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10 Lei 8 112 - Estatuto dos servidores civis da União

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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Estatuto dos Servidores 
Públicos Civis da União 
Lei 8.112/90 
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
1.1. Previsão Constitucional 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de 
sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da 
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
 
• O regime estatutário é inerente às pessoas jurídicas de direito público, 
decorrendo diretamente de lei, não podendo, diante disso, ser alterado por 
meio de contrato, somente por lei; 
 
 
1.2. Âmbito de aplicação 
 
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das 
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. 
 
• Aplica-se apenas aos servidores públicos civis da União e das autarquias e 
fundações públicas federais; 
 
• Não se aplica aos Estados, aos Municípios e ao DF; 
 
• Não se aplica a empregados públicos, militares ou contratados temporários; 
 
 
1.3. Cargo e emprego público 
 
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo 
público. 
 
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na 
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
 
SERVIDOR EMPREGADO 
Cargo Público Emprego Público 
Direito Público Direito Privado 
Estatuto CLT 
Estabilidade FGTS 
 
• A definição de agente público está prevista na Lei 8.429/92, e abarca aqueles 
que possuem cargo, emprego, função ou mandato; 
 
• O termo funcionário público não existe no Direito Administrativo, ficando 
restrito ao Direito Penal; 
 
• A pessoa investida em cargo em comissão também é considerada servidor 
público; 
 
 
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Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por 
lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento 
em caráter efetivo ou em comissão. 
 
Cargo Efetivo Cargo em Comissão 
Investidura por concurso público Livre nomeação e exoneração 
Possui estágio probatório Não há estágio probatório 
Há estabilidade Não há estabilidade 
RPPS RGPS 
 
• Não só o cargo como também o emprego e a função pública são acessíveis 
aos brasileiros que preencham os requisitos e aos estrangeiros na forma da 
lei; 
 
• O cargo público será sempre criado por lei, porém sua extinção pode ser feita 
por decreto autônomo, se estiver vago; 
 
FUNÇÃO DE CONFIANÇA CARGO EM COMISSÃO 
Cargo efetivo Cargo efetivo ou não 
 Declarado em lei 
 Livre nomeação e exoneração 
Direção, Chefia e Assessoramento 
 
Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. 
 
 
1.4. Requisitos para investidura 
 
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o gozo dos direitos políticos; 
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
V - a idade mínima de 18 anos; 
VI - aptidão física e mental. 
 
• Brasileiro nato, naturalizado ou estrangeiro na forma da lei; 
 
• A idade mínima é verificada no ato da investidura (posse), salvo para o cargo 
de vereador, que será na data do registro da candidatura - STF; 
 
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos 
estabelecidos em lei. 
 
• Pode haver outros requisitos a depender da essência do cargo, mas deverão 
estar previstos em lei; 
 
 
 
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1.5. Portador de deficiência 
 
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em 
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com 
a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das 
vagas oferecidas no concurso. 
 
• O percentual é de no mínimo 5% e no máximo 20%; 
 
• O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso 
público, às vagas reservadas aos deficientes - STJ; 
 
 
1.6. Provimento do estrangeiro 
 
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão 
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com 
as normas e os procedimentos desta Lei. 
 
• Os estrangeiros terão acesso a cargo público em universidades e instituições 
de pesquisa científica e tecnológica; 
 
 
2. PROVIMENTO, POSSE E EXERCÍCIO 
 
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente 
de cada Poder. 
 
• Provimento é o ato mediante o qual o cargo público é preenchido, sendo 
competente ao chefe de cada poder; 
 
2.1. Formas de provimento 
 
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: 
I - nomeação; 
II - promoção; 
V - readaptação; 
VI - reversão; 
VII - aproveitamento; 
VIII - reintegração; 
IX - recondução. 
 
a) Nomeação 
 
• Forma de provimento originário (única); 
 
• Pode ocorrer em caráter efetivo (concurso público) ou em comissão (livre 
nomeação e exoneração); 
 
• A nomeação é ato unilateral, mas a posse é bilateral; 
 
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• Se for nomeado e não tomar posse, o ato de provimento (nomeação) é 
tornado sem efeito; 
 
• Se não entrar em exercício após tomar posse, o servidor será exonerado 
de ofício; 
 
Nomeação Posse Exercício 
30 dias 15 dias 
 
b) Promoção 
 
• Forma de provimento derivado vertical; 
 
• Dentro de cada cargo haverá níveis; 
 
c) Readaptação 
 
• Forma de provimento derivado horizontal; 
 
• Mudança de função em decorrência de limitação física ou mental na 
capacidade de trabalho; 
 
• Deverá ocorrer em cargo equivalente (vencimento, atribuições e nível de 
escolaridade); 
 
• Na hipótese de não haver cargo vago para ser utilizado, o servidor 
exercerá sua função como excedente; 
 
• Instituto destinado apenas a servidor efetivo, não se estendendo a 
ocupante de cargo em comissão – STJ; 
 
d) Reversão 
 
• Forma de provimento derivado por reingresso; 
 
• Volta do servidor aposentado; 
 
DE OFÍCIO A PEDIDO 
Aposentadoria por invalidez Aposentadoria voluntária 
Junta médica declara 
insubsistente os motivos 
Ocorrer nos últimos 5 anos e 
o servidor ser estável 
Retorno independente de 
cargo vago 
Retorno somente se houver 
cargo vago 
Ato Vinculado Ato discricionário 
 
• O servidor não poderá ser revertido quando já possuir a idade da 
aposentadoria compulsória; 
 
• A reversão pode ocorrer ainda que não tenha cargo vago (ficando como 
excedente), mas somente na aposentadoria concedida por invalidez; 
 
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• O tempo de contribuição será computado para nova aposentadoria 
apenas se o servidor permanecer pelo menos 5 anos no cargo após a 
reversão; 
 
e) Reintegração 
 
• Forma de provimento derivado por reingresso; 
 
• Retorno do servidor estável demitido ilegalmente; 
 
• O retorno do servidor demitido ilegalmente que não é estável é 
denominado retorno inominado; 
 
• O eventual ocupante da vaga do reintegrado será, caso seja estável, 
reconduzido ao cargo de origem, posto em disponibilidade ou 
aproveitado. Caso não seja estável, será exonerado; 
 
• A CF só prevê reintegração pela via judicial, porém a lei 8.112 prevê na 
via judicial ou administrativa; 
 
f) Recondução 
 
• Forma de provimento derivado por reingresso; 
 
• Retorno do servidor estável inabilitado em estágio probatório de outro 
cargo ou ocupante de cargo pertencente a servidor reintegrado; 
 
• Caso o servidor deseje voltar ao cargo anteriormente ocupado, não há 
necessidade de ser reprovado no estágio probatório (recondução a 
pedido); 
 
g) Aproveitamento 
 
• Forma de provimento derivado por reingresso; 
 
• Retorno do servidor posto em disponibilidade; 
 
• Ocorre em caso de extinção do cargo ou da declaração de sua 
desnecessidade; 
 
• Deve acontecer em cargo compatível com o anterior; 
 
• Durante a disponibilidade,o servidor receberá remuneração proporcional 
ao tempo de serviço; 
 
• Estabilidade é inerente ao serviço e efetividade é ao cargo; 
 
Nomeação Originário 
Promoção Derivado Vertical 
Readaptação Derivado Horizontal 
Reversão Derivado por Reingresso 
Reintegração Derivado por Reingresso 
Recondução Derivado por Reingresso 
Aproveitamento Derivado por Reingresso 
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2.2. Nomeação 
 
Art. 9o A nomeação far-se-á: 
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de 
carreira; 
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. 
 
• Pode ocorrer em caráter efetivo (obrigatoriamente por meio de concurso de 
provas ou de provas e títulos) ou em comissão (livre nomeação e exoneração); 
 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial 
poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, 
sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar 
pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. 
 
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo 
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, 
obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. 
 
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor 
na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do 
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. 
 
 
2.3. Concurso Público 
 
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em 2 
etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, 
condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando 
indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente 
previstas. 
 
• Trata-se do princípio concursivo. A exceção é o cargo em comissão, cuja 
nomeação e exoneração é livre – ad nutum; 
 
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma 
única vez, por igual período. 
 
• O concurso público valerá até 2 anos, sua prorrogação está condicionada ao 
mesmo tempo de validade e ocorrerá uma única vez; 
 
• A prorrogação é discricionária; 
 
• A omissão no edital quanto à possibilidade de prorrogação não impede que 
seja prorrogado tendo em vista a previsão constitucional; 
 
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados 
em edital, que será publicado no DOU e em jornal diário de grande circulação. 
 
Súmula 15/STF - Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem 
direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. 
 
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§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso 
anterior com prazo de validade não expirado. 
 
CF/88, art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, 
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado 
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
• Ao contrário da lei 8.112/90, a Constituição Federal não veda a realização de 
novo concurso com candidatos aprovados em concurso com prazo ainda não 
expirado, porém deverá ser obedecida, quando da nomeação, a ordem de 
classificação; 
 
• Candidato aprovado dentro do número de vagas inicialmente previsto no 
edital tem direito subjetivo à nomeação - STF; 
 
• Em caso de concurso para cadastro de reserva, deverá ser nomeado, no 
mínimo, o 1º colocado - STJ; 
 
Súmula Vinculante 43/STF - É inconstitucional toda modalidade de provimento que 
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado 
ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
 
 
2.4. Posse 
 
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. 
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar 
as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, 
que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os 
atos de ofício previstos em lei. 
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica. 
 
• A nomeação é um ato unilateral, mas a posse é bilateral; 
 
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de 30 dias contados da publicação do ato de provimento. 
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, 
em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos 
I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do 
término do impedimento. 
 
• Após a publicação da nomeação, há um prazo de 30 dias improrrogáveis para 
a pessoa tomar posse, salvo se já for servidor e estiver afastado ou gozando 
licença, quando o prazo passará a contar do término do impedimento; 
 
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. 
 
• A posse ocorre somente em caso de provimento originário (efetivo ou em 
comissão); 
 
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§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que 
constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, 
emprego ou função pública. 
 
• O servidor deve apresentar declaração de bens e declaração de exercício ou 
não de outro cargo público; 
 
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo 
previsto no § 1o deste artigo. 
 
• O nomeado só passa a ser considerado servidor público após a posse, razão 
pela qual não se pode falar em exoneração quando a pessoa não tomar posse 
no prazo legal, mas tão somente em tornar sem efeito o ato de provimento; 
 
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. 
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e 
mentalmente para o exercício do cargo. 
 
 
2.5. Exercício 
 
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função 
de confiança. 
§ 1o É de 15 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em 
exercício, contados da data da posse. 
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua 
designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos 
neste artigo, observado o disposto no art. 18. 
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou 
designado o servidor compete dar-lhe exercício. 
 
• Após tomar posse, o servidor não tem o dever de entrar em exercício 
imediatamente, dispondo do prazo de 15 dias improrrogáveis, sob pena de 
ser exonerado do cargo ou ter sua designação tornada sem efeito (no caso de 
função de confiança); 
 
§ 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação 
do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por 
qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no 1º dia útil após o término do 
impedimento, que não poderá exceder a 30 dias da publicação. 
 
• Não há prazo para iniciar o exercício de função de confiança, devendo iniciar 
desde o momento do ato de designação, salvo se licenciado ou afastado, 
iniciando o exercício no 1º dia útil do término do impedimento; 
 
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no 
mínimo, 10 e, no máximo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a 
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o 
tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. 
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Art. 19. Os servidorescumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições 
pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal 
de 40 horas e observados os limites mínimo e máximo de 6 horas e 8 horas diárias, 
respectivamente. 
 
§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime 
de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser 
convocado sempre que houver interesse da Administração. 
 
• A jornada de trabalho do servidor federal será de 40 horas semanais, 
respeitado o limite diário mínimo de 6 horas e máximo de 8 horas, sendo 
submetidos ao regime integral de dedicação ao serviço aqueles detentores 
de cargo em comissão ou função de confiança; 
 
 
3. ESTÁGIO PROBATÓRIO 
 
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará 
sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante o qual a sua aptidão e 
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte 
fatores: 
I - assiduidade; 
II - disciplina; 
III - capacidade de iniciativa; 
IV - produtividade; 
V- responsabilidade. 
 
• Apesar de constar o prazo de 24 meses na lei, é pacífico que o prazo do estágio 
probatório vigente é de 36 meses, conforme fixado na EC 19/98; 
 
• A inabilitação em estágio probatório dependerá de processo administrativo 
prévio (não disciplinar); 
 
• O servidor em estágio probatório pode exercer cargo em comissão ou função de 
confiança; 
 
§ 1º 4 meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação 
da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão 
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da 
respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores 
enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. 
 
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, 
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do 
art. 29. 
 
• O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou reconduzido 
ao cargo anteriormente ocupado, se estável; 
 
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em 
comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, 
e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza 
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Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento 
Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. 
 
• O servidor em estágio probatório pode exercer cargo em comissão ou função de 
confiança e poderá ser cedido a outro órgão ou entidade, mas apenas para ocupar 
cargos de natureza especial (DAS 4,5 e 6); 
 
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os 
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para 
participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na 
Administração Pública Federal. 
 
SERVIDOR EM ESTÁGIO PROBATÓRIO TEM DIREITO 
LICENÇAS AFASTAMENTOS 
- Por doença em pessoa da família 
- Para acompanhar cônjuge 
- Para atividade política 
- Para serviço militar 
- Para tratamento de saúde 
- À gestante e à adotante 
- Paternidade 
- Para adoção/guarda 
- Por acidente de serviço 
- Para servir em organismo internacional 
- Para participar de curso de formação 
- Para exercício de mandato eletivo 
- Para estudo ou missão no exterior 
 
 
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos 
nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e 
será retomado a partir do término do impedimento. 
 
SUSPENDEM O ESTÁGIO PROBATÓRIO 
POLÍTICA Licença para atividade política 
FORMA Afastamento para participar de curso de formação 
ORGANISMO Afastamento para servir em organismo internacional 
CON Licença para acompanhar cônjuge 
DOENÇA Licença por doença em pessoa da família 
 
SERVIDOR EM ESTÁGIO PROBATÓRIO NÃO TEM DIREITO 
MC Licença para Mandato Classista 
CA Licença para CApacitação 
TRA Licença para TRAtar de interesse particular 
PÓS Afastamento para participar de PÓS-graduação 
 
 
4. ESTABILIDADE 
 
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento 
efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 3 anos de efetivo exercício. 
 
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• Avaliação Especial é para Estabilidade; 
• Avaliação Periódica é para Perda do Cargo; 
 
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em 
julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. 
 
CASOS DE PERDA DA ESTABILIDADE 
P Processo Administrativo Disciplinar 
E Excesso de gasto com despesa de pessoal (LRF) 
S Sentença Judicial transitada em julgado 
A Avaliação Periódica de Desempenho (LC) 
 
 
5. VACÂNCIA 
 
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: 
I - exoneração; 
II - demissão; 
III - promoção; 
VI - readaptação; 
VII - aposentadoria; 
VIII - posse em outro cargo inacumulável; 
IX - falecimento. 
 
• Promoção e readaptação são formas híbridas, ou seja, tanto de provimento 
quanto de vacância; 
 
5.1. Exoneração 
 
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. 
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: 
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; 
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo 
estabelecido. 
 
• A exoneração de ofício pode ocorrer em duas hipóteses: inabilitação em 
estágio probatório e quando o servidor não entrar em exercício no prazo legal 
após tomar posse; 
 
• O servidor não estável também poderá ser exonerado em caso de extinção 
do cargo que está ocupando e de reintegração de servidor ao cargo que está 
ocupando; 
 
• O servidor estável poderá ser exonerado em caso de insuficiência de 
desempenho e de excesso de despesa com pessoal; 
 
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-
se-á: 
I - a juízo da autoridade competente; 
II - a pedido do próprio servidor. 
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5.2. Demissão 
 
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: 
I - crime contra a administração pública; 
II - abandono de cargo; 
III - inassiduidade habitual; 
IV - improbidade administrativa; 
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI - insubordinação grave em serviço; 
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria 
ou de outrem; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não 
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou 
comanditário; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, 
e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão 
de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursosmateriais da repartição em serviços ou atividades 
particulares; 
 
• Quando se tratar de cargo em comissão, não há que se falar em demissão, 
mas em destituição, que será aplicada se a infração for punível com demissão 
ou suspensão; 
 
• Quando se tratar de servidor da inatividade que tenha praticado, quando na 
ativa, infração passível de demissão, haverá cassação da aposentadoria ou da 
disponibilidade, conforme o caso; 
 
• Pode ser aplicada imediatamente após a conclusão do PAD, ainda que 
pendente de recurso (antes do trânsito em julgado administrativo) – STF; 
 
 
 
 
 
 
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5.3. Posse em cargo inacumulável 
 
É o instituto que permite ao servidor aprovado em outro concurso para cargo 
inacumulável levar alguns direitos do antigo cargo, tais como tempo de exercício 
para gozo de férias, licença para capacitação, gratificação natalina etc. 
 
 
6. REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO 
 
São institutos que não fazem o servidor mudar de cargo, ou seja, não implicam 
provimento nem vacância. 
 
• A remoção é o deslocamento do servidor, podendo ser de ofício ou a pedido, ao 
passo que a redistribuição é o deslocamento do cargo, sempre de ofício; 
 
6.1. Remoção 
 
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do 
mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de 
remoção: 
I - de ofício, no interesse da Administração; 
II - a pedido, a critério da Administração; 
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: 
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que 
foi deslocado no interesse da Administração; 
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às 
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por 
junta médica oficial; 
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de 
interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas 
pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. 
 
HIPÓTESES DE REMOÇÃO 
De Ofício A Pedido 
Com indenização Sem indenização 
Interesse da Administração Depende de Interesse Independe de Interesse 
- Ato discricionário Ato vinculado 
- - 
Acompanhar cônjuge 
Motivo de saúde 
Concurso de remoção 
 
• Ainda que a remoção se enquadre na hipótese de ato vinculado, o servidor 
não fará jus à ajuda de custo, visto que o processo se deu anteriormente a 
pedido; 
 
• O período de trânsito referente à remoção será de 10 a 30 dias; 
 
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6.2. Redistribuição 
 
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou 
vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo 
Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes 
preceitos: 
I - interesse da administração; 
II - equivalência de vencimentos; 
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; 
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; 
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; 
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão 
ou entidade. 
 
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de 
trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou 
criação de órgão ou entidade. 
 
§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o 
órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal 
envolvidos. 
 
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou 
declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for 
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos 
arts. 30 e 31. 
 
§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser 
mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em 
outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. 
 
• Diferentemente da remoção, que pode ser de ofício ou a pedido, a 
redistribuição ocorre somente de ofício; 
 
 
7. SUBSTITUIÇÃO 
 
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de 
cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de 
omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. 
 
• Se o regimento interno não indicar o substituto do servidor investido em cargo ou 
função de direção ou chefia, o dirigente máximo designará o referido; 
 
• Não há substituição para cargo de provimento efetivo, somente para cargo em 
comissão, função de confiança e cargo de natureza especial; 
 
§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que 
ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos 
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, 
hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. 
 
16 
 
• Embora assuma a função de chefia, o substituto continuará exercendo suas funções 
de forma cumulativa, devendo, entretanto, optar por uma das remunerações; 
 
§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia 
ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do 
titular, superiores a 30 dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, 
que excederem o referido período. 
 
 
8. DIREITOS E VANTAGENS 
 
Sistema 
Remuneratório 
Vencimento Básico (fixado em lei) 
Remuneração Vencimento + Vantagens 
Provento Remuneração do inativo 
Subsídio Remuneração em parcela única 
 
8.1. Vencimento e Remuneração 
 
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com 
valor fixado em lei. 
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 
§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é 
irredutível. 
§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou 
assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as 
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. 
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. 
 
• Vencimento é a retribuição pecuniária fixada em lei e remuneração é o 
vencimento acrescido das vantagens de caráter permanente, que não poderá 
ser inferior ao salário mínimo; 
 
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, 
serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para 
pagamento, no prazo máximo de 30 dias, podendo ser parceladas, a pedido do 
interessado. 
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a 10% da 
remuneração, provento ou pensão. 
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do 
processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. 
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua 
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar o débito. 
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em 
dívida ativa. 
 
• Em caso de pagamento além do devido, o ressarcimento será por meio de 
desconto em folha, sendo previamente comunicado, para o ressarcimento no 
prazo de 30 dias, podendo ser parcelado,a pedido do interessado, porém o 
17 
 
valor mínimo da parcela será de 10% da remuneração, provento ou pensão e, 
caso o particular não possua mais vínculo com a Administração, o 
ressarcimento deverá ocorrer em parcela única, no prazo de 60 dias; 
 
• Se o recebimento do pagamento indevido tiver ocorrido de boa-fé, não há 
necessidade de reposição, haja vista a presunção de legalidade do ato 
administrativo e o caráter alimentar das parcelas salariais – STF; 
 
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá 
sobre a remuneração ou provento. 
§ 1o Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de 
pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, 
na forma definida em regulamento. 
§ 2o O total de consignações facultativas de que trata o § 1o não excederá a 35% da 
remuneração mensal, sendo 5% reservados exclusivamente para: 
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou 
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. 
 
• A consignação em favor de terceiros se limita a 35% da remuneração, sendo 
5% destinados exclusivamente a operações com cartão de crédito; 
 
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, 
sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de 
decisão judicial. 
 
• A única hipótese que pode ensejar arresto, sequestro ou penhora da 
remuneração do servidor é a ação de prestação alimentícia resultante de 
decisão judicial; 
 
 
9. VANTAGENS 
 
São parcelas pecuniárias acrescidas ao vencimento básico do servidor em decorrência 
de uma situação previamente estabelecida em norma jurídica. 
 
Indenização 
- Não é permanente 
- Não integra a remuneração 
Gratificação - Pode ou não ser permanente 
- Pode ou não integrar a remuneração Adicional 
 
• As indenizações jamais se incorporam à remuneração do servidor, porém as 
gratificações e os adicionais podem nos casos previstos em lei; 
 
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de 
concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou 
idêntico fundamento. 
 
• É vedada a incidência de uma vantagem sobre a outra, devendo, em regra, incidir 
apenas sobre o vencimento básico; 
18 
 
9.1. Indenizações 
 
São parcelas que visam ressarcir os gastos efetuados pelo servidor em razão do 
exercício de suas funções. 
 
• Já que não integram a remuneração do servidor, também não há incidência 
de IR ou contribuição previdenciária sobre as parcelas nem observância ao 
teto remuneratório; 
 
 
a) Ajuda de custo 
 
Possui a finalidade de compensar despesas de instalação do servidor que, no 
interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de 
domicílio em caráter permanente. 
 
• Além da despesa com instalação, a Administração arca com despesas de 
passagem, bagagem e bens pessoais; 
 
• É vedado o duplo pagamento se o servidor possuir cônjuge removido para 
a mesma sede; 
 
• Em caso de falecimento do servidor, a família terá direito à ajuda de custo 
para retornar à localidade de origem, no prazo de 1 ano, a contar do óbito; 
 
• O valor não pode exceder a 3 meses de remuneração, devendo o servidor 
restituir os cofres públicos caso não se apresente no prazo legal (30 dias); 
 
• Não é devida quando a remoção do servidor ocorrer a pedido ou quando 
o afastamento do cargo se der em virtude de mandato eletivo; 
 
 
b) Diária 
 
Possui a finalidade de compensar despesas extraordinárias com pousada, 
alimentação e locomoção do servidor que se afastar da sede eventualmente, 
no interesse do serviço. 
 
• O valor será devido pela metade quando o afastamento não exigir pernoite 
ou quando a União custear de forma diversa; 
 
• Não é devida quando o deslocamento for inerente ao exercício do cargo; 
 
• Não é devida quando o deslocamento ocorrer dentro da mesma região 
metropolitana, salvo se houver pernoite fora da sede; 
 
• O servidor que receber e não se afastar, deve restituir integralmente no 
prazo de 5 dias; 
 
• Se houver retorno antecipado para a sede, o servidor deverá restituir as 
diárias recebidas em excesso; 
 
19 
 
c) Transporte 
 
Possui a finalidade de compensar despesas com meios próprios para a 
execução de serviços externos por força das atribuições do cargo. 
 
 
d) Auxílio-moradia 
 
Possui a finalidade de compensar despesas com moradia ou hospedagem 
aos servidores que tenham mudado o local de residência para ocupar cargo 
em comissão ou função de confiança de DAS 4, 5 e 6, Ministro de Estado ou 
equivalentes. 
 
• É devido no prazo de 1 mês após a comprovação da despesa; 
 
• Não será devido quando houver imóvel funcional disponível ou quando o 
cônjuge estiver ocupando-o ou quando o servidor for proprietário de 
imóvel no município ou tenha sido nos últimos 12 meses e quando o 
deslocamento for em decorrência de nomeação para cargo efetivo; 
 
• O valor do auxílio é limitado a 25% do cargo em comissão ou da função 
de confiança, não podendo superar 25% da remuneração de Ministro de 
Estado, ficando garantido o ressarcimento mínimo de R$ 1.800,00; 
 
• Em caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à 
disposição ou aquisição de imóvel, a indenização ainda será paga por 1 
mês; 
 
 
9.2. Gratificações e adicionais 
 
a) Função de confiança 
 
É a retribuição pecuniária devida ao servidor que desempenha função de 
direção, chefia ou assessoramento e equivalentes. 
 
• Não é mais possível a incorporação dessa vantagem à remuneração, 
recebendo a denominação de VPNI as vantagens que podiam ser 
incorporadas; 
 
 
b) Gratificação natalina 
 
É a vantagem equivalente ao 13º salário dos trabalhadores regidos pela CLT. 
 
• Cada mês de efetivo exercício corresponde a 1/12 da remuneração, 
considerando-se a fração maior ou igual a 15 dias como mês integral; 
 
• É paga até o dia 20 de dezembro de cada ano; 
 
20 
 
• O servidor exonerado recebe a gratificação natalina com base no mês da 
exoneração; 
 
• Não é considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária; 
 
 
c) Gratificação por encargo de curso ou concurso 
 
É a vantagem devida ao servidor que atuar como instrutor em curso de 
formação, participar de banca examinadora ou de logística de preparação de 
concurso público ou da aplicação das provas. 
 
• O valor será calculado em horas e incidirá sobre o maior vencimento básico 
da Administração Pública Federal, não podendo exceder a 120 horas 
anuais, salvo excepcionalidade devidamente justificada; 
 
ACRÉSCIMO ATIVIDADE 
1,2% 
- Logística de concurso 
- Aplicação das provas 
2,2% 
- Instrutor em curso de formação 
- Participação em banca examinadora 
 
• Essa gratificação não se incorpora à remuneração do servidor para qualquer 
efeito, não podendo ser utilizada como base de cálculo para qualquer outra 
vantagem; 
 
• A atividade desempenhada não pode interferir na jornada de trabalho, 
ressalvada a compensação se for o caso; 
 
 
d) Adicional de insalubridade 
 
É a vantagem devida ao servidor que trabalha com habitualidade em locais 
insalubres, em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas ou 
submetidos a risco de vida. 
 
• Não é possível a percepção de adicional de insalubridade e periculosidade, 
devendo o servidor optar por um deles; 
 
• Se a condição que deu causa à vantagem cessar, o adicional não será mais 
devido, sendo dispensável processo administrativo para tanto; 
 
• Deve haver controle permanente de atividades que ensejem o seu 
pagamento; 
 
• Em caso de servidora gestante ou lactante, deverá ser afastada das 
condições insalubres ou perigosas; 
 
• Adicional de penosidade é devido ao servidor que exerce suas atividades 
em zonas de fronteira ou em locais que as condições devida o justifiquem; 
 
21 
 
• Os servidores expostos a raio x ou substância equivalente serão 
submetidos a exames médicos a cada 6 meses; 
 
 
e) Adicional de serviço extraordinário 
 
É a vantagem devida ao servidor que excede sua jornada de trabalho diária. 
 
• O acréscimo é de 50% em relação à hora normal de trabalho; 
 
• É permitido apenas em situações excepcionais e temporárias, observando 
o limite máximo de 2 horas por jornada; 
 
 
f) Adicional noturno 
 
É a vantagem devida ao servidor que exerce suas atividades no horário 
compreendido entre 22h de um dia e 5h do dia seguinte. 
 
• O acréscimo é de 25% em relação à hora normal de trabalho, computando-
se cada hora como 52’30’’; 
 
• Caso o serviço extraordinário seja executado no horário noturno, o 
acréscimo incidirá cumulativamente; 
 
 
g) Adicional de férias 
 
É a vantagem devida quando da concessão de férias, independente de 
solicitação. 
 
• O acréscimo é de 1/3 da remuneração do período de férias, incidindo sobre 
a retribuição de função de confiança, se for o caso; 
 
 
10. FÉRIAS 
 
Período de afastamento remunerado do trabalho correspondente a 30 dias, 
podendo ser parcelado em até 3 etapas e acumulado em até 2 períodos. 
 
• Para o primeiro período aquisitivo, são necessários 12 meses de exercício; 
 
• O pagamento das férias será realizado até 2 dias antes do início do gozo; 
 
• Em caso de parcelamento, o recebimento será realizado no gozo do 1º período; 
 
• Não é permitido abater nas férias eventuais faltas ao serviço; 
 
• O servidor exonerado receberá de forma proporcional baseada no mês em que 
for publicada a exoneração, sendo considerado mês completo a fração superior 
a 14 dias; 
22 
 
 
• O servidor que opere com raio x fará jus a 20 dias de férias por semestre, sendo 
vedada a acumulação; 
 
• As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, 
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por 
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou 
entidade, devendo o restante do período ser gozado de uma só vez; 
 
 
11. LICENÇAS 
 
11.1. Por motivo de doença em pessoa da família 
 
Devida ao servidor em relação a parentes de até 2º grau ou de dependente 
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional. 
 
• Trata-se de ato vinculado, mas a concessão depende de comprovação por 
perícia médica oficial; 
 
• Será concedida somente quando estritamente necessária, ou seja, quando 
o servidor estiver impossibilitado de prestar auxílio concomitantemente 
com suas atividades ou mediante compensação de carga horária; 
 
• Logicamente, é vedada a prestação de qualquer atividade remunerada 
durante o período de gozo; 
 
Será admitida 1 concessão a cada 12 meses, observado: 
Até 60 dias Com remuneração 
Até 90 dias Sem remuneração 
 
• O período sem remuneração não é contado para nenhum efeito; 
 
 
11.2. Por motivo de afastamento do cônjuge 
 
Devida ao servidor que teve cônjuge deslocado no território nacional, para o 
exterior ou para exercício de mandato eletivo. 
 
• É concedida por prazo indeterminado, mas sem remuneração; 
 
• O período de gozo não é computado para nenhum efeito; 
 
• Poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade de qualquer dos 
Poderes, desde que seja em atividade compatível; 
 
 
 
 
 
23 
 
11.3. Para serviço militar 
 
Devida ao servidor convocado para o serviço militar, devendo observar o prazo 
de 30 dias (sem remuneração) para reassumir o cargo. 
 
• O período de gozo é computado como tempo de efetivo serviço; 
 
 
11.4. Para atividade política 
 
Devida ao servidor que se candidatar a cargo eletivo, durante a escolha em 
convenção partidária e a véspera do registro da candidatura perante a Justiça 
Eleitoral. 
 
• O período entre a escolha em convenção partidária e a véspera do registro 
da candidatura é sem remuneração e não é contado para nenhum efeito; 
 
• O período posterior ao registro da candidatura até o 10º dia após a eleição 
é com remuneração, mas somente 3 meses, no máximo, sendo contado 
apenas para aposentadoria e disponibilidade. Caso o período supere 3 
meses, a licença ainda será devida, mas sem remuneração; 
 
Escolha em convenção Registro da candidatura até o 10º dia após a eleição 
Sem remuneração Com remuneração (no máximo 3 meses) 
 
 
11.5. Para capacitação 
 
Devida ao servidor a cada 5 anos para participar de curso de capacitação 
profissional. 
 
• Possui prazo máximo de 3 meses; 
 
• É ato discricionário da Administração e não pode ser concedida ao servidor 
em estágio probatório; 
 
• O período de gozo é computado como tempo de efetivo serviço; 
 
 
11.6. Para tratar de interesses particulares 
 
Devida apenas ao servidor estável que quiser se afastar do serviço para tratar 
de assuntos particulares. 
 
• Possui prazo máximo de 3 anos consecutivos; 
 
• É ato discricionário da Administração e não pode ser concedida ao servidor 
em estágio probatório; 
 
• O período de gozo não é computado para nenhum efeito; 
 
24 
 
• Pode ser interrompida a qualquer momento, a pedido do servidor ou no 
interesse da Administração; 
 
 
11.7. Para desempenho de mandato classista 
 
Devida ao servidor eleito para cargo de direção representativa da categoria ou 
de gerência de sociedade constituída por servidores. 
 
• É devida sem remuneração; 
 
• Possui prazo de duração igual ao do mandato, podendo ser renovado em 
caso de reeleição; 
 
• Não pode ser concedida ao servidor em estágio probatório; 
 
• O tempo de gozo é contado para todos os efeitos, exceto para promoção; 
 
 
11.8. Para tratamento de saúde 
 
Devida ao servidor para tratar de sua saúde, com remuneração, podendo ser 
concedida de ofício ou a pedido, após perícia médica oficial. 
 
• Em caso de licença por período inferior a 15 dias, a perícia médica pode ser 
dispensada; 
 
• Em caso de licença superior a 120 dias num período de 12 meses, será 
necessária avaliação por junta médica oficial; 
 
• O prazo máximo de duração é 24 meses, sendo o servidor aposentado 
por invalidez se não estiver em condições de reassumir o cargo ou ser 
readaptado a outro; 
 
• O servidor será submetido a exames médicos periódicos; 
 
• Até o prazo de 24 meses, o período de gozo é contado para todos os 
efeitos. Acima disso, é contado apenas para aposentadoria e 
disponibilidade; 
 
 
11.9. Gestante, adotante e paternidade 
 
Devida ao servidor pelo prazo de 120 dias consecutivos, sem prejuízo da 
remuneração. 
 
• Possui início no 1º dia do 9º mês de gestação, salvo antecipação do parto; 
 
• Em caso de aborto ou natimorto, será devida no prazo de 30 dias, 
realizando-se exame médico para avaliar o retorno da servidora; 
 
25 
 
• O prazo pode ser prorrogado por + 60 dias, totalizando 180 dias, 
independentemente de ser gestante ou adotante ou da idade da criança, 
no último caso; 
 
• A licença paternidade possui prazo de 5 dias, podendo ser prorrogado por 
+ 15, após requerimento; 
 
• O período de gozo em todos os casos é contado para todos os efeitos; 
 
 
11.10. Por acidente em serviço 
 
Devida ao servidor que se acidentar em serviço, com recebimento integral 
da remuneração. 
 
• O dano pode ser físico ou mental; 
 
• Equipara-se a acidente em serviço a agressão sofrida (não provocada) no 
exercício do cargo e o ocorrido no percurso de casa para o trabalho; 
 
• O período de gozo em ambos os casos é contado para todos os efeitos; 
 
 
12. AFASTAMENTOS 
 
12.1. Para servir em outro órgão ou entidade 
 
É a cessão do servidor para órgão ou entidade da Administração Direta ou 
Indireta para o desempenho de cargo em comissão ou função de confiança. 
 
• O ônus da remuneração é para o órgão ou entidade cessionária (quem 
recebe); 
 
 
12.2. Para exercício de mandato eletivo 
 
É devido ao servidor eleito para cargoeletivo em qualquer das esferas. 
 
Federal, Estadual ou Distrital - Afasta-se do cargo; 
Municipal (prefeito) - Afasta-se do cargo e opta pela remuneração; 
Municipal (vereador) 
- Havendo compatibilidade de horário, pode 
exercer ambos os cargos; 
- Havendo incompatibilidade de horário, afasta-
se do cargo e opta pela remuneração; 
 
 
 
 
 
26 
 
12.3. Para estudo ou missão no exterior 
 
É devido pelo prazo máximo de 4 anos, dependendo de autorização do 
Presidente da República, dos órgãos do Poder Legislativo ou do STF, a 
depender do poder ao qual o servidor estiver vinculado. 
 
 
12.4. Para participação em programa de pós-graduação strictu sensu no País 
 
É devido ao servidor para realizar pós-graduação em instituição de ensino 
superior no País, desde que não possa ocorrer de forma simultânea ao 
exercício ou mediante compensação de horário. 
 
• É concedido com remuneração, entretanto, o servidor beneficiado deverá 
exercer suas atividades por período igual ao do afastamento, sob pena de 
ressarcir os gastos; 
 
 
13. CONCESSÕES 
 
13.1. Ausentar-se do serviço 
 
1 dia - Doação de sangue; 
2 dias - Alistamento ou recadastramento eleitoral; 
8 dias - Casamento ou Falecimento (cônjuge e parentes até o 2º grau); 
 
 
13.2. Horário especial 
 
• Para o servidor estudante, em caso de incompatibilidade de horário com o 
exercício do cargo, exigida a compensação de horário; 
 
• Para o servidor que atue como instrutor ou integre banca examinadora, 
exigida a compensação de horário no prazo de 1 ano; 
 
• Para o servidor portador de deficiência, após comprovação por junta 
médica, independente de compensação de horário; 
 
• Para o servidor que possuir cônjuge ou dependente deficientes, 
independente de compensação de horário; 
 
 
13.3. Matrícula em instituição de ensino congênere 
 
• Para o servidor que mudar de sede no interesse da Administração, é 
assegurada matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer 
época, independente de vaga, sendo estendido a cônjuge e filhos que 
vivam sob sua companhia; 
 
27 
 
14. REGIME DISCIPLINAR 
 
14.1. DEVERES 
 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de 
situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento 
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao 
conhecimento de outra autoridade competente para apuração; 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via 
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, 
assegurando-se ao representando ampla defesa. 
 
• A inobservância de qualquer dos deveres caracteriza infração funcional, 
sendo penalizada com advertência, salvo se justificar penalidade mais 
grave; 
 
 
14.2. PENALIDADES 
 
• A aplicação de penalidade decorre diretamente do poder disciplinar e 
indiretamente do poder hierárquico; 
 
• O poder disciplinar possui discricionariedade no que tange à sua gradação 
e não ao dever de punir; 
 
a) Advertência 
 
✓ Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização 
do chefe imediato; 
✓ Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição; 
✓ Recusar fé a documentos públicos; 
✓ Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo 
ou execução de serviço; 
28 
 
✓ Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição; 
✓ Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em 
lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de 
seu subordinado; 
✓ Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação 
profissional ou sindical, ou a partido político; 
✓ Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, 
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
✓ Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado; 
 
• Será aplicada sempre por escrito e, além das hipóteses elencadas, 
também poderá ser aplicada em caso de infração funcional que não 
justifique imposição de penalidade mais grave; 
 
 
b) Suspensão 
 
✓ Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, 
exceto em situações de emergência e transitórias; 
✓ Exercer qualquer atividade incompatível com o exercício do cargo ou 
função e com o horário de trabalho; 
✓ Reincidência em falta punível com advertência; 
 
• O prazo máximo é de 90 dias, sendo discricionária em relação ao 
quantum a ser aplicado; 
 
• No caso do servidor que se recusar de forma injustificada a ser 
submetido a inspeção médica, o prazo para a suspensão será de 15 dias, 
cessando automaticamente com o cumprimento da determinação; 
 
• O tempo de cumprimento da penalidade não é computado para 
qualquer efeito; 
 
• A penalidade pode ser convertida em multa, quando houver 
conveniência para o serviço, no valor de 50% por dia de vencimento ou 
remuneração, mas nunca a multa será aplicada isoladamente; 
 
 
c) Demissão 
 
✓ Crime contra a administração pública; 
✓ Abandono de cargo (mais de 30 dias consecutivos); 
✓ Inassiduidade habitual (60 dias no período de 12 meses); 
✓ Improbidade administrativa; 
✓ Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
✓ Insubordinação grave em serviço; 
29 
 
✓ Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima 
defesa própria ou de outrem; 
✓ Aplicação irregular de dinheiros públicos; 
✓ Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
✓ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
✓ Corrupção; 
✓ Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
✓ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública; 
✓ Participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário, participação nos 
conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a 
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou 
em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus 
membros e gozo de licença para o trato de interesses particulares; 
✓ Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, 
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de 
parentes até o 2º grau, e de cônjuge ou companheiro; 
✓ Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, 
em razão de suas atribuições; 
✓ Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
✓ Praticar usura sob qualquer de suas formas; 
✓ Proceder de forma desidiosa; 
✓ Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou 
atividades particulares; 
 
• Situações que, além de causar demissão, incompatibilizam o servidor 
para nova investidura em cargo público federal por 5 anos: 
 
✓ Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em 
detrimento da dignidade da função pública (carteirada); 
✓ Atuar, comoprocurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou 
assistenciais de parentes até o 2º grau, e de cônjuge ou companheiro 
(advocacia administrativa); 
 
• Situações que, além de causar demissão, impedem nova investidura a 
cargo público permanentemente: 
 
✓ Crime contra a administração pública; 
✓ Improbidade administrativa; 
✓ Aplicação irregular de dinheiros públicos; 
✓ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
✓ Corrupção; 
 
 
30 
 
• Em caso de demissão relativa a conduta que tenha causado dano ao 
erário, haverá indisponibilidade dos bens (automaticamente, com a 
notificação de instâncias responsáveis por movimentação do patrimônio 
do servidor) e ressarcimento ao erário (não ocorre automaticamente, 
dependendo de outras providências administrativas); 
 
 
d) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade 
 
• A cassação de aposentadoria é aplicada ao servidor que cometeu 
infração punida com demissão quando ainda em atividade; 
 
• A cassação da disponibilidade é aplicada ao servidor que cometer 
infração punida com demissão, independente de estar em atividade; 
 
 
e) Destituição de cargo em comissão 
 
• É aplicada ao servidor não ocupante de cargo efetivo que cometer 
infração punível com demissão ou suspensão; 
 
AUTORIDADE COMPETENTE PARA APLICAR AS PENALIDADES 
Demissão 
Cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade 
- Presidente da República 
- Presidente das Casas do Poder Legislativo 
- Presidente dos Tribunais Federais 
- Procurador-Geral da República 
Suspensão 
(superior a 30 dias) 
- Autoridades de hierarquia imediatamente inferior 
àquelas elencadas acima 
Advertência e Suspensão 
(até 30 dias) 
- Chefe da repartição ou autoridade prevista no 
respectivo regulamento ou regimento 
Destituição de cargo 
em comissão 
- Autoridade que fez a nomeação. 
 
 Prescrição 
Cancelamento do 
registro 
Advertência 180 dias 3 anos 
Suspensão 2 anos 5 anos 
Demissão e similares 5 anos - 
 
• O prazo da prescrição começa a correr a partir da data em que o fato se 
tornou conhecido; 
 
• A abertura de sindicância ou instauração de PAD suspende a prescrição; 
 
• Uma vez prescrita a penalidade, não pode ser constado o fato nos 
assentamentos funcionais do servidor – STF; 
 
 
31 
 
14.3. RESPONSABILIDADE 
 
1 Civil 
Em caso de dano causado ao erário ou a terceiros, por 
ato doloso ou culposo (responsabilidade subjetiva). 
2 Penal 
Em caso de prática de infração funcional tipificadas 
como crime ou contravenção. 
3 Administrativa 
Em caso de prática de infração funcional definida em 
legislação administrativa. 
 
a) Civil 
 
• Decorre de ato omissivo, comissivo, doloso ou culposo que gera dano 
patrimonial ao erário ou a terceiros; 
 
• É sempre subjetiva (dolo ou culpa); 
 
• No caso de dano ao erário, o processo de ressarcimento será executado 
por meio de desconto no contracheque, após comunicação prévia ao 
servidor, podendo ocorrer de forma parcelada; 
 
• Se o servidor não concordar com o desconto em folha, a Administração 
não poderá efetuar o ressarcimento, devendo propor ação judicial para 
essa finalidade – STF; 
 
• No caso de dano a terceiro, o processo de ressarcimento será por meio 
de ação regressiva em favor do Estado (imprescritível); 
 
• É apurada em Processo Judicial; 
 
 
b) Penal 
 
• O conceito de servidor público para fins penais é o mais abrangente 
possível; 
 
• É apurada em Processo Judicial; 
 
• O servidor faz jus ao auxílio-reclusão, sendo devido o valor de 2/3 da 
remuneração em caso de prisão em flagrante ou preventiva ou no valor 
de metade da remuneração em caso de sentença transitada em julgado 
que não determine a perda do cargo; 
 
 
c) Administrativa 
 
• As violações funcionais são apuradas pela própria Administração, 
sendo competência da autoridade administrativa a aplicação da 
respectiva penalidade; 
 
• É apurada em Processo Administrativo; 
 
32 
 
• Os atos de improbidade administrativa, apesar do nome, são julgados 
em Processo Judicial (responsabilidade civil); 
 
 
d) Comunicação entre as instâncias 
 
• As sanções civis, penais e administrativas são independentes e podem 
ser cumuladas; 
 
• Em caso de condenação na esfera penal, haverá condenação também 
nas demais esferas; 
 
• Em caso de absolvição na esfera penal (negativa de autoria ou 
inexistência do fato), também não haverá condenação nas demais 
esferas; 
 
• Em caso de absolvição na esfera penal por qualquer outro motivo, as 
demais esferas ficam livres para proceder à responsabilização do 
servidor de forma autônoma; 
 
• Ainda que a esfera penal absolva o servidor por negativa de autoria ou 
inexistência do fato, em caso de conduta residual não apreciada pelo 
Judiciário, a Administração poderá responsabilizar o servidor civil ou 
administrativamente – STF; 
 
 
15. SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
 
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a 
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo 
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. 
 
• A apuração pode ser promovida por autoridade ou órgão diverso do qual 
ocorreu a irregularidade, mediante delegação específica permanente ou 
temporária das respectivas autoridades competentes; 
 
• As denúncias deverão ser feitas por escrito e conter identificação e endereço do 
denunciante, mediante confirmação da autenticidade; 
 
• Independente do mecanismo de apuração utilizado, deve ser garantido o direito 
à ampla defesa; 
 
15.1. SINDICÂNCIA 
 
Utilizada para apuração de infrações leves, que ensejam aplicação de 
advertência ou suspensão de até 30 dias. 
 
• O prazo para conclusão é de 30 dias, prorrogável uma vez por igual 
período; 
 
33 
 
• Pode resultar em arquivamento, advertência, suspensão de até 30 dias ou 
instauração de PAD (neste último caso, possui natureza inquisitorial, não 
precisando assegurar o contraditório e a ampla defesa ao servidor, visto 
que não resulta em sanção); 
 
• Se for verificado no decorrer da sindicância que a infração é apurada 
mediante PAD, deverá integrar este como peça informativa de instrução; 
 
• Caso seja verificado na sindicância que a infração também constitui ilícito 
penal, a autoridade encaminhará cópia dos autos ao MP, independente de 
imediata instauração de PAD; 
 
 
15.2. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PAD 
 
Utilizado para apuração de infrações graves, que ensejam aplicação de 
suspensão superior a 30 dias, demissão e suas similares. 
 
• É conduzido por comissão proposta por 3 servidores estáveis, não 
necessariamente lotados no mesmo órgão do indiciado; 
 
• A escolaridade só é relevante para o presidente da comissão, que deverá 
ser de grau superior ou igual ao do indiciado; 
 
• É possível o afastamento preventivo do servidor de suas atividades, sem 
prejuízo da remuneração, por até 60 dias, com a finalidade de evitar 
interferência na apuração dos fatos; 
 
• O servidor que estiver respondendo a PAD só poderá ser exonerado a 
pedido ou aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o 
eventual cumprimento da pena; 
 
• É possível a instauração de PAD com base em denúncia anônima, tendo 
em vista o dever de aplicação da autotutela da Administração – STJ; 
 
FASES DO PAD 
1 Instauração 
Ocorre com o ato de publicação (portaria) designando a 
comissão para condução. 
2 Inquérito 
Instrução 
Depoimentos, investigações e diligências 
para esclarecimento dos fatos. 
Defesa 
Após ser indiciado, o servidor será citado 
para apresentar defesa no prazo de 10 dias. 
Relatório 
Deverá ser minucioso e conclusivo, ou seja, 
com manifestação de opinião. 
3 Julgamento 
Realizado para autoridade competente, que dispõe do 
prazo de 20 dias, contados do recebimento do processo. 
 
• O prazopara conclusão do PAD é de 60 dias, contados da data da 
publicação da portaria, prorrogável uma vez por igual período; 
 
34 
 
• Além do prazo de 60 dias, a autoridade julgadora dispõe de 20 dias para 
proferir decisão, podendo chegar a 140 dias no total (60+60+20); 
 
• O PAD julgado fora do prazo legal não implica sua nulidade; 
 
• Não há obrigatoriedade de designação de advogado no processo 
administrativo – STF; 
 
• Havendo dois ou mais servidores indiciados, o prazo para apresentação 
de defesa será comum para todos, de 20 dias; 
 
• O prazo da defesa é prorrogável a critério do presidente da comissão; 
 
• Se o servidor não apresentar defesa no PAD, será considerado revel, 
entretanto não implica sua confissão, devendo a autoridade instauradora 
do PAD nomear um defensor dativo; 
 
• A autoridade julgadora não fica vinculada às conclusões do relatório, 
podendo adotar solução diversa, mas sempre de forma motivada; 
 
• Em caso de constatação de vício insanável no PAD, o processo será 
declarado nulo pela autoridade julgadora, sendo ordenada a constituição 
de outra comissão para novo processo; 
 
• A revisão do processo pode ocorrer de ofício ou a pedido, a qualquer 
tempo, entretanto será cabível somente quando surgirem novos elementos 
e houver possibilidade de abrandamento da sanção; 
 
• O requerimento de revisão do PAD deve ser dirigido ao Ministro de Estado 
ou autoridade equivalente, que, em caso de julgar procedente o pedido, 
encaminhará ao dirigente do órgão em que o processo se originou; 
 
• Será formada uma comissão revisora, que dispõe de 60 dias 
improrrogáveis para a conclusão dos trabalhos e remeter o processo à 
mesma autoridade julgadora que aplicou a penalidade, devendo decidir em 
20 dias; 
 
• Se a autoridade julgar procedente, a penalidade será declarada sem efeito 
e o servidor terá seus direitos restabelecidos, salvo quando se tratar de 
cargo em comissão, sendo convertida em exoneração; 
 
• Durante o PAD, o ônus da prova cabe à Administração, diferentemente do 
processo de revisão, que cabe ao requerente; 
 
 
15.3. PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
 
É um mecanismo de apuração utilizado para determinadas infrações que 
ensejam a penalidade de demissão. 
 
• É conduzido por comissão proposta por 2 servidores estáveis, que 
indicarão a autoria e materialidade da transgressão a ser apurada; 
 
35 
 
• As infrações apuradas sob o rito sumário são as seguintes: acumulação 
ilícita de cargos públicos, abandono de cargo (ausência injustificada por 
mais de 30 dias consecutivos) e inassiduidade habitual (60 dias 
intercalados ou não num período de 12 meses); 
 
• No caso de acumulação ilegal, o servidor será notificado antes da 
instauração do procedimento, para possibilitá-lo optar por um dos cargos 
no prazo de 10 dias improrrogáveis e, uma vez realizada a opção, estará 
caracterizada sua boa-fé, ocasionando apenas a exoneração do outro 
cargo; 
 
• Ultrapassada a etapa de defesa e comprovada má-fé do servidor, este será 
demitido de ambos os cargos; 
 
• O prazo para conclusão é de 30 dias, contados da data da publicação da 
portaria, prorrogável uma vez por até 15 dias; 
 
FASES DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
1 Instauração 
Ocorre com o ato de publicação (portaria) designando a 
comissão para condução. 
2 
Instrução 
Sumária 
Indiciação 
Depoimentos, investigações e diligências 
para esclarecimento dos fatos. 
Defesa 
Após ser indiciado, o servidor será citado 
para apresentar defesa no prazo de 5 dias. 
Relatório 
Deverá ser minucioso e conclusivo, ou seja, 
com manifestação de opinião. 
3 Julgamento 
Realizado para autoridade competente, que dispõe do 
prazo de 5 dias, contados do recebimento do processo. 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE OS MECANISMOS DE APURAÇÃO 
SINDICÂNCIA PAD PROCESSO SUMÁRIO 
Comissão de sindicância Comissão de Inquérito 
- 3 servidores estáveis 2 servidores estáveis 
Prazo 30+30 Prazo 60+60 Prazo 30+15 
Advertência 
Suspensão até 30 dias 
Demissão e similares 
Suspensão acima de 
30 dias 
Acúmulo de cargos 
Abandono de cargo 
Inassiduidade habitual 
 Defesa em 10 dias Defesa em 5 dias 
 Julgamento em 20 dias Julgamento em 5 dias

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