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Resenha critica Hannah Arendt_Origem do totalitarismo_ Ana Lia

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ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. 1°ed. Companhia de Bolso, 2013.
Ana Lia Félix Viudez Barreto
	Hannah Arendt nasceu no dia 14 de outubro de 1906 na cidade de Linden na Alemanha e faleceu no dia 4 de dezembro de 1975, o livro “Origens do totalitarismo” de 1951 aborda como tema o totalitarismo e seu surgimento na época dele escrito (depois da segunda guerra mundial), ela aborda o tema e tenta entender a sua origem e como o medo, o radicalismo e seu sistema unipartidários eram imorais com o povo que nela tinham de viver.
	A obra é bastante interessante e tem assuntos que são indispensáveis para alguém que está estudando sobre o totalitarismo, a visão de Arendt sobre o totalitarismo é bastante direta e não poupa palavras para criticá-la, o capítulo focado aqui neste texto : “Ideologia e terror: Uma nova forma de governo” mostra o esforço da autora para contar a história do totalitarismo e assim entender o seu surgimento, como por exemplo se ele surgiu de regimes anteriores como o da Alemanha, e sempre dando ênfase que o totalitarismo surgiu da crise política atual e que essa crise não se baseia ao passado e seus males.
	Pode-se entender essa sua fala quando a autora dá o argumento de que se a natureza do totalitarismo estivesse presente no homem primitivo, sendo a natureza do totalitarismo algo marcante nas ações do homem, essas características do totalitarismo teriam aparecido mais anteriormente na história.
	A autora tem teorias de como o totalitarismo surgiu e uma delas é sobre ele ter surgido após o fracasso não intencional de outras formas de governo, podendo serem diversas como democracia, socialismo, monarquia, etc. Assim poderia se confirmar que o totalitarismo surgiu por acidente na política e isso é bem evidente se estudarmos a sua estrutura que foi feita as presas e improvisada.
	A autora utiliza como exemplos a Alemanha nazista e o comunismo para explicar a sua teoria, esses dois regimes eliminam a pluralidade da sociedade a transformando em algo homogêneo, a massa que Arendt cita, o totalitarismo elimina os partidos e os transforma em uma grande massa homogênea, e como demais características citadas há o poder entregue a polícia e sua transparência enquanto desejar o poder mundial. O totalitarismo também faz questão de mostrar que não se encaixa na essência dos governos de falar o que é certo e o que é o errado, ele segue as leis positivas mas ao mesmo tempo afirma que não consegue liderar sem leis, afirmando seguir firmemente as leis da natureza e da história, pois elas seriam as origens de todas as leis.
	Se difere do governo tirânico pois não foca nos interesses de um só individuo (governante) e nem nos interesses do povo (governados), o regime segue a lógica que se deve seguir as leis da natureza ou da história, como seu objetivo principal ter um “reino de justiça na terra”.
	Nessa questão o totalitarismo ao negar a legalidade positiva rompe com o “consensus iuris”, acabando com o critério de moral, consciência e legalidade presente na vida dos cidadãos. No governo totalitário essa ausência acaba criando o conflito entre o que é legal e ilegal. A autora introduz o conceito de que as leis totalitárias são leis de movimento, assim como a lei das raças dos nazistas seria baseada na teoria de Darwin utilizando o conceito de natureza, seleção natural, e a crença dos bolcheviques e a luta de classes se baseia na teoria de Marx que a sociedade é um fruto da história, utilizando o conceito da história.
	O totalitarismo utiliza essas teorias da natureza e da história para de algum modo justificar as suas decisões. Assim surge o tema terror e esse bastante importante para o estudo de Arendt, o terro no regime totalitário é utilizado para suprimir a oposição e suas ideias, tendo em vista acabar com todos os obstáculos em sua frente para conseguir o que quer, neutralizando as ações da oposição conseguindo assim aplicar as leis de movimento, afirmando que o terror é a própria realização dessa lei do movimento, assim os inimigos selecionados devem ser eliminados (matando), sem direito a alguma justificação ou defesa, pois a lei do movimento é algo superior aos humanos.
	Arendt volta a falar que, em um regime normal, existem leis positivas com a finalidade de moldar o comportamento humano e estabelecer limites em suas ações, e no totalitarismo existiria o terror total, liberando as forças da história e natureza e causando que suas consequências ocorram rapidamente, para a autora a questão da legalidade pode moldar e vetar as ações de um indivíduo, mas nunca irá prever seu futuro. O terror além de ser o principal do regime totalitário torna-se o princípio do movimento, ele assim acaba com o direito do individuo de agir, pensar e sua liberdade política, como cita a autora, é necessário que os indivíduos se preparem e se ajustem aos papeis de carrasco e vítima, assim substituindo o princípio da ação.
	Assim introduzindo a ideologia, que substituiu o princípio da ação, surgindo a partir das proposições totalitárias, tendo um papel muito importante na vida política. Assim ela cita os sistemas ideológicos e seus interesses, assim concluindo que ela pretende explicar o passado, pressente e futuro utilizando a logica da sua ideia, e isso, explicar o futuro com a logica, só é possível por causa do movimento baseada na ideia e excluindo qualquer fator adicional.
	Essa explicação ideológica é bastante importante para o totalitarismo, com a logica que somente uma explicação é o bastante para desenvolver uma ideia, assim nenhuma experiencia iria ensinar algo porque seria necessário somente a dedução lógica, para a autora isso iria limitar o modo de pensar do homem de forma lógica.
	Os três elementos totalitários presentes no pensamento ideológico: o primeiro a explicação do mundo, o segundo sobre as ideologias e que elas sempre precingirem de todos e todos os tipos de confrontos com fatos reais, sempre ter essa ideia de harmonia e autossuficiência e a terceira sendo resultado das duas primeiras o esquecimento de todos os fatos senão a ideologia, a história é um grande exemplo disso, sempre ocultando partes que não são “importantes” para determinado momento ou pensamento, sendo assim a ideologia priorizando a dedução da logica e a lei dos movimentos, baseada na ciência.
	Essa ideologia seria o motivo da harmonia presente com a massa e o terror. O terror total normaliza a falta de poder agir, participar e de ter relações e ter contato com a realidade. Assim as pessoas pertencentes as massas são massacradas pela lei do movimento e impedidos de diversos direitos, incluindo a política, criando um tipo de “súdito ideal” para o terror total. 
	Conclui-se então que para a sua existência os regimes totalitários necessitam e dependem de duas condições, o entendimento e conhecimento, e o isolamento que leva a ignorância e sua impotência. A legalidade presente no totalitarismo veta diversas informações da massa, assim eliminando a vida privada e liberdade política, sendo assim o povo perde a capacidade de poder pensar e sentir diversas coisas, incluindo não somente o isolamento social e intelectual, mas também o isolamento político assim não podendo fazer nada a respeito a sua situação. O pensamento de Arendt chega à conclusão de que o domínio totalitário leva a solidão social e o isolamento político. Assim se tornando que o regime deseja, que as pessoas se tornem uma massa homogênea, de carrascos e vítimas. 
	A obra e o tema são bastante atuais ainda apesar de mais de 50 anos de publicada, os temas retratados no texto podem ser vistos ainda diariamente nos jornais, televisão e internet, os assuntos políticos em relação ao totalitarismo ainda são presentes infelizmente em alguns países, com uma linguagem simples e fácil de entender Arendt consegue escrever e passar a sua mensagem e opinião perfeitamente, apesar de algumas partes que dificultam o entendimento do leitor, onde ela fala das teorias de outros autores, apesar disso uma ótima leitura e ótimo tema.

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