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DIREITO ADMINISTRATIVO Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União Lei 8.112/90 2 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.1. Previsão Constitucional Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. • O regime estatutário é inerente às pessoas jurídicas de direito público, decorrendo diretamente de lei, não podendo, diante disso, ser alterado por meio de contrato, somente por lei; 1.2. Âmbito de aplicação Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. • Aplica-se apenas aos servidores públicos civis da União e das autarquias e fundações públicas federais; • Não se aplica aos Estados, aos Municípios e ao DF; • Não se aplica a empregados públicos, militares ou contratados temporários; 1.3. Cargo e emprego público Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. SERVIDOR EMPREGADO Cargo Público Emprego Público Direito Público Direito Privado Estatuto CLT Estabilidade FGTS • A definição de agente público está prevista na Lei 8.429/92, e abarca aqueles que possuem cargo, emprego, função ou mandato; • O termo funcionário público não existe no Direito Administrativo, ficando restrito ao Direito Penal; • A pessoa investida em cargo em comissão também é considerada servidor público; 3 Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. Cargo Efetivo Cargo em Comissão Investidura por concurso público Livre nomeação e exoneração Possui estágio probatório Não há estágio probatório Há estabilidade Não há estabilidade RPPS RGPS • Não só o cargo como também o emprego e a função pública são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos e aos estrangeiros na forma da lei; • O cargo público será sempre criado por lei, porém sua extinção pode ser feita por decreto autônomo, se estiver vago; FUNÇÃO DE CONFIANÇA CARGO EM COMISSÃO Cargo efetivo Cargo efetivo ou não Declarado em lei Livre nomeação e exoneração Direção, Chefia e Assessoramento Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. 1.4. Requisitos para investidura Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de 18 anos; VI - aptidão física e mental. • Brasileiro nato, naturalizado ou estrangeiro na forma da lei; • A idade mínima é verificada no ato da investidura (posse), salvo para o cargo de vereador, que será na data do registro da candidatura - STF; § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. • Pode haver outros requisitos a depender da essência do cargo, mas deverão estar previstos em lei; 4 1.5. Portador de deficiência § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso. • O percentual é de no mínimo 5% e no máximo 20%; • O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes - STJ; 1.6. Provimento do estrangeiro § 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. • Os estrangeiros terão acesso a cargo público em universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica; 2. PROVIMENTO, POSSE E EXERCÍCIO Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder. • Provimento é o ato mediante o qual o cargo público é preenchido, sendo competente ao chefe de cada poder; 2.1. Formas de provimento Art. 8o São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução. a) Nomeação • Forma de provimento originário (única); • Pode ocorrer em caráter efetivo (concurso público) ou em comissão (livre nomeação e exoneração); • A nomeação é ato unilateral, mas a posse é bilateral; 5 • Se for nomeado e não tomar posse, o ato de provimento (nomeação) é tornado sem efeito; • Se não entrar em exercício após tomar posse, o servidor será exonerado de ofício; Nomeação Posse Exercício 30 dias 15 dias b) Promoção • Forma de provimento derivado vertical; • Dentro de cada cargo haverá níveis; c) Readaptação • Forma de provimento derivado horizontal; • Mudança de função em decorrência de limitação física ou mental na capacidade de trabalho; • Deverá ocorrer em cargo equivalente (vencimento, atribuições e nível de escolaridade); • Na hipótese de não haver cargo vago para ser utilizado, o servidor exercerá sua função como excedente; • Instituto destinado apenas a servidor efetivo, não se estendendo a ocupante de cargo em comissão – STJ; d) Reversão • Forma de provimento derivado por reingresso; • Volta do servidor aposentado; DE OFÍCIO A PEDIDO Aposentadoria por invalidez Aposentadoria voluntária Junta médica declara insubsistente os motivos Ocorrer nos últimos 5 anos e o servidor ser estável Retorno independente de cargo vago Retorno somente se houver cargo vago Ato Vinculado Ato discricionário • O servidor não poderá ser revertido quando já possuir a idade da aposentadoria compulsória; • A reversão pode ocorrer ainda que não tenha cargo vago (ficando como excedente), mas somente na aposentadoria concedida por invalidez; 6 • O tempo de contribuição será computado para nova aposentadoria apenas se o servidor permanecer pelo menos 5 anos no cargo após a reversão; e) Reintegração • Forma de provimento derivado por reingresso; • Retorno do servidor estável demitido ilegalmente; • O retorno do servidor demitido ilegalmente que não é estável é denominado retorno inominado; • O eventual ocupante da vaga do reintegrado será, caso seja estável, reconduzido ao cargo de origem, posto em disponibilidade ou aproveitado. Caso não seja estável, será exonerado; • A CF só prevê reintegração pela via judicial, porém a lei 8.112 prevê na via judicial ou administrativa; f) Recondução • Forma de provimento derivado por reingresso; • Retorno do servidor estável inabilitado em estágio probatório de outro cargo ou ocupante de cargo pertencente a servidor reintegrado; • Caso o servidor deseje voltar ao cargo anteriormente ocupado, não há necessidade de ser reprovado no estágio probatório (recondução a pedido); g) Aproveitamento • Forma de provimento derivado por reingresso; • Retorno do servidor posto em disponibilidade; • Ocorre em caso de extinção do cargo ou da declaração de sua desnecessidade; • Deve acontecer em cargo compatível com o anterior; • Durante a disponibilidade,o servidor receberá remuneração proporcional ao tempo de serviço; • Estabilidade é inerente ao serviço e efetividade é ao cargo; Nomeação Originário Promoção Derivado Vertical Readaptação Derivado Horizontal Reversão Derivado por Reingresso Reintegração Derivado por Reingresso Recondução Derivado por Reingresso Aproveitamento Derivado por Reingresso 7 2.2. Nomeação Art. 9o A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. • Pode ocorrer em caráter efetivo (obrigatoriamente por meio de concurso de provas ou de provas e títulos) ou em comissão (livre nomeação e exoneração); Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. 2.3. Concurso Público Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em 2 etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas. • Trata-se do princípio concursivo. A exceção é o cargo em comissão, cuja nomeação e exoneração é livre – ad nutum; Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. • O concurso público valerá até 2 anos, sua prorrogação está condicionada ao mesmo tempo de validade e ocorrerá uma única vez; • A prorrogação é discricionária; • A omissão no edital quanto à possibilidade de prorrogação não impede que seja prorrogado tendo em vista a previsão constitucional; § 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no DOU e em jornal diário de grande circulação. Súmula 15/STF - Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. 8 § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. CF/88, art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; • Ao contrário da lei 8.112/90, a Constituição Federal não veda a realização de novo concurso com candidatos aprovados em concurso com prazo ainda não expirado, porém deverá ser obedecida, quando da nomeação, a ordem de classificação; • Candidato aprovado dentro do número de vagas inicialmente previsto no edital tem direito subjetivo à nomeação - STF; • Em caso de concurso para cadastro de reserva, deverá ser nomeado, no mínimo, o 1º colocado - STJ; Súmula Vinculante 43/STF - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 2.4. Posse Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. § 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica. • A nomeação é um ato unilateral, mas a posse é bilateral; § 1o A posse ocorrerá no prazo de 30 dias contados da publicação do ato de provimento. § 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. • Após a publicação da nomeação, há um prazo de 30 dias improrrogáveis para a pessoa tomar posse, salvo se já for servidor e estiver afastado ou gozando licença, quando o prazo passará a contar do término do impedimento; § 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. • A posse ocorre somente em caso de provimento originário (efetivo ou em comissão); 9 § 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. • O servidor deve apresentar declaração de bens e declaração de exercício ou não de outro cargo público; § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo. • O nomeado só passa a ser considerado servidor público após a posse, razão pela qual não se pode falar em exoneração quando a pessoa não tomar posse no prazo legal, mas tão somente em tornar sem efeito o ato de provimento; Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. 2.5. Exercício Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. § 1o É de 15 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. • Após tomar posse, o servidor não tem o dever de entrar em exercício imediatamente, dispondo do prazo de 15 dias improrrogáveis, sob pena de ser exonerado do cargo ou ter sua designação tornada sem efeito (no caso de função de confiança); § 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no 1º dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a 30 dias da publicação. • Não há prazo para iniciar o exercício de função de confiança, devendo iniciar desde o momento do ato de designação, salvo se licenciado ou afastado, iniciando o exercício no 1º dia útil do término do impedimento; Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, 10 e, no máximo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. 10 Art. 19. Os servidorescumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 40 horas e observados os limites mínimo e máximo de 6 horas e 8 horas diárias, respectivamente. § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração. • A jornada de trabalho do servidor federal será de 40 horas semanais, respeitado o limite diário mínimo de 6 horas e máximo de 8 horas, sendo submetidos ao regime integral de dedicação ao serviço aqueles detentores de cargo em comissão ou função de confiança; 3. ESTÁGIO PROBATÓRIO Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade. • Apesar de constar o prazo de 24 meses na lei, é pacífico que o prazo do estágio probatório vigente é de 36 meses, conforme fixado na EC 19/98; • A inabilitação em estágio probatório dependerá de processo administrativo prévio (não disciplinar); • O servidor em estágio probatório pode exercer cargo em comissão ou função de confiança; § 1º 4 meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29. • O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, se estável; § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza 11 Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. • O servidor em estágio probatório pode exercer cargo em comissão ou função de confiança e poderá ser cedido a outro órgão ou entidade, mas apenas para ocupar cargos de natureza especial (DAS 4,5 e 6); § 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal. SERVIDOR EM ESTÁGIO PROBATÓRIO TEM DIREITO LICENÇAS AFASTAMENTOS - Por doença em pessoa da família - Para acompanhar cônjuge - Para atividade política - Para serviço militar - Para tratamento de saúde - À gestante e à adotante - Paternidade - Para adoção/guarda - Por acidente de serviço - Para servir em organismo internacional - Para participar de curso de formação - Para exercício de mandato eletivo - Para estudo ou missão no exterior § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento. SUSPENDEM O ESTÁGIO PROBATÓRIO POLÍTICA Licença para atividade política FORMA Afastamento para participar de curso de formação ORGANISMO Afastamento para servir em organismo internacional CON Licença para acompanhar cônjuge DOENÇA Licença por doença em pessoa da família SERVIDOR EM ESTÁGIO PROBATÓRIO NÃO TEM DIREITO MC Licença para Mandato Classista CA Licença para CApacitação TRA Licença para TRAtar de interesse particular PÓS Afastamento para participar de PÓS-graduação 4. ESTABILIDADE Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 3 anos de efetivo exercício. 12 • Avaliação Especial é para Estabilidade; • Avaliação Periódica é para Perda do Cargo; Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. CASOS DE PERDA DA ESTABILIDADE P Processo Administrativo Disciplinar E Excesso de gasto com despesa de pessoal (LRF) S Sentença Judicial transitada em julgado A Avaliação Periódica de Desempenho (LC) 5. VACÂNCIA Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento. • Promoção e readaptação são formas híbridas, ou seja, tanto de provimento quanto de vacância; 5.1. Exoneração Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. • A exoneração de ofício pode ocorrer em duas hipóteses: inabilitação em estágio probatório e quando o servidor não entrar em exercício no prazo legal após tomar posse; • O servidor não estável também poderá ser exonerado em caso de extinção do cargo que está ocupando e de reintegração de servidor ao cargo que está ocupando; • O servidor estável poderá ser exonerado em caso de insuficiência de desempenho e de excesso de despesa com pessoal; Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar- se-á: I - a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor. 13 5.2. Demissão Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. Art. 117. Ao servidor é proibido: IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursosmateriais da repartição em serviços ou atividades particulares; • Quando se tratar de cargo em comissão, não há que se falar em demissão, mas em destituição, que será aplicada se a infração for punível com demissão ou suspensão; • Quando se tratar de servidor da inatividade que tenha praticado, quando na ativa, infração passível de demissão, haverá cassação da aposentadoria ou da disponibilidade, conforme o caso; • Pode ser aplicada imediatamente após a conclusão do PAD, ainda que pendente de recurso (antes do trânsito em julgado administrativo) – STF; 14 5.3. Posse em cargo inacumulável É o instituto que permite ao servidor aprovado em outro concurso para cargo inacumulável levar alguns direitos do antigo cargo, tais como tempo de exercício para gozo de férias, licença para capacitação, gratificação natalina etc. 6. REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO São institutos que não fazem o servidor mudar de cargo, ou seja, não implicam provimento nem vacância. • A remoção é o deslocamento do servidor, podendo ser de ofício ou a pedido, ao passo que a redistribuição é o deslocamento do cargo, sempre de ofício; 6.1. Remoção Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção: I - de ofício, no interesse da Administração; II - a pedido, a critério da Administração; III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. HIPÓTESES DE REMOÇÃO De Ofício A Pedido Com indenização Sem indenização Interesse da Administração Depende de Interesse Independe de Interesse - Ato discricionário Ato vinculado - - Acompanhar cônjuge Motivo de saúde Concurso de remoção • Ainda que a remoção se enquadre na hipótese de ato vinculado, o servidor não fará jus à ajuda de custo, visto que o processo se deu anteriormente a pedido; • O período de trânsito referente à remoção será de 10 a 30 dias; 15 6.2. Redistribuição Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: I - interesse da administração; II - equivalência de vencimentos; III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. § 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. § 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos. § 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. § 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. • Diferentemente da remoção, que pode ser de ofício ou a pedido, a redistribuição ocorre somente de ofício; 7. SUBSTITUIÇÃO Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. • Se o regimento interno não indicar o substituto do servidor investido em cargo ou função de direção ou chefia, o dirigente máximo designará o referido; • Não há substituição para cargo de provimento efetivo, somente para cargo em comissão, função de confiança e cargo de natureza especial; § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. 16 • Embora assuma a função de chefia, o substituto continuará exercendo suas funções de forma cumulativa, devendo, entretanto, optar por uma das remunerações; § 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a 30 dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. 8. DIREITOS E VANTAGENS Sistema Remuneratório Vencimento Básico (fixado em lei) Remuneração Vencimento + Vantagens Provento Remuneração do inativo Subsídio Remuneração em parcela única 8.1. Vencimento e Remuneração Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível. § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. § 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. • Vencimento é a retribuição pecuniária fixada em lei e remuneração é o vencimento acrescido das vantagens de caráter permanente, que não poderá ser inferior ao salário mínimo; Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de 30 dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. § 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a 10% da remuneração, provento ou pensão. § 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar o débito. Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. • Em caso de pagamento além do devido, o ressarcimento será por meio de desconto em folha, sendo previamente comunicado, para o ressarcimento no prazo de 30 dias, podendo ser parcelado,a pedido do interessado, porém o 17 valor mínimo da parcela será de 10% da remuneração, provento ou pensão e, caso o particular não possua mais vínculo com a Administração, o ressarcimento deverá ocorrer em parcela única, no prazo de 60 dias; • Se o recebimento do pagamento indevido tiver ocorrido de boa-fé, não há necessidade de reposição, haja vista a presunção de legalidade do ato administrativo e o caráter alimentar das parcelas salariais – STF; Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. § 1o Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento. § 2o O total de consignações facultativas de que trata o § 1o não excederá a 35% da remuneração mensal, sendo 5% reservados exclusivamente para: I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. • A consignação em favor de terceiros se limita a 35% da remuneração, sendo 5% destinados exclusivamente a operações com cartão de crédito; Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. • A única hipótese que pode ensejar arresto, sequestro ou penhora da remuneração do servidor é a ação de prestação alimentícia resultante de decisão judicial; 9. VANTAGENS São parcelas pecuniárias acrescidas ao vencimento básico do servidor em decorrência de uma situação previamente estabelecida em norma jurídica. Indenização - Não é permanente - Não integra a remuneração Gratificação - Pode ou não ser permanente - Pode ou não integrar a remuneração Adicional • As indenizações jamais se incorporam à remuneração do servidor, porém as gratificações e os adicionais podem nos casos previstos em lei; Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento. • É vedada a incidência de uma vantagem sobre a outra, devendo, em regra, incidir apenas sobre o vencimento básico; 18 9.1. Indenizações São parcelas que visam ressarcir os gastos efetuados pelo servidor em razão do exercício de suas funções. • Já que não integram a remuneração do servidor, também não há incidência de IR ou contribuição previdenciária sobre as parcelas nem observância ao teto remuneratório; a) Ajuda de custo Possui a finalidade de compensar despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. • Além da despesa com instalação, a Administração arca com despesas de passagem, bagagem e bens pessoais; • É vedado o duplo pagamento se o servidor possuir cônjuge removido para a mesma sede; • Em caso de falecimento do servidor, a família terá direito à ajuda de custo para retornar à localidade de origem, no prazo de 1 ano, a contar do óbito; • O valor não pode exceder a 3 meses de remuneração, devendo o servidor restituir os cofres públicos caso não se apresente no prazo legal (30 dias); • Não é devida quando a remoção do servidor ocorrer a pedido ou quando o afastamento do cargo se der em virtude de mandato eletivo; b) Diária Possui a finalidade de compensar despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção do servidor que se afastar da sede eventualmente, no interesse do serviço. • O valor será devido pela metade quando o afastamento não exigir pernoite ou quando a União custear de forma diversa; • Não é devida quando o deslocamento for inerente ao exercício do cargo; • Não é devida quando o deslocamento ocorrer dentro da mesma região metropolitana, salvo se houver pernoite fora da sede; • O servidor que receber e não se afastar, deve restituir integralmente no prazo de 5 dias; • Se houver retorno antecipado para a sede, o servidor deverá restituir as diárias recebidas em excesso; 19 c) Transporte Possui a finalidade de compensar despesas com meios próprios para a execução de serviços externos por força das atribuições do cargo. d) Auxílio-moradia Possui a finalidade de compensar despesas com moradia ou hospedagem aos servidores que tenham mudado o local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança de DAS 4, 5 e 6, Ministro de Estado ou equivalentes. • É devido no prazo de 1 mês após a comprovação da despesa; • Não será devido quando houver imóvel funcional disponível ou quando o cônjuge estiver ocupando-o ou quando o servidor for proprietário de imóvel no município ou tenha sido nos últimos 12 meses e quando o deslocamento for em decorrência de nomeação para cargo efetivo; • O valor do auxílio é limitado a 25% do cargo em comissão ou da função de confiança, não podendo superar 25% da remuneração de Ministro de Estado, ficando garantido o ressarcimento mínimo de R$ 1.800,00; • Em caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição ou aquisição de imóvel, a indenização ainda será paga por 1 mês; 9.2. Gratificações e adicionais a) Função de confiança É a retribuição pecuniária devida ao servidor que desempenha função de direção, chefia ou assessoramento e equivalentes. • Não é mais possível a incorporação dessa vantagem à remuneração, recebendo a denominação de VPNI as vantagens que podiam ser incorporadas; b) Gratificação natalina É a vantagem equivalente ao 13º salário dos trabalhadores regidos pela CLT. • Cada mês de efetivo exercício corresponde a 1/12 da remuneração, considerando-se a fração maior ou igual a 15 dias como mês integral; • É paga até o dia 20 de dezembro de cada ano; 20 • O servidor exonerado recebe a gratificação natalina com base no mês da exoneração; • Não é considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária; c) Gratificação por encargo de curso ou concurso É a vantagem devida ao servidor que atuar como instrutor em curso de formação, participar de banca examinadora ou de logística de preparação de concurso público ou da aplicação das provas. • O valor será calculado em horas e incidirá sobre o maior vencimento básico da Administração Pública Federal, não podendo exceder a 120 horas anuais, salvo excepcionalidade devidamente justificada; ACRÉSCIMO ATIVIDADE 1,2% - Logística de concurso - Aplicação das provas 2,2% - Instrutor em curso de formação - Participação em banca examinadora • Essa gratificação não se incorpora à remuneração do servidor para qualquer efeito, não podendo ser utilizada como base de cálculo para qualquer outra vantagem; • A atividade desempenhada não pode interferir na jornada de trabalho, ressalvada a compensação se for o caso; d) Adicional de insalubridade É a vantagem devida ao servidor que trabalha com habitualidade em locais insalubres, em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas ou submetidos a risco de vida. • Não é possível a percepção de adicional de insalubridade e periculosidade, devendo o servidor optar por um deles; • Se a condição que deu causa à vantagem cessar, o adicional não será mais devido, sendo dispensável processo administrativo para tanto; • Deve haver controle permanente de atividades que ensejem o seu pagamento; • Em caso de servidora gestante ou lactante, deverá ser afastada das condições insalubres ou perigosas; • Adicional de penosidade é devido ao servidor que exerce suas atividades em zonas de fronteira ou em locais que as condições devida o justifiquem; 21 • Os servidores expostos a raio x ou substância equivalente serão submetidos a exames médicos a cada 6 meses; e) Adicional de serviço extraordinário É a vantagem devida ao servidor que excede sua jornada de trabalho diária. • O acréscimo é de 50% em relação à hora normal de trabalho; • É permitido apenas em situações excepcionais e temporárias, observando o limite máximo de 2 horas por jornada; f) Adicional noturno É a vantagem devida ao servidor que exerce suas atividades no horário compreendido entre 22h de um dia e 5h do dia seguinte. • O acréscimo é de 25% em relação à hora normal de trabalho, computando- se cada hora como 52’30’’; • Caso o serviço extraordinário seja executado no horário noturno, o acréscimo incidirá cumulativamente; g) Adicional de férias É a vantagem devida quando da concessão de férias, independente de solicitação. • O acréscimo é de 1/3 da remuneração do período de férias, incidindo sobre a retribuição de função de confiança, se for o caso; 10. FÉRIAS Período de afastamento remunerado do trabalho correspondente a 30 dias, podendo ser parcelado em até 3 etapas e acumulado em até 2 períodos. • Para o primeiro período aquisitivo, são necessários 12 meses de exercício; • O pagamento das férias será realizado até 2 dias antes do início do gozo; • Em caso de parcelamento, o recebimento será realizado no gozo do 1º período; • Não é permitido abater nas férias eventuais faltas ao serviço; • O servidor exonerado receberá de forma proporcional baseada no mês em que for publicada a exoneração, sendo considerado mês completo a fração superior a 14 dias; 22 • O servidor que opere com raio x fará jus a 20 dias de férias por semestre, sendo vedada a acumulação; • As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, devendo o restante do período ser gozado de uma só vez; 11. LICENÇAS 11.1. Por motivo de doença em pessoa da família Devida ao servidor em relação a parentes de até 2º grau ou de dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional. • Trata-se de ato vinculado, mas a concessão depende de comprovação por perícia médica oficial; • Será concedida somente quando estritamente necessária, ou seja, quando o servidor estiver impossibilitado de prestar auxílio concomitantemente com suas atividades ou mediante compensação de carga horária; • Logicamente, é vedada a prestação de qualquer atividade remunerada durante o período de gozo; Será admitida 1 concessão a cada 12 meses, observado: Até 60 dias Com remuneração Até 90 dias Sem remuneração • O período sem remuneração não é contado para nenhum efeito; 11.2. Por motivo de afastamento do cônjuge Devida ao servidor que teve cônjuge deslocado no território nacional, para o exterior ou para exercício de mandato eletivo. • É concedida por prazo indeterminado, mas sem remuneração; • O período de gozo não é computado para nenhum efeito; • Poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade de qualquer dos Poderes, desde que seja em atividade compatível; 23 11.3. Para serviço militar Devida ao servidor convocado para o serviço militar, devendo observar o prazo de 30 dias (sem remuneração) para reassumir o cargo. • O período de gozo é computado como tempo de efetivo serviço; 11.4. Para atividade política Devida ao servidor que se candidatar a cargo eletivo, durante a escolha em convenção partidária e a véspera do registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral. • O período entre a escolha em convenção partidária e a véspera do registro da candidatura é sem remuneração e não é contado para nenhum efeito; • O período posterior ao registro da candidatura até o 10º dia após a eleição é com remuneração, mas somente 3 meses, no máximo, sendo contado apenas para aposentadoria e disponibilidade. Caso o período supere 3 meses, a licença ainda será devida, mas sem remuneração; Escolha em convenção Registro da candidatura até o 10º dia após a eleição Sem remuneração Com remuneração (no máximo 3 meses) 11.5. Para capacitação Devida ao servidor a cada 5 anos para participar de curso de capacitação profissional. • Possui prazo máximo de 3 meses; • É ato discricionário da Administração e não pode ser concedida ao servidor em estágio probatório; • O período de gozo é computado como tempo de efetivo serviço; 11.6. Para tratar de interesses particulares Devida apenas ao servidor estável que quiser se afastar do serviço para tratar de assuntos particulares. • Possui prazo máximo de 3 anos consecutivos; • É ato discricionário da Administração e não pode ser concedida ao servidor em estágio probatório; • O período de gozo não é computado para nenhum efeito; 24 • Pode ser interrompida a qualquer momento, a pedido do servidor ou no interesse da Administração; 11.7. Para desempenho de mandato classista Devida ao servidor eleito para cargo de direção representativa da categoria ou de gerência de sociedade constituída por servidores. • É devida sem remuneração; • Possui prazo de duração igual ao do mandato, podendo ser renovado em caso de reeleição; • Não pode ser concedida ao servidor em estágio probatório; • O tempo de gozo é contado para todos os efeitos, exceto para promoção; 11.8. Para tratamento de saúde Devida ao servidor para tratar de sua saúde, com remuneração, podendo ser concedida de ofício ou a pedido, após perícia médica oficial. • Em caso de licença por período inferior a 15 dias, a perícia médica pode ser dispensada; • Em caso de licença superior a 120 dias num período de 12 meses, será necessária avaliação por junta médica oficial; • O prazo máximo de duração é 24 meses, sendo o servidor aposentado por invalidez se não estiver em condições de reassumir o cargo ou ser readaptado a outro; • O servidor será submetido a exames médicos periódicos; • Até o prazo de 24 meses, o período de gozo é contado para todos os efeitos. Acima disso, é contado apenas para aposentadoria e disponibilidade; 11.9. Gestante, adotante e paternidade Devida ao servidor pelo prazo de 120 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. • Possui início no 1º dia do 9º mês de gestação, salvo antecipação do parto; • Em caso de aborto ou natimorto, será devida no prazo de 30 dias, realizando-se exame médico para avaliar o retorno da servidora; 25 • O prazo pode ser prorrogado por + 60 dias, totalizando 180 dias, independentemente de ser gestante ou adotante ou da idade da criança, no último caso; • A licença paternidade possui prazo de 5 dias, podendo ser prorrogado por + 15, após requerimento; • O período de gozo em todos os casos é contado para todos os efeitos; 11.10. Por acidente em serviço Devida ao servidor que se acidentar em serviço, com recebimento integral da remuneração. • O dano pode ser físico ou mental; • Equipara-se a acidente em serviço a agressão sofrida (não provocada) no exercício do cargo e o ocorrido no percurso de casa para o trabalho; • O período de gozo em ambos os casos é contado para todos os efeitos; 12. AFASTAMENTOS 12.1. Para servir em outro órgão ou entidade É a cessão do servidor para órgão ou entidade da Administração Direta ou Indireta para o desempenho de cargo em comissão ou função de confiança. • O ônus da remuneração é para o órgão ou entidade cessionária (quem recebe); 12.2. Para exercício de mandato eletivo É devido ao servidor eleito para cargoeletivo em qualquer das esferas. Federal, Estadual ou Distrital - Afasta-se do cargo; Municipal (prefeito) - Afasta-se do cargo e opta pela remuneração; Municipal (vereador) - Havendo compatibilidade de horário, pode exercer ambos os cargos; - Havendo incompatibilidade de horário, afasta- se do cargo e opta pela remuneração; 26 12.3. Para estudo ou missão no exterior É devido pelo prazo máximo de 4 anos, dependendo de autorização do Presidente da República, dos órgãos do Poder Legislativo ou do STF, a depender do poder ao qual o servidor estiver vinculado. 12.4. Para participação em programa de pós-graduação strictu sensu no País É devido ao servidor para realizar pós-graduação em instituição de ensino superior no País, desde que não possa ocorrer de forma simultânea ao exercício ou mediante compensação de horário. • É concedido com remuneração, entretanto, o servidor beneficiado deverá exercer suas atividades por período igual ao do afastamento, sob pena de ressarcir os gastos; 13. CONCESSÕES 13.1. Ausentar-se do serviço 1 dia - Doação de sangue; 2 dias - Alistamento ou recadastramento eleitoral; 8 dias - Casamento ou Falecimento (cônjuge e parentes até o 2º grau); 13.2. Horário especial • Para o servidor estudante, em caso de incompatibilidade de horário com o exercício do cargo, exigida a compensação de horário; • Para o servidor que atue como instrutor ou integre banca examinadora, exigida a compensação de horário no prazo de 1 ano; • Para o servidor portador de deficiência, após comprovação por junta médica, independente de compensação de horário; • Para o servidor que possuir cônjuge ou dependente deficientes, independente de compensação de horário; 13.3. Matrícula em instituição de ensino congênere • Para o servidor que mudar de sede no interesse da Administração, é assegurada matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga, sendo estendido a cônjuge e filhos que vivam sob sua companhia; 27 14. REGIME DISCIPLINAR 14.1. DEVERES Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. • A inobservância de qualquer dos deveres caracteriza infração funcional, sendo penalizada com advertência, salvo se justificar penalidade mais grave; 14.2. PENALIDADES • A aplicação de penalidade decorre diretamente do poder disciplinar e indiretamente do poder hierárquico; • O poder disciplinar possui discricionariedade no que tange à sua gradação e não ao dever de punir; a) Advertência ✓ Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; ✓ Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; ✓ Recusar fé a documentos públicos; ✓ Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; 28 ✓ Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; ✓ Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; ✓ Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; ✓ Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; ✓ Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado; • Será aplicada sempre por escrito e, além das hipóteses elencadas, também poderá ser aplicada em caso de infração funcional que não justifique imposição de penalidade mais grave; b) Suspensão ✓ Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; ✓ Exercer qualquer atividade incompatível com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; ✓ Reincidência em falta punível com advertência; • O prazo máximo é de 90 dias, sendo discricionária em relação ao quantum a ser aplicado; • No caso do servidor que se recusar de forma injustificada a ser submetido a inspeção médica, o prazo para a suspensão será de 15 dias, cessando automaticamente com o cumprimento da determinação; • O tempo de cumprimento da penalidade não é computado para qualquer efeito; • A penalidade pode ser convertida em multa, quando houver conveniência para o serviço, no valor de 50% por dia de vencimento ou remuneração, mas nunca a multa será aplicada isoladamente; c) Demissão ✓ Crime contra a administração pública; ✓ Abandono de cargo (mais de 30 dias consecutivos); ✓ Inassiduidade habitual (60 dias no período de 12 meses); ✓ Improbidade administrativa; ✓ Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; ✓ Insubordinação grave em serviço; 29 ✓ Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; ✓ Aplicação irregular de dinheiros públicos; ✓ Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; ✓ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; ✓ Corrupção; ✓ Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; ✓ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; ✓ Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros e gozo de licença para o trato de interesses particulares; ✓ Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, e de cônjuge ou companheiro; ✓ Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; ✓ Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; ✓ Praticar usura sob qualquer de suas formas; ✓ Proceder de forma desidiosa; ✓ Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; • Situações que, além de causar demissão, incompatibilizam o servidor para nova investidura em cargo público federal por 5 anos: ✓ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública (carteirada); ✓ Atuar, comoprocurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, e de cônjuge ou companheiro (advocacia administrativa); • Situações que, além de causar demissão, impedem nova investidura a cargo público permanentemente: ✓ Crime contra a administração pública; ✓ Improbidade administrativa; ✓ Aplicação irregular de dinheiros públicos; ✓ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; ✓ Corrupção; 30 • Em caso de demissão relativa a conduta que tenha causado dano ao erário, haverá indisponibilidade dos bens (automaticamente, com a notificação de instâncias responsáveis por movimentação do patrimônio do servidor) e ressarcimento ao erário (não ocorre automaticamente, dependendo de outras providências administrativas); d) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade • A cassação de aposentadoria é aplicada ao servidor que cometeu infração punida com demissão quando ainda em atividade; • A cassação da disponibilidade é aplicada ao servidor que cometer infração punida com demissão, independente de estar em atividade; e) Destituição de cargo em comissão • É aplicada ao servidor não ocupante de cargo efetivo que cometer infração punível com demissão ou suspensão; AUTORIDADE COMPETENTE PARA APLICAR AS PENALIDADES Demissão Cassação de aposentadoria ou disponibilidade - Presidente da República - Presidente das Casas do Poder Legislativo - Presidente dos Tribunais Federais - Procurador-Geral da República Suspensão (superior a 30 dias) - Autoridades de hierarquia imediatamente inferior àquelas elencadas acima Advertência e Suspensão (até 30 dias) - Chefe da repartição ou autoridade prevista no respectivo regulamento ou regimento Destituição de cargo em comissão - Autoridade que fez a nomeação. Prescrição Cancelamento do registro Advertência 180 dias 3 anos Suspensão 2 anos 5 anos Demissão e similares 5 anos - • O prazo da prescrição começa a correr a partir da data em que o fato se tornou conhecido; • A abertura de sindicância ou instauração de PAD suspende a prescrição; • Uma vez prescrita a penalidade, não pode ser constado o fato nos assentamentos funcionais do servidor – STF; 31 14.3. RESPONSABILIDADE 1 Civil Em caso de dano causado ao erário ou a terceiros, por ato doloso ou culposo (responsabilidade subjetiva). 2 Penal Em caso de prática de infração funcional tipificadas como crime ou contravenção. 3 Administrativa Em caso de prática de infração funcional definida em legislação administrativa. a) Civil • Decorre de ato omissivo, comissivo, doloso ou culposo que gera dano patrimonial ao erário ou a terceiros; • É sempre subjetiva (dolo ou culpa); • No caso de dano ao erário, o processo de ressarcimento será executado por meio de desconto no contracheque, após comunicação prévia ao servidor, podendo ocorrer de forma parcelada; • Se o servidor não concordar com o desconto em folha, a Administração não poderá efetuar o ressarcimento, devendo propor ação judicial para essa finalidade – STF; • No caso de dano a terceiro, o processo de ressarcimento será por meio de ação regressiva em favor do Estado (imprescritível); • É apurada em Processo Judicial; b) Penal • O conceito de servidor público para fins penais é o mais abrangente possível; • É apurada em Processo Judicial; • O servidor faz jus ao auxílio-reclusão, sendo devido o valor de 2/3 da remuneração em caso de prisão em flagrante ou preventiva ou no valor de metade da remuneração em caso de sentença transitada em julgado que não determine a perda do cargo; c) Administrativa • As violações funcionais são apuradas pela própria Administração, sendo competência da autoridade administrativa a aplicação da respectiva penalidade; • É apurada em Processo Administrativo; 32 • Os atos de improbidade administrativa, apesar do nome, são julgados em Processo Judicial (responsabilidade civil); d) Comunicação entre as instâncias • As sanções civis, penais e administrativas são independentes e podem ser cumuladas; • Em caso de condenação na esfera penal, haverá condenação também nas demais esferas; • Em caso de absolvição na esfera penal (negativa de autoria ou inexistência do fato), também não haverá condenação nas demais esferas; • Em caso de absolvição na esfera penal por qualquer outro motivo, as demais esferas ficam livres para proceder à responsabilização do servidor de forma autônoma; • Ainda que a esfera penal absolva o servidor por negativa de autoria ou inexistência do fato, em caso de conduta residual não apreciada pelo Judiciário, a Administração poderá responsabilizar o servidor civil ou administrativamente – STF; 15. SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. • A apuração pode ser promovida por autoridade ou órgão diverso do qual ocorreu a irregularidade, mediante delegação específica permanente ou temporária das respectivas autoridades competentes; • As denúncias deverão ser feitas por escrito e conter identificação e endereço do denunciante, mediante confirmação da autenticidade; • Independente do mecanismo de apuração utilizado, deve ser garantido o direito à ampla defesa; 15.1. SINDICÂNCIA Utilizada para apuração de infrações leves, que ensejam aplicação de advertência ou suspensão de até 30 dias. • O prazo para conclusão é de 30 dias, prorrogável uma vez por igual período; 33 • Pode resultar em arquivamento, advertência, suspensão de até 30 dias ou instauração de PAD (neste último caso, possui natureza inquisitorial, não precisando assegurar o contraditório e a ampla defesa ao servidor, visto que não resulta em sanção); • Se for verificado no decorrer da sindicância que a infração é apurada mediante PAD, deverá integrar este como peça informativa de instrução; • Caso seja verificado na sindicância que a infração também constitui ilícito penal, a autoridade encaminhará cópia dos autos ao MP, independente de imediata instauração de PAD; 15.2. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PAD Utilizado para apuração de infrações graves, que ensejam aplicação de suspensão superior a 30 dias, demissão e suas similares. • É conduzido por comissão proposta por 3 servidores estáveis, não necessariamente lotados no mesmo órgão do indiciado; • A escolaridade só é relevante para o presidente da comissão, que deverá ser de grau superior ou igual ao do indiciado; • É possível o afastamento preventivo do servidor de suas atividades, sem prejuízo da remuneração, por até 60 dias, com a finalidade de evitar interferência na apuração dos fatos; • O servidor que estiver respondendo a PAD só poderá ser exonerado a pedido ou aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o eventual cumprimento da pena; • É possível a instauração de PAD com base em denúncia anônima, tendo em vista o dever de aplicação da autotutela da Administração – STJ; FASES DO PAD 1 Instauração Ocorre com o ato de publicação (portaria) designando a comissão para condução. 2 Inquérito Instrução Depoimentos, investigações e diligências para esclarecimento dos fatos. Defesa Após ser indiciado, o servidor será citado para apresentar defesa no prazo de 10 dias. Relatório Deverá ser minucioso e conclusivo, ou seja, com manifestação de opinião. 3 Julgamento Realizado para autoridade competente, que dispõe do prazo de 20 dias, contados do recebimento do processo. • O prazopara conclusão do PAD é de 60 dias, contados da data da publicação da portaria, prorrogável uma vez por igual período; 34 • Além do prazo de 60 dias, a autoridade julgadora dispõe de 20 dias para proferir decisão, podendo chegar a 140 dias no total (60+60+20); • O PAD julgado fora do prazo legal não implica sua nulidade; • Não há obrigatoriedade de designação de advogado no processo administrativo – STF; • Havendo dois ou mais servidores indiciados, o prazo para apresentação de defesa será comum para todos, de 20 dias; • O prazo da defesa é prorrogável a critério do presidente da comissão; • Se o servidor não apresentar defesa no PAD, será considerado revel, entretanto não implica sua confissão, devendo a autoridade instauradora do PAD nomear um defensor dativo; • A autoridade julgadora não fica vinculada às conclusões do relatório, podendo adotar solução diversa, mas sempre de forma motivada; • Em caso de constatação de vício insanável no PAD, o processo será declarado nulo pela autoridade julgadora, sendo ordenada a constituição de outra comissão para novo processo; • A revisão do processo pode ocorrer de ofício ou a pedido, a qualquer tempo, entretanto será cabível somente quando surgirem novos elementos e houver possibilidade de abrandamento da sanção; • O requerimento de revisão do PAD deve ser dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, em caso de julgar procedente o pedido, encaminhará ao dirigente do órgão em que o processo se originou; • Será formada uma comissão revisora, que dispõe de 60 dias improrrogáveis para a conclusão dos trabalhos e remeter o processo à mesma autoridade julgadora que aplicou a penalidade, devendo decidir em 20 dias; • Se a autoridade julgar procedente, a penalidade será declarada sem efeito e o servidor terá seus direitos restabelecidos, salvo quando se tratar de cargo em comissão, sendo convertida em exoneração; • Durante o PAD, o ônus da prova cabe à Administração, diferentemente do processo de revisão, que cabe ao requerente; 15.3. PROCEDIMENTO SUMÁRIO É um mecanismo de apuração utilizado para determinadas infrações que ensejam a penalidade de demissão. • É conduzido por comissão proposta por 2 servidores estáveis, que indicarão a autoria e materialidade da transgressão a ser apurada; 35 • As infrações apuradas sob o rito sumário são as seguintes: acumulação ilícita de cargos públicos, abandono de cargo (ausência injustificada por mais de 30 dias consecutivos) e inassiduidade habitual (60 dias intercalados ou não num período de 12 meses); • No caso de acumulação ilegal, o servidor será notificado antes da instauração do procedimento, para possibilitá-lo optar por um dos cargos no prazo de 10 dias improrrogáveis e, uma vez realizada a opção, estará caracterizada sua boa-fé, ocasionando apenas a exoneração do outro cargo; • Ultrapassada a etapa de defesa e comprovada má-fé do servidor, este será demitido de ambos os cargos; • O prazo para conclusão é de 30 dias, contados da data da publicação da portaria, prorrogável uma vez por até 15 dias; FASES DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO 1 Instauração Ocorre com o ato de publicação (portaria) designando a comissão para condução. 2 Instrução Sumária Indiciação Depoimentos, investigações e diligências para esclarecimento dos fatos. Defesa Após ser indiciado, o servidor será citado para apresentar defesa no prazo de 5 dias. Relatório Deverá ser minucioso e conclusivo, ou seja, com manifestação de opinião. 3 Julgamento Realizado para autoridade competente, que dispõe do prazo de 5 dias, contados do recebimento do processo. DIFERENÇAS ENTRE OS MECANISMOS DE APURAÇÃO SINDICÂNCIA PAD PROCESSO SUMÁRIO Comissão de sindicância Comissão de Inquérito - 3 servidores estáveis 2 servidores estáveis Prazo 30+30 Prazo 60+60 Prazo 30+15 Advertência Suspensão até 30 dias Demissão e similares Suspensão acima de 30 dias Acúmulo de cargos Abandono de cargo Inassiduidade habitual Defesa em 10 dias Defesa em 5 dias Julgamento em 20 dias Julgamento em 5 dias
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