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Resumo Estruturas Clinicas Psicanálise

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Resumo - Estruturas Clínicas – Psicanálise
Inconsciente Sistema psíquico distinto da consciência e dotado de atividade própria. Características do inconsciente: atemporal, ambivalente, infinito, tem matéria da sexualidade infantil, conteúdos recalcados.
Falo o falo é uma ilusão e pode ser qualquer coisa que tenha esse sentido de completude, status, poder. A cultura oferece objetos fálicos. Os objetos fálicos são revestidos de fantasia, ilusão de poder, status, mas, que por si só não possuem. O oposto de falo (status/ completude) e a castração (não tem falo). As crianças se perguntam quem tem o falo no final da fase fálica. 
Castração rompimento da simbiose (corte simbólico da relação de simbiose).
Complexo de Édipo conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente em relação aos pais. O complexo na forma positiva apresenta-se como no mito de Édipo-Rei [“o mito tem a função de explicar enigmas da vida” (Lacan)], em que Édipo mata o pai (comete patricídio), Rei Laio, e cassa-se com sua mãe, Jocasta. Então é o desejo de morte do rival que é a personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela personagem do sexo oposto. O Complexo de Édipo na forma negativa é o oposto disso. O complexo de Édipo desempenha papel fundamental na estrutura da personalidade (ou seja, nas estruturas clínicas), na orientação do desejo humano e é responsável pela formação do superego. Segundo Freud, o apogeu do complexo de Édipo é vivido entre os três e os cinco anos, durante a fase fálica (as crianças percebem a diferença sexual – aparece a vergonha, pudor, timidez), o seu declínio marca a entrada no período de latência. Nem todos passam pelo Complexo de Édipo.
O menino tem medo de perder o pênis, a menina tem inveja do pênis (este é fálico para as crianças, revestido de status de completude, poder), no caso do menino tem medo da castração, por isso, passa a internalizar a proibição do incesto e superar o Complexo de Édipo. No caso da menina o complexo de Édipo é mais complicado, complexo. A mãe é objeto de amor da menina, ao perceber que não tem pênis e acredita que a mãe a castrara, então, a menina passa o objeto de amor para o pai, e, além disso, ela tem, de acordo com a teoria, um complexo de inferioridade, ela tem o maior medo de não ser amada e inveja do pênis. Para a menina superar o Complexo de Édipo a menina precisa da mudança do objeto, sexualidade passiva e abandono da erotização clitoriana. Na menina, a formação do supereu é tardia.
Período pré-edípico tempo da simbiose, pulsão materna (relação entre aquele que cumpre a função materna e a criança), envolve o princípio do prazer - quero a satisfação do meu desejo de qualquer forma - não existe um único caminho, existem varias formas. Puro id. As pulsões eróticas (sexualidade infantil-oral-anal) estão sempre à flor da pele, as pulsões de raiva também aparecem.
Período edípico envolve o princípio da realidade - não se pode satisfazer sempre os desejos. Édipo envolve a relação em triângulo (mãe, pai e criança). Neste período tem a entrada do terceiro na relação (função paterna), tem o corte simbólico e separação (corte da simbiose e separação entre aquele que faz função materna e a criança). Porém com o corte, a separação a criança não tem mais como ter apenas a "mãe – aquele que faz função materna" como referência. Aquele que faz a função paterna oferta a criança o "mundo", a cultura. É dar e receber algo em troca. A criança busca em outros lugares a satisfação para completar o vazio. 
Freud primeiro teoriza que a idade em que ocorreria o trauma sexual era o que determinava se a pessoa era paranoide ou neurótica. Entretanto, depois ele desistiu desta ideia e passou a ver uma ligação na teoria sexual. Freud não nomeou como estruturas clínicas, foi Lacan. 
Lacan se inspirou nos trabalhos da Linguística (Ferdinand de Saussure e Roman Jakobson) e da Antropologia (Claude Lévi-Strauss), ou seja, no estruturalismo, em que cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de relações forma a estrutura. Por estrutura entende-se um sistema em que seus elementos possuem uma relação interna, de tal forma que não podem ser entendidos isoladamente, mas apenas em relação aos seus pares antagônicos. 
Do estruturalismo Lacan inspirou para “estruturas”, em estruturas clínicas, em que fenômenos diferentes é possível estabelecer alguma relação, seja de semelhança, seja de oposição, e que os elementos não podem ser entendidos isoladamente, podem apenas serem entendidos em relação. (O que é diferente do DSM V, que não relaciona, apenas descreve os sintomas). É “clínico”, pois somente na clínica é possível saber a estrutura do indivíduo. 
Para a psicanálise não é necessário que o sujeito tenha vivido uma experiência, é necessário apenas que o indivíduo construa uma realidade psíquica, sua fantasia. Também não trabalha por exaustão classificatória, a psicanálise vê as inter-relações, integra os elementos. Para a Psicanálise a afetividade está ligada ao reconhecimento. 
Estrutura clínica:
· Refere-se a uma dada ordenação e um dado relacionamento entre os vários elementos que compõem o psiquismo. 
· É uma forma de lidar com a castração, nível de linguagem (discurso, como fala, o que fala), nível de metáfora paterna - função paterna (percebe pela forma como a pessoa lida com as leis, regras e cultura) e nível de falta do Outro (estrutura clínica interfere dos modos de reação e interpretação que o sujeito apresenta diante do Outro).
· As estruturas clínicas são: neurose, perversão e psicose.
· A estrutura clínica é construída. A estrutura só pode ser decidida/ estabilizada ao fim da adolescência, antes disso está sendo construída.
· A escolha da estrutura é uma escolha inconsciente. 
· O conceito de Complexo de Édipo, com os princípios e noções que o sustenta e que definem como destino do sujeito uma das três estruturas: Neurose, Psicose e Perversão. 
· Não tem como eliminar uma estrutura clínica quando estabilizada, construída.
· A estrutura não se define pelo que o sujeito faz ou pela avaliação do seu comportamento, mas por como ele fala do que faz e do que ele faz ao falar (o psicanalista busca saber as motivações, que são inconscientes) na transferência. 
· Envolve: Sexualidade Infantil Complexo de Édipo Castração.
· A hipótese do diagnóstico estrutural supõe que de alguma forma e em algum nível o sujeito está sempre fazendo “a mesma coisa”, então, envolve repetição, o sujeito se apoia na estrutura.
	ESTRUTURAS CLÍNICAS
	DEFESAS 
(cada uma das estruturas possui um tipo característico de defesa contra a castração):
	NEUROSE
	RECALQUE
(submissão a lei, a cultura)
	PERVERSÃO
	RECUSA/DESMENTIDO
(não subimissão a lei, não se submete a lei, alei não tem valor de intervenção)
	PSICOSE
	FORACLUSÃO
(termo criado por Lacan – neologismo – significa “fora do prazo / prescrição”, no caso, não ocorreu a castração no tempo adequado, e não irá ocorrer mais, então, está fora da Lei, do contexto, da castração, da intersecção e sem separação)
Lacan apoia sua noção de estrutura clínica em três tipos de defesa propostos por Freud. Lacan apoia sua noção de estrutura clínica em três tipos de defesa propostos por Freud. Para este o neurótico, o perverso e o psicótico são faces da estrutura normal.
Laço social perverso possui características perversas, mas não possui a estrutura perversa.
NEUROSE
O neurótico possui o registro da castração, então, tem o registro da falta, por isso, sempre está às voltas com o falo. Utiliza como defesa contra a castração o recalque, apenas os neuróticos utilizam desta defesa. O neurótico recalca e o que é recalcado retorna. Para o neurótico o Outro é o único que importa, o que interessa ao sujeito vem determinado pelo Outro. Submete-se a castração, a Lei, a cultura. Os desejos recalcados (edípicos) continuam presentes, mas retornam por atos falhos, chistes, sonhos e sintoma (o sintoma como a expressão deformada do desejo infantil que sucumbiu ao recalque).O neurótico procura livrar da castração com o grupo (porém apenas em grupo). Raramente age sozinho, quer a sensação de que há algo maior do que ele. Ele precisa da lei, mas reivindica (sempre acompanhado de outros), mas só se for para melhorar e manter a lei, ele precisa da lei e quer uma lei para todos. O neurótico resente muito com as injustiças. Os neuróticos acreditam que o outro é mais fálico e deseja ficar próximo deste para ter parte do falo para si. A forma como o sujeito destina a significação fálica da diferença anatômica entre os sexos é que se pode situar na neurose a particularidade das posições histérica, obsessiva e fóbica.
Neurose Histérica
O histérico escancara a castração. No campo da neurose, passou pela castração e busca o falo no outro. A histeria clássica tinha uma espetacularização, que era uma forma de obter a atenção do outro, mas isso era uma construção inconsciente. Para ser o objeto do olhar do outro se utiliza da sedução. Se o indivíduo precisa da atenção do outro, isso quer dizer que o indivíduo é castrado, que sente a “falta”. A castração está impressa no histérico, com a atenção recebida se sente um pouco fálico, mas com a castração impressa nunca está completo, nunca está satisfeito, caracterizando o desejo incompleto. O sujeito histérico escancara a castração, reclama, diz que tem a falta de forma clara, mas culpa o outro, para este o outro possui algo para completá-lo, mas quando obtém o desejado nunca está satisfeito. “O histérico goza de sua satisfação”. A histeria é predominantemente em mulheres devido às consequências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos (que causa a inveja, ressentimento). A menina acredita que por causa da mãe ela veio com falta de um equipamento, e que os meninos possuem algo a mais. A criança elabora (dá sentido) a partir do que vê dos órgãos sexuais. O histérico sente que se estiver perto de alguém que considera fálico, parte do falo passa para ele. Os histéricos procuram nos outros que encontrem a culpa no outro e que apoiem as opiniões deste. É uma culpa que atrai o outro a se compadecer.
PERVERSÃO
O perverso, como o neurótico, tem o registro da castração, mas utiliza como defesa a recusa/desmentido (só pela negação é possível buscar, justamente naquele a quem falta, um elemento, uma garantia, da inexistência dessa mesma falta). Sabe da lei, mas responde com a recusa, não se submete. Este já age sozinho, ele quer ele fazer a lei, mas quer uma lei que o beneficie. Para o perverso o falo é o único que importa. Os perversos também acreditam que apenas um pode ser fálico, quer tirar o falo do outro. Este precisa de uma fixação no falo, ele precisa se sentir o tempo todo fálico. Aqueles que o rodeiam tem que parecer para ele inferiores.
Neuróticos e perversos procuram objetos fálicos, que são grandes ilusões. Ambos estão imersos nos laços sociais, no princípio de realidade. Entendem a Lei como interdição. Entendem que a Lei /cultura possui um discurso e estes estão dentro da cultura, do contexto. A pessoa que tem o registro da castração quando vê o outro é diferente de si (a castração mostra o limite), é que precisa completar o que falta, precisa explicar sempre. 
PSICOSE
Psicótico é o único das estruturas que não tem o registro da castração, então, consequentemente isso afeta a sua relação com a realidade, pois o psicótico não tem o registro da Lei, do discurso, da cultura, da separação, da interdição. O psicótico tem como defesa da castração a foraclusão, pois este está fora do discurso, da castração, da Lei (não tem o registro da separação, da castração, da interdição, da Lei). Então, o “inconsciente ao céu aberto”, ou seja, os psicóticos sempre são invadidos pelo inconsciente, não conseguem ter a barreira entre o consciente e o inconsciente. Vê o outro como invasivo. O comportamento e a fala são desconectados, sem lógica muitas vezes. Para estes é difícil entender o que é convencional, o que não é socialmente aceito. O psicótico tem dificuldade de seguir regras, constantemente demonstra que as regras e os costumes são ilusórios, são inventados. Por isso, o psicótico tem dificuldade de se integrar no laço social. O sujeito psicótico é aquele que ficou no tempo da alienação, não teve separação. Para aquele que não tem o registro da castração, trata o outro como se conhecesse sempre, como se ainda estivesse na simbiose. O psicótico não entende a lei, não há diferença entre ele e o Grande Outro. O psicótico não vê o seu corpo como unidade, para ele o corpo próprio é o único que importa. O surto é a desorganização (alucinações - imagens, delírios – sons), os delírios e as alucinações seriam formas de se organizar. 
Neuróticos, perversos e psicóticos podem escutar vozes, ver imagens não compartilhadas, porém os neuróticos e os perversos não acreditam nessas produções psíquicas, os psicóticos acreditam nestas produções psíquicas como reais.

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