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Teoria musical aplicada ao violão
Teoria musical
aplicada ao violão
Bruno Grünig
Edição 1 - 2014
! Bruno Grünig! 2
Índice
Introdução! 6
Cifras e sinais utilizados! 7
As notas musicais! 8
As doze notas musicais! 8
A diferença entre tom e semiton! 8
As notas musicais no braço do violão! 9
Escala Cromática! 9
Afinação do violão! 10
Tipos de afinação! 10
Como afinar o violão! 11
Outras afinações! 12
Capotraste! 12
Imagens de diapasão! 12
Partitura! 13
Como saber a tonalidade pela partitura! 15
Divisões da música! 18
Tempo! 18
Metrônomo tradicional! 19
INCLUIR SOM! 19
Compasso! 19
INCLUIR SOM! 20
Divisão! 20
Acordes no compasso! 21
Tablaturas! 23
! Teoria musical aplicada ao violão! 3
Como funciona a tablatura! 23
Sinais da tablatura! 24
Escalas! 26
A importância das escalas! 26
Tipos de escalas! 27
Escala maior! 27
Escala menor natural! 28
Achando uma escala menor natural através de uma escala maior (E vice-versa)! 28
Escala menor harmônica! 29
Escala menor melódica! 29
Escala pentatônica maior! 30
Escala pentatônica menor! 30
Escala de blues! 30
De onde vêm as escalas?! 31
Outras escalas! 31
Escalas no braço do violão ! 33
Oitavas! 38
Oitavas no violão! 38
Cantando “uma oitava acima” ou “uma oitava abaixo”! 39
Hora do recreio ! 41
Tonalidade! 42
Como é determinada a tonalidade de uma música?! 42
As tonalidades na partitura! 44
Transporte de tonalidade! 45
Fazendo o transporte no dia a dia! 47
Campo harmônico ! 48
! Bruno Grünig! 4
Variações dos acordes! 49
Acordes relativos! 49
Formação de acordes! 51
De onde vêm os acordes?! 51
Acordes naturais! 51
Tipos de acordes alterados! 54
Formatos dos acordes! 61
Ritmo ! 65
A bateria e o ritmo! 66
Sensibilidade! 66
Ritmos ao violão! 67
Quantos ritmos?! 68
Ritmos complexos! 68
Ritmo no compasso! 69
Melodia e solo! 70
E na música popular?! 70
E uma melodia cantada ou tocada sem acompanhamento?! 70
Voz e violão! 71
A música completa! 72
Estrutura musical! 73
Sequências de acordes! 76
Onde é que eu “entro”?! 76
Analisando uma música! 78
Conclusão! 81
! Teoria musical aplicada ao violão! 5
Introdução
Existem sete notas musicais. Estou aqui relutando com a idéia de que “isso todo mundo 
sabe”. Quando eu era criança, talvez isso fosse verdade. Mas hoje, com a queda de 
qualidade no ensino em nosso país (Brasil, claro), creio que nem isso “todo mundo sabe”. 
Acredite, caro leitor, quando eu era criança e estudava o primeiro grau, a minha escola - 
estadual - tinha:
• Piscina
• Quadra de jogos
• Anfiteatro
• Sala de música
• Laboratório de química completo
• Professores altamente qualificados
Portanto, com aulas de música pelo menos uma vez por semana, quem não soubesse as 
sete notas musicais... repetia. Ah, sim... isso era outra coisa que existia à época. 
Repetência. 
Mas... vamos deixar isso pra lá e partir ao que interessa. 
Na verdade, como você verá no decorrer do livro, não são bem somente sete notas 
musicais. Se contarmos os semitons (calma... você vai ver isso também), temos então 
doze notas musicais. 
Tudo (ou quase tudo) na música origina-se destas notas. Com as notas musicais 
montamos acordes, escalas, melodias, solos e tudo mais. 
Poderíamos dizer que as notas musicais sempre existiram. Um pássaro cantando emite 
notas musicais, por exemplo. 
O que não existia eram as regras e representação gráfica para estas notas. Ou sejam, 
elas eram apenas sons. 
Por exemplo... quando você toca qualquer corda do violão, apertada em alguma casa ou 
não, está emitindo uma nota musical. 
Foi criado então um sistema de representação das notas musicais, bem como algumas 
regras para que ao ler as notas numa partitura, o músico pudesse executar aquela 
canção. 
Mas eu não vou aqui neste simples livro aprofundar-me em altas teorias musicais. Pelo 
contrário, tento simplificar ao máximo as coisas. Mostrando apenas o suficiente para que 
você saiba o que está fazendo ao tocar seu violão. 
Mãos à obra, então.
! Bruno Grünig! 6
Cifras e sinais utilizados
Existem sinais e cifras destinados a simplificar a representação de notas musicais. 
Utilizamos alguns deles neste livro, portanto procure memorizá-los. Não é difícil, mas você 
precisa ter certeza de que entendeu o que cada um deles quer dizer.
Por exemplo: se eu escrever o tempo todo “dó sustenido” ou “lá bemol”, a explicação 
torna-se comprida e enfadonha. Portanto o que você verá é: C# (dó sustenido) e Ab (lá 
bemol).
Para representar as notas musicais (e acordes também) usamos letras:
A = Lá
B = Si
C = Dó
D = Ré
E = Mi
F = Fá
G = Sol
Para representar os semitons, usamos:
# = sustenido
b = bemol
IMPORTANTE: Como você verá mais adiante, pouco usaremos o “b” (bemol), pelo 
simples motivo de que uma mesma nota pode ser representada pelos dois sinais. Veja 
porque:
Dadas as notas A e B, temos entre elas um semiton. Este semiton pode ser chamado de 
Bb (si bemol, meio tom abaixo de si) ou de A# (lá sustenido, meio tom acima de lá). Mas é 
a mesma nota. Por isso, simplificamos a coisa e só usamos bemol quando for 
estritamente necessário. Na verdade o uso do bemol só é mesmo necessário em 
partituras. Suponhamos que uma partitura tenha as notas A e A#. Se escrevermos a 
partitura com # o músico sempre irá tocar o A como sustenido. Mas a partitura tem as 
duas notas, A e A#. Portanto, neste caso, teremos que representar o A# como Bb. 
Por isso, daqui por diante representaremos os semitons como #, sabendo que isso nos 
basta. 
Obs: Caso você não esteja familiarizado... Um sinal # ao lado de uma nota ou acorde, 
aumenta esta nota ou acorde em meio tom. O bemol (b) diminui a nota ou acorde em 
meio tom. Portanto... C# = C aumentado em meio tom. E Ab = A diminuído em meio tom. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 7
As notas musicais
Para atingir o propósito deste livro, vamos sempre associar a teoria à prática. No violão, é 
claro. E também, para “abrir o horizonte”, mostrar correlações das notas musicais com o 
piano. Isto com certeza enriquecerá o seu conhecimento de música.
Muito bem. Então temos, basicamente, sete notas musicais. Acontece que entre algumas 
destas notas existem o que chamamos de semiton. Ou seja, um som algo mais agudo do 
que a nota anterior. Ou mais grave do que a próxima nota. Exemplo:
Dó - Dó sustenido - Ré
A nota do meio (dó sustenido), é meio tom mais alta (mais aguda) do que o dó. E meio 
tom mais baixa (mais grave) do que o ré. Portanto... são três notas distintas. 
A palavra “sustenido” significa “meio tom acima”. Ou seja... mais alto mais agudo. Quando 
falamos em notas musicais “acima”, “mais altas” ou “abaixo”, “mais baixas”, não estamos 
falando de volume. Estamos falando de “mais graves” ou “mais agudas”. 
Por exemplo: no seu violão, apertando a sexta corda ( a de cima, mais grossa), na 
terceira casa, temos a nota sol. Uma casa adiante (quarta casa), temos um sol sustenido, 
meio tom acima do sol. Uma casa para trás (a segunda casa), temos um fá sustenido, 
meio tom abaixo do sol. 
As doze notas musicais
C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B, C
Aí temos portanto, as sete notas musicais, mais os cinco semitons que, é claro, também 
são notas musicais. Repare que não existem semitons entre E e F nem entre B e C. 
Portanto:
Não existem: B# nem Cb
Não existem: E# nem Fb
A diferença entre tom e semiton
Ocorreu-me agora que você talvez esteja querendo saber qual seria mais importante... um 
G ou um G#? Um D ou um D#? A resposta: são iguais. Uma música pode ser composta 
na tonalidade G ou G#. E qualquer música pode ser tocada em qualquer tonalidade. 
Portanto... não existem “notas mais importantes”.
! Bruno Grünig! 8
As notas musicais no braço do violão
No braço do violão, as notas musicais aparecem desta mesma forma. De meio em meio 
tom. Cada casa do braço do violão representa uma nota. 
No sentido das tarraxas para o corpo do violão as notas aumentam (mais agudas)
No sentido do corpo para as tarraxas as notas diminuem (mais graves)
No diagrama acima,vemos todas as notas musicais no braço do violão, até a casa 15. No 
lado esquerdo do diagrama, as notas das cordas soltas (E, A, D, G, B e E). De baixo para 
cima, da sexta corda (a mais grossa), até a primeira corda (a mais fina). 
Neste diagrama, os semitons estão representados em # e b, apenas a título de ilustração, 
e para que você visualize como, na prática são exatamente as mesmas notas, com 
nomes diferentes. Então... G# = Ab e C# = Db e assim por diante. Por isso, como já foi 
dito, não é necessário usar o bemol. Ficamos apenas com o # (sustenido), para efeitos 
práticos. 
Escala Cromática
É chamada escala cromática aquela que tem todas as notas musicais, incluindo os 
semitons. Exemplo:
C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B
No caso acima, começamos da nota C, mas uma escala pode começar em qualquer nota. 
Repare como no braço do violão, cada corda tem suas notas numa escala cromática. 
Cada casa do violão representa meio tom. 
A corda 6 (a mais grossa), começa com a nota E (corda solta). E vai seguindo numa 
escala cromática: F, F#, G, G#... etc. A mesma coisa acontece com as demais cordas. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 9
Afinação do violão
Para obter estas notas musicais nas cordas do violão, é necessário que estas estejam, 
como se diz, afinadas. Afinar o violão é isso: apertar ou desapertar as cordas, para obter 
as notas corretas.
Quanto mais você aperta uma corda, mais alta (mais aguda) a nota obtida ficará. E vice-
versa, claro. 
Quando colocamos cordas novas num violão, a princípio elas ficam frouxas. À medida 
que vamos apertando, a nota vai subindo. Até chegarmos à nota desejada. Se apertamos 
demais, dizemos então que a nota “passou”. Ou seja, ficou aguda demais, mais alta do 
que o necessário. Por exemplo: Se apertamos a sexta corda um pouco demais, teremos, 
ao invés da nota E, a nota F. Se passou muito, teremos talvez F#. 
Se todas as cordas estiverem desafinadas, evidentemente não teremos as notas corretas 
em nenhuma casa. O violão está então desafinado. 
Tipos de afinação
Existem diversos tipos de afinação para o violão. Mas o mais utilizado, considerado 
“padrão”, é o que usamos neste livro:
Corda 6 - E *
Corda 5 - A
Corda 4 - D
Corda 3 - G
Corda 2 - B
Corda 1 - E *
* Repare como temos duas notas E. Na corda 6 e na corda 1. Mas temos uma 
corda bem grossa e outra bem fina. A nota da corda 1 é a mesma, porém duas 
oitavas acima da nota da corda 6. Mais adiante você saberá mais sobre oitavas. 
Muitos se perguntam: mas porque estas notas? Porque não outras notas? A corda 6, por 
exemplo... poderia ser um C? A resposta é: sim, poderia. Mas isto implicaria em muitas 
modificações na maneira de se tocar o instrumento. E provavelmente muitas dificuldades.
Acontece que o violão como o conhecemos hoje, foi profundamente estudado. Algumas 
boas almas, lá atrás no tempo, fizeram testes, tentativas (muitas) e chegaram a este 
resultado, que possibilita-nos tocar o instrumento com bastante lógica e relativa facilidade. 
Conforme você for tomando intimidade com o violão, você poderá perceber quanto estudo 
foi preciso para chegar a este resultado. As notas no violão não são as que são por 
acaso. 
! Bruno Grünig! 10
Como afinar o violão
Hoje em dia (2013), temos afinadores eletrônicos, inclusive incorporados aos violões 
elétricos. Uma “mão na roda”, como se dizia antigamente. Mais fácil, impossível. Estes 
“mágicos” instrumentozinhos são de uma precisão incrível. Mas... nem sempre foi assim. 
Antigamente, nem tanto tempo atrás, o negócio era o ouvido. Através de uma nota de 
referência (a nota A, da quinta corda solta), afinava-se a corda 5 e por comparação, as 
outras. Assim:
• Uma vez a corda 5 afinada...
• Aperta-se a corda 6 na casa 5 e afina-se a corda 6 para obter a mesma nota da corda 5 
solta. 
• Aperta-se a corda 5 na casa 5 e afina-se a corda 4 com o mesmo som.
• Aperta-se a corda 4 na casa 5 e afina-se a corda 3.
• Aperta-se a corda 3 na casa 4 (esta é diferente) e afina-se a corda 2.
• Aperta-se a corda 2 na casa 5 e afina-se a corda 1.
Para um principiante, isto não é muito fácil. Porque o ouvido se engana. Umas poucas 
pessoas têm bastante facilidade para distinguir pequenas diferenças entre notas musicais. 
A maioria... não tem. 
Um truquezinho para afinar o violão assim, é que quando a corda que está sendo afinada 
chega perto da nota correta, ela começa a vibrar, quando você toca a corda de referência. 
Se você continua apertando e ela pára de vibrar, a nota já passou. Está acima da nota de 
referência. 
De qualquer maneira, hoje os afinadores eletrônicos estão disponíveis em quase todo 
lugar, e a um preço bem em conta. Mas... se você leva violão a sério, deve praticar a 
afinação acima explicada. Ou mesmo através de comparação com outro instrumento 
(piano, teclado). Isso vai enriquecer o seu conhecimento e sensibilidade musical. 
Entretanto, não acredite em gente maldosa que diz que se você não consegue afinar 
perfeitamente o instrumento “de ouvido”, não serve para tocar violão. Isso não é verdade. 
Como eu já disse, poucas pessoas tem ouvido muito apurado. E isso não significa que as 
outras pessoas não possam tocar qualquer instrumento. 
De mais a mais, a prática, o tempo dedicado ao instrumento, vai por si só educando o 
ouvido. 
Obs: A nota A, referência para afinação, era obtida geralmente através de uma 
espécie de apito, chamado diapasão. Outro diapasão é parecido com uma forquilha 
que, ao ser batida contra alguma superfície, emite a nota A. 
IMPORTANTE: Jamais toque num violão desafinado. Nem para treinar. Treinar ou tocar 
com o instrumento desafinado “treina” o ouvido com o som errado. E depois... vira 
confusão!
! Teoria musical aplicada ao violão! 11
Outras afinações
Conforme já foi dito, existem outras afinações. Por exemplo: C aberto, G aberto. Nestes 
casos, as cordas são afinadas com outras notas. Consequentemente, acordes e escalas 
ficam também diferentes. Porém, estas afinações são mais utilizadas em casos 
específicos, para algumas músicas. 
Outro recurso usado algumas vezes por alguns artistas, é afinar o violão meio tom abaixo. 
Isso não modifica os formatos de escalas e acordes. Mas serve apenas para obter um 
som diferente, um pouco mais grave. E também não é um recurso muito utilizado. 
Capotraste
O capotraste é uma barra que se prende ao braço do violão. Para cada casa aumenta a 
afinação em meio tom. É bastante utilizado, para obter sonoridades diferentes e até 
mesmo transportar tonalidade, em alguns casos. 
Portanto... ficamos com a afinação padrão. Aprendendo acordes, escalas, melodias e 
solos na afinação padrão, você estará tocando, como se diz, “no diapasão”, ou seja, uma 
referência de afinação universal, para todos os instrumentos. Desta maneira, quando for 
tocar, por exemplo, numa banda, o seu instrumento estará afinado de conformidade com 
os demais. 
Imagens de diapasão
! Bruno Grünig! 12
Partitura
Eu disse, no início, que não iríamos usar partitura. E não vamos mesmo. Mas esta parte 
do livro serve para que você pelo menos tenha noção de notação musical. 
Um músico de uma orquestra, por exemplo, toca lendo as notas musicais (e mais que 
isso), numa partitura, que é uma folha com pentagramas, onde se escreve as notas 
musicais e demais símbolos necessários à execução da música. 
Um pentagrama nada mais é do que um conjunto de cinco linha e quatro espaços. Nele 
são representadas as notas, que são como pequenas bolinhas. Veja um exemplo abaixo.
Como você pode ver, algumas notas ficam nos espaços, enquanto outras ficam sobre as 
linhas. A grande letra parecida com um “S”, do lado esquerdo da partitura, chama-se clave 
de sol, indicando que a nota da segunda linha é um sol. A clave de sol é utilizada para 
grande parte dos instrumentos. O violão é um deles. Para o contrabaixo, por exemplo, é 
necessário utilizar outra clave, porque as notas são muito mais graves. 
Veja abaixo a representação das cordas do violão num pentagrama.
! Teoria musical aplicada aoviolão! 13
Na imagem acima, não está presente a clave de sol, mas o pentagrama é na clave de sol. 
Você deve ter reparado que as duas notas na parte de baixo do pentagrama são 
acompanhadas de traços. São linhas suplementares, que indicam que aquela nota é mais 
grave. Estas linhas podem ser usadas na parte de cima do pentagrama, indicando então 
que as notas são mais agudas. 
Se você pedir a um músico que execute o que vê no pentagrama acima no violão, ele 
simplesmente - é óbvio - tocará as cordas soltas do violão. Ou, num outro instrumento, 
tocará as mesmas notas, correspondentes às cordas soltas do violão. 
Os nossos dois exemplos de pentagrama, já trazem uma outra diferença. As notas no 
primeiro são bolinhas com o centro em branco. No segundo, são bolinhas totalmente 
pretas. 
Esta é uma das maneiras usadas para determinar o valor das notas. Ou seja, quanto 
tempo elas devem durar, soar na música. Assim, as notas brancas valem um tempo. Veja 
o quadro abaixo:
Não vamos entrar em detalhes, mas a tabela acima já dá uma boa idéia de como a 
música é representada. Numa melodia, as notas têm durações diferentes, é claro. 
Algumas vezes várias notas são tocadas juntas no mesmo tempo em que, mais adiante 
são tocadas menos notas. Então é necessário representar estas notas de forma diferente, 
para que o músico saiba como tocá-las. 
! Bruno Grünig! 14
Além disso, há outros sinais, como por exemplo as pausas. É claro... uma música não é 
feita só de sons. É feita de silêncios também. Quando, num trecho da música nenhuma 
nota deve ser tocada, utiliza-se a pausa. E para cada tipo de nota usa-se uma pausa 
diferente. Ou seja, as pausas também precisam ter valor. 
Aí você diz... “Tudo bem, mas pra que vai me servir isso?”. Resposta: não se preocupe 
agora. Apenas procure assimilar algo disso. Mais adiante você vai me agradecer. Isto é, 
se realmente continuar estudando violão. 
Mas... para que você não fique aí meio frustrado, vou lhe dar uma das utilidades de 
conhecer pelo menos notação musical básica. 
Como saber a tonalidade pela partitura
Eu me lembro quando estava começando a tocar, e já tocava diversas músicas, minha 
mãe mostrou-me uma partitura do coral da igreja, para ver se eu conseguia tirar o 
acompanhamento. Decepção... eu não tinha a mínima idéia. Não consegui. Pelo menos 
não pela partitura. 
Mas isto é muito fácil, na verdade. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 15
Acontece que uma partitura, além das notas, pausas e outros símbolos, contém também, 
no início, a quantidade e localização dos chamados “acidentes”. Que nada mais são do 
que os sustenidos e bemóis. 
Por estes acidentes, sabemos em qual tonalidade está a música. Vejamos...
Veja o quadro acima. No início do pentagrama, temos a clave de sol e a indicação do 
compasso (no caso, 4/4). Veremos compasso mais adiante. Repare que no primeiro 
pentagrama (DO = C), não temos nenhum sustenido e nenhum bemol. Por isso sabemos 
que a música está em C (dó maior) ou Am (lá menor) relativa de C. 
E porque? Porque a escala de C (dó maior) não tem sustenidos nem bemóis. 
Seguindo adiante, temos G (sol maior), cuja escala tem um sustenido. E assim por diante. 
Então, suponhamos que eu já soubesse disso lá atrás, na história da partitura da minha 
mãe... e suponhamos que a partitura tivesse três sustenidos (#). Eu saberia então que a 
música estaria na tonalidade de A (lá maior). Ou F#m (fá sustenido menor), cuja 
tonalidade é relativa de A. 
! Bruno Grünig! 16
Ah, meu Deus! Agora lá vem esse cara complicar as coisas com essa tal de relativa. O 
que é isso? Muito simples. Tonalidades e acordes relativos são aqueles que têm, em suas 
escalas, as mesmas notas. Fácil. 
Então, a escala de C tem as mesmas notas que a escala de Am. 
Escala de C = C, D, E, F, G, A, B
Escala de Am = A, B, C, D, E, F, G
Repare que as notas não só são as mesmas, como obedecem a mesma sequência. 
Começando da sexta nota da escala maior e seguindo adiante, você acha a escala 
menor. Isso vale - é claro - para qualquer escala. 
Mas não se preocupe muito com isto agora. Mais adiante você verá este tema com mais 
detalhes. 
O importante é ter uma noção geral de notação musical. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 17
Divisões da música
Muitos pensam que música é algo somente intuitivo, aleatório. Simplesmente arte. Mas 
não. A música tem regras. A música tem a sua “matemática”, a sua lógica. Porque se não 
tivesse, como faríamos para que várias pessoas tocassem juntas? Uma banda com cinco, 
seis músicos já seria difícil. Imagine uma orquestra, com dezenas de músicos, 
instrumentos diferentes e tudo mais. Seria o caos. Bagunça total. 
Por isso, ao longo do tempo foram criadas regras. Assim como a representação gráfica 
das notas na partitura, como já vimos. 
Agora imagine você que tivéssemos uma determinada música. Com inúmeras notas, 
acordes, pausas, etc. Sem regras, colocaríamos as notas em seqüência e pronto. Mas 
dividindo a música em partes, fica mais fácil compreender e executar. 
Para isso temos três componentes: Tempo, Compasso e Divisão. 
• Tempo - Indica o andamento (velocidade) da música
• Compasso - Indica a divisão da música em grupos de sons (notas)
• Divisão - Chamamos de divisão o “lugar” que as notas vão ocupar dentro de um 
compasso. 
Vamos por partes. 
Tempo
O próprio nome já está dizendo. O tempo, na música, determina a pulsação da música. 
Associamos o tempo musical ao relógio. Uma música de tempo 60, irá pulsar 60 vezes 
por minuto, ou seja, um pulso por segundo. Um tempo de 120, dois pulsos por segundo. 
A maioria das músicas populares ficam entre 60 e 150. Mas nada impede que uma 
música tenha uma pulsação maior ou menor. 
Para marcar o tempo da música, usamos o metrônomo. Um instrumento que pode ser 
regulado para qualquer tempo de música. 60, 120, 80, 82, 65... etc. 
Veja a seguir a imagem de um metrônomo tradicional. É um instrumento mecânico, que 
se aciona manualmente, após a regulagem do tempo desejado. Quando acionado, ele 
emite um “clique” para cada tempo, sendo que no tempo 1 o clique é mais pronunciado.
! Bruno Grünig! 18
Metrônomo tradicional
Existem - hoje em dia - metrônomos eletrônicos. Até mesmo online. E também 
conjugados com afinadores eletrônicos. Praticidade...
Compasso
O compasso divide a música em grupos de notas e pausas. Incluem-se aí também os 
acordes. O compasso, na partitura, é representado por uma fração (4/4 por exemplo). 
Dizemos então que uma música “está no compasso de quatro por quatro”. 
E o que isso quer dizer? Vamos lá...
O número de cima da fração determina quantas unidades de tempo o compasso tem. O 
número de baixo determina em quantas partes uma nota semibreve será dividida dentro 
do compasso. E aí está a “matemática” da música. 
Como você viu anteriormente, existem diferentes tipos de notas musicais. A cada um 
destes tipos atribui-se um tempo, baseado na fórmula do compasso. 
Então uma nota semibreve valerá sempre um tempo. Num compasso 4/4 portanto, 
teremos 4 semibreves em cada compasso. Dependendo da melodia, usaremos as outras 
notas para “preencher” o compasso. 
Agora, portanto, juntamos Tempo e Compasso. Como seria isso na prática? 
! Teoria musical aplicada ao violão! 19
Suponhamos que uma música tenha o tempo de 60 (para facilitar a compreensão). E o 
compasso seja 4/4. Teremos então 4 cliques para cada compasso. Se tivermos apenas 4 
semibreves no compasso, cada nota ocupará o espaço de um tempo. 
Se tivermos 3 semibreves e uma pausa de semibreve... teremos então três notas e um 
silêncio. O silêncio pode estar em qualquer dos tempos. Difícil? Calma... você vai 
entender logo. 
E como é isso na prática? Numa música de verdade? Veja um exemplo abaixo.
A primeira nota, sem preenchimento, é uma mínima, que no compasso quatro por quatro 
(4/4) vale dois tempos. Todas as demais notas são semínimas e cada uma vale um 
tempo. A barra vertical antes do segundo grupo de 4 notas é a divisão de compasso. No 
exemplo, então, temos apenasdois compassos.
Veja como ficou claro. Se fossemos executar o trecho acima, num tempo de 60, 
ficaríamos 2 tempos na primeira nota (branca) e um tempo e cada uma das demais notas. 
Para acordes, a regra é a mesma. Acordes são também representados por notas. Como 
um acorde é um agrupamento de notas, as notas (três para um acorde natural) ficariam 
sobrepostas. 
Atualmente existem partituras que trazem apenas a melodia e os acordes acima do 
pentagrama, representados por cifras. 
Mas... existe ainda um terceiro componente... vamos ver então o que é...
Divisão
Cuidado para não confundir. A música é dividida em compasso. O compasso é dividido 
em tempos. Mas a divisão da qual falamos aqui, não é nenhuma destas. 
Chamamos de divisão a posição das notas dentro do compasso em relação ao tempo. 
Numa partitura, por exemplo, se não houver indicação alguma, as notas serão divididas 
igualmente pelos tempos. Como no nosso exemplo:
! Bruno Grünig! 20
Então, no exemplo, a nota 1 começaria exatamente no tempo 1. A nota 2 exatamente no 
tempo 3 (porque a nota 1 ocupa 2 tempos). E a nota 4 exatamente no tempo 4. 
Porém, muitas e muitas vezes, as notas podem não começar ou terminar nos tempos 
exatos. Aí é que entra a divisão. 
Para que você compreenda melhor, vamos subdividir o tempo. Suponhamos que ao invés 
de 1,2,3,4 tivéssemos:
1 - 1,25 - 1,5 - 1,75 - 2 ....etc...
Então, uma nota poderia começar um pouco depois do tempo 1. No 1,25 ou 1,5. Isto é 
divisão. 
Quer um exemplo? Escute a música “Seu amor ainda é tudo” na versão de João Mineiro 
& Marciano. Depois escute a mesma música na versão de Bruno & Marrone. 
Logo no início da música, João Mineiro & Marciano começam a cantar no tempo 1 
exatamente. Então neste caso, as duas primeiras notas (na palavra “muito”) duram um 
pouco mais.
Já Bruno e Marrone começam um pouquinho depois. Uma pequena fração de tempo 
depois. As duas primeiras notas duram um pouco menos. E nenhuma das duas versões 
está errada. As duas duplas apenas utilizaram divisões um pouco diferentes. 
Já outra coisa é cantar fora de tempo. Pegando o mesmo exemplo, se um cantor começar 
a cantar no tempo 2 ou 3... estará errado. Fora do tempo. 
Nota: Eu falo muito no compasso 4/4 (quatro por quatro), porque é o mais utilizado em 
músicas populares. Rock, pop, sertanejo, etc. 
Acordes no compasso
Para quem toca violão sem ler partitura, os acordes são representados por cifras. Assim 
como representamos as notas neste livro. C, D... etc.
! Teoria musical aplicada ao violão! 21
Dentro de um compasso, podemos ter um ou mais acordes. Por exemplo: suponhamos 
que uma música num compasso 4/4 tenha em um ou mais compassos, três acordes. 
Dependendo da melodia, Um acorde poderia ocupar 2 tempos e os outros dois um tempo 
cada um. Não há regra. Tudo depende da melodia, como ela “pede” que os acordes 
sejam tocados. 
Podemos ter apenas um acorde. Este acorde pode ocupar os quatro tempos. Ou não. Ele 
pode ocupar apenas dois tempos e silenciar os outros dois, por exemplo. Assim como as 
notas. 
* * *
Portanto, agora você já tem uma boa noção de Tempo, Compasso e Divisão. 
Mais uma vez, vale lembrar: Não se preocupe em “decorar” tudo isso. Apenas estude com 
calma. O seu cérebro irá se encarregar do restante. 
! Bruno Grünig! 22
Tablaturas
Para todo aquele que estuda/toca violão ou guitarra, foi criado um quase substituto da 
partitura. A tablatura. O “quase” deve-se ao fato de que a tablatura por si só não é capaz 
de fornecer todas as informações que a partitura fornece. Resumindo... 
É possível tocar todas as partes e detalhes de uma música com uma partitura. Mas isto 
não é possível com a tablatura. 
A tablatura traz somente as casas do violão/guitarra que devem ser tocadas e mais 
algumas informações, como ligaduras, etc. Para utilizar uma tablatura, é necessário ouvir 
a música original, para saber o tempo, compasso, etc.
Porém, é um ótimo recurso para representar graficamente um solo, por exemplo. E 
geralmente é usada para esta finalidade. Por exemplo: uma determinada música tem 
alguns pequenos solos, entre suas partes. Mais algo assim na introdução e o solo 
principal. É possível representar estes solos na tablatura. Então, ouvindo a música e 
acompanhando a tablatura, é possível executar o solo. 
Como funciona a tablatura
A tablatura nada mais é do que a representação gráfica das seis cordas do violão ou 
guitarra. Cada linha tracejada é uma corda. A linha de baixo é a corda mais grossa (6 - E). 
Sobre as linhas são inseridos números, que correspondem às casas a serem tocadas. 
Veja abaixo uma tablatura sem nenhuma nota.
Repare que do lado esquerdo estão as cifras que representam as cordas do violão soltas. 
Veja abaixo a representação das notas soltas do violão na partitura e na tablatura.
! Teoria musical aplicada ao violão! 23
Como você pode ver, representamos as cordas soltas com o número 0 (zero). Casa 1 
com o número 1 e assim por diante. A tablatura acima é bastante simples, é claro. Uma 
tablatura de um solo com muitas notas, intrincado, naturalmente fica mais “cheia” e deve 
ser estudada com mais calma. Veja um exemplo não tão difícil abaixo:
A tablatura acima manda iniciar o solo na casa 14 da corda 2 (B). Depois tocar novamente 
a mesma casa, fazendo um pull off para a casa 12. Depois tocar a casa 10. Casa 10 
novamente e fazer um hammer para a casa 12. Depois corda 1 casa 9. Volta para corda 
2, casa 12 com pull off para a casa 10 e termina na casa 11. Naturalmente se você fizer 
este solo sem saber e sem ouvir o solo original, ficará “perdido”. Mas ouvindo a música 
faz perfeito sentido. 
Sinais da tablatura
Vamos ver agora o que significam os sinais (letras e outros) usados numa tablatura. 
• v = Vibrato - Consiste em manter a corda pressionada, levando-a de leve para cima e 
para baixo.
• p = Pull off - Em português seria “puxar para fora”. É o ato de tocar uma nota e soltá-la 
para que soe a outra nota. 
• h = Hammer - Em português seria “martelo”. É o ato de tocar uma nota e “martelar” 
outra uma ou mais casas adiante.
• (/) = Slide up - Em português seria “deslizar acima”. Consiste em tocar uma nota e 
deslizar o mesmo dedo uma ou mais casas adiante.
• (\) = Slide down - Tocar uma nota e deslizar uma ou mais casas para trás.
! Bruno Grünig! 24
• b = Bend - É o ato de tocar uma nota e “empurrar” a corda para cima ou para baixo, 
fazendo com que soe outra nota meio ou um tom acima.
• r = Release - Quer dizer soltar. Quando se faz um bend e se deve soltar em seguida. 
• t = Tap - Consiste em “bater” na corda na casa indicada com um dedo da mão direita.
• x = Tocar a nota amortecida
Estes são os principais sinais usados na tablatura. Eventualmente o criador da tablatura 
pode acrescentar outros, para explicar um detalhe. Devemos levar em consideração a 
limitação da tablatura. É praticamente impossível representar exatamente o que um 
guitarrista ou violonista faz, através de sinais gráficos. Mas a tablatura cumpre bem o 
papel de indicar quais notas devem ser tocadas. O restante deve ser aprendido ouvindo a 
música. 
Lembre-se também de que as tablaturas existentes por aí na internet, são criadas por 
pessoas comuns, que gostam de colaborar e compartilhar. E estas pessoas podem errar. 
Portanto, nem sempre uma tablatura que você encontra está correta. Pode conter erros. E 
levar você a pensar que “não consegue”. Mais uma vez... é preciso escutar bem a música. 
Por outro lado, mesmo que a tablatura esteja correta, isto não quer dizer que você vai 
“bater o olho” e tocar. Tudo na vida exige esforço. Para que você tenha idéia, 
recentemente resolvi treinar um solo que é muito comprido, tem muitas notas e detalhes. 
Pois bem... treinando de quinze a trinta minutos, pelo menos quatro vezes na semana, 
levei três meses para tocar corretamente o solo. Ufa! É muita coisa? Demora muito? Ora, 
eu acabo de completar 56 (cinquenta e seis) anos de idade (em 2013). E ainda estou 
aprendendo. Qual é a pressa? Demora? Demorasim. Mas vale a pena. Aprender violão 
ou qualquer outra coisa que valha a pena... dá trabalho. Sentar a bunda no sofá e ver 
televisão não dá. É preciso escolher. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 25
Escalas
Notas musicais “soltas” ou mesmo agrupadas de qualquer maneira, não servem para 
grande coisa. Por isso elas são organizadas em escalas. 
Escalas são, portanto grupos de notas. A diferença entre os diversos tipos de escalas, 
está nos intervalos, ou seja, a distância em tons ou semitons de uma nota para outra. 
Tomemos como exemplo a escala de C (dó maior) e a escala de Am (lá menor). Como já 
vimos, estas duas escalas são relativas (possuem as mesmas notas), porém em ordem e 
com intervalos diferentes. Veja
Escala de C = C(1)D(1)E(1/2)F(1)G(1)A(1)B(1/2)C
Escala de Am = A(1)B(1/2)C(1)D(1)E(1/2)F(1)G(1)A
Acima, as duas escalas, de C e Am. Os números entre parêntesis indicam os intervalos 
entre as notas. Ou seja, seguindo a escala cromática, temos estas quantidades de tons 
ou semitons entre estas notas. Veja:
Escala cromática = C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B, C
Na escala cromática o intervalo entre todas as notas é de 1/2 tom. Então de C para C# 
temos meio tom. A próxima nota é D. Como “andamos” mais uma nota, então, de C para 
D temos um tom. Repare agora lá em cima, na escala de C. Entre o C e o D temo o 
número 1. Um tom. E assim por diante.
Usando a fórmula acima, podemos “montar” qualquer escala, maior ou menor, baseando-
nos na escala cromática.
Fórmula de intervalos para escalas
Escala maior = 1,1,1/2,1,1,1,1/2
Escala menor = 1,1/2,1,1,1/2,1,1
Começando da nota que dá nome à escala, basta aplicar a fórmula e achar a escala. 
Vamos ilustrar com a escala de C# (dá sustenido maior), com sua notas destacadas 
dentro da escala cromática:
 1 1 1/2 1 1 1 1/2
C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B, C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B
O mesmo procedimento utilizamos para as demais escalas.
A importância das escalas
Para que você tenha idéia da grande importância das escalas, basta dizer que sem elas 
não existe música. Quase tudo na música vem das escalas. Melodias, acordes, solos. 
Nem é preciso dizer mais. Escalas são essenciais. 
! Bruno Grünig! 26
Tipos de escalas
Existem diversos tipos de escalas. Mas a escala “pai” de todas as outras é a escala maior. 
A escala maior pode (quase) ser definida assim “É como nós ouvimos música”. O ouvido 
humano identifica-se fortemente com a escala maior. 
Por isso a maioria das músicas mais populares são feitas na escala maior. 
Mas - infelizmente ou felizmente - isto não significa que não seja preciso conhecer e 
estudar as outras escalas. Mas não antes de conhecer a escala maior. Certa vez um 
aluno consultou-me, porque um amigo lhe havia dito que era muito importante estudar os 
modos gregos. Eu perguntei a ele o que sabia de escalas. Ele respondeu: “nada”. Ora, 
era evidente que o amigo do meu aluno deveria lhe ter dito para estudar primeiro a escala 
maior. De onde se derivam todas as outras.
E mais: como uma grande parte das músicas populares são feitas na escala maior... nem 
é preciso ir muito adiante... sabendo a escala maior, é possível tocar grande parte das 
músicas de sucesso... 
Não cabe aqui estudarmos todas as escalas. Estudaremos portanto, as mais importantes, 
para iniciantes e intermediários no estudo de violão. São elas:
• Escala maior
• Escala menor natural
• Escala menor melódica
• Escala menor harmônica
• Escala pentatônica menor
• Escala pentatônica maior
• Escala de blues
Escala maior
Já vimos anteriormente, inclusive a fórmula numérica dos intervalos das escalas maiores. 
Mas vamos reforçar. A partir da nota que dá nome à escala, basta seguir a quantidade de 
intervalos (tons ou semitons). Veja a tabela abaixo:
Intervalos>
Escala de
1 1 1/2 1 1 1 1/2
C (dó maior) C D E F G A B C
D (ré maior) D E F# G A B C# D
G (sol maior) G A B C D E F# G
A (lá maior) A B C# D E F# G# A
! Teoria musical aplicada ao violão! 27
Foram dados apenas quatro exemplos de escalas maiores acima. As demais - é claro - 
seguem as mesmas regras.
Escala menor natural
Vamos rever através de nova tabela:
Intervalos>
Escala de
1 1/2 1 1 1/2 1 1
Cm (dó menor) C D D# F G G# A# C
Dm (ré menor) D E F G A A# C D
Gm (sol menor) G A A# C D D# F G
Am(lá menor) A B C D E F G A
Achando uma escala menor natural através de uma escala maior (E vice-versa)
Você já viu o conceito de escalas relativas. Para achar uma escala relativa menor a partir 
de uma escala maior, basta iniciar a nova escala a partir da sexta nota da escala maior. 
No exemplo abaixo, temos a escala de D (ré maior) e vamos achar sua escala relativa. 
Para facilitar a compreensão, repetimos as notas da escala duas vezes. 
Escala de D (Em negrito a escala relativa = Bm)
1 2 3 4 5 6 7 8/1 2 3 4 5 6 7 8
D E F# G A B C# D E F# G A B C# D
Veja as notas em negrito, a partir da coluna 6. Aí está a escala relativa de D. Que é Bm. 
Lembre-se: uma escala relativa de outra escala maior é sempre uma escala menor. E 
vice-versa. 
E o contrário? Achar a escala maior através da menor natural? é possível também. Veja a 
tabela abaixo. Usamos a escala de Bm. Agora, a partir da terceira nota achamos a escala 
de D.
! Bruno Grünig! 28
Escala de Bm (Em negrito a escala relativa = D)
1 2 3 4 5 6 7 8/1 2 3 4 5 6 7 8
B C# D E F# G A B C# D E F# G A B
Escala menor harmônica
A escala menor harmônica tem apenas uma nota diferente da escala menor natural. A 
sétima nota fica meio tom acima. Na escala natural a sétima nota fica um tom acima da 
sexta nota. Na escala harmônica fica um tom e meio acima. Veja a tabela abaixo:
Intervalos>
Escala de
1 1/2 1 1 1/2 *1 1/2 1
Cm (dó menor) C D D# F G G# * B C
Dm (ré menor) D E F G A A# * C# D
Gm (sol menor) G A A# C D D# * F# G
Am(lá menor) A B C D E F * G# A
Escala menor melódica
Teoricamente existem dois tipos de escala menor melódica. Ascendente e descendente. 
Mas na prática há somente uma, a ascendente, porque a descendente é igual à escala 
menor natural. Veja a escala melódica ascendente abaixo. En relação à escala menor 
natural, duas notas são diferentes. A sexta e a sétima. Ambas meio tom acima da escala 
menor natural. 
Intervalos>
Escala de
1 1/2 1 1 *1 *1 1
Cm (dó menor) C D D# F G *A * B C
Dm (ré menor) D E F G A *B * C# D
Gm (sol menor) G A A# C D *E * F# G
Am(lá menor) A B C D E *F# * G# A
Estamos comparando escalas menores. Mas não se esqueça que todas as escalas vêm 
da escala maior. Basta você comparar a escala maior com qualquer outra e ver quais 
! Teoria musical aplicada ao violão! 29
notas foram modificadas. Repare como a escala menor melódica ascendente ilustrada 
acima é quase igual a uma escala maior. Apenas a terceira nota é diferente. 
Escala pentatônica maior
Mais uma vez reportamo-nos à escala maior. Uma escala pentatônica tem apenas cinco 
notas (penta = 5). Repare que sempre ilustramos uma nota a mais, para “fechar a escala”. 
O que há de diferente entre a escala pentatônica e a escala maior? Simples. Foram 
retiradas duas notas da escala maior. Mais especificamente os semitons. As notas 4 e 7. 
No caso da escala de C, foram retiradas as notas F e B. 
Intervalos>
Escala de
1 1 1 1/2 1 1 1/2
C pentatônica maior C D E G A C
G pentatônica maior G A B D E G
A pentatônica maior A B C# E F# A
Escala pentatônica menor
Vamos, para facilitar, relacionar esta escala à escala menor natural. Assim como na 
escala maior, foram retirados os semitons. Mais especificamente as notas 2 e 6. No caso 
da escala de Cm foram retiradas as notas D e G#. 
Intervalos>
Escala de
1 1/2 1 1 1 1/2 1
C pentatônica menor C D# F G A# C
G pentatônica menor G A# C D F G
A pentatônica menor A C D E G A
Escala de blues
Há outras variantes da escala de blues. Esta é uma das mais usadas. Na prática pode-se 
obter esta escala a partir da escala pentatônica menor. Basta acrescentar o que se chama 
de “blues note”. Após a terceirae quinta notas da escala pentatônica menor, acrescenta-
se meio tom. 
! Bruno Grünig! 30
Escala de blues
Intervalos>
Escala de
1 1/2 1 1/2 1/2 1 1/2 1/2 1/2
C blues C D# F F# G A# B C
D blues D F G G# A C C# D
A blues A C D D# E G G# A
De onde vêm as escalas?
Já mencionamos anteriormente que todas as escalas vêm da escala maior. Veja o quadro 
abaixo, que comprova isto. O último quadro do lado direito de cada escala diz o que foi 
feito na escala maior para obter a nova escala. 
Escala 1 2 3 4 5 6 7 8
Maior C D E F G A B C
Menor natural C D D# F G G# A# C Graus 3, 6 e 7 
estão 1/2 tom 
abaixo. 
Menor harmônica C D D# F G G# B C Graus 3 e 6 meio 
tom abaixo.
Menor melódica C D D# F G A B C Grau 3 meio tom 
abaixo.
Pentatônica maior C D E G A C Graus 4 e 7 foram 
eliminados.
Pentatônica menor C D# F G A# C Graus 3 e 7 
eliminados. Graus 
2 e 6 meio tom 
acima. 
Blues C D# F F# G A# B C Graus 2, 3, 4 e 6 
meio tom acima. 
Outras escalas
Existem outras escalas, é claro. Muitas. As acima listadas são as mais utilizadas na 
música contemporânea ocidental. Sendo que - repetindo - a escala maior é a mais 
utilizada. O motivo? O nosso ouvido tem facilidade para “reconhecer” escala maior. Como 
! Teoria musical aplicada ao violão! 31
a escala menor natural é - nas relativas - igual à escala maior, nosso ouvido também 
identifica-se com ela. Músicas escritas em outras escalas, podem soar “esquisitas” aos 
nossos ouvidos. Mas não que não tenham seu valor musical. É claro que têm. Mas não 
são tão largamente aceitas como músicas feitas na escala maior. 
Você agora tem suficiente informação sobre escalas. Estas informações são muito 
importantes para compreender melodias, solos, acordes. Procure assimilar o máximo que 
puder. Mais uma vez... não tente decorar e sim, aprender. 
Mais um lembrete: uma escala não é uma música. Por mais que você toque escalas no 
violão ou guitarra, não estará tocando música. Estará apenas exercitando, treinando 
escalas. 
Porque então treinar escalas? Porque, como já foi dito, das escalas é que são feitas as 
melodias, os acordes e solos. Conhecendo e treinando escalas você estará mais apto a 
executar melodias, solos e acordes. 
! Bruno Grünig! 32
Escalas no braço do violão
Vejamos agora - indo ao que interessa - como são as escalas no braço do violão. 
Em primeiro lugar, vamos relembra as notas no braço do violão. 
Repare, no diagrama acima, como cada corda começa com uma determinada nota e 
segue em frente, meio tom para cada casa, até chegar na casa 12, onde se repete a 
mesma nota da corda solta. Isto significa que, a partir da casa 12, tudo se repete. É como 
se o braço do violão (e também da guitarra) começasse novamente. A diferença é que as 
notas são as mesmas, porém mais agudas. Ao atingirmos a casa doze temos a mesma 
nota da corda solta, porém uma oitava acima. Ou seja, dentro da escala, “andamos” oito 
notas adiante. Veja no diagrama abaixo, somente as notas da escala de C. 
Escala de C com todas as notas desde a corda solta até a casa 12
Repare que agora, para tocar a escala, temos que “pular” notas. Ou seja, as notas não 
marcadas com o quadrinho verde, não pertencem à escala de C. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 33
O diagrama acima mostra as notas, e é possível tocar esta escala seguindo os 
quadrinhos. Porém isto não é muito prático, porque não sabemos, através deste 
diagrama, em que sequência vamos tocar. 
Por isso, devemos então utilizar as tablaturas, que podem mostrar onde começar, e 
também para onde ir. E quando voltar.
Veja a tablatura abaixo. Ela mostra a escala de C, conforme o diagrama acima, mas 
somente até a oitava casa. Neste caso, existe uma continuidade na escala. Começamos 
da corda 6 solta, avançando no sentido vertical. Chegando à casa 5 da corda 1, voltamos, 
mas agora usando um novo caminho, até chegarmos à casa 3 da corda 6. Então 
seguimos na mesma corda, para a casa 5, 7 e 8 e novamente usamos outro caminho para 
descer. 
Escala de C desde corda 6 solta até a corda 1, casa 8. 
E|-----------------------------0-1-3(/)5-3---------------------------------------------------------5-7-8-
B|-----------------------0-1-3-----------6-5-3---------------------------------------------5-6-8-------
G|-------------------0-2-----------------------5-4-2---------------------------------4-5-7-------------
D|-------------0-2-3---------------------------------5-3-2-----------------------5-7-------------------
A|-------0-2-3---------------------------------------------5-3-2-----------5-7-8-----------------------
E|-0-1-3---------------------------------------------------------5-3(/)5-7-8-----------------------------
Você pode, se quiser, treinar esta escala da maneira mostrada. Porém há uns 
truquezinhos que você precisa utilizar, para dar continuidade, ou seja, tocar sem parar. 
Nas passagens marcadas com (/) é necessário deslizar o dedo, para começar com os 
dedos corretamente posicionados para a próxima etapa. 
Vamos a mais um exemplo de escala maior. Repare como agora - é claro - são outras 
notas. Repare também como há certas peculiaridades que podem ser notadas no 
diagrama. Por exemplo: Todas as notas das casas 2 e doze, mais todas as cordas soltas 
fazem parte desta escala. 
Escala de D com todas as notas desde a corda solta até a casa 12
! Bruno Grünig! 34
IMPORTANTE: Você talvez já tenha ouvido algo como: “Uma escala precisa começar e 
terminar com a nota fundamental. Vamos esclarecer isto agora, para que você jamais 
tenha dúvida.
A nota fundamental de qualquer escala é aquela que dá nome à escala. em outras 
palavras, a nota fundamental da escala de C... é C. A nota fundamental da escala de Dm 
é D. Nada difícil aí. 
Acontece que podemos perfeitamente tocar uma escala sem começar da nota 
fundamental. Se estamos tocando - por exemplo - somente as notas da escala de E, não 
importa por onde comecemos, será sempre uma escala de E. Nós apenas estamos 
usando notas antes e depois da nota fundamental. 
O que ocorre é que o resultado, ou seja, aquilo que ouvimos ao tocar assim, pode soar 
um pouco diferente, dando a impressão de que aquela não é uma escala - por exemplo - 
de E. 
É preciso então, para “mostrar” na sonoridade qual escala estamos tocando, dar ênfase à 
nota fundamental. Ou seja, sempre que chegarmos à nota fundamental, tocar um pouco 
mais forte e fazer uma ligeira (muito ligeira) pausa naquela nota. O resultado sonoro então 
será o desejado. 
Esse negócio de “precisa começar e terminar na fundamental”, é apenas balela. Pense 
um pouco: suponhamos que você esteja improvisando um solo na escala de C. Ora, a 
primeira nota C no braço do violão, começando de cima, é a casa 3 da corda 5. Se 
pensarmos dessa maneira, nossa improvisação estará automaticamente descartando as 
notas para trás, na corda 5. E também as notas da corda 6. Isso simplesmente não existe. 
Mais uma vez, vale a ênfase dada à nota fundamental. Um solo, seja improvisado ou não, 
sempre “passa” pela fundamental e suas frases sempre dão ênfase à fundamental. Ou 
seja, a “intenção” do solo (ou da melodia) é sempre voltada para escala e portanto, para 
sua nota fundamental. Mas não necessariamente fica “preso” a esta nota, nem tampouco 
deve começar e terminar ali. 
Escala Cm natural - todas as notas desde a corda solta até a casa 12
! Teoria musical aplicada ao violão! 35
Escala de Cm harmônica - todas as notas desde as cordas soltas até a casa 12
Escala de Cm melódica (ascendente) - notas desde as cordas soltas até a casa 12
Escala de C pentatônica maior - notas desde as cordas soltas até a casa 12
! Bruno Grünig! 36
Escala de C pentatônica menor - notas desde as cordas soltas até a casa 12
Escala de C blues - notas desde as cordas soltas até a casa 12
Você tem agora, alguns exemplos ilustrados de escalas no braço do violão ou guitarra. 
Lembre-se que este não é um estudo específico sobre escalas. Os exemplos servem 
apenas para que você tenha idéia de como se localizam as notas das escalas no braçodo 
instrumento. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 37
Oitavas
O termo já foi mencionado anteriormente neste livro, mas esta parte serve para que você 
compreenda bem o que são as oitavas. 
Vamos dar um exemplo que pode soar estranho, mas é bem prático. Imagine que você 
ouve uma vaca mugindo e que a nota correspondente fosse um A. Depois você ouve um 
gato miando e a nota também é A. Mais tarde você ouve um passarinho piando e a nota 
novamente é A. Aí estão três oitavas.
O mugido da vaca é “grosso”, grave. O miado do gato é um pouco mais agudo, um som 
médio. E o piado do pássaro é mais agudo ainda. Então, a nota A do miado está uma 
oitava acima da nota A do mugido. E o piado está uma oitava acima do miado. O contrário 
também é verdade. O miado está uma oitava abaixo do piado e o mugido uma oitava 
abaixo do miado. 
Observe o teclado de um piano. No lado esquerdo estão as notas mais graves. Conforme 
você toca as notas mais à direita, elas vão ficando mais agudas. E vão se repetindo. A 
cada vez que você encontra a mesma nota, ela está uma oitava acima da anterior. E 
assim por diante.
Veja a imagem abaixo. A primeira nota do lado esquerdo é um A. A terceira nota da direita 
para a esquerda é outro A, que está sete (7) oitavas acima do primeiro. O A do lado 
esquerdo é bem grave. O do lado direito bem agudo. 
Oitavas no violão
Diferentemente do piano, o violão repete notas em diferentes oitavas horizontal e 
verticalmente. O primeiro e mais evidente exemplo de oitava está em cada corda, solta e 
na casa 12. São as mesmas notas, porém a nota da casa 12 está uma oitava acima da 
nota da corda solta. E esta - obviamente - uma oitava abaixo da nota da casa 12. Este é o 
exemplo de oitava no sentido horizontal. 
Porém, as cordas do violão vão ficando mais finas, da corda 6 (mais grossa) para a corda 
1 (mais fina). E isso, por si só, já nos dá uma idéia de grave/agudo. Mais grossa = mais 
grave. Mais fina = mais agudo. 
Por outro lado, o violão (a guitarra também) não é tão simétrico como o piano. Explicando: 
as cordas do violão, soltas, não seguem uma seqüência como as teclas do piano. A corda 
6 é um E. A próxima nota seria F, certo? Mas a corda 5 não é um F e sim um A. Por isso 
! Bruno Grünig! 38
pode ficar um pouco “confuso” localizar notas no braço do violão. Mas não é tanto assim. 
Basta acostumar. 
Veja o diagrama abaixo. 
* De baixo para cima: corda 6, 5, 4, 3, 2, 1
Vamos localizar algumas notas em oitavas diferentes, no sentido vertical. Ou vertical/
horizontal. 
Exemplo 1
Nota 1 - Corda 6 solta = E
Nota 2 - Corda 4 casa 2 = E (1 oitava acima da nota 1)
Nota 3 - Corda 2 casa 5 = E (2 oitavas acima da nota 1, 1 oitava acima da nota 2)!
Nota 4 - Corda 1 solta = E (2 oitavas acima da nota 1, mesma oitava da nota 3)
Nota 5 - Corda 1 casa 12 = E (3 oitavas acima da nota 1)
Exemplo 2
Nota 1 - Corda 6 casa 3 = G
Nota 2 - Corda 4 casa 5 = G (1 oitava acima da nota 1)
Nota 3 - Corda 3 solta = G (1 oitava acima da nota 1) 
Nota 4 - Corda 1 casa 3 = G (2 oitavas acima da nota 1, 1 oitava acima das notas 2 e 3)
Nota 5 - Corda 1 casa 15 = G (3 oitavas acima da nota 1, 1 oitava acima da nota 4)
Obs: Foi mencionado em alguns dos itens que a nota está “2 oitavas acima da nota .... e 1 
oitava acima da nota...”. É uma coisa lógica, mas convém explicar. Se você tem 3 notas 
em sucessivas oitavas. A segunda está 1 oitava acima. A terceira está 2 oitavas acima da 
primeira e 1 oitava acima da segunda. 
Cantando “uma oitava acima” ou “uma oitava abaixo”
Você talvez já tenha ouvido a expressão: “Ele está cantando uma oitava abaixo...). É o 
mesmo assunto. Vou citar um exemplo. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 39
Existem cantores com vozes muito agudas, como Zezé di Camargo ou Xororó. As 
tonalidades usadas por cantores assim são muito altas. E uma outra pessoa que vá 
cantar suas músicas, geralmente precisa abaixar a tonalidade. 
Em alguns casos, isto nem é necessário. Se a tonalidade estiver muito alta mesmo, por 
vezes basta que a pessoa cante... uma oitava abaixo. E como é isso? 
Suponhamos que a primeira nota da música original seja a nota E da corda 1 solta. Ao 
invés de começar com esta nota, a pessoa começaria com a nota E da corda 4 casa 2, 
que é uma oitava abaixo. 
O contrário também é verdade. Se a tonalidade for muito baixa, basta começar numa nota 
uma oitava acima. 
Mas isto não é regra, claro. Geralmente é mesmo necessário transportar a tonalidade. 
Muito bem. Acredito que a explanação sobre oitavas tenha lhe dado uma boa idéia sobre 
o assunto. Sigamos em frente. 
! Bruno Grünig! 40
Hora do recreio
Quando eu era moleque (e lá se vão “alguns” anos...), na escola tínhamos o intervalo, que 
naquela época chamávamos de “hora do recreio”. Até hoje me soa esquisito, mas vá lá. 
Recreio é divertimento, entretenimento. E está certo mesmo... era o que a gente fazia. 
Além de comer um lanchinho, claro...
Então vamos fazer um pequeno intervalo aqui também. É claro que se você estiver muito 
ansioso vai acabar passando direto e nem ler esta parte. Fique à vontade... eu não conto 
pra ninguém. 
Vou usar o intervalo (não musical...) para falar da mesma coisa, mas sem tantas 
“tecnicidades”. 
Voltando lá atrás quando eu era apenas um garoto. Desde aquela época a música estava 
no meu sangue. Vivia cantando. Como era tímido, muitas vezes ficava só “cantando 
mentalmente”. Mas a música sempre estava presente. 
Hoje eu sei que lá atrás, aquele garotinho já “sabia” muitas das coisas contidas neste 
livro. É verdade. Jamais menospreze o seu cérebro. Mesmo quando você não está 
pensando conscientemente e propositalmente em alguma coisa, este órgão incrível que 
Deus te deu está trabalhando. 
Assim, o cérebro vai assimilando notas musicais, ritmos, compassos. Intuitivamente. Ora, 
quando você está cantarolando uma canção, está usando tudo isso. Talvez até de 
maneira um pouco errada, mas está usando. E como foi que você aprendeu? 
Simplesmente ouvindo música. O cérebro processa aquilo que você ouve. E retém certas 
informações. Quando você ouve a mesma coisa novamente, o cérebro identifica. O 
cérebro “já aprendeu”.
Portanto, não deixe de simplesmente ouvir música. Ouça, cante junto, batuque junto... ah! 
Isso me faz lembrar...
Há muitos anos, um amigo me perguntou porque eu sempre estava mexendo meus dedos 
contra a minha perna. Eu olhei para ele com cara de idiota e disse algo assim: “Eu? Eu 
não faço isso... arrrammm... faço?”. Meu amigo riu... é claro que eu fazia. Então eu 
comecei a prestar atenção. É. Eu fazia mesmo. E descobri que era quando estava 
“cantando mentalmente”. Os dedos batucavam o ritmo na perna. Para o meu amigo (E 
outras pessoas...) aquilo parecia apenas um cacoete, um tique nervoso ou algo assim.
Então lá vai a dica: Preste atenção. O seu cérebro já aprendeu um montão de coisa. Você 
só precisa deixar estas coisas virem à tona. 
Fim do recreio.
! Teoria musical aplicada ao violão! 41
Tonalidade
Certo, certo... então já vimos notas musicais e escalas. Você certamente já ouviu a 
palavra tonalidade. Mas talvez esteja aí meio que “divagando” sobre o significado disso. 
Que na verdade - tenho que reconhecer - não é tão simples assim. Mas também não é 
nenhum “bicho de sete cabeças”. 
Veja a definição da Wikipédia:
“Tonalidade é um sistema de sons baseados nas Escalas maior, menor, menor harmônica 
e menor melódica, onde os graus da escala são observados de acordo com sua função 
dentro da harmonia.”
Arrammm... não ajudou muito, certo? Mas é por aí...
Vamos lá, então. Toda música é feita numa determinada tonalidade. As tonalidades são 
baseadas nas escalas. Então uma música feita “na tonalidade” C, tem sua melodia e 
demais componentes baseados na escala de C. E assim por diante.
Basicamente temo 24 tonalidades, vindas das escalas maiores e menores. Mais, se 
contarmos com (conforme a definição acima) as escalas menores melódica e harmônica.
Acontece que a maioria das músicas mais populares, aquelas que ouvimos no rádio e no 
Youtube,utilizam a escala maior. Em menor quantidade estão as músicas que utilizam a 
escala menor. 
Portanto, podemos ficar apenas com as nossas tonalidades maiores e menores. Então 
dizemos que uma determinada música “está na tonalidade C”. E o que exatamente isto 
significa?
Significa que a melodia, os solos, os acordes e tudo mais pertencerão à escala de C (dó 
maior). 
Começou a fazer sentido, certo? Agora já juntamos algumas coisas: notas, escalas, 
tonalidades. 
Como é determinada a tonalidade de uma música?
A palavra tonalidade, tom, não se usa só em música. É usada para cores também. Uma 
determinada cor tem diversas tonalidades ou tons, certo? 
Na música instrumental, a tonalidade determinada pelo compositor é muito importante. 
Porque ele quer que a música tenha aquele tom. Aquela “cor”. Teoricamente qualquer 
música pode ser tocada em outra tonalidade, acima ou abaixo. Por exemplo, uma música 
que está na tonalidade C, pode ser tocada em C#, D, D#, etc. 
Mas na maioria dos casos, em música instrumental, a música terá um “sabor” diferente. 
Algumas vezes até mesmo benéfico, agradável. Mas diferente. 
! Bruno Grünig! 42
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_menor_harm%C3%B4nica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_menor_harm%C3%B4nica
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Escala_menor_mel%C3%B3dica&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Escala_menor_mel%C3%B3dica&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia
Na música popular, não instrumental, isto também acontece, porém a diferença é mais 
pronunciada em alguma canções e nem tanto em outras. 
Talvez já tenha ocorrido com você. Você vê alguém cantar uma música de outro cantor. E 
parece que “algo está errado”. A música ficou diferente demais. Muitas vezes parece que 
ficou muito pior. Algumas vezes isto é devido à troca de tonalidade. Na troca de 
tonalidade, a música pode perder seu ímpeto. As partes mais fortes da música perdem 
seu brilho. Isto acontece. 
Um exemplo clássico está nos programas de aspirantes a cantor, como o Fama, The 
voice, etc. Quando a música não é bem escolhida para a voz do cantor, o desastre é 
quase inevitável. 
Suponhamos que eu fosse participar de um programa destes. Eu jamais tentaria cantar 
músicas de Zezé di Camargo, por exemplo. Porque eu sei que tenho que baixar 4 ou 5 
semitons para poder cantar as músicas de Zezé. E as músicas já não ficam tão brilhantes 
como na tonalidade original. 
Quando é preciso subir ou descer a tonalidade só meio tom ou um tom, geralmente não 
há tanto problema para cantar. 
Mas mesmo a harmonia, na troca de tonalidade pode perder. Os acordes diferentes 
podem não soar tão bem. E assim por diante.
Por estas e outras é que eu disse, no início, que tonalidade não era tão simples. Uma 
tonalidade pode dar vida a uma música. Outra pode até matá-la.
Mas... isso não impede que você - quando precisar - toque suas músicas preferidas na 
tonalidade mais adequada à sua voz. Tentar cantar na tonalidade do Xororó, para 
algumas pessoas é um verdadeiro suicídio. Na hora das notas agudas... ai, ai, ai... cadê a 
voz? Nestas horas... não pense duas vezes. Respeite a sua voz e suas limitações. Cantar 
dentro da tonalidade correta para a sua voz não é errado. É necessário. 
Então podemos afirmar que...
A tonalidade determina quais notas e acordes (de qual escala) serão utilizadas na música.
Esta é a parte simples. O básico. Por exemplo: Uma música na tonalidade C (dó maior) 
irá utilizar as notas: C, D, E, F, G, A, B. E - basicamente - os acordes: C, Dm, Em, F, G, 
Am, B° (você verá o porque destes acordes mais adiante, em campo harmônico). 
Isto é facilmente comprovável em algumas músicas populares. E quando digo populares 
não me refiro à MPB, por favor. A MPB pode ser qualquer coisa, menos popular. 
Mas... - e sempre há um mas - nem só de pura matemática vive a música. Seria muito 
fácil se fosse assim e pronto. Na verdade, em músicas mais simples, é assim. E pronto. 
Mas é possível encontrar partes de uma determinada música que fogem às “regras”. 
Acordes - por exemplo - “emprestados” de outra tonalidade. Troca de tonalidade num 
trecho da música, é outro exemplo. E outras inúmeras alterações.
! Teoria musical aplicada ao violão! 43
Porém as músicas mais simples (a grande maioria que ouvimos), encaixam-se - com 
algumas poucas exceções - nestas regras (que, como vimos, não são regras absolutas). 
As tonalidades na partitura
O quadro abaixo já foi apresentado anteriormente. E mostra como reconhecer as 
tonalidades numa partitura.
E porque o quadro mostra somente tonalidades maiores? Pelo simples fato de que as 
tonalidades também seguem as regras das relativas. Uma tonalidade C é relativa da 
tonalidade Am. Ou seja, se na tonalidade C não temos sustenidos ou bemóis, tampouco 
temos estes acidentes na tonalidade Am. Portanto o início da partitura será igual. 
O que nos leva a uma pergunta. Então, como iremos saber se a música está na 
tonalidade maior ou menor? Aí é que a porca torce o rabo... Quem não estudou música 
com a profundidade suficiente, logo de cara não vai saber. Porque a partitura é igual e as 
notas também. 
Um músico profissional ou um maestro, por outro lado, é claro que sabe qual é a 
tonalidade. Pela disposição das notas, acordes, etc. 
Mas para quem não lê partitura há esperança. Caso a partitura não tenha as cifras dos 
acordes na parte de cima (muitas hoje em dia têm), o negócio é no ouvido. Ao 
experimentar os acordes, o ouvido vai acabar identificando se a tonalidade é maior ou 
menor. 
! Bruno Grünig! 44
Por exemplo... suponhamos que a partira indique C ou Am. Há grandes probabilidades de 
que a música comece com o acorde C ou Am. Ao experimentar um ou outro e os demais 
acordes que poderiam vir em seqüência, um músico com um pouco de experiência 
identifica rapidamente a tonalidade. Uma questão de treinar. 
Transporte de tonalidade
Um nome que causa um pouco de receio em alguns. Parece que você vai ter que fazer 
um esforço dantesco para “transportar” a tonalidade. Mas na verdade é uma coisa bem 
simples.
Já falamos aqui sobre a troca da tonalidade, quando necessária. Isso é o transporte. 
Tocar uma música com tonalidade diferente. Mais alta ou mais baixa. E neste caso, a 
matemática funciona. 
Pense... quando transportamos uma música da tonalidade C para D, o que aconteceu? 
Subimos a música em 1 tom. Tudo na música vai subir 1 tom. Notas e acordes. No caso 
dos acordes, mais simples impossível. Basta usar a escala cromática.
Suponhamos que uma música tenha os seguintes acordes: A, F#m, D, E, C#m
Queremos transportar a tonalidade para um tom mais alto. E decidimos que 1 tom e meio 
é o ideal. Teremos que mudar todos os acordes um tom e meio acima. 
O primeiro acorde. A. O que vem depois de A? A#. E depois? B. E depois? C. Então 
nosso primeiro novo acorde será C. Que é um tom e meio acima de A. Veja a escala 
cromática abaixo (com duas oitavas, para facilitar):
C C# D D# E F F# G G# A A# B C C# D D# E F F# G G# A B C
O x x x
Repare como “andamos” três semitons (1 tom e meio) de A para C. Agora basta fazer a 
mesma coisa com os demais acordes. 
Importante: O que vem depois do nome do acorde permanece. Lembrando que 
#(sustenido) e b(bemol) fazem parte do nome do acorde, que vai mudar no transporte. 
Então num transporte de meio tom, um acorde F# vai para G, ou seja, perde o sustenido. 
Já o que venha depois, permanece. Por exemplo: F#m transportando em meio tom, vai 
para Gm. Porque o “m” significa que o acorde é menor. Se era menor antes, irá continuar 
menor. Se era com sétima, sexta, décima primeira... etc., vai continuar também. 
Terminemos então de transportar nosso exemplo. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 45
O segundo acorde é F#m. Temos que transportá-lo em um tom e meio (três semitons). 
Veja abaixo, na tabela:
C C# D D# E F F# G G# A A# B C C# D D# E F F# G G# A B C
O x x x
Encontramos então o A. Nosso novo acorde então é Am.Repare que - conforme 
explicado - o acorde agora já não é sustenido. Mas continua sendo um acorde menor. Se 
tivéssemos transportado apenas um tom (dois semitons), ele seria G#m. 
O próximo acorde é D. Mesma coisa... três semitons adiante:
C C# D D# E F F# G G# A A# B C C# D D# E F F# G G# A B C
O x x x
O novo acorde é F.
Próximo acorde é E. Três semitons...
C C# D D# E F F# G G# A A# B C C# D D# E F F# G G# A B C
O x x x
O novo acorde é G.
O último acorde é C#m. Andemos três semitons:
C C# D D# E F F# G G# A A# B C C# D D# E F F# G G# A B C
O x x x
Novo acorde: Em 
Portanto nossa música tinha: A, F#m, D, E, C#m
E agora tem: C, Am, F, G, Em 
O mesmo princípio é aplicado a todos os casos. Seja transportando para cima ou para 
baixo. E sejam quantos semitons se deseja transportar. 
! Bruno Grünig! 46
Fazendo o transporte no dia a dia
É claro que você não precisa fazer tudo isso aí... com o tempo, você acostuma a 
transportar rapidamente, nos casos mais simples. Um tom acima ou abaixo, por exemplo. 
É fácil visualizar as notas. Principalmente quando não há sustenidos. 
Tenha sempre à mão uma folha de papel com a escala cromática em duas oitavas, 
conforme acima. Basta então localizar a nota desejada e andar a quantidade de semitons 
para frente ou para trás. Com o tempo, você fará isso de memória e não precisará mais 
da folha de papel. Vai apenas anotando os novos acordes. O próximo capítulo vai ajudar 
mais ainda. Conhecendo o campo harmônico, transporte vira brinquedo. 
É claro que eu poderia colocar aqui uma tabela de transporte. Mas... não. Esta não é a 
intenção do livro. É muito melhor para você compreender e fazer as coisas por si mesmo. 
Quando você consulta uma tabela, está mandando seu cérebro ir tomar um café no bar 
da esquina. Você não pensa. E eu quero que você pense. Mais tarde você vai lembrar-se 
do Brunão... e vai agradecer. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 47
Campo harmônico
Um nome meio... pomposo. Mas a esta altura não tem segredo para você. O campo 
harmônico nada mais é do que o conjunto de acordes gerado por cada escala. Lá atrás já 
dissemos que uma música numa determinada tonalidade vai utilizar certas notas e certos 
acordes. Pertencentes à escala que dá nome à tonalidade. Pois é... os acordes vêm das 
escalas. Isto é o campo harmônico.
Campo harmônico maior
Cada escala tem sua nota 1, 2, 3... e assim por diante. Vamos chamar cada uma das 
notas de grau. Assim temos o primeiro grau, o segundo, terceiro... etc. 
No campo harmônico, cada grau gera um acorde, maior, menor ou diminuto. Vejamos 
quais são no
Campo harmônico maior
Grau Acorde (maior, menor ou 
diminuto)
Escala de C Acordes 
gerados
Primeiro Maior C C
Segundo Menor D Dm
Terceiro Menor E Em
Quarto Maior F F
Quinto Maior G G
Sexto Menor A Am
Sétimo Diminuto (°) B B°
Portanto, para saber os acordes do campo harmônico maior, basta saber as notas da 
escala e atribuir-lhes as extensões dos acordes de acorde com a tabela acima. 
Com o tempo, você acostuma-se a isso de tal maneira que faz sem pensar, acredite. 
Principalmente se utilizar o campo harmônico para compor músicas ou “tirar” músicas. 
As regras para o campo harmônico menor são as mesmas. Para exemplificar melhor, 
utilizamos na tabela a seguir, a tonalidade relativa de C (Am). Como as notas são as 
mesmas, é claro que os acordes também serão os mesmos. Apenas a ordem das notas é 
diferente. 
! Bruno Grünig! 48
Campo harmônico menor
Grau Acorde (maior, menor ou 
diminuto)
Escala de C Acordes 
gerados
Primeiro Menor A Am
Segundo Diminuto (°) B B°
Terceiro Maior C C
Quarto Menor D Dm
Quinto Menor E Em
Sexto Maior F F
Sétimo Maior G G
Para os demais campos harmônicos, basta seguir a mesma regra. Mais uma vez... nada 
de tabelas. Basta colocar diante de si as sete notas de uma escala e colocar os sinais 
diante das notas. Veja o exemplo abaixo:
Escala de D#
D#, F, G, G#, A#, C, D, D#
Acordes gerados
D#, Fm, Gm, G#, A#, Cm, D°
+ - - + + - dim
Variações dos acordes 
Acordes têm alterações. Por exemplo: A é um acorde natural. A7 é um acorde com 
variação. Os acordes com alterações fazem parte do campo harmônico. Assim, você pode 
ter um acorde A, por exemplo. E mais os acordes alterados, como por exemplo: A7, A6, 
A9... etc.
Acordes relativos
Aí está a palavra novamente... relativo. Você já sabe que escalas relativas têm as 
mesmas notas. Tonalidades relativas também. Agora... e os acordes relativos? 
Acordes relativos são aqueles que têm em suas escalas, as mesmas notas. Ou seja, 
acordes relativos provém de escalas relativas. 
Então... o acorde C é relativo de Am. O acorde D é relativo de Bm. E assim por diante. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 49
Agora repare no campo harmônico. Tem tudo a ver... Dos sete acordes do campo 
harmônico, seis são relativos entre si(De 2 em 2, claro...). Veja o exemplo do campo 
harmônico de C.
C, Dm, Em, F, G, Am, B°
Acordes relativos
• C é relativo de Am, porque as escalas de Am e C têm as mesmas notas
• Dm é relativo de F, porque as escalas de F e Dm têm as mesmas notas
• Em é relativo de G, porque as escalas de G e Em têm as mesmas notas
Veja como as coisas vão se encaixando. Na verdade, falando em termos musicais, as 
coisas vão se harmonizando. As notas, escalas, acordes numa tonalidade, têm muito em 
comum. Por isso harmonizam. Por isso produzem belas músicas. Tudo combina. 
Para que você não esqueça:
• Todo acorde maior tem um relativo sempre menor
• Todo acorde menor tem um relativo sempre maior
É muito simples localizar um acorde relativo no violão. 
• De um acorde maior para o relativo menor - Conte três casas para trás da nota 
fundamental. (Exemplo: O acorde C. Sua nota fundamental, claro, é C. Três casas para 
trás (três semitons), temos a nota A. Relativo? Am)
• De um acorde menor para um acorde maior - Conte três casas para frente da nota 
fundamental. (Exemplo: O acorde Am. Sua nota fundamental é A. Três casas para frente 
(três semitons) temos C. Relativo? C).
Isto, é claro, vale para todos os acordes maiores e menores. 
Os acordes relativos também servem para “encontrar” um campo harmônico. Isso é útil na 
hora de encontrar os acordes para uma música. Por exemplo: você sabe que a música 
tem os acordes C e D. Portanto, já sabe também que pode haver naquela música os seus 
relativos: Am e Bm. 
Pois bem... de notas chegamos até campo harmônico, com seus acordes. O que nos leva 
a estes últimos. Os acordes. De onde “surgem” os acordes? Veja no próximo capítulo. 
! Bruno Grünig! 50
Formação de acordes
Acordes nada mais são do que notas musicais agrupadas. Mas não quaisquer notas, 
evidentemente. 
Em primeiro lugar, é preciso saber que tecnicamente um acorde só é um acorde se tiver 
três notas ou mais. Ou seja, duas notas não fazem um acorde, apesar de, na prática isto 
ser utilizado sem problema. 
De onde vêm os acordes?
Você já deve estar imaginando, se é que não sabe. Os acordes vêm das escalas, de onde 
mais poderia ser? 
Acordes são nomeados C, Cm, Am, A... assim como as escalas, certo? Nada mais lógico. 
Então, um acorde C vem da escala de C. Um acorde Bm vem da escala Bm. E assim por 
diante.
Acordes naturais
Os acordes naturais são aqueles que possuem apenas 3 notas (tríades), sem alterações. 
São, por assim dizer, “acordes puros”. Eles são formados com três notas da escala. O 
primeiro grau, o terceiro grau e o quinto grau. Veja os exemplos abaixo:
Escala 1 2 3 4 5 6 7
C C D E F G A B
Acorde C X X X
Am A B C D E F G
Acorde Am X X X
Na tabela acima, a formação de dois acordes: C e Am. Usei dois acordes relativos, para 
aproveitar a ocasião e reforçar este conhecimento. Repare como as duas escalas têm as 
mesmas notas (E por isso são relativas, assim como estes dois acordes). Repare também 
que os dois acordes possuem duas notas iguais (C e E). 
Portanto, No acorde C, temos C como nota fundamental, E como terceira e G como 
quinta. No acorde Am, A é a nota fundamental, C a terceirae E a quinta. 
No acorde natural, não temos outras notas. Apenas estas três. No violão, por exemplo, 
quando se monta qualquer acorde natural, ou certas notas se repetem, ou somente são 
tocadas as cordas que formam o acorde. Veja alguns exemplos:
! Teoria musical aplicada ao violão! 51
No acorde F abaixo, todas as cordas são utilizadas. As três notas necessárias ao acorde 
são F, A, C. No exemplo abaixo estão repetidas as notas F e C.
No acorde A ilustrado abaixo, as notas necessárias são A, C#, E. As notas A e E se 
repetem e a corda 6 não é utilizada no acorde, não devendo ser tocada. 
Repare como os diagramas dos acordes acima possuem várias informações. 
• No topo, o nome do acorde.
• Logo abaixo, o “X” avisa qual corda não deve ser tocada, enquanto a bolinha simples 
determina que uma corda solta deve ser tocada. A outra bolinha, com a parede mais 
espessa, indica que aquela é a nota fundamental do acorde. Se a nota fundamental do 
acorde for uma corda que está apertada, a bolinha muda. É preta no meio com um 
círculo em volta (diagrama de F).
• A barra atravessando o braço indica uma pestana.
• As bolinhas indicam quais cordas devem ser apertadas.
• Os números na parte de baixo indicam quais dedos devem ser usados para apertar as 
cordas.
! Bruno Grünig! 52
• Abaixo dos números, as letras indicam quais são as notas daquele acorde.
Ufa? Viu quanta coisa num pequeno retângulo? Útil demais. 
Voltando à teoria... então sabemos que os acordes naturais são formados por três notas. 
E os outros acordes? 
Os acordes com alterações, podem ter:
• As três notas do acorde natural mais a alteração 
• Duas notas do acorde natural mais a alteração
Veja os exemplos abaixo. No primeiro exemplo, temos quatro notas. As três do acorde 
natural, mais a sétima (menor). No segundo exemplo, a quinta nota do acorde natural foi 
substituída pela sétima menor. Tecnicamente, há diferença entre os acordes, mas o som 
obtido é percebido como igual (ou quase igual) pelo ouvido. Portanto as duas formas 
podem ser usadas. 
Então... acordes com alterações nada mais são do que acordes que receberam notas 
diferentes do acorde natural. Muito bem. E de onde vêm estas notas? Mais uma vez... das 
escalas. 
A alteração mais comum, encontrada em muitas músicas, é a mencionada acima. A 
sétima menor. Conforme diz o nome, a nota para esta alteração vem da escala menor. No 
caso do acorde C7, da escala de Cm. Veja só:
Acorde C (dó maior) - Primeiro grau - C Terceiro grau - E Quinto grau - G
Escala de Cm = 1)C, 2)D, 3)D#(Eb), 4)F, 5)G, 6)G#(Ab), 7)A#(Bb) 
Confira agora nos diagramas. Lá está a nota Bb(que é igual a A#). E que é a sétima nota 
da escala de Cm. 
! Teoria musical aplicada ao violão! 53
Porém, há um jeito mais simples de localizar esta nota, sem recorrer à escala menor. 
Basta pegar a sétima nota da escala maior e “atrasar” em meio tom. Veja abaixo:
Escala de C = C, D, E, F, G, A, B
A sétima nota é B. Meio tom abaixo? É claro... Bb. 
Evidentemente, esta regra se aplica a todos os acordes maiores com sétima menor. 
Na prática, para o acorde com sétima menor, dizemos apenas “com sétima”. Já está 
implícito que se houver apenas o número 7 é sétima menor. Sim... porque - como você vai 
ver - existe a sétima maior. 
No início, estas coisas confundem um pouco a cabeça. É um tal de uma hora é menor, 
outra é maior... Mas com o tempo você acaba se acostumando com as “gírias” musicais. 
Antes de mostrar e explicar algumas alterações de acordes, vamos ver para que servem 
estes acordes. Para tocar música... é claro. Mas em que situações? 
Bem... aí está uma das coisas na música em que não se pode aplicar muita matemática. 
Não há uma “fórmula” que possa dizer onde usar tais e tais acordes. 
Mas de uma coisa você pode estar certo. Um determinado acorde só cabe num 
determinado trecho de uma música, se a melodia assim o permitir. Ou seja, os acordes 
utilizados na música dependem da melodia. 
Faça uma experiência bem simples... Pegue uma música qualquer e troque os acordes de 
posição. Veja que, se aqueles acordes estão lá, cabem no acompanhamento da música. 
Eles “pertencem” à música. Podem ser usados naquela música. Mas não em qualquer 
parte da música. Porque os acordes precisam se harmonizar com a melodia. 
Portanto, um trecho de uma música pode aceitar ou não um acorde com nona, por 
exemplo. Não adianta tentar “empurrar” o acorde no acompanhamento.
Certa vez vi um video de alguém que tentava transmitir seu conhecimento em violão. O 
sujeito acabou se enrolando, ao dizer algo assim: “ultimamente nem uso mais o acorde C. 
Só uso C9...”. 
Ou seja, ele “apaixonou-se” pela sonoridade de um acorde, e pensa que pode usá-lo em 
todas as ocasiões, independentemente da melodia. A verdade é: não. Ele não pode fazer 
isso. Nem sempre um acorde alterado fica bonito numa melodia. E muitas vezes fica 
mesmo é muito feio, como se houvesse algo muito errado naquele trecho. 
Portanto, não vá você pensar que usar acordes alterados é “mais cabeça”. Ou que 
significa que você é “craque” no violão. Acorde alterado fora de lugar é aberração. 
Tipos de acordes alterados
! Bruno Grünig! 54
Existem diversos tipos de alterações em acordes. Você pode ouvir também a expressão 
“acordes dissonantes”, referindo-se aos acordes alterados. Uma dissonância - por assim 
dizer - é algo “instável”, que precisa de uma resolução. 
Faça um teste... toque os dois acordes abaixo. Um é natural e outro alterado. Perceba 
como o acorde natural parece “fazer sentido” quando tocado sozinho. Já o acorde 
alterado, parece - em alguns casos - “estar errado”. 
Acontece com muitos acordes alterados. Eles precisam de uma “resolução”. Ou seja, eles 
funcionam dentro de uma determinada harmonia, mas não como os acordes naturais. 
Dificilmente você verá uma música em que um mesmo acorde alterado é usado sozinho 
num trecho longo da música. Acontecer, acontece... mas é muito raro. Porque em grande 
parte dos casos, o acorde alterado não vai fazer sentido par ao trecho inteiro da música.
Ao contrário, há muitas e muitas músicas que usam acordes naturais em longos trechos. 
Porque os acordes naturais “fazem sentido” na música, por si sós. 
Caso queira compreender melhor o assunto, é necessário estudar harmonia com mais 
profundidade. 
Vamos então aos principais tipos de acordes alterados:
1 - Acordes com 7 (sétima) maior ou menor - São acordes (maiores ou menores) de 4 
notas (tétrades). Às notas do acorde natural é acrescentada uma nota. A sétima pode ser 
maior (vinda da escala maior) ou menor (vinda da escala menor). Os acordes podem ser 
representados assim:
Maior com sétima menor = C7
Maior com sétima maior = C7+
Menor com sétima menor = Cm7
Menor com sétima maior = Cm7+
As notas do acorde são: Primeiro, terceiro e quinto graus da escala, acrescidos de:
Sétimo grau da escala menor - Sétima menor (7)
! Teoria musical aplicada ao violão! 55
Sétimo grau da escala maior - Sétima maior (7+)
É fácil também localizar as duas notas (7 e 7+), apenas na escala maior. 
- Para a sétima maior (7+) é a sétima nota da escala maior.
- Para a sétima menor (7) um semitom abaixo da sétima nota da escala maior.
Veja a escala de C = C, D, E, F, G, A, B 
B é a sétima nota, que faz a sétima maior. Meio tom abaixo de B = Bb ou A#, que 
faz a sétima menor. 
E isto serve para todas as escalas. Veja os exemplos abaixo:
Notas de cada acorde:
Nota/Acorde C7 C7+ Cm7 Cm7+
Grau 1 C C C C 
Grau 3 E E Eb Eb
Grau 5 G G G G
Sétima Bb B Bb B
2 - Acordes com quarta e com nona adicionadas - São acordes naturais aos quais 
simplesmente adicionamos a quarta ou a nona notas da sua própria escala. ATENÇÃO: 
Neste tópico refiro-me a acordes com quarta OU com nona! Não com quarta E nona. Ou 
seja, apenas UMA NOTA é adicionada. Veja os exemplos abaixo:
Repare como em todos os casos os acordes têm as três notas da tríade (acorde natural). 
E foi então adicionada a quarta ou nona nota, que tanto no caso da escala maior ou 
menor são as mesmas notas.

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