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Escola Secundária du Bocage 
Português, 10.º Ano 
Ficha de Avaliação 
 
 
 
Nome:______________________________________________________ 
Turma:______ N.º:______ Data:____ / ____ /_______ 
Observações:_______________________________________________ 
Professor/a:_____________________ Avaliação:________________ 
Encarregado de Educação:__________________________________ 
 
1. Considere o texto seguinte e responda às questões apresentadas. 
Capítulo 148 
Das tribulações que Lisboa padecia per míngua de mantimentos. 
Ó quantas vezes encomendavom nas missas e pregações que rogassem a Deos devotamente por o estado da 
cidade! E ficados os geolhos (1), beijando a terra, braadavom a Deos que lhes acorresse, e suas prezes (2) 
nom eram compridas! Uũs choravom antre si, mal-dizendo seus dias, queixando-se por que tanto viviam, 
como se dissessem com o Profeta: «Ora veese a morte ante do tempo, e a terra cobrisse nossas faces, pera 
nom veermos tantos males!» Assi que rogavom a morte que os levasse, dizendo que melhor lhe fora morrer, 
que lhe serem cada dia renovados desvairados (3) padecimentos. Outros se querelavom (4) a seus amigos, 
dizendo que forom desaventuirada gente, que se ante nom derom a el-Rei de Castela (5) que cada dia 
padecer novas mizquiindades (6), firmando-se de todo nas peores cousas que fortuna em esto podia obrar. 
Sabia porem isto o Meestre e os de seu Conselho, e eram-lhe doorosas d’ouvir taes novas; e veendo estes 
males a que acorrer nom podiam, çarravom suas orelhas do rumor do poboo. 
Como nom querees que maldissessem sa vida e desejassem morrer alguũs homẽes e molheres, que tanta 
diferença há d’ouvir estas cousas aaqueles que as entom passarom (7), como há da vida aa morte? Os padres 
e madres viiam estalar de fame os filhos que muito amavom, rompiam as faces e peitos sobr’eles, nom 
tendo com que lhe acorrer, senom planto e espargimento de lagrimas; e sobre todo isto, medo grande da 
cruel vingança que entendiam que el-Rei de Castela deles havia de tomar; assi que eles padeciam duas 
grandes guerras, ũa dos emigos que os cercados tinham, e outra dos mantimentos que lhes minguavom, de 
guisa que eram postos em cuidado de se defender da morte per duas guisas (8). 
Pera que é dizer mais de taes falecimentos? Foi tamanho o gasto das cousas que mester haviam que soou uũ 
dia pela cidade que o Meestre mandava deitar fora todolos que nom tevessem pam que comer, e que 
somente os que o tevessem ficassem em ela; mas quem poderia ouvir sem gemidos e sem choro tal 
ordenança de mandado aaqueles que o nom tinham? Porem sabendo que nom era assi, foi-lhe já quanto de 
conforto. Onde sabee que esta fame e falecimento que as gentes assi padeciam, nom era por seer o cerco 
perlongado (9), ca nom havia tanto tempo que Lixboa era cercada; mas era per aazo das muitas gentes que 
se a ela colherom de todo o termo; e isso mesmo da frota do Porto quando veo, e os mantimentos serem 
muito poucos. 
Ora esguardae (10) como se fossees presente, ũa tal cidade assi desconfortada e sem neũa certa feúza (11) 
de seu livramento, como veviriam em desvairados cuidados quem sofria ondas de taes aflições? Ó geeraçom 
que depois veo, poboo bem aventuirado, que nom soube parte de tantos males, nem foi quinhoeiro (12) de 
taes padecimentos! Os quaes a Deos por Sua mercee prougue (13) de cedo abreviar doutra guisa, como 
acerca ouvires. 
 
NOTAS: 
(1) geolhos: joelhos. 
(2) prezes: preces, orações. 
(3) desvairados: diversos. 
(4) querelavom: queixavam-se. 
(5) por não se terem entregado ao rei de Castela em vez de. 
(6) mizquindades: desgraças. 
(7) entre ouvir estas coisas e passá-las. 
(8) guisas: maneiras. 
(9) perlongado: de longa duração. 
(10) esguardae: observai, olhai. 
(11) feúza: confiança, segurança. 
(12) quinhoeiro: participante. 
(13) prougue: agradou. 
 
 
A. Releia as linhas 1 a 6 do texto. Retire desse excerto seis vocábulos relacionados com o campo lexical de 
«religião». 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. A forma latina «patrem» deu origem, em português, aos vocábulos «pai» e «padre» (linhas 14-15). 
Indique a designação deste fenómeno no contexto da evolução de uma língua. 
 
 
 
 
2. Leia o excerto da «Crónica de D. João I» de Fernão Lopes abaixo apresentado, que se refere à situação 
vivenciada pelo povo de Lisboa dentro das muralhas da cidade. Depois, apresente, de forma clara e bem 
estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 
Capítulo 148 
Das tribulações que Lisboa padecia per míngua de mantimentos. 
Ó quantas vezes encomendavom nas missas e pregações que rogassem a Deos devotamente por o estado da 
cidade! E ficados os geolhos (1), beijando a terra, braadavom a Deos que lhes acorresse, e suas prezes (2) 
nom eram compridas! Uũs choravom antre si, mal-dizendo seus dias, queixando-se por que tanto viviam, 
como se dissessem com o Profeta: «Ora veese a morte ante do tempo, e a terra cobrisse nossas faces, pera 
nom veermos tantos males!» Assi que rogavom a morte que os levasse, dizendo que melhor lhe fora morrer, 
que lhe serem cada dia renovados desvairados (3) padecimentos. Outros se querelavom (4) a seus amigos, 
dizendo que forom desaventuirada gente, que se ante nom derom a el-Rei de Castela (5) que cada dia 
padecer novas mizquiindades (6), firmando-se de todo nas peores cousas que fortuna em esto podia obrar. 
Sabia porem isto o Meestre e os de seu Conselho, e eram-lhe doorosas d’ouvir taes novas; e veendo estes 
males a que acorrer nom podiam, çarravom suas orelhas do rumor do poboo. 
Como nom querees que maldissessem sa vida e desejassem morrer alguũs homẽes e molheres, que tanta 
diferença há d’ouvir estas cousas aaqueles que as entom passarom (7), como há da vida aa morte? Os padres 
e madres viiam estalar de fame os filhos que muito amavom, rompiam as faces e peitos sobr’eles, nom 
tendo com que lhe acorrer, senom planto e espargimento de lagrimas; e sobre todo isto, medo grande da 
cruel vingança que entendiam que el-Rei de Castela deles havia de tomar; assi que eles padeciam duas 
grandes guerras, ũa dos emigos que os cercados tinham, e outra dos mantimentos que lhes minguavom, de 
guisa que eram postos em cuidado de se defender da morte per duas guisas (8). 
Pera que é dizer mais de taes falecimentos? Foi tamanho o gasto das cousas que mester haviam que soou uũ 
dia pela cidade que o Meestre mandava deitar fora todolos que nom tevessem pam que comer, e que 
somente os que o tevessem ficassem em ela; mas quem poderia ouvir sem gemidos e sem choro tal 
ordenança de mandado aaqueles que o nom tinham? Porem sabendo que nom era assi, foi-lhe já quanto de 
conforto. Onde sabee que esta fame e falecimento que as gentes assi padeciam, nom era por seer o cerco 
perlongado (9), ca nom havia tanto tempo que Lixboa era cercada; mas era per aazo das muitas gentes que 
se a ela colherom de todo o termo; e isso mesmo da frota do Porto quando veo, e os mantimentos serem 
muito poucos. 
Ora esguardae (10) como se fossees presente, ũa tal cidade assi desconfortada e sem neũa certa feúza (11) 
de seu livramento, como veviriam em desvairados cuidados quem sofria ondas de taes aflições? Ó geeraçom 
que depois veo, poboo bem aventuirado, que nom soube parte de tantos males, nem foi quinhoeiro (12) de 
taes padecimentos! Os quaes a Deos por Sua mercee prougue (13) de cedo abreviar doutra guisa, como 
acerca ouvires. 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. de Teresa Amado), Lisboa, Editorial Comunicação, 1992. 
 
NOTAS: 
(1) geolhos: joelhos. 
(2) prezes: preces, orações. 
(3) desvairados: diversos. 
(4) querelavom: queixavam-se. 
(5) por não se terem entregado ao rei de Castela em vez de. 
(6) mizquindades: desgraças. 
(7) entre ouvir estas coisas e passá-las. 
(8) guisas: maneiras. 
(9) perlongado: de longa duração. 
(10) esguardae: observai, olhai. 
(11) feúza: confiança, segurança. 
(12) quinhoeiro: participante.(13) prougue: agradou. 
 
 
A. Releia o primeiro parágrafo e explicite duas atitudes dos habitantes perante as dificuldades que se lhes 
deparam. 
As duas atitudes dos habitantes que os habitantes tomam, perante as dificuldades que se lhes deparam, são 
as seguintes: uma postura introvertida, em que as pessoas choravam sozinhas e se lamentavam dizendo que 
preferiam a morte às desgraças que viviam; uma postura diferente da anterior, dirigida para o exterior, pois 
havia habitantes que se queixavam aos amigos, concluindo que sofriam por não se terem rendido ao 
exército castelhano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. Relacione as referências ao Mestre com a intenção de fornecer desta personalidade uma imagem de 
humanidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C. Retire do texto dois exemplos que demonstrem a necessidade que o cronista tem de estabelecer uma 
ligação com o leitor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Leia o excerto da «Crónica de D. João I» de Fernão Lopes. Em caso de necessidade, consulte as notas. 
Depois, apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 
Capítulo 11 
Do alvoroço que foi na cidade cuidando (1) que matavom o Meestre, e como aló (2) foi Alvoro Paaez e muitas 
gentes com ele. 
[...] 
A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer. Nom cabiam pelas ruas 
principaes, e atrevessavom logares escusos, desejando cada uũ de seer o primeiro; e preguntando uũs aos 
outros quem matava o Meestre, nom minguava (3) quem responder que o matava o Conde Joam Fernandez, 
per mandado da Rainha. 
E per voontade de Deos todos feitos duũ coraçom com talente (4) de o vingar, como forom aas portas do 
Paaço que eram já çarradas (5) ante que chegassem, com espantosas palavras começarom de dizer: 
— U matom o Meestre? que é do Meestre? quem çarrou estas portas? 
Ali eram ouvidos braados de desvairadas maneiras. Taes i (6) havia que certificavom que o Meestre era 
morto, pois as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem (7) pera entrar dentro, e veeriam que era 
do Meestre, ou que cousa era aquela. 
Deles (8) braadavom por lenha, e que veesse lume pera poerem fogo aos Paaços, e queimar o treedor e a 
aleivosa (9). Outros se aficavom (10) pedindo escaadas pera sobir acima, pera veerem que era do Meestre; e 
em todo isto era o arroido atam grande que se nom entendiam uũs com os outros, nem determinavom neũa 
cousa (11). E nom soomente era isto aa porta dos Paaços, mas ainda arredor deles per u homeẽs e molheres 
podiam estar. Ũ as viinham com feixes de lenha, outras tragiam carqueija pera acender o fogo cuidando 
queimar o muro dos Paaços com ela, dizendo muitos doestos (12) contra a Rainha. 
De cima nom minguava quem braadar que o Meestre era vivo, e o Conde Joam Fernandez (13) morto; mas 
isto nom queria neuũ creer, dizendo: 
— Pois se vivo é, mostrae-no-lo e vee-lo-emos. 
Entom os do Meestre veendo tam grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais, disserom que 
fosse sua mercee de se mostrar aaquelas gentes, doutra guisa (14) poderiam quebrar as portas, ou lhe poer 
o logo, e entrando assi dentro per força, nom lhe poderiam depois tolher (15) de fazer o que quisessem. 
Ali se mostrou o Meestre a ũa grande janela que viinha sobre a rua onde estava Alvoro Paaez e a mais força 
de gente, e disse: 
— Amigos, apacificae vos, ca eu vivo e são som a Deos graças. 
E tanta era a torvaçam (16) deles, e assi tiinham já em creença que o Meestre era morto, que taes havia i 
que aperfiavom (17) que nom era aquele; porem conhecendo-o todos claramente, houveram gram prazer 
quando o virom, e deziam uũs contra os outros: 
— Ó que mal fez! pois que matou o treedor do Conde, que nom matou logo a aleivosa com ele! Creedes em 
Deos, ainda lhe há de viinr (18) alguũ mal per ela. Oolhae e veede que maldade tam grande, mandarom-no 
chamar onde ia já de seu caminho, pera o matarem aqui per traiçom. Ó aleivosa! já nos matou uũ senhor, e 
agora nos queria matar outro; leixae-a, ca ainda há mal d’acabar por estas cousas que faz. 
E sem dúvida, se eles entrarom dentro, não se escusara a Rainha de morte (19), e fora maravilha quantos 
eram da sua parte e do Conde poderem escapar. O Meestre estava aa janela, e todos olhavom contra ele 
dizendo: 
— Ó Senhor! como vos quiserom matar per treiçom, beento seja Deos que vos guardou desse treedor! 
Viinde-vos, dae ao demo esses Paaços, nom sejaes lá mais. 
E em dizendo esto, muitos choravom com prazer de o veer vivo. Veendo el estonce (20) que neũa duvida 
tiinha em sua segurança, deceo afundo e cavalgou com os seus acompanhado de todolos outros que era 
maravilha de veer. Os quaes mui ledos (21) arredor dele, braadavom dizendo: 
— Que nos mandaes fazer, Senhor? que querees que façamos? 
E el lhe respondia, aadur (22) podendo seer ouvido, que lho gradecia muito, mas que por estonce nom havia 
deles mais mester (23). 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. de Teresa Amado), Lisboa, Editorial Comunicação, 1992. 
 
NOTAS: 
(1) cuidando: pensando, julgando. 
(2) aló: lá. 
(3) minguava: faltava. 
(4) talente: unidos pelo desejo comum com o propósito («talente»). 
(5) çarradas: cerradas, fechadas. 
(6) i: aí, lá. 
(7) britassem: partissem. 
(8) Deles: alguns deles. 
(9) o treedor e a aleivosa: o traidor e a pérfida, alusão ao Conde Andeiro e a Leonor Telles, sua amante e 
viúva do rei D. Fernando. 
(10) aficavom: teimavam. 
(11) nem determinavom neũa cousa: nem conseguiam tomar nenhuma decisão. 
(12) doestos: injúrias, insultos. 
(13) Conde Joam Fernandez: Conde Andeiro. 
(14) doutra guisa: doutra forma, doutra maneira. 
(15) tolher: impedir. 
(16) torvaçam: agitação. 
(17) aperfiavom: insistiam. 
(18) viinr: vir. 
(19) não se escusara a Rainha de morte: não evitara a Rainha a morte. 
(20) estonce: então. 
(21) ledos: alegres. 
(22) aadur: mal, dificilmente, a custo. 
(23) mester: necessidade. 
 
 
A. Situe e enquadre a ação narrada na «Crónica de D. João I». 
 
 
 
 
B. Mencione o motivo que levou a população a juntar-se no Paço e a ameaçar invadir o edifício. 
 
 
 
 
C. Refira a intenção do Mestre ao mostrar-se à janela. 
 
 
 
 
D. A personagem povo é apresentada de forma anónima. Comprove-o, recorrendo a exemplos do texto. 
 
 
 
 
E. Identifique, no texto, duas marcas de religiosidade e comente a sua expressividade, tendo em conta o 
retrato que o cronista faz do Mestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
F. Transcreva comentários que revelam a subjetividade do narrador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
G. Identifique os recursos expressivos presentes nas passagens seguintes e comente a sua expressividade: 
a) «[...] tam grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais» (linha 24); 
b) «De cima nom minguava quem braadar que o Meestre era vivo, e o Conde Joam Fernandez morto (linha 
21); 
c) «— Amigos, apacificae vos [...] (linha 29). 
 
 
 
 
 
 
 
 
H. Comente a expressividade e a importância da alternância entre o discurso direto e o discurso indireto ao 
longo da narração. 
 
 
 
 
 
 
I. Uma das características do estilo de Fernão Lopes é o recurso a imagens visuais e auditivas. Demonstre-o, 
citando exemplos do excerto apresentado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Leia o excerto da «Crónica de D. João I» de Fernão Lopes. Em caso de necessidade, consulte as notas. 
Depois, apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 
Capítulo 11 
Do alvoroço que foi na cidade cuidando (1) que matavom o Meestre, e como aló (2) foi Alvoro Paaez e muitas 
gentes com ele. 
O Page do Meestre que estava aa porta, como lhe disserom que fosse pela vila segundo já era percebido (3), 
começou d’ir rijamente (4) a galope em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes, braadando pela 
rua: 
— Matom o Meestre!matom o Meestre nos Paaços da Rainha! Acorree ao Meestre que matam! 
E assi chegou a casa d’Alvoro Paaez que era dali grande espaço. (5) 
As gentes que esto ouviam, saiam aa rua veer que cousa era; e começando de falar uũs com os outros, 
alvoraçavom-se nas voontades, e começavom de tomar armas cada uũ como melhor e mais asinha (6) podia. 
Alvoro Paez que estava prestes (7) e armado com ũa coifa (8) na cabeça segundo usança daquel tempo, 
cavalgou logo a pressa em cima duũ cavalo que anos havia que nom cavalgara; e todos seus aliados com ele, 
braadando a quaes quer que achava dizendo: 
— Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre, ca (9) filho é deI-Rei dom Pedro. 
E assi braadavom el e o Page indo pela rua. 
Soarom as vozes do arroido (10) pela cidade ouvindo todos braadar que matavom o Meestre; e assi como 
viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo (11) de marido, se moverom todos com mão 
armada, correndo a pressa pera u (12) deziam que se esto fazia, por lhe darem vida e escusar morte. Alvoro 
Paaez nom quedava d’ir pera alá (13), braadando a todos: 
— Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre que matam sem por quê! 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. de Teresa Amado), Lisboa, Editorial Comunicação, 1992. 
 
NOTAS: 
(1) cuidando: pensando, julgando. 
(2) aló: lá. 
(3) percebido: preparado, combinado. 
(4) rijamente: depressa. 
(5) dali grande espaço: era longe. 
(6) asinha: depressa. 
(7) prestes: pronto. 
(8) coifa: elmo, capacete. 
(9) ca: porque. 
(10) arroido: ruído, barulho. 
(11) em logo: em lugar. 
(12) pera u: onde. 
(13) pera alá: continuava a dirigir-se para lá. 
 
 
A. Refira o assunto do excerto apresentado. 
 
 
 
 
B. Explicite a função da frase que precede o texto. 
 
 
 
 
 
 
C. Demonstre, comprovando com transcrições textuais, que as ações do pajem do Mestre e de Álvaro Pais 
não são espontâneas, apontando antes para um plano prévio, e refira o objetivo deste plano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D. Descreva a forma como a multidão reage aos apelos do pajem e de Álvaro Pais, recorrendo a passagens 
do texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E. Identifique o argumento utilizado pelo cronista, por intermédio de Álvaro Pais e do pajem, para legitimar o 
Mestre como sucessor ao trono de Portugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
F. Comente a expressividade da frase seguinte: «Soarom as vozes do arroido pela cidade ouvindo todos 
braadar que matavom o Meestre;» (linha 16). 
 
 
 
 
 
 
 
 
G. Atente no pregão: «— Matom o Meestre! matom o Meestre nos Paaços da Rainha! Acorree ao Meestre 
que matam!» (linha 7) 
Identifique os recursos expressivos presentes neste pregão e analise a sua estrutura, comentando o efeito 
que destes resulta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
H. Demonstre, a partir do excerto apresentado, que o estilo de Fernão Lopes é marcado pelo realismo e pelo 
dinamismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Leia o excerto da «Crónica de D. João I» de Fernão Lopes que se apresenta de seguida. Depois, apresente, 
de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 
Capítulo 115 
Per que guisa estava a cidade corregida para se defender, quando el-Rei de Castela pôs cerco sobre ela. 
Nom leixavom os da cidade, por serem assi cercados, de fazer a barvacãa (1) d’arredor do muro da parte do 
arreal, des a porta de Santa Caterina, ataa torre d’Alvoro Paaez, que nom era ainda feita, que seriam dous 
tiros de besta; e as moças sem neuũ medo, apanhando pedra pelas herdades, cantavom altas vozes dizendo: 
Esta Lixboa prezada, 
mirá-la e leixá-la. 
Se quiserdes carneiro, 
qual derom ao Andeiro; 
se quiserdes cabrito, 
qual derom ao Bispo. 
e outras razões semelhantes. E quando os ẽmigos os torvar (2) queriam, eram postos em aquel cuidado em 
que forom os filhos de Israel, quando Rei Serges, filho de rei Dario, deu licença ao profeta Neemias que 
refezesse os muros de Jerusalem, que guerreados pelos vezinhos d’arredor, que os nom alçassem (3), com 
ũa mão poinham a pedra, e na outra tinham a espada pera se defender; e os Portugueses fazendo tal obra, 
tinham as armas junto consigo, com que se defendiam dos ẽmigos quando se trabalhavom de os embargar 
(4), que a nom fezessem. 
As outras cousas que pertenciam ao regimento da cidade, todas eram postas em boa e igual ordenança; i 
nom havia nẽuũ que com outro levantasse arroido nem lhe empecesse per talentosos excessos (5), mas 
todos usavom d’amigavel concordia, acompanhada de proveito comuũ. 
Ó que fremosa cousa era de veer! Uũ tam alto e poderoso senhor como el-Rei de Castela, com tanta 
multidom de gentes assi per mar come per terra, postas em tam grande e boa ordenança, teer cercada tam 
nobre cidade! E ela assi guarnecida contra ele de gentes e d’armas com taes avisamentos (6) por sua guarda 
e defensom! Em tanto que diziam os que o virom, que tam fremoso cerco de cidade nom era em memoria 
d’homeẽs que fosse visto de mui longos anos atá aquel tempo. 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. de Teresa Amado), Lisboa, Editorial Comunicação, 1992. 
 
NOTAS: 
(1) barvacãa: barbacã, muro com função de defesa das muralhas, um pouco menor que a parede da 
muralha. 
(2) torvar: atrapalhar, perturbar. 
(3) que os nom alçassem: para que não erguessem os muros. 
(4) embargar: impedir. 
(5) nem lhe causasse dano por atos intencionalmente desordeiros. 
(6) avisamentos: precauções. 
 
 
A. Identifique o acontecimento histórico descrito neste excerto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. Mostre de que forma Lisboa e os seus habitantes preparam a defesa da cidade. Justifique a sua resposta 
com transcrições textuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C. Comprove que a caracterização de D. João de Castela e seu exército contribui para enaltecer a população 
de Lisboa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Leia o excerto da «Crónica de D. João I» de Fernão Lopes que se apresenta de seguida. Em caso de 
necessidade, consulte as notas. Depois, apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos 
itens que se seguem. 
Capítulo 148 
Das tribulações que Lisboa padecia per míngua de mantimentos. 
Como nom lançariam fora a gente minguada (1) e sem proveito, que o Mestre mandou saber em certo pela 
cidade que pam havia per todo em ela, assi em covas come per outra maneira, e acharom que era tam 
pouco que bem havia mester sobr’elo (2) conselho? 
Na cidade nom havia trigo pera vender, e se o havia, era mui pouco e tam caro que as pobres gentes nom 
podiam chegar a ele; ca valia o alqueire (3) quatro livras; (4) e o alqueire do milho quareenta soldos; (5) e a 
canada (6) do vinho três e quatro livras; e padeciam mui apertadamente, ca dia havia i que, ainda que 
dessem por uũ pam ũa dobra, (7) que o nom achariam a vender; e começarom de comer pam de bagaço de 
azeitona, e dos queijos das malvas e raízes de ervas, e doutras desacostumadas cousas, pouco amigas da 
natureza; e taes i havia que se mantinham em alféloa. (8) No logar u (9) costumavom vender o trigo, 
andavom homeẽs e moços esgaravatando a terra; e se achavom alguũs grãos de trigo, metiam-nos na boca 
sem tendo outro mantimento; outros se fartavom d’ervas, e beviam tanta agua, que achavom mortos 
homẽes e cachopos jazer inchados nas praças e em outros logares. 
Das carnes, isso mesmo, havia em ela grande mingua; e se alguũs criavom porcos, mantinham-se em eles; e 
pequena posta de porco, valia cinco e seis libras que era ũa dobra castelã; e a galinha, quareeenta soldos; e a 
dúzia de ovos, doze soldos; e se almogávares (10) tragiam alguũs bois, valia cada uũ sateenta livras, que 
eram catorze dobras cruzadas, valendo entom a dobra cinco e seis livras; e a cabeça e as tripas uũa dobra; 
assi que os pobres per mingua de dinheiro,nom comiam carne e padeciam mal; e começarom de comer as 
carnes das bestas, e nom somente os pobres e minguados, mas grandes pessoas da cidade, lazerando, nom 
sabiam que fazer; e os gestos mudados com fame, bem mostravom seus encubertos padecimentos. 
Andavom os moços de três e quatro anos pedindo pam pela cidade por amor de Deos, como lhes ensinavam 
suas madres, e muitos nom tinham outra cousa que lhe dar senom lagrimas que com eles choravom que era 
triste cousa de veer; e se lhes davom tamanho pam come ũa noz, haviam-no por grande bem. Desfalecia o 
leite aaquelas que tinham crianças a seus peitos per mingua de mantimento; e veendo lazerar (11) seus 
filhos a que acorrer nom podiam, choravom ameúde sobr’eles a morte ante que os a morte privasse da vida. 
Muitos esguardavom as prezes alheas (12) com chorosos olhos, por comprir o que a piedade manda, e nom 
tendo de que lhes acorrer, caíam em dobrada tristeza. 
Toda a cidade era dada a nojo (13), chea de mesquinhas (14) querelas, sem neuũ prazer que i houvesse: uũs 
com grande mingua do que padeciam; outros havendo doo (15) dos atribulados; e isto nom sem razom, ca se 
é triste e mesquinho o coraçom cuidoso nas cousas contrairas que lhe aviinr (16) podem, vede que fariam 
aqueles que as continuadamente tam presentes tinham? Pero com todo esto, quando repicavom, neuũ nom 
mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus ẽmigos. Esforçavom-se uũs por consolar os outros, 
por dar remedio a seu grande nojo, mas nom prestava conforto de palavras, nem podia tal door seer 
amansada com neũas doces razões; e assi como é natural cousa a mão ir ameúde onde see (17) a door, assi 
uũs homẽes falando com outros, nom podiam em al departir (18) senom em na mingua que cada uũ padecia. 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. de Teresa Amado), Lisboa, Editorial Comunicação, 1992. 
 
NOTAS: 
(1) gente minguada: população carente, pobre. 
(2) havia mester sobr’elo conselho: necessário haver um plano comum acerca disso. 
(3) alqueire: unidade de peso para cereais. 
(4) livras: moedas medievais. 
(5) soldos: moedas medievais. 
(6) canada: antiga unidade de medida (líquidos). 
(7) dobra: moeda medieval. 
(8) alféloa: melaço. 
(9) u: onde. 
(10) almogávares: soldados que roubavam gado do exército inimigo. 
(11) lazerar: sofrer, afligir-se. 
(12) prezes alheas: preces das outras pessoas. 
(13) nojo: tristeza. 
(14) mesquinhas: miseráveis. 
(15) doo: dó, pena, piedade. 
(16) viinr: vir. 
(17) see: está. 
(18) em al departir: falar sobre outra coisa. 
 
 
A. O texto identifica a principal adversidade com que os habitantes de Lisboa se deparam durante o cerco do 
exército castelhano. Liste as consequências sociais e psicológicas que a falta de alimentos gerou na cidade. 
Fundamente a sua resposta com citações do texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. Releia o texto das linhas 6-9 e 10-19. Explique o motivo pelo qual o cronista enumera os bens e o seu 
preço de forma pormenorizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C. Considere a frase: «[…] choravom ameúde sobr’eles a morte ante que os a morte privasse da vida.» (linha 
26). Identifique dois recursos estilísticos presentes na frase e refira-se à sua expressividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Leia o excerto da «Crónica de D. João I» de Fernão Lopes que se apresenta de seguida. Em caso de 
necessidade, consulte as notas. Depois, apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos 
itens que se seguem. 
Capítulo 11 
Do alvoroço que foi na cidade cuidando (1) que matavom o Meestre (2), e como aló (3) foi Alvoro Paaez e 
muitas gentes com ele. 
De cima nom minguava quem braadar que o Meestre era vivo, e o Conde Joam Fernandez (4) morto; mas 
isto nom queria neuũ crer, dizendo: 
— Pois se vivo é, mostrae-no-lo e vee-lo-emos. 
Entom os do Meestre veendo tam grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais, disserom que 
fosse sua mercee de se mostrar aaquelas gentes, doutra guisa (5) poderiam quebrar as portas, ou lhe poer o 
fogo, e entrando assi dentro per força, nom lhe poderiam depois tolher (6) de fazer o que quisessem. 
Ali se mostrou o Meestre a ũa grande janela que viinha sobre a rua onde estava Álvoro Paaez e a mais força 
de gente, e disse: 
— Amigos, apacificae vos, ca eu vivo e são som, a Deus graças. 
E tanta era a torvaçam (7) deles, e assi tinham jé me crença que o Meestre era morto, que taes havia i que 
aperfiavom (8) que nom era aquele; porem conhecendo-o todos claramente, houveram gram prazer quando 
o virom, e deziam uũs contra os outros: 
— Ó que mal fez! Pois que matou o treedor do Conde, que nom matou logo a aleivosa com ele! Creedes em 
Deos, ainda lhe há de viinr (9) alguũ mal per ela. Oolhae e vede que maldade tam grande, mandarom-no 
chamar onde ia já de seu caminho, pera o matarem aqui per traiçom. Ó aleivosa! já nos matou uũ senhor, e 
agora nos queria matar outro; leixae-a, ca ainda há mal d’acabar por estas cousas que faz. 
E sem dúvida, se eles entrarom dentro, não se escusara a Rainha de morte (10), e fora maravilha quantos 
eram da sua parte e do Conde poderem escapar. O Meestre estava aa janela, e todos olhavom contra ele 
dizendo: 
— Ó Senhor! como vos quiseram matar per treiçom, beento seja Deus que vos guardou desse treedor! 
Viinde-vos, dae ao demo esses Paaços, não sejaes lá mais. 
E em dizendo esto muitos choravom com prazer de o veer vivo. Veendo el estonce (11) que neũa duvida 
tinha em sua segurança, deceo afundo e cavalgou com os seus acompanhado de todolos outros que era 
maravilha de veer. Os quaes mui ledos (12) arredor dele, braadavom dizendo: 
— Que nos mandais fazer, Senhor? Que querees que façamos? 
E el lhe respondia, aadur (13) podendo seer ouvido, que lho gradecia muito, mas que por estonce nom havia 
deles mais mester (14). E assi encaminhou pera os Paaços do Almirante u pousava o Conde dom Joam 
Afonso, irmão da Rainha, com que havia de comer. As donas da cidade, pela rua per u ele ia saíam todas aas 
janelas com prazer dizendo altas vozes: 
— Mantenha-vos Deos, Senhor! Beento seja Deos que vos guardou de tamanha traiçom, qual vos tinham 
bastecida! 
Ca nenhuũ por estonce podia outra coisa cuidar. 
E indo assi ataa entrada do Ressio, e o Conde viinha com todolos seus, e outros boõs da cidade que o 
aguardavom, assim como Afons’Eanes Nogueira, e Martim Afonso Valente, e Estavam Vaasquez Filipe, e 
Alvoro do Rego, e outros fidalgos; e quando vio o Meestre ir daquela guisa, foi-o abraçar com prazer e disse: 
— Mantenha-vos Deos, Senhor! Sei que nos tirastes de grande cuidado, mas vós mereciees esta honra 
melhor que nós. Andae, vamos logo comer. 
E assi forom pera os Paaços u pousava o Conde. 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. de Teresa Amado), Lisboa, Editorial Comunicação, 1992. 
 
NOTAS: 
(1) cuidando: pensando. 
(2) Meestre: Mestre de Avis, futuro D. João I. 
(3) aló: lá. 
(4) Conde Joam Fernandez: Conde Andeiro, nobre galego partidário dos castelhanos na crise dinástica. 
(5) doutra guisa: doutra maneira. 
(6) tolher: proibir. 
(7) torvaçam: alvoroço. 
(8) aperfiavam: teimavam. 
(9) viinr: vir. 
(10) não se escusara a rainha de morte: a Rainha não teria evitado ser morta. 
(11) estonce: então. 
(12) ledos: contentes. 
(13) aadur: com dificuldade. 
(14) mester: necessidade. 
 
 
A. Delimite as sequências centrais do excerto apresentado, relacionando cada uma dessas sequências com o 
espaço em que ocorrem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. O Mestre de Avis é apresentado como o salvador da situação política, como se fosse uma espécie de ser 
predestinado por Deus. Comprove a veracidade da afirmação, fundamentandoa sua resposta com quatro 
transcrições textuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C. Mostre de que maneira as formas verbais conferem dinamismo ao texto.

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