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3 Repartição da competência do Estado

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Repartição da 
competência 
do Estado
Licensed to OSVALDO ARAUJO PENA - va.araujo@gmail.com
SST
Oliveira, Julio 
Repartição da competência do Estado / Julio Oliveira 
Local: 2020
nº de p. : 12
Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
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Repartição da 
competência do Estado
3
Apresentação
A Federação ou Estado Federal designa uma forma de Estado, um modo de 
organização territorial e de poder. O que caracteriza o Estado federado é o fato de 
ser composto por diversas entidades territoriais autônomas, em maior ou menor 
medida de pender do Estado nacional, que possui governo próprio.
O Brasil é um estado federado, composto pela União, estados e municípios, cada 
qual com suas competências e governos locais. A existência de vários entes 
federados importa na repartição de competências entre eles, que traz diversos 
benefícios de ordem prática, como a descentralidade da organização e maior 
preservação das identidades e necessidades locais. Vamos conhecer agora um 
pouco sobre a repartição de competências.
Repartição da competência
Agra (2014) atribui à repartição de competência a principal característica da forma 
federativa de Estado, pois desempenha missão sensível para o federalismo, que é 
evitar atritos entre os entes federados.
Definir quais matérias devem ficar a cargo da competência dos entes federativos não 
é trabalho fácil. 
Os limites da repartição regional e local de poderes dependem da 
natureza e do tipo histórico de federação. Numas a descentralização é 
mais acentuada, dando-se aos Estados federados competências amplas, 
como nos Estados Unidos. Noutras a área de competência da União é mais 
dilatada, restando limitado campo de atuação aos Estados-membros, 
como tem sido no Brasil, onde a existência de competências exclusivas 
dos Municípios comprime ainda mais a área estadual. A Constituição 
de 1988 estruturou um sistema que combina competências exclusivas, 
privativas e principiológicas com competências comuns e concorrentes, 
buscando reconstruir o sistema federativo segundo critérios de equilíbrio 
ditados pela experiência histórica. (SILVA, 2013)
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4
Segundo Tavares (2017), o modelo de repartição de competência, que teve origem na 
Constituição dos Estados Unidos da América de 1787, consistia na enumeração de 
poderes na figura do Governo Central, reservando-se aos Estados parciais poderes 
não enumerados.
Na atualidade, a repartição de competência é um verdadeiro desafio, pois é 
tarefa árdua equacionar a distribuição de competências federativas nos Estados 
contemporâneos, marcados por uma sociedade plural.
Observe-se que, por mais minuciosa que tenha sido a Carta de 1988, ainda 
existem conflitos entre os componentes da Federação, oriundos da defesa de suas 
autonomias.
O princípio da predominância do 
interesse
O princípio geral que norteia a repartição de competência entre as 
entidades componentes do Estado federal é o da predominância do 
interesse, segundo o qual à União caberão aquelas matérias e questões 
de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos Estados 
tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, 
e aos Municípios concernem os assuntos de interesse local, tendo a 
Constituição vigente desprezado o velho conceito do peculiar interesse 
local que não lograra conceituação satisfatória em um século de vigência. 
(SILVA, 2013)
Acrescenta-se ao magistério de Silva a competência do Distrito Federal, que é de 
interesse geral e local.
Ocorre que, conforme observa Bulos (2015), “tal princípio não resolve todas 
as situações que lhe são colocadas, em razão da dificuldade ou mesmo da 
impossibilidade de se determinar, em algumas hipóteses, qual é o interesse 
predominante, como os problemas relacionados à Amazônia, ao polígono da seca e 
ao Vale do São Francisco.”
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5
A repartição de competências e o dilema do interesse predominante
Fonte: Deduca (2020)
Técnicas de repartição
São técnicas tradicionais de repartição de competência previstas nas constituições, 
segundo Silva (2013): enumeração dos poderes da União, reservando-se aos Estados 
os poderes remanescentes (EUA e Argentina); atribuição dos poderes enumerados 
aos Estados e dos remanescentes à União (Canadá); enumeração das competências 
das entidades federativas (Índia e Venezuela).
Ocorre que as técnicas tradicionais deixaram de atender à evolução e à 
complexidade do federalismo, bem como não respondiam de forma adequada à 
ampliação das tarefas do Estado contemporâneo.
Assim, surgiram outras técnicas de repartição de competências com o objetivo de 
compatibilizar a autonomia dos entes com a reserva de campos específicos de 
competência, sejam exclusivas, sejam privativas com possibilidade de delegação; 
áreas comuns nas quais se possibilita a atuação paralela e áreas concorrentes, 
nas quais à União compete as atribuições de ordem geral enquanto aos Estados se 
assegura a competência suplementar (SILVA, 2013).
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6
 A repartição de competências, pela ótica constitucional, 
visa o equilíbrio das relações entre os entes federativos
Fonte: Deduca (2020)
Bulos identifica, de forma muito didática, as técnicas de repartição das 
competências federativas na Carta Magna de 1988:
1. técnica dos poderes enumerados – aplicada à União (arts. 21 e 22) e aos Mu-
nicípios (art. 30);
2. técnica dos poderes remanescentes – aplicada aos Estados (art. 25, § 1º);
3. técnica da reserva especial de competência – aplicada ao Distrito Federal (art. 
32, § 1º);
4. técnica da delegação legislativa – lei complementar federal pode autorizar os 
Estados a legislar sobre assuntos correlatos à competência privativa da União 
(art. 22, parágrafo único);
5. técnica da atuação administrativa paralela – aplicada, simultaneamente, a to-
dos os entes federativos (art. 23);
6. técnica da atuação legislativa concorrente – aplicada à União, aos Estados e 
ao Distrito Federal (art. 24);
7. técnica na atuação exclusiva – aplicada ao Município (art. 30, I);
8. técnica da atuação suplementar – aplicada ao Município (art. 30, II); e
9. técnica da atuação residual – aplicada à União (arts. 145 a 162). (BULOS, 
2015)
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Se você levar em consideração o princípio da predominância do interesse e as 
técnicas de repartição de competências aqui citadas, podemos afirmar que a Lei 
Maior de 1998 dividiu a competência em dois grandes grupos (Bulos, 2015):
Repartição de competências
COMPETÊNCIA 
ADMINISTRATIVA
EXCLUSIVA
ENUMERADA
REMANESCENTE
COMUM
DECORRENTE
ORIGINÁRIA
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
PRIVATIVA
CONCORRENTE
SUPLEMENTAR
RESIDUAL
DELEGADA
ORIGINÁRIA
Fonte: Bulos (2015)
Antes de adentrar em cada uma dessas classificações, é importante distinguir 
competência administrativa de competência legislativa. Esta última diz respeito ao 
poder de edição de atos normativos primários, ou seja, que criam direito sobre uma 
respectiva matéria. Já a competência material se refere ao desempenho e execução 
de tarefas previstas no ordenamento jurídico, para fins de satisfação do interesse 
público.
Feita tal distinção, vamos prosseguir com as divisões citadas no Quadro.
Competência administrativa exclusiva – é aquela que só pode 
ser exercida pelo ente federado especificado na Constituição. Não 
pode ser delegada. Por essa razão, o seu exercício se dá de modo 
a excluir o campo de atuação dos demais entes. Exemplo: art. 21 
da CF.
Atenção
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8
A competência administrativa exclusiva pode ser enumerada ou remanescente. Por 
enumerada entende-se que são aquelas que vêm taxativas na Constituição. Já as 
remanescentes são as que sobram após a enumeração das competências de um 
dos entes. O art. 21 da CF é um exemplo decompetência administrativa exclusiva 
numerada. Por sua vez, o art. 25, §1º, é exemplo de competência administrativa 
exclusiva remanescente.
Sabe-se que muitas competências administrativas existem 
em virtude da previsão legal de competências legislativas que 
com elas guardem pertinência. Na omissão de designação pela 
Constituição Federal de competências administrativas para o 
Distrito Federal, seria possível, em casos excepcionais, aplicar 
as regras de competência legislativa do Distrito Federal que se 
encontram efetivamente previstas na Carta Magna para solucionar 
algum problema decorrente da omissão apontada?
Atenção
• Competência administrativa comum – é exercida por todos os entes da Fe-
deração de modo a atender aos objetivos e a cumprir as tarefas que lhes são 
comuns. O art. 23 da CF/88 é exemplo dessa competência.
Agra (2014) ainda estabelece uma subdivisão dessa competência em cumulativa ou 
paralela: na cumulativa, a competência é exercida sem qualquer coordenação entre 
os entes federados; diferentemente da paralela, em que há uma cooperação para 
se otimizar o cumprimento das tarefas e o alcance dos objetos que são comuns a 
todos os entes.
Competência administrativa decorrente
 é aquela que se encontra implícita na Constituição Federal, como, por 
exemplo, a do Supremo Tribunal Federal de fiscalizar a constitucionalidade 
de emendas constitucionais que vão de encontro às cláusulas pétreas da 
Constituição.
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Fonte: Deduca (2020)
Competência administrativa originária 
é aquela que desde o início é estabelecida em favor de ente da Federação. O 
art. 30 da Constituição Federal é exemplo dessa competência.
Fonte: Deduca (2020)
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A Constituição de 1988 também prevê as chamadas competências legislativas.
• Competência legislativa privativa – é aquele que, embora seu exercício esteja 
previsto para um determinado ente, pode ser delegada para outro, como pode 
ser observado, por exemplo, do parágrafo único do art. 22 da CF/88.
• Competência legislativa concorrente – é aquela em que mais de um ente 
da Federação, a partir de prerrogativas que lhes são próprias, legislam sobre 
uma mesma matéria. O art. 24 da Constituição de 1988 é um exemplo dessa 
competência.
Sobre o modelo de competência concorrente brasileiro, é importante destacar:
O modelo de competência concorrente adotado no Brasil se refere a 
uma atribuição legislativa vertical, em que a União legisla sobre normas 
gerais e os Estados se incumbem da legislação específica. Esse tipo de 
competência reflete um federalismo de feição simbiótica, em que os 
órgãos componentes somam esforços para alcançar uma finalidade 
comum.
De importância salutar é a definição do que venha a ser uma norma geral, 
porque isso imporá um limite para a competência legislativa dos Estados-
membros. Uma primeira característica deste tipo de norma reside na sua 
extensão, que abrange a totalidade do Estado nacional, configurando-se 
em uma norma de âmbito nacional, enquanto a norma específica tem como 
extensão o território de um Estado-membro. A segunda característica é 
que a norma geral não pode ser exaustiva, tolhendo todos os espaços 
referentes à incidência da norma específica. Deve ser deixada uma zona 
para a atuação das normas específicas, para que elas possam se adequar 
às peculiaridades regionais. (AGRA, 2014)
Mais uma vez se reafirma, tal como explicitado no tópico anterior, 
que o alcance da repartição de competências propostas pela 
Constituição de 1988 vem promover relações de coordenação 
e cooperação entre entes federativos, de modo a harmonizar a 
pluralidade de regimes jurídicos encontrados no Brasil. 
Atenção
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• Competência legislativa suplementar – ocorre quando os Estados e o Distri-
to Federal, para suprir lacunas legislativas, adicionam, esclarecem e aperfei-
çoam matérias de interesse regional, conforme pode ser observado no §2º do 
art. 24 da Carta Magna de 1988.
A competência suplementar ainda pode ser dividida em complementar e supletiva. 
Diz-se complementar quando os Estados-membros ou o Distrito Federal editam 
normas para especificar a legislação da União. Pode se dizer que na competência 
complementar há uma adequação legislativa da legislação nacional às 
peculiaridades regionais.
Já a supletiva ocorre quando os Estados produzem normas de caráter geral ou 
específico em decorrência da omissão legislativa da União.
• Competência legislativa residual – é a que permite aos Estados-membros 
legislarem sobre temas não defesos ou que não tenham sido enumerados na 
Constituição. Exemplo dessa competência é o art. 154, I, da CF/88.
Importa destacar que de acordo com Agra (2014) “o exercício da competência 
residual pelos Estados-membros requer a existência de interesse regional, ex vi do 
art. 25, §1º, da CF.”
• Competência legislativa delegada – é aquela transferível de um ente da Fe-
deração para outro, como previsto, por exemplo, no parágrafo único do art. 22 
do Texto Maior.
• Competência legislativa originária – trata-se da competência criada inicial-
mente para determinado ente federativo.
Fechamento
Estudamos um pouco mais sobre a organização dos Estados federados. Foi possível 
identificar a importância da divisão das competências e os vários modos de como 
se dão. Como visto, apesar da Federação ser uma forma de organização de muitos 
Estados, nem sempre têm a mesma configuração.
Nesse estudo, foi abordado também qual o critério para a distribuição de 
competências: o princípio da predominância do interesse. Por fim, analisou-se as 
diversas técnicas de distribuição de competências, na qual foi possível observar a 
possibilidade dessa distribuição em diversos âmbitos e diferentes formas.
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Referências
AGRA, W. de M. Curso de direito constitucional. 8. ed. Rio de Janeiro:Forense, 2014
BULOS, U. L. Curso de direito constitucional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
SILVA, J. A. Curso de direito constitucional positivo. 37. ed. São Paulo: Malheiros, 
2013.
TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
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