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Estágio em Nutrição Clínica Estudo de caso 2 Caso clínico: Em seu dia de trabalho no Hospital Regional da sua cidade, foi solicitado a realização da avaliação nutricional de um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com o prontuário do paciente foi possível analisar as informações sobre o caso: G.J.S.F., 18 anos, sexo masculino. No histórico clínico apresenta que o irmão caçula faleceu na infância devido a complicações de uma colestase crônica. Os pais relataram não sofrer de nenhuma morbidade. Aos dois anos e seis meses de idade o paciente foi submetido a um transplante hepático sendo o pai doador vivo. Em 2009, recebeu o diagnóstico de estenose de veia porta, quando foi colocado um stent. Recentemente, foi atendido no hospital apresentando inflamação das vias aéreas superiores e suspeita diagnóstica de infecção por H1N1. Na enfermaria, apresentou taquidispnéia importante e evoluiu para insuficiência respiratória aguda, motivo pelo qual foi encaminhado à UTI, com necessidade de intubação orotraqueal (ventilação mecânica). Com a admissão na UTI, o paciente foi acompanhado pela equipe multidisciplinar composta por médicos intensivistas, enfermeiros, nutricionista, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. O paciente apresenta no momento distensão abdominal, constipação intestinal, ascite moderada e foi observado a presença de edemas nos tornozelos. Os medicamentos de uso hospitalar considerados no planejamento da terapia nutricional foram: Tracolimus, Bromoprida, Domperidona, Lactulona e Dimeticona. Dados antropométricos do paciente: • PA: 42kg • A: 1,60m • CB: 26cm Considerando as informações acima: 1. Quais as atribuições do nutricionista na UTI? 2. Como pode ser realizada a avaliação nutricional e qual o diagnóstico nutricional? 3. Qual o objetivo da terapia nutricional? 4. Por qual (is) motivo (s) as medicações devem ser consideradas na terapia nutricional? 5. Qual a via de administração e conduta dietoterápica? Caso clínico: 1º Passo: atribuições do nutricionista na UTI Há uma resolução que regulamenta uma atividade em uma área na qual os nutricionistas são profissionais essenciais. A alta complexidade é também a nossa área de trabalho sendo necessário definir os limites de atuação. – Resolução CFN nº 663/2020 A assistência nutricional deve ser garantida à beira do leito no hospital para que haja a habilitação em UTI e principalmente a defesa da atividade privativa do nutricionista. 2º Passo: avaliação nutricional A alteração da composição corporal ocorre e grande parte das patologias pulmonares. Os indivíduos podem apresentar perda de peso progressiva, devido ao aumento das necessidades energéticas, que está relacionado tanto com a insuficiência respiratória quanto a ventilação mecânica. A avaliação do estado nutricional no paciente gravemente enfermo é extremamente importante, uma vez que este se correlaciona à desnutrição, uma síndrome multifatorial associada a graves consequências clínicas negativas. Várias são as situações que alteram o estado nutricional do paciente em UTI, portanto os parâmetros de avaliação nutricional devem estar bem estabelecidos e a rotina de avaliação deve ser diária. 2º Passo: avaliação nutricional A partir da admissão na UTI, o paciente gravemente enfermo tem seu estado nutricional em condições de risco constante, dada sua exposição a situações clínicas diversas que colaboram com a piora do quadro nutricional e, consequentemente, promovem maior risco de morbimortalidade. Desta forma, esse paciente deve ser avaliado logo após sua admissão na UTI. As ferramentas de avaliação nutricional aplicadas na UTI apresentam vantagens e limitações, pois não há, até o momento, um instrumento de avaliação do estado nutricional que seja amplamente adaptado e destinado a esse perfil de paciente e que não apresente nenhuma observação contrária. 2º Passo: avaliação nutricional A avaliação do estado nutricional em pacientes gravemente enfermos deve ser feita o mais breve possível, de preferência logo após sua admissão hospitalar e, durante o período de internação, deve ser diária, a fim de se escolher a melhor terapia nutricional para cada caso e também monitorar se os objetivos do suporte nutricional estão ou não sendo alcançados. A avaliação nutricional deve ser feita por meio de protocolos reconhecidos cientificamente e os instrumentos utilizados devem ser validados, a fim de garantir qualidade no processo e no diagnóstico nutricional. 2º Passo: avaliação nutricional Para o protocolo de atendimento clínico nutricional você deverá pensar nos seguintes tópicos para montar a avaliação nutricional: – Estipular os protocolos para triagem do risco nutricional. – Quais as ferramentas de avaliação do estado nutricional que podem ser utilizadas? 3º Passo: diagnóstico nutricional • É adulto ou adolescente? – Utilizam-se tabelas para a classificação? • Há implicações clínicas que podem mascarar o diagnóstico do estado nutricional? • Há outros dados para realizar a classificação? • Os sinais clínicos evidenciam o estado nutricional? Utilizar o livro: Avaliação Nutricional Entende-se por TN, “o conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral ou Enteral.” (BRASIL, 2000). A TN é classificada de acordo com a via de administração, sendo dividida em dois tipos: 4º Passo: terapia nutricional • Quais os objetivos? – Considerar o diagnóstico nutricional – Considerar a condição clínica 4º Passo: terapia nutricional • Qual o objetivo dessas medicações? • Há interação com os nutrientes? • Há efeitos colaterais no trato gastrointestinal a serem considerados? 5º Passo: analisar as medicações • Qual (is) aspecto (s) deve (rão) ser considerado (s) para escolher a via de administração? • A dieta deve considerar o diagnóstico nutricional e a patologia. – A dieta deverá ser normoproteíca? – A dieta deverá ser normolipídica? – A dieta deverá ser normoglicídica? – Há algum nutriente que piora o coeficiente expiratório? – Dieta normossódica? – Há risco de síndrome da realimentação? Quais os cuidados nutricionais? – Suplementação? Fibras? – E os micronutrientes importantes na colestase e no pós- transplante hepático tardio, quais são? (DRI) 6º Passo: via de administração e a conduta dietoterápica Artigo: Avaliação nutricional em pacientes críticos: revisão de literatura Artigo: Avaliação nutricional de paciente crítico Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica (2013) Manual de interações fármaco-alimento: nutriente na prática clínica. Farmacologia aplicada à nutrição e interpretação de exames laboratoriais – Biblioteca Digital Livro interação droga-nutriente Cristina Martins Sugestões de referências
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