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Transtornos Alimentares - Bulimia Anorexia Compulsão

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1 Saúde Mental 
 
Transtornos Alimentares 
 
 
ANOREXIA NERVOSA 
CONCEITO 
→ A anorexia nervosa é uma síndrome caracterizada 
por três critérios essenciais: 
 
1. O primeiro é uma inanição autoinduzida até um 
grau significativo. 
2. O segundo é uma busca incessante por magreza ou 
um medo mórbido de engordar. 
3. O terceiro critério é a presença de sinais e sintomas 
resultantes da inanição – uma sintomatologia 
fisiológica. 
O que que é inanição? 
É caracterizada por um estágio de total ausência do 
consumo alimentar, muitas vezes reconhecida como 
“fome crônica”. 
 
→ Com frequência, mas nem sempre, está associada a 
distúrbios da imagem corporal, à percepção do 
indivíduo de que ele está gordo apesar da inanição 
médica óbvia. 
→ A distorção da imagem corporal é perturbadora 
quando presente, mas não patognomônica. 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
→ A anorexia nervosa foi reportada mais 
frequentemente durante as últimas décadas, com 
relatos crescentes do transtorno em meninas e 
meninos pré-púberes. 
→ A idade mais comum de início é entre 14 e 18 anos. 
→ É 10 a 20 vezes mais frequente em mulheres do que 
em homens. 
→ Mais frequente em países desenvolvidos. 
→ E pode ser mais observado entre mulheres jovens 
em profissões que requerem magreza, como 
modelo ou bailarina. 
→ Uma orientação gay em homens é um fator 
predisponente comprovado, não em razão da 
orientação sexual propriamente, mas porque as 
normas de magreza, ainda que magreza muscular, 
são muito fortes na comunidade gay, apenas um 
pouco menos do que para mulheres 
heterossexuais. 
→ De modo geral, essa condição está associada a 
depressão em 65% dos casos, fobia social em 35% 
dos casos, e transtorno obsessivo-compulsivo em 
25% dos casos. 
 
ETIOPATOGENIA 
FATORES BIOLOGICOS 
→ A inanição acarreta muitas alterações bioquímicas, 
algumas das quais também estão presentes na 
depressão, como hipercortisolemia e a função da 
tireoide suprimida. 
→ Essas anormalidades são corrigidas pela 
realimentação. 
→ A inanição pode produzir amenorreia, que reflete a 
redução nos níveis hormonais (hormônio 
luteinizante - LH, folículo-estimulante - FSH e 
liberador de gonadotrofina - GnRH). 
 
FATORES PSICOLÓGICOS E PSICODINÂMICOS 
→ Indivíduos com o transtorno substituem as 
preocupações adolescentes normais por outras 
preocupações, como a alimentação e o ganho de 
peso. Esses indivíduos carecem de um senso de 
autonomia e individualidade. 
 
2 Saúde Mental 
→ Muitos deles experimentam seu corpo como sob o 
controle de seus pais, de modo que sua 
autoinanição pode ser um esforço para obter 
validação como uma pessoa única e especial. 
 
QUADRO CLÍNICO 
SINAIS PSICOLÓGICOS 
→ Preocupação excessiva com a alimentação, comida, 
corpo e peso; 
→ Ansiedade constante e irritabilidade em torno das 
refeições; 
→ Intenso medo de ganhar peso; 
→ Dificuldade em manter um peso corporal normal 
para a sua idade e altura; 
→ Dificuldade de concentração; 
→ Ter uma imagem corporal distorcida (por exemplo, 
se vê com excesso de peso quando a realidade é de 
baixo peso); 
→ Baixa autoestima e perfeccionismo; 
→ Isolamento social; 
→ Dificuldade ou indecisão para aceitar a busca por 
um tratamento psicológico. 
 
SINAIS COMPORTAMENTAIS 
→ Comportamento de dieta (jejum, contagem de 
calorias, evitando gorduras e carboidratos); 
→ Uso indevido e deliberado de laxantes, supressores 
de apetite e diuréticos; 
→ Comportamentos repetitivos e obsessivos 
relacionados à forma e ao peso do corpo (pesar-se 
todos os dias ou mais de uma vez ao dia, olhar-se 
no espelho obsessivamente, comprimir a cintura, 
utilizar cintas e modeladores); 
→ Evidência de compulsão alimentar (por exemplo, 
desaparecimento ou acumulação de alimentos); 
→ Comer em privado e evitar refeições na presença de 
outras pessoas; 
→ Prática de exercícios físicos de forma compulsiva ou 
excessiva; 
→ Rituais obsessivos em torno da preparação e 
ingestão dos alimentos (comer muito devagar, 
cortar alimentos em pedaços muito pequenos, 
insistir que determinadas refeições sejam servidas 
exatamente no mesmo dia da semana); 
→ Comportamentos autodestrutivos, abuso de 
substâncias ou tentativas de suicídio. 
 
SINAIS FÍSICOS 
→ Perda de peso rápida ou mudanças frequentes de 
peso; 
→ Ausência ou alteração da menstruação 
(amenorreia); 
→ Diminuição da libido em mulheres e homens; 
→ Desmaio ou tonturas; 
→ Sensação de frio na maioria das vezes, mesmo em 
climas quentes (causado pela má circulação e 
também pela baixa gordura corporal); 
→ Constipação intestinal; 
→ Sensação de cansaço, fadiga e esgotamento. 
→ Alterações no sono; 
→ Mudanças faciais (por exemplo, olhos pálidos, 
afundados e olheiras); 
→ Enfraquecimento de músculos e ossos; 
→ Cabelo fino e quebradiços. 
 
 
Os riscos associados à anorexia: 
✓ Anemia ferropriva; 
✓ Comprometimento do sistema imunológico, 
ficando doentes com mais frequência; 
✓ Problemas gastrointestinais como gastrite, dor 
abdominal, constipação e diarreia; 
✓ Aumento do risco de infertilidade; 
✓ Insuficiência ou falência renal; 
✓ Osteoporose; 
✓ Problemas cardíacos (arritmia, anormalidades 
cardíacas, parada cardíaca súbita); 
✓ Morte. 
 
 
3 Saúde Mental 
Subtipos da anorexia nervosa: 
RESTRITIVO: 
→ Perda de peso por meio de dietas e jejuns; 
→ A ingestão alimentar é muito restrita (em geral com 
tentativas de consumir menos de 300 a 500 calorias 
por dia e nenhum grama de gordura); 
→ O paciente pode ser incansável e compulsivamente 
hiperativo, com lesões esportivas por esforço 
excessivo. 
PURGATIVO (COMPULSÃO ALIMENTAR): 
→ Os indivíduos alternam tentativas de dieta rigorosa 
com compulsão intermitente ou episódios de 
purgação; 
→ A purgação representa uma compensação 
secundária para as calorias indesejadas, muitas 
vezes realizada por meio de vômito autoinduzido, 
uso de laxantes e diuréticos. 
 
DIAGNÓSTICO 
→ Indivíduos com anorexia nervosa são 
frequentemente reservados, negam seus sintomas 
e resistem ao tratamento. 
→ Em quase todos os casos, os parentes ou amigos 
próximos precisam confirmar a história do 
paciente. 
 
CRITÉRIOS DO DSM-V 
A. Restrição da ingesta calórica em relação às 
necessidades, levando a um peso corporal 
significativamente baixo no contexto de idade, 
gênero, desenvolvimento e saúde física. 
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou 
comportamento persistente que interfere no 
ganho de peso, mesmo estando com peso 
significativamente baixo. 
C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a 
forma corporal são vivenciados, influência indevida 
do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou 
ausência persistente de reconhecimento da 
gravidade do baixo peso corporal atual. 
 
Especificar se: 
Em remissão parcial: Depois de terem sido preenchidos 
todos os critérios para anorexia nervosa, o Critério A 
(baixo peso corporal) não foi mais satisfeito por um 
período sustentado. 
✓ Porém ou o Critério B (medo intenso de ganhar 
peso), ou o Critério C (perturbações na 
autopercepção do peso) ainda está presente. 
Em remissão completa: Depois de terem sido 
preenchidos todos os critérios para anorexia nervosa, 
nenhum dos critérios foi mais satisfeito por um período 
sustentado. 
 
Especificar a gravidade atual: 
O nível mínimo de gravidade baseia-se, em adultos, no 
índice de massa corporal (IMC) atual. 
• Leve: IMC ≥ 17 kg/m² 
• Moderada: IMC 16-16,99 kg/m² 
• Grave: IMC 15-15,99 kg/m² 
• Extrema: IMC < 15 kg/m² 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
HOSPITALIZAÇÃO: 
→ A primeira preocupação no tratamento de anorexia 
nervosa é recuperar o estado nutricional das 
pacientes. 
 
4 Saúde Mental 
→ Em geral essas pacientes podem vim a apresentar 
desidratação, inanição e desiquilíbrio eletrolítico, 
que podem comprometer gravemente a saúde e, 
em alguns casos, levar à morte. 
→ A decisão de hospitalizaruma paciente está 
baseada em sua condição médica, na estrutura 
familiar e da possibilidade de gastos com despesas 
médicas, alimentares e psicológicas. 
o Em geral, pacientes com anorexia nervosa 
que estejam 20% abaixo do peso esperado 
para sua altura são recomendadas para 
programas com internação hospitalar. 
→ A maioria das pacientes não está interessada em 
tratamento psiquiátrico e até mesmo resiste a ele; 
elas são trazidas contrariadas ao consultório 
médico por parentes ou amigos angustiados. 
→ Internação compulsória ou involuntária deve ser 
feita somente quando houver risco de morte em 
razão de complicações da desnutrição. 
→ As famílias devem ser alertadas de que as pacientes 
irão resistir à internação e, durante as primeiras 
semanas de tratamento, farão apelos dramáticos 
para obter o apoio familiar a fim de serem liberadas 
do programa hospitalar. 
PSICOTERAPIA 
→ As pacientes são ensinadas a monitorar sua 
ingestão alimentar, seus sentimentos e emoções, 
seus comportamentos de compulsão e purga e seus 
problemas nas relações interpessoais. 
→ Aprendem a reestruturação cognitiva para 
identificar pensamentos automáticos e desafiar 
suas crenças pessoais. 
FARMACOTERAPIA: 
→ Estudos farmacológicos ainda não identificaram 
medicamentos que produzam uma melhora 
definitiva dos sintomas centrais da anorexia 
nervosa. 
→ Alguns relatos apoiam o uso de ciproeptadina, uma 
droga com propriedades anti-histamínicas e 
antisserotonérgicas, para pacientes com o tipo 
restritivo de anorexia nervosa. 
→ Também foi reportado algum benefício com 
amitriptilina. 
→ Outros medicamentos que foram experimentados 
por pacientes com anorexia nervosa com 
resultados variáveis incluem clomipramina e 
pimozida. 
→ Em pacientes com anorexia nervosa e transtornos 
depressivos coexistentes, a condição depressiva 
deve ser tratada. 
 
BULIMIA NERVOSA 
CONCEITO 
→ A bulimia nervosa é caracterizada por episódios de 
compulsão alimentar combinados com formas 
inapropriadas de interromper o ganho de peso. 
→ Diferentemente das pacientes com anorexia 
nervosa, aquelas com bulimia nervosa em geral 
mantêm um peso corporal normal. 
→ A bulimia nervosa pode representar uma tentativa 
fracassada de anorexia nervosa, compartilhando o 
objetivo de ficarem muito magras, mas ocorrendo 
em pessoas com menos capacidade de manter uma 
semi-inanição prolongada ou fome extrema. 
 
 
Quais são os comportamentos compensatórios? 
✓ Vômito; 
✓ Utilização indiscriminada de laxantes ou diuréticos; 
✓ Longos períodos de jejum; 
✓ Prática excessiva de exercícios físicos; 
✓ Uso de qualquer droga, lícita ou ilícita, prescrita ou 
“sem receita médica” de forma inadequada para 
controle de peso. 
 
→ Uma pessoa com bulimia nervosa pode se perder 
em um ciclo perigoso, comendo sem controle e 
tentando compensar. Isso pode levar a sentimentos 
de vergonha, culpa e desânimo. 
 
5 Saúde Mental 
→ Esses comportamentos podem se tornar mais 
compulsivos e incontroláveis ao longo do tempo, e 
levar a uma obsessão com alimentos, pensamentos 
sobre como comer (ou não comer), perda de 
peso, dieta e imagem corporal. 
→ Esses comportamentos são muitas vezes 
escondidos. 
→ Muitas pessoas com bulimia experimentam 
oscilações de peso ou não perdem peso. Elas 
podem permanecer na faixa de peso normal, estar 
ligeiramente abaixo do peso ou mesmo ganhar 
peso. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
→ Bulimia nervosa é mais prevalente do que anorexia 
nervosa. 
→ As estimativas de bulimia variam de 1 a 4% em 
mulheres jovens. 
→ É mais comum em mulheres do que em homens. 
→ Seu início costuma ser mais no fim da adolescência. 
O início também pode ocorrer no começo da idade 
adulta. 
→ Embora a bulimia esteja frequentemente presente 
em mulheres jovens com peso normal, elas por 
vezes têm uma história de obesidade. 
 
ETIOPATOGENIA 
FATORES BIOLOGICOS 
→ Os antidepressivos frequentemente beneficiam 
pacientes com bulimia nervosa. 
→ Os níveis plasmáticos de endorfina são elevados em 
alguns pacientes com bulimia nervosa que 
vomitam, devido o sentimento de bem-estar após o 
vômito. 
 
FATORES SOCIAIS 
→ Quem sofre de bulimia tende a ser pessoas com alto 
desempenho a responder às pressões sociais de ser 
esbeltas. 
→ Assim como aquelas com anorexia nervosa, muitas 
com bulimia nervosa são deprimidas e têm maior 
histórico de depressão familiar. 
→ As que sofrem com bulimia descrevem seus pais 
como negligentes ou rejeitadores. 
 
FATORES PSICOLÓGICOS 
→ Pacientes com bulimia nervosa, assim como 
aquelas com anorexia nervosa, têm dificuldades 
com as demandas da adolescência, mas as com 
bulimia nervosa são mais extrovertidas, irritadas e 
impulsivas do que aquelas com anorexia. 
→ Dependência de álcool, furtos em lojas e labilidade 
emocional (incluindo tentativas de suicídio) estão 
associados com bulimia. 
 
QUADRO CLÍNICO 
SINAIS PSICOLÓGICOS 
→ Preocupação excessiva com a alimentação, comida, 
corpo e peso; 
→ Sensibilidade aos comentários relacionados com 
alimentos, peso, forma do corpo ou exercício físico; 
→ Baixa autoestima, sentimentos de vergonha, auto-
aversão ou culpa, particularmente depois de 
comer; 
→ Ter uma imagem do corpo distorcida; 
→ Obsessão com alimentos e necessidade de controle 
das calorias; 
→ Depressão, ansiedade ou irritabilidade. 
 
SINAIS COMPORTAMENTAIS 
→ Evidência de compulsão alimentar 
(desaparecimento ou acumulação de alimentos); 
→ Vomitar, usar laxantes, supressores de apetite ou 
diuréticos; 
→ Comer escondido e evitar refeições com outras 
pessoas; 
→ Comportamento anti-social, passando cada vez 
mais tempo sozinho; 
→ Comportamento de dieta (praticar jejum, contagem 
de calorias, evitar determinados grupos de 
alimentos, como gorduras e carboidratos); 
→ Idas frequentes ao banheiro durante ou logo após 
as refeições, o que pode ser evidência de vômito ou 
uso de laxante; 
→ Comportamento errático (por exemplo, gastando 
grandes quantidades de dinheiro em alimentos); 
→ Alterações nas preferências alimentares (por 
exemplo, alegando não gostar dos alimentos 
 
6 Saúde Mental 
anteriormente apreciados, preocupação súbita 
com “alimentação saudável” ou substituição de 
refeições por líquidos); 
→ Abuso de substâncias ou tentativas de suicídio. 
 
SINAIS FÍSICOS 
→ Mudanças frequentes de peso (perda ou ganho); 
→ Sinais de danos devido ao vômito, incluindo inchaço 
em torno das bochechas ou mandíbula, dano aos 
dentes e mau hálito; 
→ Constipações intestinais; 
→ Desenvolvimento de intolerância à determinados 
alimentos; 
→ Amenorreia; 
→ Desmaio ou tonturas; 
→ Sensação de cansaço, fadiga e alterações no sono. 
 
 
Os riscos associados: 
✓ Dor de garganta crônica, indigestão, azia e refluxo 
gástrico; 
✓ Inflamação e ruptura do esôfago e do estômago 
devido ao vômito frequente; 
✓ Dores de estômago e úlceras intestinais; 
✓ Movimentos peristálticos irregulares, constipação 
ou diarreia provocados pelo uso indevido e 
deliberado de laxantes; 
✓ Batimento cardíaco irregular ou lento que pode 
levar a um risco aumentado de insuficiência 
cardíaca. 
 
Subtipos da bulimia nervosa: 
PURGATIVA: 
→ Paciente usa métodos compensatórios após a 
compulsão alimentar. Podem ser vômitos 
autoinduzido ou uso de laxantes e diuréticos. 
→ Riscos de complicações como: hipocalemia, 
rupturas gástricas e esofágicas. 
NÃO-PURGATIVA: 
→ Os indivíduos usam como métodos 
compensatórios: dietas restritivas, jejum e 
exercícios físicos vigorosos. Raramente realizam 
vômitos autoinduzidos. 
→ Tendem a ter menos ansiedade em relação a 
alimentação. 
 
DIAGNÓSTICO 
Critérios diagnósticos do DSM-5 
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. 
Um episódio de compulsão alimentar é 
caracterizado pelos seguintes aspectos: 
1. Ingestão, em um período de tempo 
determinado de uma quantidade de alimento 
definitivamentemaior do que a maioria dos 
indivíduos consumiria no mesmo período sob 
circunstâncias semelhantes. 
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão 
durante o episódio (p. ex., sentimento de não 
conseguir parar de comer). 
 
B. Comportamentos compensatórios inapropriados 
recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, 
como vômitos autoinduzidos; uso indevido de 
laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; 
jejum; ou exercício em excesso. 
C. A compulsão alimentar e os comportamentos 
compensatórios inapropriados ocorrem, em média, 
no mínimo uma vez por semana durante três 
meses. 
D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela 
forma e pelo peso corporais. 
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante 
episódios de anorexia nervosa. 
 
Especificar se: 
Em remissão parcial: Depois de todos os critérios para 
bulimia nervosa terem sido previamente preenchidos, 
 
7 Saúde Mental 
alguns, mas não todos os critérios, foram preenchidos 
por um período de tempo sustentado. 
Em remissão completa: Depois de todos os critérios 
para bulimia nervosa terem sido previamente 
preenchidos, nenhum dos critérios foi preenchido por 
um período de tempo sustentado. 
 
Especificar a gravidade atual: 
• Leve: Média de 1 a 3 episódios de comportamentos 
compensatórios inapropriados por semana. 
• Moderada: Média de 4 a 7 episódios de 
comportamentos compensatórios inapropriados 
por semana. 
• Grave: Média de 8 a 13 episódios de 
comportamentos compensatórios inapropriados 
por semana. 
• Extrema: Média de 14 ou mais comportamentos 
compensatórios inapropriados por semana 
 
TRATAMENTO 
→ A maioria das pacientes com bulimia nervosa não 
complicada não requer hospitalização. Em geral, 
essas pacientes não são tão sigilosas em relação a 
seus sintomas quanto as com anorexia nervosa. 
Assim, o tratamento ambulatorial em geral não é 
difícil. 
→ Em alguns casos – quando a compulsão alimentar 
está fora de controle, o tratamento ambulatorial 
não funciona, ou se a paciente exibir sintomas 
adicionais, como suicidalidade e abuso de 
substância –, a hospitalização pode se fazer 
necessária. 
 
PSICOTERAPIA 
→ A terapia cognitivo-comportamental (TCC) deve ser 
considerada o tratamento de referência, de 
primeira linha, para bulimia nervosa. 
→ A TCC implementa inúmeros procedimentos 
cognitivos e comportamentais para (1) interromper 
o ciclo comportamental de compulsão alimentar e 
dieta e (2) alterar as cognições disfuncionais do 
indivíduo; crenças sobre comida, peso, imagem 
corporal; e autoconceito global. 
 
FARMACOTERAPIA 
→ Medicamentos antidepressivos, entre eles os 
inibidores seletivos da recaptação de serotonina 
(ISRSs), como a fluoxetina, revelaram- -se úteis no 
tratamento da bulimia. 
→ Medicamentos antidepressivos podem reduzir 
compulsão alimentar e purgação 
independentemente da presença de transtorno do 
humor. Dessa forma, os antidepressivos têm sido 
usados com sucesso para ciclos de compulsão-
purga particularmente difíceis que não respondem 
a psicoterapia. 
 
COMPULSÃO ALIMENTAR 
CONCEITO 
→ Ingerem uma quantidade anormalmente grande de 
comida em um curto período de tempo. 
→ Diferentemente da bulimia nervosa, pacientes com 
esse transtorno não têm comportamento 
compensatório inapropriado após um episódio de 
compulsão. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
→ O transtorno de compulsão alimentar é o 
transtorno alimentar mais comum. 
→ Ele aparece em aproximadamente 25% dos 
pacientes que procuram atenção médica para 
obesidade e em 50 a 75% daqueles com obesidade 
grave (IMC > 40). 
→ É mais comum em mulheres (4%) do que em 
homens (2%). 
 
ETIOPATOGENIA 
→ A causa do transtorno de compulsão alimentar é 
desconhecida. 
→ Estilos de personalidade impulsiva e extrovertida 
estão associados ao transtorno, assim como 
pessoas que começam uma dieta com teor muito 
baixo de calorias. 
→ Também pode ocorrer compulsão alimentar 
durante períodos de estresse. Ela pode ser usada 
para reduzir a ansiedade ou aliviar humor 
deprimido. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
8 Saúde Mental 
SINAIS COMPORTAMENTAIS 
→ Consumo de grandes quantidades de alimentos em 
curtos períodos de tempo. 
→ Comportamentos alimentares secretos, incluindo 
(por exemplo, comer sozinho ou no 
carro), esconder ou estocar alimentos em gavetas, 
bolsas, armários. 
→ Perturbação nos comportamentos alimentares 
normais, incluindo comer durante todo o dia sem 
refeições previstas; 
→ Já que o indivíduo que sofre de compulsão 
alimentar, frequentemente, sente vergonha de 
comer de modo exagerado na frente de outras 
pessoas. 
→ É comum engajar-se em jejum esporádico ou dieta 
repetitiva, e desenvolver rituais alimentares (por 
exemplo, comer apenas um determinado alimento 
ou grupo). 
→ Sem episódios de purgação. 
 
SINAIS PSICOLÓGICOS 
→ Experimentar frequentemente sentimentos de 
raiva, ansiedade, inutilidade, ou vergonha antes e 
após a compulsão. 
→ Durante o episódio de compulsão não existe uma 
avaliação clara dos sentimentos envolvidos. A 
“crise” acontece como um meio de aliviar a tensão 
ou entorpecer sentimentos negativos. 
→ Outras condições podem estar presentes e 
associadas a compulsão. A mais comum delas é a 
depressão. Mas as pessoas que sofrem de 
compulsão alimentar também podem 
apresentar: isolamento social, mau humor e 
irritabilidade. 
 
SINAIS FÍSICOS 
 
→ O peso corporal frequentemente varia de normal a 
obesidade leve, moderada ou grave. 
→ Os riscos para a saúde são mais comumente 
encontrados naquelas pessoas diagnosticadas com 
a obesidade clínica. 
→ Algumas das possíveis consequências para a saúde 
do transtorno de compulsão alimentar incluem: 
o Pressão alta; 
o Níveis elevados de colesterol; 
o Doença cardíaca; 
o Diabetes Tipo II; 
o Doenças da vesícula biliar; 
o Fadiga; 
o Dor nas articulações; 
o Apneia do sono. 
 
DIAGNÓSTICO 
Critérios diagnósticos do DSM-5 
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um 
episódio de compulsão alimentar é caracterizado 
pelos seguintes aspectos: 
1. Ingestão, em um período determinado (p. ex., 
dentro de cada período de duas horas) de uma 
quantidade de alimento definitivamente maior 
do que a maioria das pessoas consumiria no 
mesmo período sob circunstâncias 
semelhantes. 
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão 
durante o episódio (p. ex., sentimento de não 
conseguir parar de comer ou controlar o 
quanto se está ingerindo). 
 
B. Os episódios de compulsão alimentar estão 
associados a três (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Comer mais rapidamente do que o normal. 
2. Comer até se sentir desconfortavelmente 
cheio. 
3. Comer grandes quantidades de alimento na 
ausência da sensação física de fome. 
4. Comer sozinho por vergonha do quanto se está 
comendo. 
5. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido 
ou muito culpado em seguida. 
 
C. Sofrimento marcante em virtude da compulsão 
alimentar. 
 
D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em 
média, ao menos uma vez por semana durante três 
meses. 
 
E. A compulsão alimentar não está associada ao uso 
recorrente de comportamento compensatório 
inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre 
exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa 
ou anorexia nervosa. 
 
9 Saúde Mental 
Especificar se: 
• Em remissão parcial: Depois de terem sido 
previamente satisfeitos os critérios plenos do 
transtorno de compulsão alimentar, a hiperfagia 
ocorre a uma frequência média inferior a um 
episódio por semana por um período de tempo 
sustentado. 
• Em remissão completa: Depois de terem sido 
previamente satisfeitos os critérios plenos do 
transtorno de compulsão alimentar, nenhum dos 
critérios é mais satisfeito por um período de tempo 
sustentado. 
 
Especificar a gravidade atual: 
Baseia-se na frequência de episódios de compulsão 
alimentar. 
• Leve: 1 a 3 episódiosde compulsão alimentar por 
semana. 
• Moderada: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar 
por semana. 
• Grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por 
semana. 
• Extrema: 14 ou mais episódios de compulsão 
alimentar por semana. 
 
TRATAMENTO 
PSICOTERAPIA 
→ A TCC (terapia cognitivo comportamental) é o 
tratamento psicológico mais efetivo para o 
transtorno de compulsão alimentar. 
→ Ela demonstrou levar a reduções na compulsão 
alimentar e nos problemas associados (p. ex., 
depressão). 
→ TCC combinada com tratamentos 
psicofarmacológicos, como ISRSs, mostra melhores 
resultados do que isoladamente. 
→ Grupos de mútua ajuda, como os Comedores 
Compulsivos Anônimos (CCA), revelaram-se úteis 
para pacientes com transtorno de compulsão 
alimentar. 
 
FARMACOTERAPIA 
→ Sintomas de compulsão alimentar podem se 
beneficiar de tratamento medicamentoso com 
diversos ISRSs. 
→ Os medicamentos ISRSs que demonstraram 
melhora no humor e na compulsão alimentar 
incluem fluvoxamina, citalopram e sertralina. 
→ Alguns estudos mostraram que tratamento com 
ISRSs em alta dose (p. ex., fluoxetina 60 a 100 mg) 
com frequência resultava inicialmente em perda de 
peso. No entanto, a perda de peso em geral tinha 
curta duração, mesmo quando o medicamento era 
continuado, e o peso sempre retornava quando era 
descontinuado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 Saúde Mental 
Caso Clínico 
Controle x Compulsão 
A.B.D., 16 anos, sexo feminino, é levado ao ambulatório de psiquiatria pelo pais. Informa que há dois anos 
a mesma apresenta comportamento alterado, o que estaria levando ao aumento de peso e se tornando 
motivo de piada entre amigos e familiares. Genitora referi hábitos alimentares aberrantes, chegando a comer 
10 pães e incontáveis biscoitos e bombons de chocolate em um dia. Menor relata ´´não consigo controlar 
minha vontade de comer/fome´´ ´´eu como até preencher um vazio dentro de mim´´. Referi ainda que após 
“dia de farra de comida”, passa de dois a três dias em intensa atividade física na academia - com sessões 
de 5 horas diárias- sem alimentar-se ou ingerir líquidos adequadamente. Esses ciclos alternantes vêm se 
repetindo 2 a 3 vezes por semana há 6 meses. Relata que se acha um pouco acima do peso, mas nega 
indução de vômitos ou uso de laxantes em qualquer época. Nega alucinações visuais ou auditivas. A 
avaliação mostrou plena orientação pessoal, temporal e espacial. O IMC era de 26 kg/m2; as mucosas 
estavam levemente ressecadas; demais aspecto do exame físico estavam normais. Foi realizada avaliação 
bioquímica que não demonstrou alterações. 
 
RESPOSTA: A paciente A.B.D. apresenta um provável diagnóstico de bulimia nervosa, sendo explicado pela associação 
dos períodos de compulsão, como comer 10 pães e incontáveis biscoitos e chocolates em um curto período de tempo, 
e logo depois apresentar formas compensatórias de aliviar o que foi ingerido, por meio de atividades físicas extenuantes 
e bloqueio da ingesta alimentar por cerca de 3 dias. 
Nesse caso, a bulimia se apresenta na forma não-purgativa, visto que, a paciente não utilizou de métodos 
compensatórios como vômitos e uso de laxativos, mas sim da prática de jejum associado a várias horas na academia. 
Outro ponto a se notar é que os sintomas acontecem de forma frequente (2 a 3 vezes na semana) há mais de 6 meses. 
Além disso, há manifestações psicológicas característica como o relato da necessidade de emagrecer e que durante os 
períodos de compulsão não conseguiu obter controle sobre suas necessidades e vontades.

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