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Auditoria Ambiental: Histórico e Conceito

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AULA 1 
AUDITORIA E PERÍCIA 
AMBIENTAL 
Prof. Marcelo Schmid 
 
 
2 
TEMA 1 – HISTÓRICO 
Segundo Maia Neto (2012), as auditorias ambientais surgiram no final da 
década de 1970 nos Estados Unidos da América, onde as empresas as adotaram 
voluntariamente como uma ferramenta de gerenciamento para identificar 
antecipadamente os problemas causados por suas operações. As auditorias eram 
vistas como uma forma de reduzir custos com eventuais correções onerosas. 
Submetendo-se às auditorias, as empresas se preparavam para as inspeções da 
Environmental Protection Agency (EPA), porém, segundo Freitas (2001), o papel 
da EPA em relação à auditoria ambiental foi se modificando ao longo do tempo, 
dando forma ao próprio conceito de auditoria como atualmente conhecemos: 
 1980 – A EPA requeria a implantação de programas de auditoria ambiental 
a qualquer empresa que causasse danos ao meio ambiente; 
 1981 – A EPA passou a encarar a auditoria ambiental como de utilização 
voluntária por parte das empresas e as incentivava a adotá-la fornecendo, 
em contrapartida, por exemplo, a agilização de processos de pedidos de 
licença e a diminuição no número de visitas de fiscalização; e 
 1982 – A EPA assumiu o papel de incentivadora de auditorias voluntárias, 
sem conceder benefícios, e de fornecedora de assistência a programas de 
auditoria ambiental. 
A Holanda foi o primeiro país da Europa onde as empresas passaram a 
adotar as auditorias na gestão ambiental. A iniciativa, ocorrida em 1985, partiu de 
filiais de empresas estadunidenses, a exemplo do que aconteceu nos demais 
países nos quais a prática se expandiu. 
Apesar das auditorias ambientais terem sido criadas nos EUA, a primeira 
norma de sistema de gestão ambiental que estabeleceu parâmetros para a 
execução de auditorias foi criada em 1992 no Reino Unido, a BS 7750, que foi 
baseada em uma norma preexistente de sistema de gestão de qualidade (BS 
5770). Iniciativa semelhante aconteceu na França. Posteriormente a Comunidade 
Econômica Europeia adotou regulamento que entrou em vigor em 1995 criando o 
Environmental Management and Auditing Scheme (EMAS). 
Internacionalmente a normalização de auditorias ambientais ocorreu no 
âmbito da International Organization for Standardization (ISO). No Brasil, a 
normalização se deu em 1996 por meio da apresentação, pela ABNT, das NBR 
ISO 14010, 14011 e 14012, as quais embasarão os conceitos a serem tratados 
 
 
3 
em diversos temas das aulas desta disciplina, além da NBR ISO 19011 (Diretrizes 
para auditoria de sistemas de gestão), de 2002. 
Em praticamente todo o mundo as auditorias ambientais são voluntárias. 
As empresas que delas se utilizam costumam adotar o chamado marketing verde 
e precisam demonstrar aos seus consumidores e clientes que realmente dispõem 
de um processo produtivo que atende às conformidades ambientais e respeita o 
meio ambiente. As auditorias independentes são uma forma de comprovar aquilo 
que elas divulgam em sua publicidade. As relações com as instituições 
governamentais fiscalizadoras acabam melhorando, o que evita ou reduz as 
sanções administrativas ou penais e as reparações por danos causados ao meio 
ambiente e a terceiros. Com exceção da atuação inicial da EPA nos Estados 
Unidos, nenhuma das normas internacionais jamais obrigou as empresas a 
realizarem auditorias ambientais. Apenas estabeleciam parâmetros de como 
proceder no caso de optarem pela realização das auditorias. 
TEMA 2 – CONCEITO E MOTIVAÇÃO 
Neste tema será apresentado o conceito de auditoria ambiental e discutido 
qual é a real motivação de uma empresa para desenvolver uma auditoria 
ambiental em suas atividades. 
2.1 Conceito 
De acordo com a NBR ISO 14010 (ABNT1996b), auditoria ambiental é o 
processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e 
avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as 
atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais especificados ou 
as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de 
auditoria, e para comunicar os resultados desse processo ao cliente. 
Segundo Freitas (2001), os resultados de uma auditoria ambiental retratam 
o desempenho ambiental de determinada instituição, com relação ao critério de 
auditoria considerado, em um dado momento. 
2.2 Motivação para realizar uma auditoria 
Diversos são os motivos que podem levar uma empresas a desenvolver 
uma auditoria ambiental. De forma ampla, auditorias ambientais são 
 
 
4 
desenvolvidas pelas organizações todas as vezes em que estas desejam verificar 
o seu desempenho ambiental, em face de um padrão preestabelecido, para 
atender a necessidades internas e externas na organização. 
Isso quer dizer que o agente motivador de uma auditoria ambiental pode 
estar tanto dentro da empresa quanto fora, e também quer dizer que os benefícios 
advindos de uma auditoria ambiental podem ser percebidos tanto interna quanto 
externamente, conforme será visto no decorrer das aulas. 
TEMA 3 – OBJETIVOS DA AUDITORIA 
Neste tema serão apresentados os objetivos geral e específicos de uma 
auditoria ambiental. 
3.1 Objetivo geral 
O objetivo geral de uma auditoria ambiental é, segundo Juchem (1995), 
“Buscar, de forma permanente, a melhoria da compatibilidade ambiental das 
ações, processos, produtos e serviços de empresas e instituições.” 
3.2 Objetivos específicos 
De forma específica, a auditoria ambiental pode ser realizada com 
diferentes finalidades, conforme citado por Freitas (2001) e diversos autores: 
 Avaliação de impacto ambiental. A auditoria realizada após a implantação 
de um empreendimento permite averiguar se as medidas de mitigação e 
monitoramento previstas foram instaladas; se essas medidas têm 
desempenho satisfatório; se e como os impactos previstos se realizaram; 
ou ainda, se ocorreram impactos que não estavam previstos; 
 Contratação de seguro ambiental para um empreendimento, ao citar a 
necessidade da realização, pela empresa seguradora, de uma inspeção 
técnica criteriosa das instalações; 
 Verificação do cumprimento da legislação aplicável existente 
(conformidade), auditoria de ambição limitada, pois se restringe à 
legislação existente; 
 Avaliação de risco no caso de um contrato de seguro ou, em um âmbito 
mais geral, no caso de uma análise de risco. Neste último caso, ela é útil 
para a empresa conhecer com precisão a extensão do risco de um acidente 
 
 
5 
para o meio ambiente e, consequentemente, os riscos jurídico, econômico 
e financeiro. 
 Para basear operações de fusão, absorção ou de aquisição, quando uma 
empresa que deseja, por exemplo, adquirir outra empresa, pode solicitar 
uma auditoria ambiental para saber a natureza dos riscos ao qual ela 
estaria sujeita. 
 Gerenciamento geral, com a finalidade de verificar todos os possíveis 
impactos da empresa sobre o meio ambiente. Essa auditoria permite a 
definição de uma orientação e de uma política da empresa por meio da 
totalidade dos dados ambientais e considera as evoluções futuras do 
contexto jurídico. 
 Avaliação do sistema de gestão ambiental de uma empresa, seguindo os 
preceitos da norma NBR ISO 14011 (ABNT, 1996c), com vistas à 
certificação; 
 A auditoria pode também ser utilizada como um instrumento de comando e 
controle, pelo governo, conforme será abordado mais adiante, no tema 
“Auditoria ambiental compulsória”. 
TEMA 4 – BENEFÍCIOS E DIFICULDADES 
A auditoria apresenta, obviamente, uma série de aspectos positivos, que 
geram benefícios para as empresas e, consequentemente, as motiva a realizarem 
a auditoria, porém, em contrapartida, existem também dificuldades inerentes à 
auditoria ambiental que podem desmotivar as empresas que pretendem 
implementá-la. 
4.1 Benefícios 
Os principais benefícios de uma auditoria ambiental são: 
I. Ajudar na proteção do meio ambiente; 
II. Identificar e documentaro cumprimento de políticas, diretrizes e padrões 
ambientais; 
III. Geração de oportunidades de redução de custos, através do maior 
controle de matéria e energia; 
IV. Aumentar a sensibilização e responsabilidade ambiental de dirigentes e 
empregados; 
 
 
6 
V. Melhorar a imagem institucional da empresa; 
VI. Proteger a empresa contra eventuais ações de responsabilidade civil; 
VII. Avaliação de passivos ambientais em processos de venda ou fusão, 
evitando surpresas pós aquisição; 
VIII. Acessar taxas de seguro mais baratas; 
IX. Facilitar a obtenção de seguro para danos ambientais; 
X. Facilitar a retirada de financiamentos no BNDES e outras instituições 
bancárias. 
4.2 Dificuldades 
As seguintes dificuldades inerentes ao processo de auditoria ambiental 
podem ser relacionadas: 
I. Não poder ser implantada e mantida sem um gasto considerável; 
II. Exigir a alocação de empregados especializados ou a contratação de 
serviços de terceiros; 
III. Pode levar a uma falsa imagem da empresa se não houver cautela na 
interpretação e divulgação dos resultados; 
IV. Poderá ocasionar uma falsa sensação de segurança ambiental, em 
especial se a auditoria for realizada de maneira incompleta ou por 
auditores inexperientes. 
TEMA 5 – NORMAS de AUDITORIA 
As três normas relativas à auditoria ambiental da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas – ABNT, que consistem em traduções das normas da 
International Organization for Standardization - ISO, são as seguintes: NBR ISO 
14010 (ABNT, 1996b), NBR ISO 14011 (ABNT, 1996c) e NBR ISO 14012 (ABNT, 
1996d). 
5.1 Diretrizes para auditoria ambiental - Princípios gerais - NBR ISO 14010 
Essa norma, que estabelece os princípios gerais aplicáveis a todos os tipos 
de auditoria ambiental, está estruturada em três grandes temas: definições, 
requisitos e princípios gerais. A NBR ISO 14010 recomenda como requisitos para 
a realização de uma auditoria ambiental que o objeto enfocado para ser auditado 
e os responsáveis por tal objeto devam estar claramente definidos e 
 
 
7 
documentados e que a auditoria só seja realizada se o auditor líder estiver 
convencido da existência de informações suficientes e apropriadas, de recursos 
adequados de apoio ao processo de auditoria e de cooperação ao auditado 
(ABNT, 1996b). 
A norma (ABNT, 1996b) aponta os princípios gerais para condução de 
auditorias, os quais são relacionados a seguir: 
I. Definição dos objetivos e escopo da auditoria; 
II. Objetividade, independência e competência para realizar a auditoria; 
III. Profissionalismo; 
IV. Procedimentos sistemáticos; 
V. Critérios, evidências e constatações; 
VI. Confiabilidade das constatações e conclusões de auditoria; 
VII. Relatório de auditoria. 
5.2 Diretrizes para auditoria ambiental – Procedimentos de auditoria – 
Auditoria de sistemas de gestão ambiental – NBR ISO 14011 
Essa norma estabelece procedimentos para condução, especificamente, 
de auditorias de sistema de gestão ambiental. Está estruturada em quatro temas: 
definições; objetivos, funções e responsabilidades da auditoria do sistema de 
gestão ambiental; etapas da auditoria de sistema de gestão ambiental; e 
encerramento da auditoria. 
Quanto aos objetivos, funções e responsabilidades da auditoria do sistema 
de gestão ambiental, essa norma apresenta recomendações referentes à auditoria 
em si e às pessoas que participam do processo (auditor-líder, auditor, cliente e 
auditado) 
De acordo com a NBR ISO 14011 (ABNT, 1996c), existem quatro etapas 
no processo de auditoria do sistema de gestão ambiental, quais sejam: 
 Etapa 1: início da auditoria; 
 Etapa 2: preparação da auditoria; 
 Etapa 3: execução da auditoria; 
 Etapa 4: elaboração do relatório de auditoria. 
 
 
 
8 
5.3 Diretrizes para auditoria ambiental – Critérios de qualificação para 
auditores ambientais – NBR ISO 14012 
A NBR ISO 14012 (ABNT, 1996d) estabelece diretrizes quanto aos critérios 
que qualificam um profissional a atuar como auditor e como auditor-líder 
ambientais, tanto externo como interno. 
É salientado pela norma que os auditores internos devem possuir o mesmo 
nível de competência dos auditores externos, mas podem não atender a todos os 
critérios dessa norma, dependendo de fatores como: características da 
organização (tamanho, natureza, complexidade e impactos ambientais) e 
características necessárias para o auditor ambiental (conhecimento especializado 
e experiência). A norma apresenta definições para auditor ambiental (pessoa 
qualificada para realizar auditorias ambientais); auditor-líder ambiental (pessoa 
qualificada para gerenciar e executar auditorias ambientais); diploma (certificado 
reconhecido nacional ou internacionalmente, ou qualificação equivalente, 
normalmente obtido após a educação secundária, através de um período de 
estudo formal, em tempo integral, com duração mínima de três anos, ou outro 
período de estudo equivalente, em tempo parcial); e educação secundária (etapa 
do sistema educacional completada imediatamente antes do ingresso em 
universidade ou instituição similar). 
A NBR ISO 14012 recomenda, em seu Anexo A, que o processo de 
avaliação de auditores deve ser conduzido por pessoa dotada de conhecimentos 
atualizados e experiência em processos de auditoria. Recomenda, ainda, que a 
avaliação da educação (experiência profissional, treinamento e atributos pessoais 
dos auditores) seja realizada utilizando-se entrevistas; prova escrita e/ou oral; 
análise de trabalhos escritos; referências de empregadores anteriores e colegas; 
simulação de atuação; observações feitas por outros auditores em auditorias já 
realizadas; análise das evidências apresentada pelo auditor; apreciação das 
certificações e qualificações profissionais. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
REFERÊNCIAS 
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: 
sistema de gestão ambiental: especificação e diretrizes para uso. Rio de 
Janeiro: ABNT, 1996a. 
_____. NBR ISO 14010: Diretrizes para auditoria ambiental – princípios gerais. 
Rio de Janeiro: ABNT, 1996b. 
_____. NBR ISO 14011: Diretrizes para auditoria ambiental: procedimentos de 
auditoria – Auditorias em sistemas de gestão. Rio de Janeiro: ABNT, 1996c. 
_____. NBR ISO 14012: Diretrizes para auditoria ambiental: critérios de 
qualificação de auditores ambientais. Rio de Janeiro, 1996d. 
FREITAS, C. G. L. (Coord.). Habitação e meio ambiente – Abordagem integrada 
em empreendimentos de interesse social. São Paulo: Instituto de Pesquisas 
Tecnológicas do Estado de São Paulo, 2001. 
JUCHEM, P. A. Introdução à gestão, auditoria e balanço ambiental para 
empresas. Curitiba: Faculdade Católica de Administração e Economia – Centro 
de Desenvolvimento Empresarial, 1995. 
MAIA NETO, J. O surgimento das auditorias ambientais. Portal Opinião 
Sustentável, 22 jan. 2012. Disponível em: 
<http://www.opiniaosustentavel.com.br/2012/01/historico-e-consideracoes-
sobre.html>. Acesso em: 16 set. 2018.

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