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Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP Daniel Campelo Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor DANIEL CAMPELO Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS DANIEL CAMPELO Olá. Meu nome é Daniel Campelo. Sou economista, mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável e especialista em Metodologia do Ensino a Distância. Possuo experiência técnico- profissional na área de economia, gestão e mercado de mais de 15 anos. Há 10 anos atuo na docência do ensino superior nos cursos de graduação e pós-graduação, sendo os últimos 5 anos dedicados ao ensino a distância. Por acreditar que a educação é transformadora e um excelente caminho para uma sociedade mais justa passei a me dedicar transmitindo minha experiência profissional e de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! O AUTOR Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desen- volvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessida- de de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações es- critas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e inda- gações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoaprendi- zagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Compreendendo a importância do planejamento para a gestão de custos, riscos e perdas ..................................... 12 O planejamento nas organizações ...................................... 12 Tipos de planejamento ...................................................... 15 Conhecendo o gerenciamento de custos associados à Tecnologia de Informação (TI) ....................................... 18 O gerenciamento de custos de TI ...................................... 18 Otimizando os custos de TI ............................................... 20 Entendendo o papel da gestão da informação nas organizações .................................................................... 25 A gestão da informação nas organizações.......................... 25 A gestão estratégica da informação ................................... 28 Ferramenta de gerenciamento de informações (IMBOK) .. 29 O que é um sistema de gerenciamento de informações? .... 32 Compreendendo a importância da qualidade no gerenciamento das atividades ......................................... 34 A qualidade no gerenciamento das atividades ................... 34 Planejamento da qualidade ......................................... 36 Garantia da qualidade ................................................ 38 Controle de qualidade ................................................ 40 Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 7 UNIDADE 03 Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP8 Nesta unidade vamos conhecer mais dois custos importantes para o gestor: a custo de embalagens e os custos de tecnologia da informação (TI). Além disso, vamos estudar também sobre tuas temáticas importantes para a gestão de custos, riscos e perdas. A primeira é a gestão da informação e, a segunda, a importância da gestão da qualidade. Assim, inicialmente, iremos estudar sobre os custos de embalagens e seus conceitos. Depois, iremos estudar sobre os custos associados à TI. Em seguida iremos entender como funciona a gestão da informação e sua importância para gestão de custos e perdas. Por fim, vamos estudar a gestão da qualidade e como ela se relaciona com a temática principal da nossa disciplina. Assim, finalizaremos todo o conteúdo proposto para você nesta unidade. Vamos lá? INTRODUÇÃO Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender a importância do planejamento para a gestão de custos, riscos e perdas; 2. Conhecer o gerenciamento de custos associados à Tecnologia de Informação (TI); 3. Entendendo o papel da gestão da informação nas organizações; 4. Compreender a importância da qualidade no gerenciamento das atividades. Então, vamos em frente? Estarei com vocês caminhando por todas estas temáticas e ajudando a construir novos conhecimentos. Vamos lá! OBJETIVOS Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP10 Compreendendo a importância do planejamento para a gestão de custos, riscos e perdas INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você compreenderá a importância do diagnóstico e como ele é necessário para realizarmos um planejamento. É muito comum as empresas realizarem planejamento em seus mais diversos níveis (estratégico, tático e operacional) e não realizarem o diagnóstico. Além disso, vamos compreender como o planejamento nas organizações é importante quando tratamos da gestão de custos, riscos e perdas. Quando não há planejamento, a chance de o gestor ter problemas com elementos que envolvam estas temáticas é muito grande. É o que estudaremos a partir de agora. Vamos em frente! Avante! O planejamento nas organizações Quando nos deparamos com a gestão de custos, riscos e perdas em uma organização, precisamos entender que sem um planejamento adequado é possível que nada funcione bem. Como uma empresa vai gerenciar custos se ela não planejou as atividades que pretende realizar ao longo do tempo? Como evitar perdas se a empresa opera sem um caminho claro e definido? Como vamos gerenciar riscos se o gestor não tem a capacidade mínima de observar os possíveis riscos que podem surgir? O planejamento é capaz de solucionar estas perguntas. Então, vamos entender melhor o planejamento nas organizações. O planejamento é a ponte que vai levar a organização de onde ela está para onde ela quer chegar. Um bom gestor é aquele que antes de pensar para onde conduzir a organização se preocupa em deixar de forma clara e palpável onde ela está. Identificar a situação real atual, Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 11 o cenário onde ela se encontra, as condições humanas, estruturais, financeiras, etc. é importantíssimo antes de iniciar um planejamento. EXEMPLO: Ao programar uma viagem, você deve fazer um diagnóstico prévio antes de determinar o destino, a quantidade de dias, a roupa que deverá levar, etc. Antes de planejar a viagem você deve identificar sua situação atual: quando você dispõe financeiramente para a viagem, a quantidade de dias que você tem disponível ou até mesmo se uma oportunidade profissional pode surgir no período previsto para viagem. Isto é um exemplo de diagnóstico. Nas organizações isto não é diferente. Seja um hospital, indústria, lojas e supermercados tudo deve funcionar da mesma forma. Antes de realizar o planejamento, a primeira coisa que o gestor deve fazer é identificar a situação atual da empresa. Na medicina, através de sintomas, relatos e exames o médico realiza o diagnóstico do paciente.Em gestão também funciona assim. Através de dados e informações é possível fazer a análise de uma organização e conhecê-la melhor. Este é o papel principal do diagnóstico para elaboração do planejamento. Identificar o “marco zero” é requisito fundamental para o sucesso do planejamento. Para isso, nunca deveremos esquecer que é necessário que o diagnóstico/análise preceda qualquer planejamento. Existe algumas ferramentas que auxiliam na elaboração do diagnóstico e análise. Desde ferramentas complexas que possuem muita tecnologia envolvida até ferramentas mais simples, de fácil utilização. VOCÊ SABIA? Uma das ferramentas mais utilizadas no mundo para elaboração de diagnóstico é a Matriz SWOT. Além de simples, podendo ser utilizada por todos os gestores, se bem elaborada, ela apresenta um cenário atual bastante condizente da realidade. Por isso, estudaremos melhor esta ferramenta mais adiante. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP12 Está claro que o diagnóstico é fundamental. Agora, vamos entender melhor o que é planejamento, sua definição e os tipos de planejamento. Vamos lá! Segundo Oliveira (2009), as organizações possuem alguns processos administrativos principais e, um deles é o planejamento. O autor explica ainda que o planejamento é um importante instrumento de gestão administrativa, indo bem além do que simplesmente uma ferramenta capaz de organizar números e gerar informação. Com o planejamento, o gestor é capaz de vislumbrar alguns cenários possíveis, diminuindo os riscos, aumentando o controle e a competitividade, pois mostra ao corpo diretivo da organização o caminho que deve ser traçado pela empresa. SAIBA MAIS: Para consolidar ainda mais o significado de planejamento, vamos fazer uma leitura. Leia as páginas 10 e 11 do texto “Planejamento: Conceito e Evolução – da dissertação de Mestrado de Ana Cláudia Fernandes Terence, que está disponível no link https://bit.ly/36i2r8W. Sua leitura deve ser focada apenas no conceito de planejamento. Agora que você vá leu a definição de planejamento e os benefícios que ele traz para as organizações, você já começa a entender o quão importante é planejar. No nosso dia-a-dia efetuamos planejamento e muitas vezes nem nos damos conta disso. A grande questão é: por que nós e as organizações planejam? E a resposta é relativamente óbvia: para que tudo dê certo! O planejamento é fundamental para que produto ou serviço tenha qualidade, os objetivos da empresa sejam atendidos, os lucros aumentem, os funcionários estejam satisfeitos, etc. Para que a organização amplie a possibilidade de tudo isso dá certo, com certeza ela deve realizar um bom planejamento. Isto se aplica a empresa e a você. Na empresa, o planejamento deve envolver os https://bit.ly/36i2r8W Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 13 diretores, gestores e chefe de setor. Para cada um desses grupos há um tipo de planejamento específico. É o que iremos estudar agora. Figura 1: O planejamento deve envolver os gestores em busca dos objetivos da organização Fonte: Freepik Tipos de planejamento Nas organizações encontramos pelo menos três tipos de planejamento: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional. Todos estes planejamentos são importantes para uma organização, porém o planejamento estratégico é fundamental. Ele é voltado para o objetivo da empresa no longo prazo e o que precisa ser feito para atingir tal objetivo. Iremos a partir de agora entender os três tipos de planejamento. O objetivo é fixar este conhecimento. Vamos entender o planejamento estratégico, tático e operacional. Vamos em frente! • Planejamento Estratégico: O planejamento estratégico em uma organização normalmente é idealizado pelos mais altos cargos hierárquicos de uma organização, como por exemplo, os presidentes. É comum confundir planejamento estratégico (de longo prazo) com a visão de uma empresa (onde queremos chegar). Embora haja uma relação intensa, o planejamento estratégico trata de objetivos, embora de longo prazo, mais concretos. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP14 EXEMPLO: Imagine que você fosse o presidente de uma empresa de vestuário. Qual seria seu planejamento estratégico? Pense em alguns objetivos que você desejaria atingir em cinco anos. Um deles poderia ser “se tornar a melhor empresa de vestuário do Norte/Nordeste”. Observe que este objetivo não será alcançado em um ano. É preciso que haja um planejamento para os próximos cinco anos para que este objetivo seja atingido. Este é um exemplo de planejamento estratégico. • Planejamento Tático: É um planejamento intermediário, normalmente idealizado pelos diretores de uma organização. Neste nível são feitos, por exemplo, planos de venda, de marketing, etc. EXEMPLO: Aproveitando ainda o exemplo anterior, imagine agora que você é diretor de vendas de uma rede de vestuário. O que você pensaria para um planejamento tático? Pense em algumas alternativas. Uma delas poderia ser “capacitar a equipe de vendas para se especializar no atendimento aos consumidores tendo como foco roupas oferecidas pela empresa e o mercado em geral”. Figura 2: O planejamento deve envolver os gestores em busca dos objetivos da organização Fonte: Freepik Estas ações são feitas periodicamente e são normalmente para atender objetivos de médio prazo. • Planejamento Operacional: Como próprio nome já diz, o nível deste planejamento é operacional. O enfoque é no curto prazo. São Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 15 planos de ação que normalmente são realizadas imediatamente. Este planejamento é realizado pelos gerentes e supervisores e normalmente define as ações de setores e funcionário. Utilizando o exemplo da rede de vestuário, o planejamento operacional poderia ser, por exemplo, a definição de qual roupa terá as vendas priorizadas na próxima semana em determinadas regiões do país. É muito comum que os gestores acabem confundindo estes três tipos de planejamento. Por vezes, no ambiente de trabalho, escutamos um chefe de setor convocar a equipe para realizar um planejamento estratégico. Isto está errado! Como acabamos de ver, um chefe de setor não faz planejamento estratégico, ele faz planejamento operacional. O que define o tipo de planejamento é simples. Basta observar quem está realizando o planejamento e o prazo em que as ações são planejadas. Assim temos: • Planejamento estratégico: Alta administração / longo prazo. • Planejamento tático: Diretores / médio prazo. • Planejamento operacional: Gerentes e supervisores / curto prazo. Agora que já sabemos os tipos de planejamento nas organizações, vamos estudar agora sobre o gerenciamento de custos associados à TI e, mais adiante, tratar da gestão da informação e gestão da qualidade. Vamos lá! Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP16 INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você terá conhecido os custos associados à TI e como fazer o seu gerenciamento. Cada vez mais a tecnologia é requerida nas organizações e, naturalmente, obtê-las pode envolver grandes quantias. Será que vale a pena comprometer os recursos de uma empresa em tecnologia? Será que a compra de um software valerá a pena? É isso que iremos entender. Vamos abordar todas estas temáticas para que você entenda claramente o que é o gerenciamento de custos de TI, como fazer a otimização destes custos e a importância desta temática para a gestão de custos, riscos e perdas. Por fim, iremos aprender três abordagens simples que irão apoiar o gestor na otimização dos custos de TI. Estarei para compartilhar com vocês todo esse conhecimento. Vamos começar mais um capítulo? Vamos lá. Em frente! Conhecendo o gerenciamento de custos associados à Tecnologia de Informação (TI) O gerenciamento de custos de TI O gerenciamento de custos de tecnologia da informação (TI), também conhecido como contabilidade de custos de TI, é uma metodologiafinanceira abrangente para controlar os gastos relacionados a TI. Isso inclui a avaliação, estimativa e análise das despesas de TI de uma organização, que podem incluir tecnologia de computador e salários de funcionários, por exemplo. As tecnologias de informação e comunicação são componentes vitais da infraestrutura de uma organização. O gerenciamento de custos de TI é essencial, pois fornece uma visão estratégica de todos os gastos relacionados à tecnologia da informação e é necessário para a eficiência operacional e o sucesso organizacional. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 17 Para uma empresa com fins comerciais, seja uma empresa existente ou empresa iniciante, o gerenciamento de custos de TI é um componente importante de seu planejamento estratégico, que é um componente fundamental de uma empresa comercial funcional. Dentro do planejamento estratégico, a parte de gerenciamento de custos de TI incluirá o monitoramento de despesas de várias áreas relacionadas à TI, incluindo compras de tecnologia de computadores, custos de mão-de-obra de funcionários, despesas indiretas e custos indiretos de tecnologia. Figura 3: Gerir bem as informações é crucial para uma boa gestão de custos, riscos e perdas Fonte: Freepik EXEMPLO: Um excelente exemplo de sobrecarga de tecnologia é o custo contínuo de uma conexão com a Internet, cuja presença é essencial nas organizações modernas. Um exemplo de custos de mão- de-obra dos funcionários é o gasto associado à operação humana do departamento de TI, como os salários de um engenheiro de rede e um desenvolvedor de software. Se uma empresa não se envolver em nenhum nível de gerenciamento de custos de TI, isso poderá levar ao fim dos negócios. Dentro de um planejamento, estimativas futuras são incluídas em relação às despesas relacionadas à TI. Um planejamento estratégico Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP18 (que estudamos no início desta unidade), por exemplo, normalmente inclui projeções financeiras de cinco anos. Os números financeiros no componente de gerenciamento de custos de TI de um planejamento dependem do orçamento anual da empresa. Se a seção para gerenciamento de custos de TI estiver fora de sincronia com o restante do planejamento, isso poderá causar grandes problemas de fluxo de caixa para uma empresa. EXEMPLO: Um diretor de uma empresa recém-constituída pode ser o único responsável por elaborar a estratégia de gerenciamento de custos de TI. Uma empresa madura e grande, porém, pode ter um departamento contábil inteiro que se concentra exclusivamente no gerenciamento de custos de TI. As empresas que possuem a matriz em um país e filiais em outros países, que normalmente gastam grandes quantias em tecnologia a cada ano, se enquadram nessa categoria. Agora que já sabemos da importância de uma boa gestão de custos de TI, precisamos responder a outra pergunta: como podemos otimizar os custos de TI? É o que vamos estudar agora! Otimizando os custos de TI A otimização de custos de TI é um processo que avalia o valor geral das arquiteturas de TI e produtos de software para apoiar as metas e objetivos do negócio. As empresas podem realizar a otimização para fazer um uso mais eficiente da tecnologia e garantir que os recursos de TI aprimorem os processos de negócios, em vez de impedi-los. A otimização de custos de TI pode se referir a sistemas que mantêm a transparência de custos ou a recursos que protegem os negócios contra impactos adversos da tecnologia em um evento de fusão e aquisição. Resumindo, a otimização de custos de TI pode ajudar no planejamento caso uma fusão ou aquisição exija análise dos ativos de TI. Alguns profissionais de negócios podem consultar otimização de custos no contexto do retorno do investimento em tecnologia ou ao tentar descobrir questões difíceis em torno do valor pelo custo. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 19 IMPORTANTE: Entre os principais aspectos de um plano de otimização de custos de TI podemos incluir: o desenvolvimento de eficiências específicas para a tecnologia, a priorização de ferramentas de TI, o dimensionamento dos recursos de TI para uso comercial, o aumento da capacidade ou o desempenho da tecnologia e a avaliação de alternativas de crescimento sustentável. Todos eles direcionam as empresas para o uso mais preciso dos recursos e arquiteturas de TI, com olhar voltado para o futuro. Quando observamos a TI de uma organização na perspectiva financeira para reduzir custos, a empresa pode utilizar uma abordagem em quatro etapas distintas, conforme estudaremos a seguir: 1. Controle o custo total da TI na empresa: Na maioria das empresas, os custos de TI são normalmente associados a outros custos no orçamento da organização. Basta dizer que existem muitos custos de TI que geralmente são negligenciados em um esforço tradicional de "redução de custos". Considere o "efeito cascata" dos custos de TI. A implantação de um servidor e aplicativo no datacenter tem um efeito cascata em outra parte da organização (por exemplo, impressoras, dispositivos móveis, energia, uso de papel) e, muitas vezes, esse efeito cascata não é totalmente considerado e os custos associados não são identificados. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP20 Figura 4: A otimização dos custos de TI passa pela análise das pessoas que operam nesta área Fonte: Freepik Em alguns casos, o efeito cascata não é totalmente identificado e a empresa é surpreendida por alguma ação adversa que prejudica as operações gerais de negócios quando determinados serviços são eliminados. Consequentemente, custos adicionais são incorridos posteriormente para "reparar" o impacto da redução de custo inicial. Por fim, em tempos de condições econômicas muito desafiadoras, poucas empresas realmente entendem os seus custos básicos voltados especificamente para a TI. Por não entender completamente toda o papel da TI em toda a empresa. Poucas organizações se deparam com o que pode ser a estrutura de custos mais aceita, mesmo que minimamente, para manter sempre os possíveis problemas em alerta e toda sua estrutura funcionando. 2. Foco nos fatores de custo da TI: Em primeiro lugar, as empresas precisam entender o que impulsiona a demanda por serviços e recursos de TI em sua empresa. EXEMPLO: Por exemplo, uma empresa precisou comprometer R$ 300 mil a mais do que estava previsto, pois a gerência da empresa pensou que aproximadamente 25 projetos "menores" estavam consumindo tempo, esforço e custos de recursos de TI. Na realidade, havia mais de Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 21 80 projetos maiores aprovados, muitos deles em andamento, com uma necessidade imediata de serem eliminados. Trate a TI como se ela própria fosse uma empresa, com uma necessidade fundamental de equilibrar a oferta com a demanda. Como a maior parte da demanda é gerada internamente (reconhecendo as exceções) pelos recursos próprios de uma empresa, equilibrar essa oferta e demanda torna-se um esforço de avaliar o valor associado a essa demanda e entender se é realmente necessário para operação. • O ponto principal é que muitas organizações pagam por níveis de serviço ou capacidade de equipamento que não são necessários para dar suporte aos negócios. Pode-se perceber nas empresas que os custos de TI são muitas vezes, no final, impulsionados por preferências pessoais ou organizacionais que, com o tempo, se tornam algo “sagrado”, que não podem ser removidos ou alterados. Em tempos econômicos melhores, as empresas podem optar por ignorar esses custos adicionais, mas em tempos econômicos desafiadores, permitir que preferências pessoais ou organizacionais direcionem a demanda por recursos desnecessários de TI é um luxo que a maioria das empresas não deve e não pode pagar. Seja incansável ao avaliar o trabalho realizado e os serviços fornecidos pela TI: Sempre examinesua estrutura de custos pelos olhos de seus fornecedores e clientes, ao mesmo tempo em que equilibra essa visão com o entendimento da visão, missão e objetivos de desempenho da empresa. • Missão, visão e objetivos fazem parte do planejamento estratégico, que estudamos no início desta unidade. Essa abordagem produzirá uma perspectiva nova e diferente sobre o que pode estar certo ou errado ao considerar ajustes na estrutura de custos de TI da sua empresa. Para alcançar uma melhoria de custo sustentável e de longo prazo dentro da TI é essencial adotar essa perspectiva baseada no cliente e ser incansável em unir objetivamente funções e serviços de TI em suas categorias de valor agregado e depois direcionar os custos associados. Seja criativo ao atender à demanda ou ao fornecimento de trabalho: Durante períodos de abundância, a TI, como a maioria das Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP22 organizações, tende a avançar em direção a soluções e processos seguros ou que envolvam riscos. Um dos ditados mais antigos da comunidade de TI é "ninguém nunca foi escolhido por escolher o fornecedor líder”. O problema que ocorre ao longo do tempo é que muitas organizações acabam com ambientes de TI mais complicados e complexos (potencialmente com engenharia excessiva) do que o necessário, assumindo riscos comerciais. Durante tempos econômicos de crise, as empresas devem aproveitar a oportunidade para analisar com mais cuidado sobre a real importância dessas pessoas. Existem duas ações principais que permitem que uma empresa alcance resultados significativos a longo prazo. (1) Primeiro, adote um exame imparcial, objetivo e criterioso dos custos e demandas existentes e mantenha a mente aberta para avaliar e aplicar soluções criativas. (2) Segundo, use uma abordagem simples, porém rigorosa, conforme estudaremos a seguir: • Investigar: inclui compreender o negócio, seus parâmetros esperados de desempenho financeiro e funções operacionais, bem como um inventário de todos os ativos relacionados à TI (por exemplo, locais, equipamentos e aplicativos) associados ao suporte do negócio. • Consolidar: inclui a identificação das funções e serviços de trabalho semelhantes ou compatíveis que podem ser combinados. Durante períodos de crise econômica, a maioria das empresas não podem se dar ao luxo de ter várias soluções para o mesmo problema. Assim, é preciso prioridade na identificação dessas situações e na obtenção de sinergias de custos por meio da consolidação. • Eliminar: inclui considerar a perspectiva do cliente e do mercado para concentrar a atenção da empresa em quanto pode estar se gastando para realizarem as coisas de qualquer jeito. Esse esforço requer uma avaliação rígida da razão pela qual existem várias instâncias do mesmo serviço, função ou componente. Viu como a um olhar mais atento dos custos de TI pode ser um bom caminho para o sucesso de uma organização. Agora que já é do nosso conhecimento este assunto, vamos avançar e entender o papel da gestão da informação nas organizações Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 23 Entendendo o papel da gestão da informação nas organizações INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que significa gestão da informação e gestão estratégica da informação. Além disso, você estudará sobre uma importante ferramenta de gestão da informação e sobre os sistemas de gestão da informação (SGI). Os gestores que atuam nas organizações sabem da importância de uma gestão da informação eficiente. Além de facilitar o trabalho cotidiano, as informações nos quais ele irá analisar tendem a ser muito mais confiáveis e irão apoiar para evitar altos custos, riscos e perdas. Quanto melhor for a gestão da informação, quanto mais as empresas estiverem preparadas para fazer uma boa gestão da informação, melhor se dará a gestão destes elementos. E então? Vamos desbravar este novo conhecimento? Então vamos lá. Avante! A gestão da informação nas organizações Você deve imaginar que a gestão da informação nas organizações não seja algo tão recente. Por outro lado, é impossível imaginar que este gerenciamento tenha começado há várias décadas, uma vez que era preciso algumas questões prévias para que a gestão da informação começasse a existir. O gerenciamento da informação começou a surgir na década de 1970, emergindo do gerenciamento de dados, quando a mídia virtual começou a ultrapassar a mídia física (cartões, fitas magnéticas, papel, etc.). Quando os computadores de mesa começaram a substituir os computadores de grande porte como a principal plataforma de computação nos anos 80, e quando os sistemas em rede ganharam destaque nos anos 90. Foi justamente nestas três décadas que o gerenciamento de informações ganhou força. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP24 A gestão da informação pode abranger um ciclo de atividades organizacionais: coleta de dados, análise, categorização, contextualização e arquivamento (e, em alguns casos, exclusão), para atender às necessidades de uma empresa. Figura 5: A gestão da informação é importante par entender às necessidades da empresa Fonte: Freepik A definição de gerenciamento de informações está em constante evolução à medida que as necessidades de tecnologia, ideias e negócios mudam. Isso significa que dados e informações têm um ciclo de vida, ou seja, é útil por um tempo, mas em algum momento não é mais valioso. Como qualquer outra prática comercial, a gestão da informação incorpora conceitos gerais de gerenciamento, como planejamento (temática abordada no início desta unidade), controle e execução. O gerenciamento de informações também inclui o gerenciamento de dados e suas atividades associadas. Gerenciamento de dados é o desenvolvimento e implementação de ferramentas e políticas que permitem que os dados avancem de estágio para estágio durante seu ciclo de vida. O gerenciamento de informações tem quatro componentes principais: • Pessoas: não apenas os envolvidos na gestão da informação, mas também os criadores e usuários de dados e informações. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 25 • Políticas e processos: As regras que determinam quem tem acesso a quê, as etapas para armazenar e proteger informações devem ser armazenadas e protegidas, e os prazos para arquivamento ou exclusão. • Tecnologia: os itens físicos (computadores, arquivos, etc.) que armazenam dados e informações e qualquer software usado. • Dados e informações: o que o restante dos componentes usa. A gestão da informação geralmente é confundida com gerenciamento de conteúdo ou gerenciamento de conhecimento. Embora estes três elementos estejam relacionados e haja alguma sobreposição, eles têm algumas diferenças. O gerenciamento de conteúdo lida com dados (blocos de texto, imagens, vídeos e muito mais) que um site usa e os elementos para organizar e exibir os dados (por exemplo, tags XML ou codificação HTML). A gestão do conhecimento é semelhante à biblioteconomia e lida com informações para treinamento e educação, bem como transferência de conhecimento e experiência, além de transmitir as lições aprendidas. ACESSE: Para saber melhor sobre a diferença entre a gestão da informação e gestão do conhecimento, recomendo que assistam o vídeo que está disponível neste link: https:// bit.ly/3g1QOrf. O vídeo tem a duração de 3 minutos e 46 segundos. Assistam! Observe que para um gestor, saber acerca da gestão do conhecimento é um bom diferencial. Mas diante de tantos dados e informações, de inúmeras áreas (contábil administrativa, financeira, etc.) como fazer uma melhor gestão disso tudo? É neste momento que entra a importância da gestão estratégica da informação. É o que estudaremos agora! https://bit.ly/3g1QOrf https://bit.ly/3g1QOrf Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP26 A gestão estratégica da informação Podemos dizer que a gestãoestratégica da informação é um passo adiante na gestão estratégica de uma empresa. Quando os gestores são estratégicos, analisam a realidade e as prioridades dos negócios, pode- se garantir que a empresa não fará parte de 65% das empresas que não cumprem os padrões de melhores práticas para dados. O gerenciamento estratégico da informação trata ativamente do gerenciamento da informação na organização e faz trocas apropriadas com os aspectos operacionais em caso de conflito, a fim de maximizar lucros. Ao trabalhar em uma empresa você precisa entender que o gerenciamento estratégico de informações é utilizado para apoiar as empresas e organizações a categorizar e processar as informações que eles criam e recebem, assim como podem ajudar as empresas a reconhecer oportunidades para melhorar as operações através da análise do uso de dados. O gerenciamento estratégico de informações tenta identificar e lidar com como os dados são e devem ser tratados de maneira proativa. Em suma, o gerenciamento estratégico da informação planeja como usar as informações para ter o maior impacto positivo nos lucros. Figura 6: O gerenciamento estratégico da informação trata ativamente do gerenciamento da informação na organização Fonte: Freepik Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 27 De forma geral, estas estratégias de gerenciamento de informações são planos que orientam uma empresa a manter suas práticas de gerenciamento da informação sincronizadas, melhoram seus processos e se preparam para o futuro. Os planos estratégicos de uma organização podem incluir as seguintes informações: • Status atual; • Metas para o futuro; • Etapas concretas para alcançar esses objetivos; • Planejamento para adquirir novos recursos; • Processos e políticas para interagir com os departamentos de negócios. VOCÊ SABIA? Você sabia que há diversas ferramentas que podem ser utilizadas nas organizações que ajudam a realizar o gerenciamento da informação? Agora que estudamos a gestão da informação e a gestão estratégica da informação vamos estudar uma destas ferramenta de gestão da informação. Vamos lá! Ferramenta de gerenciamento de informações (IMBOK) Da mesma forma que uma empresa produz algo como mesas e cadeiras, um departamento da empresa (como TI) pode produzir dados que outros departamentos (como finanças ou marketing) ou outra empresa tratam como um produto ou serviço. Mas de onde vêm estes dados e as informações? As palavras dados e informações são frequentemente usadas como se fossem a mesma coisa, mas não é. Há uma distinção importante, especialmente no mundo do gerenciamento de informações. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP28 Dados são fatos brutos. Informações são dados que foram processados, estruturados, interpretados e organizados, para que possam informar decisões e planos. Informação são dados dotados de relevância e propósito, dentro de um contexto útil e significativo. As empresas podem obter dados de várias fontes, incluindo as seguintes: 1. Sistemas herdados: usados para dados acumulados há muito tempo. Os sistemas herdados de uma empresa (por exemplo, gerenciamento de aprendizado, registros de funcionários, histórico financeiro) contêm dados úteis que podem ser utilizados. 2. Criação de dados: cria-se dados a partir de transações, fabricação, pagamentos, compras e análises de funcionários (para citar alguns). EXEMPLO: Para um varejista, os dados podem ser quantas mesas vendidas foram monitoradas pelo sistema de ponto de venda. Para um fabricante, pode ser o número de televisores que foram fabricados. Para uma empresa de entrega, pode ser o momento em que um pacote é entregue em um local específico. 3. Coleta de dados: dados provenientes de fontes externas, como tendências climáticas, notícias, avisos de fechamento de estradas, etc. Este tipo de dados pode ser comprado ou coletado gratuitamente. Como já vimos, os dados se tornam informações por interpretação, análise, contextualização, processamento e outras atividades da gestão da informação. EXEMPLO: O registro de um motorista de quantos litros de gasolina eles utilizam são dados. O motorista que calcula sua quilometragem torna esse dado em informação (consumo de litro por quilômetro – l/ km). Se eles registram sua quilometragem por condições climáticas ou cidade por estrada utilizada, são informações mais ricas. Olhando do ponto de vista mais comercial, o número de pares de sapatos vendidos e o preço pago por par de sapato são dados. Traçar um gráfico de vendas por loja, comparar números de vendas com o período anterior ou rastrear quantos clientes usaram um determinado cupom de desconto, são informações. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 29 Entendido estes elementos, observe que os gestores dependem de dados e informações em sua vida profissional, mas os problemas associados ao "gerenciamento de informações" (que inclui tecnologia, sistemas e muitas outras coisas) são muitos e se estendem da compreensão das tecnologias básicas que são usados, até questões de estratégia de negócios. Unir todos os pontos não é fácil. Uma estrutura que tenta encontrar as conexões entre a tecnologia, os sistemas de informação e que atendam às necessidades dos gerentes e os objetivos estratégicos dos negócios é o IMBOK. Figura 7: O IMBOK é utilizado para a gestão da informação Fonte: Freepik O IMBOK fornece uma estrutura de fácil compreensão que relaciona as oportunidades de tecnologia da informação às estratégias de negócios de maneira útil e faseada. Ele posiciona e isola os problemas e permite que as ideias passem mais facilmente da consideração de tecnologias brutas até as questões da estratégia de negócios. O gestor está ocupado com seu próprio trabalho e espera que seu departamento de TI tenha tudo sob controle. Você acha que eles fazem? É complicado, não é? Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP30 IMPORTANTE: O IMBOK revela um fato importante: não é possível ‘alinhar suas estratégias de TI e de negócios’ de maneira simples. Existem nada menos que quatro junções críticas em que as coisas podem dar terrivelmente errado e, por isso, é extremamente importante que o gestor faça sua própria gestão da informação. Agora que que estudamos sobre uma ferramenta de gestão da informação, dá para se imaginar que dificilmente isso seria possível sem um sistema mais completo de gerenciamento de informações. É o que iremos estudar a partir de agora para fechar o conteúdo da nossa unidade. O que é um sistema de gerenciamento de informações? Um sistema de gerenciamento de informações (SGI) é um conjunto de hardware e software que armazena, organiza e acessa dados armazenados em um banco de dados. Ele também fornece ferramentas que permitem a criação de relatórios padronizados. Existem vários tipos de SGI´s que podem executar funções comerciais especializadas, incluindo os seguintes exemplos: • Sistema de inteligência de negócios: As operações usam um sistema de inteligência de negócios para tomar decisões de negócios com base na coleta, integração e análise dos dados e informações coletados. • Sistema de gerenciamento de relacionamento com o cliente: armazena informações importantes sobre os clientes, incluindo vendas anteriores, informações de contato e oportunidades de vendas. As equipes de marketing, atendimento ao cliente, vendas e desenvolvimento de negócios costumam usar este sistema. • Sistema de automação da força de vendas: Um componente especializado de um sistema que automatiza muitas tarefas executadas Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 31 pelas equipes de vendas. Pode incluir gerenciamento de contatos, rastreamento e geração de leads e gerenciamento de pedidos. • Sistema de processamento de transações: um SGI que conclui uma venda e gerência detalhes relacionados. Em um nível básico, pode ser um sistema deponto de venda ou um sistema que permita que um viajante procure um hotel e inclua opções de quarto, como faixa de preço, tipo e número de camas ou uma piscina, selecione e reserve. • Sistema de gerenciamento do conhecimento: o atendimento ao cliente pode usar um sistema de gerenciamento do conhecimento para responder a perguntas e solucionar problemas. Um sistema de informação é composto de processos e ferramentas. Muitas vezes, você vê que o processo deve se adaptar às ferramentas, quando o processo deve orientar e informar a ferramenta. Idealmente, as ferramentas devem ser subservientes aos processos. VOCÊ SABIA? Você sabia que, de forma geral, não é um problema uma empresa copiar o SGI de outra empresa? Porém, é preciso estar atento, pois cada empresa tem suas particularidades que precisam ser respeitadas. Copiar um SGI na íntegra porque deu certo em uma empresa não é garantia de sucesso. Isto pode ser ter até o efeito contrário, uma empresa falir por estar utilizando um sistema que não atende suas demandas. Viu como uma boa gestão da informação é crucial para o gestor ter elementos confiáveis sobre custos, monitoramento dos riscos e controle sobre as perdas? Embora seja uma temática transversal, um gestor que possui este conhecimento tem um grande diferencial no mercado. Agora vamos para nosso último capítulo. Vamos estudar sobre a importância da qualidade no gerenciamento das atividades. Já da para se imaginar que quando não dá a devida importância à qualidade do processo, os custos e perdas são cada vez maiores. Vamos entender estes aspectos! Vamos lá! Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP32 Compreendendo a importância da qualidade no gerenciamento das atividades INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você terá aprendido sobre a qualidade no gerenciamento das atividades. Você sabia que nas organizações alguns gerentes ignoram a qualidade das atividades e isso acaba comprometendo seus custos e gerando perdas? Isto mesmo! Então, é importante entendermos sobre a qualidade na gestão das atividades. Começaremos estudando sobre a qualidade das atividades, depois avançaremos estudando sobre o planejamento da qualidade, a garantia da qualidade e finalizaremos este capítulo estudando sobre o controle da qualidade. Após aprender todos estes conceitos você irá perceber como é importante que o gestor observe a qualidade, trabalhe em cima desta qualidade e como ela é capaz de reduzir riscos e perdas. Então, vamos caminhar por este novo conhecimento. Vamos em frente! A qualidade no gerenciamento das atividades Para a maioria das pessoas, analisar números, lidar com dados e criar gráficos simplesmente não é muito divertido. Provavelmente, os dados que você deseja ou precisa são difíceis de acessar ou inexistentes. Se você realmente pode acessar os dados, obtê-los no formato necessário pode ser outro aborrecimento. Naturalmente, um gestor que trabalha com custos, riscos e perdas terá que se deparar com muitos dados no seu dia-a-dia. É a partir deles que o gestor poderá analisar a situação e tomar decisões. Para piorar a situação, a análise de dados, especialmente grandes conjuntos de dados, pode ser confusa e totalmente monótona. No entanto, poucos contestariam que ter bons dados facilita as atividades, Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 33 principalmente quando se comunica com as partes envolvidas e a alta gerência. O uso e aplicação adequados de dados e análise de dados podem ajudar praticamente qualquer atividade a ter mais sucesso. Infelizmente, muitas vezes, os gerentes lutam com o uso eficaz de dados e várias técnicas de análise para tomar decisões melhores e mais informadas. "Gerenciamento de qualidade" é um daqueles tópicos ambíguos que podem ser bastante confuso e talvez um pouco assustador. IMPORTANTE: Os gerentes que priorizam o aspecto da qualidade das atividades precisam de alguns conhecimentos diretos e práticos sobre como aplicar as ferramentas e técnicas de qualidade. Figura 8: A qualidade de uma atividade pode estar nos detalhes Fonte: Freepik O que trataremos a seguir tenta oferecer a você várias sugestões e diretrizes sobre a incorporação de conceitos, ferramentas e técnicas de qualidade no gerenciamento bem-sucedido de qualquer atividade. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP34 O gerenciamento da qualidade é dividido em três processos principais: (1) planejamento da qualidade, (2) garantia da qualidade e (3) controle da qualidade. À primeira vista, cada grupo de processos possui uma lista imponente de entradas, ferramentas e técnicas e saídas. NOTA: Lembre-se de que essas ferramentas não são novas. Eles têm sido usados em ambientes de negócios há décadas. A maioria das técnicas de análise e gráficos pode ser feita em uma planilha básica. A chave para os gerentes é simplesmente incorporar as ferramentas certas de cada processo durante o curso de uma atividade. Vamos a partir de agora estudar os três processos principais do gerenciamento da qualidade das atividades: Planejamento da qualidade Um dos aspectos mais importantes do planejamento da qualidade é o estabelecimento de métricas de qualidade. Os gerentes devem ir além das métricas tradicionais de escopo, tempo e custo. É relevante vincular uma atividade aos objetivos estratégicos da empresa, organização ou unidade de negócios. IMPORTANTE: Para obter melhores resultados os esforços do gerente em qualquer atividade que ele esteja gerenciando devem resultar em algum tipo de melhoria para os negócios. Por fim, é por isso que existe determinadas atividades - para melhorar uma parte dos negócios. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 35 Se um gerente deseja interesse, participação e apoio ativo dos principais colaboradores, é essencial vincular a atividade a alguma métrica importante para a empresa. Um aspecto fundamental do planejamento da qualidade é o gerente entender os processos que suas ações estão impactando. O gerente deve então desenvolver medidas de processo para as ações, a fim de medir o impacto das alterações recomendadas para os processos impactados. É bastante comum que as pessoas lutem com métricas. Elas são um desafio, sem dúvida. Uma ótima maneira de pensar em métricas é categorizá-las em três grupos: medidas de negócios, medidas de clientes e medidas de processo. Vamos ver um exercício prático através de um passo-a-passo de como podemos fazer um planejamento da qualidade: • Passo 1: Como um grupo, a equipe deve apresentar um fluxograma do processo da forma que a atividade funciona hoje. Durante este exercício, identifique quais etapas são os gargalos, restrições, soluções alternativas ou áreas problemáticas. Todo o exercício de fluxograma não deve demorar mais do que 3 horas. • Passo 2: Em seguida, determine onde os intervalos lógicos ou transferências estão dentro do processo. Pode ser transferências entre departamentos, registros de data e hora, marcos ou qualquer outra quebra lógica do processo. Reúna dados sobre essas medidas de intervalo ou processo e faça um gráfico delas. • Passo 3: Por fim, vincule cada medida do processo à medida final do cliente ou da empresa que a atividade deve melhorar. Essas medidas de processo com a melhor ligação ou correlação são onde a equipe deve se concentrar para melhorar os resultados. Outras sugestões para os gerentes a considerar em relação à vinculação de suas métricas ao que é importante para a organização têm a ver com as métricas de custo da qualidade. Se o objetivo de um gestor é diminuir os riscos, evitar as perdas, reduzir os custos de falhas, como retrabalho, (re)inspeção, sucata, devoluções, reclamações de garantia ou reembolsos, essas métricas Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP36 devem ser rastreadas e vinculadas às recomendações e alterações de processo. Existem muitas ferramentas associadas ao planejamento da qualidade.É necessário tomar decisões sobre quais ferramentas e técnicas são necessárias para avançar nas atividades. Todas as atividades, no entanto, devem estar em melhores situações se o gerente dedicar algum tempo para vincular as atividades ao que é importante para a organização, fazer um fluxograma dos processos afetados, estabelecer métricas apropriadas e utilizar ferramentas poderosas de verificação, como o design de experimentos. Agora que já entendemos como fazer o planejamento da qualidade, vamos estudar sobre a garantia da qualidade. Garantia da qualidade O processo de garantia de qualidade está associado à melhoria contínua e à análise de processos. Antes que os níveis de qualidade possam ser verificados, é importante ter dados precisos. Como diz o velho ditado americano: “lixo dentro, lixo fora”, ou seja, dados de entrada defeituosos geram resultados sem sentido. Portanto, toda equipe deve realizar uma análise completa do sistema de medição para verificar a precisão e a integridade do sistema de medição e dos dados. Existem vários componentes para um bom sistema de medição: • Fidelidade: Os dados refletem o valor real da propriedade ou o que está sendo medido. • Precisão: Os dados estão medindo com precisão o que é medido. • Repetibilidade: Medições sucessivas pelo mesmo avaliador devem ser sempre iguais. • Reprodutibilidade: Diferentes avaliadores que medem o mesmo item obtêm o mesmo resultado. O gerente e a equipe devem dedicar tempo e esforço para garantir a precisão e credibilidade do sistema de medição. A credibilidade das decisões futuras é baseada nesta etapa vital da garantia da qualidade. A análise de processos é outro aspecto essencial da garantia da qualidade. A análise de processo inclui os tópicos de análise de causa Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 37 raiz e análise de valor agregado. A maioria dos gerentes está familiarizada com a análise de causa raiz, em particular o uso de uma causa e efeito ou diagrama de espinha de peixe. O que é importante lembrar sobre a análise de causa raiz é incluir as cinco principais categorias: pessoas, métodos, máquinas, materiais, sistema de medição e ambiente ao investigar as fontes de problemas. É fácil concentrar a maioria dos esforços de melhoria e ações corretivas nas pessoas. VOCÊ SABIA? Você sabia que 85% dos problemas nos negócios podem estar associados ao gerenciamento? Isso é uma realidade das organizações, como sugeriu o guru da qualidade Edwards Deming, pois a gerência é quem decide sobre os métodos, procedimentos, materiais, etc. A análise de valor agregado é outra abordagem facilmente aplicada, porém eficaz, para a melhoria contínua. A regra geral para determinar se uma etapa agrega valor é se um cliente estaria disposto a pagar por essa etapa específica. O tempo real de processamento pode ser adicionado a cada etapa do processo e, a partir daí, podem ser feitos cálculos básicos de eficiência do processo. Geralmente, a área de oportunidade para melhoria é o tempo de espera ou espera entre cada etapa. Garantia de qualidade tem tudo a ver com melhoria contínua de processos. Isso inclui a investigação ou a análise da causa raiz dos problemas nos processos, bem como a avaliação contínua de quais etapas do processo estão agregando valor. Agora que estudamos a garantia da qualidade, vamos para o nosso último processo do gerenciamento da qualidade: o controle de qualidade. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP38 Controle de qualidade O último processo sob gerenciamento de qualidade é o controle de qualidade. O controle de qualidade tem a ver com o monitoramento das métricas, identificadas na fase de planejamento da qualidade, para garantir que essas métricas tenham desempenho satisfatório. O controle de qualidade também inclui a compreensão do conceito de variação, bem como a comunicação eficaz com os dados. As métricas foram identificadas no estágio de planejamento da qualidade, enquanto a coleta de dados precisos para essas métricas fazia parte da garantia da qualidade. No processo de controle de qualidade, são utilizadas ferramentas de análise gráfica para exibir os dados, para que as decisões possam ser tomadas com facilidade e rapidez em relação à qualidade da saída do processo. É fácil entrar no modo "paralisia da análise" com esta etapa, portanto a chave é manter o rastreamento o mais simples possível. Na maioria das vezes, deve-se usar ferramentas simples, como gráficos de execução. Os gráficos de execução, geralmente chamados de gráficos de linhas, respondem à pergunta: "Como estamos indo ao longo do tempo?" Ao analisar os dados ao longo do tempo, a ferramenta apropriada é um gráfico de execução ou gráfico de controle, não um gráfico de barras. Os gráficos de execução são predecessores naturais para controlar gráficos; eles simplesmente não têm limites de controle. Os gráficos de Pareto são a ferramenta simples e apropriada para categorias de informações como: razões para erros de pedidos de serviço, resultados por região ou tipos de reclamações de clientes. Os gráficos de Pareto respondem à pergunta: “Quais coisas estão afetando a métrica principal?” Todo gráfico de execução deve ter um conjunto associado de gráficos de Pareto para ajudar a explicar o que está afetando a métrica principal de interesse. O gráfico de execução e o gráfico de Pareto são uma ótima combinação e percorrem um longo caminho em direção Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 39 a uma comunicação simples, porém eficaz, com grupos de partes interessadas. Já os gráficos de dispersão são a ferramenta apropriada para mostrar visualmente se existe uma correlação entre duas variáveis. Lembre-se: se é possível colocar duas medidas em um gráfico, implica dizer que há uma relação entre essas medidas. Outras sugestões para mapear e monitorar os resultados incluem: • Uma métrica por gráfico é uma boa regra geral. • Evite se tornar um “cartunista”. Mantenha os gráficos o mais simples possível. • Os gráficos devem falar por si. Se você precisar explicar o gráfico, ele não está cumprindo sua finalidade. • Evite adicionar linhas de "tendência" aos gráficos. É muito fácil fazer uma interpretação incorreta de uma "tendência" que, na realidade, pode até não existir. • Tente não usar apenas dados mensais nos gráficos. A plotagem de dados diários ou semanais facilita muito a identificação do que está acontecendo no processo. As mudanças de processo também são detectadas muito mais rapidamente do que com os dados mensais. • Compreender a diferença entre variação normal e pontos de dados incomuns é, talvez, a área que poderia ajudar a melhorar a tomada de decisões nos negócios e nas atividades. Compreender os diferentes tipos de variação é realmente bastante simples, mas é extremamente difícil de aplicar no cenário comercial do cotidiano. As pessoas são solucionadoras de problemas naturais. Em um ambiente de negócios, os gerentes têm essa necessidade inerente de agir, mesmo que, na realidade, não haja necessidade de agir. Os gerentes podem percorrer um longo caminho para reduzir as reações instintivas em suas atividades quando diferenciam entre variações de causas comuns e especiais. O gráfico de controle fará isso por você. O gráfico de controle é uma ferramenta extremamente poderosa que deve ser usada no processo de monitoramento para determinar se os processos estão sob controle. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP40 Quando apenas uma variação de causa comum está presente, mas os resultados não estão onde precisam estar, talvez um projeto de experimento ajude a determinar como mudar o processo na direção certa. Se uma medida do processo estiver no controle, ou seja, ela só tem variação de causa comum, mas os resultados não são bons o suficiente, isso indica que o processo deve ser alterado ou aprimorado.Pedir às pessoas para explicar as diferenças nos dados entre os limites de controle não é apenas frustrante, mas também uma perda de tempo. Uma abordagem melhor é reconhecer que o processo atual não é capaz de se concentrar em melhorar o processo. A melhor maneira de melhorar os processos é através de uma equipe de melhoria de processos. Compreender a variação facilita muito a tomada de decisões. Investigue causas especiais, reduza a variação e decida se o processo é bom. Se o processo não for bom, em vez de continuar tentando corrigir, forme uma equipe de melhoria de processo para estudar o processo e mudá-lo na direção certa. O monitoramento de processos é parte integrante do controle de qualidade. As ferramentas de qualidade usadas nesse processo podem ajudar os gerentes de várias maneiras, incluindo: diferenciação entre ruído normal no processo e algo incomum, comunicação eficaz com análises gráficas fáceis de entender e tomada de decisões melhores e menos emocionais com base em dados e fatos sólidos. Algumas atividades específicas são quase sempre empreendi- mentos emocionais para uma boa parte dos envolvidos. Para tirar essa emoção da tomada de decisão e se comunicar de maneira mais eficaz com a alta gerência, é essencial incorporar processos de qualidade em cada atividade. Para melhorar com sucesso os resultados a longo prazo, os gerentes devem desenvolver uma mentalidade de melhoria contínua. Isso pode ser feito, como vimos, familiarizando-se e utilizando as várias ferramentas e técnicas de qualidade em cada atividade. Os gerentes que tomam tempo para estabelecer boas métricas, analisar os processos afetados e entender o conceito de variação devem melhorar significativamente a eficácia do gerenciamento de suas atividades. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP 41 Talvez agora já tenha ficado mais claro a importância destes conceitos, inclusive para o gerenciamento de custos, riscos e perdas. Como vimos, a qualidade do gerenciamento é uma peça importante para a eficiência e eficácia das atividades. Quando se trabalha em busca da qualidade, há uma chance real de diminuição de custos, boa gestão de riscos e diminuição considerável das perdas. Assim, encerramos mais uma unidade. Estudamos a importância do planejamento, aprendemos sobre os custos associados à TI, a gestão da informação e a gestão da qualidade. Em organizações modernas, estes elementos são fundamentais para uma boa gestão de custos, riscos e perdas; o bom desenvolvimento do trabalho e o ganho de vantagem competitiva no mercado. Na próxima unidade nos aprofundaremos sobre outros custos associados às operações logística e a importância deles na gestão de custos, riscos e perdas. Bom estudo! Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP42 BIBLIOGRAFIA BERTÔ, Dalvio José. Gestão de custos. 2. Ed. São Paulo: Saraiva 2011. CAVALCANTI, Marly. Gestão estratégica de negócios: evolução, cenários, diagnósticos e ação. 2. Ed.São Paulo: Cengage Learning, 2011. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Qualidade total em serviços. São Paulo: Atlas, 2005. OLIVEIRA, Djalma P. R. Introdução à administração: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2009. PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualidade: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2004. ROSINI, Alessandro Marco. Administração de sistema de informação e a gestão do conhecimento. 2. ed São Paulo Cengage, 2012 VELOSO, Renato. Tecnologias da informação e da comunicação: desafios e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2011. Gestão de Custos, Riscos e Perdas - GCRP Daniel Campelo Compreendendo a importância do planejamento para a gestão de custos, riscos e perdas O planejamento nas organizações Tipos de planejamento Conhecendo o gerenciamento de custos associados à Tecnologia de Informação (TI) O gerenciamento de custos de TI Otimizando os custos de TI Entendendo o papel da gestão da informação nas organizações A gestão da informação nas organizações A gestão estratégica da informação Ferramenta de gerenciamento de informações (IMBOK) O que é um sistema de gerenciamento de informações? Compreendendo a importância da qualidade no gerenciamento das atividades Planejamento da qualidade Garantia da qualidade Controle de qualidade
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