Resumo - Bruner e Piaget - Aprendizagem

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Resumo Aprendizagem – Bruner e Piaget
Jerome Bruner
Jerome Bruner é um representante do movimento do cognitivismo (estudo de processos centrais internos, dos processos psicológicos) na Psicologia norte-americana. É construtivista /socio-interacional.
Bruner deu ênfase na aprendizagem por descoberta, a formação de sistemas de codificação genéricos requer a descoberta de relações. Ele queria que o aluno fosse um aprendiz ativo e não apenas um ouvinte. Na estrutura teórica de Bruner, o aprendizado é um processo ativo, no qual aprendizes constroem novas ideias ou conceitos, baseados em seus conhecimentos passados e atuais. Bruner tem como uma idéia central da sua teoria a necessidade do professor e dos alunos conhecerem a estrutura de uma determinada área de conhecimento/assunto. Quando o aluno está acomodado com os conhecimentos adquiridos, cabe ao professor propor-lhe dúvidas, motivando-o a descobrir por si mesmo os princípios. Bruner destaca a importância do erro por manter o indivíduo interessado na tarefa. 
Afirma ainda que se pode ensinar qualquer coisa para qualquer criança em qualquer estágio de desenvolvimento, pois o fundamental é a interação entre: criança, assunto e modo pelo qual ele é apresentado, assim, o aluno pode transferir a aprendizagem para uma nova situação.
Foi o cérebro que permitiu as pessoas a fazer a conexão entre as ações, criar instrumentos e levou ao desenvolvimento de uma linguagem e a cultura. A evolução da mente pode ser evidenciada através de três invenções notáveis: inventos que ampliaram a capacidade motora (tornando os seres humanos mais rápidos e mais fortes), objetos que ampliaram os sentidos (que expandem a capacidade dos sentidos humanos) e a capacidade de raciocínio (sistemas simbólicos). 
Bruner dá ênfase à linguagem como o principal meio de representação simbólica da realidade, tanto concreta quanto abstrata. Além de levar em consideração aspectos como: curiosidade do aprendiz e a aprendizagem relevante na escola. Bruner foi influenciado pelo Grupo de Genebra.
Aprendizagem, desenvolvimento e ensino não podem ser separados, pois estão intimamente interligados.
Fatores fundamentais no processo de aprendizagemparte emocional, intelectual, social, psicomotor e físico. 
Método de Aprendizagem por descobertarefere-se uma investigação fazendo perguntas, experimentando, descobrindo. A aprendizagem por descoberta aproveita a curiosidade do aluno, além de envolver os processos (que ocorrem simultaneamente) de: aquisição (registro da novidade), transformação (adequação do novo aos conhecimentos interesses e adaptação para resolver novos problemas) e avaliação crítica (auto-avaliação do desempenho: o que mudou internamente e sobre a efetividade e relevância do conhecimento adquirido). A aprendizagem deve ser considerada significante e relevante, o ambiente de aprendizagem deve proporcionar alternativas para a descoberta, de forma que o aprendiz seja e se sinta como investigador. No método de descoberta a criança aprende a aprender. Este não só ensina a criança a resolver problemas da vida prática como também garante uma compreensão da estrutura fundamental do conhecimento. Neste processo tem a transferência da aprendizagem no sentido mais amplo e total, a transferência do aprendido de uma disciplina para as demais (aprendido na escola para a vida prática) e do aprendido em nível de escolaridade – para as seguintes (currículo em espiral).
Para o método de ensino Bruner aponta dois modos: maneira expositiva e a abordagem hipotética (professor traz o assunto sob a forma de problema ou questão a ser resolvida – ajuda o aluno a resolvê-lo).
Para que ocorra o desenvolvimento, Bruner acredita que haja três níveis de representação cognitiva (representação do mundo). Através desses três modos de representação, os indivíduos passam por três estágios de processamento e representação de informações: manuseio e ação, organização perceptiva e imagens e utilização de símbolos. Os níveis de representação cognitiva são:
· Enativo é a representação do mundo através da ação, a criança não apresenta ainda a capacidade representativa. É caracterizado pelo manuseio e pela ação física (movimento, respostas motoras). Exemplo: comunica-se e entende melhor o mundo por meio da ação, garfo “para comer com ele”, cavalo “para montar”, mamãe “para cuidar da gente”.
· Icônico a criança já apresenta uma capacidade representativa mental de objetos, sem ter a necessidade de manipulá-los diretamente. Caracteriza-se pelo surgimento da capacidade de associação e representação através de imagens (percepção do ambiente e formação de modelos). Exemplo: desenhar a figura de um garfo sem representar o ato de comer, apreciar e compreender figuras, ilustrações.
· Simbólicorepresentar o mundo por meio de símbolos, abstratamente, sem precisar do uso de ações ou imagens, mas sim pelo raciocínio formal, ou seja, abstratamente. É caracterizada pela representação formal e transposição das experiências para a linguagem (ordena e organiza as imagens com historicidade).
Nas crianças a representação é através dos objetos que representam as sensações imediatas da criança, chamadas de representação enativa, a ênfase esta na ampliação das capacidades motoras. Depois a criança passa para a representação icônica, usa de linguagens mentais para se referir a objetos e eventos. A mais avançada forma de representação é a simbólica, nela a criança amplia sua capacidade intelectual. A representação e fundamental na determinação da cultura humana e na modelagem da experiência de viver uma vida humana.
Currículo em espiral deverá garantir a transferência do aprendizado tanto entre as várias matérias, como também para outro nível de escolaridade. Currículo Espiral significa ver o mesmo tópico mais de uma vez com diferentes modos de representação e em diferentes níveis de profundidade, ou seja, as informações iniciais apresentadas se adequam a capacidade de compreensão do indivíduo e vão gradativamente se tornando mais e mais complexas a medida que este se desenvolve, fazendo com que o aluno construa continuamente sobre o que já aprendeu.
Bruner preocupava-se com a educação, mas especificamente com os problemas do ensino, pois acreditava que as dificuldades apresentadas pelas crianças ocorriam em decorrência da forma de ensinar dos professores, ou seja, a forma de passar o conhecimento. Por isso ele realizava observações nas salas de aula com a finalidade de compreender como a criança aprende. 
Linguagempara Bruner a linguagem tem um papel de extrema importância no desenvolvimento da criança, pois é através dela que o indivíduo passa dos níveis inferiores de representação para o nível simbólico. Difere de Piaget em relação à linguagem. Para ele, o pensamento da criança evolui com a linguagem e dela depende. Para Piaget, o desenvolvimento da linguagem acontece paralelamente ao do pensamento, caminha em paralelo com a lógica.
JEAN PIAGET
Focou no estudo do desenvolvimento cognitivo, à gênese da inteligência e da lógica. Teórico interacionista e construtivista, é uma teoria orgânica, viva, dinâmica e incompleta. Fundou a teoria da epistemologia genética, que busca a origem do conhecimento. Não existe um modelo pedagógico piagetiano, pois Piaget nunca pretendeu ditar normas. De acordo com Piaget, o ser humano é tão natural quanto qualquer outra estrutura orgânica embora muito mais dependente do meio do que qualquer outra. As observações de Piaget são naturalistas, a partir destas ele arquitetou situações que iria colocar as crianças para confrontar (situação que se relaciona com o método da maiêutica de Sócrates). 
Conhecimento é uma construção contínua e renovável, que constantemente se constrói e se reconstrói pela interação do indivíduo com o meio, pela interação entre sujeito e objeto. 
Então, a construção da inteligência depende do intercâmbio entre o organismo e o meio através da ação. Logo, a ação é o centro do processo e que o fator social e educativo constitui-se numa condição para o desenvolvimento. Além disso, o raciocinar émuito importante para Piaget. Ele admite pelo menos duas fases na aquisição do conhecimento: a fase exógena (fase da constatação, da cópia, da imitação e da repetição) e a fase endógena (fase da compreensão das relações, isto é, da explicação para que ocorra o conhecimento é necessário o aspecto endógeno). O desenvolvimento deve ser considerado um ajuste contínuo e gradativo dos fatores endógenos e exógenos.
Para Piaget, aprendizagem envolve sempre construção e compreensão. Entretanto, ele subordina a aprendizagem ao desenvolvimento. Para Piaget: aprendizagem em termos gerais refere-se: a conquista de algo que passa a ser patrimônio de nossa ação.
 Piaget distinguiu dois usos ou significados da palavra aprendizagem: 
· Aprendizagem no sentido amplo é sinônimo de desenvolvimento (aprendizagem do conhecimento físico, do conhecimento lógico-matemático e do conhecimento social).
· Aprendizagem: refere-se à aquisição de informação específica do ambiente, aprendizagem essa que é assimilada aos esquemas existentes. 
Método clínico uma técnica que consiste em perguntas e respostas livres. Ele utiliza o método clínico, pois é flexível, não constrange o outro e não possui padrão (este último é o motivo de desvantagem do método de acordo com a observação científica e muitos autores que acreditam que se deve ter a padronização nos métodos). 
Epistemologia genética estudo da gênese do conhecimento humano (da inteligência e da lógica) em todos os seus aspectos: físico-motor / intelectual / afetivo-emocional / social.
Esquemaunidade estrutural básica de pensamento ou de ação que se modificam e adaptam, assim, sempre estão em contínuo desenvolvimento (ou seja, padrão de pensamento ou ação).
Equilibração das estruturas cognitivaso processo de organização das estruturas mentais em um sistema coerente. É uma elaboração contínua do universo exterior para se adaptar. Toda a informação nova faz com que o sujeito entre em desequilíbrio (conflito cognitivo), o sujeito precisa assimilar o objeto e se acomodar ao objeto, criar um novo esquema, buscado assim o equilíbrio, ou seja, a estabilização da organização mental. Logo, o desenvolvimento da cognição, de acordo com a teoria, pelo aperfeiçoamento e transformação das estruturas mentais, ou seja, dos esquemas mentais.
Adaptaçãoocorre por meio da assimilação e da acomodação.
Assimilaçãoé resolver uma situação com a estrutura e os esquemas mentais que já temos formado. 
Acomodaçãoa organização mental sofre modificações para acomodar o objeto (novas experiências/ conhecimentos), combina (acomoda) o esquema novo com o velho. 
Piaget divide o desenvolvimento da inteligência em estágios, que possuem modelos característicos de construção de conhecimento (a mente da criança desenvolve em cada estágio um novo modo de operar, que irá lhe acompanhar por toda a vida). Os estágios são: sensório-motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 a 6 anos), operações concretas (7 a 11 anos) e operações formais (11 anos em diante), respectivamente. Todos os indivíduos passam por estes estágios, sempre na mesma sequência, durante o seu desenvolvimento, é preciso terminar um estágio para passar para o outro.
Aprendizagem em sentido amplo (lato senso) é o desenvolvimento no sentido de a aquisição de uma nova forma de inteligência ao alcançar-se um novo estágio de desenvolvimento.
Aprendizagem em sentido restrito (stricto senso) são as aprendizagens pontuais que ocorrem em cada nível do desenvolvimento.
Tipos de aprendizagem a partir do pré-operatório aprender fazer (observar os comportamentos) e aprender explicar (tematizar, dar uma explicação equivalente – que permite analisar a representação que o sujeito faz das coisas). 
A escola deveria começar ensinando a criança a observar (ter o exercício da observação), incapacidade de observar é uma variável que causa muitos dos fracassos escolares. a escola deve constituir-se numa resposta às perguntas formuladas pela criança, e o estudo deve ser o estudo o alimento para suas estruturas mentais e o convívio com as outras crianças o alimento para sua necessidade de viver em grupo. Então, cabe ao professor criar as situações para que a criança perceba o problema.  Contudo, a teoria de Piaget é uma perspectiva sobre a qual se deve refletir a fim de que possa ser usada como instrumento auxiliar dos professores na compreensão dos alunos e na compreensão do porquê ele aprendem ou não, na escola. 
Motivação não deve vir de fora, mas, ao contrário, da própria capacidade de aprender (motivação é interna).