Buscar

Apostila_de_Concreto_2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 CONCRETO 
 
 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
Concreto e um material de construção resultante da mistura de um aglomerante (cimento), 
com agregado miúdo (areia), agregado graúdo (brita) e água em proporções exatas e bem 
definidas. 
 
 
1. 2 CONCRETO SIMPLES 
Define-se concreto como sendo um compósito originado da mistura de pelo menos um 
aglomerante (cimento), agregados (areias e britas) e água, que tem por finalidade adquirir a 
forma desejada pelo idealizador do projeto quando no estado fresco e oferecer resistência e 
durabilidade quando no estado endurecido. Todavia, em situações especiais existe a 
necessidade de se elaborar novas formulações para este compósito secular, sendo assim, 
outros agregados, aglomerantes, aditivos e adições poderão ser utilizados, conforme a 
necessidade de cada obra. 
Como fora mencionado, a princípio o concreto no seu estado fresco permite ser moldado 
nas mais diversas formas, texturas e finalidades. Contudo, um concreto com qualidade 
necessita de diversos cuidados, que vão desde a escolha de seus materiais, a elaboração 
do projeto de dosagem (traço) que garanta as propriedades informadas ao cliente, a 
homogeneização da mistura através dos caminhões betoneiras, a sua correta aplicação, o 
adensamento realizado de forma adequada e a cura correta da estrutura, garantirão uma 
perfeita hidratação do cimento Portland, resultando em um produto de elevada qualidade 
final. 
Os materiais componentes devem ser de boa qualidade. Além da escolha, cuidados 
especiais devem ser lembrados na mistura e no lançamento do concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
2 
 
1.3 MATERIAIS QUE COMPÕES O CONCRETO 
 
O concreto é um material de construção resultante da mistura, em quantidades racionais, de 
aglomerante (cimento), agregados (pedra e areia) e água. Logo após a mistura o concreto 
deve possuir plasticidade suficiente para as operações de manuseio, transporte e 
lançamento em formas, adquirindo coesão e resistência com o passar do tempo, devido às 
reações que se processam entre aglomerante e água. Em alguns casos são adicionados 
aditivos que modificam suas características físicas e químicas. 
Para se obter um concreto resistente, durável, econômico e de bom aspecto, deve-se 
estudar: 
• As propriedades de cada um dos materiais componentes; 
• As propriedades do concreto e os fatores que podem alterá-las; 
• O proporcionamento correto e execução cuidadosa da mistura; 
• O modo de executar o controle do concreto durante a fabricação e após o endurecimento. 
Denomina-se de pasta a mistura do cimento com é água, e de argamassa a mistura da 
pasta com agregado miúdo. Considera-se concreto a argamassa à qual foi adicionado 
agregado graúdo. 
 
1.3.1 CIMENTO 
O cimento é obtido aquecendo-se calcário e argila até a sintetização (clinquer de cimento). 
Depois se mói a mistura até obter-se um produto de textura fina. Os cimentos como 
aglomerantes hidráulicos determinam as características do concreto. 
 
1.3.2 AGREGADOS 
Como agregados podem ser utilizados materiais naturais e artificiais, que apresentem 
resistência suficiente e que não afetem o endurecimento do concreto. Os agregados devem 
por isso ser isentos de impurezas (terra, argila, humus) e de componentes prejudiciais (no 
máximo 0,02% de cloretos e 1% de sulfatos). O açúcar é especialmente perigoso, porque 
impede a pega do cimento. 
A forma dos grãos e a conformação superficial influenciam muitas a trabalhabilidade e as 
propriedades de aderência do concreto: agregados redondos e lisos facilitam a mistura e o 
adensamento do concreto; agregados com superfícies ásperas aumentam a resistência à 
tração. 
Utilizam-se predominantemente agregados naturais: areia e cascalho de rio, pedra ou 
cascalho britado e areia de britagem, obtidos de pedreiras. Estes agregados dão origem ao 
concreto normal. Como agregados artificiais citam-se a escória de alto-forno para concreto 
leve e normal; argila expandida ou sintetizada para concreto leve. 
 
1.3.3 ADITIVOS PARA CONCRETO 
Podem-se considerar como aditivos a incorporação de menos de 5% do peso de cimento, 
denominando-se adições àqueles produtos acrescentados ao concreto em quantidades 
maiores que 5%. Os principais tipos de aditivos são: plastificantes, incorporadores de ar, 
retardadores der pega, aceleradores de pega, aceleradores de endurecimento, colorantes, 
impermeabilizantes. 
 
1.3.4 ÁGUA DE AMASSAMENTO 
Quase todas as águas naturais são apropriadas para amassamento. É necessário 
precaução quanto às águas de pântano e as de rejeito industrial. A água do mar é 
inadequada para estruturas de concreto armado e protendido devido à corrosão provocada 
pelo teor de sal. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
3 
 
O teor de água do concreto fresco é dado pelo fator água-cimento, isto é, pela relação em 
peso água-cimento. Esta relação varia geralmente entre 0,3 e 0,6. Quanto menor for o teor 
de água, maior é a resistência do concreto e menor é a trabalhabilidade. 
 
1.4 FATORES QUE INFLUEM NA QUALIDADE DO CONCRETO 
Para obterem-se as características essenciais do concreto, como a facilidade de manuseio 
quando fresco, boa resistência mecânica, durabilidade e impermeabilidade quando 
endurecido, é preciso conhecer os fatores que influem na sua qualidade. 
• Qualidade dos materiais 
Materiais de boa qualidade produzem concreto de boa qualidade; 
• Proporcionamento adequado 
Deve-se considerar a relação entre as quantidades: de cimento e de agregados, de 
agregados graúdo e miúdo, água e o cimento. 
• Manipulação adequada 
Após a mistura, o concreto deve ser transportado, lançado nas formas e adensado 
corretamente. 
• Cura cuidadosa 
A hidratação do cimento continua por um tempo bastante longo e é preciso que as 
condições ambientes favoreçam as reações que se processam. Desse modo, deve-se evitar 
a evaporação prematura da agia necessária à hidratação do cimento. É o que se denomina 
cura do concreto. 
 
1.5 PROPRIEDADES 
 
1.5.1 PESO ESPECÍFICO: 
Varia com o peso específico dos componentes, com o traço e com o próprio adensamento. 
O uso do agregado como a brita basáltica fará que um concreto tenha maior peso específico 
que o similar de brita calcária, mantidas as demais condições de traço e adensamento. 
 
1.5.2 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO 
CONCRETO 
Com o aumento da temperatura ambiente o concreto se dilata, acontecendo o inverso com 
as baixas temperaturas. Por este motivo lajes expostas ao tempo sofrem violentos 
movimentos de dilatação-contração durante mudanças bruscas de temperatura, o que causa 
trincas, e consequentemente a penetração da água. 
 
Nos concretos é válida para temperatura de cura em torno de 20 oC. Temperaturas de cura 
inferiores retardam o endurecimento, enquanto que temperaturas mais elevadas aceleram o 
processo. Abaixo de -12 oC o concreto não mostra sinais de aumento da resistência com o 
tempo. Por isso, são necessárias algumas precauções ao se fazer a concretagem em dias 
muito frios. Se a temperatura ambiente for inferior a 5 oC, é recomendável suspender a 
concretagem. Caso isto não seja possível, devem ser tomadas algumas medidas para 
aumentar a temperatura de lançamento do concreto, como o aquecimento da água de 
amassamento e dos agregados. 
 
Quando se deseja acelerar o processo de endurecimento do concreto, pode-se realizar a 
denominada cura a vapor. Neste caso, após transcorridas cerca de 4 horas da concretagem, 
eleva-se gradualmente a temperatura ambiente (por meio de vapor) até uma temperatura 
limite. Essa temperatura é mantida durante um certo período, reduzindo-se em seguida até 
atingir a temperatura ambiente. Por sua natureza, a cura a vaporé adequada para peças 
pré-fabricadas. No caso de estruturas de concreto massa (as barragens são um exemplo 
típico), o problema se inverte. Nessas estruturas, não há a necessidade de uma grande 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
4 
 
resistência nos primeiros dias, já que as tensões de compressão no concreto durante a fase 
construtiva são muito pequenas. A grande preocupação consiste em reduzir o calor gerado 
na massa de concreto devido à hidratação do cimento. Em vista do grande volume de 
concreto que é lançado em cada etapa da concretagem, a temperatura do concreto poderá 
subir muito além da temperatura ambiente. Ao se resfriar para atingir o equilíbrio térmico 
com o ambiente, surgem tensões de tração que podem fissurar o concreto. Assim, nessas 
estruturas o que se faz é a pré-refrigeração do concreto (adicionando gelo à água de 
amassamento e resfriando os agregados) para que a temperatura máxima atingida não fique 
muito acima da temperatura ambiente. 
 
1.5.3 POROSIDADE E PERMEABILIDADE 
Dependem da dosagem, do adensamento, da porcentagem de água e do uso ou não de 
aditivos. Dificilmente consegue-se obter um concreto que não seja poroso. A 
impermeabilidade completa só é conseguida com aditivos ou pinturas especiais. Quanto 
maior a porosidade menor será a resistência e a durabilidade do concreto. 
O concreto contém em seus poros uma solução de elevada alcalinidade, com pH variando 
de 12 a 13, devido principalmente ao hidróxido de cálcio formado nas reações de hidratação 
dos silicatos do cimento e aos álcalis incorporados no clinquer. Em razão de sua natureza 
alcalina, esta solução proporciona um meio adequado para a formação de uma camada de 
óxidos, fina, compacta e aderente, na superfície da armadura. Enquanto a solução presente 
nos poros do concreto conservar o seu caráter básico e for isenta de agentes agressivos, 
essa camada de óxidos continua presente, protegendo a armadura contra a corrosão. 
Assim, o concreto tem que manter a estabilidade química da solução intersticial e ao mesmo 
tempo, servir de barreira física contra a penetração de agentes agressivos ao metal, como 
os íons cloreto que, quando em presença de água e oxigênio, possuem a capacidade de 
destruir localmente esta camada, iniciando o processo de corrosão da armadura. Os íons 
cloreto podem ser provenientes da água do mar em contacto com o concreto, da atmosfera 
marinha ou industrial ou mesmo da lavagem de fachadas e pisos com ácido muriático. 
O CO2 presente na atmosfera, constitui-se num outro agente agressivo pois, ao reagir 
principalmente com o hidróxido de cálcio do concreto, faz com que o pH da sua solução 
intersticial diminua, podendo levar à despassivação da armadura. Este processo de reação 
é conhecido como carbonatação. O transporte destes agentes agressivos para o interior do 
concreto se dá principalmente por mecanismos de absorção capilar, permeabilidade1 e 
difusão, podendo ainda ocorrer migração iônica no caso da penetração de cloretos. 
O desenvolvimento do espaço poroso do concreto não depende somente da sua 
composição mas, também, das condições de cura e de exposição. Nos concretos curados 
ao ar, observa-se que a porosidade varia com a distância em relação à superfície exposta, 
devido às alterações no grau de hidratação, consequentes ao gradiente de umidade, que 
existe nesta região em função do transporte de umidade que ocorre entre o material e o 
meio externo. Pode haver ainda alteração na porosidade em decorrência de reações 
químicas entre as substâncias presentes no meio ambiente e no concreto, como é o caso da 
reação de carbonatação, com diminuição da porosidade do concreto. 
 
1.5.4 DESGASTE 
Varia com a resistência, sendo menor o desgaste para uma maior resistência. A resistência 
dependerá dos fatores: adensamento, fator água-cimento, traço, componentes, cura e idade. 
 
1.5.5 TRAÇO 
É a proporção entre os componentes, normalmente expressa em volume. Quanto maior a 
proporção de cimento na mistura, maior a resistência do concreto, mantidas as demais 
condições. 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
5 
 
2 PRODUÇÃO E LAÇAMENTO 
2.1 MISTURA MANUAL 
a) Espalhe a areia formando uma camada de uns 15 cm; b) Sobre a areia, coloque o 
cimento; c) Com uma pá ou enxada mexa a areia e o cimento até formar uma mistura bem 
uniforme; d) Espalhe a mistura formando uma camada de 15cm a 20 cm; e) Coloque a 
pedra sobre essa camada, misturando tudo muito bem; f) Faça um monte com um buraco 
(coroa) no meio; g) Adicione e misture a água aos poucos, evitando que escorra. É muito 
importante que a quantidade de água da mistura esteja correta. Tanto o excesso quanto a 
falta são prejudiciais ao concreto. Se a mistura ficar com muita água, a resistência do 
concreto pode diminuir bastante, porque os componentes, em geral, se separam. Ao 
contrário, se a mistura ficar seca, ele será difícil de adensar. Além disso, a peça concretada 
ficará cheia de buracos, com a aparência ruim e com baixa resistência. Fig 01. 
 
2.2 MISTURA EM BETONEIRA 
A betoneira é uma máquina que agiliza a mistura do concreto. a) Coloque a pedra na 
betoneira; b) Adicione metade de água e misture por um minuto; c) Ponha o cimento; d) Por 
último, ponha a areia e o resto da água. A betoneira precisa estar limpa (livre de pó, água 
suja e restos da última utilização) antes de ser usada. Os materiais devem ser colocados 
com a betoneira girando e no menor espaço de tempo possível. Após a colocação de todos 
os componentes do concreto, a betoneira ainda deve girar por, no mínimo, 3 minutos. Fig 
01. 
 
 
Manual Mecânica 
Figura 01 - Mistura do concreto 
 
2.3 LANÇAMENTO 
Uma vez pronta a mistura, o concreto deve ser usado rapidamente, sob pena de endurecer 
na masseira. O transporte em pequenas obras é feito em baldes ou carrinhos de mão. 
Grandes obras podem exigir o transporte a vácuo ou esteiras. Nas fôrmas, deve-se fazer 
vibração mecânica de modo a possibilitar um bom adensamento e um concreto menos 
poroso. Em lajes, a superfície é acertada com réguas ou sarrafos, retirando-se os excessos. 
Fig 02. 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
6 
 
 
Figura 02 - Processo de lançamento do concreto 
 
2.4 CURA DO CONCRETO 
É caracterizada pelo endurecimento do concreto com o consequente aumento da sua 
resistência, o que ocorre durante longo período de tempo. Manter a umidade da peça 
concretada é importante no início do processo de endurecimento. O concreto exposto ao sol 
e ventos perde água por evaporação muito rapidamente antes que o endurecimento tenha 
ocorrido. Tornando-se neste caso menos resistente e mais permeável. 
 
3 TIPOS DE CONCRETO 
 
3.1 CONCRETO DE CASCALHO CICLÓPICO 
 
Usado no caso de lastro de piso de terreno plano, em obras de pouca importância e sujeitas 
a cargas pequenas como terreiros de café. O cascalho vem misturado à areia em 
proporções variadas e à porcentagem também variada de terra. 
 
3.2 CONCRETO CICLÓPICO 
 
É o produto proveniente do concreto simples ao qual se incorpora pedras-de-mão, dispostas 
regularmente em camadas convenientemente afastadas de modo a serem envolvidas pela 
massa. Utilizado em alicerces corridos, pequenas sapatas e muros de arrimo. Fig 03. 
 
3.3 CONCRETO ARMADO 
 
É a união do concreto simples às armaduras de aço. Sabe-se que o concreto simples resiste 
bem aos esforços de compressão e muito pouco aos demais esforços. No entanto, 
elementos estruturais como lajes, vigas, pilares, são solicitados por outros esforços – tração, 
flexão, compressão e cisalhamento, ultrapassandoas características do concreto simples. 
Por isso torna-se necessário a adição ao concreto de um material que resiste bem a estes 
esforços, o aço por exemplo. Fig 03. 
A união dos dois materiais é possível devido à características comuns, como: 
- Coeficientes de dilatação térmica praticamente iguais; 
- Boa aderência entre ambos; 
- Preservação de ferro contra ferrugem. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
7 
 
 
 
Concreto ciclópico Concreto armado 
Figura 03 - Tipos de concreto 
 
Vantagens do concreto armado: 
- Boa resistência mecânica, a vibrações e ao fogo; 
- Adaptação a qualquer fôrma, permitindo inclusive montar peças esculturais; 
- Resistência aos esforços aumenta com o tempo; 
- Material higiênico por ser monolítico. 
Desvantagens do concreto armado: 
- Impossibilidade de sofrer modificações; 
- Demolição de custo elevado e reaproveitamento difícil do material demolido; 
- Necessidade de fôrmas e ferragens, o que aumenta a necessidade de mão-de-obra; 
- Dificuldade de moldagem de peças com seções reduzidas. 
 
3.4 CONCRETOS ESPECIAIS 
 
Existe uma infinidade de concretos especiais obtidos a partir da adição de aditivos na 
mistura e/ou pela substituição dos materiais tradicionais, a fim de proporcionar a esses 
características diferenciadas. Entre eles ressaltam-se os concretos cujo peso pode ser 
reduzido de 40 a 60% do concreto simples, diminuindo-se também a resistência, obtidos a 
partir da substituição da brita por um material leve, como a argila expandida. 
 
3.4.1 CONCRETO PROTENDIDO 
 
O concreto protendido caracteriza-se por introduzir um estado prévio de tensões ao concreto 
através de uma compressão prévia da peça concretada. Esta protensão do concreto é 
obtida com a utilização de cabos de aço que são tracionados e fixados no próprio concreto. 
Este procedimento proporciona à estrutura uma maior eficiência em questões técnicas, tais 
como redução das dimensões das peças e capacidade de vencer vãos maiores devido ao 
maior desempenho mecânico do sistema após a protensão. Fig. 04. 
 
3.4.2 CONCRETO PROJETADO 
 
Concreto Projetado: o concreto projetado é assim denominado pelo fato deste ser lançado 
através de um jato, sob pressão, sobre uma superfície, proporcionando compactação e 
aderência do mesmo a esta superfície sem a necessidade de uso de formas. Esta técnica é 
amplamente utilizada no revestimento de túneis e na contenção de encostas. Fig. 04. 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
8 
 
 
 
Concreto Protendido Concreto projetado 
Figura 04 - Tipos de concreto especiais 
 
3.4.3 CONCRETO ROLADO 
 
Concreto Rolado ou concreto compactado com rolo (CCR): é um tipo de concreto 
geralmente utilizado na sub-base de pavimento ou em barragens que necessitam de 
grandes volumes de concreto como elemento de preenchimento. Constitui-se de uma 
mistura seca, apresentando baixo consumo de cimento e baixa trabalhabilidade – 
abatimento inferior a 30 mm. A baixa trabalhabilidade deste tipo de concreto permite sua 
compactação com a utilização de rolo compressor, característica que lhe confere o nome. 
Fig. 05. 
 
 
3.4.4 CONCRETO AUTO ADENSÁVEL 
 
Concreto Auto Adensável (CAA): este tipo de concreto possui a característica de fluir com 
maior facilidade nas formas e entre as armaduras, preenchendo todos os vazios sem a 
necessidade do uso de equipamento vibrador. O fato deste tipo de concreto dispensar a 
vibração torna as obras que utilizam o CAA mais produtivas. Pela sua elevada fluidez, este 
tipo de concreto é indicado a peças com alta densidade de armadura. Fig. 05. 
 
 
Concreto Rolado Concreto Auto Adensável 
Figura 05 - Tipos de concreto especiais 
3.4.5 CONCRETO POROSO 
O concreto poroso, conhecido como concreto permeável ou porous concrete (POC), é um 
tipo especial de concreto destinado, principalmente para pavimentação bastante utilizado 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
9 
 
nos Estados Unidos e Europa, é composto por cimento Portland, materiais de graduação 
aberta, agregado graúdo, pouco ou nenhum fino, aditivos e água, Fig. 06. 
O American Concrete Institute (ACI 522, 2010) define o concreto poroso como uma estrutura 
que possui vazios interconectados entre si que permitem que a água passe através da 
superfície. É considerado material de construção sustentável, uma vez que reduz o 
escoamento das águas pluviais, melhora a qualidade da água de recarga do lençol freático e 
pode reduzir o impacto da urbanização. 
 
 
Figura 06 - Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone 
 
4 ADITIVOS NO CONCRETO 
Aditivo é todo produto não indispensável à composição e finalidade do concreto, que 
colocado na betoneira imediatamente antes ou durante a mistura do concreto, em 
quantidades geralmente pequenas e bem homogeneizado, faz aparecer ou reforças certas 
características. 
 
4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ADITIVOS 
Pode ser baseada na ação ou nos efeitos. O critério baseado na ação é mais científico e 
distingue apenas ações puramente química, física ou físico-química. 
a) Aditivos destinados a melhorar a trabalhabilidade do concreto: plastificadores redutores, 
incorporadores de ar, dispersantes ou fluidificantes; 
b) Modificadores das resistências mecânicas: redutores plastificantes; 
c) Modificadores das resistências do concreto a condições especiais de exposição: 
incorporadores de ar; 
d) Modificadores de tempo de pega e endurecimento: retardadores, aceleradores; 
e) Impermeabilizantes: repelentes à absorção capilar, redutores de permeabilidade; 
f) Expansores: geradores de gás, estabilizadores de volume, geradores de espuma; 
g) Adesivos; 
h) Anticorrosivos; 
i) Corantes, fungicidas, germicidas e inseticidas. 
 
4.2 OUTRAS FINALIDADES: 
- Controle de expansão quando empregados agregados reativos; 
- Melhoria das condições de lançamento do concreto com diminuição da segregação; 
- Redução do calor da hidratação; 
- Melhoria das condições de transporte do concreto por meio de bombas. 
Antes da seleção do aditivo, devem ser observados os seguintes pontos: 
a) Comparação do custo final do concreto com as características especificadas; 
b) Conhecimento dos efeitos reais do aditivo ou da mistura de aditivos no concreto; 
c) Habilitação do pessoal que irá empregar o aditivo na obra. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
10 
 
 
5 PROPRIEDADES DO CONCRETO 
Para efeito de suas propriedades, o concreto deve então ser analisado nestas duas 
condições: fresco e endurecido. 
O concreto fresco é assim considerado até o momento em que tem início a pega do 
aglomerante. 
O concreto endurecido é o material que se obtém pela mistura dos componentes, após o fim 
da pega do aglomerante. 
 
5.1 PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO 
Para o concreto fresco, as propriedades desejáveis são as que asseguram a obtenção de 
uma mistura fácil de transportar, lançar e adensar, sem segregação. As principais 
propriedades do concreto, quando fresco, são: 
• consistência 
• plasticidade 
• poder de retenção de água 
• trabalhabilidade 
 
5.1.1. CONSISTÊNCIA 
 
Consistência é o maior ou menor grau de fluidez da mistura fresca, relacionando-se 
portanto, com a mobilidade da massa. O principal fator que influi na consistência é, sem 
dúvida, o teor água/materiais secos. 
Teor de água/materiais secos é, pois, a relação entre o peso da água e o peso dos materiais 
secos multiplicada por 100. 
Em função de sua consistência, o concretoé classificado em: 
• seco ou úmido - quando a relação água/materiais secos é baixa, entre 6 e 8%; 
• plástico - quando a relação água/materiais secos é maior que 8 e menor que 1%; 
• fluido - quando a relação água/materiais secos é alta, entre 1 e 14%. 
Um concreto de consistência plástica pode oferecer, segundo o grau de sua mobilidade, 
maior ou menor facilidade para ser moldado e deslizar entre os ferros da armadura, sem que 
ocorra separação de seus componentes. São os mais usados nas obras em geral. 
A natureza da obra, o espaçamento entre as paredes das formas e a distribuição da 
armadura no seu interior impõem que a consistência do concreto seja adequada. 
Fixada a resistência, mediante o estabelecimento de determinado valor para a relação 
água/cimento, resta assegurar à mistura uma consistência compatível com a natureza da 
obra. O processo de determinação de consistência mais utilizado no Brasil, devido à 
simplicidade e facilidade com que é executado na obra, é o ensaio de abatimento conhecido 
como Slump Test. 
Segundo a NBR 6118, a consistência do concreto deve estar de acordo com as dimensões 
da peça a ser concretada, com a distribuição da armadura no seu interior e com os 
processos de lançamento e adensamento utilizados. 
 
 
5.1.2 PLATICIDADE 
Plasticidade é a propriedade do concreto fresco identificada pela facilidade com que este é 
moldado sem se romper. Depende fundamentalmente da consistência e do grau de coesão 
entre os componentes do concreto. Quando não há coesão os elementos se separam, isto 
é, ocorre a segregação. 
Segregação é a separação dos grãos do agregado da pasta de cimento. Pode ocorrer 
durante o transporte, durante o lançamento - em conseqüência de movimentos bruscos -, 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
11 
 
durante o adensamento - por vibração excessiva -, ou pela ação da gravidade, quando os 
grãos graúdos, mais pesados do que os demais, tendem a assentar no fundo das fôrmas. 
À medida que as paredes das fôrmas vão se aproximando e a armadura se torna mais 
densa, maior deve ser o grau de plasticidade da mistura, a fim de evitar o perigo de que 
apareçam vazios na peça depois de concretada. Neste caso seria altamente desfavorável 
obter a consistência desejada aumentando-se simplesmente a quantidade de água, pois 
essa prática diminuiria significativamente a resistência do concreto, a qual para ser 
compensada exigiria o emprego de mais cimento. 
Quanto às dimensões dos agregados, observa-se que os miúdos exercem influência 
preponderante sobre a plasticidade do concreto, por possuírem elevada área específica. 
Dessa forma, qualquer alteração do seu teor na mistura provocará modificações 
significativas no consumo de água e, conseqüentemente, no de cimento. Como o cimento é 
o material de custo mais elevado na mistura, qualquer alteração no consumo de areia incide 
diretamente no custo do concreto. 
A forma e a textura superficial das partículas da areia têm grande influência na plasticidade 
do concreto. Esta será prejudicada na medida em que mais angulosas, rugosas ou 
alongadas forem as partículas de areia. 
As areias mais finas requerem mais água, por terem maiores áreas específicas. Por sua 
vez, pelo fato de serem mais finas, o teor de areia requerido pelo concreto de igual 
plasticidade será menor, compensando dessa maneira o efeito negativo da finura da areia. 
As areias muito grossas, quando utilizadas em concretos cuja dimensão máxima do 
agregado é pequena (9,5 m), resultam em misturas muito ásperas e pouco coesivas, devido 
ao fenômeno de interferência entre partículas. 
Quantidades excessivas de areia aumentam demasiadamente a coesão da mistura e 
dificultam o lançamento e adensamento do concreto nas formas, além de também 
aumentarem o consumo de cimento e, conseqüentemente, o custo final do concreto 
produzido. Quanto maior for o consumo de areia, maior será o consumo de cimento, pelo 
fato de que a pasta é o agente lubrificante entre as partículas de areia. 
Em relação ao agregado graúdo, como se observou antes, grãos arredondados e de textura 
superficial lisa, como os seixos rolados, favorecem a plasticidade do concreto, 
Misturas contendo quantidades excessivas de agregados graúdos resultam em massas de 
concreto fresco com baixa coesão e mobilidade, exigindo grande esforço no seu lançamento 
e adensamento. 
 
5.1.3. PODER DE RETNÇÃO DE ÁGUA 
O poder de retenção de água é o oposto à exsudação. Exsudação é o fenômeno que ocorre 
em certos concretos quando a água se separa da massa e sobe à superfície da peça 
concretada. Ocorre quando a parte superior do concreto se torna excessivamente úmida; 
sua conseqüência é um concreto poroso e menos resistente. 
Além disso, o concreto pode estar sujeito à desintegração em virtude da percolação da 
água. Esse fenômeno acontece quando no processo de lançamento do concreto nas fôrmas 
a parte sólida não é capaz de reter a água de amassamento. Ocorre geralmente em 
concretos com pequena porcentagem de finos, que são o material que passa pela peneira 
com abertura de malha igual a 0,15 m. 
Para diminur a exsudação é necessário alterar a dosagem do concreto, aumentando-se a 
proporção de finos e o teor de cimento. A exsudação também pode ser controlada pela 
adequada confecção de um concreto trabalhável, evitando-se o emprego de água além do 
limite necessário. 
 
5.1.4. TRABALHABILIDADE 
É a propriedade do concreto fresco identificada pela maior ou menor facilidade de seu 
emprego para atender a determinado fim. O concreto é trabalhável quando no estado fresco 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
12 
 
apresenta consistência e dimensões máximas dos agregados apropriadas ao tipo de obra a 
que se destina, no que respeita às dimensões das peças, ao afastamento e à distribuição 
das barras das armaduras, bem como aos métodos de transporte, lançamento e 
adensamento que serão adotados. 
A trabalhabilidade, portanto, além de ser uma característica inerente ao material, como a 
consistência, também envolve considerações quanto à natureza da própria obra que está 
sendo executada. É possível, pois, concluir que um concreto adequado para peças de 
grandes dimensões e pouco armadas poderá não sê-lo para peças delgadas e muito 
armadas, ou que um concreto que permite perfeito adensamento com vibração, sem 
segregação dos componentes e sem vazios, dificilmente proporcionará uma moldagem 
satisfatória com adensamento manual. 
Quando o conjunto a concretar apresenta características diferentes em termos de 
dimensões, densidade e espaçamento de armaduras, a trabalhabilidade do concreto fresco 
deverá levar em conta a situação mais desfavorável. 
O Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone mede a consistência e a fluidez do material, 
permitindo que se controle a uniformidade do concreto. A principal função deste ensaio é 
fornecer uma metodologia simples e convincente para se controlar a uniformidade da 
produção do concreto em diferentes betonadas. Desde que, na dosagem, se tenha obtido 
um concreto trabalhável, a constância do abatimento indicará a uniformidade da 
trabalhabilidade. 
No Brasil este ensaio é regulamentado pela NBRNM67 (1998) – Determinação da 
Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone. As Figuras 1, 2 e 3 mostram como é 
realizado o ensaio. Basicamente consiste no preenchimento de um tronco de cone em três 
camadas de igual altura, sendo em cada camada dados 25 golpes com uma haste padrão. 
O valor do abatimento é a medida do adensamento do concreto logo após a retirada do 
molde cônico. Fig. 07 
 
Moldagem Detalhe da medição do abatimento 
Figura 07 - Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone 
 
A tabela 01 apresenta o abatimento para o concretoem diversos usos em obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela de referência do SLUMP 
 
 
Na verdade, as propriedades de um concreto não podem ser consideradas isoladamente. A 
consistência afeta diretamente a trabalhabilidade, a qual, por sua vez, não só é afetada pela 
plasticidade como garante a constância da relação água/cimento. 
 
5.1.5 SEGREGAÇÃO E EXUDAÇÃO 
A segregação é definida como sendo a separação dos componentes do concreto fresco de 
tal forma que sua distribuição não seja mais uniforme. Existem, basicamente, duas formas 
de segregação. A primeira, típica de concretos pobres e secos, os grãos maiores do 
agregado tendem a separar-se dos demais durante as operações de lançamento com 
energia demasiada ou vibração excessiva. A segunda, comum nas misturas muito plásticas, 
manifesta-se pela nítida separação da pasta da mistura, sendo também conhecida por 
exsudação. Fig. 07. 
A exsudação é uma forma particular de segregação, em que a água da mistura tende 
elevar-se à superfície do concreto recentemente lançado. Esse fenômeno é provocado pela 
impossibilidade dos constituintes sólidos fixarem toda a água da mistura e depende, em 
grande escala, das propriedades do cimento. Fig. 08 
Como resultado da exsudação, tem-se o aparecimento de água na superfície do concreto 
após o mesmo ter sido lançado e adensado, além do surgimento e da manifestação de 
inúmeros outros problemas como o enfraquecimento da aderência pasta-agregado (zona de 
transição), aumento da permeabilidade do concreto e, se a água for impedida de evaporar, 
pela camada que lhe é superposta, poderá resultar em uma camada de concreto fraca, 
porosa e de pouca durabilidade. 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
14 
 
 
Segregação do concreto Exsudação 
Figura 08 - Aspectos dos concreto 
 
5.2. PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO 
As características que um concreto depois de endurecido deve possuir são: 
• resistência 
• durabilidade 
• impermeabilidade 
• aparência 
Todas essas características, à exceção da aparência, melhoram sensivelmente com o uso 
adequado da relação água/cimento. 
 
5.2.1. RESITÊNCIA MECÂNICA 
No que respeita à resistência mecânica do concreto endurecido, ou seja, a sua capacidade 
de resistir às diversas condições de carregamento a que possa estar sujeito quando em 
serviço, destaca-se a resistência à compressão, à tração, à flexão e ao cisalhamento. 
O processo de endurecimento dos concretos à base de cimento Portland é muito longo, 
podendo levar mais de dois anos para completar-se. Com a idade o concreto endurecido vai 
aumentando a resistência a esforços mecânicos. Aos 28 dias de idade já adquiriu cerca de 
75 a 90% de sua resistência total. É na resistência mecânica apresentada pelo concreto 
endurecido 28 dias após a sua execução que se baseia o cálculo dos elementos de 
concreto. 
Chamamos de: 
fc = a resistência à compressão do concreto 
ft = a resistência à tração simples no concreto 
ft’ = a resistência à tração na flexão do concreto 
Um fator relevante na determinação e controle da resistência à compressão do concreto é a 
existência de certa correlação entre essa resistência e a resistência à tração do concreto. A 
resistência à tração na flexão equivale, aproximadamente, à quinta parte da resistência à 
compressão do concreto; a resistência à tração simples é igual à décima parte da 
resistência à compressão do concreto. 
Chamamos de fck a resistência característica do concreto à compressão, que é a resistência 
adotada para fins de cálculo, onde se admite a probabilidade da ocorrência de apenas 5% 
de resistência à compressão menor do que ela. 
Para efeito de dosagem, a resistência adotada é chamada de fc28 (resistência de 
dosagem), que corresponde a resistência média do concreto, ou seja, aquela que ocorre 
com probabilidade de 50%, a qual é superior ao fck e assegura a resistência à compressão 
determinada no projeto, no nível de probabilidade de 5%. 
Vários são os fatores que influem na resistência mecânica do concreto, dentre os quais 
destacamos: 
• fator água/cimento 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
15 
 
• idade 
• forma e granulometria dos agregados 
• tipo de cimento 
• condições de cura 
O fator água/cimento (x) é a relação entre o peso de água (Pag) e o peso de cimento (Pc) 
empregado no traço de um cimento. 
A resistência de um concreto depende fundamentalmente do fator água/cimento, isto é, 
quanto menor for este fator, maior será a resistência do concreto. Mas, evidentemente, 
deve-se ter um mínimo de água necessária para reagir com todo o cimento e dar 
trabalhabilidade ao concreto. Conforme se observou anteriormente, pode-se pois considerar 
a resistência do concreto como sendo função principalmente da resistência da pasta de 
cimento endurecida, do agregado e da ligação pasta/agregado. 
Quando se trata de resistência à compressão, a resistência da pasta é o principal fator. 
Por outro lado, é conhecida a influência da porosidade da pasta sobre a resistência do 
concreto. Como porosidade depende do fator água/cimento, assim como do tipo de cimento, 
pode-se dizer que para um mesmo tipo de cimento a resistência da pasta depende 
unicamente do fator água/cimento, este também um dos principais fatores determinantes da 
resistência da ligação pasta/agregado. 
A influência da idade na resistência mecânica do concreto está diretamente associada à 
resistência da pasta, que por sua vez é determinada pelo tipo de cimento. 
A forma e a textura, por exemplo, podem alterar significativamente a área específica dos 
agregados, influindo diretamente na ligação pasta/agregado. Partículas que tendem à forma 
cúbica apresentam maior área específica do que as que se aproximam da forma 
arredondada. De igual modo, quando a textura superficial é rugosa, a resistência mecânica 
do concreto aumenta consideravelmente, sobretudo nos esforços de tração na flexão. O 
mesmo efeito é obtido quando se reduz a dimensão máxima característica do agregado 
graúdo. 
Finalmente, outro fator da maior relevância na resistência final do concreto a esforços 
mecânicos é a cura - procedimento utilizado para favorecer a hidratação do cimento que 
consiste no controle da temperatura e no movimento da água de dentro para fora e de fora 
para dentro do concreto, visto que as condições de umidade e temperatura, principalmente 
nas primeiras idades, têm importância muito grande para as propriedades do concreto 
endurecido. 
 
5.2.2. DURABILIDADE E IMPERMEABILIDADE 
 
A durabilidade pode ser definida como sendo a capacidade que o concreto possui de resistir 
à ação do tempo, aos ataques químicos, à abrasão ou a qualquer outra ação de 
deterioração. A durabilidade depende, entretanto, do tipo de ataque, físico ou químico, que o 
concreto, depois de endurecido, será submetido, devendo ser analisado criteriosamente 
antes da escolha dos materiais e da dosagem. 
No que diz respeito a abrasão ou a erosão, a durabilidade está diretamente ligada a 
resistência do concreto. 
A impermeabilidade do concreto está relacionada com a durabilidade. Um concreto 
impermeável impede o acesso de agentes agressivos. 
Vários são os fatores que podem influir na durabilidade e na impermeabilidade dos 
concretos, entre eles: 
• porosidade da pasta - a impermeabilidade está diretamente relacionada com a porosidade 
da pasta. Quanto menos porosa, mais impermeável será a pasta e, conseqüentemente, o 
concreto.A porosidade depende de dois fatores principais: da relação água/cimentoe do 
grau de hidratação da pasta. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
16 
 
A relação água/cimento, neste caso, define a estrutura da pasta. Quanto menor essa 
relação, mais próximos uns dos outros estarão os grãos de cimento e menor, portanto, será 
a porosidade da pasta. 
Como os produtos da hidratação ocupam um volume maior do que o cimento na pasta, a 
porosidade diminui à medida que a hidratação evolui. 
Pode-se concluir, dessa forma, que a impermeabilidade do concreto aumenta, também, com 
a redução da relação água/cimento e com a evolução da hidratação, ou seja, com a idade 
do concreto. 
• agressão química - principalmente de sulfatos, que reagindo com o hidróxido de cálcio 
livre e o aluminato de cálcio hidratado presentes no cimento, aumentam o volume dos 
sólidos causando expansão que, por sua vez, provocam fissuração, que poderão resultar na 
total deterioração da peça endurecida. Esses efeitos podem ser atenuados se a relação 
água/cimento não ultrapassar 0,40 para peças delgadas, com menos de 2,5 cm de 
recobrimento de armadura, e 0,45 para outras estruturas. No caso de se utilizar cimentos 
resistentes a sulfatos, o fator água/cimento deverá ser de 0,45 e 0,50, respectivamente, 
conforme recomenda o ACI - American Concrete Institute. 
• retração hidráulica - é resultante da retração da pasta de cimento, que ao sofrer 
modificações de volume devidas à movimentação da água, exerce tensões sobre o 
agregado, provocando fissuração no concreto, abrindo dessa forma caminho a agressão de 
agentes exteriores. São vários os fatores que influenciam a retração hidráulica. Entre eles a 
concentração de agregados, o fator água/cimento, as dimensões da peça e como já vimos 
anteriormente as condições de cura. Uma vez que a retração ocorrerá somente na pasta, 
quanto menor o seu teor e consequentemente maior concentração de agregado, menor será 
a retração no concreto e, também, como a retração é oriunda da movimentação da água 
que pode sair por evaporação ou entrar por capilaridade, quanto maior for o fator 
água/cimento, maior será evidentemente a retração. 
 
6 DOSAGEM DO CONCRETO 
Dosar um concreto consiste em determinar a proporção mais adequada e econômica, com 
que cada material entra na composição da mistura, objetivando as propriedades já 
identificadas para o concreto fresco e endurecido. 
Dosar, é portanto, procurar o traço que atende as condições específicas de um projeto, 
utilizando corretamente os materiais disponíveis. 
Traço é a maneira de exprimir a proporção dos componentes de uma mistura. 
Genericamente, um traço 1:m:x significa que para uma parte de aglomerante deve-se ter m 
partes de agregados, que pode ser somente miúdo, como no caso das argamassas, ou 
miúdo e graúdo, como nos concretos e x partes de água. 
O traço pode ser medido em peso ou em volume. Geralmente quando não está expressa de 
forma clara a unidade, supõem-se que esta medida seja em peso. Se o traço for em volume 
deve ser indicado. Freqüentemente adota-se uma indicação mista: o cimento em peso e os 
agregados em volume. 
Exemplos de traços para concreto para 1 kg de cimento. 1:a:p onde: a = peso de agregado 
miúdo para 1 kg de cimento p = peso de agregado graúdo para 1 kg de cimento ou 1:a”:p” 
em volume onde: a” = volume de agregado miúdo p” = volume de agregado graúdo 
A dosagem pode ser não experimental ou experimental. 
Na dosagem não experimental o engenheiro baseia-se na sua experiência profissional ou 
em tabelas confeccionadas com base em outras obras realizadas. 
Na dosagem experimental o engenheiro baseia-se nas características dos materiais, nas 
solicitações mecânicas a que estará sujeito o concreto e nas implicações inerentes a cada 
obra. Assim sendo, é levado em conta as cargas que vão atuar na estrutura, as dimensões 
da peça, os processos construtivos bem como as condições do meio em que vai ser 
implantada a construção. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO AMAZONAS 
ENGENHARIA CIVIL – PROF. LAERTE BARROS 
 
17 
 
A NBR 6118/78, antiga NB 1, só permite a dosagem não experimental, para obras de 
pequeno vulto, às quais deverão respeitar as seguintes condições: 
• quantidade mínima de cimento por m3 de concreto de 300 kg; 
• proporção de agregado miúdo no volume total do agregado entre 30 a 50%, fixada de 
maneira a se obter um concreto de trabalhabilidade adequada ao seu emprego; e 
• quantidade de água no volume total de concreto entre 7 a 10%, mínima compatível com a 
trabalhabilidade necessária. 
Para o caso de grandes obras, a dosagem experimental é a única aceitável, isto porque, os 
materiais constituintes e o produto resultante são ensaiados em laboratórios. 
Uma dosagem experimental, de modo geral, é orientada pelo seguinte roteiro: 
• caracterização precisa dos materiais; 
• estudo das dimensões das peças a concretar; 
• cálculo da tensão de dosagem (resistência de dosagem); 
• determinação do fator água/cimento; 
• estabelecimento do traço inicial; e 
• estabelecimento do traço final. 
 
7 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO 
O serviço de controle tecnológico consiste em checar, por meio de ensaios, a qualidade do 
material que será empregado na obra, com a finalidade de verificar principalmente sua 
durabilidade e resistência. O controle tecnológico fornece subsídios para a avaliação da 
qualidade da obra e pode indicar causas de patologias que eventualmente possam ocorrer. 
Para fazer esse controle é necessário conhecer alguns fatores, como: 
a) O projeto, no que diz respeito a: 
- resistência dos esforços mecânicos especificados; 
- dimensões das peças a serem concretadas; 
- densidade da armadura; 
- características peculiares impostas pelo projeto arquitetônico. 
b) Das condições de exposição e da ação de agentes externos, como: 
- água do mar; 
- atmosfera poluída por produtos químicos; 
- presença de sulfatos, ácidos, açúcares, etc; 
- intempéries; 
- pressão hidrostática. 
c) Dos materiais disponíveis e de suas características. 
d) Dos equipamentos disponíveis e da cura a ser empregada. 
e) Da mão-de-obra disponível.

Continue navegando