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Livro Eletrônico
Aula 02
Direito Civil p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
Paulo H M Sousa, Renata Armanda, Aline Baptista Santiago
83513248253 - nilmara rodrigues
 
 
 
 
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DAS PESSOAS JURÍDICAS E DO DOMICÍLIO 
 
SUMÁRIO 
1. PESSOAS JURÍDICAS E DOMICÍLIO ................................................................................. 2 
1.1 – APRESENTAÇÃO DA AULA 02 ................................................................................................... 2 
2. CRONOGRAMA DA AULA .............................................................................................. 2 
3. PESSOAS JURÍDICAS ....................................................................................................... 3 
4. CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA............................................................................. 5 
5. CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ................................................. 8 
6. CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ............................................................................ 8 
7. GRUPOS DESPERSONALIZADOS .................................................................................... 14 
8. SOCIEDADES DE FATO .................................................................................................. 16 
9. COMEÇO E FIM (EXTINÇÃO) DA EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA .................... 16 
10. PROCESSO DE EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA .......................................................... 20 
11. ASSOCIAÇÕES............................................................................................................. 21 
12. FUNDAÇÕES ............................................................................................................... 26 
13. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ................................................................. 34 
14. DESCONSIDERAÇÃO “INVERSA” DA PESSOA JURÍDICA ............................................... 39 
15. PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ......................................................... 39 
16. RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS ............................................................ 41 
17. DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA ............................................................................... 42 
18. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 42 
19. RESUMO DA MATÉRIA ............................................................................................... 43 
20 – QUESTÕES ................................................................................................................ 60 
20.1 – QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................... 60 
20.2 – LISTA DE QUESTÕES .............................................................................................................. 89 
20.3 – GABARITO ........................................................................................................................... 100 
Paulo H M Sousa, Renata Armanda, Aline Baptista Santiago
Aula 02
Direito Civil p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
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1. PESSOAS JURÍDICAS E DOMICÍLIO 
1.1 – APRESENTAÇÃO DA AULA 02 
Olá, queridos alunos! 
Esta aula, assim como a nossa aula anterior, não tem um conteúdo teórico muito extenso. Mas tenha 
cuidado! Os assuntos: Pessoa Natural e Pessoa Jurídica normalmente são cobrados em provas e as 
questões que envolvem estes itens, de certa forma, não apresentam grandes dificuldades, sendo 
muitas vezes questões “repetidas” ou, então, literais ao texto da lei, portanto, procure assimilar bem 
estes conteúdos para garantir acertos na hora da prova. 
Nesta aula, falaremos ainda sobre o domicílio civil, agora no que diz respeito à pessoa jurídica. 
 
Vamos começar os trabalhos! 
 
2. CRONOGRAMA DA AULA 
AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL DATA 
Aula 02 
Pessoas jurídicas. 3.1 Disposições Gerais. 3.2 Constituição. 3.3 Extinção. 3.4 
Sociedades de fato. 3.5 Associações. 3.6 Fundações. 
02/10/2019 
 
AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL ARTIGOS DA LEI 
Aula 02 Das pessoas jurídicas. Domicílio Civil. 
Art. 40 - 69 
Art. 75 - 78 
Código Civil 
 
 
 
 
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3. PESSOAS JURÍDICAS 
Em nossa aula passada, estudamos as pessoas naturais, a respeito do seu começo e do seu fim, da 
capacidade e da personalidade. Estas pessoas (pessoas naturais) são dotadas de capacidade jurídica, 
porém, para a realização de determinados empreendimentos uma só pessoa se torna fraca e, 
sozinha, dificilmente alcançaria seus objetivos. Com isto, surge a necessidade de se agrupar as 
pessoas para que, então, juntas tenham mais força de realização. 
Da necessidade de conjugação de esforços, para a realização de determinados fins, temos a 
atribuição de capacidade jurídica a entes abstratos, formados ora pelo ¹conjunto de pessoas, ora 
por ²conjugação patrimonial. 
As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere personalidade. Uma vez tendo 
personalidade jurídica, estas pessoas podem ser sujeitos de direitos e obrigações. 
É importante observarmos que a personalidade da pessoa jurídica não se confunde, em regra, com 
a personalidade de cada um dos seus membros. 
Desta forma, uma de suas principais características é a atuação na vida jurídica com personalidade 
distinta da de seus membros. Esta separação de personalidades leva também à separação dos 
patrimônios – respeitando o princípio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra, não podem, por 
exemplo, ser penhorados os bens dos sócios por dívidas da sociedade1. 
As pessoas jurídicas que surgirão poderão ter os mais variados fins, sem agora numerá-las 
taxativamente, podemos citar, desde o próprio conceito de Estado, passando pelas fundações, pelas 
sociedades, associações de bairro e associações esportivas. 
 
 
 
Para a Teoria Negativista só existem no Direito os seres humanos, carecendo as denominadas 
pessoas jurídicas de qualquer atributo de personalidade. Por isso chama-se negativista, porque nega 
existência à pessoa jurídica. Os que a defendem sustentam que a denominação pessoa jurídica 
mascara um patrimônio coletivo ou uma propriedade coletiva. 
As Teorias Afirmativistas estão divididas entre ¹Teorias da Ficção e ²Teorias da Realidade. 
 
 
1 Você verá que, em algumas situações, o patrimônio dos sócios poderá ser atingido. Isto será explicado ainda nesta aula. 
“MAS DE ONDE VEM À NATUREZA JURÍDICA DESTAS PESSOAS?”
Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da pessoa
jurídica. Dentre essas teorias existem as que negam a existência da pessoa
jurídica – ¹Teorias Negativistas, e as que afirmam sua existência – ²Teorias
Afirmativistas.
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São duas as Teorias da Ficção: 
A Teoria da Ficção Legal – criada por Savigny, que considera a pessoa jurídica uma criação artificial 
da lei, ou seja, uma ficção jurídica, uma abstração diversa da realidade. Deste modo, os adeptos 
desta teoria dizem que os direitos são prerrogativas concedidas apenas ao homem nas relações com 
seus semelhantes. Pois somente o homem tem existência real e psíquica para expressar a sua 
vontade para deliberar e o seu poder de ação. Assim, quando se atribuem direitos a pessoas de outra 
natureza, isso se trata de simples criação da mente humana, constituindo-se uma ficção jurídica. A 
capacidadedas pessoas jurídicas, sendo criação ficta do legislador, é limitada na medida de seus 
interesses; 
A Teoria da Ficção Doutrinária – que vem a ser uma variação da teoria explicada acima, defende que 
a pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas intelectual, sendo uma ficção criada pela 
doutrina. 
 
São três as Teorias da Realidade: 
A primeira é a Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica – a pessoa jurídica é considerada por esta 
teoria como sendo uma realidade sociológica, que nasce através de imposição das forças sociais; 
A segunda é a Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista – é parecida com a teoria objetiva 
pela importância dada aos eventos sociológicos. Deste modo, considera a pessoa jurídica como uma 
organização social destinada a um serviço ou ofício e, por isso, personificada; 
A terceira é a Teoria da Realidade Técnica – que diz que a personificação de grupos sociais é um 
expediente de ordem técnica. É um atributo deferido pelo Estado a certas entidades que o merecem 
e que observaram os requisitos por ele estabelecidos. 
 
A teoria da realidade técnica é a adotada pelo código civil de 2002. 
 
Passada a rápida conceituação acima, retornamos agora a ideia trabalhada anteriormente de que 
todo o ordenamento jurídico é destinado a regular a vida dos indivíduos. O direito tem por finalidade 
o homem como sujeito de direitos. Deste modo, criam-se institutos jurídicos em prol do indivíduo, 
criam-se também pessoas jurídicas como forma de se atribuir maior força ao ser humano, para que, 
assim, este possa realizar determinadas tarefas que seriam impraticáveis se estivesse sozinho. 
Mas entenda que da mesma forma que o Direito atribui direitos ele também impõe obrigações às 
pessoas jurídicas. Existirão, para cada tipo de pessoa jurídica, condições, objetivas e subjetivas, 
determinadas em lei. Portanto, o conceito de pessoa jurídica é uma objetivação do ordenamento 
jurídico. Encara-se a pessoa jurídica como uma realidade técnica, como uma criação do direito, 
porque assim está estabelecido em lei. 
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4. CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Não basta simplesmente que as pessoas se agrupem para formar uma pessoa jurídica. Há um 
requisito muito importante, qual seja, a vontade das pessoas sobre a criação de uma pessoa jurídica 
e para um determinado fim. É esta vinculação de vontades, vinculação jurídica entre as pessoas que 
dá unidade orgânica ao ente criado, com isto, este ente se torna uma pessoa com características 
próprias, uma pessoa jurídica, desvinculada da vontade e da personalidade daquelas pessoas que a 
criaram e com autonomia perante seus membros. 
 
Através desta unidade de vontades de criar um ente abstrato surge a personificação. 
 
Vocês se recordam, quando estudamos pessoas naturais, que a partir do momento em que uma 
pessoa nasce com vida ela adquire personalidade? Pois bem, para a pessoa jurídica este momento 
de aquisição da personalidade se dá quando há uma conjunção de vontades em torno da criação 
deste ente abstrato. A partir deste momento este adquire personalidade própria, independente da 
personalidade de seus sócios. 
Contudo, entenda que não basta a simples vontade dos indivíduos para a constituição da pessoa 
jurídica. Certos requisitos são impostos por lei, estes requisitos serão mais severos ou menos 
severos de acordo com a modalidade de ente a ser criado. 
Preenchendo estes requisitos, a pessoa jurídica será considerada regular e estará apta a utilizar-se 
de todas as suas prerrogativas em sua vida jurídica. 
Acreditamos que você já pôde perceber que se regula a pessoa jurídica de modo muito parecido 
com a pessoa natural. Haverá o momento do “nascimento”, registro, aquisição de personalidade, 
capacidade, determinação do domicílio, “morte” - podendo inclusive, existir uma regulação quanto 
à sucessão. 
Além do explicado até aqui (mas pensando especificamente em questões de provas), saiba que para 
as pessoas jurídicas de direito privado (assunto que abordaremos mais a frente) temos o seguinte: 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do 
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai2 em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de 
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no 
registro. 
 
2 Os institutos da decadência e da prescrição serão abordados detalhadamente em outra aula. Mas você já pode “ir memorizando” 
alguns prazos. 
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Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. 
 
Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurídicas de direito privado são 
registrados no Cartório de Registro Civil das pessoas jurídicas. Este registro além de servir de prova, 
possui natureza constitutiva, por ser o atributivo de personalidade e da capacidade da pessoa 
jurídica. 
 
Não esqueça esta informação! A existência legal da pessoa jurídica de direito privado começa com 
o registro do ato constitutivo. Não é quando as pessoas celebram o contrato e não é quando 
elaboram o estatuto. Ela começa quando ocorre o registro. 
 
Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos básicos: ¹a vontade humana criadora, 
²a obediência às condições legais para sua formação e ³a finalidade lícita. 
 
A ¹vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de várias pessoas em torno de uma 
finalidade comum e de um novo organismo é fundamental. No início existe apenas uma pluralidade 
de membros que, por sua vontade, formarão uma unidade, a pessoa jurídica que futuramente 
passará a existir como um ente autônomo. 
Superada esta primeira fase de manifestação da vontade a pessoa jurídica já existe em um estado 
latente, mas para que exista de fato será preciso observar um segundo requisito: ²a observância das 
determinações legais. Deve se respeitar e cumprir, em especial, o que a lei determinar a respeito de 
sua criação. É a lei que ditará qual o caminho a seguir para que aquela vontade se materialize num 
corpo coletivo. 
Por fim, a pessoa jurídica, que resultou de uma vontade, que foi criada de acordo com a lei, deve 
também obedecer a um terceiro requisito: ³ter um fim lícito. Não se pode admitir que uma pessoa 
jurídica, criada de acordo com a lei, venha a atentar contra esta, através de atos ilícitos. A sua 
finalidade e seus atos precisam estar em conformidade com a lei, em prol de toda a sociedade, de 
acordo com os bons costumes e com o direito, ou seja, a sua finalidade precisa ser lícita. 
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(FAURGS/TJ-RS – 2015) 
A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa(A) com a aprovação do estatuto social. 
(B) com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. 
(C) com a aprovação da lei autorizativa da sua constituição. 
(D) com a concessão do alvará pelo Poder Público. 
Comentários: 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o 
ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de 
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição 
no registro. 
Gabarito letra B. 
 
(CONSULPLAN / TJ-MG – 2015) 
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro. O registro declarará, EXCETO: 
(A) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver. 
(B) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores. 
(C) as disposições para liquidação da pessoa jurídica. 
(D) se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo. 
Comentários: 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
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VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. 
Gabarito: Letra C. 
 
5. CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela é decorrente da personalidade 
atribuída à pessoa. Com a pessoa jurídica ocorre o mesmo, porém, se para a pessoa natural esta 
capacidade será plena para a pessoa jurídica ela vai ser limitada à finalidade para a qual a pessoa 
foi criada. 
Os poderes atribuídos à pessoa jurídica estão estipulados nos ¹atos constitutivos, em seu 
²ordenamento interno e, também, na ³lei, uma vez que seus estatutos não podem contrariar normas 
cogentes. 
Assim, depois de registrada a pessoa jurídica o Direito reconhece a atividade no mundo jurídico. 
Neste momento de reconhecimento, a pessoa jurídica recebe: denominação, domicílio e 
nacionalidade (todos decorrentes da personalidade). 
Sob o aspecto da representação, para o exercício do direito, a pessoa jurídica não pode agir senão 
através do homem. Há, portanto, uma vontade humana que opera na pessoa jurídica, condicionada 
a suas finalidades3. Na realidade, nem sempre a vontade do diretor ou administrador que se 
manifesta pela pessoa jurídica coincide com a sua própria vontade. Ele é apenas um instrumento ou 
órgão da pessoa jurídica, entendendo-se assim, que há duas vontades que não se confundem. Por 
exemplo, o diretor ou presidente pode manifestar a vontade da pessoa jurídica em assembleia geral, 
mas esta vontade não necessariamente precisará coincidir com a sua própria vontade. 
 
6. CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Este item, apesar de não estar expresso no edital, também compõe o assunto pessoas jurídicas 
(tacitamente é preciso estudá-lo ☺). 
 
Preste muita atenção nesta classificação! Apesar de não ser muito extensa, ela apresenta alguns 
detalhes e subdivisões, sendo amplamente cobrada em provas. 
 
3 Não há de se confundir esta representação da pessoa jurídica, com aquela representação dos incapazes. Enquanto no caso dos 
incapazes a representação irá ocorrer porque existe a incapacidade de fato ou de exercício, no caso da pessoa jurídica a 
representação existe apenas para que esta possa agir e praticar atos da vida civil. 
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Vamos a ela! 
 
I. Quanto à nacionalidade. 
(estas podem ser ¹nacionais e ²estrangeiras. A nacionalidade da pessoa jurídica deve ser 
vista sob o prisma da sua constituição). 
➢ A nacional é a que foi organizada conforme a lei brasileira e tem no país a sede de sua 
administração. 
➢ A estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não poderá, sem autorização do Poder 
Executivo, funcionar no país, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, 
todavia, ressalvados os casos previstos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. 
Se autorizada a funcionar no Brasil: sujeitar-se-á às leis e aos tribunais brasileiros, quanto 
aos atos aqui praticados; deverá ter representante no Brasil; e poderá nacionalizar-se, 
transferindo sua sede para o Brasil. 
 
II. Quanto à estrutura interna . 
(estas podem ser divididas em ¹corporação e ²fundação). 
➢ A corporação (universitas personarum) é um conjunto de pessoas que, apenas 
coletivamente, goza de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade única. Exemplos: 
as associações e as sociedades. 
➢ A fundação (universitas bonorum) é o patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe 
dá unidade. São as fundações (públicas e privadas). 
 
As associações e as sociedades também têm um patrimônio, que representa um meio para a 
consecução dos fins perseguidos pelos sócios, mas, nas fundações, juntamente com o objetivo a que 
esta se destina, o patrimônio é o elemento principal. 
 
III. A terceira classificação (e, talvez, a mais importante pensando em provas) é quanto à 
função e capacidade. 
(sendo divididas em duas espécies, conforme expresso no CC, as pessoas jurídicas de 
¹direito público e as pessoas jurídicas de ²direito privado). 
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➢ As pessoas jurídicas de direito público - são aquelas previstas em lei e que podem ser de 
Direito Público Externo ou Interno. 
➢ As pessoas jurídicas de direito privado – são instituídas por iniciativa de particulares e 
dividem–se em: fundações particulares, associações, sociedades simples e empresárias, 
organizações religiosas, partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei 12.441 de 2011, as 
empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. 
 
Veja que as pessoas jurídicas de direito público são subdivididas em direito público interno ou 
externo. 
 
Direito público externo, regulamentadas pelo direito internacional e abrangendo: as nações 
estrangeiras, a Santa Sé, as Uniões Aduaneiras, os Organismos Internacionais. Neste sentido, temos 
artigo 42 do CC: 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas 
que forem regidas pelo direito internacional público. 
 
Direito público interno, que podem ser da administração direta (União, Estados, Territórios4, Distrito 
Federal e Municípios) ou podem ser da administração indireta – descentralizados, criados por lei, 
com personalidade jurídica própria para o exercício de atividades de interesse público, tais como as 
Autarquias, as Associações Públicas, as Fundações Públicas, as Agências executivas e reguladoras. 
 
Estão elencados no art. 41: 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o DistritoFederal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
 
 
4 A classificação dos territórios não é pacifica. Alguns civilistas os colocam como fazendo parte da administração direta, já para o 
direito administrativo estes são colocados como da administração indireta. De todo modo, destacamos que conforme a 
Constituição Federal, art.18, §2, os territórios federais integram a União, ou seja, territórios não são considerados entes da 
federação. 
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As pessoas jurídicas de direito privado estão previstas no art. 41 do CC : 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado. 
Os sindicatos embora não mencionados expressamente no art. 44, possuem natureza de associação 
civil, estando, pois, dentro das pessoas jurídicas de direito privado. 
Cuidado para não confundir um profissional autônomo com empresa individual! 
Empresa individual está normatizada no art. 980-A do CC, que diz: “A empresa individual de 
responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital 
social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo 
vigente no País”. (Artigo incluído pela Lei nº 12.441, de 2011). Com a Instrução Normativa 38/17 (IN 
38/17), tanto pessoas físicas como pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, podem ser titular de 
EIRELI. Já o profissional autônomo é pessoa física que presta serviços de forma eventual sem relação 
de emprego. Enquadra-se também como profissional autônomo, o profissional liberal, que é aquela 
pessoa que exerce, por conta própria, atividade econômica, de natureza urbana, com fins lucrativos 
ou não. 
Outro detalhe importante é o que diz respeito às fundações, estas, embora genericamente estejam 
listadas entre as pessoas jurídicas de direito privado, se tiverem atuação que, de certa forma, se 
assemelhem às Autarquias, terão personalidade jurídica de direito público (em prova, estará escrito 
unicamente Fundações Públicas). 
 
 
“VOCÊS PODEM EXPLICAR COMO FICA A SITUAÇÃO, POR EXEMPLO, DE 
CONDOMÍNIOS E DE SOCIEDADES IRREGULARES? EM QUE CLASSIFICAÇÃO 
ESTAS ENTIDADES SE ENQUADRAM?”
Há determinadas entidades com muitas das características das pessoas
jurídicas que vimos até agora, mas que, no entanto, não chegam a ganhar
personalidade, são grupos despersonalizados. Faltam requisitos
imprescindíveis à personificação, são os grupos com personificação
anômala, alguns autores utilizam também o termo personalidade
judiciária.
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Temos como exemplos destas entidades: a família; a massa falida; o espólio; o condomínio; a 
herança jacente ou vacante. Em geral, estes grupos, embora não possuam personalidade, possuem 
uma capacidade processual e também legitimidade ativa e passiva para demandar e ser demandado 
em ações judiciais. 
 
(IF-RS / IF-RS –2015) 
São pessoas jurídicas de Direito Público: 
(A) as autarquias. 
(B) as sociedades. 
(C) as fundações. 
(D) os partidos políticos 
(E) as associações. 
Comentários: 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
... 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Gabarito: Letra A. 
 
(FAUEL / CÂMARA MUNICIPAL DE MARIALVA-PR – 2015) 
São pessoas jurídicas de direito público interno: 
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(A) Associações públicas. 
(B) Sociedades. 
(C) Partidos políticos. 
(D) Organizações religiosas. 
Comentários: 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
... 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Gabarito: Letra A. 
 
(CAIP-IMES / CRAISA DE SANTO ANDRÉ-SP – 2016) 
São pessoas jurídicas de direito público interno: 
(A) as associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; os partidos políticos 
e as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
(B) a União; os Estados; o Distrito Federal; os Municípios; as autarquias; as fundações e os 
partidos políticos. 
(C) a União; os Estados; o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as autarquias, 
inclusive as associações públicas e as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
(D) a União; os Estados; o Distrito Federal; os Municípios; as fundações; os partidos políticos; 
as autarquias, inclusive as associações públicas. 
Comentários: 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. 
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... 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
... 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Gabarito: Letra C. 
 
7. GRUPOS DESPERSONALIZADOS 
Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de concurso são: 
 
A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a sentença 
declaratória de falência. Será representado por um síndico, que será o 
substituto da empresa ou pessoa que faliu. 
 
A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se dá a herança 
quando uma pessoa morre sem deixar testamento e não se conhece nenhum 
herdeiro. Os bens da herança jacente são declarados vacantes quando não se 
apresentar nenhum herdeiro ou, se aparecer algum, este renunciar a herança. 
Este acervo de bens será representado por um curador. 
 
O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus5. Será 
representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por um 
administrador provisório. 
 
5 Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu. 
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O condomínio – sobre o condomínio há controvérsias na doutrina. Quando se 
tratar de condomínio que é a propriedade comum ou conjunta sobre alguma 
coisa, este não possui personalidade jurídica. O problema está nos 
condomínios de edifícios. Portanto tenha uma atenção extra se isto aparecer 
em prova. Como regra considere-os despersonalizados. Será representado 
pelo síndico. 
 
As sociedades e associações sem personalidade jurídica denominadas 
sociedades de fato ou irregulares – serão representadas em juízo, ativa e 
passivamente, “pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens” 
(CPC, art. 75, IX). São as entidades já criadas e em funcionamento que, no 
entanto, não têm existência legal, por falta de registro no órgão competente 
ou por falta de autorização legal (CC, art. 986)6. 
 
Também se destaca a família como uma entidade não personificada, pois, 
apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua individualidade e 
é responsável por suas obrigações. 
 
(FCC/ TJ-PA –2009) 
Considerando que a ideia de personalidade exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e 
contrair obrigações, diante do Direito Positivo, é correto afirmar que os órgãos públicos, o 
espólio, a massa falida e a herança jacente são dotados de personalidade. 
Comentários: 
Os órgãos públicos, o espólio, a massa falida e a herança jacente são entes despersonalizados. 
Gabarito: Errado. 
 
(FCC/ TRT - 24ª REGIÃO –2014) 
Assinale a alternativa em que nenhum ente mencionado possui personalidade jurídica 
(A) a organização religiosa, a família e o partido político. 
(B) a fundação, o espólio e a família. 
(C) a família, o espólio e a sociedade em conta de participação. 
(D) o espólio, a associação e o condomínio. 
 
6 Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil: Parte Geral. Esquematizado, v. 1, 2016. p.223. 
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(E) a sociedade em nome coletivo, a empresa individual de responsabilidade limitada e a firma 
individual. 
Comentários: 
A família não possui personalidade jurídica. 
O espólio não possui personalidade jurídica. Será representado por um inventariante. 
A sociedade em conta de participação não possui personalidade jurídica. O sócio ostensivo é a 
pessoa jurídica, não a sociedade. 
Gabarito: Letra C. 
 
8. SOCIEDADES DE FATO 
As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que existem e funcionam, mas não possuem 
existência legal justamente porque não fizeram seu registro no órgão competente ou então porque 
lhes falta autorização legal para funcionamento. Serão representadas pela pessoa a quem couber a 
administração de seus bens. 
As sociedades irregulares ou de fato são aquelas que não cumpriram alguns requisitos para sua 
regular formação, como por exemplo, uma empresa que deixa de registrar seu ato constitutivo na 
Junta Comercial. Estas empresas possuem legitimidade para cobrar em juízo seus créditos, não 
podendo o devedor alegar a irregularidade de sua constituição para se negar ao pagamento da 
dívida. Mas não podem ser sujeitos de direitos, e os bens particulares dos sócios respondem 
igualmente com os bens da empresa por dívidas contraídas em nome desta. 
 
9. COMEÇO E FIM (EXTINÇÃO) DA EXISTÊNCIA LEGAL DA 
PESSOA JURÍDICA 
A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ¹ato jurídico ou ²em decorrência de normas. 
Existe diferença, porém, entre a origem das pessoas jurídicas de direito público e das de direito 
privado. 
As pessoas jurídicas de direito público se não são criadas em razão de fatos históricos (criação do 
próprio Estado, por exemplo), o são por normas, sejam estas: constitucionais; legais; ou, até mesmo, 
por meio de tratados internacionais (no caso das pessoas jurídicas de direito público externo). 
Já as pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um processo que pode se dar de três formas: 
o ¹sistema da livre associação (a emissão de vontade dos instituidores é suficiente para a criação do 
ente personificado); o ²sistema do reconhecimento (há necessidade de um decreto de 
reconhecimento); e o ³sistema das disposições normativas (neste sistema dá-se liberdade de criação 
humana, sem necessidade de ato estatal que a reconheça, mas exige-se que a criação dessa pessoa 
obedeça a condições predeterminadas). 
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Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da pessoa jurídica: o ¹ato constitutivo e a 
formalidade do ²registro. 
 
Na primeira fase, há a constituição da pessoa jurídica por um ato unilateral entre pessoas vivas ou 
por testamento (se a pessoa faleceu e deixou estipulado a sua criação como ato de última vontade). 
Nesta fase temos um elemento material que se exterioriza nos atos de reunião dos sócios, nas 
condições dos estatutos, etc. Há, também, um elemento formal que é a transcrição do que foi 
acertado por escrito. Este ato poderá ser público ou particular. As fundações são exceção, pois para 
elas o instrumento público ou o testamento são essenciais. 
 
Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à segunda fase: o registro. O ato de 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado e o seu registro estão normatizados nos artigos 
45 e 46 do CC: 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do 
Poder Executivo, averbando-se no registo todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito 
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. 
 
(FCC/ TCE-AL –2008) 
A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo. 
Comentários: 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
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aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar 
o ato constitutivo. 
Gabarito: Correto. 
 
(FCC/ AL-PB – 2013) 
Quanto às pessoas jurídicas, é correto afirmar: Decai em três anos o direito de anular a 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o 
prazo da publicação de sua inscrição no registro. 
Comentários: 
Art. 45. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas 
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de 
suainscrição no registro. 
Gabarito: Correto. 
 
Enquanto para a pessoa natural o fim da existência ocorre com a morte (real ou presumida), para a 
pessoa jurídica pode ocorrer por causas diversas. Basicamente, o fim da existência legal da pessoa 
jurídica, pode ocorrer: 
 De forma convencional – ou seja, quando seus membros decidirem pelo seu fim, de acordo com o 
quórum previsto nos estatutos da empresa ou na lei. 
De forma legal – em razão de motivos determinados em lei, mais precisamente no art. 1.034 do CC: 
Art. 1.034 A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, 
quando: 
I - anulada a sua constituição; 
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade. 
De forma administrativa – quando a pessoa jurídica, para seu funcionamento, precisa de 
autorização do poder público e pratica atos nocivos ou contrários aos seus fins. 
 De forma Judicial – que decorre dos casos de dissolução previstos em lei ou no estatuto, 
principalmente quando a sociedade se desviar dos fins para os quais foi constituída. 
 
As formas de extinção se relacionam, e como vimos acima são a convencional, a legal, a 
administrativa e a judicial. 
 
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No entanto, a extinção legal tem este nome porque os motivos que levam à sua extinção advêm da 
lei (exemplo art. 1.034). Mas entenda que a extinção não é automática, para que ela aconteça 
também serão necessárias algumas medidas judiciais. 
A extinção pela forma administrativa acontecerá quando for necessária uma autorização da 
administração pública para o funcionamento da Pessoa Jurídica. Neste caso, quando a PJ pratica atos 
nocivos ou contrários aos seus fins, o mesmo poder administrativo que concedeu esta autorização 
poderá retirá-la ou, então, negar a sua renovação. 
 
(FCC/ SEFAZ-SP – 2013) 
No tocante às pessoas naturais e jurídicas: 
(A) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com o início efetivo de 
suas atividades civis ou empresariais. 
(B) As autarquias, União, Estados e Municípios, bem como os partidos políticos, são pessoas 
jurídicas de direito público interno. 
(C) As associações, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas 
individuais de responsabilidade limitada são pessoas jurídicas de direito privado. 
(D) A personalidade civil da pessoa natural começa do nascimento com vida, evento a partir do 
qual serão protegidos também os direitos do nascituro. 
(E) Somente as pessoas naturais possuem atributos da personalidade e, assim, apenas elas 
podem sofrer danos morais. 
Comentários: 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Gabarito: Letra C. 
 
(FCC/ TRT - 12ª REGIÃO – 2013) 
No tocante às pessoas jurídicas: 
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(A) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início efetivo de 
suas atividades ao público. 
(B) de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa 
qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do 
dano, se houver por parte destes culpa ou dolo. 
(C) a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das instituições 
religiosas é condicional, por ser laico o Estado brasileiro, que deverá autorizar ou não seu 
reconhecimento e registro. 
(D) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público interno. 
(E) as autarquias e as associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado. 
Comentários: 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos 
seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo 
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Gabarito: Letra B. 
 
10. PROCESSO DE EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu processo de extinção se realizará 
através da ¹dissolução e da ²liquidação. Este processo se mostra necessário para que se dê 
destinação aos bens da empresa, se pague todas as dívidas e para que se faça a partilha do que 
restar entre os sócios. 
A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá nos casos de dissolução ou de 
cassação de autorização para funcionamento: 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu 
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. 
§ 1º. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. 
§ 2º. As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas 
jurídicas de direito privado. 
§ 3º. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. 
 
(INSTITUTO AOCP / EBSERH – 2015) 
Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, 
ela será prontamente extinta e cancelada sua inscrição. 
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Comentários: 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu 
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. 
Gabarito: Errado. 
 
Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica no registro não 
acontece no momento em que ela é dissolvida. 
O cancelamento da sua inscrição acontece somente depois de encerrada a sua regular liquidação. 
 
Continuando a análise do Código Civil, há duas pessoas jurídicas, para as quais o nosso o código 
reservou alguns itens específicos, são elas: ¹as associações e ²as fundações. 
 
Então vamos ao seu estudo mais detalhado! 
 
11. ASSOCIAÇÕES 
No código civil de 2002, as associações estão compreendidas entre os artigos 53 a 61. O artigo 53 
nos dá uma primeira ideia sobre as associações: 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
 
As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não econômicos, e preenchem, assim, 
as mais variadas finalidades na sociedade. Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode 
ser buscada por uma associação. 
Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Uma vez que as associações não se 
formam por contrato e sim pela união de pessoas sem direitos e obrigações recíprocos7. 
Uma observação que devemos fazer é a seguinte: 
A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser reinvestido na própria entidade. 
A associação não pode ter o lucro como finalidade essencial e nem distribuí-lo entre seus associados.
 
 
 
7 Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 271. 
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No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios que devem constar nosestatutos 
de toda e qualquer associação: 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
 
Outras disposições podem ser acrescentadas, mas estas, que estão no texto da lei, são essenciais. 
Os estatutos são a lei orgânica da pessoa jurídica, a norma de obediência obrigatória para os 
fundadores da associação e, também, para todos aqueles que no futuro venham a ela se associar. A 
vontade dos novos membros se manifesta através da adesão à associação e consequentemente aos 
seus regulamentos. 
 
Nada impede que a associação tenha várias sedes, sendo uma principal e outras subsidiárias; 
A admissão de novos sócios deve atender aos interesses da associação, o estatuto pode determinar 
que sejam preenchidos certos requisitos para que alguém tenha a qualidade de sócio; 
A demissão não se confunde com a exclusão, porque esta tem caráter de penalidade e só pode ser 
aplicada se for dado direito à ampla defesa ao associado envolvido (art. 57), já a demissão decorre 
da iniciativa do próprio interessado, por oportunidade ou conveniência sua; 
É importante que o estatuto estabeleça a providência de fundos, se este vai ser proveniente de 
contribuições dos próprios sócios ou de terceiros, ou se, então, a associação vai exercer alguma 
atividade que lhe forneça meios financeiros, entretanto sem que com isso descaracterize sua 
finalidade. 
 
O artigo 55 do CC nos diz: 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais. 
 
Este artigo pode dar margem para algumas confusões. A dificuldade estaria no sentido de se saber, 
no caso concreto, se é válida a atribuição de vantagens especiais a sócios, o que contraria a finalidade 
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primeira do dispositivo que é a igualdade de direitos. O melhor é interpretar que toda associação 
deve garantir os direitos mínimos aos associados e que as vantagens são excepcionais a algumas 
categorias, que por sua natureza sejam diferenciadas. 
 
Seguindo com a nossa conversa! No art. 56 encontramos o seguinte: 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. 
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a 
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao 
adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 
 
Temos aqui a figura dos associados com e sem em quotas ou fração ideal do patrimônio da entidade 
(chamados respectivamente de sócios patrimoniais e de sócios meramente contributivos). Na 
verdade, o que este artigo quer proteger é o interesse da associação, pois cabe à própria entidade 
definir quem poderá ingressar como associado. 
O simples fato de transferir uma quota ou a “qualidade” de associado para outra pessoa pode não 
ser o suficiente para esta pessoa passar a ser sócia, é preciso analisar a permissão estatutária. 
 A ideia fundamental é no sentido de permitir que a associação faça um juízo de oportunidade e 
conveniência para a admissão de novos associados. Uma vez admitido o associado, a sua exclusão 
somente será possível por justa causa, obedecido o estatuto. É o que diz o artigo 57 do CC: 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
 
Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de procedimento que permita ao sócio 
produzir sua defesa e suas provas, ainda que o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia 
geral, convocada para tal fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC: 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido 
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. 
 
O estatuto ou a lei estabelecerão os limites ao exercício dos direitos sociais. 
A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce papel de “poder legislativo” na 
instituição8. O artigo 59 do CC elenca as matérias privativas da assembleia. 
 
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: 
 
8 O “Poder Executivo” da pessoa jurídica é exercido por um diretor ou uma diretoria, podendo ser criados outros órgãos auxiliares, 
dependendo do tamanho da entidade. 
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I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto. 
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido 
deliberação da assembleia especialmente convocada para este fim, cujo quórum será o estabelecido 
no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
 
No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina: 
A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a 1/5 (um quinto) 
dos associados o direito de promovê-la. 
 
De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC – que é uma norma de ordem pública, ou seja, é 
preceito imperativo, que não admite disposição em contrário pela vontade privada, competirá 
somente à assembleia geral a ¹destituição dos administradores e a ²alteração do estatuto. 
 
 
 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se 
for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à 
entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos 
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1º. Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes 
da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo 
valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2º. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação 
tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se 
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 
 
“VOCÊS FALARAM EM DISSOLUÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. MAS O QUE 
ACONTECERÁ COM O PATRIMÔNIO DE UMA ASSOCIAÇÃO QUANDO ESTA 
FOR DISSOLVIDA?”
A resposta à sua pergunta está no art. 61, o seu estudo deve ser literal ao
texto do CC (assim é cobrado em prova!
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Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ: Jornada III STJ 142 – “Os 
partidos políticos os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa, 
aplicando-se-lhes o CC”. 
 
(FCC/ TJ-PE – 2013) 
Em relação às associações, é correto afirmar: 
(A) A exclusão do associado depende unicamente das disposições estatutárias, podendo 
ocorrer por ato imotivado dos órgãos deliberativos, se assim dispuser o estatuto. 
(B) Os associadosdevem ter iguais direitos e, em consequência, é vedado que se estabeleçam 
no estatuto categorias com vantagens especiais. 
(C) Como regra, a qualidade de associado é transmissível livremente 
(D) Entre os associados, são estabelecidos direitos e obrigações recíprocos. 
(E) Compete privativamente à assembleia geral, especialmente convocada para esses fins, 
destituir os administradores e alterar o estatuto associativo. 
Comentários: 
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: 
I – destituir os administradores 
II – alterar o estatuto. 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido 
deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o 
estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
Gabarito: Letra E. 
 
(VUNESP / DESENVOLVESP – 2014) 
Assinale a alternativa correta acerca das associações. 
(A) Em sua essência, assim como nas sociedades, as associações têm por finalidade a obtenção 
de lucro, a ser distribuído entre os associados. 
(B) A exclusão dos associados, nas hipóteses em que o estatuto permitir, independe de 
procedimento que assegure o direito de defesa. 
(C) As associações podem ser públicas, sendo classificadas como pessoa jurídica de direito 
público interno. 
(D) Em razão de sua natureza, não se admite a existência de categorias de associados com 
vantagens especiais. 
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(E) Em caso de dissolução da associação, não se admite a restituição das contribuições que os 
associados prestaram à associação, devendo o patrimônio integral ser revertido para 
instituição de fins idênticos ou semelhantes. 
Comentários: 
Alternativa “a” - errada. 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos. 
Alternativa “b” - errada. 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
Alternativa “c” - correta. 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
Alternativa “d” - errada. 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais. 
Alternativa “e” - errada. 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de 
deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, 
será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por 
deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou 
semelhantes. 
Gabarito: Letra C. 
12. FUNDAÇÕES 
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre as fundações, temos que noticiá-lo sobre uma importante 
alteração ocorrida dia 29/07/2015, onde a Lei nº 13.151 alterou vários dispositivos do CC/2002 
sobre as fundações privadas. Deste modo, vamos fazer um quadro comparativo entre como era o 
artigo ou inciso, e como ficou. Mas, desde já alertamos que a citada lei já está em vigor, pois, de 
acordo com seu art. 7º, ela entra em vigor na data de sua publicação. 
Então vamos lá! 
Vimos que, nas associações, o que importa são as pessoas, a reunião de pessoas, a coletividade. Já 
nas fundações, há de início um patrimônio despersonalizado, destinado a um fim. 
 
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As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a determinada finalidade. A 
Lei nº 13.151, de 2015 alterou a redação do artigo 62 do CC, da seguinte forma: 
Lei nº 10.406, de 2002 Lei nº 13.151, de 2015 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu 
instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens 
livres, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a 
maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente 
poderá constituir-se para fins religiosos, 
morais, culturais ou de assistência. 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu 
instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens livres, 
especificando o fim a que se destina, e 
declarando, se quiser, a maneira de administrá-
la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá 
constituir-se para fins de: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio 
histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio 
ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de 
tecnologias alternativas, modernização de 
sistemas de gestão, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e 
científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da 
democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas; 
 
Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que recebe personalidade para a 
realização de um fim determinado. O patrimônio se personaliza quando obtém sua existência legal, 
deste modo, uma fundação não é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por escritura pública 
ou testamento. 
A construção da fundação é voltada para a realização de fins socialmente relevantes, úteis e nobres. 
Afasta-se assim taxativamente no parágrafo único a possibilidade de instruírem-se fundações com 
fins ociosos e fúteis. 
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A fundação somente poderá constituir-se para fins de assistência social; cultura, defesa e 
conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e 
nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de 
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e das atividades religiosas. 
 
Observe que agora a finalidade da fundação, ou seja, seu campo de atuação ficou maior e mais 
determinado. Temos, no parágrafo único do art. 62, um campo de atuação maior do que tínhamos 
na antiga redação, o que reforça os entendimentos da doutrina, tribunais e enunciados, de que a 
fundação poderia atuar em outros campos além dos descritos no antigo § único do art. 62. suceder 
os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-
se a sucessão.” 
 
Tenha em mente que esta é a redação atual do art. 62 do CC. A Lei nº 13.151 já está em vigor. 
 
Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação, ou seja, para que se possa dizer que 
esta existe como pessoa jurídica, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: instituição, 
por meio de escritura pública ou testamento, de dotação especial de bens livres de ônus, da qual 
conste a finalidade específica da fundação, que somente poderá constituir-se para fins de assistência 
social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança 
alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; pesquisa científica,desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos 
técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
atividades religiosas; estatutos que a regerão; aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério 
Público e o registro da escritura de instituição. 
A criação da fundação se dá pelo denominado negócio jurídico fundacional e o registro a personifica, 
fazendo com que tenha capacidade, patrimônio, sede e administração9. 
No primeiro requisito (instituição) para a criação de uma fundação, existem dois momentos bem 
definidos: um é a ¹vontade de sua constituição, que neste caso se exterioriza no ato de fundação 
propriamente dito; e o outro é o ato de ²dotação de um patrimônio, que lhe dará vida. Neste ato 
 
9 Diniz. Direito Fundacional. 
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de dotação, estão compreendidos: a reserva de bens livres10, a indicação dos fins e a maneira pela 
qual o acervo será administrado. 
 
Modalidades de formação da fundação: 
Direta – neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e regulamenta a fundação. 
Fiduciária – neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organizá-la a outra pessoa. 
 
Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa natural quanto pessoa jurídica. 
 
Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens, mas o que ocorre quando esta 
dotação não for suficiente? Esta situação está expressa no art. 63 do CC: 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro 
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
 
Então, se caso os bens forem insuficientes para a constituição da fundação, eles serão destinados a 
outra fundação que tenha a mesma ou semelhante finalidade da que não pôde ser criada, mas isso 
só acontecerá se o instituidor não tiver disposto de forma diferente no estatuto. 
A tarefa de elaborar o estatuto – que é a lei interna da fundação - cabe ao instituidor ou, então, o 
instituidor deverá designar quem elabore o estatuto. Depois de ultrapassada esta fase, o estatuto 
será apresentado ao Ministério Público11– órgão fiscalizador das fundações, que examinará se 
foram observadas as bases da fundação e se os bens são suficientes para atender as suas finalidades. 
Neste sentido temos o artigo 66 do CC: 
Art.66 Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do 
Distrito Federal e Territórios 
§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao 
respectivo Ministério Público. 
 
10 Estes bens têm que ser livres, pois qualquer ônus sobre eles colocaria em risco a existência da entidade. 
11 Esta fiscalização será feita por meio da Promotoria de Justiça das Fundações, nas cidades em que houver este cargo na divisão 
administrativa da instituição. Nas cidades menores esta tarefa caberá ao Promotor Público. 
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De acordo caput do art. 66 do CC, as fundações depois de criada, serão fiscalizadas pelo Ministério 
Público do Estado onde situadas. 
 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
 
O caput do art. 66 fala em Ministério Público do Estado. E se a fundação estiver situada no Distrito 
Federal, quem irá fiscalizá-la? Quem vela pelas fundações localizadas no DF? O Ministério Público 
do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). 
 
A Lei n.º 13.151/2015 alterou o §1º do art. 66 do CC com o objetivo de deixar isso expresso no 
texto do Código: 
§ 1º. Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público 
do Distrito Federal e Territórios. 
 
Desse modo, mesmo antes da alteração da Lei n° 13.151/2015, por força de decisão do STF, a 
atribuição para fiscalizar as fundações privadas localizadas no DF já era do MPDFT. 
 
(CESPE / CGU –2017) 
De acordo com o STF, cabe ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios velar pelas 
fundações públicas e de direito privado em funcionamento no DF, sem prejuízo da atribuição, 
ao Ministério Público Federal, da veladura das fundações federais de direito público que 
funcionem, ou não, no DF ou nos eventuais territórios. 
Comentários: 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público 
do Distrito Federal e Territórios. 
§ 2° Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, 
ao respectivo Ministério Público. 
Gabarito: Correto. 
 
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A Lei nº 13.151/2015 corrige a falha do Código Civil e se adequa ao que foi decidido pelo STF, 
deixando claro que se a fundação privada funcionar no Distrito Federal ou em Território caberá o 
encargo ao MPDFT. 
 
 
 
(CESPE / CGU –2017) 
Se uma fundação estender suas atividades por mais de um estado, independentemente de ser 
federal ou estadual, sua veladura caberá ao Ministério Público Federal. 
Comentário: 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 2° Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, 
ao respectivo Ministério Público. 
Gabarito: Errado. 
 
Compete, então, ao Ministério Público do Distrito Federal velar pelas fundações no DF. 
 
Em se tratando de fundações federais de direito público esta atribuição de velar cabe, sim, ao 
Ministério Público Federal, independentemente de funcionar ou não no DF ou nos eventuais 
Territórios. 
Nos Estados, esta competência é do Ministério Público do Estado em que se situa a fundação. 
Nesta mesma perspectiva, de ação do Ministério Público, temos o parágrafo único, do artigo 65 do 
CC: 
E SE A FUNDAÇÃO ABRANGER MAIS DE UM ESTADO/DF? SE ELA 
FUNCIONAR EM DOIS, TRÊS, QUATRO ESTADOS/DF, QUEM FISCALIZA?
Se as atividades da fundação se estenderem por mais de um Estado, caberá
o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público (§ 2º do art.
66). Ex: Fundação “A” atua em SP, MG e DF. O MPSP irá fiscalizar as
atividades dessa fundação em SP, o MPRJ no MG e o MPDFT no DF.
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Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do 
encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art.62), o estatuto da fundação projetada, 
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. 
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo 
prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. 
 
Como vimos, se o instituidor não fizer o estatuto e a pessoa por ele designada também não fizer, 
caberá ao Ministério Público esta tarefa. Qualquer alteração do estatuto também deve ser 
submetida à apreciação do Ministério Público. 
 
Sobre alterações no estatuto temos o artigo 67 do CC: 
Art. 67. Para que se possa alteraro estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I – seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos componentes para gerir e representar a fundação; 
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, 
a requerimento do interessado. 
 
E, aqui, temos a última alteração. Agora temos um prazo máximo para que o MP analise a proposta 
de mudança do estatuto. Observe como ficou a nova redação do inciso III do art. 67 do CC: 
Art. 67. III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e 
cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a 
requerimento do interessado. 
 
Deste modo o art. 67 ficou da seguinte forma: 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, 
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do 
interessado. 
 
Colocamos os dispositivos, o antigo e o novo da Lei nº 13.151, como forma de comparação, mas o 
que está valendo é a redação nova. Fique atento. ;) 
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Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria vencida poderá requerer a 
impugnação no prazo de 10 dias, isso conforme o artigo 68 do CC: 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores 
da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência 
à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias. 
 
Existem certas peculiaridades no que diz respeito às fundações: 
A primeira é quanto aos seus bens, estes não podem ser vendidos. Normalmente, tais bens são 
inalienáveis, porque é sua existência que assegura a vida das fundações, não podendo, desta forma, 
serem desviados de sua destinação original. É claro que, dependendo da situação, comprovada a 
necessidade da venda, esta pode ser autorizada pelo juiz competente12, com a audiência do 
Ministério Público. O produto da venda deve ser aplicado na fundação ou em outros bens destinados 
a sua manutenção; 
Na fundação, o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma vez que basta uma só pessoa 
para sua criação; 
O patrimônio é o elemento fundamental das fundações; 
Os fins também são imutáveis, porque são fixados pelo instituidor; 
Nas fundações os administradores não são sócios, podem ser denominados como membros 
contribuintes, fundadores, beneméritos, efetivos, etc. 
 
Outra peculiaridade está no artigo 64 do CC: 
Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-
lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, 
em nome dela, por mandado judicial. 
 
Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotação de bens ou direitos, possui 
caráter irrevogável e irretratável. Se uma pessoa prometer e não cumprir, poderá o juiz através de 
mandado judicial executar a promessa. 
 
Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o artigo 765 do NCPC: 
CC/2002: Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou 
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe 
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato 
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou 
semelhante. 
 
12 Sem esta autorização a venda será nula. 
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NCPC: Art. 765. Qualquer interessado ou órgão do Ministério Público promoverá a extinção da 
fundação quando: 
I – se tornar ilícito o seu objeto; 
II – for impossível a sua manutenção; 
III – se vencer o prazo de sua existência. 
 
Passemos agora a outro assunto muito importante, a chamada desconsideração da pessoa jurídica! 
 
13. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Quando estudamos a natureza jurídica das pessoas jurídicas, as classificamos como realidade 
técnica. A pessoa jurídica decorre da técnica do direito, é uma criação jurídica para a realização de 
certos objetivos. 
Neste sentido temos que as pessoas jurídicas possuem existência distinta em relação a seus 
membros. Existem, porém, determinados casos onde esta distinção entre a pessoa jurídica e a 
pessoa natural não pode ser mantida. Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi 
utilizada para fugir das suas finalidades, para lesar terceiros. 
Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada, decidindo o julgador como 
se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural. 
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em casos específicos e 
determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente. O assunto está regulado pelo artigo 50 do 
CC: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações 
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa 
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
 
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 881 DE 2019 
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No dia 30 de abril de 2019, foi assinada a medida provisória 881, chamada de MP da Liberdade 
Econômica, que “institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabelece garantias de 
livre mercado, análise de impacto regulatório, e dá outras providências”. 
Esta medida modificou algumas disposições do CC/02, dentre estas disposições, está o art. 50, que 
trata da desconsideração da personalidade jurídica. 
Dito isso, vamos ver estas modificações de forma bem objetiva, evitando juízos de valor e 
conveniência. 
No caput do art. 50 do CC/02 temos nossa primeira modificação: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações 
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa 
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
A antiga redação era essa: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio de finalidade, ou pela 
²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando 
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
Percebe-se que a mudança está localizada na parte final do artigo: “(...) desconsiderá-la para que os 
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de 
administradores

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