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atividade 13 02

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AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
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ATIVIDADE 
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Disciplina: Educação e Diversidade 
Teleaula: 01 
 
Aspectos teóricos da questão da Diversidade 
 
Prezado (a) aluno (a), 
A presente aula atividade tem a finalidade de promover o auto estudo das competências e 
conteúdos relacionados à Unidade de Ensino 01: “Aspectos teóricos da questão da diversidade”. 
Para o aprofundamento da temática proposta, a Aula Atividade terá a duração de 1h20 (uma hora e 
vinte minutos). Siga todas as orientações e conte sempre com a mediação do tutor e a interatividade 
com o professor no Chat Atividade e Fórum de Discussão. 
Bons estudos! 
ATIVIDADE: 
Na primeira unidade de estudo da disciplina, abordamos a diversidade articulando-a com a 
educação e destacando os marcadores de identidades, tais como: étnico-raciais, de gênero, sexual, 
geracional e religiosa. Procuramos proporcionar uma reflexão sobre as desigualdades provocadas 
pela diversidade com o objetivo de diminuir os vários tipos de violência, de intolerância e de 
discriminação, repensando a escola como um espaço de reafirmação dos direitos. 
Para melhor compreensão desses conteúdos, proponho uma reflexão que leva em 
consideração a relação da cultura com a diversidade. Para tanto, sugiro a seguinte leitura: LEITÃO, 
Débora Krischke. A Arte de Sensibilizar o Olhar ou Por que ensinar Antropologia. Disponível em: 
https://bityli.com/xFZm8 Acesso em 09 out. 2020. Segue: 
 
 
 
 
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A ARTE DE SENSIBILIZAR O OLHAR OU POR QUE ENSINAR ANTROPOLOGIA 
 
Débora Krischke Leitão 
 
Um par de óculos e umas centenas de lentes 
A relação do homem com o mundo é sempre mediada por suas ferramentas. 
Ele constrói, apreende e interpreta a realidade a partir dos instrumentos que 
lhe são fornecidos pela cultura. Tecelão quase compulsivo de si próprio, 
borda sem cessar teias de significados para dar sentido ao mundo 
(GEERTZ,1989, p. 15). Essas teias, onde se misturam pontos abertos e 
fechados, novos e antigos, e linhas de todas as cores, são a cultura. É a partir 
desse véu da cultura, dessas lentes, que vemos então as coisas, os outros, e a 
nós mesmos. 
Cada cultura, entretanto, teria seu par de lentes próprio, ou, no máximo, um 
certo número de lentes utilizáveis, um certo leque de possibilidades de 
formas de ver o mundo. As lentes de uma sociedade nunca são as mesmas de 
outra (BENEDICT, 1997, p. 19). Ainda que tenham semelhanças, são 
encontradas certas nuanças e particularidades. O que pode ser considerado 
ponto comum entre todos os homens é a armação, a existência dos óculos 
em si. As lentes, sempre diferentes, vão variar em espessura, cor e formato. 
Uma vez vendo os outros por detrás dessas lentes, e a partir de uma visão de 
mundo, há uma tendência em considerar nossa forma de ver e fazer as coisas 
como a mais correta, ou mesmo a única correta. Tal postura etnocêntrica 
consiste em tomar o que é nosso como o verdadeiro, e o que é do outro (e o 
que é o outro) como digno de reprovação, dando assim aos nossos valores um 
suposto caráter de universalidade (TODOROV, 1993, p. 21). 
Uma vez estando ao nosso lado todas as verdades e a certezas, estaríamos 
autorizados a interferir, em nome de nossa bondade e piedade, no que é do 
outro. Partindo desse pressuposto muitas formas de dominação, e mesmo 
etnocídios, tentaram ser legitimados. 
O Etnocentrismo não é, entretanto, exclusividade de nossa sociedade 
ocidental e moderna. É um fenômeno que se registra por toda a parte. Sobre 
o assunto, Heródoto já nos contava que: 
" Se fosse dada a alguém, não importa a quem, a possibilidade de escolher 
entre todas as nações do mundo as crenças que considerasse melhores, 
inevitavelmente... escolheria as de seu próprio país. Todos nós, sem 
exceção, pensamos que nossos costumes nativos e a religião em que 
crescemos são os melhores... Existe uma multiplicidade de evidências de 
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que este sentimento é universal... Poderíamos lembrar, em particular, uma 
anedota de Dario. Sendo ele rei da Pérsia, chamou alguns gregos presentes 
em sua corte e perguntou-lhes quanto queriam em troca de comer os 
corpos de seus pais defuntos. Os gregos replicaram que não havia dinheiro 
suficiente no mundo para fazer isso. Depois perguntou a alguns índios da 
tribo chamada Callatie - que realmente comem os corpos de seus pais 
defuntos - quanto queriam para queimá-los (referindo-se, é claro, ao 
costume grego da cremação). Os índios exclamaram horrorizados que nem 
se devia falar em coisa tão repugnante"* 
Binóculos: explorando territórios desconhecidos 
Partir para o território do outro, dar espaço ao que não é familiar: esse é o 
primeiro passo para uma possível transformação do olhar, uma relativização 
de ponto de vista. A curiosidade do homem sobre si próprio sempre existiu, 
mas é a passagem do curioso, do exótico e do bizarro, para uma consciência 
da alteridade é que marca realmente o pensamento do homem sobre o 
homem (LAPLANTINE, 1995, p. 13), e a reflexão a respeito da diferença. 
A diversidade cultural só pode ser compreendida se a postura frente ao 
estranho e ao estrangeiro se tornar mais flexível e permitir existência da 
diferença enquanto diferença, não enquanto hierarquia. 
Deve-se então, em primeiro lugar, aceitar que o outro existe, conhecê-lo e 
reconhecê-lo. É preciso perceber que somos apenas uma das culturas 
possíveis, e não a única. Conhecendo as diferentes formas de lidar com o 
mundo, as diferentes respostas dadas pelas mais diversas culturas é que se 
pode relativizar que nos é o estranho, tentando encontrar, assim, no olhar do 
outro, o ponto de partida. Nossas lentes muitas vezes nos cegam, quando 
tentamos ver o que está distante. Ajustemos então essas lentes para mais 
longe, não deixando que nos ceguem para o outro e, principalmente, nos 
tornem míopes para nós mesmos. 
Ensinar a olhar é, assim, antes de tudo, apontar os caminhos desse olhar, 
fazendo nascer a consciência da diversidade cultural e da pluralidade das 
culturas.” 
(LEITÃO, Débora Krischke. A Arte de Sensibilizar o Olhar ou Por que ensinar 
Antropologia. Disponível em: https://bityli.com/xFZm8 Acesso em 09 out. 
2020) 
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Após a leitura do texto, reflita sobre as seguintes questões: 
1. O que significa o subtítulo “Um par de óculos e umas centenas de lentes”? 
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2. O que é etnocentrismo? 
3. O que devemos fazer para não sermos etnocêntricos? 
 
Discuta as suas conclusões com outros colegas e peça para o tutor de sala enviar as suas 
contribuições via Chat Atividade. 
 
Bons estudos!

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