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POLÍTICA AGRÍCOLA BRASILEIRA 2 1.INTRODUÇÃO 3 A maioria das políticas agrícolas tem como objetivo principal assegurar a segurança alimentar da população, promover a competitividade econômica e o bem-estar social. Os objetivos das políticas agrícolas diferem de um país para o outro ou nas diferentes etapas do desenvolvimento econômico. Ainda assim é possível encontrar um conjunto de objetivos gerais comum aos países e que orienta a formulação das políticas públicas direcionadas ao meio rural. 4 5 Assegurar abastecimento Dependência da natureza Desenvolvimento socioeconômico 6 ASSEGURAR ABASTECIMENTO Apesar da sua grande importância e da forte intervenção governamental, as decisões em torno da produção e da comercialização de produtos agrícolas continuam, em grande medida, sendo tomadas por produtores rurais, atacadistas, varejistas e processadores. Ou seja, as decisões de produzir e comercializar continuam sendo privadas. 7 Não há garantias de que podem assegurar o abastecimento adequado dos consumidores, nem de que podem assegurar um perfil de distribuição da renda social politicamente desejável. Afinal, a atividade agropecuária tem uma dimensão pública, pois é a principal fonte de alimentos, e os preços desses produtos determinam fortemente as condições de vida da população mais pobre. Além disso, proporciona renda e ocupação para um grande número de famílias não apenas no meio rural como também em atividades tipicamente urbanas. 8 Resultados negativos da produção e comercialização de produtos agroalimentares podem gerar problemas socioeconômicos e políticos que atingem a economia como um todo. Daí a necessidade de o governo fomentar a produção agropecuária, apoiar as atividades de pesquisa, realizar e facilitar investimentos em infraestrutura de produção e de comercialização e estabelecer um marco legal apropriado para assegurar tanto um ambiente estimulante ao desenvolvimento do mundo rural como a estabilidade dos preços e da renda dos produtores rurais. 9 DEPENDÊNCIA DA NATUREZA O caráter quase público da agricultura está respaldado tanto em razões estratégicas como em razões intrínsecas ao setor. Ainda hoje, apesar de todo o avanço da ciência, a maioria das atividades agropecuárias continua sujeita a ciclos naturais que definem o momento para a preparação do solo, plantio, tratos e colheita. 10 A dependência da natureza torna os resultados das atividades mais incertos, já que estão sujeitos às variações climáticas de difícil controle e a um processo de produção relativamente rígido. Essa rigidez dificulta ajustes e respostas rápidas às flutuações da economia. Por si só, a dependência da agricultura em relação a fatores climáticos, ecológicos e biológicos seria suficiente para justificar a necessidade de políticas específicas para o setor. 11 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO As razões de cunho estratégico são, todavia, as mais importantes para entender o papel do Estado no setor agrícola. Nos países em desenvolvimento, a intervenção estatal, por meio de instrumentos de política agrícola, pode decorrer da necessidade de reduzir a pobreza e a miséria que caracterizam o meio rural e se reproduziram nos centros urbanos. 12 Em geral, o setor agropecuário dos países em desenvolvimento apresenta distorções estruturais, tais como a concentração da propriedade da terra, desníveis tecnológicos entre produtores, produtos e regiões, assim como a pobreza de famílias rurais ao lado da grande riqueza de poucos. Superar essas distorções não é apenas uma questão de equidade e justiça social, mas também de eficiência econômica, pois a distribuição de renda afeta o crescimento econômico. 13 Nas últimas décadas, a modernização das estruturas agrárias, caracterizadas pela acentuada desigualdade na distribuição da propriedade da terra e pela presença de um setor tecnologicamente dinâmico ao lado de unidades produtivas em processo de decadência, evidenciou que, em muitos subsetores, a grande propriedade, mesmo quando moderna tecnicamente, é menos eficiente do que as unidades de produção familiar. 14 Além disso, a experiência dos países europeus e de algumas áreas da Região Sul do Brasil demonstra que a propriedade e a produção de base familiar podem unir eficiência econômica e vantagens sociais incompatíveis com a produção patronal em larga escala. Essa constatação reforça a necessidade de operar políticas agrícolas que “protejam” a produção familiar, sem, no entanto, sufocar ou tutelar os agricultores. 15 Ao passar das décadas, o Estado com interesse na produção agropecuária e prezando pela ordem nacional começou minuciosamente a incentivar de alguma maneira a produção agrícola como forma de prover alimentos, seja na troca por commodities seja na própria produção, para que não se instalasse o caos no país. Para tanto, as atividades primárias de produção são, aos poucos, alvo de discussões e debates pelas lideranças oligárquicas da época. 16 Em meados da década de 30, a introdução de uma política agrícola se faz necessário principalmente para se conceber uma melhor alocação dos recursos, reduzir as flutuações na renda e garantir a segurança alimentar. Até porque a agricultura marcada pela forte influencia dos fatores climáticos e ambientais está sujeita a variações na escala de produção e desse modo, reduzindo a oferta de produtos agrícolas para a comercialização, além disso, muitas vezes, os produtores não conseguem pagar os custos de produção. 17 Entretanto, o Estado estimula a produção de açúcar, álcool e café, ao qual era a base da agricultura patronal nesta época. É pertinente destacar que ao longo dos últimos 50 anos, nosso país passou por um processo de transformação na base de produção agrícola, circunstancialmente relevante. Passamos de um período de carência de produção para uma economia muito complexa e altamente produtiva. 18 Um conjunto de ações voltadas para o planejamento, o financiamento e o seguro da produção constitui a base da Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Por meio de estudos na área de gestão de risco, linhas de créditos, subvenções econômicas e levantamentos de dados, o apoio do estado acompanha todas as fases do ciclo produtivo. Essas ações se dividem em três grandes linhas de atuação: gestão do risco rural, crédito e comercialização. 19 A gestão do risco rural realiza-se em duas frentes: Antes de iniciar o cultivo, o agricultor conta com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Essa ferramenta tecnológica indica o melhor período para se plantar em cada município do país, conforme a análise histórica do comportamento do clima e, para se proteger dos prejuízos causados por eventos climáticos adversos, o produtor pode contratar o Seguro Rural com parte do prêmio subsidiado pelo ministério. 20 As políticas de mobilização de recursos viabilizam os ciclos do plantio. O homem do campo tem acesso a linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização. Vários programas financiam diversas necessidades dos produtores, desde a compra de insumos até a construção de armazéns. 21 2. OBJETIVOS DA POLITICA AGRICOLA 22 A maioria das políticas agrícolas tem como objetivo principal assegurar a segurança alimentar da população, promover a competitividade econômica e o bem-estar social. Os objetivos das políticas agrícolas diferem de um país para o outro ou nas diferentes etapas do desenvolvimento econômico. Ainda assim é possível encontrar um conjunto de objetivos gerais comum aos países e que orienta a formulação das políticas públicas direcionadas ao meio rural. 23 A curto prazo, os objetivos das políticas agrícolas são: – Manter estáveis os preços dos principais alimentos; – Defender e melhorar a renda da população rural. • A longo prazo, os objetivos das políticas agrícolas são: – Estimularo aumento da produção e da produtividade; – Manter a população suficientemente abastecida de produtos alimentares, ou seja, garantir a segurança alimentar; – Promover o desenvolvimento e a equidade social. Estabilizar preços: alimentos e matérias-primas Defesa e melhoria da renda rural Racionalizar comercialização Proteger determinados produtos e regiões Estimular produção e produtividade Reduzir dependência externa 25 3. PRINCIPAIS POLÍTICAS QUE AFETAM A AGRICULTURA 26 Podemos estabelecer dois conjuntos de políticas que afetam, direta ou indiretamente, as decisões dos agentes que produzem e comercializam produtos agrícolas. O primeiro conjunto é composto de políticas macroeconômicas, as quais afetam indiretamente a agricultura, enquanto o segundo é composto de políticas agrícolas, as quais afetam diretamente o setor. 27 28 4. A POLITICA AGRICOLA E SEUS MINISTERIOS 29 A política agrícola brasileira envolve distintos ministérios: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); Ministério da Fazenda; Ministério do Planejamento e; Ministério do Meio Ambiente. 30 O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é, entretanto, o mais importante Ministério na condução da política agrícola, pois é ele quem define os parâmetros a serem observados na implementação dos instrumentos da política agrícola, bem como é o próprio Ministério que operacionaliza, por meio de suas secretarias e órgãos, as diretrizes do Plano Agrícola e Pecuário. 31 As questões agrárias e a política para a agricultura familiar estão sob o amparo do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. Enquanto que o Ministério da Fazenda administra os recursos orçamentários para a execução da política agrícola. 32 Tem ganhado importância também o inter- relacionamento entre os Ministérios do Meio Ambiente – MMA e Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, tendo em vista que as propriedades rurais estão inseridas nos principais biomas brasileiros e a sustentabilidade ambiental é uma das principais preocupações da economia mundial e brasileira. 33 34 5. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA AGRÍCOLA 5.1. ZONEAMENTO AGRÍCOLA DE RISCO CLIMÁTICO O ZARC é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários. São analisados os parâmetros de clima, solo e de ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Embrapa e adotada pelo Ministério da Agricultura. Desta forma são quantificados os riscos climáticos envolvidos na condução das lavouras que podem ocasionar perdas na produção. Esse estudo resulta na relação de municípios indicados ao plantio de determinadas culturas, com seus respectivos calendários de plantio. O ZARC foi usado pela primeira vez na safra 1996 para a cultura do trigo. Recebe revisão anual e é publicado na forma de portarias, no Diário Oficial da União e no site do Ministério. Atualmente, os estudos de ZARC já contemplam 40 culturas, sendo 15 de ciclo anual e 24 permanentes, além do zoneamento para o consórcio de milho com braquiária, alcançando 24 Unidades da Federação. http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/zoneamento-agricola/portarias-segmentadas-por-uf Para fazer jus ao Proagro, ao Proagro Mais e à subvenção federal ao prêmio do seguro rural, o produtor deve observar as recomendações desse pacote tecnológico. Além disso, alguns agentes financeiros já estão condicionando a concessão do crédito rural ao uso do zoneamento. 5.2. SEGURO RURAL Proteger-se de riscos causados por adversidades climáticas é imprescindível para o produtor que, ao contratar o seguro rural, pode recuperar o capital investido em sua lavoura ou empreendimento. O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) oferece ao agricultor a oportunidade de segurar sua produção, por meio de auxílio financeiro que reduz os custos de contratação do seguro. A subvenção econômica concedida pelo Ministério da Agricultura pode ser pleiteada por qualquer pessoa física ou jurídica que cultive ou produza espécies contempladas pelo Programa e permite ainda, a complementação dos valores por subvenções concedidas por estados e municípios. Para contratar o seguro rural, o produtor deve procurar uma seguradora habilitada pelo Ministério da Agricultura no Programa de Subvenção. A liberação de recursos não permite que o produtor já tenha cobertura do Proagro ou do Proagro Mais para a mesma lavoura e na mesma área. 5.3. CRÉDITO RURAL O Crédito Rural abrange recursos destinados a custeio, investimento ou comercialização. As suas regras, finalidades e condições estão estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR), elaborado pelo Banco Central do Brasil. Essas normas são seguidas por todos os agentes que compõem o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), como bancos e cooperativas de crédito. Os créditos de custeio ficam disponíveis quando os recursos se destinam a cobrir despesas habituais dos ciclos produtivos, da compra de insumos à fase de colheita. Já os créditos de investimento são aplicados em bens ou serviços duráveis, cujos benefícios repercutem durante muitos anos. Os créditos de comercialização asseguram ao produtor rural e a suas cooperativas os recursos necessários à adoção de mecanismos que garantam o abastecimento e levem o armazenamento da colheita nos períodos de queda de preços. O produtor pode pleitear as três modalidades de crédito rural como pessoa física ou jurídica. As cooperativas rurais são também beneficiárias naturais do sistema. Quais são os objetivos do crédito rural? Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas cooperativas; Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários; Fortalecer o setor rural; e... Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos recursos naturais; Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais; e... Desenvolver atividades florestais e pesqueiras; Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricultura familiar. Que atividades podem ser financiadas pelo crédito rural? Custeio para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos; Investimento em bens ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários períodos de produção; Comercialização para cobrir despesas próprias da fase posterior à coleta da produção ou para converter em espécie os títulos oriundos de sua venda ou entrega pelos produtos ou suas cooperativas. Como se classifica o custeio? custeio agrícola; custeio pecuário; custeio de beneficiamento ou industrialização. A que pode se destinar o crédito de custeio? A despesas normais, tais como: Do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados, incluindo o beneficiamento primário da produção obtida e seu armazenamento no imóvel rural ou em cooperativa; De exploração pecuária; De beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários. Quem pode se utilizar do crédito rural? Produtor rural (pessoa física ou jurídica); Cooperativa de produtores rurais; e pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique auma das seguintes atividades: a) pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas; b) pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões; e... c) prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para proteção do solo; d) prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; e) medição de lavouras; f) atividades florestais. A contratação de assistência técnica é obrigatória? Cabe ao produtor decidir sobre a contratação de serviços de assistência técnica, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou quando exigidos em regulamento de operações com recursos oficiais. Quais são as exigências essenciais para concessão de crédito rural? Idoneidade do tomador; Apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo em operações de desconto; Oportunidade, suficiência e adequação dos recursos; Observância de cronograma de utilização e de reembolso; Fiscalização pelo financiador; Liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de suas associações formais ou informais, ou organizações cooperativas; Observância das recomendações e restrições do zoneamento agroecológico e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento rural? Como é feita a escolha dessas garantias? Sim. A escolha das garantias é de livre convenção entre o financiado e o financiador, que devem ajustá- las de acordo com a natureza e o prazo do crédito, observada a legislação própria de cada tipo. Pode constituir-se de: penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular; alienação fiduciária; hipoteca comum ou cedular; aval ou fiança; seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de direitos, contratual ou cedular; outras que o Conselho Monetário Nacional admitir. A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural? Remuneração financeira; Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF); Custo de prestação de serviços; As previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); Prêmio de seguro rural, observadas as normas divulgadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados; Sanções pecuniárias; Prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário objeto do financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas de mercadorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos referentes a essas operações de contratos de opção. Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expressas disposições legais. Como se classificam os recursos do crédito rural? Controlados: a) os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista); b) os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da Fazenda; c) os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação aplicável, quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de equalização de encargos financeiros, inclusive os recursos administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); d) os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas para os recursos obrigatórios; e) os dos fundos constitucionais de financiamento regional; f) os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Não controlados: todos os demais. Quais são os limites de financiamento? O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), devendo ser considerados, na apuração desse limite, os créditos de custeio tomados com recursos controlados, exceto aqueles tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento regional. O limite de crédito para investimento rural com recursos obrigatórios, por beneficiário, por ano agrícola, em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$385.000,00 (trezentos e oitenta e cinco mil reais) independentemente dos créditos obtidos para outras finalidades. Quais são as taxas efetivas de juros segundo a origem dos recursos aplicados? a) recursos controlados, exceto quanto aos dos Fundos Constitucionais: I - obrigatórios: taxa efetiva de juros de 8,75% a.a. (oito inteiros e setenta e cinco centésimos por cento ao ano) para as operações contratadas a partir de 1º/7/2015, permitida a sua redução, a critério da instituição financeira, em financiamentos de custeio rural a produtores e suas cooperativas de produção agropecuária em que o tomador dispuser ... ...de mecanismo de proteção de preço ou de seguro da produção esperada ou ao amparo do Proagro; II - das Operações Oficiais de Crédito: a serem divulgadas quando da instituição da respectiva linha de crédito; III - nas operações subvencionadas pela União, sob a forma de equalização de encargos financeiros: de acordo com o que for definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN); IV - créditos de comercialização: taxa efetiva de juros de 10,5% a.a. (dez inteiros e cinco décimos por cento ao ano) para as operações de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP), e de 8,75% a.a. (oito inteiros e setenta e cinco centésimos por cento ao ano) para as demais operações de comercialização; b) recursos não controlados: livremente pactuadas entre as partes, observando-se que no caso de recursos da poupança rural, deve-se tomar por base: I - a remuneração básica aplicável aos depósitos de poupança com data de aniversário no dia da assinatura do respectivo contrato, acrescida de taxa efetiva de juros; ou II - taxa efetiva de juros prefixada. Como obter financiamentos ao amparo dos Programas com recursos equalizados pelo Tesouro Nacional junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)? Por meio dos agentes financeiros credenciados pelo BNDES. Como pode ser liberado o crédito rural? De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de depósitos, de acordo com as necessidades do empreendimento, devendo sua utilização obedecer a cronograma de aquisições e serviços. Como deve ser pago o crédito rural? De uma vez só ou em parcelas, segundo os ciclos das explorações financiadas. O prazo e o cronograma de reembolso devem ser estabelecidos em função da capacidade de pagamento, de maneira que os vencimentos coincidam com as épocas normais de obtenção dos rendimentos da atividade assistida. A instituição financeira é obrigada a fiscalizar a aplicação do valor financiado? Sim. É obrigatória a fiscalização direta de todos os créditos, ressalvados os casos expressamente previstos. Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito rural? Deve ser efetuada nos seguintes momentos: Crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita; Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação; Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação, em época que seja possível verificar sua correta aplicação; e... Crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão do cronograma de execução, previsto no projeto; demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para comprovar a realização das obras, serviços ou aquisições. Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o desenvolvimento das atividades financiadas e a situação das garantias, se houver. Quais são os instrumentos utilizados para a formalização do crédito rural? De acordo com o Decreto-Lei nº 167, de 14.02.1967, e da Lei nº 10.931,de 02.08.2004, a formalização do crédito rural pode ser realizada por meio dos seguintes títulos: Cédula Rural Pignoratícia (CRP); Cédula Rural Hipotecária (CRH); Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH); Nota de Crédito Rural (NCR). Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB). Faculta-se a formalização do crédito rural por meio de contrato, no caso de peculiaridades insuscetíveis de adequação aos títulos acima mencionados. O que são esses títulos de crédito? São promessas de pagamento sem ou com garantia real cedularmente constituída, isto é, no próprio título, dispensando documento à parte. A garantia pode ser ofertada pelo próprio financiado, ou por um terceiro. Embora seja considerada um título civil, é evidente sua comercialidade, por sujeitar-se à disciplina do direito cambiário. O que é Nota Promissória Rural? Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza entregues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa física. O que é Duplicata Rural? Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica. Segundo a natureza das garantias como devem ser utilizados os títulos de crédito rural? Com garantia real: penhor: Cédula Rural Pignoratícia; hipoteca: Cédula Rural Hipotecária; penhor e hipoteca: Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária. Com ou sem garantia real ou fidejussória: Cédula de Crédito Bancário e contrato. Sem garantia real: Nota de Crédito Rural. Quando o título de crédito rural adquire eficácia contra terceiros? Apesar de a cédula rural valer entre as partes desde a emissão, ela só adquire eficácia contra terceiros depois de registrada no Cartório de Registro de Imóveis competente. Ano a ano, o governo Federal tem alocado cada vez mais recursos para o crédito rural. A maior parte do dinheiro destina-se a créditos de custeio para cobrir os gastos rotineiros com as atividades no campo. Esse dinheiro é tomado diretamente nos bancos ou por meio das cooperativas de crédito. 5.4. COMERCIALIZAÇÃO E ABASTECIMENTO Garantir o abastecimento nacional com alimentos de qualidade e assegurar ao produtor preços que permitam sua manutenção na atividade rural é um compromisso do Ministério da Agricultura. A cada safra, as diretrizes da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) são coordenadas, elaboradas, acompanhadas e avaliadas para garantir segurança alimentar e a comercialização dos produtos agropecuários. O financiamento da estocagem, a armazenagem, a venda de estoques públicos de produtos e a equalização de preços e custos são alguns dos mecanismos de que o ministério se vale para garantir abastecimento e comercialização. Toneladas de produtos excedentes podem ser comercializadas, por meio de leilões eletrônicos monitorados pelo governo, de forma a abastecer regiões deficitárias e, ao mesmo tempo, garantir aos produtores um preço que lhes permita manter-se na atividade rural. 5.5. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE SUBSIDIOS Subsídios são instrumentos para controle da inflação e para viabilizar exportações... O subsídio, ou subvenção, é um dos principais instrumentos de política pública utilizados pelos países com o objetivo de promover crescimento econômico e/ou bem- estar social. Trata-se de intervenção do governo para apoiar setores da sociedade por meio de transferência de dinheiro público aos agentes envolvidos, sem a contrapartida de restituição. O benefício pode ser percebido de modo individual ou coletivo (segmentos produtivos, instituições, empresas etc.). Uma justificativa para subsidiar os agentes econômicos está no estímulo à adoção de novas tecnologias (investimentos), com vistas a ganhos na produtividade e em maior competitividade, notadamente, em mercados globalizados. No setor agrícola, o grau de incerteza quanto à obtenção de renda é importante na determinação do nível de investimento, porque durante o processo de produção podem ocorrer eventos que afetarão a quantidade física planejada, sobre os quais o produtor tem apenas algum (pragas e doenças) ou nenhum controle (clima). Essa característica peculiar, associada às funções socioeconômicas e ambientais da agricultura, é um dos argumentos para justificar o subsídio dirigido para esse setor. Outra motivação para utilizar o subsídio é o controle inflacionário. Os produtos agrícolas, principalmente os gêneros alimentícios, historicamente, têm sido alvos frequentes de ações governamentais com vistas ao controle de preços, dada a sua importância na cesta básica do trabalhador. Outra forma de intervenção sobre o preço na comercialização pode ocorrer com o objetivo de viabilizar as exportações. 5.6. POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS 95 O preço mínimo é um valor monetário definido pelo Governo, por meio de Portaria do Mapa, após aprovação de voto pelo Conselho Monetário Nacional, para cada produto objeto da política, em geral, com vigência de um ano-safra. 96 A Política de Garantia de Preços Mínimos constitui uma intervenção do Governo no mercado com a finalidade de garantir aos produtores o recebimento desse valor quando os preços de mercado se situarem em níveis inferiores aos mínimos. 97 A Política de Garantia de Preços Mínimos – PGPM surgiu no Brasil em 1943, com a Comissão de Financiamento da Produção – CFP, instituição responsável pela execução direta de toda a política de preços mínimos até o final da década de 1980, quando foi substituída pela Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. 98 O objetivo da PGPM caracterizava-se essencialmente por estabilizar preços e garantir renda ao agricultor. Trata-se de um mecanismo que busca garantir ao produtor rural uma receita mínima por unidade de produto e, com isso, assegurar o abastecimento interno de alimentos. 99 Nesse contexto, a PGPM buscava antecipar e garantir o preço de equilíbrio das estruturas de oferta e demanda para o período da colheita, sem ônus ao produtor, o que equivaleria a um seguro de preços. Para atingir os objetivos da PGPM, até o final da década de 1980, a CFP utilizava essencialmente dois instrumentos: Aquisição do Governo Federal – AGF e Empréstimo do Governo Federal – EGF. 100 101 Após quatro décadas a PGPM, seguiu apresentando sinais de fragilidades de operacionalização. Essa dificuldade na operacionalização da PGPM, se acentua na década de 1990, com a intensificação da necessidade de austeridade fiscal e, em especial, com o aprofundamento da abertura comercial, que torna ainda mais difícil o objetivo de estabilização de preços e garantia de renda ao agricultor com os instrumentos até então executados pela CFP. 102 6. CRIAÇÃO DA CONAB 103 No início dos anos 1990, diante de um cenário de enfraquecimento da política agrícola, motivado, parcialmente, pela escassez de recursos públicos e pela modificação na política de comércio exterior, como já visto, o governo altera a instituição responsável pela execução da PGPM, alicerçada no chamado Plano Brasil Novo, da gestão Fernando Collor de Mello. 104 Esse plano adotou um elenco de medidas, objetivando, entre outros aspectos, estruturar e ordenar a produção agrícola e garantir o abastecimento da nação. Diante desse contexto e amparado na Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990,o poder executivo cria a CONAB. 105 Derivada da fusão da COBAL, da CIBRAZEM e da CFP, a nova instituição centralizou e racionalizou a utilização dos instrumentos econômicos da Política Nacional de Abastecimento, de forma a permitir maior agilidade e independência operacional na execução de suas atividades principais. Entre elas, a formulação e a execução da PGPM, estoques reguladores e estratégicos, coordenação e serviços de armazenagem, e de programas de caráter social de atendimento às populações carentes. 106 De acordo com a Lei 8.029/1990, os objetivos específicos da CONAB seriam: a) garantir ao pequeno e médio produtor os preços mínimos e a armazenagem para guarda e conservação de seus produtos; b) suprir carências alimentares em áreas desassistidas ou não suficientemente atendidas pela iniciativa privada; c) fomentar o consumo dos produtos básicos e necessários à dieta alimentar das populações carentes; 107 d) formar estoques reguladores e estratégicos, objetivando absorver excedentes e corrigir desequilíbrios decorrentes de manobras especulativas; e) participar da formulação de políticas agrícolas; f) fomentar – através de intercâmbio com universidades, centros de pesquisa e organismos internacionais – a formação e o aperfeiçoamento de pessoal especializado em atividades relativas ao setor de abastecimento. 108 Um aspecto que se destaca entre os objetivos da CONAB, que até então as companhias fusionadas não apresentavam explicitamente, é a finalidade de atender as necessidades nutricionais básicas da população. 109 Para que as necessidades nutricionais básicas da população fossem supridas, três fatores essenciais deveriam ser satisfeitos: a oferta de alimentos em volume suficiente; a fluência na circulação de produtos e; a disponibilidade de renda para a aquisição desses produtos. 110 111 112 Com o objetivo de promover a segurança alimentar e nutricional, a Conab executa ações e programas de Abastecimento Social como: Atendimento Emergencial, Ajuda Humanitária Internacional, Doação de Cestas, Distribuição de Cestas e Vendas em Balcão. 113 A Segurança Alimentar e Nutricional, enquanto estratégia ou conjunto de ações, deve ser intersetorial e participativa. Com foco na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, deve ocorrer em quantidade suficiente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. É ainda essencial que tenha como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. 114 A Conab, no escopo de sua missão institucional, exerce um contínuo trabalho para o fortalecimento das políticas públicas voltadas à Agricultura Familiar. Atualmente, no Brasil, a maioria dos estabelecimentos agropecuários são da agricultura familiar (mais de 80%). Esta atividade contribui para a redução do êxodo rural e para a geração de capital no setor agropecuário, ao promover o desenvolvimento rural com a geração de renda e emprego, bem como se mostra uma importante fonte de alimentos de qualidade para o mercado interno, solidificando as estratégias de segurança alimentar do país. 115 Esta atividade contribui para a redução do êxodo rural e para a geração de capital no setor agropecuário, ao promover o desenvolvimento rural com a geração de renda e emprego, bem como se mostra uma importante fonte de alimentos de qualidade para o mercado interno, solidificando as estratégias de segurança alimentar do país. 116 Na Conab, destacam-se ações voltadas aos agricultores familiares, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); compras institucionais, por meio de chamadas públicas, para distribuição de alimentos a grupos específicos; apoio a projetos que contribuam para o fortalecimento social e econômico de organizações produtivas rurais de base familiar; e o Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF). 117 Objetivando promover cada vez mais a transparência dos gastos públicos, a Conab tem atuado no sentido de incentivar o controle social, pautada pela legalidade e ética. Na página da Conab vocês poderão consultar, on-line, as informações referentes aos projetos aprovados de Compra com Doação Simultânea (CPR Doação) ou Apoio à Formação de Estoque pela Agricultura Familiar (CPR Estoque), do PAA, pelo link Transparência Pública do PAA. 118 O sistema de armazenagem é um dos componentes da Política Agrícola e Pecuária instituída pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cuja finalidade principal é garantir o fluxo de abastecimento constante, proporcionando maior estabilidade de preços e de mercado. Os programas institucionais da Conab, realizados por meio da formação de estoques de produtos agrícolas, necessitam de suporte logístico fornecido pela rede armazenadora do país, sendo que os estoques públicos, atualmente, podem ser armazenados tanto em armazéns próprios, quanto em armazéns de terceiros. http://www.agricultura.gov.br/assuntos/politica-agricola/infraestrutura-e-logistica 119 A armazenagem é uma área estratégica na logística do abastecimento e, no âmbito da Conab, a atividade vai além da guarda e conservação de produtos agrícolas estocados. São ações e articulações que envolvem estudo, planejamento e administração, incluindo, por exemplo, a gestão do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, que mostra a localização geográfica dos armazéns brasileiros, informando a razão social, o tipo da estrutura, endereço, quantidade e sua capacidade estática de estocagem. 120 Na página da Conab você encontrará informações relativas às operações de comercialização realizadas pela Conab, nas operações de Subvenção da Cana-de- Açúcar, assim como as operações dos Leilões Agropecuários com ou sem subvenção, sejam aquelas voltadas para as atividades finalísticas e/ou as realizadas a título de prestação de serviços a terceiros. https://www.conab.gov.br/comercializacao/subvencao-da-cana-de-acucar https://www.conab.gov.br/comercializacao/leiloes-agropecuarios 121 A formação de estoques públicos tem como objetivo executar a política governamental de intervenção no mercado para garantir o preço e a renda do produtor, bem como sua administração e manutenção a fim de regular o abastecimento interno, comercializando os estoques na entressafra para atenuar as oscilações de preço. 122 Na página da Conab você poderá consultar a posição dos estoques governamentais, das séries históricas e outras informações sobre remoção de estoques, além de informações consolidadas acerca de estoques privados. As informações divulgadas incluem o volume, o tipo e a distribuição espacial, por segmento, dos armazenadores dos estoques privados e as características das unidades armazenadoras onde é feita a conservação do produto. https://www.conab.gov.br/estoques/gestao-dos-estoques-publicos https://www.conab.gov.br/estoques/estoques-privados https://www.conab.gov.br/estoques/remocao-de-estoques https://www.conab.gov.br/estoques/aquisicoes 123 O desenvolvimento da agropecuária, da segurança alimentar e nutricional e do abastecimento estão diretamente relacionados à qualidade de informação agropecuária e conhecimento disponíveis. O acesso a esses elementos é condição essencial para a criação de oportunidades de investimentos produtivos e para tomada de decisão pelos agentes estatais e não estatais. 124 A Conab tem como um de seus objetivos munir os diversos agentes envolvidos no desenvolvimento da agropecuária brasileira de dados e informações, de modo a embasar políticas públicas e decisões tanto do governo, quanto da iniciativa privada, e até mesmo do cidadão. 125 Na página, você encontrará informações de levantamentos e estudos da Companhia acerca de custosde produção, preços agropecuários, mercado hortigranjeiro, conjunturas de mercados dos diversos produtos agropecuários e acompanhamento da safra brasileira. https://www.conab.gov.br/info-agro/analises-do-mercado-agropecuario-e-extrativista https://www.conab.gov.br/info-agro/custos-de-producao https://www.conab.gov.br/info-agro/hortigranjeiros-prohort https://www.conab.gov.br/info-agro/precos https://www.conab.gov.br/info-agro/safras http://portaldeinformacoes.conab.gov.br/ 7. POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS PARA PRODUTOS DA SOCIOBIODIVERSIDADE 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 CONAB HOJE!! 138 Lida com abastecimento desde sua criação; Tem expertise em logística; Responsável pela fiscalização dos armazéns e produtos armazenados (que era feita pelo Banco do Brasil e passou, a partir de 1994, a ser feita somente pela Conab); Fiscalização gerando segurança alimentar; Opera o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), desde julho de 2003; Opera a PGPM; Opera a PGPM-Bio, desde 2009; 139 Produz informações relativas a levantamento de safras e custo de produção desde sua criação, em 1990. Georeferenciamento: foi feito um projeto piloto em 1998, junto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde 2004, tornou-se prática na empresa, que cada vez mais alia pesquisa de campo à tecnologia. Observatório Agrícola: o projeto vem sendo construído desde 2012, e transformará o futuro da Conab. ... 140 8. PRONAF 141 O PRONAF, instituído em 1996 por meio do Decreto nº 1.946, foi planejado e implementado com base em uma discussão na qual se inseriu uma ampla rede de organizações, envolvendo diversas escalas governamentais, organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais, dentre outros atores. 142 Em seu desenho institucional inicial, o PRONAF foi organizado em três linhas distintas: i) Crédito, linha esta que, desde o início do programa, foi a principal em termos de volume de recursos (mais de 90% do total); ii) Infraestrutura e Serviços Municipais, que a partir de 2003 passou a ser deliberada em âmbito territorial; e iii) Capacitação, que perdeu sua importância atualmente. 143 As fontes de recursos para o PRONAF apontadas pelo Governo Federal são: O Orçamento Geral da União (OGU), Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), bancos cooperativos e os fundos constitucionais e exigibilidade bancária. Os recursos são alocados pelo Tesouro Nacional tanto para o financiamento direto aos beneficiários como para a equalização dos juros nos financiamentos do FAT. 144 O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País. 145 O PRONAF precisou passar por diversas alterações e aperfeiçoamentos para alcançar uma maior capacidade de operacionalização. As principais alterações ocorreram a partir de 1999, quando optou-se por segmentar os agricultores beneficiários em grupos distintos, com base principalmente na renda bruta anual. 146 Esta adequação propiciou que as regras de financiamento atendessem melhor à realidade de cada grupo, sendo que os encargos financeiros e os descontos passaram a auxiliar mais os agricultores com menores faixas de renda e em maiores dificuldades produtivas. Foram surgindo também algumas linhas de crédito para atividades especiais, como a agroecologia, e para grupos específicos (mulheres, jovens e pescadores). 147 Outro conjunto de mudanças foi em relação aos juros, com o Banco Central definindo uma taxa fixa – antiga reivindicação dos agricultores – que permitiu uma redução progressiva dos encargos financeiros por operação de crédito, bem como a dilatação de prazos e carências para os agricultores saldarem suas dívidas. A inserção destes novos componentes institucionais permitiu a ampliação do número total de agricultores familiares no programa, até então excluídos do sistema financeiro. 148 149 O fator mais importante do PRONAF foi a institucionalização de uma nova relação entre o sistema bancário e a agricultura familiar, acarretando em uma “dimensão pública” inédita no país. Com isto, a institucionalização do PRONAF e sua propagação em todo o território nacional trouxeram um novo cenário para a disseminação do microcrédito no Brasil, em especial para atividades produtivas rurais. O microcrédito é uma modalidade de financiamento que tem como objetivo oferecer acesso, em condições especiais, a linhas de crédito para pequenos investidores. 150 O acesso ao Pronaf inicia-se na discussão da família sobre a necessidade do crédito, seja ele para o custeio da safra ou atividade agroindustrial, seja para o investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura de produção e serviços agropecuários ou não agropecuários. 151 Após a decisão do que financiar, a família deve procurar o sindicato rural ou a empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), como a Emater, para obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que será emitida segundo a renda anual e as atividades exploradas, direcionando o agricultor para as linhas específicas de crédito a que tem direito. Para os beneficiários da reforma agrária e do crédito fundiário, o agricultor deve procurar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou a Unidade Técnica Estadual (UTE). 152 O agricultor deve estar com o CPF regularizado e livre de dívidas. As condições de acesso ao Crédito Pronaf, formas de pagamento e taxas de juros correspondentes a cada linha são definidas, anualmente, a cada Plano Safra da Agricultura Familiar, divulgado entre os meses de junho e julho. 153 Linhas de crédito do Pronaf • Pronaf Custeio Destina-se ao financiamento das atividades agropecuárias e de beneficiamento ou industrialização e comercialização de produção própria ou de terceiros enquadrados no Pronaf. • Pronaf Mais Alimentos - Investimento Destinado ao financiamento da implantação, ampliação ou modernização da infraestrutura de produção e serviços, agropecuários ou não agropecuários, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas. 154 • Pronaf Agroindústria Linha para o financiamento de investimentos, inclusive em infraestrutura, que visam o beneficiamento, o processamento e a comercialização da produção agropecuária e não agropecuária, de produtos florestais e do extrativismo, ou de produtos artesanais e a exploração de turismo rural. • Pronaf Agroecologia Linha para o financiamento de investimentos dos sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento. 155 • Pronaf Eco Linha para o financiamento de investimentos em técnicas que minimizam o impacto da atividade rural ao meio ambiente, bem como permitam ao agricultor melhor convívio com o bioma em que sua propriedade está inserida. • Pronaf Floresta Financiamento de investimentos em projetos para sistemas agroflorestais; exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo florestal, recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal e recuperação de áreas degradadas. 156 • Pronaf Semiárido Linha para o financiamento de investimentos em projetos de convivência com o semi-árido, focados na sustentabilidade dos agroecossistemas, priorizando infraestrutura hídrica e implantação, ampliação, recuperação ou modernização das demais infraestruturas, inclusive aquelas relacionadas com projetos de produção e serviços agropecuários e não agropecuários, de acordo com a realidade das famílias agricultoras da região Semiárida.• Pronaf Mulher Linha para o financiamento de investimentos de propostas de crédito da mulher agricultora. 157 • Pronaf Jovem Financiamento de investimentos de propostas de crédito de jovens agricultores e agricultoras. • Pronaf Custeio e Comercialização de Agroindústrias Familiares Destinada aos agricultores e suas cooperativas ou associações para que financiem as necessidades de custeio do beneficiamento e industrialização da produção própria e/ou de terceiros. 158 • Pronaf Cota-Parte Financiamento de investimentos para a integralização de cotas-partes dos agricultores familiares filiados a cooperativas de produção ou para aplicação em capital de giro, custeio ou investimento. • Microcrédito Rural Destinado aos agricultores de mais baixa renda, permite o financiamento das atividades agropecuárias e não agropecuárias, podendo os créditos cobrirem qualquer demanda que possa gerar renda para a família atendida. Créditos para agricultores familiares enquadrados no Grupo B e agricultoras integrantes das unidades familiares de produção enquadradas nos Grupos A ou A/C. 159 Microcrédito Rural (Pronaf Grupo B) Criado em 2000 no âmbito do Pronaf para combater a pobreza rural, o Microcrédito Rural (também conhecido como Grupo B do Pronaf) é estratégico para os agricultores familiares pobres, pois valoriza o potencial produtivo deste público e permite estruturar e diversificar a unidade produtiva. Pode financiar atividades agrícolas e não agrícolas geradoras de renda. 160 São atendidas famílias agricultoras, pescadoras, extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas que desenvolvam atividades produtivas no meio rural. Elas devem ter renda bruta anual familiar de até R$ 20 mil, sendo que no mínimo 50% da renda devem ser provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento rural. 161 A operacionalização do Microcrédito Rural é feita com recursos do Tesouro Nacional e dos Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Oferece bônus de adimplência sobre cada parcela da dívida paga até a data de seu vencimento. Além de ser ofertado com taxa de juros de 0,5% ao ano e ter prazo de reembolso de até dois anos para cada financiamento. 162 9. OS NOVOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA AGRÍCOLA BRASILEIRA 163 9.1. CÉDULA DO PRODUTO RURAL (CPR) A Cédula do Produto Rural é um título de promessa de entrega futura de produtos rurais emitido pelo produtor, associação ou cooperativa de produtores, podendo ser negociado em mercados de bolsas ou fora deles. Trata-se da regulamentação e padronização de operações de venda antecipada, conhecidas no Centro-Oeste como “venda de soja verde” e no Nordeste como “venda na folha”. Vendendo antecipadamente, o produtor elimina o risco de preço e obtém recursos para financiar o custeio de sua produção. 164 A operação de venda antecipada por meio da CPR é praticada diretamente entre produtores e agroindústria e/ou comerciantes. Isso requer não apenas a regulamentação como também a intervenção de uma instituição financeira que opera como avalista do título, para o qual cobra uma comissão. O título avalizado por um banco pode ser facilmente vendido. No final, o produtor recebe o preço esperado para a data de entrega do produto, em geral o preço futuro do produto negociado em bolsa, descontado de um deságio e da comissão paga ao avalista. 165 9.2. CONTRATO DE OPÇÃO DE VENDA (COV) O Contrato de Opção de Venda Público é uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural e/ou sua cooperativa o direito – mas não a obrigação – de vender seu produto para o governo, numa data futura, a um preço previamente fixado e faz parte da Política de Garantia de Preços Mínimos do Governo Federal (PGPM). 166 Essa modalidade é lançada quando o mercado está abaixo ou com tendência a alcançar valor menor que o preço mínimo e o governo tem interesse de sinalizar preço futuro para o mercado. O leilão é realizado por meio do Sistema Eletrônico de Comercialização da Conab (SEC), sendo que o aviso específico é divulgado com antecedência mínima de cinco dias no portal da Conab contendo todas as condições da operação. 167 9.3. PRÊMIO PARA ESCOAMENTO DE PRODUTO (PEP) O objetivo prioritário do PEP é garantir um preço de referência ao produtor e às cooperativas e, ao mesmo tempo, contribuir para a estabilidade do abastecimento interno. O preço de referência é definido pelo governo federal, com base no nível do preço mínimo de garantia. 168 O governo, por intermédio da Conab, oferece um bônus ou prêmio, em leilões públicos, aos interessados (intermediários e agroindústrias) em adquirir o produto diretamente do produtor ou da cooperativa pelo preço de referência. O valor desse prêmio é, em média, equivalente à diferença entre o preço de referência e o de mercado. Todos os produtos da Política de Garantia de Preços Mínimos podem participar do PEP. A escolha do produto e do momento de implementar os leilões depende das condições de comercialização de cada produto e da necessidade de garantir o preço de referência. 169 9.4. NOVOS TÍTULOS FINANCEIROS PARA O AGRONEGÓCIO O crédito destinado à comercialização de produtos agropecuários sempre esteve fortemente vinculado às operações de EGF (Empréstimo do Governo Federal) patrocinadas pelo governo federal. Com o objetivo de diversificar as fontes de recursos, atraindo capitais privados para o financiamento da comercialização, novos títulos foram criados pelo governo. 170 Cooperativas, prestadores de serviços, supridores e compradores da produção agropecuária, instituições financeiras e empresas de securitização realizam operações de crédito para os produtores rurais. Essas organizações ficam de posse de títulos emitidos pelos produtores rurais, tais como, duplicata, nota promissória, contratos etc. Esses títulos ficam em carteira e comprometem o capital de giro do fornecedor de insumos, da agroindústria, do distribuidor, da cooperativa etc. 171 9.5. LINHA ESPECIAL DE COMERCIALIZAÇÃO (LEC) A LEC foi lançada em 2003 com o objetivo de aumentar a liquidez na comercialização. É um instrumento complementar ao tradicional EGF, mas traz as vantagens da maior flexibilidade operacional e do financiamento a preços acima do mínimo de garantia, que é base do EGF. Dessa forma, o tomador pode levantar um volume maior de recursos para a compra e estocagem do produto. É um instrumento que o governo tem à mão para dar liquidez adicional aos mercados agropecuários, sempre que necessário. ... 172Booooooraa profi!!!!
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