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SUMÁRIO DO CAPÍTULO 6.1 Indutor 6.2 Capacitor 6.3 Combinações de indutância e capacitância em série e em paralelo 6.4 Indutância mútua 6.5 Um exame mais detalhado da indutância mútua Indutância, capacitância e indutância mútua6 Capítulo OBJETIVOS DO CAPÍTULO 1. Conhecer e saber usar as equações para tensão, corrente, potência e energia em um indutor; entender como um indutor se comporta na presença de corrente constante e o requisito de que a corrente deve ser contínua em um indutor. 2. Conhecer e saber usar as equações para tensão, corrente, potência e energia em um capacitor; entender como um capacitor se comporta na presença de tensão constante e o requisito de que a tensão deve ser contínua em um capacitor. 3. Saber combinar indutores, com condições iniciais diferentes, em série e em paralelo para formar um único indutor equivalente com uma única condição inicial; saber combinar capacitores, com condições iniciais diferentes, em série e em paralelo para formar um único capacitor equivalente com uma única condição inicial. 4. Entender o conceito básico de indutância mútua e saber escrever equações de corrente de malha para um circuito que contenha enrolamentos acoplados magneticamente, usando de maneira correta a convenção do ponto. Iniciaremos este capítulo apresentando os dois últimos elementos ideais de circuito mencionados no Ca- pítulo 2, a saber, indutores e capacitores. Saiba que as técnicas de análise de circuitos apresentadas nos capítulos 3 e 4 aplicam-se a circuitos que contêm indutores e capacitores. Assim, tão logo você entenda o comportamento terminal desses elementos em termos de corrente e tensão, poderá usar as leis de Kirchhoff para descrever quais- quer interligações com os demais elementos básicos. Como outros componentes, indutores e capacitores são mais fáceis de descrever em termos de variáveis de circuito do que de variáveis eletromagnéticas. Contudo, antes de focalizarmos a descrição desses elementos do ponto de vista de circuitos, é recomendável realizarmos uma breve revisão dos conceitos de campo a eles subjacentes. Book Nilsson 1.indb 189 29/01/16 12:10 Um indutor é um componente elétrico que se opõe a qualquer alteração na corrente elétrica. É com- posto de um condutor em espiral, enrolado em um núcleo de suporte cujo material pode ser magnético ou não. O comportamento dos indutores é baseado nos fenômenos associados a campos magnéticos. A fonte do campo magnético são cargas em movimento, ou corrente elétrica. Se a corrente variar com o tempo, o campo magnético variará com o tempo. Um campo magnético que varia com o tempo induz uma tensão em qualquer condutor imerso no campo. O parâmetro indutância relaciona a tensão induzida com a corrente. Discutiremos essa relação quantitativa na Seção 6.1. Um capacitor é um componente elétrico que consiste em dois condutores separados por um material isolante ou dielétrico. O capacitor é o único dispositivo, além da bateria, que pode armazenar carga elétrica. O comportamento dos capacitores é baseado em fenômenos associados a campos elétricos. A fonte do campo elétrico é a separação de cargas, ou tensão. Se a tensão variar com o tempo, o campo elétrico variará com o tempo. Um campo elétrico que varia com o tempo produz uma corrente de deslocamento no espaço onde existe o campo. O parâmetro capacitância relaciona a corrente de deslocamento à tensão, em que a cor- rente de deslocamento é igual à corrente de condução nos terminais do capacitor. Discutiremos essa relação quantitativa na Seção 6.2. Perspectiva prática Telas touch capacitivas A perspectiva prática no Capítulo 3 mostrou como uma malha de resistores é usada para criar uma tela touch (de toque) para um telefone ou monitor de computador. Mas as telas de toque resistivo têm algumas limitações, a mais importante é que só podem processar um único toque em qualquer instante no tempo (veja o Problema 3.75). Por exemplo, uma tela sensível ao toque não pode processar o gesto de pinch (pinça) utilizado por muitos dispositivos para ampliar ou diminuir a imagem na tela. Telas multitouch (múltiplos toques) usam um componente diferente no interior de uma malha abaixo da tela – os capacito- res. Como você está prestes a descobrir neste capítulo, um capacitor é um elemento de circuito cujas características terminais são determinadas por campos elétricos. Ao tocar uma tela touch capacitiva, você produz uma alteração no valor de um capacitor, provocando uma mudança de tensão. Após apresentarmos o comportamento básico de capacitores e o modo como eles combi- nam em série e em paralelo, vamos mostrar dois modelos possíveis para uma tela de múltiplos toques utilizando uma malha de capacitores. Esses projetos são apresentados no exemplo da Perspectiva prática no final deste capítulo. A Seção 6.3 descreve técnicas utilizadas para simplificar circuitos com combinações de capacitores ou indutores em série ou em paralelo. A energia pode ser armazenada tanto no campo magnético quanto no elétrico. Consequentemente, não é nenhuma surpresa saber que indutores e capacitores são capazes de armazenar energia. Por exemplo, a energia pode ser armazenada em um indutor e, então, fornecida para uma vela de ignição. Ela pode ser armazenada em um capacitor e, então, fornecida para acender um flash de máquina fotográfica. Em indutores e capacitores ideais, a quantidade de energia por eles fornecida tem de ser igual à energia neles armazenada. Como indutores e capacitores não podem gerar energia, são classificados como elementos passivos. Nas seções 6.4 e 6.5, examinaremos a situação em que dois circuitos estão ligados por um campo magnético e, por isso, são denominados magneticamente acoplados. Nesse caso, a tensão induzida no segundo circuito pode ser relacionada à cor- rente que varia com o tempo no primeiro circuito por um parâmetro conhecido como indutância mútua. O significado prático do acoplamento magnético revela-se ao estudarmos as relações entre corrente, tensão, potência e vários novos parâmetros específicos da indutância mútua. Aqui, apresentaremos essas relações; nos capítulos 9 e 10, descreveremos sua utilidade em um dispositivo denominado transformador. Circuitos elétricos 190 Book Nilsson 1.indb 190 29/01/16 12:10 6.1 Indutor A indutância é o parâmetro de circuito utilizado para descrever um indutor. Simbolizada pela letra L, é medida em henrys (H) e representada gra!camente como uma espiral — para lembrar que a indutância é resultante de um condutor imerso em um campo magnético. A Figura 6.1(a) mostra um indutor. Apontar a direção de referência da corrente na direção da queda de tensão nos terminais do indutor, como mostra a Figura 6.1(b), resulta em v = L di dt , (6.1) em que v é medida em volts, L em henrys, i em ampères e t em segundos. A Equação 6.1 re"ete a convenção passiva mos- trada na Figura 6.1(b); isto é, a referência de corrente está na direção da queda de tensão no indutor. Se a referência de cor- rente estiver na direção da elevação de tensão, a Equação 6.1 é escrita com um sinal de menos. Observe, pela Equação 6.1, que a tensão nos terminais de um indutor é proporcional à variação temporal da corrente no indutor. Aqui, cabem duas observações importantes. A pri- meira é que, se a corrente for constante, a tensão no indutor ideal será igual a zero. Assim, o indutor comporta-se como um curto-circuito na presença de uma corrente constante, ou cc. A segunda é que a corrente não pode variar instantaneamente em um indutor; isto é, a corrente não pode variar por uma W��A equação v – i do indutor Figura 6.1 (a) Símbolo gráfico para um indutor com indutância de L henrys. (b) Atribuição de tensão e corrente de referência ao indutor, conforme a convenção passiva. (a) L (b) L ! "v i cobalt88/Shutterstock Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 191 Book Nilsson 1.indb 191 29/01/16 12:10 quantidade !nita em tempo zero. Segundo a Equação 6.1, essa variaçãoexigiria uma tensão in!nita, e tensões in!nitas não são possíveis. Por exemplo, quando alguém desliga o interrup- tor em um circuito indutivo de um sistema real, inicialmente a corrente continua a "uir no ar pelo interruptor, um fenômeno denominado centelhamento. A centelha que passa pelo inter- ruptor evita que a corrente caia a zero instantaneamente. Circuitos interruptores indutivos são um problema sério de engenharia porque o centelhamento e os surtos de tensão associados têm de ser controlados para evitar danos ao equipamento. O primeiro passo para entender a natureza desse problema é dominar o material introdutório apresentado neste capítulo e nos dois a seguir. O Exemplo 6.1 ilustra a aplicação da Equação 6.1 a um circuito simples. Corrente em um indutor em termos da tensão no indutor A Equação 6.1 expressa a tensão nos terminais de um indutor em função da corrente no indutor. É também desejável ser capaz de expressar a corrente em função da tensão. Para determinar i em função de v, começamos multiplicando ambos os lados da Equação 6.1 por um tempo diferencial dt: EXEMPLO 6.1 Determinação da tensão, dada a corrente, nos terminais de um indutor. A fonte independente de corrente no circuito mostrado na Figura 6.2 gera corrente nula para t , 0 e um pulso 10te-5t A para t . 0. a) Faça um grá!co da forma de onda da corrente. b) Em qual instante de tempo a corrente é máxima? c) Determine a expressão da tensão nos terminais do indutor de 100 mH em função do tempo. d) Faça um grá!co da forma de onda da tensão. e) A tensão e a corrente são máximas ao mesmo tempo? f) Em qual instante de tempo a tensão muda de polaridade? g) Há, alguma vez, uma variação instantânea de tensão no indutor? Se houver, em que instante ela ocorre? Solução a) A Figura 6.3 mostra a forma de onda da corrente. b) di/dt = 10(-5te-5t + e-5t) = 10e-5t(1 - 5t) A/s; di/dt = 0 quando t = 15 s. (Veja a Figura 6.3.) c) v = Ldi/dt = (0,1)10e-5t(1 - 5t) = e-5t(1 - 5t) V, t . 0; v = 0, t , 0. d) A Figura 6.4 mostra a forma de onda da tensão. e) Não; a tensão é proporcional a di/dt, não a i. f) Em 0,2 s, o que corresponde ao momento em que di/dt está passando por zero e mudando de sinal. g) Sim, em t = 0. Observe que a tensão pode variar instantaneamente nos terminais de um indutor. i ! " v 100 mH i # 0, t $ 0 i # 10te"5tA, t % 0 Figura 6.2 Circuito para o Exemplo 6.1. 0,736 i (A) 0,20 t (s) Figura 6.3 Forma de onda da corrente para o Exemplo 6.1. 1,0 v (V) 0,20 0,6 t (s) Figura 6.4 Forma de onda da tensão para o Exemplo 6.1. Circuitos elétricos 192 Book Nilsson 1.indb 192 29/01/16 12:10 v dt = L ¢di dt ! dt. (6.2) Multiplicar a taxa de variação de i em relação a t por uma variação diferencial no tempo gera uma variação diferencial em i, portanto escrevemos a Equação 6.2 como v dt = L di. (6.3) Em seguida, integramos ambos os lados da Equação 6.3. Por conveniência, trocamos os dois lados da equação e escrevemos L L i(t) i(t0) dx = L t t0 v dt. (6.4) Observe que usamos x e t como as variáveis de integração, ao passo que i e t tornam-se limites nas integrais. Então, pela Equação 6.4, i(t) = 1 L L t t0 v dt + i(t0), (6.5) em que i(t) é a corrente correspondente a t e i(t0) é o valor da corrente do indutor quando ini- ciamos a integração, a saber, em t0. Em muitas aplicações práticas, t0 é igual a zero, e a Equação 6.5 torna-se i(t) = 1 L L t 0 v dt + i(0). (6.6) As equações 6.1 e 6.5 fornecem a relação entre a tensão e a corrente nos terminais de um indutor. A Equação 6.1 expressa a tensão em função da corrente, ao passo que a Equação 6.5 expressa a corrente em função da tensão. Em ambas as equações, a direção de referência para a corrente está na direção da queda de tensão nos terminais. Observe que i(t0) tem o próprio sinal algébrico. Se a direção da corrente inicial for a mesma da direção de referência para i, ela será uma quantidade positiva. Se a corrente inicial estiver na direção oposta, ela será uma quantidade negativa. O Exemplo 6.2 ilustra a aplicação da Equação 6.5. W��A equação i – v do indutor EXEMPLO 6.2 Determinação da corrente, dada a tensão, nos terminais de um indutor. O pulso de tensão aplicado ao indutor de 100 mH mos- trado na Figura 6.5 é 0 para t , 0 e é dado pela expressão v(t) = 20te-10t V para t . 0. Admita também que i = 0 para t # 0. a) Faça um grá!co da tensão em função do tempo. b) Determine a expressão da corrente no indutor em fun- ção do tempo. c) Faça um grá!co da corrente em função do tempo. Solução a) A tensão em função do tempo é mostrada na Figura 6.6. v 100 mH v ! 0, t " 0 v ! 20te#10t V, t $ 0 i % # Figura 6.5 Circuito para o Exemplo 6.2. 0,736 0,10 0,2 0,3 t (s) v (V) Figura 6.6 Forma de onda da tensão para o Exemplo 6.2. Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 193 Book Nilsson 1.indb 193 29/01/16 12:10 Observe, no Exemplo 6.2, que i se aproxima de um valor constante de 2 A à medida que t aumenta. Falaremos mais sobre esse resultado após discutirmos a energia armazenada em um indutor. Potência e energia no indutor As relações entre potência e energia para um indutor podem ser deduzidas diretamente das relações entre corrente e tensão. Se a referência de corrente estiver na direção da queda de tensão nos terminais do indutor, a potência é p = vi. (6.7) Lembre-se de que a potência está em watts, a tensão em volts e a corrente em ampères. Se expressarmos a tensão do indutor em função da corrente do indutor, a Equação 6.7 será p = Li di dt . (6.8) Também podemos expressar a corrente em termos da tensão: p = v S 1 L t t0 v dt + i(t0) T . (6.9) A Equação 6.8 é útil para expressar a energia armazenada no indutor. Potência é a taxa de variação da energia em relação ao tempo, portanto p = dw dt = Li di dt . (6.10) Multiplicando-se ambos os lados da Equação 6.10 por um tempo diferencial, obtemos a relação diferencial dw = Li di. (6.11) Ambos os lados da Equação 6.11 são integrados, subentendendo-se que a referência para energia nula corresponde a uma corrente nula no indutor. Assim, w 0 dx = L i 0 y dy, Potência X em um indutor b) A corrente no indutor é 0 em t = 0. Portanto, a corrente para t . 0 é = 2(1 - 10te-10t - e-10t) A, t 7 0. = 200 S -e-10t 100 (10t + 1) T P t 0 , i = 1 0,1 t 0 20te-10tdt + 0 c) A Figura 6.7 mostra a corrente em função do tempo. i (A) 1 2 0,10 0,2 0,3 t (s) Figura 6.7 Forma de onda da corrente para o Exemplo 6.2. Circuitos elétricos 194 Book Nilsson 1.indb 194 29/01/16 12:10 EXEMPLO 6.3 Determinação da corrente, tensão, potência e energia para um indutor. a) Faça grá!cos de i, v, p e w em função do tempo para o Exemplo 6.1. Alinhe os grá!cos na vertical para permitir uma fácil avaliação do comporta- mento de cada variável. b) Em qual intervalo de tempo a energia está sendo armazenada no indutor? c) Em qual intervalo de tempo a energia está sendo extraída do indutor? d) Qual é a máxima energia armazenada no indutor? e) Calcule as integrais , 0,2 0 p dt e q 0,2 p dt e comente seus signi!cados. f) Repita (a)–(c) para o Exemplo 6.2. g) No Exemplo 6.2, por que há uma corrente !nita no indutor à medida que a tensão se aproxima de zero? Solução a) Os grá!cos de i, v, p e w decorrem diretamente das expressões para i e v obtidas no Exemplo 6.1 e são mostrados na Figura 6.8. Em particular, p = vi e w = (12)Li 2. b) Uma inclinação positiva na curva de energia indica que energia está sendo armazenada. Portanto, ela está sendo armazenada no intervalo de tempo 0 a 0,2 s. Observe que isso corresponde ao intervalo em que p . 0. c) Uma inclinação negativa na curva de energia indica que energia está sendo extraída. Assim, ela está sendo extraída no intervalo de tempo 0,2 s a q. Observe que isso corresponde ao intervalo em que p , 0. w = 1 2 Li2. (6.12) Como antes, usamos símbolos diferentes para as variáveis de integração a !m de evitar confusãocom os limites das integrais. Na Equação 6.12, a energia está em joules, a indutância em henrys e a corrente em ampères. Para ilustrar a aplicação das equações 6.7 e 6.12, voltamos aos exemplos 6.1 e 6.2 por meio do Exemplo 6.3. W��Energia em um indutor 0,5 !0,5 1,0 0 0,2 1,00,80,60,4 t (s) v (V) 0 400 800 0,2 1,00,80,60,4 t (s) i (mA) 100 200 0 0,2 1,00,80,60,4 t (s) p (mW) 15 30 w (mJ) 0 0,2 1,00,80,60,4 t (s) Figura 6.8 Variáveis i, v, p e w versus t para o Exemplo 6.1. Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 195 Book Nilsson 1.indb 195 29/01/16 12:10 d) Pela Equação 6.12, vemos que a energia está em um máximo quando a corrente está em um máximo; um breve exame dos grá!cos con!rma isso. Pelo Exemplo 6.1, a corrente máxima é 0,736 A. Portanto, wmáx = 27,07 mJ. e) Pelo Exemplo 6.1, i = 10te-5t A e v = e-5t(1 - 5t) V. Logo, p = vi = 10te-10t - 50t2e-10t W. Assim, = -0,2e-2 = -27,07 mJ. - 50 e t2e-10t -10 + 2 10 c e-10t 100 (-10t - 1) d f q 0,2 q 0,2 p dt = 10 c e-10t 100 (-10t - 1) d q 0,2 = 0,2e-2 = 27,07 mJ, - 50 e t2e-10t -10 + 2 10 c e-10t 100 (-10t - 1) d f 0,2 0 0,2 0 p dt = 10 c e-10t 100 (-10t - 1) d 0,2 0 Com base na de!nição de p, a área sob a curva de p versus t representa a energia consumida no inter- valo de integração. Assim, a integração da potência entre 0 e 0,2 s representa a energia armazenada no indutor durante esse intervalo de tempo. A integral de p no intervalo 0,2 s – q é a energia extra- ída. Observe que, nesse intervalo de tempo, toda a energia armazenada antes é removida; isto é, após a passagem do pico de corrente, nenhuma energia está armazenada no indutor. f) Os grá!cos de v, i, p e w decorrem diretamente das expressões para v e i dadas no Exemplo 6.2 e são mostrados na Figura 6.9. Observe que, nesse caso, a potência é sempre positiva e, por conseguinte, a energia é sempre armazenada durante o pulso de tensão. g) A aplicação do pulso de tensão faz com que a energia seja armazenada no indutor. Como o indu- tor é ideal, essa energia não pode ser dissipada após a tensão cair a zero. Portanto, uma corrente persiste circulando no circuito. É óbvio que um indutor sem perdas é um elemento ideal de circuito. O modelo de circuito de indutores reais requer, além do indutor, um resistor. (Voltaremos a falar sobre isso.) 0,5 1,0 0 0,60,20,1 0,50,40,3 t (s) v (V) 1,0 2,0 i (A) 0 0,60,20,1 0,50,40,3 t (s) 300 600 p (mW) 0 0,60,20,1 0,50,40,3 t (s) 100 200 w (mJ) 0 0,60,20,1 0,50,40,3 t (s) Figura 6.9 Variáveis v, i, p e w versus t para o Exemplo 6.2. Circuitos elétricos 196 Book Nilsson 1.indb 196 29/01/16 12:10 6.2 Capacitor A capacitância é um parâmetro de circuito represen- tado pela letra C, medido em farads (F), e seu símbolo grá!co são duas placas condutoras curtas e paralelas, como mostra a Figura 6.10(a). Como o farad é uma quantidade de capacitân- cia extremamente grande, na prática os valores de capacitores costumam encontrar-se na faixa de picofarad (pF) a microfa- rad (mF). O símbolo grá!co para um capacitor nos faz lembrar que a capacitância ocorre sempre que condutores elétricos esti- verem separados por um material dielétrico ou isolante. Essa condição signi!ca que a carga elétrica não é conduzida atra- vés do capacitor. Embora a aplicação de uma tensão aos ter- minais do capacitor não o faça conduzir cargas através de seu dielétrico, ela pode produzir pequenos deslocamentos de uma carga dentro dele. À medida que a tensão varia com o tempo, esse deslocamento também varia com o tempo, provocando a denominada corrente de deslocamento.1 1 N. do R.T.: a corrente de deslocamento se estabelece mesmo no vácuo, onde não há cargas e, portanto, não há deslocamento de cargas. Embora ela possa estar ligada a pequenos deslocamentos de cargas, sua existência não depende deles. É um fenômeno essencialmente de campo, e não de circuitos. Objetivo 1 Conhecer e saber usar as equações para tensão, corrente, potência e energia em um indutor. 6.1 A fonte de corrente no circuito mostrado gera o pulso de corrente ig(t) = 0, t , 0, ig(t) = 8e -300t - 8e-1.200t A, t $ 0. Determine (a) v(0); (b) o instante de tempo, maior do que zero, em que a tensão v passa por zero; (c) a expressão para a potência fornecida ao indutor; (d) o instante em que a potência fornecida ao indutor é máxima; (e) a potência máxima; (f) o instante em que a energia armazenada é máxima e (g) a máxima energia armazenada no indutor. Resposta: (a) 28,8 V; (b) 1,54 ms; (c) -76,8e-600t + 384e-1.500t -307,2e-2.400t W, t $ 0; (d) 411,05 ms; (e) 32,72 W; (f) 1,54 ms; (g) 28,57 mJ. NOTA: tente resolver também os problemas 6.2 e 6.8, apresentados no final deste capítulo. PROBLEMA PARA AVALIAÇÃO Figura 6.10 (a) Símbolo de circuito para um capacitor. (b) Atribuição de tensão e corrente de referência ao capacitor conforme a convenção passiva. (b) C ! " i (a) C (b) C ! " i (a) C v ! " v 4 mHig Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 197 Book Nilsson 1.indb 197 29/01/16 12:10 Nos terminais, a corrente de deslocamento é indistinguível de uma corrente de condução. A corrente é proporcional à taxa de variação temporal da tensão no capacitor ou, em termos matemáticos, i = C dv dt , (6.13) em que i é medida em ampères, C em farads, v em volts e t em segundos. A Equação 6.13 re"ete a convenção passiva mostrada na Figura 6.10(b); isto é, a referên- cia de corrente está na direção da queda de tensão no capacitor. Se a referência de corrente estiver na direção da elevação de tensão, a Equação 6.13 será escrita com um sinal negativo. Duas importantes observações decorrem da Equação 6.13. A primeira é que a tensão não pode variar instantaneamente nos terminais de um capacitor. A Equação 6.13 indica que tal variação produziria uma corrente in!nita, o que é uma impossibilidade física. A segunda é que, se a tensão nos terminais for constante, a corrente no capacitor é igual a zero. A razão é que uma corrente de condução não pode ser estabelecida no material dielétrico do capacitor. Somente uma tensão que varie com o tempo pode produzir uma corrente de deslocamento. Assim, o capacitor comporta-se como uma malha aberta na presença de uma tensão constante. A Equação 6.13 expressa a corrente do capacitor em função da tensão em seus termi- nais. Expressar a tensão em função da corrente também é útil. Para fazer isso, multiplicamos ambos os lados da Equação 6.13 por um tempo diferencial dt e, então, integramos as diferen- ciais resultantes: i dt = C dv ou v(t) v(t0) dx = 1 C t t0 i dt. Executando a integração do lado esquerdo da segunda equação, temos v(t) = 1 C L t t0 i dt + v(t0). (6.14) Em muitas aplicações práticas da Equação 6.14, o tempo inicial é igual a zero; isto é, t0 = 0. Assim, a Equação 6.14 torna-se v(t) = 1 C L t 0 i dt + v(0). (6.15) Podemos deduzir com facilidade as relações entre potência e energia para o capacitor. Pela de!nição de potência, p = vi = Cv dv dt , (6.16) ou p = i B 1 C L t t0 i dt + v(t0)R . (6.17) Combinando a de!nição de energia com a Equação 6.16, obtemos dw = Cv dv, Equação X i – v do capacitor Equação X v – i do capacitor Equação X de potência do capacitor Circuitos elétricos 198 Book Nilsson 1.indb 198 29/01/16 12:10 pela qual w 0 dx = C v 0 y dy, ou w = 1 2 Cv2. (6.18) Na dedução da Equação 6.18, a referência para energia nula corresponde à tensão nula. Os exemplos 6.4 e 6.5 ilustram a aplicação das relações entre corrente, tensão, potência e energia para um capacitor. W��Equação de energia do capacitor EXEMPLO 6.4 Determinação da corrente, tensão, potência e energia para um capacitor. O pulso de tensão descrito pelas equações a seguir está aplicado nos terminais de um capacitor de 0,5 mF: v(t) = � 0, t # 0 s; 4t V, 0 s # t # 1 s; 4e-(t -1) V, t $ 1 s. a) Deduza as expressões para a corrente, potênciae energia do capacitor. b) Faça os grá!cos da tensão, corrente, potência e energia em função do tempo. Alinhe os grá!cos na vertical. c) Especi!que o intervalo de tempo em que energia está sendo armazenada no capacitor. d) Especi!que o intervalo de tempo em que energia está sendo fornecida pelo capacitor. e) Avalie as integrais 1 0 p dt e q 1 p dt e comente seus signi!cados. Solução a) Pela Equação 6.13, i = � (0,5 * 10-6)(0) = 0, t 6 0s; (0,5 * 10-6)(4) = 2 mA, 0 s 6 t 6 1 s; (0,5 * 10-6)(-4e-(t-1)) = -2e-(t-1) mA, t 7 1 s. A expressão para a potência é deduzida da Equação 6.16: p = c 0, t … 0 s; (4t)(2) = 8t mW, 0 s … t 6 1 s; (4e-(t-1))(-2e-(t-1)) = -8e-2(t-1) mW, t 7 1 s. Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 199 Book Nilsson 1.indb 199 29/01/16 12:10 A expressão para a energia decorre diretamente da Equação 6.18: w = � 0, t # 0 s; 1 2(0,5)16t 2 = 4t2mJ, 0 s # t # 1 s; 1 2(0,5)16e -2(t-1) = 4e-2(t -1) mJ, t $ 1 s. b) A Figura 6.11 mostra a tensão, corrente, potência e ener- gia em função do tempo. c) A energia é armazenada no capacitor sempre que a potência for positiva. Por conseguinte, a energia está sendo armazenada no intervalo 0–1 s. d) A energia é fornecida pelo capacitor sempre que a potência for negativa. Por conseguinte, a energia está sendo fornecida para todo t maior do que 1 s. e) A integral de p dt é a energia associada ao intervalo de tempo correspondente aos limites da integral. Assim, a primeira integral representa a energia armazenada no capacitor entre 0 e 1 s, ao passo que a segunda inte- gral representa a energia devolvida, ou fornecida, pelo capacitor no intervalo 1 s a q: q 1 p dt = q 1 (-8e-2(t -1))dt = (-8) e-2(t-1) -2 ` q 1 = -4 mJ. 1 0 p dt = 1 0 8t dt = 4t2 ` 1 0 = 4 mJ, A tensão aplicada ao capacitor volta a zero à medida que o tempo tende ao in!nito, de tal forma que a energia devolvida por esse capacitor ideal deve ser igual à ener- gia nele armazenada. 4 v (V) 2 t (s) 2 3 4 5 610 2 !2 !1 1 0 i (PA) t (s) 2 41 5 6 !8 !4 4 8 0 p (PW) 5 6431 t (s) 4 2 t (s) 10 2 3 4 5 6 w (PJ) Figura 6.11 Variáveis v, i, p e w versus t para o Exemplo 6.4. EXEMPLO 6.5 Determinação de v, p e w induzidas, em um capacitor, por um pulso triangular de corrente. A um capacitor descarregado de 0,2 mF é aplicado um pulso de corrente de formato triangular. O pulso de corrente é descrito por i(t) = µ 0, t # 0; 5,000 t A, 0 # t # 20 ms; 0,2 - 5.000tA, 20 # t # 40 ms; 0, t $ 40 ms. a) Deduza as expressões para a tensão, potência e energia no capacitor para cada um dos quatro inter- valos de tempo necessários para descrever a corrente. b) Faça os grá!cos de i, v, p e w versus t. Alinhe os grá!cos como especi!cado nos exemplos anteriores. c) Por que continua a existir tensão no capacitor após a corrente voltar a zero? Circuitos elétricos 200 Book Nilsson 1.indb 200 29/01/16 12:10 Solução a) Para t # 0, v, p e w são iguais a zero. Para 0 # t # 20 ms, v = 5 * 106 t 0 (5.000t)dt + 0 = 12,5 * 109t2 V, Para v = 5 * 106 t 20ms (0,2 - 5.000t)dt + 5. 20 ms # t # 40 ms, w = 1 2 Cv2 = 15,625 * 1012t4 J. p = vi = 62,5 * 1012t3 W, (Observe que 5 V é a tensão no capacitor ao !nal do intervalo anterior.) Então, -2t + 10-5) J. = (15,625 * 1012t4 - 2,5 * 109t3 + 0,125 * 106t2 w = 1 2 Cv2, = (62,5 * 1012t3 - 7,5 * 109t2 + 2,5 * 105t - 2) W, p = vi, v = (106t - 12,5 * 109t2 - 10) V, Para t $ 40 ms, w = 1 2 Cv2 = 10 mJ. p = vi = 0, v = 10 V, b) A variação temporal da corrente e da tensão, potência e energia resultantes estão plotadas na Figura 6.12. c) Observe que a potência é sempre positiva para a duração do pulso de corrente, o que signi!ca que a energia está sendo armazenada continuamente no capacitor. Quando a corrente volta a zero, a energia armazenada !ca retida, porque o capacitor ideal não oferece nenhum meio para dissipá-la. Assim, uma tensão permanece nos terminais do capacitor após i voltar a zero. 100 50 i (mA) 10 200 30 40 50 60 t (Ps) 10 20 30 40 50 60 10 5 0 v (V) t (Ps) 100 20 30 40 50 60 100 200 300 400 500 p (mW) t (Ps) 2 4 6 8 10 w (PJ) 100 20 30 40 50 60 t (Ps) Figura 6.12 Variáveis i, v, p e w versus t para o Exemplo 6.5. Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 201 Book Nilsson 1.indb 201 29/01/16 12:10 Objetivo 2 Conhecer e saber usar as equações para tensão, corrente, potência e energia em um capacitor. 6.2 A tensão nos terminais do capacitor de 0,6 mF mostrado na !gura é 0 para t , 0 e 40e-15.000t sen 30.000t V para t $ 0. Determine (a) i(0); (b) a potência fornecida ao capacitor em t = p/80 ms e (c) a energia armazenada no capacitor em t = p/80 ms. Resposta: (a) 0,72 A; (b) -649,2 mW; (c) 126,13 mJ. 6.3 A corrente no capacitor do Problema para avaliação 6.2 é 0 para t , 0 e 3 cos 50.000t A para t $ 0. Determine (a) v(t); (b) a máxima potência fornecida ao capacitor em qualquer instante do tempo e (c) a máxima energia armazenada no capacitor em qualquer instante do tempo. Resposta: (a) 100 sen 50.000t V, t $ 0; (b) 150 W; (c) 3 mJ. NOTA: tente resolver também os problemas 6.16 e 6.21, apresentados no final deste capítulo. PROBLEMAS PARA AVALIAÇÃO 0,6 PF v i ! " 6.3 Combinações de indutância e capacitância em série e em paralelo Assim como combinações de resistores em série e em paralelo podem ser reduzidas a um único resistor equivalente, as combinações de indutores ou capacitores em série e em para- lelo podem ser reduzidas a um único indutor ou capacitor. A Figura 6.13 mostra indutores em série. Nesse caso, os induto- res são forçados a conduzir a mesma corrente; assim, de!ni- mos somente uma corrente para a combinação em série. As quedas de tensão nos indutores individuais são v1 = L1 di dt , v2 = L2 di dt e v3 = L3 di dt . A tensão nos terminais da ligação em série é v = v1 + v2 + v3 = (L1 + L2 + L3) di dt , do que deve !car evidente que a indutância equivalente de indutores ligados em série é a soma das indutâncias individuais. Para n indutores em série, Leq = L1 + L2 + L3 + c + Ln. (6.19) Se os indutores originais conduzirem uma corrente inicial, i(t0), o indutor equivalente con- duzirá a mesma corrente inicial. A Figura 6.14 mostra o circuito equivalente para indutores em série que conduzem uma corrente inicial. Combinação X de indutores em série Figura 6.13 Indutores em série. L2L1 v1! ! " " v2! " L3 v3! " v i Circuitos elétricos 202 Book Nilsson 1.indb 202 29/01/16 12:10 Indutores em paralelo têm a mesma tensão terminal. No circuito equivalente, a corrente em cada indutor é função da tensão terminal e da corrente inicial no indutor. Para os três indutores em paralelo mostrados na Figura 6.15, as correntes para os indutores individuais são i3 = 1 L3L t t0 v dt + i3(t0). i2 = 1 L2L t t0 v dt + i2(t0), i1 = 1 L1L t t0 v dt + i1(t0), (6.20) A corrente nos terminais dos três indutores em paralelo é a soma das correntes dos indutores: i = i1 + i2 + i3 . (6.21) Substituindo a Equação 6.20 na Equação 6.21 obtemos i = ¢ 1 L1 + 1 L2 + 1 L3 ! L t t0 v dt + i1(t0) + i2(t0) + i3(t0). (6.22) Agora, podemos interpretar a Equação 6.22 em termos de um único indutor; isto é, i = 1 LeqL t t0 v dt + i(t0). (6.23) Comparando a Equação 6.23 com a 6.22 obtemos 1 Leq = 1 L1 + 1 L2 + 1 L3 (6.24) i(t0) = i1(t0) + i2(t0) + i3(t0). (6.25) A Figura 6.16 mostra o circuito equivalente para os três indutores em paralelo na Figura 6.15. Os resultados das equações 6.24 e 6.25 podem ser amplia- dos para n indutores em paralelo: 1 Leq = 1 L1 + 1 L2 + Á + 1 Ln (6.26) i(t0) = i1(t0) + i2(t0) + c + in(t0). (6.27) Figura 6.16 Circuito equivalente para os três indutores em paralelo. v i(t0) i ! " Leq i(t0) # i1(t0) ! i2(t0) ! i3(t0) 1 Leq 1 L1 # 1 L2 ! 1 L3 ! W��Combinação de indutores em paralelo W��Corrente inicial da indutância equivalente Figura 6.14 Circuitoequivalente para indutores em série que transportam uma corrente inicial i(t0). L2L1 ! ! " " L3 v i(t0) i Leq # L1 ! L2 ! L3 v i(t0) i Figura 6.15 Três indutores em paralelo. v L1 i1 L2 i2 i1(t0) i2(t0) L3 i3 i3(t0) i ! " Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 203 Book Nilsson 1.indb 203 29/01/16 12:10 Capacitores ligados em série podem ser reduzidos a um único capacitor equivalente. A recíproca da capacitância equivalente é igual à soma das recíprocas das capacitâncias indivi- duais. Se cada capacitor apresentar a própria tensão inicial, a tensão inicial no capacitor equi- valente será a soma algébrica das tensões iniciais nos capacitores individuais. A Figura 6.17 e as seguintes equações resumem essas observações: 1 Ceq = 1 C1 + 1 C2 + Á + 1 Cn , (6.28) v(t0) = v1(t0) + v2(t0) + c + vn(t0). (6.29) Deixamos a dedução do circuito equivalente para capacitores ligados em série como exer- cício. (Veja o Problema 6.32.) A capacitância equivalente de capacitores ligados em paralelo é simplesmente a soma das capacitâncias dos capacitores individuais, como mostram a Figura 6.18 e a seguinte equação: Ceq = C1 + C2 + c + Cn . (6.30) Capacitores ligados em paralelo devem apresentar a mesma tensão terminal. Portanto, se houver uma tensão inicial nos capacitores em paralelo originais, essa mesma tensão inicial aparecerá nos terminais do capacitor equivalente Ceq. A dedução do circuito equivalente para capacitores em paralelo !ca como exercício. (Veja o Problema 6.33.) Falaremos mais sobre circuitos equivalentes de indutores e capacitores em série e em paralelo no Capítulo 7, onde interpretaremos resultados baseados em sua utilização. Combinação de X capacitores em série Tensão X inicial da capacitância equivalente Combinação de X capacitores em paralelo i v ! " v (t0) ! " Ceq v(t0) # v1(t0) ! v2(t0) ! ... ! vn(t0) 1 Ceq 1 C1 # 1 C2 ! 1 Cn ! ... ! (b) " v v1 (t0) i ! " ! C1 v2 (t0) ! " C2 vn (t0) ! " Cn . . . (a) Figura 6.17 Circuito equivalente para capacitores ligados em série. (a) Capacitores em série. (b) Circuito equivalente. (b) i v ! " Ceq Ceq # C1 ! C2 ! ... ! Cn i v ! " C1 C2 Cn ... ... (a) Figura 6.18 Circuito equivalente para capacitores ligados em paralelo. (a) Capacitores em paralelo. (b) Circuito equivalente. Circuitos elétricos 204 Book Nilsson 1.indb 204 29/01/16 12:11 6.4 Indutância mútua O campo magnético que examinamos em nosso estudo de indutores na Seção 6.1 estava restrito a um único circuito. A!rmamos que a indutância é o parâmetro que relaciona uma ten- são a uma corrente que varia com o tempo no mesmo circuito; assim, uma denominação mais exata para indutância é autoindutância. Vamos examinar, agora, a situação em que dois circuitos estão vinculados por um campo magnético. Nesse caso, a tensão induzida no segundo circuito pode ser relacionada à cor- rente variável no tempo do primeiro circuito por um parâmetro conhecido como indutância mútua. O circuito mostrado na Figura 6.19 representa dois enrolamentos acoplados magneti- camente. As autoindutâncias dos dois enrolamentos são denominadas L1 e L2 e a indutância mútua é denominada M. A seta de duas pontas adjacente a M indica o par de enrolamentos que tem esse valor de indutân- cia mútua. Essa notação é necessária especialmente em circui- tos que contêm mais de um par de enrolamentos acoplados magneticamente. O modo mais fácil de analisar circuitos que contêm indu- tância mútua é usar correntes de malha. O problema é escre- ver as equações que descrevem o circuito em termos das cor- rentes dos enrolamentos. Em primeiro lugar, escolha uma Objetivo 3 Saber combinar indutores ou capacitores em série e em paralelo para formar um único indutor equivalente. 6.4 Os valores iniciais de i1 e i2 no circuito mostrado são +3 A e -5 A, respectivamente. A tensão nos termi- nais dos indutores em paralelo para t $ 0 é -30e-5t mV. a) Se os indutores em paralelo forem substituídos por um único indutor, qual será sua indutância? b) Qual é a corrente inicial e sua direção de referência no indutor equivalente? c) Use o indutor equivalente para determinar i(t). d) Determine i1(t) e i2(t). Veri!que se as soluções para i1(t), i2(t) e i(t) satisfazem a lei das correntes de Kirchhoff. Resposta: (a) 48 mH; (b) 2 A, para cima; (c) 0,125e-5t - 2,125 A, t $ 0; (d) i1(t) = 0,1e -5t + 2,9 A, t $ 0, i2(t) = 0,025e -5t - 5,025 A, t $ 0. 6.5 A corrente nos terminais dos dois capacitores mostrados é 240e-10tmA para t $ 0. Os valores iniciais de v1 e v2 são -10 V e -5 V, respectivamente. Calcule a energia total armazenada nos capacitores à medida que t ĺ q. (Sugestão: não combine os capacitores em série – determine a energia armazenada em cada um para, então, somá-las.) Resposta: 20 mJ. NOTA: tente resolver também os problemas 6.22, 6.24, 6.27 e 6.31, apresentados no final deste capítulo. PROBLEMAS PARA AVALIAÇÃO ! " 60 mH 240 mHv i1(t) i2(t) i(t) v1 v2 i ! " ! " 2 PF 8 PF Figura 6.19 Dois enrolamentos acoplados magneticamente. ! " L1vg R1 L2 R2 M Capítulo 6� ō Indutância, capacitância e indutância mútua 205 Book Nilsson 1.indb 205 29/01/16 12:11
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