝝆𝟑 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝒉𝟑 23 Os manômetros são muito adequados à medição da queda de pressão entre dois pontos especificados de uma seção de escoamento horizontal. A queda de pressão se dá devido a presença de um dispositivo tal como uma válvula, trocador de calor ou qualquer resistência ao escoamento. O Manômetro Pressão e Estática dos Fluidos 𝜟𝑷 = 𝑷𝟏 − 𝑷𝟐 = 𝝆𝟐 − 𝝆𝟏 𝒈 ⋅ 𝒉 24
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