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Roma antiga

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO-UFPE 
 CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS-CFCH 
 DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA 
HISTÓRIA ANTIGA - 2021.1 
 DOCENTE: RENATO PINTO 
 
 
 
 
 
 THALYA MARIA RODRIGUES 
 THAINÁ TAVARES RÊGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RECIFE 
 2021 
A SOCIEDADE ROMANA NO PERÍODO MONÁRQUICO 
 
 A instituição social romana era completamente desigual, assim como em outras 
civilizações antigas. Esta sociedade era basicamente estática, pois tinha pouca mobilidade 
social. 
ORGANIZAÇÃO FAMILIAR E SOCIAL ROMANA 
A base da organização social romana era a família. As famílias se juntavam em clãs, e 
sua formação era de acordo com a origem de seus antepassados. Em Roma, existiam clãs de 
origem etrusca, sabina e latina. A sociedade romana no período monárquico estava dividida 
em quatro grupos sociais básicos. Os patrícios formavam a elite social romana, e 
consideravam-se descendentes das primeiras famílias que fundaram Roma, os pater familias, 
foi daí que a denominação "patrício" se originou. Eles faziam parte do senado, ocupavam 
importantes cargos públicos, possuíam muitas terras, e eram os únicos que participavam de 
decisões políticas, tinham o título de cidadãos romanos. 
Os plebeus formavam a massa trabalhadora romana, em geral os membros da plebe eram 
os agricultores, artesãos, comerciantes e pequenos proprietários, eles nem sempre eram pobres. 
No período monárquico os plebeus não tinham participação política, e isso futuramente 
desencadeou uma série de tensões e crises sociais. 
Os clientes compunham a camada social média em Roma, a maioria eram plebeus 
pobres, ou estrangeiros que se tornavam clientes de famílias patrícias, recebiam proteção, 
comida e trabalho em troca de lealdade, eram basicamente servos, pois não recebiam pelo 
trabalho. Assim como os plebeus e escravos, os clientes não possuíam direitos políticos. 
Os escravos eram a camada menos expressiva nessa sociedade, a maioria dos escravos 
eram plebeus endividados. 
AS MULHERES ROMANAS 
De modo geral, as romanas tinham muito mais participação social e direitos que outras 
mulheres da antiguidade. Uma mulher romana “bem nascida” era considerada cidadã (civis), 
mesmo que não tivessem participação política, pois isso iria contra os conceitos sociais 
romanos, mulheres ricas ou de famílias importantes podiam influenciar na política, através do 
patrocínio monetário (dinheiro). 
Além de exercerem os papéis mais comum como o de mãe, esposa e parteira, as romanas 
também tinham acesso a diversos cargos religiosos, como por exemplo, o sacerdócio, e eram 
livres para frequentar espaços públicos como, teatro, tribunais desde que estivessem 
acompanhadas de seus maridos ou pais. 
Apesar de estarmos trabalhando com a ideia de que as mulheres romanas possuíam 
alguma liberdade e exerciam variadas funções naquela sociedade, suas vidas ainda giravam em 
torno do patriarcado. Questões como lar, maternidade e casamento sempre estiveram em torno 
dos seus cotidianos, desde as mulheres nobres às mais abastadas. Sendo assim, as mulheres 
romanas eram privadas de muitas coisas. Todavia, as pinturas assim como também a cultura 
material deixada, vem sendo utilizada para entendermos como tal sociedade funcionava, dessa 
forma seria possível compreender qual era a posição da mulher na antiguidade romana.Vale 
ressaltar que os ideais e comportamentos ditados pelo patriarcado nem sempre eram seguidos à 
risca pelas mulheres. Um exemplo a citar, é a questão da educação, mesmo não sendo algo bem 
visto para uma mulher, ainda assim temos diversas representações em pinturas, de mulheres 
romanas lendo ou escrevendo, e isso no século III a.C. No geral as pinturas trazem mulheres 
segurando uma tabuinha e um estilete, instrumentos que eram usados para escrita. A imagem 
1, traz uma espécie de medalhão que retrata uma moça de classe alta, ao observar os adornos 
que ela possui, segurando uma tabuinha na mão esquerda e um estilete na mão direita, o qual é 
levado à boca. 
 
FIGURA 1 – Mulher com estilete e tabuinha Pintura Acervo do Museu Arqueológico Nacional de 
 
 Fonte: MAIURI, 1953, p. 99-100;103) 
 Essas tabuinhas na maioria das vezes eram feitas de madeira com uma camada de cera, 
onde o estilete arranhava as formas das letras, desse modo criava-se assim, um bloco de 
anotações ou um caderno. Era proibido trazer escritos de mulheres a público ainda assim, isso 
não era empecilho para que elas escrevessem. Esse nível de educação ligado à leitura e à escrita 
que as mulheres tinham, variava muito de casa para casa, entretanto, como já foi pontuado o 
conhecimento em excesso não era bem visto, principalmente por mulheres da alta classe. 
Apesar disso, a maioria das mulheres sabiam ler e escrever, e possuíam conhecimentos diversos. 
 A ESCRAVIDÃO NO PERIODO MONARQUICO 
Os escravos também se faziam presentes na pirâmide social da Roma Antiga. Os 
romanos, não conquistavam escravos focando em um único povo, esses, por sua vez, eram 
atribuídos a servidão tendo como ponto de partida negociações, espólios de guerra ou dívidas 
internas , o que acaba por diferencia-la da escravidão moderna, que tem como princípio a 
subjugação de um povo especifico. No entanto, percebe-se a influência dos povos clássicos na 
atribuição da palavra escravo, pois, essa denominação deriva da palavra grega eslavos, que 
serviu para representar os primeiros escravizados pelos romanos, um povo que se localizava no 
leste europeu. 
A escravidão na Roma Antiga, sofreu variações conforme o tempo, entretanto, 
comumente, era atribuída a três critérios: nascimento, guerra e direito civil, e, durante o período 
monárquico romano, o tipo de escravidão que se predominou fora principalmente do não 
pagamento de dívidas contraídas durante o período de liberdade do indivíduo. Por fim, tal 
condição era hereditária, sendo transmitida às futuras gerações desde o seu nascimento. 
 Na antiguidade romana, a escravidão era vista também como uma instituição social e 
política no sentido de que a relação senhor -escravo tinha consequências para a organização 
sociopolítica da cidade, pois, o escravo liberto por um cidadão romano podia vir a se tornar 
cidadão. E, no plano cultural, essa relação também poderia ser utilizada de maneira conceitual 
para se pensar outras formas de exploração e subordinação; além disso, se fazia bastante comum 
que houvessem relações sexuais entre patrão e escravo, pois, era comum entre as elites romanas 
que os homens se relacionassem não apenas com as mulheres, mas também com outros homens, 
inclusive com seus servos. 
Graças a grandiosidade que fora a história romana, diferentes formas de trabalho 
compulsório foram realizados durante os seus períodos de ascensão, dentre elas , a escravidão 
que sempre conviveu com outras formas de dominação de pessoas e da exploração de seu 
trabalho. Na Roma Antiga, temos toda uma abrangência de situações de dependência entre a 
escravidão e a liberdade. De toda forma, por alguns periodos e lugares, a servidão foi a forma 
dominante por vários séculos,onde, nem mesmo a ascensão do Cristianismo se mostrou 
suficiente para pôr fim ao regime escravista romano, nem mesmo atenuar castigos físicos 
impostos aos escravos estrangeiros, bestializados pelos romanos. Desse modo a escravidão na 
Roma Antiga se manteve com suas bases originais da monarquia até o Império. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
BÉLO, TaisPagoto. Os estudos de gênero na arqueologia. In: FUNARI, Pedro Paulo Abreu; 
CAMARGO, Vera Regina Toledo. Divulgando o patrimônio arqueológico. Rio de Janeiro: 
Bonecker, 2018, p. 31-42. 
C.L. Babcock, The Early Career of Fulvia, American Journal of Philology 86 (1965), 1 - 32 
 
Entre a escravidão e a liberdade, economia e sociedade na Grécia Antiga. São Paulo: Martins 
Fontes, 1989, p.123-42. 
 
Formas de exploração do trabalho e relações sociais na Antigüidade Clássica. Lisboa: 
Estampa, 1978. Fundamental é ainda FINLEY, M 
 
GRANDAZZI, Alexandre. As origens de Roma. São Paulo: Unesp, 2010 
 
Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001 
JOLY, Fábio Duarte. A escravidão na Roma Antiga, 2° edição, São Paulo,Alameda,2017 
 Fonte: MAIURI, 1953, p. 99-100;103) 
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