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2º Bimestre - Unidade 2.3 Plano de Marketing e Plano Financeiro Empreendedorismo Patrícia Bellotti e Renata Rothenbuhler B447 Bellotti, Patricia. Empreendedorismo/ Patrícia Bellotti, Renata Rothenbuhler. - Curitiba: UTP, 2013. 112 p. ISBN 978-85-7968-055-7 ISBN 978-85-7968-054-0 - Disponível em: http://ead.utp.edu.br 1. Empreendedorismo. 2. Processo empreendedor. 3. Revolução do empreendedorismo. I. Tothenbuhler, Renata. II. Título. CDD – 658.421 Material de uso didático. Reitoria Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitoria de Planejamento e Avaliação Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitoria Administrativa Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitoria Acadêmica Carmen Luiza da Silva Divisão Acadêmica Marlei Gomes da Silva Malinoski Divisão Pedagógica Analuce Barbosa Coelho Medeiros Margaret Maria Schroeder Divisão Tecnológica Flávio Taniguchi Haydée Silva Guibor Neilor Pereira Stockler Junior Projeto Gráfico Neilor Pereira Stockler Junior Editoração Eletrônica Haydée Silva Guibor Todos os direitos desta edição reservados à Universidade Tuiuti do Paraná. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida e transmitida sem prévia autorização. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca “Sydnei Antonio Rangel Santos” Universidade Tuiuti do Paraná 3 NOTAS SOBRE AS AUTORAS Patrícia Bellotti Graduação em Ciências Econômicas pela UPF/RS, Especialista em Didática do Ensino Superior - PUC/PR; Pós-Graduada em Planejamento e Gerenciamento Estratégico pela PUC/PR e Mestrado em Educação- PUC/PR . Atualmente é Professora da UTP e Bagozzi , Professora de Pós Graduação pelo IBPEX. Tem experiência nas áreas de Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas, Planejamento e Gerenciamento Estratégico e Empreendedorismo. Consultora e Palestrante nas áreas : Gestão de Negócios e de Pessoas. Renata Rothenbühler Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Metodista de Piracicaba (1981), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006). Atualmente é professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná. Tem experiência em fisioterapia ortopédica e traumatológica e na área de Engenharia de Produção, com ênfase em empreendedorismo e gestão em saúde. Participa do projeto interdisciplinar promoção humana em saúde. 4 ORIENTAÇÃO PARA LEITURA Citação Referencial Destaque Dica do Professor Explicação do Professor Material On-Line Para Reflexão 5 APRESENTAÇÃO Educação a Distância Instrumentalizando e Otimizando a Extensão A educação a distância, EAD tem sido tema da agenda de inúmeras organizações (acadêmicas, sociais e políticas), em virtude do seu impacto em todas as dimensões do homem moderno. Bem mais do que meras discussões em relação à importância, aos desafios e a própria história do tema, iniciativas concretas e projetos com abrangência internacional, nacional, regional e local estão sendo executada. Desta forma a EAD deixa de ser apenas um tópico nas discussões para adquirir forma e consistência no cenário em foco em crescimento exponencial. O crescimento da EAD na extensão se faz mais forte graças ao e-learning, o qual conta com o apoio das redes de comunicação, em especial, a internet, que está a alavancar, a desenvolver e transformar o modelo educacional vigente a desafiar professores, técnicos e alunos a desempenharem novos papéis diante das necessidades de uma prática pedagógica, a qual se encontra em fase de descoberta e de estruturação. A operacionalização da EAD na extensão tem sido observada em todo o mundo em especial no Brasil, principalmente nos cursos de Extensão Universitária os quais são voltados, preferencialmente, para os acadêmicos de qualquer curso de graduação que queiram aprofundar os conhecimentos já adquiridos em sala de aula ou, que desejam ampliar seu foco de estudos, possibilitando assim, uma aproximação maior com o cenário profissional futuro, além de contribuir para aquisição de novos conhecimentos. A EAD na extensão pode ser usada pela Instituição para atender percentual exigido pelo currículo no tocante a questão Atividade Complementar. No referente à educação continuada ela visa capacitar pessoas e atender as exigências do mercado de massa crítica qualificada. Além destes aspectos positivos a EAD aplicada à extensão apresenta inúmeras vantagens, entre estas se nomina: o fomento da educação continuada, o novo conceito de sala de aula, de professor e de aluno, a perspectiva política e social desta modalidade educativa, uma vez que além de democratizar o 6 acesso ao mundo do ensino, capacita o trabalhador, permitindo- lhe que se mantenha ou adentre no mercado de trabalho. Destaca-se ainda, a flexibilidade da legislação no tocante à sua execução, vez que pode ser executada,sem o preconizado pelas Portarias e Decretos Regulatórios tais como o Decreto 5622, e a Portaria 2/2007, editada pelo Ministério da Educação, a qual segundo o próprio Secretário é muito restritiva no que concerne à criação dos polos e a exigência de avaliações presenciais. Estas vantagens talvez sejam responsáveis pela proliferação de cursos de extensão na modalidade de educação a distância, capacitando recursos humanos, investindo em novas tecnologias e pesquisas que, certamente, proporcionarão à comunidade uma participação ativa no processo, ocupando oportunidades de trabalho e adquirindo condições para formação continuada e aprendizado por toda vida. No entanto, é preciso destacar que, para que os cursos de extensão na modalidade EAD tenham o sucesso esperado, é necessário que a Instituição alie a vontade política à pedagógica, ou que implica que a Instituição assegure uma infraestrutura tecnológica, pedagógica e administrativa de qualidade; é necessário que haja um bom gestor deste sistema, com competência para assegurar que a integração do ensino com a pesquisa e com a extensão seja mediada pelas tecnologias de comunicação e de informação; é preciso que haja um Planejamento Estratégico que unifique os demais tipos de planejamento e garanta a participação de todos, bem como um fluxo comunicacional multidirecional de qualidade. A EAD deve oportunizar a reescrita da história institucional e a manutenção de sua memória, além de possibilitar o fomento do e-learning na instituição, o qual possibilitará por sua vez a abertura de novas parcerias com empresas e serviços regionais, nacionais e internacionais. Pelo exposto pode se constatar que a educação a distância representa indiscutivelmente um dos temas atuais da sociedade globalizada, sendo objeto de interesse da empresa, do Estado e alvo de incentivos materiais e financeiros para projetos inovadores, os quais por sua vez representam excelentes oportunidades de trabalho e aprendizado. Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão 7 SUMÁRIO Unidade 2.3 INTRODUÇÃO AO ESTUDO ........................................................ OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................ PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................... CONCEITUAÇÃO DO TEMA ........................................................ Plano de Marketing e Plano Financeiro ........................................ Plano de marketing ....................................................................... Implantação de um Plano de Marketing ........................................ Sistema de informação em Marketing ........................................... Comportamento do Consumidor ................................................... Público Alvo ou Target ................................................................... Segmentação de mercado ............................................................Mix de Marketing ........................................................................... Plano financeiro ............................................................................ SISTEMATIZANDO ....................................................................... REFLEXÕES SOBRE O TEMA .................................................... REFERÊNCIAS ............................................................................. 8 9 10 11 11 11 13 14 14 15 15 16 19 24 25 26 8 INTRODUÇÃO AO ESTUDO Os empreendedores através de seus produtos/serviços precisam usar uma visão de mundo de marketing e finanças se quiserem ser bem sucedidos. Os planos de marketing e financeiro fornecem ferramentas necessárias para responder as questões críticas para empresas em crescimento. 9 OBJETIVOS DO ESTUDO Conduzir o acadêmico aos conceitos básicos de um plano de marketing e de um plano financeiro como embasamento para elaboração de um plano de negócios. 10 PROBLEMATIZAÇÃO Existem negócios similares em diferentes países, com propósitos e impactos parecidos na sociedade. Por que conhecer o plano de marketing e o plano financeiro no contexto do plano de negócios? 11 CONCEITUAÇÃO DO TEMA Plano de Marketing e Plano Financeiro Plano de Marketing O conceito de marketing encontra-se, ainda hoje, muito desfocado. Está associado à venda de produtos ou à propaganda e publicidade. Alguns acreditam tratar-se de um modo de fazer as pessoas comprar o que não precisam, com um dinheiro que não têm. A origem do Marketing encontra-se, indiscutivelmente, nos EUA. A sua difusão pelo mundo foi relativamente lenta. Mesmo na Europa, o marketing só começou a ser aceito após a Segunda Guerra Mundial. A definição de marketing por Kotler (2000), verdadeiro guru no assunto: “Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores.” Assim, marketing é o processo de planejamento para acompanhar as oscilações do mercado, um novo concorrente, uma alta de preços, uma nova moda, criando trocas que satisfaçam os objetivos dos indivíduos e das organizações. Tornou-se uma forma difundida e influente em todos os setores da economia com a intenção de entender e atender o mercado. Não se sabe até que ponto a globalização abriu portas para o marketing e até que ponto o marketing interferiu nas trocas comerciais. O marketing tornou-se um grande incentivador de 12 abertura de novos mercados de investimentos e consumo, antes aprisionado em regiões específicas de países desenvolvidos. Uma das peças mais fundamentais do mercado em todo mundo é a criatividade e o investimento em inovação de serviços, velocidade de serviço e alto nível de soluções de problemas... e isto é uma exigência em todo planeta. O grande desafio é o marketing ter uma visão global de mercado, mas ao mesmo tempo ter a capacidade de atender segmentos de mercado como forma de alcançar sucesso em produção, vendas e vantagem competitiva. Cada empresa adota estratégias para conseguir colocar no mercado seus produtos/serviços. O planejamento estratégico indicará a melhor forma de agir diante do mercado e dos clientes. A seguir veremos estas variadas estratégias: • Orientação para a produção É um dos conceitos mais antigos nas relações comerciais. Ela sustenta que os consumidores dão preferência a produtos/ serviços fáceis de encontrar e de baixo custo. Exemplificando: alguns profissionais de saúde acreditam que o simples fato de oferecerem seus serviços por um preço acessível (via serviço público) fará com que estes fiquem satisfeitos com os serviços e estejam dispostos a esperar até que possam ser atendidos. Na realidade os clientes estão insatisfeitos, na primeira oportunidade buscam por um plano de saúde ou uma consulta particular. • Orientação para o produto A orientação de produto sustenta que os consumidores dão preferência a produtos que oferecem qualidade e desempenho superiores ou que têm características inovadoras, caso de amor com seu produto. Exemplificando: alguns fabricantes de máquinas de escrever demoraram a assimilar a ideia de que seus clientes desejavam computadores. Acreditavam que os clientes preferiam máquinas mais simples de serem manuseadas. 13 • Orientação para as vendas Parte do princípio que os consumidores e as empresas, por vontade própria, normalmente não compram os produtos da organização em quantidade suficiente. As empresas não estão preocupadas com as necessidades dos clientes, mas sim com a sua própria satisfação. • Orientação para o marketing A orientação de marketing surgiu em meados da década de 1950. Aqui, em vez de “fazer e vender”, voltada para o produto, procuram inteirar-se do que seus clientes desejam e oferecem exatamente o que eles querem. Fazem isto antes de seus concorrentes e de forma que os seus produtos/serviços se tornem diferentes e atrativos para os clientes. Objetivos do Plano de Marketing → Refletir sobre os princípios de marketing centrado no compromisso com o cliente em ambientes competitivos. → Estudar os principais itens que compõem a elaboração do Plano de Marketing. Implantação de um Plano de Marketing Para a implantação de um Plano de Marketing é necessário elaborar a análise do ambiente de marketing, composta de várias etapas, segundo Kotler (2000): • Variáveis Econômicas: são considerados os fatores econômicos que envolvem o mercado em estudo. A interferência da economia no comprometimento do mercado onde a organização atua ou pretende atuar. • Variáveis demográficas: é importante monitorar a população, pois as pessoas representam mercado. Por exemplo: distribuição etária, níveis educacionais, faixa etária, etc. • Variáveis culturais: grau em que a cultura de um mercado pode comprometer a aceitação de um determinado produto ou serviço. 14 • Variáveis tecnológicas: as constantes inovações fazem com que os produtos se tornem obsoletos rapidamente. • Variáveis político–legais: as mudanças no ambiente político que ocorrem constantemente e das leis, principalmente do Brasil. Sistema de informação em Marketing O sistema de informações fomentará os responsáveis pelo marketing com informações para que sejam tomadas decisões baseadas na realidade do mercado. Faz parte de uma atividade de Análise de Mercado. Segundo Kotler (2000), o sistema de informações de marketing compõe-se de pessoas, equipamentos e procedimentos para coletar, selecionar, analisar, avaliar e distribuir informações que sejam necessárias, oportunas e precisas para os tomadores de decisões. Comportamento do Consumidor Segundo Kotler e Keller (2006), alguns fatores influenciam o comportamento do consumidor: • Fatores culturais: são os fatores que exercem a mais ampla e profunda influência sobre os consumidores. Encontram-se divididos em cultura, subcultura e classes sociais. • Fatores sociais: são os grupos de referência, família, papéis e posições sociais que acabam por influenciar o comportamento de compra. • Fatores pessoais: dizem respeito às características particulares das pessoas, ou seja, momentos e vivências pelas quais um indivíduo está passando, os quais acabam por interferir nos seus hábitos e nas suas decisões de compra. kotler (1998) cita cinco elementos: idade e estágio do ciclo da vida, ocupação, condições econômicas, estilo de vida e personalidade. • Fatores psicológicos: para que o consumidor tome a decisão de compra é preciso que na sua mente se desenvolvam: 15 exigência de uma necessidade, consciência desta necessidade, conhecimento do objeto que a pode satisfazer, desejo de satisfazê-la e decisão por determinado produto. Fatores que influenciam as escolhas dos consumidores: motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes. KOTLER(1998). Público Alvo ou Target É o foc o das ações do marketing. É o conjunto de pessoasque possuem as mesmas características ou interesses. Para caracterizar os diferentes públicos podemos utilizar vários padrões como, por exemplo, idade, sexo, nível econômico, estrato social, interesses, entre outras. O público-alvo é a tradução do termo utilizando no marketing, “target”. Segmentação de mercado As pessoas são diferentes e pensam diferentemente no que diz respeito a sua forma de comprar e aos produtos e serviços que costumam adquirir. Exemplificando: as mulheres são diferentes dos homens quando compram roupas. Enquanto os homens costumam observar e comprar o que lhes parecem bonito, as mulheres preferem provar e tocar os produtos. Variáveis para a segmentação de mercado: • Critérios demográficos: critérios mais utilizados → sexo, idade, nacionalidade. • Critérios geográficos: critérios mais utilizados → residência, litoral/interior, zona urbana/rural, localização. • Critérios sócio-demográficos: critérios mais utilizados → educação, classe social, profissão, rendimento, dimensão do agregado familiar. • Critérios comportamentais: os comportamentos são aqui selecionados nomeadamente → gostos pessoais, sensibilidade ao preço, sensibilidade à qualidade. • Critérios psicográficos: são definidas as variáveis como→ personalidade, estilo de vida e valores morais. 16 Mix de Marketing O mix de marketing, também conhecido como composto de marketing ou 4P’s, é o conjunto de ferramentas que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado- alvo. Essas ferramentas são classificadas em quatro grupos amplos, os 4P’s de marketing: produto, preço, praça (ou canal) e promoção (ou comunicação). Esses termos vêm do inglês “product, price, place and promotion”. (Kotler, 2001) • Produtos Produtos são o conjunto de atributos, funções e benefícios que os clientes compram. Primeiramente, eles podem consistir de atributos tangíveis (físicos) ou intangíveis, como aqueles associados aos serviços, ou uma combinação de tangíveis e intangíveis. (Griffin, 2001, p.228). As estratégias são necessárias para se administrar produtos existentes durante algum tempo, adicionar novos e retirar produtos que não vendem. As decisões estratégicas também devem ser feitas com relação à marca, embalagem e outras características do produto, como garantia. Quando se criam produtos, cinco níveis devem ser observados. São eles: 1. Benefício-núcleo: é um benefício fundamental que o consumidor está comprando. 2. Produto básico: é aquele que o consumidor compra. Aqui são definidos os benefícios básicos dos produtos. 3. Produto real ou esperado: apresenta cinco particularidades → nível de qualidade, características, design, marca e embalagem. É um conjunto de atribuições que os consumidores geralmente esperam. 4. Produto ampliado: oferecem-se serviços e benefícios adicionais. 5. Produto potencial: é constituído por todas as ampliações e modificações que esses produtos podem sofrer no futuro. É a provável evolução do produto. 17 • Preço As estratégias necessárias referem-se à flexibilidade de preço, itens relacionados dentro de uma linha de produto, termos de venda e possíveis descontos. Além disso, as estratégias de preço para se entrar em um mercado, especialmente com um produto novo, devem ser desenvolvidas. Dentro do composto de marketing, o preço desempenha quatro papéis importantes: 1. Se a compra será feita e, caso seja, quanto os consumidores comprarão; 2. Se a comercialização do produto será suficientemente lucrativa; 3. Se o preço é flexível e pode ser mudado com facilidade. Os profissionais de marketing precisam estar atentos para utilizar a estratégia de pricing correta, evitando problemas. 4. O preço é quem gera a demanda e não o contrário. Se o preço do produto é baixo, geralmente, as estratégias necessárias referem-se à flexibilidade de preço, itens relacionados dentro de uma linha de produto, termos de venda e possíveis descontos. Além disso, as estratégias de preço para se entrar em um mercado, especialmente com um produto novo, devem ser desenvolvidas. São várias as formas de distribuição. Dentre as principais estão: • Distribuição direta: ocorre quando o produtor do serviço ou produto vende diretamente ao consumidor. Exemplo: algumas empresas utilizam-se das chamadas “lojas da fábrica”, nas quais fabricantes de produtos vendem diretamente aos consumidores. Também podemos citar os prestadores de serviços que executam, eles mesmos, o serviço para o consumidor, como os dentistas e os cabeleireiros. 18 • Distribuição indireta: ocorre quando os distribuidores levam o produto ou serviço até o consumidor. Exemplo: quase a totalidade dos produtos encontrados nos supermercados não é fabricada por eles. Os supermercados são intermediários entre o fabricante e o consumidor, a demanda é mais alta e vice-versa. • Praça (distribuição) Para tornar seus produtos ou serviços disponíveis ao público alvo, cada empresa deve estudar o mercado e definir como atingi-lo, da melhor maneira possível e ao menor custo possível. Cada produto possui características próprias que levam que sua distribuição e disponibilização sejam dadas através de um formato mais apropriado, variando conforme as estratégias de cada empresa. (Kotler, 2003) • Promoção As estratégias são necessárias para se combinar métodos individuais, como publicidade, venda pessoal e promoção de vendas em uma campanha coordenada. Além disso, as estratégias promocionais devem ser ajustadas quando um produto se move dos estágios iniciais de vida para os finais. As decisões estratégicas também devem ser tomadas com relação a cada método individual de promoção. As comunicações em produtos e serviços (propaganda) é um item que está inserido na promoção e juntas desem- penham papel fundamental na criação de valor para o cliente. A propaganda se torna importante porque informa os clientes sobre os produtos e ativa a necessidade de comprá-los. É a gestão da expectativa do cliente. Vale ressaltar que a propaganda influencia na escolha do consumidor, pois, além de transmitir informações sobre os produtos, oferece também informações sobre a empresa. A propaganda é necessária porque tem a capacidade de informar 19 um grande número de clientes ao mesmo tempo. É importante, também, pois ajuda o consumidor a criar ou aumentar a percepção dos atributos dos produtos e dos pontos fortes da empresa. O Plano de Marketing é uma ferramenta de gestão fundamental para a empresa moderna. Deve ser regularmente utilizado e atualizado, pois permite analisar o mercado, adaptando- se às suas constantes mudanças e identificando tendências. As empresas são obrigadas a repensar continuamente sua forma de atuação. Por meio dele pode definir resultados a serem alcançados e formular ações para atingir competitividade. Plano financeiro Por ocasião da abertura de um novo negócio é fundamental que o empreendedor faça uma análise acerca da real viabilidade econômico-financeira do negócio que pretende constituir. Entretanto, a maioria dos empreendedores acaba não cumprindo esta etapa pré-operacional que é de grande relevância, podendo ter como consequência a mortalidade do negócio. O plano financeiro pode desempenhar um importante papel junto ao empreendedor, fornecendo-lhe informações e ferramentas para subsidiar a estruturação do seu plano de negócios e, consequentemente, facilitar a análise da viabilidade econômico- financeira de constituição de uma nova empresa e/ou negócio. Conforme pesquisa do Sebrae-SP (2008, p.19): • 27% das empresas fecham no primeiro ano; • 38% encerram suas atividades até o segundo ano; • 46% fecham antes do terceiro ano; • 50% não concluem o quarto ano; • 62% fecham até o quinto ano; e • 64% encerram suas atividades antes de completar seis anos de atividade. Grande parte das dificuldades apresentadas por estas empresas que não se mantém pode ser solucionada por 20 gestores que possuem conhecimentosuficiente das ferramentas gerenciais. Objetivos do Plano Financeiro 1. Refletir sobre a importância do Plano de Negócios como ferramenta para sistematizar e organizar o processo de cria- ção de negócios. 2. Estudar os principais itens que compõem o Plano Financeiro. Elaborar um Plano de Negócios de maneira estruturada e através das técnicas adequadas, é primordial para o sucesso e continuidade do negócio. O plano financeiro é de extrema importância para abertura de um negócio, por muitos aspectos e conceitos contidos que são desconhecidos dos empreendedores, por requererem estudo mais aprofundado sobre sua aplicação e resultados. O plano de negócios, assim chamado por derivar-se da tradução e do modelo americano business plan, de acordo com Nagakawa (2011, p. 39), apesar da notoriedade recente no Brasil, teve destaque nos Estados Unidos ainda na década de 1960, quando o assunto planejamento estratégico tornou-se imprescindível para as empresas norte-americanas. Segundo Arantes (2011, p. 53), no Brasil, pode-se dizer que a elaboração do Plano de Negócios começou a ser utilizado com o processo de globalização da economia, que ocorreu de forma mais perceptível com a abertura desta, fato este sentido a partir da década de 1990. Tendo aderência inicialmente a partir de um segmento específico da economia, conforme cita Dornelas (2005, p. 93), foi justamente o setor de software que começou a popularizar o uso do plano de negócios com os empreendedores brasileiros, por meio do Programa Softex, de incentivo à exportação de software nacional, criado no início da década de 1990. Os estudos e conhecimentos do plano financeiro são fundamentais para elaboração do plano de negócios, pois na visão de Horngren (1985) o estudo da estrutura financeira 21 ajuda a entender o ponto de vista daqueles que estão sujeitos às medidas contábeis de desempenho e que muitas vezes dependem de dados contábeis para orientar-se nas suas decisões e, segundo Degen (1989), é importante que a análise financeira seja clara e objetiva, através de dados e da própria descrição do negócio, para não surgir dúvidas capazes de inutilizar o plano de negócio. O Plano Financeiro é composto por etapas, a saber: 1. Previsão de vendas e custos de produtos/serviços: são as vendas e custos de produtos/serviços que se estima sejam realizadas mensalmente. Pesquise os preços de mercado/ custos consultando os concorrentes e fornecedores. Nos negócios que envolvam grande número de produtos/serviços diferenciados, separe por grupos de produtos/serviços. 2. Prazos de vendas/ compras/ estoque: são alguns dos dados necessários para o calculo do capital de giro, que é a necessidade de caixa. Esses dados são obtidos por meio de pesquisa entre os concorrentes e fornecedores. 3. Investimento fixo: é o montante de recursos necessários à implantação de toda a infraestrutura física do projeto. 4. Mão de obra: estabelece toda a necessidade de profissionais por cargo/função, quantidade e valor a ser pago. 5. Sazonalidade: é a variação, para cima ou para baixo, das vendas da empresa. Considera a capacidade de atendimento, capacidade de produção da empresa, na previsão dos índices. 6. Aspectos legais e tributários: é o cumprimento por parte da empresa da legislação no que se refere a impostos, taxas, alvarás e normas relativas à atividade de sua empresa. É preciso saber: há legislação específica a ser seguida neste ramo? Há regulamentos ou normativas oficiais a atender (vigilância sanitária, concessões específicas, normas técnicas)? Há possibilidade de enquadramentos privilegiados (simples federal, Reg. ICMS)? 7. Custos fixos: são todos os custos que ocorrem independentemente da quantidade de vendas/ produção. 22 8. Custos variáveis: são todos os custos que têm relação direta com as vendas, ou seja, quando ocorre a venda do produto, estes custos incidem sobre a operação. 9. Orçamento de receitas e despesas: - Receita total (venda à vista, venda a prazo) - Custos variáveis totais (custo dos produtos, impostos federal e estadual, ICMS. PIS, COFINS, Contribuição Social, Comissão de vendas, ISS, Imposto de Renda Presumido, IPI,...) - Margem de contribuição - Custos Fixos Totais - Resultado operacional - Resultado após o lucro - Imposto de renda pessoa jurídica. 10. Previsão anual: receita total, custos variáveis totais, margem de contribuição, custos fixos totais, resultado após contribuição. 11. Avaliação econômica financeira: - Investimento inicial: é a soma do investimento fixo + necessidade de capital de giro - Rentabilidade: é o percentual que representa o quanto rende mensalmente o investimento total. - Lucratividade: é o percentual que representa o lucro líquido mensal. - Retorno do investimento: representa quantos meses a empresa levará para pagar o investimento realizado. - Capacidade de pagamento: é a capacidade máxima que a empresa possui para fazer frente a amortização de empréstimos. É o resultado + a depreciação. 12. Ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio demonstra a venda mínima que a empresa deve alcançar. - Quantidade mínima a ser vendida - Preço mínimo 13. Parecer: é conclusão decorrente do presente estudo considerando o dados do plano de negócios. Diante do exposto nesta unidade, podemos concluir que o plano de marketing e o plano financeiro propõem a adoção de mecanismos que irão transformar as ideias em excelentes 23 oportunidades de negócios. O propósito destes planos reside em apontar caminhos trilháveis em ambientes competitivos, onde empreendedores e clientes se beneficiem. 24 O plano de marketing e plano financeiro contribuem para o sucesso do plano de negócios e a viabilidade do seu produto/ serviço. SISTEMATIZANDO 25 A lucratividade dos produtos/serviços diferem da lucratividade dos consumidores. As empresas não somente quantificam o valor dos clientes para si, como também conhecem e compreendem o valor que têm para os clientes. REFLEXÕES SOBRE O TEMA 26 REFERÊNCIAS ADIZES, I. Os ciclos de vida das organizações: como e por que as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. ALVAREZ, P.; RODRIGUEZ, B. How to manage rapid growth? Disponível em http://www.ebusinessforum.gr/content/downloads/307.htm BIRLEY, S.; MUZYKA, D. F. Dominando os desafios do empreendedor. São Paulo: Makron Books, 2001. CANAVARRO, M. Sonhos que viram realidade. 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