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Acidentes ambientais gerados no transporte rodoviário de produtos perigosos

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES 
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde 
Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Ambiental e Ecologia 
 
 
Paula Carolina De Almeida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACIDENTES AMBIENTAIS GERADOS NO TRANSPORTE 
RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros - MG 
Abril / 2010
Paula Carolina De Almeida 
 
 
 
 
 
ACIDENTES AMBIENTAIS GERADOS NO TRANSPORTE 
RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Pós - 
Graduação em Gestão Ambiental e Ecologia – 
Universidade Estadual de Montes Claros –
UNIMONTES. 
 
Orientador: Prof. Hélio Gomes Barros de 
Paula. Graduado em Química; Especialista em 
Saneamento e Meio Ambiente; Especialista 
em Gerência e Tecnologia da Qualidade . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros - MG 
Abril / 2010
Paula Carolina De Almeida 
 
 
 
 
 
ACIDENTES AMBIENTAIS GERADOS NO TRANSPORTE 
RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Pós - 
Graduação em Gestão Ambiental e Ecologia – 
Universidade Estadual de Montes Claros –
UNIMONTES. 
 
 
 
Orientador: Prof. Hélio Gomes Barros de Paula. Graduado em Quím ica; 
Especialista em Saneamento e Meio Ambiente; Especia lista em Gerência e 
Tecnologia da Qualidade . 
 
 Membros: 
__________________________________ 
Profº. Hélio Gomes Barros de Paula 
 
__________________________________ 
Profº Ms. Sônia ribeiro Arrudas 
 
__________________________________ 
Profº. Leonardo Monteiro Ribeiro 
 
Montes Claros - MG 
Abril / 2010 
RESUMO 
 
 
Em conseqüência das descobertas científicas, na história da humanidade, nunca o 
homem dispôs de tanto poder sobre o meio em que vive como nos dias atuais. O 
considerável aumento da expectativa de vida e o salto na qualidade dos recursos 
materiais nas últimas décadas devem-se aos produtos químicos. A química exerce 
influência também sobre a qualidade ambiental do planeta. Porém, se muitas 
substâncias são inofensivas ao homem e ao meio ambiente, outras são 
extremamente agressivas e danosas. No Brasil, a ausência de informações básicas 
que permitam avaliar os impactos provenientes de acidentes envolvendo o 
transporte de produtos perigosos, constitui uma das limitações para a formulação de 
políticas públicas de controle e prevenção, adequadas e efetivas, particularmente 
envolvendo os setores de saúde e meio ambiente. Durante o transporte de produtos 
perigosos podem ocorrer inúmeras situações e incidentes, potencial e adversamente 
modificadores do meio ambiente a partir do rompimento de recipientes, embalagens 
ou tanques de acondicionamento. Este trabalho objetiva demonstrar que, o 
transporte de produtos perigosos é uma atividade que exige extrema 
responsabilidade, na qual todos os indivíduos envolvidos devem ser treinados e 
capacitados. Por fim, ressalta-se a importância da implementação da análise e 
prevenção dos riscos relacionados com o transporte de produtos perigosos, a fim de 
minimizar os impactos e a ocorrência de acidentes. 
 
 
 
Palavras-Chave: Acidente Rodoviário; Transporte de Carga Perigosa; Impactos 
Ambientais. 
 
ABSTRACT 
 
 
As a consequence of the scientific discoveries, in the humanity's history, never the 
man had so much power on the middle in that he lives as in the current days. The 
considerable increase of the life expectation and the jump in the quality of the 
materials resources in the last decades they are due to the chemical products. The 
chemistry exercises influence also about the environmental quality of the planet. 
However, if a lot of substances are inoffensive to the man and the environment, 
another are extremely aggressive and harmful. In Brazil, the absence of basic 
information that evaluate the coming impacts of accidents involving the transport of 
dangerous products, it constitutes one of the limitations for the formulation of public 
politics of control and prevention, appropriate and effective, particularly involving the 
sections of health and environment. During the transport of dangerous products they 
can happen countless situations and incidents, potential and adversely modifiers of 
the environment starting from the breaking of containers, packings or packaging 
tanks. This work aims at to demonstrate that, the transport of dangerous products is 
an activity that demands exalts responsibility, in the which all of the involved 
individuals should be workout and qualified. Finally, it is emphasized the importance 
of the implementation of the analysis and prevention of the risks related with the 
transport of dangerous products, in order to minimize the impacts and the occurrence 
of accidents. 
 
 
 
Word-key: Alter Road; Transport of Dangerous Load; Environmental impacts. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 10 
1.1 Importância............................................................................................. 
1.2 Objetivos................................................................................................. 
1.2.1 Objetivo Geral...................................................................................... 
1.2 Objetivos Específicos............................................................................. 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................... 
2.1 Transporte rodoviário de produtos perigosos: legislação....................... 
2.2 Recomendações Gerais para o Transporte Rodoviário de Produtos 
Perigosos ..................................................................................................... 
2.2.1 Veículos e Equipamentos.................................................................... 
2.2.2 Documentos de Porte Obrigatório....................................................... 
2.3 Atuação dos Órgãos Públicos no Controle do Transporte de Cargas 
Perigosas..................................................................................................... 
2.4 Normas técnicas brasileiras................................................................... 
11 
11 
11 
11 
13 
13 
 
14 
15 
15 
 
16 
17 
3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS................................. 18 
3.1 Conceitos e Considerações.................................................................... 18 
3.1.1 Carga perigosa.................................................................................... 20 
3.1.1.1 Formas de identificação................................................................... 20 
3.1.1.1.1 Rótulo de risco............................................................................... 21 
3.1.1.1.2 Painel de Segurança..................................................................... 21 
3.2 Antecedentes Históricos......................................................................... 16 
4 ACIDENTES NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS 
PERIGOSOS................................................................................................ 
4.1 Antecedentes Históricos......................................................................... 
4.2 Incidentes com Produtos Perigosos no Brasil........................................ 
4.3 Impactos Ambientais Gerados pelos Acidentes com Produtos 
Perigosos...................................................................................................... 
 
23 
23 
25 
 
27 
5 MARCO LEGAL NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS....... 30 
6 RESPONSABILIDADES DAS PARTES ENVOLVIDAS NO 
TRANSPORTE DOS PRODUTOS PERIGOSOS........................................ 
 
33 
6.1 Das autoridades públicas.......................................................................33 
 
6.2. Responsabilidades das organizações internacionais............................ 34 
6.3 Responsabilidades do Transportador.................................................... 35 
6.4 Responsabilidades do Condutor............................................................ 36 
6.4.1 Participação do condutor no carregamento e descarregamento........ 36 
7 ANÁLISE DE RISCOS NO TRANSPORTE DE PRODUTOS 
PERIGOSOS................................................................................................. 
 
37 
7.1 Características dos Acidentes com Produtos Químicos......................... 38 
8 PREVENÇÃO E PLANEJAMENTO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA 
40 
9 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS EM 
TRABALHOS COM PRODUTOS PERIGOSOS........................................... 
 
42 
9.1 Níveis de Proteção................................................................................. 42 
9.1.1 Nível A de proteção............................................................................. 43 
9.1.2 Nível B de proteção............................................................................. 44 
9.1.3 Nível C de proteção............................................................................. 45 
9.1.4 Nível D de proteção............................................................................ 46 
10 AÇÕES DE MITIGAÇÃO E REMEDIAÇÃO NAS SITUAÇÕES DE 
EMERGÊNCIA.............................................................................................. 
 
48 
11 RECURSOS DE INFORMAÇÃO UTILIZADOS EM SITUAÇÕES DE 
EMERGÊNCIAS........................................................................................... 
 
49 
CONCLUSÃO............................................................................................... 50 
REFERÊNCIAS............................................................................................ 52 
ANEXOS....................................................................................................... 54 
ANEXO 1 – LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E NORMAS SOBRE 
TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS............................................ 
 
55 
ANEXO 2 – BANCOS DE DADOS ONLINE E PUBLICAÇÕES 
RELACIONADOS AOS PRODUTOS QUÍMICOS........................................ 
 
58 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - Rótulos de Risco das Classes de Produtos Perigosos 21 
Figura 2 – Painel de segurança para o transporte de produtos perigosos 22 
Figura 3 – Equipamentos de proteção individual – Nível A 43 
Figura 4 – Equipamentos de proteção individual – Nível B 44 
Figura 5 – Equipamentos de proteção individual – Nível C 45 
Figura 6 – Equipamentos de proteção individual – Nível D 46 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Classes e subclasses de risco dos produtos perigosos 19 
Tabela 2 – Relatório de Chamados Recebidos em 2009 26 
Tabela 3 – Relatório de Chamados Recebidos em 2010 26 
Tabela 4 – Emergências e incidentes por modal de transporte em 2009 27 
Tabela 5 – Emergências e incidentes por modal de transporte em 2010 27 
 
 
 
 
 10 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O desenvolvimento da indústria química conduz ao crescimento da 
produção e consumo de produtos perigosos. 
As atividades desenvolvidas na cadeia de transporte de cargas perigosas 
envolvem riscos que podem provocar sérios danos à saúde humana, ao patrimônio e 
ao meio ambiente. Fatores como condições da via, manutenção dos veículos, tipo 
de embalagens, capacitação do pessoal envolvido, entre outros, podem tornar essas 
atividades potencialmente geradoras de acidentes ambientais. 
Os acidentes no transporte rodoviário de produtos perigosos adquirem 
uma atenção especial, uma vez que a magnitude do risco está associada à 
periculosidade do produto transportado, podendo ter conseqüências catastróficas, 
sobretudo diante da proximidade de cidades e de populações lindeiras às principais 
rodovias. Além das perdas humanas de valor social incalculável, os custos 
decorrentes da contaminação ambiental atingem cifras muito elevadas devido à 
vulnerabilidade e sensibilidade das áreas impactadas. 
Apesar de poder ocorrer em qualquer etapa do processo, da produção à 
utilização final, os acidentes com produtos perigosos concentra seu principal risco 
ambiental no transporte, por expor a carga a situações que escapam ao controle, 
capaz de desencadear emergências em qualquer ponto do deslocamento entre o 
local de despacho da carga e o seu destino final. 
De forma a evitar estes incidentes, deve-se concentrar o foco em medidas 
de precaução que diminuam os riscos. Os riscos dependem tanto das fontes de 
perigo como dos mecanismos de controle (proteção preventiva), sendo diretamente 
proporcionais aos primeiros e inversamente proporcionais aos últimos. Assim sendo, 
quanto maiores e melhores forem os mecanismos de controle aplicados sobre uma 
fonte de perigo, menor será a intensidade do risco. Contudo, embora se consiga 
atingir altos níveis de minimização do risco adjacente ao transporte de matérias 
perigosas, este é impossível de eliminar por completo (Real et al., 2000). 
 
 
 
 
 11 
1.1 Importância 
 
 
Diante das conseqüências catastróficas ambientais que o transporte 
rodoviário de produtos perigosos pode causar em caso de acidente, faz-se 
necessário o gerenciamento de riscos ambientais para a identificação de alternativas 
minimizadoras e preventivas para esses eventos. 
 
 
1.2 Objetivos 
 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
 
O objetivo principal deste trabalho é apresentar os efeitos que os produtos 
perigosos podem provocar quando não manuseados corretamente e fornecer 
medidas de gerenciamento de riscos para a segurança durante o transporte. 
 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
 
Mediante o gerenciamento de riscos, pretende-se ainda: 
• Apresentar um histórico e os impactos dos acidentes com produtos perigosos; 
• Analisar as políticas, estratégias, organização e responsabilidades dos grupos 
envolvidos nos acidentes com produtos perigosos; 
• Conhecer as principais técnicas de análise de risco para a prevenção de 
acidentes e planejamento de ações de resposta; 
• Aplicar os conceitos de prevenção e planejamento em situações de 
emergência relacionadas com substâncias químicas perigosas; 
• Conhecer os diferentes equipamentos de proteção individual utilizado quando 
se trabalha com produtos perigosos; 
 12 
• Descrever as ações de mitigação e remediação nas situações de emergência; 
• Conhecer os principais recursos de informação para serem usados em 
situações de emergências. 
 
 
 
 13 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
A pesquisa realizada no âmbito do transporte de produtos perigosos, no 
que tange a segurança e prevenção de acidentes, tem se concentrado em técnicas 
voltadas ao gerenciamento de risco visando minimizar a probabilidade de acidentes 
de tráfego e os impactos causados por esses eventos. 
Utilizou-se para este estudo, o banco de dados da ABIQUIM – Associação 
Brasileira da Indústria Química, CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São 
Paulo, legislação específicas e normas técnicas brasileira. 
As peculiaridades do transporte de produtos perigosos fazem com que tal 
atividade tenha uma regulamentação específica, de maneira a reduzir os riscos de 
prejuízos ao meio ambiente e a saúde pública em decorrência dos acidentes 
ambientais. 
 
2.1 Transporte rodoviário de produtos perigosos: le gislação 
 
 
O Decreto nº 96.044 de 18/05/1988 (BRASIL, 1988) instituiu o 
“Regulamento para Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos” e a Resolução nº 
420 de 12/02/04 (BRASIL, 2004) da Agência Nacional de Transportes Terrestres 
estabelece as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre 
de Produtos Perigosos. Esse decreto disciplina o transporte, pelas rodovias 
brasileiras e nas vias públicas, de produtos perigosos e que representem riscos para 
a saúde das pessoas, para a segurançapública ou para o meio ambiente. 
Estabelece, também, as condições mínimas para a realização do 
transporte, dos veículos e dos equipamentos, da carga e seu acondicionamento, do 
itinerário, do estacionamento, sobre o pessoal envolvido na operação do transporte, 
da documentação, do serviço técnico especializado, dos procedimentos em caso de 
emergência, acidente ou avaria, dos deveres, obrigações e responsabilidades: do 
fabricante e do importador, do contratante, do expedidor e do destinatário e 
finalmente do transportador, da fiscalização, das infrações e penalidades e 
disposições finais. 
 14 
Fica a cargo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Industrial – INMETRO, ou entidade por este credenciada, a certificação 
dos veículos e equipamentos utilizados no transporte de produtos perigosos, nos 
termos de seus regulamentos técnicos. Cabe ao INMETRO realizar vistorias 
periódicas nos veículos e equipamentos não superiores a três anos, de acordo com 
os prazos prescritos nas normas técnicas, fazendo as anotações pertinentes no 
certificado de capacitação para o transporte de produtos perigosos a granel de que 
trata o item I do artigo 22 do regulamento. 
O mesmo decreto define os produtos perigosos, genericamente, como 
todas as substâncias naturais ou produzidas por qualquer processo, que por sua 
natureza físico-química possa representar um risco para a saúde do ser humano ou 
para a natureza. A resolução nº 420 os classifica em: Classe 1 – Explosivos; Classe 
2 – Gases; Classe 3 – Líquidos Inflamáveis; Classe 4 – Sólidos inflamáveis; Classe 
5 – Substâncias Oxidantes; Peróxidos Orgânicos; Classe 6 – Substâncias Tóxicas; 
Substâncias Infectantes; Classe 7 – Substâncias Radioativas; Classe 8 – 
Substâncias Corrosivas; Classe 9 – Substâncias Perigosas Diversas. 
O transporte de produtos perigosos deve atender às exigências prescritas 
para a classe ou subclasse apropriada, considerando os respectivos riscos e os 
critérios de classificação adotados acima. 
Ainda no mesmo decreto, fica estabelecido que, em caso de emergência, 
acidente ou avaria, o condutor do veículo adotará as medidas indicadas na “ficha de 
emergência” e no “envelope” para o transporte correspondente a cada produto 
transportado. As autoridades responsáveis pelas vias, em razão da natureza, 
extensão e características da emergência, determinarão ao expedidor ou ao 
fabricante do produto a presença de um técnico ou pessoal especializado devendo 
fazer o transbordo do material dos produtos derramados. 
 
2.2 Recomendações Gerais para o Transporte Rodoviár io de Produtos 
Perigosos 
 
A resolução ANTT nº 240/2004, em resumo, normaliza as precauções 
mínimas que devem ser observadas para a prevenção bem como para a restrição 
dos efeitos de um acidente ou emergência. Além disso, devem ser consultadas as 
disposições particulares aplicáveis a cada classe de produtos. As recomendações a 
 15 
seguir, exceto indicação em contrário, são aplicáveis ao transporte de produtos de 
qualquer classe. 
 
2.2.1 Veículos e Equipamentos 
 
Qualquer unidade de transporte, se carregada com produtos perigosos, 
deve portar: 
a) Extintores de incêndio portáteis e com capacidade suficiente para combater 
princípio de incêndio: - do motor ou de qualquer outra parte da unidade de transporte 
(conforme previsto na legislação de trânsito); - do carregamento, caso o primeiro 
seja insuficiente ou inadequado. 
b) Um jogo de ferramentas adequado para reparos em situações de emergência 
durante a viagem; 
c) Por veículo, no mínimo dois calços de dimensões apropriadas ao peso do veículo 
e ao diâmetro das rodas, e compatíveis com o material transportado, os quais 
devem ser colocados de forma a evitar deslocamento do veículo em qualquer dos 
sentidos possíveis. 
d) Os equipamentos de proteção individual (EPI), adequado à classe do produto 
para que o motorista possa fazer o atendimento de emergência. 
e) Da ficha de emergência e do envelope previstos na NBR 7503 e NBR 7504, 
respectivamente. 
Os tanques destinados ao transporte de produtos perigosos, bem como 
todos os seus dispositivos que entrem em contato com o produto (bombas, válvulas 
e, inclusive, seus lubrificantes), não devem ser atacados pelo conteúdo nem formar, 
com este, combinações nocivas ou perigosas. 
 
2.2.2 Documentos de Porte Obrigatório 
 
O veículo deve ter em seu interior os seguintes documentos de porte 
obrigatório: 
a) Documento fiscal: este documento deve apresentar o numero ONU, nome do 
produto, classe de risco e declaração de responsabilidade do expedidor de produtos 
perigosos. 
 16 
b) Ficha de emergência: deve conter informações sobre a classificação do produto 
perigoso que está sendo transportado, risco que apresenta e procedimentos em 
caso de emergência, primeiros socorros e informações para o médico. 
c) Envelope para transporte de produtos perigosos: contém os procedimentos 
genéricos para o atendimento emergencial, os telefones úteis, como o de bombeiros, 
telefone do ponto de apoio ou para atendimento de emergências. 
d) Certificado de capacitação para o transporte de produtos perigosos à granel: este 
documento é expedido pelo INMETRO ou empresa por ele credenciada, que 
comprova a adequação do veículo ou equipamentos para o transporte de produtos 
perigosos a granel. Para o transporte de carga fracionada, embaladas, este 
documento não é obrigatório, também não é exigido para o contêiner tanque. 
e) Certificado de conclusão do curso de movimentação de produtos perigosos – 
MOPP: é obrigatório o porte deste documento quando o campo de observações da 
Carteira Nacional de Habilitação não apresentar a informação “Transportador de 
Carga Perigosa”. Esta informação deve ser inserida no ato da renovação do exame 
de saúde do condutor. 
f) Guia de tráfego - este documento é obrigatório caso o produto transportado seja 
controloado pelo Ministério do Exército (explosivos entre outros). 
g) Declaração do expedidor de materiais radioativos e ficha de monitoração da carga 
e do veículo rodoviário: obrigatório para veículos transportando material radioativo 
conforme norma do CNEN. 
h) Outros: existem outros documentos previstos por outras legislações, conforme o 
produto transportado, ou município por onde o veículo esteja trafegando, que poderá 
exigir autorização especial para transporte de produtos perigosos. 
 
2.3 Atuação dos Órgãos Públicos no Controle do Tran sporte de Cargas 
Perigosas 
 
Vários órgãos têm responsabilidades legais na gestão do transporte de 
materiais perigosos pelas rodovias brasileiras. Nos Estados atuam órgãos federais e 
estaduais, podendo ainda haver gestão por parte dos municípios. 
O Ministério dos Transportes é o principal gestor desta atividade, 
definindo normas por meio de leis e portarias. A lei nº 96.044, de 18/05/1988, 
 17 
também divide responsabilidades com outros órgãos da esfera federal, estadual e 
municipal. 
 
2.4 Normas técnicas brasileiras 
 
Associadas a legislação brasileira, existem normas editadas pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas: 
NBR 7500: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e 
armazenamento de produtos. 
NBR 7501: Transporte terrestre de produtos perigosos – Terminologia. 
NBR 7503: Ficha de emergência e envelope para o transporte de produtos perigosas 
– Características, dimensões e preenchimento. 
NBR 9735: Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de 
produtos perigosos 
NBR 11564: Embalagem de produtos perigosos - Classes 1, 3, 4, 5, 6, 8 e 9 - 
Requisitos e métodos de ensaio. 
NBR 12982: Desvaporização de tanque para transporte terrestre de produtos 
perigosos - Classe de risco 3 - Líquidos inflamáveis. 
NBR 14064: Atendimento a emergência no transporte terrestre de produtos 
perigosos 
NBR 14095: Transporte rodoviário de produtos perigosos - Área de estacionamento 
para veículos- Requisitos de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS 
 
 
3.1 Conceitos e Considerações 
 
 
Segundo o Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprovou o 
Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos – RTPP, sendo 
relacionados na Portaria nº. 291, de 31/05/1988, e na Resolução nº. 420/2004 da 
Agência Nacional de Transporte Terrestre – ANTT, de acordo com os critérios 
adotados pela Organização das Nacões Unidas – ONU, nas quantidades 
consideradas perigosas, os produtos perigosos são todos aqueles que possuem a 
capacidade de causar danos às pessoas, bens e ao meio ambiente. Esta definição 
foi adotada oficialmente pelo Brasil, por meio do glossário de termos da Defesa Civil 
Brasileira, embora existam outras definições. Em geral, todas elas derivam da 
definição constante no Livro Laranja (Orange Book apud Gobato, 1995) das Nações 
Unidas, que por meio da UNEP (United Nations Environment Program), desenvolve 
programas voltados à segurança química em escala mundial. O Glossário de 
Termos relacionados à Exposição da Saúde e Avaliação de Riscos da Agência de 
Proteção Ambiental Americana - EPA (1989) definiu produtos perigosos como 
qualquer substância que possui risco de causar danos severos à saúde humana 
durante uma exposição de curto espaço de tempo em um acidente químico ou outra 
emergência. Cabe ressaltar que segundo a Resolução nº 420, de 12 de fevereiro de 
2004, os produtos perigosos são classificados em nove classes de produtos, as 
quais são subdivididas em subclasses, conforme a necessidade. Esse agrupamento 
ocorre em função das características físico-químicas das substâncias, suas 
características de toxicidade, reatividade, inflamabilidade, dentre outras 
características. 
Os produtos perigosos, enquanto devidamente acondicionados e 
armazenados em procedimentos comerciais adequados, apresentam sempre o 
chamado risco intrínseco ou o potencial de danos (toxicológico); mas não os riscos 
acidentais, cuja periculosidade é promovida pela manipulação e o transporte desses 
produtos. Esses produtos passam a representar um perigo, no momento em que 
saem da embalagem apropriada, rompida por choque ou quando algum 
 19 
procedimento adotado em relação a eles for inadequado sob o aspecto de 
segurança. 
De acordo com o Manual de Condutores de Veículos de Transporte de 
Produtos Perigosos (DNER, 2007), as substâncias são transportadas com 
freqüência pelas vias, pois são matérias-primas para a fabricação de diversos 
produtos, e necessárias nas indústrias, na agricultura e até no dia-a-dia. Como 
esses produtos oferecem riscos, devem ser transportados por profissionais muito 
bem instruídos e treinados, e por empresas comprometidas com as regras de 
segurança previstas na legislação vigente. Pode-se ressaltar que, todas as cargas 
podem se tornar perigosas, de acordo com suas próprias características, ou mesmo 
pelo comportamento inadequado do motorista ao volante, em decorrência de 
desatenção, sono, doença e outros problemas. Esses produtos estão agrupados em 
nove classes de risco, e suas respectivas subclasses, identificados nos veículos, por 
painéis de segurança e rótulos de risco, de acordo com a tabela 1: 
 
Tabela 1 – Classes e subclasses de risco dos produtos perigosos 
CLASSES E 
SUBCLASSES 
DENOMINAÇÃO 
Classe 1 Explosivos 
Subclasse 1.1 Substâncias e artefatos com risco de explosão em massa 
Subclasse 1.2 Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de 
explosão em massa. 
Subclasse 1.3 Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de 
explosão ou de projeçã, ou ambos, mas sem risco de explosão em 
massa. 
Subclasse 1.4 Substânicas e artigos que não apresentam risco significativo. 
Subclasse 1.5 Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa. 
Subclasse 1.6 Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em 
massa. 
Classe 2 Gases 
Subclasse 2.1 Gases inflamáveis. 
Subclasse 2.2 Gases não-inflamáveis, não-tóxicos. 
Subclasse 2.3 Gases tóxicos. 
Classe 3 Líquidos Inflamáveis 
Classe 4 Sólidos Inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; 
substâncias que em contato com a água, emitem gases inflamáveis 
 
Subclasse 4.1 Sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosovos 
sólidos insensibilizados 
Subclasse 4.2 Substâncias sujeitas a combustâo espontânea. 
Subclasse 4.3 Substância que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis 
 20 
Classe 5 Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos 
 
Subclasse 5.1 Substâncias oxidantes. 
Subclasse 5.2 Peróxidos orgânicos. 
Classe 6 Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes 
Subclasse 6.1 Substâncias tóxicas (venenosas). 
Subclasse 6.2 Substâncias infectantes. 
Classe 7 Material Radioativo 
Classe 8 Substâncias Corrosivas 
Classe 9 Substâncias e Artigos Perigosos Diversos 
Fonte: ABIQUIM, 2002 
 
 
3.1.1 Carga perigosa 
 
 
É a reunião formada por diversos produtos perigosos compatíveis, 
embalados ou a granel, segregados por conteúdos externos (contêineres) ou 
compartimentados (compartimentos de carga), termo também comum em transporte 
terrestre e normalmente usado em transporte marítimo pelas normas internacionais 
da Organização Marítima Internacional - OMI. 
 
 
3.1.1.1 Formas de identificação 
 
 
Segundo Serpa (1998), a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
estabelece, por meio da Norma Brasileira - NBR 7500, a simbologia utilizada para 
identificação das unidades transportadoras e nas embalagens, para indicação dos 
riscos e dos cuidados a serem tomados no manuseio, no transporte e na 
armazenagem. Deve-se ressaltar que a rotulagem das embalagens de produtos 
perigosos referentes às substâncias radioativas, explosivas, fitossanitárias 
(agrotóxicos), domissanitários, farmacêuticos e veterinários devem obedecer 
também às normas especiais da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, 
dos Ministérios da Defesa (Exército Brasileiro), da Agricultura e da Saúde, 
respectivamente. 
 21 
O sistema de identificação de riscos é constituído pela sinalização da 
unidade de transporte (rótulos de risco e painéis de segurança) e pela rotulagem das 
embalagens em unidades de acondicionamento dos produtos perigosos. 
Consideram-se, ainda, como forma de identificação os documentos da 
carga, composto pela nota fiscal, envelope de transporte e ficha de emergência, 
cujos parâmetros constam nas Normas Brasileiras da ABNT. 
 
 
3.1.1.1.1 Rótulo de risco 
 
 
Os veículos que transportam produtos perigosos, bem como as 
embalagens onde os mesmos são acondicionados, devem estar devidamente 
identificados com os rótulos de risco, que são losangos que representam simbolos e/ 
ou expressões emolduradas, referentes à classe ou subclasse do produto perigoso. 
Ele é afixado nas laterais e traseira do veículo de transporte. Os rótulos de risco 
possuem desenhos e números que indicam o produto perigoso. Quanto a natureza 
geral, a cor de fundo dos rótulos é a mais visível fonte de identificação da classe de 
um produto perigoso. Alguns exemplos são demonstrados na figura 1. 
 
Figura 1 - Rótulos de Risco das Classes de Produtos Perigosos 
Fonte: ABIQUIM (2002) 
 
 
3.1.1.1.2 Painel de Segurança 
 
 
Os veículos transportadores de produtos perigosos devem portar, além do 
rótulo de risco, o painel de segurança, que consiste no painel retangular de cor 
 22 
alaranjada, indicativo de transporte rodoviário de produtos perigosos, que possui 
inscrito, na parte inferior, o número que identifica o produto (Número da ONU) e na 
parte superior o número de identificação de risco do produto, conforme figura 2. 
 
Figura 2 – Painel de segurança para o transporte de produtos perigosos 
Fonte: ABIQUIM (2002) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
4 ACIDENTES NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PE RIGOSOS 
 
 
Em qualquer etapado processo de utilização de produtos perigosos, 
existe a probabilidade de ocorrência de acidentes; porém, as operações de 
transporte são as mais vulneráveis, porque estão expostas a uma infinidade de 
fatores externos que podem desencadear acidentes desde o ponto de origem até o 
destino final da carga. 
Esses eventos, na sua maioria, resultam do somatório de fatores 
adversos, que passam a se materializar a partir das operações de carregamento, 
somando-se ao longo do trajeto às demais variáveis que, de forma direta ou indireta, 
estão ligadas ao condutor, à via, ao meio ambiente, ao veículo, à ação de terceiros, 
à ação ou omissão do poder público e demais elementos que contribuem ou podem 
de alguma forma contribuir para a concretização de um evento indesejado. Assim, 
apesar do somatório e da complexidade das causas contribuintes, observa-se que, 
quando analisadas de forma individual, essas causas são identificáveis, e, portanto, 
passíveis de ações preventivas a partir da origem. 
 
4.1 Antecedentes Históricos 
 
 
Segundo o Manual para Implementação de Planos de Ação de 
Emergência para Atendimento a Sinistros Envolvendo o Transporte Rodoviário de 
Produtos Perigosos os riscos potenciais de danos provocados por produtos 
perigosos (inflamáveis, tóxicos, oxidantes, reativos, etc.) no transporte rodoviário 
mundial estão cada vez mais sendo divulgados e conhecidos e, como conseqüência, 
os sistemas de segurança e proteção do usuário também. Porém, a situação desses 
produtos decorrentes da industrialização e principalmente dos derivados do petróleo, 
que passaram a conviver no meio ambiente urbano nos últimos 60 anos, começou a 
provocar a degradação acelerada deste meio ambiente, decorrente de efeitos 
prejudiciais à saúde, que foram aos poucos sendo observados num processo 
cumulativo, que se acelerou no final do século 20, a partir do pós guerra. Pode-se 
observar que o que mais chamou a atenção para o problema no mundo foram as 
ocorrências de acidentes graves originários de propriedades agressivas de 
 24 
determinadas substâncias químicas que compõem o conteúdo dos chamados 
produtos perigosos, como a inflamabilidade, explosividade e toxicologia letal aguda, 
que trouxeram grandes prejuízos à saúde e ao patrimônio das populações afetadas 
e aos ecossistemas injuriados. 
O progressivo aumento da fabricação de produtos químicos inflamáveis 
derivados do petróleo e as chamadas substâncias organo-sintéticas tóxicas 
produzidas pela descoberta da síntese química, aliada ao contínuo lançamento de 
novas substâncias no mercado mundial, tornaram cada vez mais freqüentes os 
acidentes com esses produtos, classificados como perigosos, principalmente nas 
operações de transporte em vias públicas (Santos, 2006). 
A análise da experiência internacional, e também a acumulada em muitos 
pontos do país, foram de vital importância para o desenvolvimento de técnicas de 
medidas preventivas e corretivas. Neste aspecto, no campo mundial pela 
experiência que acumularam no trato da questão têm-se os trabalhos da UNEP, 
Organização Mundial da Saúde - OMS e outras. Na esfera nacional as ações da 
Compahia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB de São Paulo, e 
outros órgãos ambientais estaduais, bem como associações como a Associação 
Brasileira de Química – ABIQUIM, com seu programa Pró-Química, fornecem os 
subsídios básicos para o desenvolvimento de uma ação eficaz sobre a questão. 
Entretanto, o volume de produtos perigosos contidos em cargas transportadas no 
modal rodoviário vem crescendo enormemente, apesar de limitado ao conteúdo dos 
veículos transportadores, que também cresceu nos últimos anos com o avanço da 
tecnologia, e chegaram a dobrar de volume em veículos comerciais articulados 
compostos da unidade tratora e semi-reboque (Santos, 2006). 
Os acidentes em rodovias federais vêm aumentando ano a ano 
comprovados pelas estatísticas das fichas de ocorrência preenchidas nos locais dos 
sinistros. Numa breve análise da matriz do Sistema Rodoviário de Transporte de 
Cargas (2001), no último levantamento efetuado pela extinta Empresa Brasileira de 
Planejamento de Transportes - GEIPOT, a participação do modal rodoviário na 
matriz de transporte brasileira era de 60,5% contra 96,0% do total de cargas e de 
passageiros transportados respectivamente. Esta predominância acentuada do 
transporte rodoviário deve ser atribuída, entre outros, aos seguintes fatos: 
• Grande ampliação e modernização das redes rodoviárias federais e 
estaduais, com muitos dos eixos principais pavimentados; 
 25 
• Estagnação relativa e até declínio do meio ferroviário e hidroviário por várias 
décadas, cuja recuperação, iniciada na segunda metade da década de 60, 
veio a ter a sua continuidade comprometida, face ao vulto dos recursos 
financeiros exigidos, os quais sistematicamente não foram disponibilizados; 
• Notada flexibilidade e segurança do transporte rodoviário que, aliadas à 
relativa rapidez e às boas condições de operação, possibilitam tarifas e fretes 
competitivos com os preços finais das outras modalidades; 
• Evolução da indústria automobilística com aumento de capacidade média e 
produtiva da frota nacional de veículos rodoviários de passageiros e de 
cargas, com ênfase para estes últimos; 
• Expansão da produção agrícola sazonal em novas e amplas fronteiras, com 
maior utilização efetiva da frota de caminhões; 
• Grande desenvolvimento econômico e urbanização acentuada gerando 
crescente demanda de transportes de cargas diversificadas; 
• Aumento da participação do modo rodoviário no transporte integrado, em face 
do próprio desenvolvimento nacional e, em particular, pelo incremento das 
exportações. 
 
 
4.2 Incidentes com Produtos Perigosos no Brasil 
 
A ABIQUIM mantém um sistema de informações e comunicações, o Pró-
Química, cujo objetivo é fornecer via telefone, orientações de natureza técnica em 
caso de emergências com produtos perigosos, além de manter contato com o 
fabricante, transportador e entidades públicas e privadas que devem ser acionadas. 
A Central de Informações opera 24 horas por dia através de uma linha de 
Discagem Direta Gratuita recebida de qualquer parte do país. 
Os chamados em sua maioria são realizados para pedido de informações 
e orientações. As tabelas 2 e 3 mostra o cadastramento dos chamados feita pela 
ABIQUIM nos anos de 2009 e inicio de 2010. 
 
 
 
 26 
Tabela 2 – Relatório de Chamados Recebidos em 2009 
Relatório de Chamados Recebidos 2009 
Telefonema
s 
JAN 
FE
V 
MA
R 
AB
R 
MA
I 
JUN JUL 
AG
O 
SET 
OU
T 
NO
V 
DE
Z 
ACU
M 
Emergência
s 
9 18 11 11 9 13 14 22 16 11 16 25 175 
Incidentes 
Diversos 
11 17 21 14 15 12 17 34 25 37 36 41 280 
Técnico 332 483 477 474 447 473 479 461 439 461 403 423 5352 
Legislação 123 
400
1 
354 375 315 346 280 298 260 288 228 262 3530 
Outros 565 
110
2 
1131 1129 1034 
106
7 
101
7 
1055 979 1032 954 896 11961 
Totais 
104
0 
202
1 
1994 2003 1820 191
1 
180
7 
1870 171
9 
1829 1637 1647 21298 
Fonte: ABIQUIM, 2009 
 
 
 
Tabela 3 – Relatório de Chamados Recebidos em 2010 
Relatório de Chamados Recebidos 2010 
Telefonema
s 
JAN 
FE
V 
MA
R 
AB
R 
MA
I 
JU
N 
JU
L 
AG
O 
SE
T 
OU
T 
NO
V 
DE
Z 
ACU
M 
Emergência
s 
18 - - - - - - - - - - - 18 
Incidentes 
Diversos 
18 - - - - - - - - - - - 18 
Técnico 302 - - - - - - - - - - - 302 
Legislação 206 - - - - - - - - - - - 206 
Outros 705 - - - - - - - - - - - 705 
Totais 
124
9 
 1249 
Fonte: ABIQUIM, 2010 
 
A maior parte dos chamados relacionados a emergências e incidentes 
com produtos químicos são ocorridos no modal de transporte rodoviário. No ano de 
2009, 61,7% dos chamados ocorreram em rodovias e praticamente na mesma 
proporção, 61,1% no inicio de 2010. 
 
 27 
Tabela 4 – Emergências e incidentes por modal de transporte em 2009 
Emergências e incidentes por modal de transporte 2009Modal JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ACUM 
Rodoviário 10 20 19 22 18 15 16 43 25 25 26 42 281 
Ferroviário - 2 1 - - - - 2 1 2 1 1 10 
Aéreo - - - - - - - - - - - - - 
Marítimo 2 2 - - - - - 1 1 4 4 1 15 
Fixo 8 11 12 3 6 10 15 10 14 17 21 22 149 
Totais 20 35 32 25 24 25 31 56 41 48 52 66 455 
Fonte: ABIQUIM, 2009 
 
Tabela 5 – Emergências e incidentes por modal de transporte em 2010 
Emergências e incidentes por modal de transporte 2010 
Modal JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ACUM 
Rodoviário 22 - - - - - - - - - - - 22 
Ferroviário 1 - - - - - - - - - - - 1 
Aéreo - - - - - - - - - - - - - 
Marítimo 3 - - - - - - - - - - - 3 
Fixo 10 - - - - - - - - - - - 10 
Totais 36 - - - - - - - - - - - 36 
Fonte: ABIQUIM, 2010 
 
 
4.3 Impactos Ambientais Gerados pelos Acidentes com Produtos Perigosos 
 
Os acontecimentos com produtos químicos podem converter-se em 
eventos agudos de poluição. Descargas acidentais e vazamentos formam 
atmosferas contaminadas, tóxicas, inflamáveis e explosivas, incluindo uma ou mais 
substâncias perigosas, com potencial para produzir, simultaneamente, múltiplos 
danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas expostas aos seus efeitos podendo 
também causar grande número de óbitos. 
O potencial da intensidade e amplitude dos efeitos desses eventos pode 
transpor limites espaciais. Causam ainda efeitos temporais, com danos imediatos à 
saúde, e também danos mediatos às gerações futuras, como desenvolvimento de 
doenças, degradação ambiental, entre outros. 
Numa explosão, a liberação de energia pode causar efeitos locais. 
Contudo, as explosões químicas tendem a apresentar repercussões mais graves 
 28 
sobre a saúde, uma vez que proporcionam incêndios e liberação de substâncias 
tóxicas perigosas. Em ambos os casos, há ainda a probabilidade da projeção de 
fragmentos que provocam queimaduras e traumatismos, bem como asfixia nas 
pessoas, devido aos gases emitidos após a explosão. 
No caso de incêndios, o calor liberado pelas chamas pode provocar 
danos a outros equipamentos podendo ocorrer novos incêndios e explosões, 
agravando os efeitos destrutivos. Além disso, a combustão incompleta das 
substâncias químicas pode gerar inúmeros poluentes indiretos. As águas residuárias 
dos combates aos incêndios químicos é outra fonte de riscos estando sujeita a 
contaminar rios, peixes e abastecimento de água da população. 
As emissões líquidas acidentais, decorrentes de vazamento ou 
derramamento, têm extensão determinada, entre outros fatores, pela existência de 
corpos d’água e barreiras naturais ou artificiais. O potencial de risco e a extensão 
dessas emissões dependem das propriedades das quais as substâncias são 
formadas, das condições atmosféricas e das características geológicas e 
geográficas. A exposição aos vapores tóxicos causados pelos eventos acidentais 
gera efeitos agudos e crônicos, como carcinogenicidade, teratogenicidade, 
mutagenicidade e causar danos a órgãos específicos. 
Os acidentes e seus impactos ambientais provocados envolvendo 
produtos perigosos são mais freqüentes em rodovias rurais, fora dos perímetros 
urbanos, e estendem-se por vezes, muito mais amplamente além das áreas lindeiras 
das rodovias, avançando em vários ecossistemas sensíveis e, conseqüentemente, 
abrindo acessos aos inúmeros fatores impactantes sucessivos nos recursos naturais 
existentes, deixando-os extremamente vulneráveis e contaminados por longos 
períodos. 
Alguns dos principais impactos ambientais gerados em conseqüência de 
acidentes com produtos perigosos na área de influência de uma rodovia, 
considerados pelo para implementação de Manual para Implementação de Planos 
de Ação de Emergência para Atendimento a Sinistros envolvendo o Transporte 
Rodoviário de Produtos Perigosos são: 
• Degradação da qualidade da água de rios, lençol subterrâneo, lagoas e mar; 
• Degradação da qualidade do ar atmosférico; 
• Degradação da qualidade dos solos; 
• Prejuízos à saúde humana; 
 29 
• Destruição e depreciação do patrimônio público e privado; 
• Prejuízo para as atividades econômicas. 
 
O desenvolvimento do estudo de impacto proveniente de acidentes com 
produtos perigosos indica que é necessário promover a definição adequada de 
áreas de influência das rodovias, considerando-se para isso todo o meio ambiente 
físico, biológico e antrópico existente na região e, em seguida, com base em 
parâmetros preestabelecidos, projetar de forma adequada os principais riscos, 
avaliando-se o provável alcance das possíveis conseqüências que ocorrerão em 
caso de acidentes, tomando-se como base os produtos perigosos mais freqüentes 
transportados ao longo da rodovia ou do trecho estudado. 
Em rodovias onde ainda não foram estabelecidas medidas de segurança 
preventivas e corretivas, para fazer face aos impactos produzidos por acidentes com 
produtos perigosos, o Manual para Implementação de Planos de Ação de 
Emergência para Atendimento a Sinistros envolvendo o Transporte Rodoviário de 
Produtos Perigosos apresenta-se como um guia orientador para execução dessas 
medidas, dentro de um contexto metodológico racional, economicamente viável, 
para a categoria da via. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
5 MARCO LEGAL NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS 
 
 
A legislação federal que trata do assunto é composta por diversos 
dispositivos sobre multas e sanções penais e administrativas por infrações à 
regulamentação desse serviço de transporte rodoviário e atividades lesivas ao meio 
ambiente, além de normas e procedimentos para formação de condutores e cursos 
especializados, entre outras legislações específicas. 
Numa breve apreciação sobre a questão legal ligada aos produtos 
perigosos, o transporte rodoviário de produtos perigosos foi inicialmente 
regulamentado pelo Decreto - Lei nº. 2.063/83 que dispôs sobre multas a serem 
aplicadas por infrações. Em seguida, a Portaria do Ministério dos Transportes nº. 
204/1997, hoje revogada, que apresentou a classificação de produtos perigosos 
pelos critérios da ONU. Em seguida, foi promulgado o Decreto Federal n.º 96.044, 
de 18 de maio de 1988, que aprovou o RTPP, até hoje em vigor. Esse decreto foi 
alterado em parte pelo Decreto nº. 4.097/2002, e complementado por diversas 
portarias do Ministério dos Transportes – MT, destacando-se a Portaria nº. 291 de 
31/05/1988, que definiu a rotulagem de riscos no transporte de produtos perigosos; 
seguindo-se como instruções complementares ao RTPP. Igualmente importante é a 
Portaria do MT nº. 349 / 2002, que versa sobre a Fiscalização do Transporte 
Rodoviário de Produtos Perigosos. 
A Agência Nacional de Transportes Terrestres em fevereiro de 2004 
lançou a Resolução ANTT nº. 420/2004, revogando as portarias: 261/89; 204/97; 
409/97; 101/98; 409/98; 490/98; 342/2000; 170/2001; 254/2001, e introduziu 
instruções complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos 
Perigosos, dando nova estrutura para a plaquetagem e rotulagem dos produtos; esta 
Resolução foi atualizada pela Resolução ANTT nº. 701 de 25 de agosto de 2004. No 
âmbito do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, as normas destinadas a 
expedidores e operadores de cargas dessa modalidade de transporte, foram 
baseadas em acordos e normas internacionais consagradas, inclusive, o Acordo 
Parcial para Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos entre Brasil, Argentina 
e Paraguai, referendado, no Brasil, pelo Decreto 1.797 de 25 de janeiro de 1996. 
Posteriormente, o Decreto Federal nº. 2.866/1998 estabeleceu o Regime de 
Sanções e Penalidades para o MERCOSUL; e a Portaria nº. 22/2001, por sua vez, 
 31 
aprovou as Instruções de Fiscalização do Transporte Rodoviário de Produtos 
Perigosos para o MECOSUL. 
A regulamentação imposta a esse modal de transporte obrigou todos os 
envolvidos com essas cargas a se adaptarem às novas condições exigidas, e, até 
mesmocriar, para sua segurança, mecanismos de controle e sistemas próprios de 
apoio logístico em casos de emergência nas rodovias. Pela iniciativa de algumas 
concessionárias operadoras de rodovias, foram implantadas bases operacionais de 
atendimento a acidentes em geral incluindo produtos perigosos. Nesses sistemas 
são, por vezes, usados equipamentos de última geração de resgate e atendimento 
emergencial de resposta imediata, atendo totalmente o que existe de mais moderno 
em resgate e atendimento emergencial, e também atendendo o que preconiza a 
Portaria do Ministério da Saúde que regulamenta o atendimento pré-hospitalar-
móvel (Portaria nº. 1863/GM de 29 de Setembro de 2003). Entretanto, na maioria 
das rodovias, apesar da legislação moderna e completa, o sistema emergencial não 
se apresenta adequado, no sentido de não existirem na maioria dos casos, 
instrumentos de pronta resposta aos acidentes com produtos perigosos. 
A busca do desenvolvimento sustentável passa obrigatoriamente pela 
definição dos marcos legais que dão legitimidade e sustentabilidade ao 
ecodesenvolvimento. Com base nesse pressuposto, a segurança no transporte 
rodoviário de produtos perigosos utiliza-se do mesmo postulado citado para pautar 
suas ações, as quais encontram amparo inicialmente na Carta Magna e que se 
ramifica pelos mais diversos dispositivos legais federais, estaduais e municipais, 
bem como, utiliza-se de normatizações técnicas da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas - ABNT quando a legislação assim o autoriza e onde existe vácuo dos 
marcos legais. 
O transporte de produtos radioativos, em função da sua especificidade, 
possui normatização específica (Norma CNEN-NE-5.01), proposta pela CNEN e 
regulamentada pela Resolução n.º 13, de 19 de julho de 1988. Existem ainda várias 
diretrizes que não possuem o poder normativo, mas que são adotadas como 
recomendações, nas quais estão incluídas as normas brasileiras da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas, como por exemplo, as NBR 7500, 7503, 9734, 9735, 
12.710, 13.095, dentre várias outras e que dispõem sobre os mais variados assuntos 
correlatos ao transporte de produtos perigosos, desde a sinalização da unidade 
 32 
transportadora à definição dos equipamentos de proteção individuais e coletivos 
obrigatórios que constam da unidade transportadora. 
Por fim, verifica-se que existem vários dispositivos legais que se 
complementam em busca da efetividade na proteção do meio ambiente. Contudo, a 
diversidade de leis e decretos muitas vezes induz o agente público competente para 
a aplicação e imputação das sanções cabíveis aos infratores, a aplicar apenas uma 
parte dessa extensa legislação, uma vez que é necessária a reunião de várias 
instituições para aplicar as sanções previstas aos infratores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
6 RESPONSABILIDADES DAS PARTES ENVOLVIDAS NO TRANSP ORTE DOS 
PRODUTOS PERIGOSOS 
 
 
A prevenção, preparação e resposta a um acidente químico é 
responsabilidade de todos. A eficiência no cumprimento das atribuições de cada 
instituição ou nível participante permite que um plano coordenado de resposta à 
emergência seja desenvolvido, o que contribui na diminuição das conseqüências 
(Machín, 2005). 
As atribuições variam de acordo com o alcance geográfico, internacional, 
nacional, regional e local, e de acordo com o tipo de atividade que desempenhe a 
instituição, a qual pode ser, reguladora, assistencial, preventiva, acadêmica, etc 
(Machín, 2005). 
As responsabilidades de cada participante na prevenção, preparação e 
resposta a um acidente químico, foram definidas pelo PNUMA (Programa das 
Nações Unidas para o Meio-Ambiente) através da Metodologia Association for the 
Protection of the Environment of Latourelle Lake - APELL, que define o rol das 
autoridades nacionais e locais, da indústria e da comunidade. Por outro lado, a 
OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) enfatiza o 
papel das autoridades públicas, dos trabalhadores e da empresa. Além disso, a 
OMS (Organização Mundial da Sáude), através do Programa Internacional de 
Segurança de Substâncias Químicas (IPCS), cumpre as funções do setor saúde nas 
diferentes instâncias (Machín, 2005). 
 
 
6.1 Das autoridades públicas 
 
 
De acordo com o Curso de Auto-instrução em Prevenção, Preparação e 
Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos, as responsabilidades das 
autoridades públicas são as seguintes: 
 
• Motivar todos os setores da sociedade sobre a necessidade das ações de 
prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos. 
 34 
• Estabelecer objetivos de segurança e garantir que estes sejam atingidos. 
• Definir uma estrutura de controle clara e coerente. 
• Monitorar a segurança no transporte de produtos perigosos. 
• Incentivar a pesquisa e informe dos acidentes; gerar e executar os 
instrumentos que os facilitem. 
• Estabelecer procedimentos apropriados para a avaliação de impacto 
ambiental no transporte de produtos perigosos. 
• Criar programas de preparação para as emergências incluindo o 
desenvolvimento de simulações. 
• Propiciar o desenvolvimento, execução, implantação e atualização dos planos 
de emergência na rota de transporte, em coordenação e participação de 
todos os envolvidos, incluindo os transportadores de produtos perigosos. 
• Facilitar e promover a disseminação de informações e intercâmbio de 
experiências ligadas à prevenção, preparação e resposta a acidentes. 
 
 
6.2. Responsabilidades das organizações internacionais 
 
 
De acordo com o Curso de Auto-instrução em Prevenção, Preparação e 
Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos, as responsabilidades das 
autoridades públicas são as seguintes: 
 
• Desenvolver princípios, procedimentos e guias para enfrentar as emergências 
químicas. 
• Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que facilitem o 
acesso rápido à informação sobre substâncias químicas e operações de 
emergências. 
• Estabelecer programas de capacitação e instrumentos que facilitem ações de 
prevenção, preparação e resposta em todos os níveis. 
• Criar centros de resposta a emergências, bem como, base de dados com 
informações sobre profissionais com experiência no tema. 
• Incentivar a normatização para a apresentação de informes e pesquisas sobre 
 35 
acidentes. 
• Estimular o intercâmbio de informação entre os países. 
 
 
6.3 Responsabilidades do Transportador 
 
 
Para garantir que o transporte de um produto perigoso não seja 
interrompido, o transportador precisa arcar com algumas responsabilidades: 
• Dar manutenção e promover vistorias nas condições de funcionamento e 
segurança do veículo e equipamentos, de acordo com a natureza da carga a 
ser transportada, na periodicidade regulamentar; 
• Providenciar para que o veículo seja utilizado com a documentação exigida, 
assim como tenha o conjunto de equipamentos necessários às situações de 
emergência, acidente ou avaria; 
• Providenciar a correta utilização dos rótulos de risco e painéis de segurança 
adequados aos produtos transportados nos veículos; 
• Obter o certificado de capacitação (ou inspeção) para o transporte de 
produtos perigosos a granel e, ainda, conseguir do expedidor os seguintes 
documentos(como citado anteriormente): 
a) Documento fiscal, contendo as informações sobre os produtos 
transportados. 
b) Ficha de emergência e envelope para o transporte, com todas as 
instruções referentes à natureza do risco, envolvimento de pessoas, 
incêndio, ruptura ou deterioração de embalagens ou tanques, medidas 
para transbordo da carga, restrições de manuseio do produto e 
números de telefones de emergência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
6.4 Responsabilidades do Condutor 
 
 
O condutor é responsável por examinar regularmente e em local 
adequado, as condições gerais do veículo, verificandoa existência de vazamentos, 
o grau de aquecimento e as demais condições do veículo. 
Quando ocorrerem alterações que comprometam as boas condições do 
transporte, capazes de colocar em risco a segurança de pessoas, de bens ou do 
meio ambiente, o condutor deve interromper a viagem e entrar em contato com a 
transportadora, autoridades de trânsito ou a entidade cujo telefone esteja listado no 
envelope para o transporte. 
No caso de a viagem ser interrompida por uma emergência, como uma 
avaria ou um acidente, o condutor é responsável pela utilização do conjunto de 
equipamentos destinados à sinalização, isolamento da área da ocorrência e para 
pequenas contenções de vazamentos. 
 
 
6.4.1 Participação do condutor no carregamento e de scarregamento 
 
 
Em geral, o condutor não pode participar das operações de carregamento 
e descarregamento de produtos perigosos, a menos que seja orientado e autorizado 
pelo expedidor, destinatário e transportador. Nesse caso, deverá utilizar os 
equipamentos de proteção individual (EPI) indicados pelo fabricante ou em norma 
brasileira. É também o responsável pela guarda, conservação e bom uso desses 
equipamentos, exigidos em função da natureza dos produtos transportados. 
 
 37 
7 ANÁLISE DE RISCOS NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIG OSOS 
 
 
Na análise de riscos no transporte de produtos perigosos em rodovias é 
essencial garantir um nível de segurança rodoviário adequado. Para o 
dimensionamento dos riscos e determinação de segmentos e pontos críticos é 
necessária a adoção de um sistema metodológico de análise de riscos. A análise de 
riscos tem se mostrado um instrumento valioso na identificação de cenários de 
acidentes postulados e determinação de áreas vulneráveis. O conhecimento das 
situações de riscos e áreas vulneráveis permite planejar ações de emergências e 
treinar previamente as comunidades possivelmente envolvidas no acidente. Não 
obstante, diversas lacunas e deficiências no cumprimento de leis e normas de 
segurança que, na maioria dos casos, promovem os eventos acidentais, podem se 
transformar em acidentes graves ou não, dependendo das respostas aos mesmos. 
A prática mostra que a probabilidade de ocorrência de eventos acidentais 
com viaturas de cargas transportando produtos perigosos é relativamente baixa, 
mas quando por acaso acontecem, provocam forte impacto social, seja pelo número 
de vítimas diretas e indiretas envolvidas, seja pelo dano ambiental provocado. Como 
exemplo, tem-se o tombamento da uma carga de óleo combustível de um 
autotanque que escoa pela rede de drenagem da via, e em seguida, provoca 
impacto poluindo a bacia hidrográfica através de um rio receptor da drenagem da 
rodovia, responsável pelo abastecimento de comunidades e fazendas (gado e 
plantações), cujo impacto ainda pode chegar ao mar, baía ou lago receptor final que 
recebe toda a poluição. Nesse caso, os impactos são considerados de grande 
magnitude e os ônus decorrentes dos trabalhos de contenção do óleo com barreiras 
e retirada da poluição geralmente recai sobre o poder público (defesa civil, órgãos 
ambientais, bombeiros, etc.), com enorme repercussão nos meios de comunicação 
(jornais e televisão). Este fato degrada o meio ambiente, e afeta parcela da 
população envolvida. Tudo porque o risco do acidente, no segmento considerado 
crítico daquela rodovia não foi preventivamente levantado e estudado na sua 
mitigação, isto é não era conhecido até o momento do acidente. Essa situação leva 
à necessidade de avaliar cuidadosamente o risco provável de ocorrência de 
acidentes nos locais da via, considerando-se seus segmentos e pontos críticos, e 
 38 
em seguida propor medidas coercitivas para prevení-los no caso de ocorrência de 
acidentes, ou ao menos para reduzir seu impacto ambiental a um nível suportável. 
 
 
7.1 Características dos Acidentes com Produtos Quím icos 
 
 
Segundo o Programa Internacional de Seguridad sobre Sustáncias 
Químicas - PISSQ (1998), os acidentes com produtos químicos possuem algumas 
características especiais conforme segue: 
 
• Uma exposição química “pura” (exposição a produtos químicos sem trauma 
mecânico associado) pode produzir um número finito de efeitos previsíveis 
para a saúde. Nem todas as vítimas terão os mesmos tipos de efeitos, o que 
dependerá das vias de exposição, da duração da mesma e das 
susceptibilidades individuais; 
• Pode existir uma zona contaminada na qual somente poderão adentrar 
pessoal capacitado e utilizando equipamentos de proteção completos. Em 
geral, o pessoal médico e de ambulância nunca deverão entrar nessa área; 
• Os indivíduos expostos aos agentes químicos podem constituir um risco para 
o pessoal de resgate, que poderá contaminar-se com as substâncias 
impregnadas nas roupas das vítimas. Em conseqüência, será necessário 
realizar a descontaminação inicial das vítimas antes que essas recebam o 
tratamento definitivo; 
• Os hospitais (e outros centros de tratamento) e as rodovias que levam a eles 
podem estar localizadas dentro da área contaminada, estando seu acesso 
bloqueado e impedindo que aqueles possam receber novos pacientes durante 
um período considerável. Portanto, devem ser desenvolvidos planos para 
instalação de hospitais de campanha em escolas, estádios, etc; 
• No caso de vários produtos químicos envolvidos, possivelmente não haverá 
conhecimento geral de suas propriedades e efeitos. Por conseguinte, deve-se 
identificar e estabelecer sistemas eficazes de obtenção de informações 
essenciais sobre as substâncias de interesse e proporcionar essas 
 39 
informações ao pessoal de resgate (bombeiros) e demais trabalhadores que 
necessitem; 
• A realização de um inventário é necessário para identificar os riscos (fixos e 
móveis) e os recursos disponíveis para tratamento das vítimas expostas que 
sofram queimaduras corrosivas ou térmicas e que necessitem de suporte 
ventilatório. Além das características especiais citadas anteriormente, os 
produtos perigosos possuem duas características principais que são comuns 
a esses produtos: extrapolação dos limites espaciais e temporais. Os 
produtos perigosos extrapolam os limites espaciais porque sua ação não se 
restringe ao local onde ocorreu o acidente, uma vez que esses produtos 
podem, em função do seu estado físico, percolar no solo atingindo lençóis 
freáticos, espalhar-se na forma de poeira, névoas ou nuvens de 
contaminantes, atingindo regiões maiores do que as originalmente atingidas. 
 
 40 
8 PREVENÇÃO E PLANEJAMENTO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNC IA 
 
 
As ocorrências envolvendo veículos que transportam produtos perigosos 
não podem ser vistas como acidentes rotineiros de trânsito. A simples avaria 
mecânica de veículo transportando produto químico em uma via pública expõe toda 
a comunidade circunvizinha a riscos potenciais significativo. 
Por milhares de quilômetros de rodovias circulam centenas de milhares 
de veículos automotores que escoam diariamente grande quantidade de produtos 
químicos acondicionados em diferentes embalagens e estados físicos. Embora os 
volumes transportados não sejam tão significativos, se comparados com os volumes 
existentes nas demais instalações ou aqueles transportados por outras formas de 
distribuição, os riscos são muito elevados, em virtude da alta possibilidade de 
ocorrência de acidentes. 
Esse meio de transporte é suscetível a uma série de variáveis como falha 
humana e de materiais, condições de transporte, estado de conservação de 
veículos, equipamentos, condições das estradas, acondicionamento da carga e 
treinamento de condutores, entre outras causas. 
O transporte rodoviário é realizado em áreas rurais e em áreas, muitas 
vezes, com elevados adensamentos populacionais e ambientalmente vulneráveis, 
agravando assim os impactos causados ao meio ambiente e à comunidade. De 
modo geral, na América Latina essa modalidade de transporte é a que tem 
apresentadomaior número de acidentes. 
É condição básica para realizar qualquer trabalho que a instituição 
responsável pela implantação de um Sistema tenha a visão exata sobre as 
instituições e os órgãos públicos com responsabilidade e jurisdição para controlar os 
segmentos envolvidos com produtos químicos, bem como possua conhecimento da 
dinâmica das emergências químicas. 
Embora a jurisdição de cada instituição e órgão público varie de um país 
para outro, em geral estão envolvidos: a prefeitura municipal, o órgão de meio 
ambiente, o corpo de bombeiros, a polícia rodoviária, a guarda portuária, a defesa 
civil, as associações de classe, setor de saúde, a federação das indústrias, e outras 
mais. 
 41 
É fundamental ter ciência sobre o funcionamento desses órgãos e 
instituições, de sua jurisdição e responsabilidades, seus recursos humanos e 
materiais e se os mesmos dispõem de sistemas integrados de atuação com outras 
entidades. Também é da maior importância obter informações sobre as iniciativas e 
sobre os planos preventivos e corretivos dos segmentos do setor químico bem como 
sobre a existência, na área de abrangência de um Sistema em alguma localidade ou 
segmento, um grupo organizado ou um plano de auxilio mútuo, desenvolvendo um 
trabalho preventivo e/ou de atendimento a emergências com produtos químicos. 
Recomenda-se verificar se os órgãos, empresas, associações ou outros 
segmentos dispõem de práticas e procedimentos preventivos ou de ações corretivas 
que possam ser aproveitados e contribuam para integrar um Sistema, tais como: 
estudos da saúde de trabalhadores de um determinado setor químico, estatísticas 
de acidentes químicos, áreas e ou atividades que apresentam maior incidência de 
acidentes, práticas de fiscalização, entre outras. 
 42 
9 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS EM TRABALHOS 
COM PRODUTOS PERIGOSOS 
 
 
Equipamentos de proteção individual (EPI) são acessórios que devem ser 
utilizados pelo pessoal responsável pela emergência química com orientações 
preliminares da ficha de emergência do produto. 
O motorista e o pessoal envolvido só devem participar das ações de 
emergência se tiverem recebido treinamento específico para ações dessa natureza. 
Devem utilizar o EPI, presente na unidade de transporte, para efetuar a avaliação da 
emergência e ações que constam no envelope para o transporte (Haddad, 1995). 
Cada produto perigoso necessita de um EPI adequado, definido pelo 
fabricante do produto. Os equipamentos devem estar higienizados, livres de 
contaminação e acondicionados em local de fácil acesso no conjunto de tração. 
O motorista e outras pessoas envolvidas nas operações de transporte 
devem ser treinados quanto à correta utilização dos equipamentos de proteção 
individual. Segue a tabela 3 dos grupos de EPI existentes para os produtos 
perigosos: 
 
 
9.1 Níveis de Proteção 
 
 
De acordo com o Curso de Auto-instrução em Prevenção, Preparação e 
Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos, as equipes de 
atendimento às emergências devem utilizar os equipamentos de proteção individual 
sempre que houver a possibilidade de contato com substâncias perigosas que 
possam afetar a sua saúde ou segurança. Isso inclui vapores, gases ou partículas 
que podem ser gerados em virtude das atividades no local do acidente promovendo, 
desta forma, o seu contato com os componentes da equipe. A máscara facial dos 
equipamentos autônomos de respiração protege as vias respiratórias, aparelho 
gastrintestinal e os olhos do contato com tais substâncias. A roupa de proteção 
protege a pele do contato com substâncias que podem destruir ou ser absorvidas 
pela pele. 
 43 
Os equipamentos destinados a proteger o corpo humano do contato com 
produtos químicos foram divididos, pelos americanos pela National Fire Protection 
Association (NFPA 471), em quatro níveis de acordo com o grau de proteção 
necessário, conforme segue. 
 
 
9.1.1 Nível A de proteção 
 
 
Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção 
respiratória, a pele e aos olhos. É composto de: 
 
• Aparelho autônomo de respiração com pressão positiva ou linha de ar 
mandado; 
• Roupa de encapsulamento completo; 
• Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos; 
• Capacete interno à roupa; 
• Rádio. 
 
 
Figura 3 – Equipamentos de proteção individual – Nível A 
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos de Segurança Ltda 
 
A escolha do Nível A de proteção deve ocorrer nas seguintes situações: 
 
• A substância química for identificada e for necessário o mais alto nível de 
proteção para o sistema respiratório, pele e olhos; 
 44 
• Houver suspeita da presença de substâncias com alto potencial de danos à 
pele e o contato for possível, dependendo da atividade a ser realizada; 
• Forem realizados atendimentos em locais confinados e sem ventilação; 
• Leituras diretas em equipamentos de monitoramento indicarem concentrações 
perigosas de gases/ vapores na atmosfera; por exemplo, valores acima do 
IDLH (concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde). 
 
 
9.1.2 Nível B de proteção 
 
 
Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção 
respiratória, porém a proteção para a pele encontra-se num grau inferior. É 
composto de: 
 
• Aparelho autônomo de respiração com pressão positiva; 
• Roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada em 1 ou 2 
peças; 
• Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos; 
• Capacete; 
• Rádio. 
 
 
Figura 4 – Equipamentos de proteção individual – Nível B 
Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos de Segurança Ltda 
 
A escolha do Nível B de proteção deve ocorrer nas seguintes situações: 
 
 45 
• O produto envolvido e sua concentração forem identificados e requererem um 
alto grau de proteção respiratória sem, no entanto, exigir esse nível de 
proteção para a pele; por exemplo, atmosferas contendo concentração de 
produto ao nível do IDLH sem oferecer riscos à pele ou ainda quando não for 
possível utilizar máscaras com filtro químico para aquela concentração e pelo 
tempo necessário para a atividade a ser exercida; 
• A concentração de oxigênio no ambiente for inferior a 19,5% em volume; 
• For pouco provável a formação de gases ou vapores em altas concentrações 
de forma que possam ser danosas à pele. 
 
 
9.1.3 Nível C de proteção 
 
 
Deve ser utilizado quando se deseja um grau de proteção respiratória 
inferior ao Nível B, porém com proteção para a pele nas mesmas condições. É 
composto de: 
 
• Aparelho autônomo de respiração sem pressão positiva ou máscara facial 
com filtro químico; 
• Roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada em 1 ou 2 
peças; 
• Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos; 
• Capacete; 
• Rádio. 
 
Figura 5 – Equipamentos de proteção individual – Nível C 
 46 
Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Proteção Individual Ltda 
 
A escolha do Nível B de proteção deve ocorrer nas seguintes situações: 
 
• A concentração de oxigênio no ambiente não for inferior a 19,5% em volume; 
• O produto for identificado e a sua concentração puder ser reduzida a um valor 
inferior ao seu limite de tolerância com o uso de máscaras filtrantes; 
• A concentração do produto não for superior ao IDLH; 
• O trabalho a ser realizado não exigir o uso de máscara autônoma de 
respiração. 
 
 
9.1.4 Nível D de proteção 
 
 
Deve ser utilizado somente como uniforme ou roupa de trabalho e em 
locais não sujeitos a riscos ao sistema respiratório ou a pele. Este nível não prevê 
qualquer proteção contra riscos químicos. É composto de: 
 
• Macacões, uniformes ou roupas de trabalho; 
• Botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes a produtos químicos; 
• Óculos ou viseiras de segurança; 
• Capacete. 
 
 
Figura 6 – Equipamentos de proteçãoindividual – Nível D 
Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Proteção Individual Ltda 
 
 47 
A escolha do Nível D de proteção deve ocorrer nas seguintes situações: 
 
• Não houver contaminante presente na atmosfera; 
• Não houver qualquer possibilidade de respingos, imersão ou risco potencial 
de inalação de qualquer produto químico. 
 
Conforme pode ser observado o nível de proteção utilizado pode variar de 
acordo com o trabalho a ser realizado. No entanto, para a primeira avaliação do 
cenário acidental o nível mínimo de proteção recomendado é o B. 
Cada nível de proteção apresenta suas vantagens e desvantagens para 
utilização. Geralmente, quanto maior o nível de proteção maior é o desconforto da 
roupa. 
A determinação do nível de proteção deve estar fundamentada, 
primeiramente, na segurança do técnico sendo o objetivo principal fornecer-lhe a 
proteção mais adequada com a máxima mobilidade e conforto. 
Outros fatores devem ainda ser considerados na escolha do nível de 
proteção mais adequado, entre eles: 
• Fadiga produzida pelo peso e calor; 
• Periodicidade do monitoramento; 
• Decisão lógica, levando-se em conta os perigos e riscos; 
• Condições atmosféricas; 
• Funções diferenciadas fora da área contaminada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
10 AÇÕES DE MITIGAÇÃO E REMEDIAÇÃO NAS SITUAÇÕES DE 
EMERGÊNCIA 
 
 
As ações de segurança previstas para mitigação e/ ou anulação dos 
danos referentes a riscos acidentais são consubstanciadas no que se denominou 
Plano de Ação de Emergência para atendimento a Sinistros envolvendo o 
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. Esse Plano está voltado para prevenir 
e conter de forma emergencial os impactos gerados por acidentes no meio físico, 
social e biótico, de ocorrência com produtos perigosos na área de influência 
considerada da rodovia. 
Segundo o Manual para Implementação de Planos de Ação de 
Emergência para Atendimento a Sinistros Envolvendo o Transporte Rodoviário de 
Produtos Perigosos, os procedimentos recomendados para o transbordo de cargas 
contendo produtos perigosos, tombadas na rodovia, bem como a descontaminação 
de pessoas e do local, devem observar os seguintes procedimentos: 
• O primeiro transbordo efetua-se no local do próprio acidente, e a carga 
recuperada deve ser levada para um local seguro (a ser determinado), na 
área da Faixa de Domínio da rodovia, onde deve ficar aguardando até que os 
proprietários do produto e/ ou o transportador providenciem sua remoção 
definitiva através de um segundo transbordo; 
• Os equipamentos e a viatura a serem utilizados para o transporte dos 
equipamentos (tais como bombas, material de embalagem, tonéis, bombona 
de PVC, etc.) para recolhimento e transbordo dos produtos constantes da 
carga acidentada, deve ser acionada pela coordenação do Plano (Defesa 
Civil), que mobiliza os recursos e/ou empresa especializada para execução 
dos serviços, ou ainda o próprio fabricante; 
• A descontaminação deve seguir estritamente a orientação técnica do órgão 
de meio ambiente local ou a autoridade toxicológica presente; 
• Em casos de acidentes com produtos perigosos deve ser efetuado o 
monitoramento ambiental do solo, da água onde for necessário, nas áreas as 
quais forem atingidas por derramamentos de produtos perigosos. Este 
monitoramento deve ser realizado mediante um convênio com os órgãos 
ambientais ou empresas privadas qualificadas. 
 49 
11 RECURSOS DE INFORMAÇÃO UTILIZADOS EM SITUAÇÕES D E 
EMERGÊNCIAS 
 
 
Quando se analisa os eventos que envolvem substâncias químicas, 
observam-se as causas e falhas nas ações de resposta e as suas conseqüências na 
saúde humana ou no ambiente. Um bom planejamento e a preparação dos 
diferentes setores envolvidos no atendimento a esses episódios contribuem na 
prevenção da ocorrência e na redução dos efeitos dos acidentes envolvendo 
substâncias químicas. Esse bom planejamento e preparação deve se basear em 
informação confiável, atualizada e acessível. A informação é fundamental nas 
atividades relacionadas a um acidente, sejam de prevenção, preparação ou 
resposta. 
A disseminação da informação deve considerar o tipo de receptor ao qual 
está dirigida e o nível de ação, a informação deve estar disponível a todos, ser clara, 
concisa, oportuna e de fácil entendimento. 
As principais fontes de informação antes e durante um acidente químico 
são a indústria, a qual fornece a informação ligada às atividades, processos e pontos 
perigosos, bem como à quantidade e à natureza dos produtos químicos que 
manipula, processa e transporta, e os centros especializados de informação, os 
quais recolhem, processam e disseminam a informação relacionada aos produtos 
químicos. 
Várias organizações internacionais, como o IPCS/ OMS (Programa 
Internacional de Segurança Química), PNUMA , EPA, ATSDR (Agência para as 
Substâncias Tóxicas e o Registro de Doenças), OCDE (Organização de Cooperação 
e Desenvolvimento Econômicos) e o OPAS (Organização Pan-Americana da 
Saúde), preparam e disseminam a informação relacionada aos produtos químicos 
que pode ser utilizada a nível nacional pelos organismos reguladores e pelo setor de 
saúde. 
No anexo 2 pode-se verificar alguns sites na Internet com informações 
relacionadas aos produtos químicos. 
 
 
 
 50 
CONCLUSÃO 
 
 
A questão ambiental é considerada um grande desafio, pois a expansão 
indiscriminada de atividades perigosas prejudica diretamente os recursos naturais, 
pondo em xeque o modelo de desenvolvimento adotado. 
O Estado tem papel preponderante, tanto no que concerne ao dever de 
assegurar a aplicação da letra constitucional como na disponibilização de subsídios 
que propiciem uma infra-estrutura adequada e compatível com a importância de 
nossas estradas e do equilíbrio ecológico. 
Com relação às causas de acidentes nessa modalidade de transporte, 
não se deve encarar o problema sob a perspectiva de atribuição ou divisão de 
culpas e responsabilidades. 
 É fundamental a implementar programas para o gerenciamento dos 
riscos, na prevenção e na resposta, que satisfaçam às necessidades no caso de 
ocorrência desses acidentes para que os impactos possíveis sejam menores. 
A partir dos estudos realizados, pode-se concluir que, a maior parte dos 
acidentes ocorridos durante o transporte de produtos químicos perigosos podem ser 
prevenidos, dependendo o êxito obtido na prevenção destes acidentes da 
cooperação entre os atores envolvidos. 
É de suma importância que cada participante do processo tenha 
conhecimento de suas funções, responsabilidades e saiba agir em cada uma das 
etapas de prevenção e resposta. 
A informação necessária para a prevenção, planejamento e resposta a 
um acidente químico é ampla, sendo, portanto, essencial identificar quem a fornece, 
que recursos existem que sejam de fácil acesso e que as vias de comunicação 
garantirão o fluxo adequado da informação. 
Desta forma, a "ferramenta" Análise de Risco deve ser cada vez mais 
difundida como um instrumento fundamental para a prevenção de acidentes 
ambientais e para o planejamento da resposta para situações de emergência. 
Deve-se ressaltar também que, os organismos de governo, como 
representantes da comunidade, têm a responsabilidade sob o controle, a 
fiscalização e o desenvolvimento de mecanismos técnicos e legais, compatíveis com 
 51 
os riscos relacionados às atividades que possam ser uma ameaça para a segurança 
e o ambiente. 
Por fim, fica cada vez mais evidente a conscientização da comunidade 
com relação a assuntos ambientais e, em um mundo globalizado como o atual, 
dentro de curto prazo não haverá mais espaço para empresas e atividades que não 
procurarem soluções para os seus problemas ambientais e de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
REFERÊNCIAS 
 
ABIQUIM, Manual para atendimento de emergências com produtos

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