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TEORIA MUSICAL HARMONIA E LOUVOR (pb) - Luciano Iwanaga - pg 79

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Teoria Musical 
– Harmonia e 
Louvor 
Harmonia e Louvor – Volume 1 
 
 
- 2 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
LUCIANO IWANAGA PACHECO 
 
 
Teoria Musical 
Harmonia e Louvor 
 
Volume 1 
 
Este livro está registrado nos arquivos da Biblioteca Nacional 
(www.bn.gov.br) e está devidamente protegido pelas leis do Direito 
Autoral. 
 
Número ISBN: 978-85-924459-0-4 
 
Essas figuras e cores são utilizadas com propósito didático, visando 
facilitar o entendimento dos assuntos tratados no livro. 
 
Para entrar em contato com o autor, envie um email para 
luciano@programaaprendiz.com.br 
 
O que é este livro? 
- 3 - 
 
Sumário 
 
O que é este livro? .......................................................... - 4 - 
Este livro é para você? ...................................................... - 6 - 
Como ler este livro? ........................................................ - 8 - 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores ................................... - 24 - 
Escala Cromática Simples ................................................ - 46 - 
Escala Cromática Composta ............................................. - 62 - 
Acordes – Conceito e Formação ........................................ - 67 - 
Acordes Dissonantes ...................................................... - 82 - 
Campo Harmônico – Conceito e Prática .............................. - 95 - 
Graus da Escala ........................................................... - 111 - 
Escala Menor Natural, Harmônica e Melódica ....................... - 115 - 
Funções Harmônicas – Introdução .................................... - 135 - 
Funções Harmônicas Secundárias ...................................... - 143 - 
Acorde Diminuto – Conceito, Formação e Uso Prático ........... - 154 - 
Transposição – Conceito e Técnicas .................................. - 166 - 
Prática de Banda / Conjunto no Louvor .............................. - 188 - 
 
 
O que é este livro? 
 
 
Porque Dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a 
Ele eternamente. Amém. 
 
Romanos 11:36 
 
 
 
 
EM PRIMEIRO LUGAR este livro é um trabalho de gratidão a Deus. 
 
Se não fosse por Ele nada existiria. Se não fosse por Ele não 
existiria música. Se não fosse por Ele nada faria sentido. Nem eu nem você 
estaríamos aqui. 
Eu só aprendi o que sei sobre música porque um dia Deus me 
permitiu ouvir e cantar hinos a Ele. Depois, apesar de minhas muitas 
limitações, Deus me permitiu aprender a tocar um instrumento. 
E, por fim, Deus colocou em mim um desejo de aprender mais 
sobre música e me proporcionou os meios para que eu conseguisse atingir 
esse objetivo. 
Em segundo lugar este livro é um trabalho de ensino de música 
para qualquer pessoa. Minhas raízes musicais são de origem cristã, mas as 
teorias da música que serão ensinadas aqui são aplicáveis em qualquer 
estilo ou instrumento musical. 
No entanto, o conteúdo do livro não é focado em música clássica 
ou outros estilos musicais mais complexos. Meu intuito é abordar os temas 
O que é este livro? 
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mais comuns à maioria das pessoas, particularmente aos novos 
instrumentistas que tocam em igrejas. 
Isso não quer dizer que os conceitos que serão ensinados sejam 
superficiais ou de pouca utilidade. Pelo contrário, o que você vai aprender 
te dará ferramentas para iniciar e evoluir na sua trajetória musical. 
Meu objetivo não é ser perfeitamente preciso nos termos e 
fundamentos teóricos. Este livro não é um trabalho acadêmico. Quero ser 
o mais didático o possível e ensinar aquilo que, na minha opinião, é 
realmente importante para que você adquira ou aprimore conhecimentos. 
No decorrer do livro haverá diversos exemplos práticos e 
exercícios para você estudar e praticar. 
Eu gosto de usar linguagem simples e direta, como se eu estivesse 
conversando com você. Espero que assim as coisas fiquem mais fáceis de 
entender. 
*** 
 
Este livro é para você? 
 
Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao 
Senhor! 
 
Salmos 150:6 
 
 
 
ESTA PERGUNTA é muito importante. Eu gosto de começar meus 
textos com ela. O motivo da pergunta é que não quero que você perca 
tempo lendo algo que não é para você. 
Tempo é um recurso escasso e valioso, por isso eu o valorizo 
muito. 
 
Considerando isso, eu diria que este livro é para pessoas que: 
 
• Querem aprender música de forma mais completa, ficar 
independente de cifras e/ou escalas prontas. 
• Querem poder tocar de ouvido, saber tocar qualquer música, em 
qualquer tonalidade. 
• Querem ter uma noção melhor de como improvisar sem ficar 
“chutando” notas aleatoriamente (e errando). 
• Não querem tocar de forma robótica e “quadrada”, sem entender 
o que estão tocando. 
• Querem entender melhor seu papel na música e no louvor a Deus. 
 
Este livro é para você? 
- 7 - 
 
Nas explicações dos conceitos do livro, sempre partimos do 
princípio que você ainda não toca nenhum instrumento e não conhece 
muito sobre música. Então, pode ser que para alguns leitores o texto 
pareça um pouco detalhado demais. Eu optei por essa abordagem visando 
atingir o máximo de pessoas que for possível. 
Porém, mesmo se você já toca algum instrumento, acredito que o 
conteúdo desse livro pode enriquecer seu conhecimento. 
O propósito do meu trabalho não é ensinar tudo que há sobre 
teoria musical. Não tenho essa pretensão, até porque estou longe de saber 
tudo. A ideia é te ajudar na construção das bases do conhecimento, para 
que você entenda a música de uma forma mais ampla e assim possa andar 
com as próprias pernas no futuro. 
Acredito verdadeiramente que se você acompanhar as lições, 
estudar e praticar, seu aprendizado será muito proveitoso e sem dúvidas 
você será um instrumentista melhor. 
E por fim, este livro não é focado em um instrumento musical 
específico. A teoria musical é praticamente igual para todos os 
instrumentos. Por isso, tentarei ser o mais abrangente o possível para que 
qualquer pessoa possa aproveitar o conteúdo. 
 No entanto, para facilitar a compreensão de alguns temas, em 
alguns momentos vou usar desenhos de teclas de piano ou do braço de 
um violão para ilustrar melhor alguns conceitos, pois são instrumentos 
mais populares e mais didáticos. 
Como ler este livro? 
 
Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra 
qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. 
 
1 Coríntios 10:31 
 
 
 
 
PARECE UMA PERGUNTA com uma resposta óbvia, mas não é. 
Este livro não é apenas para ser lido. É para ser estudado. 
No livro não há respostas para todas as perguntas sobre teoria 
musical, e muitos temas exigem que você estude o que leu e pratique em 
seguida. 
Como escritor e professor, é muito difícil de se prever o quanto 
do livro você vai conseguir absorver. Mas uma coisa eu tenho certeza: se 
você não praticar, você não absorver muito. 
Lembre-se que qualquer coisa na vida exige tempo. Algumas 
pessoas têm mais facilidade do que outras em alguns assuntos, e por isso 
o tempo de estudo e prática varia. Mas independente disso, você precisa 
se dedicar. 
Após muitos anos dando aulas, concluí que há 2 atitudes que 
mudam totalmente o aproveitamento dos alunos: 
 
 
Como ler este livro? 
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1 - Não passe para a próxima lição antes de dominar a lição anterior. 
 
Essa é a atitude número 1 quando se diz respeito a aprender algo. 
Isso vale para música e para qualquer outro assunto que você queira 
aprender bem. Lembre-se que eu disse que você precisa estudar e praticar. 
Com estudo, prática e a quantidade certa de tempo, você vai dominar o 
conteúdo. E como saber se o conteúdo já foi dominado? 
Minha dica para esse ponto é a seguinte: se você conseguir dar 
uma aula de 5 minutos para alguém (pai, mãe, filho, esposa, marido, amigo, 
papagaio, etc.) sobre o tema que você está estudando, quer dizer que já 
tem um domínio suficientemente bom. 
Mas essa aula precisa ser boa e o seu “aluno” precisa entender,senão não vale, ok? 
 
2 - Não fique com dúvidas! 
 
Nas aulas presenciais esse é um tema que sempre abordo 
insistentemente. Muitos alunos ficam com dúvidas e não fazem perguntas 
para esclarecê-las. Aí, passam para a próxima lição sem entender a lição 
anterior. Com isso acumulam dúvidas e no fim não aprendem nada direito. 
Como aqui não estamos num ambiente de aula, esse problema 
pode se acentuar. Por isso eu me coloco a sua disposição para tirar suas 
dúvidas. Entre em contato comigo pelo e-mail e esclareça suas dúvidas. 
Eu farei o possível para te responder da melhor forma que eu puder. 
 
 
 
- 10 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
3 - Atitude Extra – Pratique o que puder no seu instrumento 
 
Como eu mencionei antes, o conteúdo deste livro não é focado 
num instrumento específico. Então, o que for possível de se praticar no 
seu instrumento, pratique! Mesmo que você tenha acabado de começar a 
tocar, tente aplicar o que puder. 
Depois que você entender um tema, tente transportar o 
conhecimento para alguma música que você já conhece, ou para alguma 
melodia que você já toca. Tendo essas atitudes, acredito que você terá um 
excelente aproveitamento do livro. 
Em alguns trechos do livro há algumas opiniões particulares que 
podem ser consideradas um pouco polêmicas. Eu sempre vou destacar 
esses trechos para você saber. Quando aparecer um desses assuntos, saiba 
que ali está expressa a minha opinião, que você pode concordar ou não. 
Por fim, no início de cada capítulo haverá um pequeno texto para 
reflexão baseada em versículos bíblicos e um resumo do que você vai 
aprender. 
Meu objetivo com isso é te fazer parar para pensar por alguns 
poucos minutos. Nossa vida é corrida e geralmente nós só queremos 
chegar no resultado, mas esquecemos que o caminho até ele também é 
muito importante. 
Mesmo se você não for cristão, te convido a ler e meditar no tema 
que for trazido. Talvez parar um pouco para pensar possa fazer alguma 
diferença na sua vida. 
Uma coisa é certa: você não tem nada a perder, e essa é uma boa 
oportunidade para você conhecer um pouco melhor como é viver debaixo 
dos cuidados e da atenção de Deus. E se nem em Deus você acredita, tudo 
bem. Os conceitos sobre Teoria Musical se aplicam da mesma forma e 
sem dúvidas o livro terá utilidade para você. 
Introdução – Conceitos Básicos da Música 
 
 
 
Estou convencido de que aquele que começou 
boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de 
Cristo Jesus. 
 
Filipenses 1:6 
 
 
 
 
 
O que você vai aprender neste capítulo: 
 
 Divisão fundamental da Música 
 As Notas Musicais e suas Cifras 
 O que é uma Pauta / Partitura 
 Conceito e Tipos de Claves 
 Conceito e Principais Fórmulas de Compasso 
 Notação Musical – Figuras Positivas e Negativas 
 
 
*** 
 
 
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Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
NESTE INÍCIO DOS ESTUDOS vamos abordar temas mais 
genéricos, aplicáveis a qualquer instrumento. Meu intuito nesta parte não 
é ser extremamente preciso nos termos e definições, mas te explicar as 
coisas de forma fácil de entender. 
Vamos começar pelos fundamentos.A música se divide em 3 
partes básicas: 
• Melodia: é a sequência de sons sucessivos, uma nota após a 
outra. Ex.: dó, ré, mi, fá, fá, fá, dó, ré, dó, ré... 
• Harmonia: é o conjunto de sons (notas) tocados ao mesmo 
tempo, geralmente formando acordes. 
• Ritmo: é a velocidade, cadência em que as notas são tocadas. 
 
Toda música possui som (óbvio), mas o silêncio também é parte 
essencial. Vou falar sobre isso mais para frente. Os sons na música são 
divididos em 7 notas musicais (e suas variações), que com certeza você já 
conhece. Estas notas podem também ser representadas pelas seguintes 
letras (chamamos isso de cifra): 
 
Nota Cifra 
DÓ C 
RÉ D 
MI E 
FÁ F 
SOL G 
LÁ A 
SI B 
É importante já se acostumar 
com essa nomenclatura. Na 
maior parte deste livro vou me 
referir às notas na forma de 
Letras (Cifra) 
 
Como ler este livro? 
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Eu digo sempre que música é como um idioma. Você começa 
aprendendo aos poucos. Aprende o alfabeto, depois forma sílabas, depois 
forma palavras, depois forma frases e depois forma textos, poemas, 
diálogos, etc. 
Assim como qualquer outro idioma, aprender música tem etapas 
e fases, e normalmente cada uma dessas etapas é pré-requisito para outras. 
Muita gente pula etapas e aprende esse idioma musical “na raça”, e por 
isso acaba não aprendendo a falar direito. No fim, ficam com um 
vocabulário muito pequeno e limitado. Para evitar isso é que estamos aqui. 
E assim como num idioma, na música há a parte sonora e a parte 
escrita. A parte sonora diz respeita a tocar um instrumento ou cantar. É 
quando você aprende a “falar” o idioma. 
A parte escrita diz respeito à escrita musical, ou Notação Musical, 
que é quando você aprende a “escrever e ler” o idioma. 
Diferentemente dos idiomas normais, a música é algo universal, e 
em qualquer parte do mundo, tanto a escrita quanto a parte sonora seguem 
os mesmos princípios. Obviamente, cada parte do mundo tem seus 
“sotaques”, mas a essência é a mesma. 
Existe um padrão para a escrita musical, que é feita no que 
chamamos de Partitura ou Pauta. 
A partitura é constituída por 5 linhas paralelas e 4 espaços entre 
as linhas. Ela serve para que as notas sejam escritas e depois lidas pelos 
músicos / cantores, que “verbalizam” esse texto musical em forma de 
som. 
 
- 14 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
 
Toda partitura sempre inicia com um símbolo, que chamamos de 
Clave, que é o símbolo musical que serve para dar nome às notas. 
Cada linha e cada espaço servem para indicar uma nota musical 
que pode variar de acordo com a clave. Além dessas 5 linhas, é possível (e 
muito comum) desenhar linhas adicionais tanto acima quanto abaixo da 
pauta padrão (veja mais à frente). 
Infelizmente, neste livro não vou abordar em detalhes a parte de 
escrita e leitura de partituras. Isso por si só daria um livro. Mas vou te 
mostrar o básico para que você, quando olhar para uma partitura, não 
fique totalmente perdido. 
Existem três tipos de Clave: a Clave de Sol, a Clave de Fá e a Clave 
de Dó. 
As claves são descritas pelos seguintes símbolos: 
 
Linha 
Espaço 
Como ler este livro? 
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Na figura acima temos uma sequência básica de notas. Perceba 
que a sequência é seguida usando as linhas e os espaços, tanto subindo 
quanto descendo. 
A posição das Claves na pauta pode variar, e, dependendo de em 
qual linha a Clave se encontra, as notas na pauta mudam: 
 
• No caso acima, a clave de Sol se inicia na 2° linha (conta-se de 
baixo para cima; o começo da clave é onde começa a curvinha). 
Isto quer dizer que a nota que se encontra nesta linha será a nota 
Sol, já que esta é a Clave de Sol. E é por isso que a clave dá nome 
às notas. 
• A clave de Sol é usada na maior parte dos instrumentos musicais, 
e é sempre usada na 2° linha (de baixo para cima). 
Clave 
de Sol 
Clave 
de Fá 
Clave 
de Dó 
 
- 16 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
• A Clave de Fá é normalmente usada na 4ª linha da pauta, mas há 
variações. É usada por instrumentos como piano (mão esquerda), 
violoncelo, baixo elétrico e acústico, entre outros. É usada para 
escrever notas mais graves. 
• A Clave de Dó também pode ser usada em diversas linhas, de 
acordo com o instrumento. 
 
Uma observação importante: Depois de posicionada a Clave, 
as notas ganham seus nomes e, salvo se houver uma mudança de clave, 
esses nomes não se alteram. Como assim? 
Por exemplo, como mencionado anteriormente, a Clave de Sol 
sempre é posicionada na segunda linha da pauta. A nota desta linha ganha 
o nome de Sol. A partir desse momento, a segunda linha sempre será 
chamada de Sol. 
Como depois da nota Sol vem a nota Lá, o espaço acima da 
segunda linha sempre será chamado de Lá. 
Da mesma forma, a nota do espaço abaixo da segunda linha 
sempre será a nota Fá. 
Essa lógicavale para todas as notas, em todas as Claves. Veja 
abaixo uma Pauta com a Clave de Sol. 
 
 
 
Como ler este livro? 
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Em resumo, depois de posicionada a Clave, todas as linhas e 
espaços recebem suas respectivas notas e essas notas só podem ser 
alteradas por uma mudança de Clave. 
Esse conceito é importante pois é assim que se aprende a ler uma 
partitura. Imagine se as notas ficassem mudando de nome com frequência. 
Isso dificultaria o processo de escrita e leitura. 
Bom, agora seguindo em frente, temos que levar em conta 
também outro ponto: o tempo de duração da nota.Para podermos 
entender melhor esse ponto, precisamos antes que conhecer o conceito 
de compasso: 
Compasso: determina a divisão das notas musicais na partitura. 
O compasso é dividido em Tempos. Existem várias formas de descrever 
um compasso. Essas formas ou Fórmulas de Compasso vão determinar 
quantos tempos (divisões) o compasso terá. 
Ainda está confuso, não é? Já vou explicar melhor, mas antes 
preciso que você entenda outro conceito: as Figuras Musicais. É aqui que 
a maioria das pessoas começa a se perder. Existem várias figuras musicais 
na notação musical. 
Uma figura musical é como uma letra de um alfabeto. Você 
precisa memorizar o significado de cada uma dessas figuras para poder 
entender uma partitura. 
Em primeiro lugar, existem figuras para determinar períodos com 
som e períodos de silêncio. Cada figura representa uma quantidade de 
tempo que a nota deve ser tocada (figura positiva) ou a quantidade de 
tempo de silêncio (figura negativa). 
Com essas figuras são escritas praticamente todas as músicas que 
existem. Também existem figuras para determinar intensidade, volume, 
ritmo, pausas, repetições, etc. Vou detalhar apenas as Figuras Positivas, 
que são aquelas que devemos tocar, que produzem som. Elas são as 
seguintes: 
 
- 18 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
Explicando o quadro acima: 
O número dentro do pequeno círculo é o “código”, o valor que 
representa cada figura; 
Abaixo deste número temos o NOME de cada figura; 
E em seguida temos a quantidade de Tempos que cada figura tem. 
Quanto mais “pernas”, menos tempo a figura tem, e quanto menos tempo, 
mais curta é a duração da nota. 
Por exemplo, uma Colcheia vale metade da Semínima, o que quer 
dizer que para preencher o mesmo espaço de uma Semínima, são 
necessárias 2 Colcheias. O tempo de duração de uma nota representada 
por uma Colcheia é a metade do tempo de uma nota representada por 
uma Semínima. 
 
Como ler este livro? 
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Uma Semicolcheia vale ¼ de uma Semínima, ou seja, são 
necessárias 4 Semicolcheias para preencher o espaço de uma Semínima. E 
assim por diante. Essa divisão das figuras também representada da 
seguinte forma: 
 
 
Espero que você tenha compreendido. Por exemplo, uma 
Semibreve (nota mais longa) equivale à 4 Semínimas, ou à 32 Fusas, e 
assim por diante. 
As figuras para representar o silêncio (figuras negativas) seguem 
o mesmo raciocínio, ou seja, quanto mais “pernas”, menos tempo de 
silêncio. Veja: 
 
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Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
O silêncio faz parte da música. Ficar em silêncio pode ser tão 
importante quanto tocar. Aprenda isso desde já. Seguindo em frente, 
vamos voltar a falar sobre Compassos. 
Na frente da clave, há um número sobreposto sobre o outro. O 
número de cima dirá o número de tempos e o de baixo é a figura de 
compasso, ou seja, a figura que determinará a duração de cada tempo. 
Esses números são o que chamamos de Fórmula de Compasso. 
 
 
 
Obs.: Se não houver nenhum número na frente da Clave, é sinal que o 
compasso é 4/4 
Por exemplo, um compasso 4/4 tem 4 divisões e cada divisão tem 
a duração de uma Semínima (código 4 na nossa tabela anterior). Como a 
Semínima vale 1 tempo, um compasso 4/4 possui 4 divisões de 1 tempo. 
Fim do Compasso 
Como ler este livro? 
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É a clássica contagem 1, 2, 3, 4 na música (sabe aquelas batidas com as 
baquetas da bateria para iniciar uma música?). 
Outro exemplo: num compasso 2/4 temos 2 tempos de 
semínimas. Você conta 1,2 e o compasso acabou. 
Num compasso 3/4 temos 3 tempos de semínimas. É o 
compasso típico da Valsa. 1, 2, 3...1, 2, 3... 1, 2, 3... 
 E se fosse um compasso 2/2? Neste caso seriam 2 tempos de 
Mínima. A Mínima vale 2 tempos (ou duas Semínimas). Isso quer dizer 
que este compasso é mais longo, com mais notas longas. 
E um compasso 4/8? São 4 tempos de Colcheia. A Colcheia vale 
metade de uma Semínima. Neste caso, o compasso é mais curto, com mais 
rápidas. 
Os compassos mais usados são os compassos simples e têm a 
seguinte fórmula: 
 
2/4, 3/4 e 4/4 (compassos simples). 
6/8 e 12/8 (compassos compostos). 
 
O tema Notação Musical é bem extenso e, infelizmente, não é 
foco deste livro. 
Saber ler partitura é importante e ajuda bastante. Assim como 
aprender a ler qualquer idioma, exige muito estudo e prática. Quanto mais 
você pratica, mais fluente você fica. 
Se ler partitura é seu objetivo, há muitos métodos e cursos que 
você pode seguir. Na internet há bastante conteúdo. 
O que eu quis trazer aqui é apenas uma introdução, para te dar 
uma noção e você não se assustar quando olhar para uma partitura. 
 
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Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Para fazer uma aplicação prática do que ensinei aqui sugiro que 
você dê uma olhada em algumas partituras para identificar as figuras, as 
notas, os compassos, etc. Assim você já vai ficando mais familiarizado. 
Provavelmente você não saberá ler a partitura logo de início, mas pelo 
menos você poderá identificar os componentes dela. 
A partir daí fica a critério de cada um aprofundar ou não o tema. 
 
Como ler este livro? 
- 23 - 
 
 
 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
 
 
 
Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o 
Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do 
Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que 
vocês estão servindo. 
 
Colossenses 3:23-24 
 
 
 
 
O que você vai aprender neste capítulo: 
 
 Conceito de Escalas 
 Tom e Semitom 
 Acidentes musicais 
 Tipos de Semitons 
 Escalas Diatônicas Maiores – Conceito e Regra de Formação de 
Escalas 
 Dobrado Bemol e Dobrado Sustenido 
 Quadro de Escalas Maiores 
 
*** 
 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 25 - 
 
 
ESTE PRIMEIRO TEMA É VITAL. É ele quem vai criar os alicerces 
do conhecimento para todo nosso estudo, tanto da parte sobre melodia 
quanto da parte sobre harmonia, e por isso, este primeiro capítulo é um 
pouco mais longo. Não avance nos estudos se não compreender muito 
bem o que for ensinado aqui. 
Não é um tema difícil, mas, dependendo do seu conhecimento 
prévio sobre o assunto, pode exigir de você um pouco mais de tempo para 
fixação dos conceitos. 
 
Vamos lá! 
 
Em primeiro lugar, o que é uma Escala Musical? 
 
Escala é uma sequência de notas que seguem uma orientação, um 
padrão, baseada em uma nota principal, a TÔNICA. Essa definição pode 
não ser totalmente precisa do ponto de vista técnico, mas é a melhor forma 
que encontrei de definir uma escala de forma que seja fácil de se 
compreender. 
Existem dezenas de tipos de escalas na música. Escalas Maiores, 
Menores, Harmônicas, Melódicas, Ciganas, Exóticas, Nordestinas, etc. 
Cada uma respeita um tipo de padrão e é utilizada em um tipo de situação 
específico. Mas por enquanto não se preocupe com isso. 
Antes de entrarmos a fundo nesse assunto das escalas, é 
necessário você entender o conceito de Tom e Semitom: 
Um Semitom é o espaço mínimo que existe entre uma nota e 
outra. É a “distância mínima” entre duas notas. Também é chamado de 
Meio Tom. 
 
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Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
 
 
 
 
 
No piano, o semitom acontece entre duas teclas “vizinhas”, que podem 
ser brancas ou pretas. 
 
 
 
No violão, o semitom (ou meio tom) acontece entre duas casas “vizinhas” 
do braço do instrumento. Isso também valepara a guitarra, baixo, 
cavaquinho, alaúde, viola caipira, e outros instrumentos que possuem 
“casas” no braço. 
Mas na verdade, dizer que o semitom é o espaço mínimo 
entre duas notas não é inteiramente verdadeiro. 
Há uma subdivisão do semitom chamada COMA. Um semitom 
pode ser dividido em 4 comas e meio. 
Existem instrumentos que não possuem casas ou outras 
marcações para dividir os semitons. São os instrumentos de escalas “não-
temperadas”. O violino é um bom exemplo disso. Não há casas no braço 
no violino, e por isso no início é muito difícil acertar as notas 
corretamente. 
 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# 
Réb 
Ré# 
Mib 
Fá# 
Solb 
Sol# 
Láb 
Lá# 
Sib 
A distância 
entre Dó e Dó# 
é de um 
Semitom. 
1ª Casa 
Semi Tom 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 27 - 
 
Muitas vezes você tenta fazer a transição entre 2 notas e acaba 
desafinando. O que acontece nesses casos é que, por exemplo, você 
deveria ter alcançado os 4 comas e meio, mas acabou só alcançando 3 
comas e meio. É necessário haver uma boa dose de precisão no 
movimento. 
Outro bom exemplo é o trombone de vara. A vara não possui 
marcações. Se o músico não a posicionar corretamente, a nota não fica 
afinada. 
O mesmo conceito se aplica para a voz. Em alguns casos, alguma 
nota muito aguda ou muito grave não é alcançada corretamente, ficando 
alguns comas acima ou abaixo, o que caracteriza a desafinação. 
Mas isso é algo que no nosso estudo não vamos considerar. Há 
algumas técnicas e estilos que usam essa abordagem dos comas, mas não 
vamos entrar nesse tema. 
Voltando aos Semitons... 
Existem dois símbolos muito importantes na Música, que são usados 
quando queremos alterar uma nota em um semitom. Chamamos esses 
símbolos de Acidentes. Os principais são: 
 
• Sustenido (#): é a alteração ascendente, ou elevação de uma nota 
em um semitom. 
Ex.: DÓ-DÓ#. Elevou-se a nota DÓ em um semitom (a nota 
ficou mais aguda) 
• Bemol (b): é a alteração descendente, ou diminuição de uma nota 
em um semitom. 
Ex.: RÉ-RÉb. Diminui-se a nota RÉ em um semitom (a nota 
ficou mais grave) 
 
 
- 28 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Existem dois tipos de semitons: 
 
Semitom Diatônico - é o semitom é formado por duas notas de nome 
diferente. Exemplo: Mi para Fá. É um intervalo de meio tom (semitom), 
mas formado por duas notas com nomes diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semitom Cromático - é aquele formado por notas de mesmo nome, mas 
com entonação (sonoridade) diferente. Exemplo: de Dó para Dó#. É um 
intervalo de meio tom com notas de mesmo nome (Dó), porém com 
entoação (som) diferente. 
 
 
 
 
 
 
 
Por enquanto isso é tudo que você precisa saber sobre Semitons. 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# 
Réb 
Ré# 
Mib 
Fá# 
Solb 
Sol# 
Láb 
Lá# 
Sib 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# Ré# 
Mib 
Fá# 
Solb 
Sol# 
Láb 
Lá# 
Sib 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 29 - 
 
Um Tom é formado de dois semitons consecutivos (não tem um jeito 
muito melhor de explicar isso). Exemplo: A distância entre o Dó e o Ré 
é de dois semitons, portanto é uma distância de um tom. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro exemplo: De Ré# para Fá também temos dois semitons. Ou de 
Sol# para Lá#. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tendo entendido isso (se não entendeu volte) o resto fica fácil. 
Você deve ter percebido que as teclas pretas do piano podem ter 
nomes diferentes (por exemplo, Dó# ou Réb). Se você não compreendeu 
isso ainda, não se preocupe. Vamos entrar nesse detalhe em seguida. 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# 
Réb 
Ré# 
Mib 
Fá# 
Solb 
Sol# 
Láb 
Lá# 
Sib 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# 
Réb 
Ré# Fá# 
Solb 
Sol# Lá# 
Neste caso, partimos 
do Dó, passamos pelo 
Dó# (1 semitom) e 
avançamos até o Ré 
(mais 1 semitom). 
 
Cada seta no desenho 
equivale a 1 semitom 
Partimos do Ré#, 
avançamos 1 
semitom para chegar 
ao Mi e em seguida 
mais 1 semitom para 
chegar ao Fá. 
 
De Sol# para Lá# o 
processo é o mesmo 
 
- 30 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
A Escala Diatônica. 
 
Escala Diatônica é aquela em que as notas não se repetem, ou 
seja, têm as 7 notas musicais. 
A Escala Diatônica, pode ser uma Escala Maior ou Escala Menor. 
Há diferenças importantes entre elas, e por enquanto vamos nos ater 
apenas às Escalas Maiores. Então, de agora em diante, sempre que eu 
me referir à Escala Maior ou Escala Menor, estaremos falando de uma 
Escala Diatônica, ok? 
Voltando ao assunto, antes de mostrar como construir uma 
Escala Maior preciso que você entenda a importância desse assunto. 
As Escalas Diatônicas são essenciais para a música. Em primeiro 
lugar, é a Escala Diatônica que dita a tonalidade ou o tom da música. 
Você provavelmente já ouviu (ou vai ouvir) a seguinte pergunta: 
 
Pergunta: “Essa música está em que tom? Qual é o tom dessa música?” 
Resposta: “Ah, essa música está em Dó.” 
 
Quando se diz que uma música está em Dó, quer dizer que ela 
está na tonalidade da Escala Maior de Dó, e que significa que a maioria 
das notas da melodia / harmonia deve respeitar esta escala. 
Via de regra, se você tocar uma nota que não respeita essa regra, 
que não faz parte da Escala da tonalidade da música, essa nota soará 
estranha, errada. É o que chamamos de “nota fora do tom ou fora da 
escala”. 
 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 31 - 
 
Há exceções para essa regra. Algumas vezes, notas “fora da 
escala” soam bem e sempre há uma explicação para esses “acidentes” 
bonitos. Algumas dessas explicações vou mostrar em capítulos posteriores 
deste livro. 
Mas eu diria que pelo menos 90% das músicas populares, cristãs 
ou não, respeitam a Escala de sua tonalidade. Ou seja, uma música em Dó 
Maior terá, predominantemente, notas da Escala Maior de Dó. Uma 
música em Sol Maior terá notas da Escala Maior de Sol, e assim por diante. 
Por fim, eu diria que esse assunto você deve dominar 
completamente. Você tem que saber esse negócio de cabo a rabo, de trás 
para frente, de cabeça para baixo, etc. 
Como eu mencionei no início do capítulo, toda escala segue um 
padrão, uma receita de bolo, uma fórmula. 
Para se formar uma Escala Maior, usa-se a seguinte fórmula: 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
 
Explicando: 
 
Tomando a nota básica, a Tônica (T), avançamos um tom, depois 
outro tom, depois um semitom, e assim por diante. Por último avançamos 
outro semitom, retornando à Tônica. 
Calma, se você não entendeu nada, acompanhe o exemplo abaixo. 
 
 
- 32 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Tomando como Tônica a nota Dó, deve-se substituir a letra T da 
fórmula pelo Dó. Depois só seguir a fórmula. 
 
Substituindo temos: 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ 
Formamos então a Escala Diatônica de Dó Maior 
 
Veja o passo a passo: 
 
De Dó para Ré existe um tom, ou seja, dois semitons (Dó-Dó#-Ré). Se 
ficar em dúvida olhe no desenho abaixo mais uma vez 
 
 
 
 
 
 
 
Partimos do Dó e avançamos 2 semitons. 
Continuando... 
 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# 
Réb 
Ré# 
Mib 
Fá# 
Solb 
Sol# 
Láb 
Lá# 
Sib 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 33 - 
 
De Ré para Mi existe um tom (Ré-Ré#-Mi). 
De Mi para Fá existe um semitom (Mi-Fá). 
De Fá para Sol existe um tom (Fá-Fá#-Sol). 
De Sol para Lá existe um tom (Sol-Sol#-Lá). 
De Lá para Si existe mais um tom (Lá-Lá#-SI) 
E de Si para Dó há um semitom (Si-Dó). 
 
Fácil, certo? Sim, é fácil. Mas aí há uma armadilha. Geralmente o 
pessoal acha que Escalas é um tema muito fácil e aprende de qualquer 
jeito, isto é, aprende errado. O que quero dizer é que 99% das pessoas 
esquece que uma Escala Diatônica precisa ter todas as 7 notas musicais. 
Vamos continuar fazendo outras Escalas Maiores e você já vai 
entender onde quero chegar. 
Agora a Escala de Ré Maior (substituímosa tônica por Ré e 
seguimos a fórmula): 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
RÉ MI FÁ# SOL LÁ SI DÓ# RÉ 
 
Bom, ainda está fácil, certo? Temos todas as 7 notas musicais de 
novo, não importa se uma está com sustenido. Um Fá# continua sendo 
um Fá e por aí vai. 
 
 
- 34 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Agora mais uma, a Escala de Mi Maior: 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
MI FÁ# SOL# LÁ SI DÓ# RÉ# MI 
 
Mais uma vez temos as 7 notas musicais. Sem mistério. 
Agora vamos mudar um pouco com a Escala de FÁ. 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
FÁ SOL LÁ ????? DÓ RÉ MI FÁ 
 
E agora? Qual é a nota que vem depois do Lá? Sabemos que da 
3ª para a 4ª nota temos que avançar um semitom. Nesse caso temos duas 
hipóteses: 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos ter um Lá# ou um Sib. Qual devemos usar? Acredito que depois 
de dar tantas dicas ficou fácil de responder, certo? 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# 
Réb 
Ré# 
Mib 
Fá# 
Solb 
Sol# 
Láb 
Lá# 
Sib 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 35 - 
 
A nota correta nesse caso é o Sib 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
FÁ SOL LÁ SIb DÓ RÉ MI FÁ 
 
Por que não pode ser Lá#? Simples: porque já temos uma nota 
Lá na escala, e não pode haver outra na mesma Escala Diatônica, porque 
senão iria faltar uma das notas musicais, no caso a nota Si. 
Aqui muita gente fala o seguinte: “Ah, mas na prática é a mesma 
coisa...” 
Ao ouvido é a mesma coisa sim. As duas notas soam exatamente 
iguais. Estão na mesma posição. Porém, na hora de se ler uma partitura 
de uma música em Fá Maior, dificilmente você vai encontrar um Lá#. Vou 
explicar isso melhor agora com o exemplo abaixo: 
 
Essa é a escala de FÁ Maior na partitura. Vou enfatizar algumas coisas 
para não restar dúvidas: 
 
 
- 36 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
1 – Cada linha / espaço numa pauta só tem um nome. 
 
Por exemplo, a linha central (3ª linha de baixo para cima) da Clave 
de Sol só pode se chamar Si. Não existe nenhuma hipótese de a linha 
central da Clave de Sol mudar de nome. Faça chuva ou faça sol, ela sempre 
será a nota Si. 
E se quisermos alterar a entonação (o som) da nota dessa linha 
central (ou de qualquer outra linha/espaço)? 
Neste caso temos que usar Sustenidos (#) ou Bemóis (b), e foi 
exatamente isso que fizemos no desenho anterior. Note que há um bemol 
na linha central, na frente da Clave. Isso torna a nota Si em Sib. 
 
2 – Toda Escala Diatônica precisa OBRIGATORIAMENTE 
possuir TODAS as 7 notas musicais. 
 
Ou seja, toda e qualquer escala vai ter um DÓ, um RÉ, um MI e 
assim por diante. 
Toda Escala Diatônica precisa ter as 7 notas musicais! 
E na partitura, você sabe qual escala está tocando primeiramente 
por algo que chamamos de Armadura da Clave.Começou a complicar 
não é? Calma, vou explicar. 
A Armadura da Clave são os Sustenidos ou Bemóis que ficam 
do lado do desenho da Clave. Colocar os sustenidos ou bemóis ao lado da 
Clave altera todas as notas das linhas / espaços em questão na partitura 
que estivermos lendo. Veja o exemplo abaixo: 
 
 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 37 - 
 
 
Neste exemplo temos uma Armadura da Clave com 2 Sustenidos, 
o primeiro na nota Dó e o segundo na nota Fá, o que nos diz que a 
tonalidade principal da música é Ré Maior, e todas as notas Dó e Fá serão 
sustenidas. Como assim? 
É como se fosse uma “pré-configuração” da pauta. Você 
configura a pauta colocando os sustenidos ou bemóis de acordo com a 
tonalidade da música, e a partir daí escreve sua música, que vai respeitar 
sua configuração inicial. 
No exemplo anterior que estamos tratando, da escala de Fá Maior, 
do lado do desenho da Clave de Sol há um Bemol na linha central (nota 
Si), e isso significa que, a não ser que haja alguma indicação, TODAS as 
notas Si da música em questão serão “bemolizados”, ou seja, só teremos 
Sib nesta música. 
Se, neste caso da escala de Fá Maior, você precisar de uma nota 
Si normal, sem o bemol, você precisará utilizar uma outra figura de 
Notação Musical chamada Bequadro. 
O Bequadro é um símbolo especial elimina qualquer Sustenido 
ou Bemol daquela nota em questão, independente da armadura da Clave. 
Na escala de Sol, por exemplo, que naturalmente possui um Fá#, sempre 
que você quiser um Fá natural você precisará usar um Bequadro antes da 
nota Fá. 
Mas cuidado! O Bequadro deve aparecer antes da nota que você 
quer “limpar”, e ele vale somente para aquela nota, e no compasso em 
vigor. Quando o compasso acaba, volta a valer o que está definido na 
Armadura da Clave, ou seja, a nota volta a ter sustenido ou bemol, 
conforme a escala. 
 
- 38 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Veja a seguir todos os símbolos que podem alterar uma nota 
numa partitura: 
 
 
 
Nessa hora os alunos costumam falar assim: Dobrado Sustenido? 
Dobrado Bemol? Sim, existe um Dobrado Bemol e um Dobrado 
Sustenido. Você verá logo mais onde usar esses símbolos. 
Bom, aqui é bom fazer uma pausa e revisar o que você leu. Pode 
ser que haja alguma dúvida e é importante que você esteja com os 
conceitos bem fixados para que as próximas etapas sejam proveitosas. 
Vamos retomar o estudo praticando um pouco mais algumas 
escalas. Mas dessa vez não vou preencher toda tabela. 
Vamos fazer a escala de Lá Maior. 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
LÁ SI DÓ# 
 
Tente preencher o restante. Se precisar use o desenho do piano 
que está nas páginas anteriores. Um jeito fácil de saber se você acertou é 
o seguinte: 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 39 - 
 
1 – A escala sempre começa com uma nota (a Tônica) e acaba com a 
mesma nota. 
2 – Lembre-se que toda escala possui as 7 notas musicais. Se faltou alguma 
você com certeza errou. 
Agora vamos falar sobre mais um erro comum quando se 
estudam as escalas. Muita gente acredita que não existe Mi# e Si#. Isso é 
um erro! 
Em primeiro lugar, já falamos várias vezes que qualquer Escala 
Diatônica (seja Maior ou Menor) possui as 7 notas musicais. Só isso seria 
suficiente para derrubar essa história de que não existe Mi# e Si#. Mas há 
alguns outros pontos que você deve entender. Veja o seguinte: 
 
Escala de Dó Maior 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ 
 
Até aqui nenhum problema. Agora a escala de Dó# Maior 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
DÓ# RÉ# ??? FÁ# SOL# LÁ# ??? DÓ# 
 
Aqui começa a dar nós na cabeça de alguns. Qual é a terceira nota 
da Escala? E a sétima nota? 
 
 
- 40 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O erro que a maioria das pessoas comete aqui é usar um FÁ como 
terceira nota. E no espaço da 7ª nota, seguindo a mesma lógica, muitas 
pessoas colocam um DÓ. Aí ficaria assim: 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
DÓ# RÉ# FÁ FÁ# SOL# LÁ# DÓ DÓ# 
 
Se considerarmos que deveria haver as 7 notas musicais na escala, 
ficaram faltando 2 notas (Mi e Si). 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Dó# 
Réb 
Ré# 
Mib 
Fá# 
Solb 
Sol# 
Láb 
Lá# 
Sib 
Estamos aqui (Ré#) e 
precisamos avançar um 
tom (2 semitons) 
 
Após avançar 2 semitons 
paramos aqui (nota Fá) 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 41 - 
 
Lembra da Armadura da Clave? No nosso exemplo acima, temos 
dois Dó e dois Fá na Escala, um Natural e um Sustenido. Como ficaria a 
Armadura da Clave nesse caso? 
 
Se você colocar um # no espaço do Dó (figuraacima), todos as 
notas Dó desta música seriam Sustenidas. Mas a nossa escala fictícia 
(errada) também tem Dó natural (sem o sustenido). 
O mesmo problema para a nota Fá. Temos Fá Natural e Fá# na 
mesma escala. E agora? Como representar isso na Armadura da Clave?? 
Na armadura não é possível. Você teria que encher sua pauta de 
Bequadros, o que deixaria ela extremamente poluída e difícil de se ler. 
 
Então, no fim, a escala correta de Dó# é: 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
DÓ# RÉ# MI# FÁ# SOL# LÁ# SI# DÓ# 
 
Agora temos as 7 notas musicais, e, dessa forma, é possível 
representar a escala na Armadura da Clave. Ficaria assim: 
 
- 42 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
 
Ufa! 
Para finalizar esse assunto, vamos falar do Dobrado Sustenido 
e Dobrado Bemol. 
O conceito aqui é muito parecido com o que já estudamos. Um 
Dobrado Sustenido eleva a nota 2 semitons. O Dobrado Bemol diminui a 
nota em 2 semitons. Simples. 
Um exemplo rápido da aplicação desses símbolos. Escala de Fáb Maior: 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
FÁb SOLb LÁb SIbb DÓb RÉb MIb FÁb 
 
Simplesmente coloquei um bemol na frente de cada nota da escala 
de Fá. A nota Si da escala de Fá natural já tinha um bemol. 
Como reduzimos meio tom a escala como um todo, a nota Si, 
ganhou mais um bemol, ficando com o Dobrado Bemol. Assim 
respeitamos a regra básica de termos todas as 7 notas musicais na escala e, 
dessa forma, seria possível desenhar uma Armadura de Clave dessa escala. 
Agora, na prática, não faz sentido tocar ou escrever nada na escala 
de Fá bemol. Seria bobeira. A sonoridade de Fáb e de Mi é exatamente a 
mesma, mas uma partitura escrita em Fáb é muito mais complicada de ler. 
 
Nessa Armadura da Clave há 7 
sustenidos, o que indica a tonalidade 
de Dó# Maior. 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 43 - 
 
Então, para que dificultar? Basta escrever tudo na escala de Mi e 
aí fica muito mais fácil de escrever, ler e executar. No fim, na prática, não 
se escreve nada em tonalidades que possuam Dobrados Sustenidos / 
Bemóis. 
*** ALERTA DE POLÊMICA *** 
 
Porém, se você já toca algum instrumento, tenho certeza que já 
viu umas cifras de músicas com tons em Sol#, Ré#, Lá#. Elas 
provavelmente estão incorretas. 
Por exemplo, na escala de Lá# Maior temos um Dóx (Dó 
Dobrado Sustenido), um Fáx (Fá Dobrado Sustenido) e um Solx (Sol 
Dobrado Sustenido), ou seja, 3 notas com Dobrado Sustenido. 
Provavelmente você não vai ver nenhuma dessas notas nessas cifras. O 
que as pessoas fazem nesse caso é desrespeitar a regra e criar uma escala 
que não existe, com duas notas Ré (Ré e Ré#), duas notas Sol (Sol e Sol#) 
e duas notas Lá (Lá e Lá#). 
O correto seria escrever a cifra em Si Bemol, que tem a mesma 
sonoridade do Lá Sustenido. Porém, por alguma razão do além, as pessoas 
acham que ler uma cifra com bemol é mais difícil que ler uma cifra com 
sustenido. 
Então, se você se deparar com alguma cifra em Dó#, Ré#, Sol# 
ou Lá# é sinal de que quem escreveu a cifra ou não sabe o que é uma 
Escala Diatônica, ou não se importa de escrever errado. 
O mesmo acontece para uma cifra em Fá Maior...o povo insiste 
em excluir o Sib da escala e colocar um Lá# no lugar. O problema disso é 
que passamos adiante a herança do “qualquer coisa serve”, ou “tanto faz”. 
Se podemos aprender direito, por que insistir em aprender errado 
e depois ensinar errado? Aí um dia você pega uma cifra em Mib Maior e 
não sabe ler, porque no seu cérebro a nota Mib não existe. 
 
 
- 44 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Pare de achar que ler notas com bemol é mais difícil que ler notas 
com sustenido. É questão de aprender direito e praticar. 
 
*** FIM DA POLÊMICA *** 
 
Enfim...Parece que esses Dobrados Sustenidos / Bemóis são 
inúteis, mas não são. No nosso próximo tema de estudo esses conceitos 
serão necessários. 
Minha sugestão para você agora é praticar, praticar, praticar. 
Escreva várias escalas, memorize, faça de trás para frente, etc. Com a 
prática você vai ver que não é difícil e possivelmente você vai identificar 
um ou outro padrão. 
Eu poderia colocar aqui a tabela com todas as escalas diatônicas, 
mas não vou fazer isso, porque senão você não vai querer treinar, só 
copiar, e se assim acabará não aprendendo. 
Saber as escalas é FUNDAMENTAL. Se você não souber, com 
certeza vai ter muito mais dificuldade para tocar. Vai improvisar errado. 
Vai ensinar errado por aí. 
Esse é o primeiro tema teórico que eu abordo e talvez seja um 
dos mais importantes, pré-requisito para todo resto do conteúdo deste 
livro. ESTUDE! 
Vou deixar aqui um quadro para você preencher as escalas, com 
a fórmula para você se basear. Essas são as tonalidades mais comuns na 
música em geral. Fique à vontade para preencher o restante do quadro 
com outras escalas. 
 
Escalas Diatônicas – Escalas Maiores 
- 45 - 
 
 
 
Tônica 
(T) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Tom 
(t) 
Semitom 
(st) 
Dó 
Ré 
Mi 
Fá 
Sol 
Lá 
Si 
Dó# 
Fá# 
Mib 
Láb 
Sib 
 
 
 
Escala Cromática Simples 
 
 
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que 
cumprem os seus preceitos revelam bom senso. Ele será louvado 
para sempre! 
Salmos 111:10 
 
Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o 
conhecimento e o discernimento. 
Provérbios 2:6 
 
 
 
O que você vai aprender neste capítulo: 
 
 Conceito de Escalas Cromáticas 
 Conceito de Intervalos 
 Intervalos Simples e Compostos 
 Regra de Formação de uma Escala Cromática 
 Quadro com Escalas Cromática 
 
 
*** 
 
Escala Cromática Simples 
- 47 - 
 
AGORA A COISA VAI ESQUENTAR UM POUCO, por isso, se você 
não entendeu bem o capítulo anterior, meu conselho é que você volte e 
estude mais um pouco.Vamos agora começar o estudo das Escalas 
Cromáticas. 
Em primeiro lugar, estudar Escalas Cromáticas é a chave para 
desenvolver a habilidade de tocar qualquer música, em qualquer tom, em 
qualquer estilo. Além disso é com os conceitos que você vai aprender aqui 
que será possível você harmonizar melodias, fazer aquelas grades de vozes 
de coral, criar solos interessantes e muito mais. 
É extremamente importante entender o que chamamos de 
Cromatismo (uso das escalas cromáticas). Praticamente todo restante do 
conteúdo deste livro usará os conceitos que vou explicar neste capítulo. 
Por exemplo, talvez você já tenha ouvido falar em acordes 
dissonantes, ou dissonância. Se não ouviu, não se preocupe, pois vou 
explicar tudo mais para frente. Mas esses acordes podem fazer uma 
harmonia “pobre” virar uma harmonia bonita e rebuscada. E para formar 
esses acordes mais ricos, você necessariamente precisa entender e 
aprender o que é uma Escala Cromática. 
Fique tranquilo, pois o assunto é fácil, só demanda um pouco 
mais de tempo de estudo. 
E por fim, num primeiro momento, pode parecer que esse 
assunto não tem aplicação prática. Mas confie em mim que entender bem 
o tema fará muita, mas muita diferença mesmo! 
Obs.: A partir desta lição, vamos nos referir às notas pelas letras 
(cifras) correspondentes. 
 
 
- 48 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
Só revisando: 
Nota Cifra 
DÓ C 
RÉ D 
MI E 
FÁ F 
SOL G 
LÁ A 
SI B 
Se ainda não memorizou, a hora é agora! Vamos lá! 
 
Como foi dito antes, semitom cromático é aquele que tem o 
mesmo nome da nota anterior. 
Por exemplo, C > C#. São duas notas iguais (dois Dós) com um 
semitom de diferença. Ou E > Eb, F > F#, e assim por diante. 
Obviamente que o som delas é diferente, mas o nome é igual. 
 
Então, o que é uma Escala Cromática? Simples! É uma escala com 
12 notas, formada por semitons cromáticos consecutivos. É mais ou 
menos comoum Raio X das Escalas Diatônicas. Como assim? 
As escalas cromáticas são formadas por semitons consecutivos, 
iniciando numa Tônica e terminando novamente nesta Tônica (assim 
como nas Escalas Diatônicas). 
 
Escala Cromática Simples 
- 49 - 
 
Veja no piano (Escala Cromática de Dó): 
 
 
 
 
 
 
 
 
E no Violão (cada quadrado corresponde à uma casa no braço do violão 
e cada linha corresponde à uma corda): 
Mi Ré# Ré Dó# Si# Si Sib Lá Sol# Sol Fá# Fá 
 
Mi 
Lá Sol# Sol Fá# Fá Mi Ré# Ré Dó# Dó Si Lá# Lá 
Ré Dó# Dó Si Lá# Lá Sol# Sol Fá# Fá Mi Ré# Ré 
Sol Fá# Fá Mi Ré# Ré Dó# Dó Si Lá# Lá Sol# Sol 
Si Lá# Lá Sol# Sol Fá# Fá Mi Ré# Ré Dó# Dó Si 
Mi Ré# Ré Dó# Si# Si Sib Lá Sol# Sol Fá# Fá Mi 
 
 
 
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 
Réb Mib Solb Sol# Sib 
1ª Casa 12ª Casa 
 
- 50 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
No exemplo acima estamos olhando para a 6ª Corda (notas 
destacadas em negrito), que quando está solta é a nota Mi grave. E a partir 
daí, para cada casa aumenta-se um semitom. O mesmo vale para todas as 
outras cordas. 
Aí, normalmente nessa hora, os alunos costumam não entender 
nada. A Escala Cromática é simplesmente uma nota depois da outra, sem 
nenhuma regra? Calma, não é bem assim. 
Em primeiro lugar, via de regra, uma Escala Cromática não foi 
feita para ser tocada inteira na sequência, ou seja, você não deve querer 
tocar todas as notas na sequência num solo ou numa melodia qualquer. 
Em segundo lugar, o objetivo maior de entender as Escalas 
Cromáticas tem mais relação com a parte harmônica da música (acordes), 
apesar de também ser importante para a parte melódica. 
Como eu disse antes, uma Escala Cromática é formada por 12 
semitons consecutivos. Um semitom após o outro. Bem simples, certo? 
Normalmente os alunos dizem: Sim! Então eu peço para eles 
preencherem a Escala Cromática de Dó. Faça você também. Preencha a 
tabela abaixo: 
 
 
Em 90% das vezes, a resposta que eu recebo é mais ou menos igual a essa 
aqui: 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 
C 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 
Escala Cromática Simples 
- 51 - 
 
Se você também preencheu assim, lamento dizer, mas você 
ERROU! 
Aí começam os questionamentos: “Ah, professor, mas não eram 12 
semitons consecutivos? “ 
Sim, e de fato, da forma como foi preenchido acima, há 12 
semitons consecutivos. Mas, por exemplo, no lugar do C#, você poderia 
ter usado Db, concorda? 
E aí, mais uma vez vem aquela conversa de que usar sustenido é 
mais fácil que usar bemol. Meu conselho para você é que você tire isso da 
sua cabeça e se acostume com os bemóis. É uma questão de hábito e é 
muito importante, principalmente se você pretende ler partitura. 
Mas enfim, assim como todas as outras escalas que existem, a 
Escala Cromática também tem uma regra de formação, uma fórmula. É 
em função dessa regra de formação que o preenchimento da escala 
anterior estava incorreto. Você vai entender isso melhor em breve. 
Nas Escalas Cromáticas cada semitom recebe um nome diferente. 
Chamamos isso de INTERVALOS. 
Normalmente esses intervalos subdivididos e apresentados de 
duas formas diferentes. 
 
Forma 1: 
1 -2 2 -3 +3 4 -5 5 +5 6 -7 +7 8 
 
Forma 2: 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
C C# D D# E F F# G G# A A# B 
 
- 52 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
A distribuição é a mesma, porém muda a forma de se escrever. 
No nosso livro vamos usar a Forma 2. 
Essa subdivisão dos Intervalos é a nossa Fórmula da Escala 
Cromática. Além de variar a forma de se escrever o nome dos intervalos, 
há também formas diferentes de se falar os nomes de cada um. 
 A forma mais comum é usar os nomes dos numerais ordinais. 
Mais ou menos como abaixo (há variações): 
 
Intervalo Nome 
1 Primeira 
b2 Segunda Menor 
2 Segunda 
b3 Terça Menor 
3 Terça Maior 
4 Quarta 
b5 Quinta Diminuta 
5 Quinta 
#5 Quinta Aumentada 
6 Sexta 
b7 Sétima Menor 
7M Sétima Maior 
8 Oitava 
Escala Cromática Simples 
- 53 - 
 
 
 
 
- 54 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Para fins didáticos, eu adotei as algumas definições: 
 
- Os intervalos que não têm nenhum símbolo (b ou #) vamos chamar de 
Intervalos Naturais (você também pode chamá-los de Intervalos Justos). 
- Alguns intervalos possuem formas MAIORES, MENORES, 
AUMENTADAS e DIMINUTAS. Por exemplo o 5º intervalo pode ser 
Natural (5), Aumentado / Maior (#5) ou Diminuto / Menor (b5). 
- Até onde sei, não existe um consenso sobre a forma de falar o nome do 
Intervalo, e por isso vamos padronizar de acordo com a tabela acima, ok? 
 
Os intervalos podem ser SIMPLES OU COMPOSTOS. 
 
São SIMPLES quando contidos dentro de uma oitava (8ª), ou seja dentro 
dos 12 primeiros semitons. 
São COMPOSTOS quando passam da 8ª (esse ponto será explicado em 
detalhes no próximo capítulo). 
É por isso que muitas vezes se diz: “Toca uma oitava acima!” 
Isso quer dizer que deve se tocar no Oitavo Intervalo acima (que 
é a mesma nota, porém, 12 semitons mais agudo). 
Agora que já demos as definições principais, vamos usar a Escala 
Cromática de Dó para exemplificar uma escala completa. 
 
 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
C Db D Eb E F Gb G G# A Bb B C 
Escala Cromática Simples 
- 55 - 
 
 
 
- 56 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Explicando: 
 
Veja que na tabela anterior eu marquei em cinza escuro alguns 
intervalos. São os Intervalos Naturais e se você reparar bem, eles nada 
mais são do que as notas da Escala Diatônica Maior de Dó. A Escala 
Cromática e a Escala Diatônica têm tudo a ver uma com a outra. Por isso 
eu chamei a Escala Cromática de Raio X da Escala Diatônica (é como se 
você estivesse olhando por dentro dela). 
Vamos ver agora o preenchimento da Escala Cromática. 
A 1ª nota da Escala Cromática é a nota da escala que queremos (é 
lógico). É a Tônica da escala. Temos aí um C. 
Como a escala é cromática, temos que pegar o próximo semitom. 
Então temos o Db. 
Mas por que não é C#? Não é a mesma coisa? A regra de ouro 
para entender isso é a seguinte: A Escala Diatônica é quem manda na 
Escala Cromática. Como assim? 
Vou tentar explicar de forma bem simplificada. 
 
Pergunta: Qual é a segunda nota da Escala Diatônica de Dó? 
Resposta: É a nota Ré. 
 
Então o Intervalo 2 da Escala Cromática de Dó será a nota Ré. E 
isso vale para todas as subdivisões do Intervalo 2. Para ficar mais claro, 
veja o seguinte: 
 
Escala Cromática Simples 
- 57 - 
 
Nós temos 2 subdivisões do Intervalo 2 (em destaque). 
1 b2 2 
C D 
 
Sabemos que o Intervalo 2 da Escala Cromática é a nota Ré. 
Qualquer subdivisão deste Intervalo terá que ser alguma variação da nota 
Ré. 
Entre a nota Dó e a nota Ré podemos ter Dó# ou Réb. Porém, 
para preencher este espaço, precisamos de uma variação da nota Ré, então 
só nos resta o Réb. Ficou claro? 
 
Outro exemplo: 
O 3º intervalo é a nota E. 
 
1 b2 2 b3 3 
C Db D E 
 
Qual nota devemos usar para preencher o espaço, sabendo que todas as 
variações do Intervalo 3 devem ser notas Mi? Só pode ser o Eb! 
 
Essa regra vale para todos os Intervalos. Então guarde esse passo a passo: 
 
1. Escreva os 12 Intervalos; 
2. Preencha as notas da Escala Diatônica nos espaços dos Intervalos 
Naturais; 
 
- 58 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
3. Preencha os demais espaços de acordo com as subdivisões de 
cada Intervalo. 
Veja um exemplo da aplicação do passo a passo: 
 
Escala Cromática de Ré: 
 
1 – Escreva os 12 Intervalos 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
 
 
2 – Preencha as notas da Escala Diatônica nos espaços dos Intervalos 
Naturais 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
D E F# G A B C# D 
 
3 – Preencha os demais espaços de acordo com as subdivisões de cada 
Intervalo. 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
D Eb E F F# G Ab A A# B C C# D 
 
Deixei os Intervalos e suas subdivisões destacados para você ver bem. 
Agora outro exemplo para você praticar. 
Escala de B: 
Escala CromáticaSimples 
- 59 - 
 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
B 
 
Resposta: 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
B C C# D D# E F F# ??? G# A A# B 
 
Se você obteve esse resultado você está indo bem. Parabéns! 
Mas nesse caso falta uma nota, a #5. Qual é ela? 
 
O 5º intervalo é um F#, então todas as subdivisões deste intervalo só 
podem ser notas Fá, não interessa qual Fá. 
 
b5 5 #5 
F F# ??? 
 
Como o 5º Intervalo é F#, um semitom antes (b5) é um F (meio 
tom abaixo do F#). E agora o #5 é um semitom a mais que o F#. Então 
só pode ser um Fx (Fá Dobrado Sustenido). 
Viu só que esse tal de Dobrado Sustenido serve para alguma 
coisa? A mesma lógica pode ser aplicada para alguns intervalos menores. 
Pode ser que em algum caso você precise diminuir uma nota que já é 
bemol, e aí ela vai ser dobrada bemol. 
No fim, o assunto não é tão difícil, certo? 
 
- 60 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Ainda não apareceu nenhuma aplicação prática do tema, mas não 
se preocupe, logo você verá o poder que uma Escala Cromática vai te dar. 
 Para fechar esse assunto minha sugestão para você é fazer uma 
tabela com TODAS as Escalas Cromáticas. 
Eu te garanto que será muito útil na sua vida musical. 
 
Vou deixar um espaço para você preencher as escalas e praticar. 
 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
C 
C# 
D 
D# 
E 
F 
F# 
G 
G# 
 
- 61 - 
 
A 
A# 
B 
 
 
Escala Cromática Composta 
 
 
 
Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem 
que adquire conhecimento; 
Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, 
e maior o seu lucro que o ouro mais fino. 
Provérbios 3:13,14 
 
 
 
O que você vai aprender neste capítulo: 
 
 Conceito de Escalas Cromáticas Compostas 
 Intervalos Compostos 
 Divisão mais comum dos Intervalos Compostos 
 Quadro de Escalas Cromáticas Compostas 
 
*** 
 
Escala Cromática Composta 
- 63 - 
 
ATÉ AQUI, no nosso estudo das Escalas Cromáticas, falamos 
apenas das Escalas Cromáticas Simples, que são as que possuem 12 notas, 
que começam numa Tônica e terminam uma oitava depois, na mesma nota 
(de Dó a Dó, por exemplo). 
As Escalas Cromáticas Compostas nada mais são que a sequência, 
a continuação de uma Escala Cromática Simples. 
 Sem muito segredo. Se você entendeu bem o capítulo anterior, 
não terá dificuldade nesse. Só para você entender a ideia, é algo como o 
seguinte: 
 
 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 9 10 11 12 13 14 
C Db D Eb E F Gb G G# A Bb B C D E F G A B 
 
Num primeiro olhar parece ser algo meio sem utilidade, pois não 
passa de repetição de notas. 
Porém, os intervalos compostos possuem subdivisões um pouco 
diferentes dos intervalos simples. Repare que no exemplo acima não 
coloquei os semitons na parte dos intervalos compostos. Isso foi 
proposital, apenas para você entender a ideia. 
Agora, na prática, a parte composta da escala cromática tem as 
seguintes divisões de intervalos: 
 
8 b9 9 #9 10 11 #11 12 b13 13 #13 14 
C Db D D# E F F# G Ab A A# B 
 
Intervalos Simples Intervalos Compostos 
 
- 64 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
Escala Cromática Composta 
- 65 - 
 
Repare que as divisões são diferentes, porém uma coisa se 
mantém: os Intervalos Naturais (em azul) continuam iguais, tanto na parte 
Simples quanto na para Composta da Escala Cromática. Isso porque a 
Escala Diatônica continua sendo a base, o alicerce da Escala Cromática 
Composta. 
As divisões dos intervalos são diferentes por causa da formação 
de Acordes, e isso eu vou explicar melhor no próximo capítulo. 
No dia a dia, na prática, não é comum usar todos os intervalos da 
Escala Cromática Composta. Os intervalos mais usados, e que você 
precisa se preocupar em memorizar são os seguintes: 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M b9 9 #9 11 b13 13 #13 
C Db D Eb E F Gb G G# A Bb B Db D D# F Ab A A# 
 
Veja que a regra de nomeação dos intervalos continua valendo. 
Por exemplo, as três subdivisões do intervalo 9 sempre serão notas Ré. O 
mesmo vale para os outros intervalos. 
Por fim, para encerrar o assunto de Escalas Cromáticas, minha 
sugestão para você é escrever todas as escalas de todas as tonalidades. Sim, 
dessa vez é importante escrever todas as escalas. 
Sei que ainda parece não haver muita aplicação prática para tudo 
isso. Mas confie em mim. Você vai usar isso em breve. Com as escalas 
prontas, os estudos dos próximos capítulos vão se tornar muito mais 
simples e rápidos. 
Vou deixar aqui um espaço para você pode usar para preencher 
as escalas, assim como no capítulo anterior, com os intervalos já 
predefinidos. 
 
 
- 66 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M b9 9 #9 11 b13 13 #13 
C 
C# 
D 
D# 
E 
F 
F# 
G 
G# 
A 
A# 
B 
Acordes – Conceito e Formação 
 
 
 
E os sacerdotes, serviam em seus ofícios; como também os 
levitas com os instrumentos musicais do Senhor, que o rei 
Davi tinha feito, para louvarem ao Senhor, porque a sua 
benignidade dura para sempre. 
2 Crônicas 7:6 
 
 
 
 
 
O que você vai aprender neste capítulo: 
 
 Conceito de Acordes 
 Principais tipos de Acordes 
 Regra Básica de formação de Acordes (Tríades) 
 Quadro com Acordes Maiores e Menores 
 Dicas sobre formação de Acordes 
 
*** 
 
 
https://www.bibliaonline.com.br/acf/2cr/7/6
 
- 68 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
NESTE CAPÍTULO VAMOS FALAR SOBRE OS ACORDES. 
Acordes são notas tocadas simultaneamente ou em sequência, 
que seguem uma orientação, uma regra de formação. Acordes são a base, 
o alicerce para as melodias. Os acordes formam a harmonia das músicas. 
Um fato importante sobre harmonia é que praticamente toda e 
qualquer melodia ou solo tem uma harmonia por trás. E são os acordes 
dão sentido à harmonia. Em resumo, os acordes formam a harmonia e a 
harmonia emoldura a melodia. 
Ou como a gente diz no jargão popular: “a harmonia faz a cama 
para a melodia”. 
Se toda essa conversa parece maluquice para você, não se 
preocupe. Logo você vai entender. 
 
*** ALERTA DE POLÊMICA *** 
 
Veja que eu fiz questão de dizer que acordes podem ser notas 
tocadas simultaneamente ou em sequência. Quando você toca as notas de 
um acorde em sequência, você está fazendo um Arpejo, e os Arpejos são 
extremamente comuns na música. 
Esse conceito é importante, pois há muitas pessoas que estudam 
pelo meu método e tocam instrumentos melódicos, ou seja, instrumentos 
que não fazem acordes, só melodia, tipo flauta, sax, trompete, etc. 
Essas pessoas normalmente têm dificuldade de entender onde o 
conhecimento dos acordes pode fazer alguma diferença para elas. Elas só 
querem aprender escalas, solos, improvisação, etc. 
O ponto é que, como já falei, praticamente TODO E 
QUALQUER solo, melodia ou improviso é construído sobre uma 
harmonia, e a harmonia é formada pelos acordes. 
Acordes – Conceito e Formação 
- 69 - 
 
A melodia e a harmonia andam juntas, o tempo todo, em qualquer 
música, qualquer estilo, qualquer ritmo. Para improvisar então, nem te 
falo...é fundamental você entender a harmonia e os acordes. 
Na minha opinião, a falta de conhecimento sobre a formação de 
acordes é segunda maior causa de erros de improvisação e execução de 
solos. Só fica atrás do não conhecimento das escalas (maiores, menores, 
pentatônicas, etc.) 
Se você toca algum instrumento melódico, acredite em mim, 
saber os acordes e suas regras de formação podem fazer toda diferença 
para você. Então, continue conosco. 
 
*** FIM DA POLÊMICA *** 
 
Em muitos casos, os instrumentistas novos iniciam seus estudos 
já aprendendo as escalas ou osacordes, sem ter nenhuma ou pouca noção 
de música. Eles querem tocar, não importa como. E aí viram uma espécie 
de robô. Só conseguem tocar o que foram “programados” para fazer. 
Tocam sem realmente entender o que estão tocando, e quando precisam 
sair do padrão, travam. 
Experimente tirar a cifra ou a partitura de um desses 
instrumentistas para você ver o que sai. Não sai nada, ou pior, sai 
cacofonia. 
Eu confesso que foi assim que aprendi. 
Vou contar minha história resumidamente. Se você quiser, pode 
pular essa parte do livro. Mas recomendo você ler, pois pode ser que a sua 
história seja parecida com a minha e assim você evita alguns erros que eu 
cometi. 
 
 
- 70 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Me lembro bem da primeira vez que eu segurei um violão. Eu 
tinha 12 anos na época, era novo na igreja que eu frequentava. A igreja era 
muito simples, só tinha uma irmã que tocava um teclado bem ruim e um 
irmãozinho que tocava violão. O detalhe é que ele era mais novo que eu. 
Aquilo me fascinou. Pensei que se ele podia tocar, eu também 
podia. Só tinha um problema: eu não tinha violão, e o irmãozinho lá não 
me deixava levar o dele para minha casa. Naquela época não era tão fácil 
ter um instrumento musical, então todo dia depois do culto eu dava um 
jeito de segurar um pouco o violão dele, tocava as cordas meio sem jeito 
e era isso. 
Mas aí, um dia ele me emprestou o violão. E junto com o violão, 
havia uma apostila com os desenhos de 7 Acordes Maiores e 7 Acordes 
Menores. 
Aquela era minha chance. Eu me lembro de ter ficado o dia todo 
com o violão. Eu toquei até não conseguir mais. Num único dia eu 
memorizei todos os acordes, treinei até conseguir fazer sair som de todos 
eles, até os que tem pestana (quem toca violão sabe do que estou falando). 
E a noite eu consegui tocar um hino. Se chama O Telefone do Céu é 
a Oração. Talvez você já tenha ouvido. É mais ou menos assim: 
 
O telefone do Céu é a Oração 
O telefone do Céu, é joelho no chão 
Você liga uma vez, duas ou três 
Se não atender, se não atender você disca outra vez! 
 
É um corinho, só tem 4 acordes, é bem facinho. Mas para mim, 
conseguir tocá-lo foi uma grande vitória. 
Acordes – Conceito e Formação 
- 71 - 
 
 
Depois disso, demorou mais de um ano até que minha mãe, com 
muito sacrifício, conseguisse comprar um violão bem básico para mim. 
Lembro-me desse dia como se fosse hoje. 
E aí, com o violão na mão, continuei com as apostilas decorando 
os formatos dos acordes e lendo cifras. Eu até tocava direitinho, mas não 
entendia o porquê das coisas. Não sabia nada sobre escalas, tonalidade, 
etc. Eu era um dos robôs. Se não tivesse uma cifra na minha frente, não 
saía nada. 
Mas enfim, não estou contando essa história para você se 
comover, longe disso. Só quero mostrar o caminho que eu segui. Quem 
me dera eu, naquela época, ter alguém para me ensinar música. 
O fato é que muita gente aprende como eu aprendi. E essa forma 
não é necessariamente ruim, pois você aprende rápido e já pode tocar 
alguma coisa. 
No entanto, a maioria das pessoas que segue esse caminho depois 
fica travada, não evolui, fica no mesmo “reco-reco”, achando que não 
consegue melhorar e se dá por satisfeita com a mediocridade. Não tenho 
nada contra (muito menos a favor). Cada um sabe de si. 
Mas eu decidi dar o melhor para Deus, em gratidão por tudo que 
Ele me fez, e por isso não me contentei com o “reco-reco”, o basicão, o 
arroz com feijão, o quebra-galho. 
Eu entendo que se você chegou até aqui no livro, é porque 
também quer ir além. Então vamos lá! 
Entender a formação dos acordes te dará um nível de liberdade 
enorme quando você for tocar. Existem inúmeras formas de se construir 
acordes, e, sabendo as regras de formação, você poderá escolher a forma 
que te agrada mais, que encaixa melhor com a música. Assim tudo fica 
mais fácil e mais bonito. 
 
- 72 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
Acordes – Conceito e Formação 
- 73 - 
 
Como você já sabe bem como formar as escalas, entender a 
formação de acordes vai ser moleza. Assim como as Escalas já estudadas, 
os acordes também possuem “fórmulas”, ou regras de formação. De 
modo geral, existem três tipos básicos de acordes: 
 
NATURAL: formado pelo 1º, 3º e 5º intervalo da Escala Cromática. 
Estes três intervalos formam o que chamamos de TRÍADES. 
Os acordes podem ser: 
 
MAIORES quando usamos a 3ª Maior (3). 
Ex.: Dó Maior, Fá Bemol Maior, Sol Sustenido Maior 
 
MENORES quando usamos a 3ª Menor (b3). 
Ex.: Dó Maior, Fá Bemol Maior, Sol Sustenido Maior 
 
DISSONANTE: acorde construído com o acréscimo de outros 
intervalos à Tríade (Ex.: 7, 6, b5, 11, etc.). Teremos um capítulo específico 
para tratar destes acordes. 
 
DIMINUTO: acorde que possui todos os intervalos MENORES, ou 
DIMINUTOS, com exceção da TÔNICA (1º intervalo). Será melhor 
explicado posteriormente em um capítulo específico. 
 
Vamos focar no acorde NATURAL por enquanto. Vamos usar 
nossas Escalas Cromáticas para entender melhor sua formação. 
 
 
- 74 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Escala Cromática de Dó 
 
Tomando a escala de C como exemplo, vamos formar o acorde Dó Maior. 
Vamos usar sempre os Intervalos 1, 3, 5 (Tríade). No caso de Dó, 
teremos então as notas: C, Eb ou E e G. 
Por que Eb ou E? 
Lembre-se que o Acorde Natural pode ser Maior ou Menor, e isso 
é definido pelo Terceiro Intervalo (a Terça). 
Se usarmos a Terça Maior (3), o acorde será Maior. No caso do 
Dó Maior teremos as notas C(1), E(3), G(5). 
Se usarmos a Terça Menor (b3), o acorde será Menor. No caso de 
Dó Menor teremos as notas C(1), Eb(b3), G(5). 
 
Viu só como entender a formação de escalas facilita a vida para a formação 
dos acordes? 
Outro exemplo: 
Escala Cromática de Ré: 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
D Eb E F F# G Ab A A# B C C# D 
Sabendo a fórmula básica das Tríades (1, 3, 5) é mamão com açúcar. 
 
Ré Maior = D, F#, A 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 
C Db D Eb E F Gb G G# A Bb B C 
Acordes – Conceito e Formação 
- 75 - 
 
Ré Menor = D, F, A 
Poxa vida, todo esse drama por causa desse negócio super fácil? 
Sim! Por incrível que pareça, esse negócio super fácil é o segundo 
assunto mais negligenciado pelos músicos iniciantes. 
O povo até sabe os acordes mais comuns, mas pede para um 
desses instrumentistas te explicar como se forma um Ebm (Mi Bemol 
Menor), um Abm (Lá Bemol Menor) ou um F# (Fá Sustenido Maior). As 
chances são grandes de ele não conseguir. 
Agora é hora de praticar. Vou deixar abaixo um espaço para você 
preencher todos as Tríades dos Acordes Maiores e Menores mais usados 
Use as tabelas com as escalas criadas anteriormente para facilitar 
sua vida. Se você já tem seu instrumento, pode (e deve) tentar praticar as 
tríades nele também. Aí vai ter gente pensando o seguinte: ah, mas meu 
instrumento não toca acordes.... 
Faça os arpejos então! Toque as notas do acorde na sequência. 
Você vai se surpreender com a quantidade de melodias que são 
construídas basicamente sobre arpejos. 
 
 
 
- 76 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
Preencha as tabelas com os acordes maiores e menores. 
 
 
Com os Acordes Maiores e Menores é possível tocar praticamente 
qualquer música popular, de qualquer estilo musical mais simples (bossa 
nova e jazz não contam). Sim, qualquer uma. 
 
Acordes – Conceito e Formação 
- 77 - 
 
Se seu objetivo é só aprender a tocar músicas mais simples e não 
tem interesse em evoluir mais, você poderia parar os estudos neste 
capítulo. O que te restaria seria apenas praticar. 
Mas lembre-se que você pode formar essas tríades de várias 
formas diferentes. Você pode, por exemplo, repetir as notas da Tríade 
para “engordar” o acorde. Veja o exemplo abaixo: 
 
 
 
Se você tocar todas as notas circuladas em vermelho estará 
fazendo um Dó Maior no Piano. 
Repare que só temos notas da tríade de Dó Maior (C, E, G), 
porém repetindo o Dó eo Mi, uma oitava acima da Tônica (primeiro Dó 
da esquerda para direita). 
No Violão é exatamente isso que se faz quando se aprende os 
acordes da forma tradicional. Você usa vários dedos e várias cordas para 
tocar as notas da tríade, e na maioria das vezes repete as notas sem nem 
saber. Veja: 
 
 
- 78 - 
 
Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
Repare que a nota Dó e a nota Mi aparecem duas vezes. Isso não 
é necessário. Para formar o acorde Dó Maior, bastam as 3 notas da tríade, 
mas podemos repeti-las para “engordar” o acorde. 
Sabendo disso, você poderia formar o acorde Dó Maior de 
diversas formas, pois as notas Dó, Mi e Sol aparecem várias vezes, em 
diversas regiões do braço do violão. Veja: 
 
 
Pode parecer um pouco confuso olhando assim, mas essas são 
todas as notas Dó, Mi e Sol que existem no braço de um violão, até a 12ª 
casa. Qualquer combinação de Dó, Mi e Sol que seus dedos conseguirem 
alcançar vai formar um acorde Dó Maior. 
Veja a quantidade de possibilidades! 
Se você já toca violão, experimente formar o acorde Dó Maior de 
formas diferentes da que você já está acostumado. Cada formato vai trazer 
uma sonoridade diferente, que pode deixar uma música mais bonita. O 
negócio é experimentar! 
Acordes – Conceito e Formação 
- 79 - 
 
Esses raciocínios valem para quaisquer instrumentos musicais. As 
tríades são iguais, não importa se seu instrumento é de sopro, cordas, 
percussão (tímpano, por exemplo), etc. 
Só para finalizar essa primeira parte do estudo dos Acordes, há 
um tipo popular de acorde que eu não mencionei anteriormente. Ele é 
popularmente chamado de Acorde com Baixo ou, o que é mais correto, 
Acorde Invertido. 
 
De forma bem simples, o nome já diz bem o que esse acorde é: 
ele é um acorde cuja ordem das notas é invertida. Como assim? 
A tríade convencional é sempre nessa sequência: 1, 3, 5. Porém, 
caso seja adequado, você pode inverter essa ordem. Você pode fazer, por 
exemplo, a sequência 5, 3, 1. 
No caso do acorde Dó Maior ficaria: G, E, C. E por que 
popularmente chamam essa inversão de Acorde com Baixo? 
Simples: porque via de regra, a primeira nota que você toca é 
sempre a mais grave, ou seja, ele será o Baixo do acorde. 
Se você tocar a sequência C, E, G, o baixo está na própria Tônica. 
Nada novo aqui. 
Se você tocar a sequência E, C, G, o baixo está na Terça. E aí 
chamamos o acorde de Dó com Baixo em Mi (se escreve C/E). Ainda é 
o acorde Dó Maior, porém invertido. E não se esqueça que você pode 
repetir outras notas da tríade como quiser (ou como seus dedos 
permitirem). Por exemplo, você poderia tocar a sequência G, C, E, G, C 
(em vermelho): 
 
 
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Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
Veja que na prática só temos 3 notas (C, E e G). Então estamos 
falando de um acorde Dó Maior. Como a primeira nota é um Sol, o acorde 
é um Dó Maior Invertido, ou Dó Maior com Baixo em Sol (se escreve 
C/G). 
Mas nem sempre será assim. Mudar a sequências de notas de um 
acorde pode transformá-lo em outro acorde. Vamos falar sobre isso na 
sequência. 
Por fim, se você já toca um instrumento, experimente tocar os 
acordes maiores e menores de formas diferentes das que você está 
acostumado. Acrescente notas, inverta o acorde, explore sonoridades 
diferentes. 
 
Acordes – Conceito e Formação 
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Acordes Dissonantes 
 
 
 
Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os 
abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem 
que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil. 
 
1 Coríntios 15:58 
 
 
 
O que você vai aprender neste capítulo: 
 
 Uso dos Acordes Dissonantes 
 Regra de Formação dos Acordes Dissonantes 
 Nomenclaturas dos Acordes Dissonantes 
 Acordes Suspensos 
 Principais Acordes Dissonantes 
 
*** 
 
 
 
Acordes Dissonantes 
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ANTES DE COMEÇAR A EXPLICAR os Acordes Dissonantes 
preciso fazer um alerta, contando mais uma história pessoal. Fique à 
vontade para pular, mas recomendo a leitura. 
Como eu contei anteriormente, eu comecei a tocar violão quando 
tinha por volta de 12 anos. Porém, só aos 16 anos foi que eu resolvi estudar 
música. Até então eu só sabia tocar o básico, daquele jeito meio mecânico 
que a maioria das pessoas aprende. 
Um dia eu estava passando na frente de uma banca de revistas e 
vi um livreto que dizia: Aprenda 614 Acordes no Violão. 
Eu parei e pensei: sabe de uma coisa...vou aprender esses acordes 
para ver se melhoro alguma coisa. Então comprei o livreto e fui para casa 
feliz da vida. Abri o livro e comecei a ver os inúmeros desenhos de 
acordes. Acordes cheio de letras e números...tipo C7(9,#11) (Lê-se Dó 
Maior com Sétima, Nona e Décima Primeira Aumentada). 
Eu não entendi nada, mas tentei fazer o acorde conforme o 
desenho do livro. 
Se você tocar esse acorde ele até tem uma sonoridade interessante. 
Mas havia 2 problemas: 
 
1 - Eu não fazia ideia do que estava tocando. 
2 – Eu não tinha a mínima noção de onde usar esse acorde novo tão 
diferente. 
 
No fim, eu memorizei os que achei mais bonitos e tentei usá-los 
na igreja. O resultado é que só um ou outro ficava bom. A maioria dos 
acordes novos ou não encaixava com a música, ou destoava muito do que 
os outros instrumentistas estavam tocando, e como eu era o diferente, 
parecia que eu estava fazendo alguma coisa errada (e estava mesmo!). 
 
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Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
 
No fim fiquei frustrado. Para que saber 614 acordes no violão se 
eles não serviam para nada? 
Foi aí que eu decidi estudar para entender o que eu estava 
tocando. Minha frustração virou uma motivação para aprender. E não foi 
fácil. 
Não existia professor de música a quem eu pudesse recorrer. 
Naquela época não existia Internet (sim, faz bastante tempo). Não tinha 
Google nem YouTube. Qualquer material que falasse de música para mim 
era importante. Livros velhos, apostilas velhas, qualquer coisa. 
Depois de alguns meses buscando conhecimento, como se 
estivesse juntando peças de um grande quebra cabeça, eu finalmente 
entendi de onde vinham os 614 acordes e aprendi como poderia usá-los. 
Bom, depois de contar essa história o alerta que eu quero te dar 
agora é o seguinte: 
 
- Acordes cheios de notas não necessariamente são melhores que acordes 
mais simples; 
- Não adianta saber um monte de acordes se você não entende o que está 
tocando; 
- Tocar pensando no grupo é mais importante do que tocar “difícil”. 
 
Guarde essa frase: “Acordes Dissonantes: use com moderação”. 
Parece piada, mas não é. 
 
 
Acordes Dissonantes 
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Agora chegou a hora de você aprender a fazer todos os acordes 
do Universo. Quantos você quiser. Do jeito que você quiser (ou como 
seus dedos conseguirem). 
Os Acordes Dissonantes nada mais são que tríades turbinadas. 
É aqui que nossas Escalas Cromáticas vão fazer toda a diferença. O 
exemplo que eu dei anteriormente é um bom exemplo: 
O acorde C7 (9, #11) 
Esse acorde com vários “sobrenomes” nada mais é que o acorde 
Dó Maior com 3 notas a mais. Como você já sabe tudo sobre Escalas 
Cromáticas, não vai ter nenhuma dificuldade de entender. 
Como formar esse acorde “difícil”? 
Vamos começar pela nossa Escala Cromática Composta de Dó. 
Abaixo ela está completa, com todos os intervalos. 
 
1 b2 2 b3 3 4 b5 5 #5 6 b7 7M 8 b9 9 #9 10 11 #11 12 b13 13 #13 14 
C Db D Eb E F Gb G G# A Bb B C Db D D# E F F# G Ab A A# B 
 
Bom, vamos formar nosso acorde C7 (9,#11). A primeira coisa a 
se observar é que o acorde é um Dó Maior. Se fosse um Dó Menor haveria 
a indicação (Cm). 
Então começamos sempre pela Tríade (1,3,5) e depois 
acrescentamos as notas relativas aos Intervalos 7, #9 e #11 (basta olhar 
para a escala cromática acima). 
1 3 5 7 9 #11 
C E G Bb D F# 
 
 
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Teoria Musical – Harmonia e Louvor 
E aí está nosso acorde! Moleza, certo? 
Obs.: Sempre que numa Cifra aparecer um 7 (ex.: C7), estaremos 
falando do intervalo b7. Isso só vale

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