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Mercado Internacional e Recursos no Agronegócio (1)

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Curso de Pós-graduação a Distância 
 
 
 
 
 
Mercado 
Internacional 
e Recursos no 
Agronegócio 
 
 
 
Autor: 
José A. Moura Aranha 
 
 
 
Universidade Católica Dom Bosco Virtual 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
SUMÁRIO 
UNIDADE 1– CONTRATOS FUTUROS E DE OPÇÕES NO AGRONEGÓCIO ...... 04 
1.1 Noções Preliminares ........................................................................................... 05 
1.2 Mercado de futuros ............................................................................................. 07 
1.3 Mercado de opções ............................................................................................ 17 
 
UNIDADE 2 – FINANCIAMENTOS E RECURSOS PARA O AGRONEGÓCIO ...... 25 
2.1 Crédito Rural ....................................................................................................... 26 
2.2 Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR ....................................................... 28 
2.3 Beneficiários do Crédito Rural (MCR 3.1) ........................................................... 28 
2.4 Crédito de Custeio (MCR 3.2) ............................................................................. 29 
2.5 Crédito de Investimento (MCR 3.3) ..................................................................... 32 
2.6 Créditos de Comercialização (MCR 3.4) ............................................................. 35 
2.7 Recursos financeiros do crédito rural .................................................................. 37 
2.8 Fundos Constitucionais de Financiamentos ....................................................... 42 
2.9 Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO ...................... 43 
2.10 Recursos do BNDES ........................................................................................ 45 
2.11 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF ...... 53 
 
UNIDADE 3 – MERCADO INTERNACIONAL ......................................................... 56 
3.1 Desafios e oportunidades ................................................................................... 56 
3.2 Mercado Internacional ........................................................................................ 62 
 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 76 
 
 
 
3 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
APRESENTAÇÃO 
Prezado(a) aluno(a) da Pós-Graduação em Gestão de Agronegócios seja 
bem-vindo(a) à disciplina Mercado Internacional, Financiamento e Recursos para o 
Agronegócio. 
Neste módulo abordaremos inicialmente os fundamentos de contratos 
futuros e de opções no agronegócio. Trata-se de mecanismos utilizados para a 
proteção de preços onde se formaliza um negócio, compra ou venda de 
mercadorias, com vencimento para uma data futura, mediante um preço e data pré-
fixadas sem receber nada no momento da venda e no vencimento, a mercadoria 
vendida ou comprada não é transferida para a outra parte. Não se preocupe, após 
concluir o conteúdo você estará entendendo perfeitamente esse tipo de operação. 
A unidade seguinte trata das fontes de financiamentos para o agronegócio, 
é uma unidade que oferece um panorama bastante extenso sobre as diversas 
linhas de financiamentos para o setor rural como custeio, investimento e 
comercialização. 
O assunto é tratado em uma perspectiva mais técnica com embasamento 
nas normativas oficiais que regulamentam o assunto, como o Manual de Crédito 
Rural – MCR editado pelo Banco Central – BACEN. 
Além do que trata o MCR, são abordadas também as linhas de 
financiamentos dos Fundos Constitucionais com ênfase no Fundo Constitucional do 
Centro Oeste – FCO, linhas de financiamentos e Programas do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, FINAME Rural. Não poderia 
também faltar o crédito para a Agricultura Familiar o PRONAF. 
Portanto, trata-se de um assunto bastante vasto e de certa forma de uma 
leitura com termos técnicos pertinentes ao assunto, o que não poderia ser diferente. 
Na última unidade é apresentado o cenário mundial em termos da demanda 
futura por alimentos, bem como os desafios em produzir alimento para 10 bilhões 
de habitantes em 2050. Aumentar a produção de alimentos em 70% nos próximos 
40 anos em um ambiente onde praticamente não existe mais disponibilidade de 
terras que possam ser incorporadas ao sistema produtivo, eminência de escassez 
de água, processo de degradação e desertificação de áreas agrícolas produtivas e 
perspectivas de mudanças climáticas é um cenário desafiador para o agronegócio. 
Por fim é feito um panorama sobre o mercado mundial do agronegócio com 
ênfase na participação do Brasil neste mercado. 
 
 
4 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
UNIDADE 1 – CONTRATOS FUTUROS E DE OPÇÕES NO 
AGRONEGÓCIO 
 
O Agronegócio engloba todas as atividades da porteira para dentro da 
propriedade até o consumidor final, envolvendo basicamente os seguintes agentes 
econômicos do complexo da agroindústria: 
 fornecedores de insumos e bens de produção (sementes, fertilizantes, 
defensivos, máquinas, tratores, implementos agrícolas, etc.); 
 produção agropecuária (produção animal, lavouras temporárias, 
lavouras permanentes, hortifrutigranjeiros, indústrias rurais, etc.); 
 processamento e transformação (alimentos, têxteis, vestuários, 
calçados, madeiras, bebidas, álcool, papel, fumo, essências, etc.); 
 distribuição e consumo (restaurantes, hotéis, bares, padarias, feiras, 
supermercados, comércio atacadista e exportação); e 
 serviços de apoio (veterinários, agrônomos, bancários, marketing, 
transporte, armazenagem, portuários, assistência técnica, 
consultorias, informação de mercado, bolsas de mercadorias, 
seguros e outros). 
Dentro dessa cadeia produtiva, a produção apresenta algumas 
características em que os produtos agropecuários são produzidos na forma bruta, e 
quando deixam a propriedade rural, precisam ser processados antes de serem 
vendidos aos consumidores finais; são perecíveis e o grau de perecibilidade varia 
entre os diferentes produtos. A sua produção depende de fatores não totalmente 
controláveis pelos produtores, tais como: chuvas, secas, geadas, pragas e doenças. 
Os produtos na sua fase primária são comercializados geralmente na forma 
não diferenciada, e, os produtores aceitam o preço de mercado porque não há 
razão para cobrarem mais se os compradores podem, genericamente, obter o 
mesmo produto de outro fornecedor. 
As evidências apontam que apesar do agronegócio ser considerado uma 
cadeia produtiva otimizada, os produtores rurais no momento da comercialização da 
produção, pelas condições de elo mais frágeis dessa cadeia, são os únicos agentes 
que assumem todos os riscos de preço de mercado. 
A forma de dotar o mercado agropecuário de mecanismos capazes de 
minimizar os riscos de preços é através dos mercados de futuros e de opções, que, 
 
 
5 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
aliás, não se trata de algo novo, pois há indícios de que esse conceito de mercado 
de futuro vigorava no ano 2.000 a. C., na região que é hoje o Estado de Barein e 
mais tarde, na Grécia e em Roma, onde os mercadores já apresentavam certo grau 
de formalização (FORBES, 1994). 
O mercado de futuro dos produtos agropecuários foi criado com o objetivo 
de cobrir os riscos de preços futuros, e não deve ser entendido como um jogo 
inventado, mas como uma necessidade dos agentes econômicos, em decorrência 
do desenvolvimento do comércio e das finanças. 
Os agentes promotores e reguladores desse mercado são respectivamente, 
as bolsas de mercadorias, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e os demais 
agentes atuantes. 
É nessa perspectiva que apresentamos os fundamentos de mercado futuro 
e de opções como parte no 
processo degestão do 
agronegócio voltado para os 
produtores agropecuários, a 
nosso ver, os maiores 
beneficiados dentro desse 
mercado. 
 
 Fonte: http://migre.me/gjEUH 
 
1.1 Noções preliminares 
A agropecuária apresenta algumas características econômicas diferentes 
comparativamente a outros setores da economia, tais como os setores comercial e 
industrial. A atividade agropecuária depende de fatores não totalmente controláveis 
pelos produtores, tais como chuvas, secas, geadas, doenças e pragas, esses são 
riscos inerentes à atividade, elevando o risco financeiro. 
Ocorre que na prática o modelo tradicional de comercialização da produção 
agropecuária, talvez não seja o mais adequado, principalmente por não 
proporcionar aos produtores, mecanismos de proteção de preços, os chamados 
hedges, ficando os mesmos sujeitos às variações imprevistas que ocorrem no 
mercado, seja por fatores internos ou externos, além dos riscos não controláveis ou 
risco sistemático. 
 
 
6 
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Entretanto, o agronegócio conta atualmente com mecanismos que podem 
minimizar os riscos do mercado, porém são infimamente utilizados, motivados 
talvez, por desconhecimento, pouca divulgação ou falta de credibilidade, dentre 
outros fatores. 
Esses mecanismos são os Contratos Futuros e de Opções, que são formas 
de propiciar proteção de preços, ou seja, hedge, conforme definição de Silva (1996, 
p. 07). 
Através do mercado de opções podemos usufruir um mecanismo 
simples, eficiente e barato de minimizar os riscos associados às 
flutuações de preços, transferindo-os dos produtores e 
consumidores, que efetivamente geram riqueza, mas para isso 
precisam de dispositivos defensivos, para indivíduos que podem e 
estão dispostos a assumirem estes riscos em troca de possibilidade 
de obterem grandes ganhos especulativos. 
 
Sobre mercado de futuros temos, em Forbes (1994, p.16), a seguinte 
definição: “O mercado de futuros existe para facilitar a transferência de risco e a 
apuração de preço [...]”. E em Batalha (1997, p.54), temos: 
 
Conciliar uma demanda relativamente estável com uma oferta 
agrícola que flutua sazonal e aleatoriamente é o principal desafio da 
comercialização de produtos agroindustriais. [...] não levando em 
consideração as particularidades desse mercado, a instabilidade da 
oferta de insumos se traduziria em instabilidade da oferta de 
produtos agroindustriais e de seus preços. Essa situação de 
incerteza seria prejudicial a toda a cadeia produtiva, de empresários 
a trabalhadores e consumidores. De um modo geral, os mecanismos 
de comercialização de produtos agroindustriais desenvolveram-se 
para dar conta desse problema característico aos mercados 
agroindustriais. Alguns, como o mercado de futuros, têm o papel de 
reduzir a incerteza com relação ao comportamento do preço de uma 
série de produtos. 
 
Os contratos de commodities sejam contratos futuros ou de opções, para 
serem negociados devem obedecer a determinados padrões estabelecidos pela 
BM&FBovespa. Os padrões se referem ao tamanho dos contratos ou quantidade 
padrão, conforme demonstrado no quadro a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
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Quadro 1 - Quantidade padrão dos contratos negociados na BM&F 
Commoditie
s 
Quantidade por contrato Cotação 
Açúcar 270 sacas de 50 kg US$/saca 
Etanol 30 m3 R$/m3 
Algodão 27.557,50 libras-peso/ 12, 5 
T 
US$/libra-peso 
Boi 330 @ / 20 bois 16,5 @ R$/arroba 
Café 100 sacas de 60 Kg US$/60kg 
Milho 450 sacas de 60 Kg R$/saca/60kg 
Soja 450 sacas de 60 Kg US$/saca/60kg 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
1.2 Mercado de Futuros 
O Mercado de Futuros e de Opções, evoluído a partir do mercado a termo, 
foi desenvolvido para minimizar os riscos causados pelas variações de preços dos 
principais produtos agropecuários, conforme afirma Schouchana (1997, p.18): “O 
mercado futuro de produtos agropecuários foi criado com o objetivo de responder a 
uma necessidade de cobertura de risco de preço”. 
No mercado de futuros de 
produtos agropecuários, também 
chamados Commodities, são negociados 
contratos. As Commodities agropecuárias 
mais comumente negociadas nas bolsas 
de futuros são boi, café, etanol, açúcar, 
soja, algodão e milho. No Brasil, esses 
negócios são realizados na 
BM&FBovespa. 
 Fonte: http://migre.me/gjFco 
Os agentes, compradores e vendedores, representados por seus 
corretores, encontram-se para negociar posições – comprar ou vender – futuras, 
gerando ou sinalizando expectativas de preço. Os preços futuros são indicativos, 
sinalizados a partir de componentes de previsões de safras, estoques, escassez e 
abundância, determinados pela ocorrência de eventos climáticos e pela lei de oferta 
e procura. 
 
 
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Nos pregões das bolsas são negociados contratos, que correspondem a 
uma determinada quantidade de mercadoria e variam conforme a commodity. Os 
contratos são geralmente cotados em dólares americanos, convertidos em reais 
pelo câmbio do dia. 
A liquidação dos contratos pode ser financeira ou por entrega física, 
entretanto, são raríssimos os casos de liquidação de contratos futuros negociados 
pelas bolsas de futuro no mundo por entrega do produto. A liquidação financeira é a 
forma mais usual, pois dispensa classificação, documentos que comprovem a 
propriedade e depósito da mercadoria em armazém credenciado pela 
BM&FBovespa. 
Dessa forma, os agentes que negociam em mercados futuros não estão 
preocupados com liquidação física dos contratos em uma data futura, estão neste 
caso preocupados em garantir um preço futuro para a sua mercadoria, em um dia 
pré-determinado. 
Nos mercados futuros de commodities agropecuários existem vários 
agentes atuantes, denominados de hedgers, que são os: compradores, vendedores, 
especuladores, corretores e os operadores. 
Os vendedores geralmente são os agentes possuidores dos produtos 
físicos, como por exemplo, os produtores rurais e suas cooperativas. Atuam neste 
caso, procurando um seguro contra eventual baixa de preços em uma data futura, 
vendendo no mercado contratos futuros referentes a uma determinada quantidade 
de produtos agropecuários, e mantêm uma posição de mercado chamada de 
posição vendida (Short). 
Os compradores que são os agentes que necessitam de um produto físico, 
como, por exemplo, agroindústrias e exportadores. Estão interessados numa 
proteção ou seguros contra uma eventual alta de preços em uma determinada data 
futura. Estes agentes entram no mercado comprando contratos futuros referentes a 
uma quantidade de produtos agropecuários, mantendo neste caso, uma posição 
chamada de comprada (Long). 
Os agentes vendedores e compradores ao assumirem suas posições 
(vendida e comprada) de segurança no mercado futuro estão neste caso fazendo 
um “seguro” contra flutuações de preços denominadas de hedging ou hedge. Para 
realização das operações, os agentes devem buscar uma corretora de 
mercadorias que seja membro da BM&FBovespa, entidade que tem por finalidade 
 
 
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fornecer o local onde são realizadas as ordens de compra e venda denominadas de 
pregão, além de operar a Câmara de Compensação ou Clearing House, exercendo 
regras rígidas de controle, transparência e ajustes financeiros. 
Os operadores são os agentes que atuam executando as ordens de 
compra e venda que vêm das corretoras por ordem dos clientes que elas 
representam. 
O especulador é considerado o agente de importância fundamental para a 
liquidez dos negócios, ele está interessado em auferir ganhos com a compra ou 
venda de contratos futuros, não se importando pela mercadoria física. A atuação 
desse agente aumenta a liquidez dos contratos porque possibilita a compra ou 
venda de um contrato fácil e rapidamente, pois, são atraídos pela oportunidade de 
realizar lucros se conseguemantecipar acertadamente a velocidade e direção das 
mudanças de preços. 
Dessa forma, o mercado de futuros com sua característica é um importante 
instrumento que vendedores e compradores têm para proteção de flutuações de 
preços, minimizando assim os riscos causados pelas suas variações ao longo do 
ano. 
Embora haja grandes flutuações de preços nos mercados agrícolas, uma 
operação de contrato futuro reduz o risco a que ficam expostos os agentes, ou seja, 
o vendedor, neste caso particular o produtor rural, e do outro lado os compradores, 
geralmente, a agroindústria ou exportador. 
Os procedimentos necessários para operar no mercado futuro são: 
a) Conhecer o mercado e acompanhar as cotações 
Mesmo que o produtor rural conheça esse mercado, ele deverá buscar uma 
corretora devidamente credenciada junto à BM & F, que são os agentes que podem 
atuar junto ao pregão da Bolsa. 
Também é importante que o produtor/vendedor acompanhe as oscilações e 
as tendências de preço do produto que pretende negociar. Para tanto, poderá se 
valer de informações disponíveis em jornais, revistas especializadas ou junto a 
empresas que disponibilizam essas informações. 
b) Estabelecer o número e valor dos contratos 
Devidamente municiado das informações, o produtor poderá estabelecer o 
número de contratos e o valor pretendido por eles. Uma vez que, conhece seu custo 
 
 
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de produção, terá então condições de estabelecer o preço justo pretendido pelo seu 
produto. 
c) Efetuar ordem de venda 
Neste momento, a Corretora, em nome do cliente, efetua uma ordem de 
venda junto ao pregão da BM&FBovespa, para que realize a operação. 
d) Acompanhar o mercado 
Esta é a etapa mais importante para o produtor, quando ele deve 
acompanhar diariamente as variações do preço do produto, para que possa decidir 
pelo melhor momento para liquidação durante a vigência do contrato, até seu 
vencimento, já que ele pode fazê-lo a qualquer momento. 
e) Fechar o contrato 
Reconhecido que o preço é favorável, o cliente emite, através da Corretora, 
uma ordem de fechamento da operação, encerrando sua posição junto à Bolsa. 
Esclarecidos os procedimentos, passemos então à simulação de uma 
operação de venda de um contrato futuro: 
Suponhamos que determinado produtor rural deseja em 19.03.XX, garantir 
o preço de US$ 206,00/tonelada de soja para 30.05.XX, valor suficiente para obter 
lucro na venda. Bastando, portanto, vender contratos futuros na BM&FBovespa 
para fixar o preço pretendido no vencimento do contrato, ou seja, 30.05.XX. 
Nesta mesma data, é dada ordem à Corretora, intermediária do produtor, 
que negociará uma posição (preço) igual ou acima do valor pretendido pelo produtor 
rural. Imaginemos então, que o produtor deseja vender 10 contratos de soja, o que 
equivale a 4.500 toneladas de soja. 
 
Quadro 2 – Simulação de uma venda de contrato futuro 
Data 
Contrat
o 
Tonelad
as 
Preço/to
n. 
Ajuste 
Diário/to
n. 
Saldo 
Ajuste/t
on 
Débito/Créd
ito 
Saldo 
da 
Operaçã
o 
19.03.
xx 
Vendeu 
10 
4.500 206,00 ..... ... ...... 0,00 
20.03.
xx 
... 4.500 203,00 + 3,00 +3,00 + 13.500 +1 3.500 
21.03.
xx 
... 4.500 204,00 - 1,00 +2,00 - 4.500 + 9.000 
[...] ... 4.500 ... ... ... ... ... 
29.05. ... 4.500 205,00 - 1,00 + 1,00 - 4.500 + 4.500 
 
 
11 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
xx 
30.05.
xx 
... 4.500 202,00 + 3,00 + 4,00 + 13.500 + 18.000 
Fonte: Elaboração própria 
 
No final do contrato, ou seja, em 30.05.XX, a cotação da tonelada de soja 
no mercado físico é de US$ 202,00, neste caso o produtor, para encerrar sua 
posição na bolsa de mercadorias, deverá comprar a mesma quantidade de 
contratos. Neste caso, teria que pagar US$ 909.000,00 (4.500t x US$ 202,00) e em 
contrapartida receber o equivalente a US$ 927.000,00 (4.500t x US$ 206,00). 
Entretanto essa situação não ocorre, neste caso receberá US$ 18.000,00 
correspondente à diferença entre esses valores. 
Por outro lado, como ficaria o fechamento dessa operação, se o preço da 
soja fosse superior ao pretendido pelo produtor em questão? 
 
Quadro 3 – Simulação de uma venda de contrato futuro 
Data Contrat
o 
Tonelad
as 
Preço/to
n. 
Ajuste 
Diário/to
n. 
Saldo 
Ajuste/t
on 
Débito/Crédit
o 
Saldo 
da 
Operaçã
o 
19.03.
xx 
Vendeu 
10 
4.500 206,00 ..... ... ...... 0,00 
20.03.
xx 
... 4.500 208,00 - 2,00 - 2,00 - 9.000 - 9.000 
21.03.
xx 
... 4.500 204,00 + 4,00 +2,00 + 18.000 + 9.000 
[...] ... 4.500 ... ... ... ... ... 
29.05.
xx 
... 4.500 205,00 - 1,00 + 1,00 - 4.500 + 4.500 
30.05.
xx 
... 4.500 210,00 - 5,00 - 4,00 - 22.500 - 18.000 
Fonte: Elaboração própria 
 
Ao contrário do que demonstramos na situação anterior, o preço da soja 
para o vencimento do contrato subiu para US$ 210,00/tonelada resultando um 
débito para o produtor rural de US$ 4,00/tonelada, totalizando US$ 18.000,00. Da 
mesma forma, o nosso produtor possuindo a soja física, vende o produto no 
mercado ao preço de US$ 210,00/tonelada em valores brutos, já que o preço futuro 
e o físico se alinham na data do vencimento, obtendo assim os mesmos 
 
 
12 
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US$ 206,00/toneladas pretendidos inicialmente. Assim, o que parece prejuízo, trata-
se na verdade do ajuste pago pela segurança na negociação, com a fixação do 
preço. 
Em ambas as situações o produtor obtém o valor pretendido inicialmente 
para o seu produto, ou seja, US$ 206,00/tonelada de soja, não importando a 
oscilação de preço verificado no mercado ao longo de tempo. Essa situação é o que 
definimos de uma operação de hedge perfeita, conforme demonstrado no Quadro a 
seguir: 
Quadro 4 - Resultado da negociação na bolsa 
Preço por tonelada no vencimento (em US$) 210 202 
Resultado por tonelada obtido na bolsa (em 
US$) 
- 4 + 4 
Preço pretendido por tonelada (em US$) 206 206 
Fonte: Elaboração própria 
Os contratos futuros apresentam a mesma mobilidade além de outro 
facilitador que é a liquidação financeira, já que as liquidações por entrega física das 
commodities é praticamente nula em relação ao volume dos contratos negociados 
na BM&FBovespa. Apresentamos a seguir as características de alguns contratos 
futuros negociados na BM&FBovespa: 
 
Quadro 5 – Contrato Soja Futuro 
 Contrato Soja Futuro 
Objeto 
Soja em grão a granel, tipo exportação, com conteúdo 
de óleo base de 18,5% e com limite de umidade de 
14,0% 
Código de Negociação SFI 
Unidade de Negociação 450 sacas de 60 Kg (= 27 toneladas métricas) 
Cotação 
Dólares dos Estados Unidos da América (US$) por saca 
de 60 kg líquidos 
Variação Mínima da 
Cotação 
US$ 0,01 por saca e 60 Kg 
Variação Máxima da 
Cotação 
5,0% sobre o preço de ajuste do dia anterior do 
vencimento negociado. 
Lote Padrão 1 contrato 
Cálculo do Volume de 
Negociação 
Cotação (US$) x 450 x número de contratos negociados 
Limite de Posição 
1.800 contratos ou 25% das posições em aberto por 
vencimento 
 
 
13 
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Horário de Negociação 
09:00 - 15:00 (Negociação Normal) 15:15 - 18:00 (After 
Market) 
Último Dia de 
Negociação 
9° dia útil anterior ao 9° dia do mês de vencimento do 
contrato 
Meses de Vencimento 
Março (H) Abril (J) Maio (K) Junho (M) Julho (N) Agosto 
(Q) Setembro (U) Novembro (X) 
 
Margem de Garantia 
4,32% do volume de negociação (valor atualizado 
diariamente pela bolsa de valores, de acordo com 
critérios de apuração de margem para contratos 
futuros) 
 
Taxa de Corretagem 
0,30% sobre o volume financeiro. Taxa de liquidação de 
US$ 0,35 por contrato liquidado. Taxa de Permanência 
de US$ 0,0028 por contrato. Taxa de emolumentos de 
registro 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
 
Quadro 6 – Contrato Boi Gordo Futuro 
 
Contrato Boi Gordo Futuro 
 
Objeto 
Bovino macho, castrado, bem acabado (carcaça 
convexa), em pasto ou confinamento, pesando entre 
450 Kg e550 Kg e com idade máxima de 42 meses. 
Código de Negociação BGI 
Unidade de Negociação 330 arrobas líquidas (1 arroba líquida = 15 kg) 
Cotação 
Reais da República Federativa do Brasil (R$) por arroba 
líquida 
Variação Mínima da 
Cotação 
R$ 0,01 por arroba líquida 
Variação Máxima da 
Cotação 
3,5% sobre o preço de ajuste do dia anterior do 
vencimento negociado 
Lote Padrão 1 contrato 
Cálculo do Volume de 
Negociação 
Cotação (R$) x 330 x número de contratos negociados 
Limite de Posição 
1.000 contratos ou 25% das posições em aberto por 
vencimento 
Horário de Negociação 
09:00 – 16:00 (Negociação Normal) / 17:00 - 18:00 
(After Market) 
Último Dia de 
Negociação 
Último dia útil do mês de vencimento do contrato 
 
 
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Meses de Vencimento 
Janeiro (F) Fevereiro (G) Março (H) Abril (J) Maio (K) 
Junho (M) Julho (N) Agosto (Q) Setembro (U) Outubro 
(V) Novembro (X) Dezembro (Z) 
 
Margem de Garantia 
3,34% do volume de negociação (valor atualizado 
diariamente pela bolsa de valores, de acordo com 
critérios de apuração de margem para contratos 
futuros) 
 
Taxa de Corretagem 
0,30% sobre o volume financeiro. Taxa de liquidação de 
R$ 2,80por contrato liquidado. Taxa de Permanência de 
R$ 0,0303000 por contrato. Taxa de emolumentos de 
registro 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
 
Quadro 7 – Contrato Etanol Futuro 
 
Contrato Etanol Futuro 
Objeto 
Etanol Hidratado Combustível segundo as 
especificações técnicas definidas pela Agência 
Nacional do Petróleo (ANP) 
Código de Negociação ETH 
Unidade de Negociação 30 metros cúbicos (= 30.000 litros) 
Cotação 
Reais da República Federativa do Brasil (R$) por metro 
cúbico 
Variação Mínima da 
Cotação 
R$ 0,50 por metro cúbico 
Variação Máxima da 
Cotação 
6,0% sobre o preço de ajuste do dia anterior do 
vencimento negociado. 
Lote Padrão 1 contrato 
Cálculo do Volume de 
Negociação 
Cotação (R$) x 30 x número de contratos negociados 
Limite de Posição 
800 contratos ou 25% das posições em aberto por 
vencimento 
Horário de Negociação 
09:00 – 15:15 (Negociação Normal) 16:05 - 18:00 (After 
Market) 
Último Dia de 
Negociação 
Último dia útil do mês de vencimento do contrato 
Meses de Vencimento 
Janeiro (F) Fevereiro (G) Março (H) Abril (J) Maio (K) 
Junho (M) Julho (N) Agosto (Q) Setembro (U) Outubro 
(V) Novembro (X) Dezembro (Z) 
 
Margem de Garantia 
0,30% do volume de negociação (valor atualizado 
diariamente pela bolsa de valores, de acordo com 
 
 
15 
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critérios de apuração de margem para contratos 
futuros) 
 
Taxa de Corretagem 
0,30% sobre o volume financeiro. Taxa de liquidação de 
R$ 3,12 por contrato liquidado. Taxa de Permanência 
de R$ 0,0277 por contrato. Taxa de emolumentos de 
registro 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
Quadro 8 – Contrato Milho Futuro 
 
Contrato Milho Futuro 
Objeto 
Milho em grão a granel, com odor e aspectos normais, 
duro ou semiduro, amarelo, da última safra e de 
produção brasileira 
Código de Negociação CCM 
Unidade de Negociação 450 sacas de 60 Kg (= 27 toneladas métricas) 
Cotação 
Reais da República Federativa do Brasil (R$) por saca 
de 60 Kg 
Variação Mínima da 
Cotação 
R$ 0,01 por saca e 60 Kg 
Variação Máxima da 
Cotação 
5,0% sobre o preço de ajuste do dia anterior do 
vencimento negociado. 
Lote Padrão 1 contrato 
Cálculo do Volume de 
Negociação 
Cotação (R$) x 450 x número de contratos negociados 
Limite de Posição 
1.400 contratos ou 25% das posições em aberto por 
vencimento 
Horário de Negociação 
09:00 – 15:30 (Negociação Normal) 16:20 - 18:00 (After 
Market) 
Último Dia de 
Negociação 
15° dia útil do mês de vencimento do contrato 
Meses de Vencimento 
Janeiro (F) Março (H) Maio (K) Julho (N) Agosto (Q) 
Setembro (U) Novembro (X) 
 
Margem de Garantia 
5,49% do volume de negociação (valor atualizado 
diariamente pela bolsa de valores, de acordo com 
critérios de apuração de margem para contratos 
futuros) 
 
Taxa de Corretagem 
0,30% sobre o volume financeiro. Taxa de liquidação de 
R$ 0,52 por contrato liquidado. Taxa de Permanência 
de 
R$ 0,0023 por contrato. Taxa de emolumentos de 
 
 
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registro 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
Quadro 9 – Contrato Café Futuro 
 
Contrato Café Futuro 
Objeto 
Café cru, em grão, de produção brasileira, coffea 
arábica, tipo 4-25 (4/5) ou melhor, bebida dura ou 
melhor 
Código de Negociação ICF 
Unidade de Negociação 100 sacas de 60 kg líquidos 
Cotação 
Dólares dos Estados Unidos da América (US$) por saca 
de 60 kg líquidos 
Variação Mínima da 
Cotação 
US$ 0,05 por saca de 60 kg líquidos 
Variação Máxima da 
Cotação 
9% sobre o preço de ajuste do dia anterior do 
vencimento negociado. 
Lote Padrão 1 contrato 
Cálculo do Volume de 
Negociação 
Cotação (US$) x 100 x número de contratos negociados 
Limite de Posição 
1.100 contratos ou 25% das posições em aberto por 
vencimento 
Horário de Negociação 
09:00 - 14:35 (Negociação Normal) 15:30 - 18:00 (After 
Market) 
Último Dia de 
Negociação 
6° dia útil anterior ao último dia do mês de vencimento 
do contrato 
Meses de Vencimento 
Março (H) Maio (K) Julho (N) Setembro (U) Dezembro 
(Z) 
 
Margem de Garantia 
4,88% do volume de negociação (valor atualizado 
diariamente pela bolsa de valores, de acordo com 
critérios de apuração de margem para contratos 
futuros) 
 
Taxa de Corretagem 
0,30% sobre o volume financeiro. Taxa de liquidação de 
0,45% por contrato liquidado. Taxa de Permanência de 
US$ 0,0055532 por contrato. Taxa de emolumentos de 
registro 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
 
 
 
 
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Exercício 1 
 
1. Quais as atividades que fazem parte da cadeia do agronegócio? 
a) Fornecedores de insumos e bens de produção (sementes, fertilizantes, 
defensivos, máquinas, tratores, implementos agrícolas, etc.) e produtos 
farmacêuticos. 
b) Indústria de autopeças, produção agropecuária (produção animal, lavouras 
temporárias, lavouras permanentes, hortifrutigranjeiros, indústrias rurais, etc.). 
c) Processamento e transformação (alimentos, têxteis, vestuários, calçados, 
madeiras, bebidas, álcool, papel, fumo, essências, etc.) e serviços educacionais. 
d) Distribuição e consumo de produtos de higiene e limpeza. 
e) Serviços de apoio (veterinários, agrônomos, bancários, marketing, transporte, 
armazenagem, portuários, assistência técnica, consultorias, seguros e outros). 
 
2. Em determinada data, um produtor rural vende no mercado futuro 05 
contratos de boi, fixando um preço de R$ 100,00 a @. No vencimento do 
contrato a @ do boi está cotada no mercado físico a R$ 98,00. Sem considerar 
os custos da bolsa, o resultado financeiro será: 
a) (-) 161.700,00 
b) (+) 161.700,00 
c) (-) 3.300,00 
d) (+) 3.300,00 
e) (+)165.000,00 
 
 
 
1.3 Mercado de Opções 
 
O mercado de opções, segundo Silva (1996, p.8), se desenvolveu a partir 
de 1973, com a criação da Chicago Board Options Exchange (CBOE), através da 
negociação de contratos de Call Options (Opções de Compra) sobre 16 ações. Em 
1975 e 1976, a American Stock Exchange, a Philadelphia Stock Exchange (PHLX) e 
Assista ao vídeo: BM&F - Hedge, contratos futuros e opções. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=ikWIKYv87E4> Acesso em: 23 ago. 
2018. 
 
 
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a Pacific Stock Exchange começam a negociar contratos de Call Options (Opções 
de Compra) sobre ações. Em 1977, é a vez da negociação dos contratos de Put 
Options (Opções de Venda), em todas estas bolsas. 
Com o desenvolvimento dessa modalidade de negociação, já nos anos 80, 
os contratos de opções se estenderam também aos instrumentos financeiros, tais 
como, opções de índices de ações, divisas, obrigações, commodities, futuros de 
moedas, etc. 
No Brasil, a principal bolsa quenegocia 
opções é a BM&FBovespa, com opções de 
commodities (soja, café, boi, milho, ouro disponível, 
dólar disponível, etc.) e com opções de ações de 
ouro, de índice DI, índice do IBOVESPA, e outros. 
 
Fonte: http://migre.me/gjGdv 
 
Uma das funções principais do mercado de opções é a formação de preços, 
cumprindo assim um papel fundamental para a economia contribuindo para que o 
processo de formação de preços seja mais equilibrado entre a oferta e a procura. 
O mercado de opções funciona como um seguro de preços para o produtor. 
Nele são vendidos contratos de opções (de compra ou de venda) para um 
determinado produtor ou agroindústria, por exemplo, que necessitam garantir no 
futuro um preço para a sua safra ou para a sua matéria-prima. 
Da mesma forma como ocorre com os contratos futuros, nos contratos de 
opções são necessários também os agentes ou hedgers (vendedores, 
compradores, corretoras, operadores, especuladores e bolsa), porém, para um 
melhor entendimento, é necessário definir os termos utilizados nesta modalidade de 
contratos: 
Vendedor: é o lançador do contrato de opção; 
Comprador: é o titular dos direitos previstos no contrato de opção; 
Preço: é o valor definido no contrato; 
Data de vencimento: é a data limite para o comprador exercer a opção; 
Prêmio: é o valor que o comprador paga ao vendedor (lançador) para 
adquirir o contrato. 
Dessa forma, a negociação de um contrato de opção se dá quando o 
lançador (aquele que vende o contrato de opção) lança no mercado contratos (para 
 
 
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compra ou para venda) cobrando um prêmio, que é o valor pago pelos 
compradores da opção (hedgers), também chamados de titulares, pelo direito que 
está sendo adquirido. 
No mercado de bolsa, as modalidades de contratos de opções são de 
opção de venda (Put ou Long) e os de opção de compra (Call ou Short). 
 
1.3.1 Contrato de Opção de Venda (PUT) 
É um contrato no qual o lançador (vendedor), mediante o recebimento de 
um prêmio, concede ao titular o direito (não a obrigação) de vender o produto a um 
preço previamente fixado, chamado preço de exercício, até a data de vencimento 
do contrato. Neste caso, estará garantindo um preço mínimo numa data futura. 
Ao adquirir um contrato de opção de venda, o produtor age como se 
estivesse fazendo um seguro para o preço do produto, sua intenção é garantir que o 
preço da produção não cairá abaixo do valor previsto naquele contrato. De posse da 
garantia dada por este contrato, o produtor ganhará fôlego para buscar, no 
mercado, um preço melhor para o seu produto. 
No mercado de opções, o comprador tem direitos e o vendedor tem 
obrigações. Se exercido o direito, o lançador (vendedor) tem a obrigação de pagar 
pelo produto no preço fixado no contrato. 
Um contrato de opção de venda (Buy a Put ou Long Puyt) apresenta o 
seguinte perfil: 
 
Figura 1 – Buy a Put 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
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1.3.2 Contrato de Opção de Compra (CALL) 
É um contrato no qual o lançador, mediante o recebimento de um prêmio, 
concede ao titular o direito (não a obrigação) de adquirir o produto a um preço 
previamente fixado, até a data de vencimento do contrato. 
O objetivo aqui é proteger-se contra eventual elevação de preço do produto. 
Por isso, seu interesse maior situa-se nas agroindústrias, que temem a elevação 
dos custos de aquisição de suas matérias-primas. 
No mercado existem as seguintes opções: 
a) Comprar uma opção de compra (Buy a Call ou Long Call), cujo perfil é: 
 
Figura 2 – Buy a Call 
Fonte: Elaboração própria 
 
b) Vender uma opção de compra (Sell a Call ou Short Call), com o 
seguinte perfil: 
 
 Figura 3 – Sell a Call 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
 
 
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c) Comprar uma opção de venda (Buy a Put ou Long Put), que tem o 
seguinte perfil: 
Figura 4 – Buy a Put 
Fonte: Elaboração própria 
 
d) Vender uma opção de venda (Sell a Put ou Short Put), com o perfil: 
 
Figura 5 – Sell a Put 
Fonte: Elaboração própria 
 
Uma vez definidos os conceitos e características de um contrato de opções, 
apresentamos um exemplo de operação com opção de venda (Buy a Put) para 
demonstrar o funcionamento do mercado, não levando em conta os custos 
operacionais na Bolsa. 
Suponhamos que o mesmo produtor rural em março pretendendo garantir 
um preço mínimo para seu produto, comprou o direito de vender 1.000 toneladas de 
soja a US$ 206,00/tonelada, com vencimento em 30.05.XX, pagando um prêmio de 
US$ 10,00/tonelada. 
Vejamos então as hipóteses de preço na época do vencimento, em maio: 
Primeira hipótese: a soja está cotada a US$ 186,00/tonelada. 
Neste caso, como o preço está abaixo do contrato, o produtor exerce sua 
opção de venda, recebendo do lançador, por meio da Bolsa, a diferença de 
US$ 20,00 a tonelada. Sua receita líquida pela venda do produto no mercado físico 
 
 
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a US$ 186,00/tonelada, mais US$ 20,00 pelo exercício da opção, menos os 
US$ 10,00 que pagou de prêmio, realizando o total líquido de US$ 196,00/tonelada 
do produto. 
Graficamente a negociação apresenta o seguinte perfil: 
 
Figura 6 – Compra de uma opção de venda (Buy a Put) 
Fonte: Elaboração própria 
 
Segunda Hipótese: a soja está cotada a US$ 236,00 a tonelada. 
Nesta hipótese, o produtor não exerce a opção, pois o preço está acima do 
preço de exercício do contrato. Sua receita líquida terá sido: US$ 236,00 pela venda 
da tonelada de soja no mercado físico, menos os US$ 10,00 que pagou de prêmio 
por tonelada, o que totaliza US$ 226,00/tonelada de soja vendida. Isso demonstra 
que o exercício da opção mostrou-se dispensável, pois o mercado físico cobriu as 
expectativas do produtor e proporcionou a possibilidade de participação na alta de 
preços junto ao mercado. 
Da mesma forma, uma agroindústria em março de 2003, verifica que no 
futuro a tonelada de soja está cotada a US$ 220,00, para entrega em maio do 
mesmo ano e que atualmente no mercado físico a soja está cotada a 
US$ 200,00/tonelada. Neste caso, a agroindústria, na expectativa do preço da soja 
em março atingir um patamar superior aos US$ 220,00, adquire um opção de 
compra, (Buy a Call) pagando um prêmio, por exemplo, de US$ 10,00 a tonelada. 
Então imaginemos a ocorrência de duas hipóteses no vencimento da opção: 
Primeira hipótese: o preço da soja atingiu US$ 250,00 a tonelada. 
A agroindústria exerce o direito de comprar a US$ 220,00 a tonelada de 
soja, recebendo a diferença de US$ 30,00 a tonelada realizando neste caso, ganho 
de US$ 20,00 por tonelada, ou seja, US$ 30,00 menos US$ 10,00 de prêmio. 
 
 
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Segunda hipótese: o preço da soja atingiu US$ 200,00 a tonelada. 
A agroindústria não exerce o direito de compra, uma vez que o preço de 
exercício da opção é superior, ou seja, US$ 220,00 a tonelada. Neste caso, perde o 
prêmio pago, incorrendo em um custo/tonelada de US$ 210,00, sendo US$ 200,00 
pelo produto mais US$ 10,00 do prêmio pago. 
O que podemos verificar neste caso é que se o produto objeto da opção 
supera o preço de contrato, a agroindústria tem mecanismo de proteção através do 
exercício da opção, protegendo-se assim da elevação de preços. 
Graficamente a negociação apresenta o seguinte perfil: 
 
Figura 7 – Compra de uma opção de compra (Buy a Call) 
Fonte: Elaboração própria 
 
Observa-se que os contratos de opções dão uma grande mobilidade 
operacional para os diversos tipos de necessidades, isto ocorre pelo fato de não 
existir a obrigatoriedade para o cumprimento dos contratos, pois alcançado o 
objetivo, pode-se encerrar a posição, efetuando uma posição contrária ou 
exercendo a opção. 
Sem a pretensão de esgotar o assunto, verificamos que o produtor rural, elo 
mais frágil na cadeia do agronegócio, pode contarcom os instrumentos de opções 
ou contrato futuro como meios de fixar preços mínimos para a sua produção, 
ficando, portanto, livre dos riscos de oscilações de preços que são comuns no 
mercado. 
Para a agroindústria demonstramos que para fazer face aos mesmos 
fatores de preços no mercado, os instrumentos de opções e de contrato futuro são 
também mecanismos de proteção, portanto, constituem-se em instrumentos 
perfeitos de seguro de preços ou de hedge. 
 
 
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Exercício 2 
 
1. A operação de vender uma opção de venda é denominada de: 
a) Sell a Call 
b) Sell a Put 
c) Buy a Call 
d) Buy a Put 
e) Long Put 
 
2. Em um contrato de opção o lançador é aquele que: 
a) É o titular dos direitos previstos no contrato. 
b) Aquele que vende o contrato de opção. 
c) É o adquirente que assume as obrigações previstas no contrato de opção. 
d) É aquele responsável pelo pagamento do prêmio. 
e) É aquele que na data limite tem o direito do exercício da opção. 
 
 
 
 
 
 
Assista ao vídeo: BM&F - Hedge, contratos futuros e opções. 
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=x9JNACebGVg> Acesso 
em: 23 ago. 2018. 
 
 
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UNIDADE 2 – FINANCIAMENTOS E RECURSOS PARA O 
AGRONEGÓCIO 
 
O agronegócio conta com fontes de financiamentos oficiais e não oficiais 
para o desenvolvimento das suas atividades. 
As fontes oficiais compreendem os financiamentos por parte de órgãos 
oficiais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, 
Banco do Brasil, Banco da Amazônia – BASA e Banco do Nordeste do Brasil- BNB, 
e de fontes não oficiais como as Cooperativas de Créditos e Bancos Privados, além 
da troca de insumos, máquinas e implementos por produtos. 
Essa é a regra geral, entretanto, tanto bancos públicos como privados 
operam com linhas de créditos oficiais e não oficiais. Como exemplo, bancos 
privados são agentes repassadores de recursos da FINAME, que são fontes oficiais 
do BNDES; e o Banco do Brasil – BB financia com recursos livres contratados a 
taxas livremente pactuadas, não amparadas por subvenção econômica da União, 
como por exemplo, os recursos não obrigatórios da poupança-ouro ou de depósitos 
livres. 
Os recursos oficiais e os obrigatórios, que iremos explicar mais adiante, são 
regulamentados por atos do Conselho Monetário Nacional – CMN, que é o Órgão 
máximo do Sistema Financeiro Nacional – SFN, pois é a entidade que disciplina 
todo o sistema, desde os bancos, caixas econômicas, cooperativas de créditos, 
sistemas de seguros, previdência privada, bolsas de valores, bolsas de 
mercadorias, sistemas de capitalização, dentre outros. 
A legislação pertinente ao agronegócio, no que diz respeito aos recursos 
para financiamentos das necessidades de custeio, investimentos e comercialização, 
é de competência do CMN e executadas pelo Banco Central da República – 
BACEN. Cabe ao BACEN a função executiva, ou seja, aplicar os normativos, 
fiscalizar e aplicar penalidades, ou se for o caso, fazer denúncia ao Ministério 
Público Federal, nos casos de crimes contra o SFN. 
Portanto, o Crédito Rural abrange recursos destinados a custeio, 
investimento ou comercialização. As suas regras, finalidades e condições estão 
estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR), elaborado pelo BACEN a partir 
dos normativos do CMN. Essas normas são seguidas por todos os agentes que 
 
 
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compõem o Sistema Nacional de Crédito Rural - SNCR, como bancos e 
cooperativas de crédito. 
 
2.1 Crédito Rural 
Para o BACEN, considera-se crédito rural o suprimento de recursos 
financeiros, por instituições do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), para 
aplicação exclusiva nas finalidades e condições estabelecidas no Manual de Crédito 
Rural – MCR (BACEN, 2013). 
De acordo com a Lei nº 8.171 e Circular BACEN nº 2.268, são objetivos do 
crédito rural: 
 estimular os investimentos rurais para produção, extrativismo não 
predatório, armazenamento, beneficiamento e industrialização dos 
produtos agropecuários, quando efetuado pelo produtor na sua 
propriedade rural, por suas cooperativas ou por pessoa física ou 
jurídica equiparada aos produtores; 
 favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a 
comercialização de produtos agropecuários; 
 fortalecer o setor rural; 
 incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, 
visando ao aumento da produtividade, à melhoria do padrão de vida 
das populações rurais e à adequada defesa do solo; 
 propiciar, através de crédito 
fundiário, a aquisição e 
regularização de terras pelos 
pequenos produtores, 
posseiros e arrendatários e 
trabalhadores rurais; 
Fonte: http://migre.me/gjGga 
 desenvolver atividades florestais e pesqueiras; 
 quando destinado a agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, 
nos termos da Lei nº 11.326, de 24/7/2006, estimular a geração de 
renda e o melhor uso da mão de obra familiar, por meio do 
financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não 
agropecuários, desde que desenvolvidos em estabelecimento rural 
 
 
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ou áreas comunitárias próximas, inclusive o turismo rural, a produção 
de artesanato e assemelhados. 
De acordo com o disposto no MCR 1.1.3, não constitui função do crédito 
rural: 
 financiar atividades deficitárias ou antieconômicas; 
 financiar o pagamento de dívidas; 
 possibilitar a recuperação de capital investido; 
 favorecer a retenção especulativa de bens; 
 antecipar a realização de lucros presumíveis; 
 amparar atividades sem caráter produtivo ou aplicações 
desnecessárias ou de mero lazer. 
 
Os financiamentos com recursos do crédito rural podem ter as seguintes 
finalidades: 
 Custeio: cujos recursos são destinados a cobrir despesas normais 
dos ciclos produtivos, como o plantio de culturas temporárias, 
manutenção de culturas permanentes e manutenção de rebanhos, ou 
seja, são recursos que se destinam a cobrir os custos habituais dos 
ciclos produtivos, como a compra de insumos (fertilizantes, defensivos 
e sementes) e serviços (aração, gradagem, aplicação de defensivos, 
colheita e secagem); 
 Investimento: destina-se a aplicações em bens e serviços cujo 
desfrute se estenda por vários períodos de produção, como por 
exemplo: construções, maquinários, implementos, formação de 
culturas permanentes, correção da fertilidade dos solos, aquisições de 
animais para reprodução ou produção de leite, lã e outros produtos; 
 Comercialização: destina-se a cobrir despesas próprias da fase 
posterior à colheita (coleta da produção) ou converter em espécies os 
títulos oriundos de sua venda ou entrega pelos produtores ou suas 
cooperativas, como por exemplo, as operações de descontos de Notas 
Promissórias Rurais – NPR, Duplicatas Rurais – DR e outros títulos de 
créditos. 
 
 
 
 
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2.2 Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR 
 
Conforme o BACEN (2013), o Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR é 
constituído de órgãos básicos, vinculados e articulados, cabendo ao SNCR conduzir 
os financiamentos, sob as diretrizes da política creditícia formulada pelo Conselho 
Monetário Nacional, em consonância com a política de desenvolvimento 
agropecuário. 
São órgãos básicos o Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil S.A., o 
Banco da Amazônia S.A. e o Banco do Nordeste do Brasil S.A (BACEN, 2013). 
Os órgãos vinculados são, conforme dispõe o MCR 1.2.4: 
 para os fins da Lei nº 4.504, de 30/11/1964 (a Lei 4.504, dispõe sobre 
o Estatuto da Terra): Banco Nacional do Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES); 
 auxiliares: agências de fomento, bancos estaduais, inclusive de 
desenvolvimento, bancos privados, Caixa Econômica Federal (CEF), 
cooperativas autorizadasa operar em crédito rural e sociedades de 
crédito, financiamento e investimento; e 
 incorporados: instituições integrantes do Sistema Brasileiro de 
Poupança e Empréstimo (SBPE). 
São articulados os órgãos oficiais de valorização regional e entidades de 
prestação de assistência técnica, cujos serviços as instituições financeiras venham 
a utilizar em conjugação com o crédito, mediante convênio. 
Por fim, compete ao BACEN o controle do SNCR, sob todas as formas. 
 
2.3 Beneficiários do Crédito Rural (MCR 3.1) 
 
Todo produtor rural (pessoa física ou jurídica) e as cooperativas de 
produtores rurais são beneficiários do crédito rural. 
De acordo com o MCR 1.4.2, pode ainda ser beneficiária do crédito rural 
pessoa física ou jurídica que, embora sem conceituar-se como produtor rural, se 
dedique às seguintes atividades vinculadas ao setor: 
 pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou 
certificadas; 
 
 
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 pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e 
embriões; 
 prestação de serviços mecanizados, de natureza agropecuária, em 
imóveis rurais, inclusive para proteção do solo; 
 prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; 
 medição de lavouras; e 
 atividades florestais. 
Ainda, podem ser beneficiários de crédito rural de comercialização, quando 
necessário ao escoamento da produção agropecuária: 
 beneficiadores e agroindústrias que beneficiem ou industrializem o 
produto, desde que comprovada a aquisição da matéria-prima 
diretamente de produtores ou de suas cooperativas, por preço não 
inferior ao mínimo fixado ou ao adotado como base de cálculo do 
financiamento, e mediante deliberação e disciplinamento do 
Conselho Monetário Nacional; e 
 cerealistas que exerçam, cumulativamente, as atividades de limpeza, 
padronização, armazenamento e comercialização de produtos 
agrícolas. 
 
2.4 Crédito de custeio (MCR 3.2) 
O crédito para o custeio rural classifica-se como: 
 custeio agrícola; 
 custeio pecuário; e 
 crédito de beneficiamento ou industrialização. 
O crédito de custeio pode se destinar ao atendimento das despesas 
normais: 
 do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras 
permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou 
cultivados, incluindo o beneficiamento primário da produção obtida e 
seu armazenamento no imóvel rural ou em cooperativa; 
 de exploração pecuária; e 
 de beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários. 
Admite-se financiar como itens de custeio: 
a) agrícola: 
 
 
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I - despesas de soca e ressoca de cana-de-açúcar, abrangendo os tratos 
culturais, a colheita e os replantios parciais; 
II - aquisição de insumos, antecipadamente em relação ao ciclo produtivo a 
que se destinam, observadas as condições estabelecidas no item 15 para as 
operações denominadas de pré-custeio; 
III - aquisição se silos (bags), limitada a 5% (cinco por cento) do valor do 
custeio. 
b) pecuário: 
I - aquisição de leitões, quando se tratar de empreendimento conduzido por 
suinocultor independente; 
II - aquisição de insumos, em qualquer época do ano. 
Para efeito de crédito de custeio, a apicultura, a avicultura, a piscicultura, a 
sericicultura, a aquicultura e a pesca artesanal são consideradas exploração 
pecuária. 
O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em 
todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$1.000.000,00 (um milhão 
de reais), devendo ser considerados, na apuração desse limite, os créditos de 
custeio tomados com recursos controlados, exceto aqueles tomados no âmbito dos 
fundos constitucionais de financiamento regional. Cabe observar que o teto 
mencionado é válido para o ano de 2013, portanto em anos futuros o valor deve ser 
consultado. 
O referido limite estabelecido pode ser elevado: 
a) em até 15% (quinze por cento) para os créditos de custeio, quando 
ocorrer uma das seguintes situações: 
I - comprovação da existência física das reservas legais e áreas de 
preservação permanente previstas na legislação ou apresentação de plano de 
recuperação com anuência da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, do Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou do 
Ministério Público Estadual; 
II - adoção do sistema de identificação de origem (rastreabilidade) de 
acordo com a Instrução Normativa nº 17, de 13/9/2006, do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (Mapa), ou a que vier sucedê-la; 
 
 
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III - conjugação do crédito com a contratação de seguro agrícola ou com 
mecanismo de proteção de preço baseado em contratos futuros, a termo, ou de 
opções agropecuários, observado o disposto no item 7; 
IV - participação no Sistema Agropecuário de Produção Integrada (Sapi) e 
certificação da sua produção concedida pelo Instituto Nacional de Metrologia, 
Qualidade e Tecnologia (Inmetro); 
V - comprovação da aquisição de sementes das categorias genética, 
básica, certificada de primeira geração, certificada de segunda geração, semente 
S1 ou semente S2, produzidas de acordo com a Lei nº 10.711, de 5/8/2003, e o 
Decreto nº 5.153, de 23/7/2004 (a Lei 10.711 e Decreto 5.153, tratam do Sistema 
Nacional de Sementes e Mudas – SNSM); 
VI - contratação de operação destinada a sistema orgânico de produção; 
VII - inscrição dos produtores rurais no Cadastro Ambiental Rural 
b) em até 30% (trinta por cento) quando ocorrer, simultaneamente, 2 (duas) 
ou mais das situações previstas no item “a”; 
c) em até 15% (quinze por cento), independentemente dos limites dos itens 
“a” e “b”, para o valor do crédito de custeio equivalente ao financiamento da área 
em que os produtores rurais adotem o sistema de plantio direto na palha. 
 
2.4.1 Prazos 
Os prazos máximos para o reembolso dos créditos de custeio são os 
seguintes: 
 agrícola: 2 (dois) anos, observado que, quando se tratar de cultivo de 
mandioca de 2 (dois) ciclos, destinada à industrialização, esse prazo 
poderá ser estendido por até 6 (seis) meses; 
 pecuário: 1 (um) ano; 
 de beneficiamento ou industrialização: 2 (dois) anos para a uva e 
de 1 (um) ano para os demais produtos. 
O prazo de reembolso do crédito de custeio de beneficiamento ou 
industrialização não pode ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias do término do 
período de utilização nem o início da safra seguinte, salvo em casos especiais, sob 
expressa justificativa. 
O vencimento do crédito de custeio agrícola deve ser fixado por prazo não 
superior a 60 (sessenta) dias após o término da colheita, admitindo-se o 
 
 
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alongamento e a reprogramação do reembolso mediante solicitação do mutuário até 
a data fixada para o vencimento, observado que: 
 podem ser objeto do alongamento os financiamentos destinados a 
algodão, arroz, aveia, café, canola, cevada, milho, soja, sorgo, trigo e 
triticale; 
 o reembolso deve ser pactuado em até 4 (quatro) parcelas mensais, 
iguais e sucessivas, vencendo a primeira até 60 (sessenta) dias após 
a data prevista para a colheita; 
 o produtor deve comprovar que o produto está armazenado, 
mantendo-o como garantia do financiamento. 
As operações destinadas ao financiamento de custeio de leite, formalizadas 
ao amparo de recursos controlados, podem ser pactuadas com previsão de 
reembolso em parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira até 90 
(noventa) dias após a liberação do financiamento. 
Admite-se a contratação de financiamento de custeio, ao amparo dos 
recursos controlados, com previsão de renovação simplificada, porém a cada 
renovação, a instituição financeira fica obrigada a exigir do mutuário, no mínimo, 
orçamento simplificado contendo a atividade para o novo ciclo, o valorfinanciado e 
o cronograma de desembolso, efetuando o devido registro no Sistema de 
Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor). 
 
2.5 Crédito de Investimento (MCR 3.3) 
 
Classifica-se como crédito de investimento rural o financiamento com 
predominância de verbas para inversões fixas e semifixas em bens e serviços 
relacionados com a atividade agropecuária, ainda que o orçamento consigne 
recursos para custeio. 
São financiáveis os seguintes investimentos fixos: 
 construção, reforma ou ampliação de benfeitorias e instalações 
permanentes; 
 aquisição de máquinas e equipamentos de provável duração útil 
superior a 5 (cinco) anos; 
 obras de irrigação, açudagem, drenagem; 
 florestamento, reflorestamento, desmatamento e destoca; 
 
 
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 formação de lavouras permanentes; 
 formação ou recuperação de pastagens; 
 eletrificação e telefonia rural; 
 proteção, correção e recuperação do solo, inclusive a aquisição, 
transporte e aplicação dos insumos para estas finalidades. 
Ainda são financiáveis os seguintes investimentos semifixos: 
 aquisição de animais para criação, recriação, engorda ou serviço; 
 instalações, máquinas e equipamentos de provável duração útil não 
superior a 5 (cinco) anos; 
 aquisição de veículos, tratores, colheitadeiras, implementos, 
embarcações e aeronaves; 
 aquisição de equipamentos empregados na medição de lavouras. 
O orçamento ou plano de investimento pode prever verbas para: 
 despesas com projeto ou plano de custeio e de administração; 
 recuperação ou reforma de máquinas, tratores, embarcações, veículos 
e equipamentos, bem como aquisição de acessórios ou peças de 
reposição, salvo se decorrente de sinistro coberto por seguro; 
 o processo de georreferenciamento de propriedades rurais. 
As máquinas, tratores, veículos, embarcações, aeronaves, equipamentos e 
implementos financiados devem destinar-se especificamente à atividade 
agropecuária, observado que o crédito de investimento para aquisição de máquinas 
e equipamentos, isolada ou não, somente pode ser concedido para itens novos 
produzidos no Brasil, que constem da relação de Credenciamento de Fabricantes 
Informatizado (CFI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES) e atendam aos parâmetros relativos aos índices mínimos de 
nacionalização definidos nos normativos do BNDES aplicáveis ao Finame Agrícola, 
exceto quando inexistir similar de fabricação nacional. 
São financiáveis os seguintes tipos de veículos: 
 caminhões, inclusive frigoríficos, isotérmicos ou graneleiros; 
 caminhonetes de carga, exceto veículos de cabine dupla; 
 motocicletas adequadas às condições rurais, quando técnica e 
economicamente recomendável para o desenvolvimento da atividade 
rural. 
 
 
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O crédito para aquisição de caminhões fica condicionado à comprovação da 
possibilidade de seu pleno emprego nas atividades agropecuárias do comprador 
durante, no mínimo, 120 (cento e vinte) dias por ano. 
É vedado o financiamento de veículo que se classifique como de passeio, 
pelo tipo ou acabamento. 
Conceitua-se como de investimento o crédito destinado a: 
 fundação ou ampliação de lavouras de cana, compreendendo os 
trabalhos preliminares, o plantio e os tratos subsequentes até a 
primeira safra (cana-planta); 
 renovação de lavouras de cana em áreas antes ocupadas por 
canaviais com ciclo produtivo esgotado (cana-planta, soca e 
ressoca), compreendendo todos os gastos necessários até a primeira 
safra. 
O beneficiário de crédito para investimento relativo à pecuária deve: 
 adotar medidas profiláticas e sanitárias em defesa dos rebanhos; 
 efetuar a marcação dos animais, com rigorosa observância das 
normas legais. 
O financiamento está sujeito aos seguintes prazos máximos, que incluem a 
carência: 
 investimento fixo: 12 (doze) anos; 
 investimento semifixo: 6 (seis) anos. 
Admite-se que os recursos obrigatórios (MCR 6-2) sejam aplicados em 
operações de investimento, observadas as seguintes condições: 
 beneficiários: produtores rurais, diretamente ou por intermédio de 
operações de repasse de suas cooperativas; 
 limite de crédito: R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais), por 
beneficiário/ano safra, em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural 
(SNCR), independentemente dos créditos obtidos para outras 
finalidades. Cabe observar que o limite referido pode ser alterado, 
portanto devem se fazer consultas periódicas ao MCR 3.3, para se 
certificar do valor em vigência. 
Admite-se que as instituições financeiras autorizadas a captar poupança 
rural utilizem os recursos de que trata o MCR 6-4 para aplicação em operações de 
crédito rural de investimento nas condições vigentes para os programas de que 
 
 
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trata o MCR 13, cabendo ao Ministério da Fazenda definir os limites e a 
metodologia de equalização desses recursos, com base nos limites propostos pelo 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por programa, 
observado o disposto no art. 4º da Lei nº 8.427, de 27/5/1992. 
O limite referido (R$ 350.000,00) pode ser elevado para até R$1.000.000,00 
(um milhão de reais) por beneficiário, por ano safra, nas safras 2011/2012 a 
2014/2015, desde que, no mínimo, os recursos adicionais sejam direcionados 
exclusivamente para as finalidades de fundação ou ampliação de lavouras de cana, 
compreendendo os trabalhos preliminares, o plantio e os tratos subsequentes até a 
primeira safra (cana-planta) ou na renovação de lavouras de cana em áreas antes 
ocupadas por canaviais com ciclo produtivo esgotado (cana-planta, soca e ressoca), 
compreendendo todos os gastos necessários até a primeira safra: 
 prazo de reembolso: até 5 (cinco) anos, incluídos até 18 meses de 
carência; 
 quando se tratar de operação de investimento para a finalidade de 
renovação de lavouras de cana em áreas antes ocupadas por 
canaviais com ciclo produtivo esgotado (cana-planta, soca e 
ressoca), o valor do crédito previsto de até R$ 1.000.000,00 fica 
limitado ao montante correspondente à renovação de, no máximo, 
20% (vinte por cento) da área total cultivada, por beneficiário, por ano 
safra. 
 
2.6 Créditos de Comercialização (MCR 3.4) 
 
O crédito de comercialização tem o objetivo de viabilizar ao produtor rural 
ou às suas cooperativas agropecuárias os recursos necessários à comercialização 
de seus produtos no mercado. 
O crédito de comercialização compreende: 
 pré-comercialização; 
 desconto de Duplicata Rural (DR) e de Nota Promissória Rural (NPR); 
 empréstimos a cooperativas para adiantamentos a associados, por 
conta de produtos entregues para venda, observados os preços de 
comercialização; 
 financiamento para estocagem de produtos agropecuários; 
 
 
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 financiamento de proteção de preços e/ou prêmios de risco de 
equalização de preços, conforme previsto no MCR 7-1; 
 financiamento para garantia de preços ao produtor (FGPP), de que 
trata o MCR 4-1. 
O crédito de pré-comercialização: 
 consiste no suprimento de recursos a produtores rurais ou a suas 
cooperativas para atender as despesas inerentes à fase imediata à 
colheita da produção própria ou de cooperados; 
 visa a permitir a venda da produção sem precipitações nocivas aos 
interesses do produtor, nos melhores mercados, mas não pode ser 
utilizado para favorecer a retenção especulativa de bens, 
notadamente em caso de escassez de produtos alimentícios para o 
abastecimento interno; 
 pode ser concedido isoladamente ou como extensão do custeio; 
 tem prazo máximo de 240 (duzentos e quarenta) dias. 
As operações de desconto de DR e de NPR, representativas da 
comercialização de leite, e a concessão de créditos a cooperativas para 
adiantamento a associados por contade leite entregue para venda, ao amparo da 
exigibilidade de Recursos Obrigatórios (MCR 6-2), ficam restritas ao financiamento 
da comercialização de leite in natura, em volume correspondente a até 20% (vinte 
por cento) da capacidade de recepção das unidades industriais, e podem ser 
formalizadas com prazo de vencimento de até 240 (duzentos e quarenta) dias. 
Podem ser objeto de desconto DR e NPR oriundas da venda ou entrega de 
produção comprovadamente própria, inclusive quando beneficiada ou 
industrializada pelo produtor rural ou por sua cooperativa. 
O endossatário ou portador de DR ou NPR não tem direito de regresso 
contra o primeiro endossante e seus avalistas. 
São nulas as garantias dadas no desconto de DR ou NPR, salvo quando 
prestadas pelas pessoas físicas participantes da empresa emitente, por esta ou por 
outras pessoas jurídicas. Este dispositivo existe para evitar que o agente financeiro 
obrigue o produtor rural a dar o seu aval quando efetuar a operação de desconto do 
título cambial, entretanto não é aplicável nas transações realizadas entre produtores 
rurais ou entre estes e suas cooperativas. 
Relativamente ao desconto de títulos: 
 
 
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 é vedado o desconto de título originário de contrato de compra e 
venda antecipada, com promessa de futura entrega dos bens; 
 devem ser observados os seguintes prazos máximos, contados da 
emissão ao vencimento: 
- até 90 (noventa) dias, quando referentes a algodão em caroço, 
feijão e feijão macacar; 
- até 180 (cento e oitenta) dias, quando referentes a açaí, alho, 
amendoim, arroz, borracha natural, café, castanha-do-pará, casulo 
de seda, farinha de mandioca, fécula de mandioca, goma e 
polvilho, girassol, guaraná, juta ou malva embonecada, mamona 
em baga, milho, milho pipoca, sisal, soja, sorgo e sementes; 
- até 240 (duzentos e quarenta) dias, quando referentes a algodão 
em pluma, caroço de algodão, castanha-de-caju, cera de carnaúba 
e pó cerífero e leite; 
- até 120 (cento e vinte) dias, quando referentes aos demais 
produtos agropecuários. 
O financiamento para estocagem de produtos agropecuários visa 
proporcionar recursos financeiros aos beneficiários, de modo a permitir o 
armazenamento e a conservação de seus produtos, para venda futura em melhores 
condições de mercado. 
 
2.7 Recursos financeiros do crédito rural 
 
O crédito rural pode ser concedido com recursos controlados e não 
controlados. 
São considerados recursos controlados: 
 os obrigatórios; 
 os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da 
Fazenda; 
 os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação 
aplicável, quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de 
equalização de encargos financeiros, inclusive os recursos 
administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES); 
 
 
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 os da poupança rural, quando aplicados segundo as condições 
definidas para os recursos obrigatórios, de que trata o MCR 6-2; 
 os dos fundos constitucionais de financiamento regional; e 
 os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). 
São considerados recursos não controlados aqueles não enquadrados no 
item anteriormente mencionado. 
Os créditos formalizados ao amparo de recursos obrigatórios não estão 
sujeitos à subvenção de encargos financeiros. 
Os financiamentos ao amparo de recursos do crédito rural destinam-se a 
produtores rurais e a cooperativas de produção agropecuária, sem prejuízo dos 
casos específicos previstos no Manual de Crédito Rural (MCR) editado pelo 
BACEN. 
 
2.7.1 Recursos Controlados (MCR 6.2) 
 
Os recursos obrigatórios são aqueles destinados a operações de crédito 
rural, provenientes do Valor Sujeito a Recolhimento (VSR) relativo aos recursos à 
vista, apurado na forma da regulamentação aplicável (Art. 21 da Lei nº 4.829, de 
5/11/1965). Os recursos à vista são provenientes basicamente de parte dos 
depósitos à vista dos bancos, ou seja, parte dos depósitos em conta corrente das 
pessoas físicas e jurídicas. 
Exigibilidade dos Recursos Obrigatórios é o dever que tem a instituição 
financeira de manter aplicado em operações de crédito rural valor correspondente a 
34% (trinta e quatro por cento) da média aritmética do VSR apurado no período de 
cálculo, conforme critérios definidos pelo BACEN, sujeitando-se às penalidades 
previstas a instituição financeira que deixar de cumprir com os parâmetros e 
critérios fixados pelo BACEN. 
Estão sujeitos ao cumprimento da exigibilidade de aplicação em crédito 
rural: 
 os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e a 
CEF; 
 os bancos de investimento, os bancos múltiplos sem carteira 
comercial e as cooperativas de crédito, quando captarem recursos na 
forma de Depósito Interfinanceiro Vinculado ao Crédito Rural (DIR) 
disciplinado no MCR 6-6. 
 
 
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2.7.2 Recursos Livres (MCR 6.3) 
As instituições financeiras integrantes do SNCR podem contratar operações 
de crédito rural com a utilização de recursos livres com taxas de juros livremente 
pactuadas, não amparadas por subvenção econômica da União na forma de 
equalização de taxas de juros e outros encargos financeiros estabelecidos pela Lei 
nº 8.427 de 27/5/1992. 
Podem ser aplicados em operações de crédito rural os recursos próprios ou 
captados pela instituição financeira, inclusive no exterior ao amparo da Resolução 
nº 3.844, de 23/3/2010, não enquadrados entre os recursos controlados 
mencionados no item 2.6. 
Os créditos concedidos com recursos livres podem ter por objeto operações 
de custeio, de investimento ou de comercialização, envolvendo quaisquer produtos 
de origem vegetal ou animal, inclusive os obtidos em atividades extrativistas. 
Os créditos concedidos com recursos livres podem ser destinados também 
ao financiamento de: 
 construção e reforma de imóveis destinados a moradia e alojamento 
do produtor e dos trabalhadores empregados nas propriedades 
rurais; 
 atividades produtivas diversas no imóvel rural, classificadas como de 
custeio, de investimento ou de comercialização segundo a 
predominância de sua destinação. 
Para a realização de operação de crédito rural com recursos livres, a 
instituição financeira deve observar as seguintes condições e procedimentos: 
 possuir autorização para operar em crédito rural; 
 observar a legislação e a regulamentação relativa ao cumprimento de 
exigências socioambientais e de regularidade cadastral incidentes 
sobre o beneficiário ou o imóvel de localização do empreendimento; 
 ater-se aos princípios da economicidade, caráter produtivo da 
aplicação e demais critérios de seleção de projetos estabelecidos no 
MCR 1-1; e 
 emitir os instrumentos financeiros previstos pela regulamentação para 
a formalização de operações de crédito rural, admitida a inclusão, no 
 
 
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mesmo instrumento ou separadamente, de créditos para finalidades 
diversas. 
As operações de crédito rural com recursos livres não estão sujeitas às 
exigências de vistoria prévia, medição e fiscalização, salvo quando houver 
enquadramento no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). 
 
2.7.3 Recursos da Poupança Rural (MCR 6.4) 
Os recursos da poupança rural são aqueles captados segundo as normas 
aplicáveis aos depósitos de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e 
Empréstimo (SBPE), na forma de depósitos da poupança rural para aplicação nas 
condições previstas no MCR 6.4, que ora passamos a ver. (Arts. 15, inciso I, alínea 
"l", da Lei nº 4.829, de 5/11/1965, e 81, inciso III, da Lei nº 8.171, de 17/1/1991). 
 
Figura 8 – Recursos aplicados no Crédito Rural – safra 2012-2013 
Fonte: http://migre.me/gjP4N 
 
Exigibilidade dos recursos da poupança rural é a obrigação que tema 
instituição financeira de manter aplicado em operações de crédito rural valor 
correspondente a 65% (sessenta e cinco por cento) da média aritmética do Valor 
Sujeito a Recolhimento (VSR) relativo aos depósitos da poupança rural apurados no 
período de cálculo, considerando para cumprimento dessa exigência as 
determinações pertinentes baixadas pelo BACEN. 
Estão sujeitos ao cumprimento da exigibilidade da poupança rural as 
seguintes instituições financeiras: 
a) o Banco da Amazônia S.A.; 
 
 
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b) o Banco do Brasil S.A.; 
c) o Banco do Nordeste do Brasil S.A.; 
d) os bancos cooperativos; 
e) instituições integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo 
(SBPE), quando operarem em crédito rural, na forma do MCR 1-3-4 a 1-3-8. 
Em eventual inobservância do que preceitua a exigibilidade prevista para os 
recursos da poupança rural, a instituição financeira fica sujeita a multa e outras 
sanções pecuniárias impostas pelo BACEN. 
 
Exercício 3 
 
1. Com relação às funções do Crédito Rural, analise os enunciados a seguir: 
I. Desenvolver atividades florestais e pesqueiras. 
II. Fortalecer o setor rural. 
III. Financiar o pagamento de dívidas. 
IV. Possibilitar a recuperação de capital investido. 
V. Propiciar aquisição e regularização de terras pelos pequenos, médios e grandes 
produtores, posseiros, arrendatários e trabalhadores rurais. 
a) Apenas os enunciados I, II e III estão corretos. 
b) Apenas os enunciados II e IV estão corretos. 
c) Apenas os enunciados I e V estão corretos. 
d) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
 
2. Com relação aos beneficiários do Crédito Rural, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
a) Pessoa física ou jurídica que se dedica à pesquisa ou produção de sêmen para 
inseminação artificial e embriões pode ser beneficiária do Crédito Rural. 
b) Créditos para custeio, investimento e comercialização são finalidades do Crédito 
Rural. 
c) Banco Central do Brasil, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do 
Nordeste e Caixa Econômica Federal, são órgãos básicos do Sistema Nacional de 
Crédito Rural. 
d) Produtor rural (pessoa física ou jurídica) e as cooperativas de produtores rurais 
são beneficiários do Crédito Rural. 
 
 
 
 
 
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2.8 Fundos Constitucionais de Financiamentos 
Com a reforma constitucional de 1988 foi garantido mecanismo que destina 
3% do produto da arrecadação federal dos impostos sobre renda e proventos de 
qualquer natureza (IR) e sobre Produtos Industrializados (IPI) para aplicação em 
programas de financiamento aos setores produtivos das Regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste (art. 158, inciso I, letra c da Constituição Federal). 
O artigo 161 da Constituição Federal prevê que os critérios de destinação 
dos recursos assegurados seriam regulamentados por lei específica, dessa forma 
a Lei nº 7.827, de 27.09.1989, criou os Fundos Constitucionais de Financiamento do 
Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do 
Centro-Oeste (FCO), com o objetivo de 
contribuir para o desenvolvimento econômico 
e social das Regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste e, ao regulamentar sua 
aplicação, distribuiu os recursos, sendo 0,6% 
para o FNO, 1,8% para o FNE e 0,6% para o 
FCO. 
Fonte: http://migre.me/gjPff 
 
Os programas de financiamento são elaborados pelos Bancos 
administradores do FNO (Banco da Amazônia S.A.), FNE (Banco do Nordeste do 
Brasil S.A.) e FCO (Banco do Brasil S.A.), e aprovados pelos Conselhos 
Deliberativos das Superintendências de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), 
do Nordeste (SUDENE) e do Centro-Oeste (SUDECO), em consonância com as 
diretrizes, orientações gerais e prioridades, estabelecidas no art. 3º da Lei nº 7.827, 
de 1989, pelo Ministério da Integração Nacional e pelos respectivos Conselhos 
Deliberativos. As condições dos financiamentos que integram os programas são 
discutidas em cada Estado com os representantes das classes produtoras e outras 
representações. 
Os recursos estão disponíveis nos Bancos administradores que financiam, 
com taxas atrativas e diferenciadas, variando de acordo com o porte do 
empreendedor, os produtores rurais, as firmas individuais, as pessoas jurídicas, as 
associações e cooperativas de produção, que desenvolvam atividades nos setores 
 
 
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agropecuário, mineral, industrial, agroindustrial, turístico, infraestrutura, comercial e 
de serviços. 
Os financiamentos concedidos com recursos dos Fundos Constitucionais de 
Financiamento vêm possibilitando a melhoria na qualidade de vida dos habitantes 
daquelas regiões e contribuindo para a geração de novos postos de trabalho, para o 
incremento das produções regionais, da arrecadação de tributos e para a redução 
do êxodo rural. 
A instituição da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), 
pelo Decreto nº 6.047, de 22.02.2007, no que tange à redução das desigualdades 
intra e inter-regionais, permitiu melhor direcionamento dos recursos dos Fundos 
Constitucionais para ativar as potencialidades de desenvolvimento em espaços 
considerados prioritários pela PNDR nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 
 
2.9 Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO 
Neste material faremos uma abordagem do FCO, em razão da inserção da 
Instituição UCDB na Região Centro-Oeste, e também que os demais Fundos 
Constitucionais são em termos normativos muito semelhantes, e as diferenciações 
são pertinentes às peculiaridades de cada região e aos interesses dos gestores, 
tendo em vista as políticas de desenvolvimento regional priorizadas. 
 
2.9.1 FCO Rural Investimento 
O FCO Rural é um conjunto de programas de financiamento voltado para o 
atendimento do setor produtivo agropecuário, visando contribuir para o 
desenvolvimento econômico e social da região Centro-Oeste. 
Os programas ou linhas de financiamentos disponíveis de acordo com a 
atividade a ser apoiada são: 
 Programa FCO RURAL – Linha de Financiamento de 
Desenvolvimento Rural; 
 Programa FCO RURAL – Linha de Financiamento de Retenção de 
Fêmeas Bovinas na Planície Pantaneira; 
 Programa FCO RURAL – Linha de Financiamento Especial para 
Adequação do Sistema de Produção Pecuário na Região de 
Fronteira; 
 
 
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 Programa FCO RURAL – Linha de Financiamento e Apoio ao 
Desenvolvimento da Aquicultura – PROAQUA; 
 Programa FCO RURAL – Linha de Apoio ao Desenvolvimento da 
Pesca – PESCART; 
 Programa FCO RURAL – Linha de Financiamento de 
Desenvolvimento do Sistema de Integração Rural – FCO-Covir; 
 Programa FCO RURAL – Linha de Financiamento à Agropecuária 
Irrigada; 
 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – 
PRONAF-FCO; 
 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar- 
Reforma Agrária – Planta Brasil – Pronaf-FCO-Reforma Agrária; e 
 Programa FCO RURAL – FCO-ABC (Agricultura de Baixo Carbono). 
 
São beneficiários os produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas, suas 
cooperativas e associações. 
O valor financiável é de até R$ 20 milhões, por cliente, grupo empresarial 
ou grupo agropecuário. 
Nas operações contratadas no período de 01 de julho de 2013 até 31 de 
dezembro de 2013, os encargos financeiros são de taxa efetiva de juros de 4,12% 
ao ano. 
Cabe lembrar que para os pagamentos efetuados integrais das parcelas ou 
da operação nos prazos de vencimentos, será concedido desconto adicional de 
15% sobre os percentuais de juros, ou seja, é concedido um bônus de adimplência 
substancial. 
O prazo pode ser de até 20 anos, incluída a carência de até 12 anos, 
dependendo da atividade. 
As garantias são as usuais para o crédito rural, como aval, penhor, 
hipoteca, alienação fiduciária. As garantias a serem constituídas dependerão do 
volume de crédito tomado, tradição do cliente, da natureza do

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