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Livro Eletrônico
Aula 03
Direito Civil p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
Paulo H M Sousa, Renata Armanda, Aline Baptista Santiago
83513248253 - nilmara rodrigues
 
 
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DOS BENS 
 
SUMÁRIO 
1. DOS BENS ...................................................................................................................... 2 
1.1 – APRESENTAÇÃO DA AULA 03 ................................................................................................... 2 
2. CRONOGRAMA DA AULA .............................................................................................. 2 
3. DOS BENS ...................................................................................................................... 2 
4. DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS ................................................................................ 4 
5. DOS BENS CONSIDERADOS EM SI ................................................................................... 5 
5.1 – BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS ................................................................................................ 5 
5.2 – BENS FUNGÍVEIS E BENS INFUNGÍVEIS ..................................................................................... 9 
5.3 – BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS ................................................................................. 10 
5.4 – BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS .............................................................................................. 11 
5.5 – BENS SINGULARES E COLETIVOS ............................................................................................ 13 
6. DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS ............................................................ 14 
7. DOS BENS PÚBLICOS (CLASSIFICAÇÃO DOS BENS QUANTO AO TITULAR DO SEU 
DOMÍNIO) ........................................................................................................................ 19 
7.1 – BENS DE USO COMUM DO POVO (TAMBÉM DENOMINADOS BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO).
 ......................................................................................................................................................... 20 
7.2 – BENS DE USO ESPECIAL .......................................................................................................... 22 
7.3 – BENS DOMINICAIS .................................................................................................................. 22 
8. CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS ....................................................................... 23 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 27 
10. RESUMO DA MATÉRIA ............................................................................................... 28 
11 – QUESTÕES ................................................................................................................ 39 
11.1 – QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................... 39 
11.2 – LISTA DE QUESTÕES .............................................................................................................. 75 
11.3 – GABARITO ............................................................................................................................. 85 
Paulo H M Sousa, Renata Armanda, Aline Baptista Santiago
Aula 03
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1. DOS BENS 
1.1 – APRESENTAÇÃO DA AULA 03 
Olá aluno (a)! 
Como você está? Muito estudo? Lembre-se de que o sacrifício é momentâneo, os frutos serão 
duradouros! 
Nesta aula vamos conversar sobre os bens, seu conceito e sua grande classificação. Não será uma 
aula muito extensa, mas ela pode se tornar complexa, uma vez que envolve uma vasta terminologia, 
justamente no que diz respeito à classificação desses bens. 
Vamos começar! 
 
2. CRONOGRAMA DA AULA 
AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL DATA 
Aula 03 4 Bens imóveis, móveis e públicos. 09/10/2019 
 
AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL ARTIGOS DA LEI 
Aula 03 Bens. Art. 79 – 103 Código Civil 
 
3. DOS BENS 
As nossas primeiras aulas versaram sobre as pessoas, as pessoas naturais e as pessoas jurídicas – 
que são os sujeitos de direito. Pois bem, a partir de agora vamos estudar o objeto do direito. Pois, 
todo direito pressupõe a existência de um objeto, que vem a ser justamente aquilo que pode se 
submeter ao poder dos sujeitos de direito e, desta forma, instrumentalizar a realização de suas 
pretensões jurídicas. 
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Em sentido amplo, o objeto de direito pode recair sobre coisas, ações humanas, atributos da 
personalidade e até mesmo determinados direitos, como, por exemplo, o poder familiar ou a tutela. 
Em sentido estrito, o objeto de direito recai sobre os bens – que são o objeto dos direitos reais e 
também determinadas ações humanas denominadas prestações. 
 
 
 
De acordo com Carlos Roberto Gonçalves1 - “Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens 
e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial 
economicamente apreciáveis”. 
Maria Helena Diniz2, sobre o conceito de bens, diz - “Como bens só se consideram as coisas existentes 
que proporcionam ao homem uma utilidade, sendo suscetíveis de apropriação, constituindo, então 
seu patrimônio. Compreendem não só os bens corpóreos, mas também os incorpóreos, como as 
criações intelectuais”. 
Para Silvio de Salvo Venosa3, sobre o mesmo assunto – “Entende-se por bens tudo o que pode 
proporcionar utilidade aos homens. (...) Bem, numa concepção ampla, é tudo que corresponde a 
nossos desejos, nosso afeto em uma visão não jurídica. No campo jurídico, bem deve ser considerado 
aquilo que tem valor, abstraindo-se daí a noção pecuniária do termo”. 
E, ainda, Washington de Barros Monteiro4 assim lecionava – “Juridicamente falando, bens são 
valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito”. 
Independente da problemática doutrinária que envolve os conceitos de bens e coisas, podemos 
concluir que bens ¹são coisas concretas como um carro, uma casa, uma joia, que possuem valor 
econômico e que podem ser apropriados ao patrimônio da pessoa – tanto natural quanto jurídica, 
 
1 Direito Civil Esquematizado, ed. Saraiva, 2ª ed. 
2 Curso de Direito Civil Brasileiro, ed. Saraiva, 28ª ed. 
3 Direito Civil I, Parte Geral, ed. Atlas, 11 ed. 
4 Curso de Direito Civil 1, ed. Saraiva, 43 ed. 
“MAS O QUE É UM BEM?” 
Vamos estudar o conceito de bens conforme o entendimento de alguns 
doutrinadores.
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²mas, também, podem ser coisas imateriais, coisas que não são concretas, mas que tenham uma 
valoração econômica, a exemplo da propriedade intelectual. 
 
Integram o patrimônio das pessoas (física ou jurídica) tanto os bens corpóreos – os que têm 
existência física (material) e podem ser tocados ou sentidos pelo homem, a exemplo dos bens 
imóveis por natureza - como os bens incorpóreos – que são aqueles que têm existência abstrata ou 
ideal, são, portanto, entendidos como abstrações do direito, possuem existência jurídica mas não 
física, a exemplo das propriedades literária, científica ou artística. 
 
O patrimônio vem a ser a projeção econômica, é tudo aquilo avaliável pecuniariamente (ou seja, 
que tem avaliação em dinheiro). 
 
Lembre-se de que quando vimos os direitos da personalidade,na aula 01, falamos que uma das 
características destes direitos era justamente o fato de serem extrapatrimoniais, porque não eram 
passíveis de avaliação pecuniária (o que somente ocorria com a sua projeção econômica). Neste 
sentido é que surge a definição que o patrimônio é a projeção econômica da personalidade. 
 
Cabe ressaltar que existem determinadas coisas que, podendo integrar o patrimônio de alguém, não 
estão ligadas a ninguém, como, por exemplo, é o caso das coisas de ninguém (res nullius) – que são 
coisas sem dono, que nunca pertenceram a ninguém, como os peixes no mar - e também das coisas 
abandonadas (res derelictae) – que são coisas que foram jogadas fora. 
Além disso, outras coisas não estarão no patrimônio de ninguém especificamente porque pertencem 
a todos (a coletividade), como é o caso das coisas de uso comum do povo – a exemplo da praia, das 
praças e dos parques públicos. 
 
4. DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS 
O Código Civil de 2002 em seu livro II, denominado Dos bens, apresenta um Título Único – Das 
Diferentes Classes de Bens, entretanto o subdivide em três capítulos: 
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1. Dos bens considerados em si mesmos; 
2. Dos bens reciprocamente considerados; 
3. Dos bens públicos. 
 
A partir deste momento vamos estudar cada uma destas classificações. Cabe antes fazermos uma 
observação: cada classificação baseia-se numa característica peculiar do bem, entretanto este bem 
pode enquadrar-se em várias categorias, dependendo das características que serão intrínsecas a 
ele. 
 
Você logo entenderá o que isto quer dizer. ☺ 
 
5. DOS BENS CONSIDERADOS EM SI 
Esta talvez seja a mais importante classificação (é também a mais extensa). É a classificação mais 
importante porque diz respeito à natureza dos bens. Neste sentido os bens podem ser: imóveis ou 
móveis; fungíveis ou infungíveis; consumíveis ou inconsumíveis; divisíveis ou indivisíveis; e singulares 
ou coletivos. 
 
 
5.1 – BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS 
Baseia-se na efetiva natureza do bem. 
5.1.1 Bens imóveis 
Assim está no art. 79 do CC: 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Bens considerados em si mesmos
Móveis ou 
Imóveis
Fungíveis ou 
Infungíveis
Consumíveis ou 
Inconsumíveis
Divisíveis ou 
Indivisíveis
Singulares ou 
Coletivos
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Deste modo, os bens imóveis – também conhecidos como bens de raiz, são os que, absolutamente, 
não podemos transportar ou remover, sem alteração de sua substância. 
De acordo com o artigo visto acima, são considerados bens imóveis o solo e tudo o que lhe for 
acrescentado, de forma natural ou artificial. 
Assim, os bens imóveis podem ser classificados, subdivididos em: 
Imóveis Por Natureza: é imóvel por natureza o solo, incluídos a sua superfície o seu subsolo e o seu 
espaço aéreo. 
Imóveis Por Acessão5 Natural: aqui estão incluídas as árvores com seus frutos, desde que ainda 
pendentes (enquanto não se destacarem da árvore); as águas, as pedras, as fontes (naturais). Enfim, 
tudo que for ligado ao solo de forma natural entra nesta classificação. 
Imóveis Por Acessão Artificial Ou Industrial: incluem-se nesta categoria tudo que o homem 
incorporar permanentemente ao solo. Por isso chama-se artificial, porque não veio da natureza e 
sim do homem. Como exemplos, temos as plantações e as construções. Enquanto são, por exemplo, 
sementes ou, então, materiais de construção, são bens móveis, mas uma vez incorporado ao solo se 
tornam bens imóveis por acessão industrial ou artificial – visto que (como falamos) sua incorporação 
não veio naturalmente. 
 
Diante do que falamos acima, observe, no entanto, o que dispõe o art. 81 do CC: 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para 
outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
 
O que é considerado para saber se um bem é móvel ou imóvel é sua finalidade, o destino final. Por 
exemplo, quando uma casa vai ser demolida e dela são retiradas as portas e as janelas, quando isso 
acontece as portas e as janelas readquirem sua qualidade de bem móvel, quando forem reutilizados, 
em outra casa, serão novamente bens imóveis. Explicando especificamente o art. 81, se a separação 
for provisória, segundo o inciso II do art. 81, os materiais nem chegam a perder a qualidade de 
imóveis desde que a finalidade seja o reemprego no mesmo prédio. O inciso I se refere, por exemplo, 
àquelas situações mais comuns em outros países, onde uma casa (normalmente de madeira) é 
transportada com toda a sua estrutura (conservando a sua unidade). 
 
 
5 Entende-se por acessão aquilo que se incorpora, que se junta, podendo ocorrer de forma natural ou artificial. 
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Vamos explicar melhor. Os bens móveis são adquiridos, em regra, por tradição (ou seja, pela simples 
entrega da coisa), já os bens imóveis de valor superior ao legal precisam de escritura pública e 
registro no Cartório de Registros de Imóveis. 
 
Imóveis Por Determinação Legal: 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
No art. 80 temos a atribuição da característica de bem imóvel a um bem que por sua natureza não 
o é. 
Os direitos são coisas imateriais e, por este motivo, não entram diretamente na classificação de bens 
móveis ou imóveis. Entretanto, tendo em vista a segurança das relações jurídicas, os direitos reais 
sobre imóveis são tratados como se fossem imóveis. 
E, dada à natureza de bem imóvel de que se revestem os direitos hereditários, a cessão desses 
direitos, quando já aberta a sucessão, deve ser feita por instrumento público. OBS: A herança 
mesmo que composta de bens móveis será considerada bem imóvel. 
 
5.1.2 Bens Móveis 
Assim está no art. 82 do CC: 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem 
alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
São, portanto, coisas corpóreas que podem se movimentar (por força própria ou alheia) sem que 
esta capacidade de movimentação prejudique ou altere a sua essência ou o seu valor comercial 
“NÃO ENTENDI BEM POR QUE DESTA IMPORTÂNCIA DADA À 
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS EM MÓVEIS OU IMÓVEIS?”
É muito importante que os bens sejam classificados em móveis e imóveis
porquê de acordo com esta classificação decorrerão seus efeitos.
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Podem ser classificados em: 
Móveis Por Natureza: é o mesmo conceito de bem móvel utilizado acima, de acordo com o art. 82. 
São aqueles bens que podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou de 
terceiro, sem prejudicar sua substância e sem alterar sua destinação econômico-social. Podem ser: 
semoventes – são os que se movimentam por sua própria força, como os animais; e móveis 
propriamente ditos – são os que precisam da força alheia para se locomover, como moedas, 
mercadorias, produtos agrícolas. 
 
Móveis Por Determinação Legal: 
Art. 83. Consideram-se móveispara os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
 
Vamos lá! 
Quanto ao inciso I, as energias são: o gás – que pode ser transportado por tubulação ou em botijão, 
e também a energia elétrica, que embora não tenha a mesma corporalidade do gás, é bem móvel. 
Neste sentido, Caio Mário da Silva Pereira6 afirmava: 
“No direito moderno qualquer energia natural, elétrica inclusive, que tenha valor econômico, 
considera-se bem móvel”. (grifos nossos) 
Quanto aos direitos tratados no inciso II, eles compreendem tanto o gozo quanto a fruição sobre 
objetos móveis e também as ações a eles correspondentes. 
Quanto ao inciso III, que trata dos direitos obrigacionais pessoais de caráter patrimonial e suas 
respectivas ações, este inclui, dentre outros, a propriedade intelectual e as cotas de capital de uma 
empresa. 
 
Móveis Por Antecipação: são aqueles bens que foram incorporados ao solo, mas com a intenção de 
oportunamente separá-los, transformando-os, assim, em bens móveis (isto em função da finalidade 
econômica). Por exemplo, são móveis por antecipação árvores abatidas para serem convertidas em 
lenha, ou as casas vendidas para serem demolidas. 
 
6 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed. 
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“Da mesma forma que as árvores, também os frutos, pedras e metais enquanto aderentes ao imóvel 
são imóveis; separados para fins humanos tornam-se móveis. São os chamados bens móveis por 
antecipação”. 7 
Vamos agora tecer algumas considerações sobre o art. 84: 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de 
algum prédio. 
 
Este artigo endossa o que já foi visto anteriormente. O que se considera neste tipo de classificação 
é a finalidade da separação e a destinação dos materiais (o seu emprego). 
 
Os materiais vindos da demolição de um prédio readquirem a qualidade de bens móveis, entretanto, 
quando a separação for provisória (como já explicamos), estes não perderão sua característica de 
bem imóvel quando a intenção for reutilizá-los na reconstrução do prédio. O que vale é a intenção 
do dono da coisa (isto deverá estar bem explicado na questão da prova). 
 
5.2 – BENS FUNGÍVEIS E BENS INFUNGÍVEIS 
5.2.1 Bens Fungíveis (Substituíveis) 
O CC em seu art. 85 nos fala o que são os bens fungíveis: 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e 
quantidade. 
 
Como principal exemplo de coisa fungível, nós temos o dinheiro – que é o bem fungível por 
excelência. Qualquer nota de R$ 10,00 pode ser substituída por outra de R$ 10,00. Ambas 
apresentam as mesmas características, são da mesma espécie, qualidade e quantidade. Outro 
exemplo é o atribuído aos gêneros alimentícios em geral. 
Ser fungível é atributo exclusivo dos bens móveis. O mútuo (espécie de empréstimo) é um exemplo 
do emprego de um bem fungível. A compensação (forma de pagamento especial de pagamento) 
também deverá englobar coisa fungível. 
 
7 Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil I, 43 ed., pág. 196. 
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Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante 
o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. 
 
DICA PARA MEMORIZAR que fungível é o mesmo que substituível, sendo característica apenas dos 
bens móveis: 
FUnGI e SUBi no autoMÓVEL. ☺ 
 
5.2.2 Bens Infungíveis 
A contrário sensu dos bens fungíveis, temos que os bens infungíveis são aqueles que não podem ser 
substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ou seja, são aqueles que são 
únicos, são personalizados. Como exemplo, temos um determinado quadro ou uma escultura de 
alguém famoso. 
 
Para saber se um bem possui a característica da fungibilidade, devemos comparar com outro que 
seja equivalente. Pois a fungibilidade deriva da própria natureza do bem. No entanto, pode 
acontecer de um bem, que por sua natureza seja fungível, tornar-se infungível por vontade das 
partes. Pode ser o exemplo de uma moeda que é um bem fungível, mas que para um colecionador 
pode tornar-se infungível. Outro exemplo, uma cesta de frutas é coisa fungível, mas, emprestada ad 
pompam vel ostentationem, ou seja, para ornamentação, transformar-se-á em coisa infungível.8 
 
5.3 – BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS 
5.3.1 Bens Consumíveis 
Seu conceito está no art. 86 do CC: 
Art. 86. São consumíveis ¹os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria 
substância, ²sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
 
Deste conceito podemos perceber que existem duas espécies de bens consumíveis: 
 
8 Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil I, 43 ed., pág. 199. 
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Os consumíveis de fato – que são aqueles que no seu primeiro uso já serão consumidos, ou seja, há 
a destruição imediata da própria substância, como um picolé ☺, por exemplo; 
Os consumíveis de direito – que decorrem de uma classificação jurídica. São aqueles bens 
destinados à venda (alienação), como os remédios de uma farmácia, um livro posto em uma loja, 
enfim os bens enquanto destinados à alienação. 
 
Consuntibilidade é característica de algo que é consumível. 
 
5.3.2 Bens Inconsumíveis 
São aqueles bens que podem ser usados de forma continuada e mesmo assim não perderão sua 
substância, nem serão destruídos. Claro que, se analisarmos rigorosamente, toda coisa um dia irá se 
consumir, acabar-se, mas, aqui, o que levamos em consideração é se esta destruição se dá no 
primeiro uso ou não. 
 
Um bem pode ser consumível por sua própria natureza ou, então, por vontade das pessoas. Vamos 
a um exemplo: uma roupa, se você considerá-la na sua essência, concluirá que se trata de um bem 
inconsumível, tendo em vista que, em regra, irá demorar a se acabar. Porém, quando esta roupa 
está em uma loja para ser vendida será considerada um bem consumível, o mesmo ocorre com um 
livro enquanto na livraria, exposto para venda (como visto anteriormente, são os chamados 
consumíveis de direito). Tudo dependerá da destinação econômico-jurídica que será dada ao bem. 
 
5.4 – BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
5.4.1 Bens Divisíveis 
Seu conceito jurídico está no art. 87 do CC: 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
 
Portanto, bens divisíveis são aqueles que podem ser partidos, ou repartidos, sem que com isso se 
perca sua substância, além disso, importa que esta divisão também não implique a sua 
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desvalorização econômica. Por exemplo, se pegarmos um saco de arroz de 20 kg e dividirmos em 4 
sacos de 5kg cada, cada fração conservará as mesmas qualidades do produto, ou seja, ainda será 
arroz, podendo ter a mesma utilização do todo, uma vez que não houvenenhuma alteração de sua 
substância. (1X20KG = 4X5KG ☺). A divisibilidade jurídica não se confunde com a divisibilidade física, 
para aquela o entendimento que precisamos ter é o de que 1kg de arroz dentro do saco de 20 kg 
equivale a 1kg de arroz dentro do saco de 5kg, não há nem desvalorização econômica nem prejuízo 
do uso. 
 
5.4.2 Bens Indivisíveis 
Indivisíveis são os bens que se opõe a definição de bens divisíveis, além disso, o art. 88 do código 
civil dispõe o seguinte: 
 Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis ¹por determinação da lei ou 
²por vontade das partes. 
 
Portanto, de acordo com o artigo, os bens podem ser indivisíveis por: 
Sua própria natureza (indivisibilidade física ou material) - são aqueles bens que não podem ser 
partidos sem alteração na sua substância ou no seu valor, como por exemplo, um quadro de Picasso. 
Por determinação legal (indivisibilidade jurídica), quando a lei de forma expressa proíbe que 
determinado bem seja dividido. Como exemplo, veja o CC art. 1.791, parágrafo único: 
“Até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, 
e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio”. 
Por vontade das partes (indivisibilidade convencional), quando as partes fazem um acordo para 
tornar alguma coisa indivisível. Cuide, no entanto que, de acordo com o art. 1.320, § 2º: 
“Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador”. 
 
Se a indivisão for promovida, então, pelo doador ou pelo testador, não poderá exceder de cinco 
anos. 
 
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5.5 – BENS SINGULARES E COLETIVOS 
5.5.1 Bens Singulares 
Assim está no art. 89 do CC: 
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente 
dos demais. 
 
Para esta classificação os bens são analisados em sua individualidade, como exemplo, serão bens 
singulares: um boi, um lápis, um carro, uma casa. 
Os bens singulares podem ser: simples – quando suas partes são unidas pela própria natureza, como 
o exemplo o boi; ou podem ser compostos – quando suas partes são unidas pelo esforço do homem, 
como um carro, uma casa. 
 
Quando junta-se coisas simples para formar uma coisa composta, e estas coisas simples mantem a 
sua identidade elas se denominam partes integrantes. Quando as coisas simples perdem sua 
identidade ao se juntarem para fazer a coisa composta elas se denominam partes componentes. 
 
5.5.2 Bens Coletivos 
As coisas coletivas ou universais são as formadas por várias coisas singulares, que consideradas 
conjuntamente, formam um todo único que passa a ter uma identidade própria, distinta das partes 
que a compõe. Como exemplo clássico, temos uma floresta ou um rebanho. 
 
Os bens coletivos abrangem as universalidades: 
Universalidades de Fato 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma 
pessoa, tenham destinação unitária. 
Como exemplo, temos uma galeria de obras de arte, onde, dependendo da vontade de seu dono, 
pode ser vendida a totalidade da universalidade, ou ainda, de acordo com o § único do art. 90, cada 
bem pode ser considerado individualmente e vendido separadamente: 
Art. 90. § único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas 
próprias. 
 
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Universalidades de Direito 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, 
dotadas de valor econômico. 
Como principal exemplo nós temos o patrimônio. 
 
A diferença básica entre uma universalidade de fato e uma universalidade de direito é que a 
universalidade de fato assim o é por uma vontade particular de seu proprietário, enquanto que uma 
universalidade de direito advém da lei, ou seja, “da pluralidade de bens corpóreos e incorpóreos a 
que a lei, para certos efeitos, atribui o caráter de unidade, como, por exemplo: na herança, no 
patrimônio, na massa falida.” 
 
(FCC/ TRE-SP –2006) 
Com relação à classificação dos bens adotada pelo Código Civil Brasileiro, é correto afirmar: 
Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma 
pessoa, tenham destinação unitária. 
Comentários: 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à 
mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Gabarito: Correto. 
 
6. DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
Depois de estudarmos os bens quanto a sua própria natureza (com relação a eles mesmos), vamos 
passar ao estudo dos bens em sua relação entre uns e outros. Neste item veremos os bens principais 
e os bens acessórios, além dos conceitos de frutos, de produtos, de benfeitorias e pertenças. 
 
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Logo no art. 92 temos a definição do que é um bem principal e do que é um bem acessório: 
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja 
existência supõe a do principal. 
 
Assim, principal é o bem que possui existência própria, que existe por si, independentemente de 
outros. Já o bem acessório dependerá da existência do principal. 
Como consequência imediata desta distinção que acabamos de fazer, temos que o bem acessório 
segue o destino do principal – esta é a regra. (Para que isso não aconteça será necessário que seja 
assim acordado ou, então, que esteja previsto em algum dispositivo legal). 
 
Da regra que conhecemos acima, decorrem as seguintes consequências: 
✓A natureza do acessório é a mesma natureza do principal, princípio da gravitação jurídica, onde, 
um bem atrai o outro para sua órbita estabelecendo o mesmo regime jurídico (bonito isso, né? ☺). 
Assim, se o solo é imóvel a casa que está ligada a ele também o é. 
✓O acessório acompanhará o principal em seu destino, deste modo, se num contrato de locação 
(principal), existir um contrato acessório, como é a fiança, uma vez acabado o contrato de locação, 
se extinguirá também o de fiança, que é acessório. Cuidado que, no entanto, a recíproca não é 
verdadeira, se o contrato acessório se extinguir não atingirá necessariamente o contrato principal. 
✓O proprietário do principal é o proprietário do acessório, se uma pessoa possuir uma bananeira 
(principal) as bananas (acessórios) que esta árvore vier a dar serão também suas. 
 
Com relação às classes de bens acessórios, assim dispõem os arts. 95 e 96: 
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de 
negócio jurídico. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
 
Bens reciprocamente considerados
Principais Acessórios
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Vamos ao estudo destas três figuras, os frutos, os produtos e as benfeitorias! 
 
6.1 Os Frutos: 
São as utilidades que uma coisa periodicamente produz sem, com isso, sofrer alteração em sua 
substância. Como exemplos, o leite das vacas e as frutas que uma árvore dá. Para se reconhecer um 
fruto devemos observar três elementos: periodicidade; inalterabilidade da substância da coisa 
principal e a separabilidade desta. 
Quantoà sua origem os frutos podem ser naturais – quando se desenvolvem e se renovam 
periodicamente pela própria força orgânica da própria coisa; industriais – são aqueles que têm a sua 
origem vinculada a alguma ação humana sobre a natureza; civis – quando se tratar de rendimentos 
oriundos da utilização de coisa frutífera por outrem que não o proprietário. Como exemplos de 
frutos naturais, citamos: os ovos e as crias dos animais. Dos frutos industriais temos a produção de 
uma fábrica. Como exemplo de frutos civis, temos o aluguel. 
Quanto ao seu estado os frutos podem ser pendentes – enquanto ainda estão ligados a coisa que 
os produziu; percebidos ou colhidos – quando já separados da coisa que os produziu; estantes – os 
que foram separados e estão armazenados ou acondicionados para a venda; percipiendos – os que 
deveriam ter sido percebidos ou colhidos mas não foram; e consumidos – os que não mais existem 
porque foram consumidos. 
Esta classificação dos frutos é importante no que diz respeito aos efeitos com relação à posse das 
coisas. De acordo com o art. 1.214 do CC, o possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos, 
enquanto a posse durar, mas não tem direito nem aos pendentes nem aos colhidos por antecipação. 
 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois 
de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos 
com antecipação. 
 
Já o possuidor de má-fé não tem direito aos frutos, devendo restituir os colhidos e percebidos: 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos 
que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito 
às despesas da produção e custeio. 
 
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6.2 Os Produtos: 
O conceito de produto parte da ideia de algo que pode ser retirado do principal diminuindo-lhe a 
quantidade, porque não se reproduzem periodicamente. Como os metais, por exemplo. 
Atenção: os produtos quando são utilidades que provém de uma riqueza, postos em utilidade 
econômica, seguem a mesma natureza dos frutos. Assim, os produtos devem ser tratados, no que 
diz respeito aos possuidores de boa-fé pelo mesmo art. 1.214 do CC. 
 
6.3 As Benfeitorias: 
Também são consideradas bens acessórios. São aqueles melhoramentos acrescidos à coisa com a 
¹finalidade de evitar que se deteriore, ou ²para aumentar seu valor ou com a finalidade de ³torná-
la mais vistosa ou agradável. Deste modo, as benfeitorias são obras ou despesas que se faz em bem, 
móvel ou imóvel, para ¹conservá-lo, ²melhorá-lo ou ³embelezá-lo. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
Portanto, existem três tipos de benfeitorias: 
6.3.1 Benfeitorias Necessárias – são aquelas destinadas a conservação do bem, para evitar que este 
se deteriore. Estão prevista no § 3º do art. 96: 
Art. 96. § 3º. São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
Como exemplos, nós temos o reforço de fundações de um prédio; uma cerca de arame farpado para 
defesa da terra cultivada. 
6.3.2 Benfeitorias Úteis – são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa. Está prevista no § 2º 
do art. 96: 
Art. 96. § 2º. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
O que não for benfeitoria necessária e que aumente o valor do bem será considerado benfeitoria 
útil. Como exemplos podemos citar a construção de uma garagem ou de mais um banheiro em uma 
casa ou, então, a modernização de encanamentos. 
6.3.3 Benfeitorias Voluptuárias – são aquelas feitas para o prazer, não aumentam o uso habitual da 
coisa, ainda que a tornem mais agradável e seu valor seja elevado. Estão normatizadas no § 1º do 
art. 96: 
Art. 96. § 1º. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do 
bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
Como exemplos, podemos citar: a pintura da casa; a construção de uma quadra de tênis, ou de uma 
piscina, ou de um mirante. 
 
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Atenção para não misturar os conceitos de benfeitorias, acessões industriais e acessões naturais. 
As benfeitorias são obras ou despesas feitas em bem já existente. 
As acessões industriais são obras que criam coisas novas. 
As acessões naturais são acréscimos decorrentes de fatos naturais e fortuitos. São, portanto, obras 
exclusivas da natureza, quem lucra é o dono da coisa. Assim dispõe o art. 97. 
Art. 97 Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a 
intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
 
6.4 Pertenças 
Agora vamos falar sobre as pertenças. Pertenças são coisas auxiliares das outras. Diferentemente 
do que ocorre na regra do acessório, as pertenças não estão abrangidas nos negócios jurídicos 
pertinentes ao bem principal. 
“Não se confundem necessariamente, com as coisas acessórias, visto que a definição de “pertença” 
não pressupõe que sua existência esteja subordinada à do principal.”9 
 
Estão normatizadas no art. 93: 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
 
Pertença é, portanto, um bem que é acrescido a outro, que é o principal, sem, no entanto, ser parte 
integrante deste. 
São pertenças, todos os bens móveis ajudantes, que o dono, por sua vontade e querer, colocar na 
exploração industrial ou econômica de um imóvel, no seu embelezamento ou na sua comodidade. 
São coisas auxiliares das outras. São coisas móveis que são postas de modo estável a serviço de 
outras coisas móveis ou, então, imóveis. Como exemplos, podemos citar: a moldura de um quadro 
que é usado na sala de uma residência; os tratores que são usados para melhorar a exploração de 
propriedade rural. 
 
As pertenças não se confundem com as coisas acessórias, visto que a definição de pertença não 
pressupõe que sua existência esteja subordinada à do principal. 
 
9 Nelson Nery Junior, Código Civil Comentado, 8ª ed., pág. 296. 
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O art. 94 traz a distinção entre parte integrante10 e pertenças: 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo 
se o contrário resultar da ¹lei, da ²manifestação de vontade, ou das ³circunstâncias do caso. 
 
Assim, as pertenças não obedecem à regra de que o acessório segue o principal, porque são coisas 
que não formam partes integrantes e também não são fundamentais para a utilização do bem 
principal. 
Parte integrante é o acessório que, unido ao principal, forma com ele um todo, sendo desprovida 
de existência material própria, embora mantenha sua identidade. Exemplo de parte integrante já 
citado em provas11 foi o dos dutos e estações de compressão de um gasoduto. 
 
(FCC/ TRT - 1ª REGIÃO –2016) 
Sobre os bens reciprocamente considerados, e de acordo com o que estabelece o Código Civil: 
São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. E não se consideram 
benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do 
proprietário, possuidor ou detentor.Comentários: 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Art. 97 Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem 
sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
Gabarito: Correto. 
 
7. DOS BENS PÚBLICOS (CLASSIFICAÇÃO DOS BENS QUANTO AO 
TITULAR DO SEU DOMÍNIO) 
Os bens quanto a sua titularidade ou em relação aos sujeitos a que pertencem (em relação às 
pessoas) classificam-se em ¹bens públicos e ²bens privados. 
 
10 Parte integrante são os frutos, os produtos e as benfeitorias. 
11 Pela banca ESAF. 
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O art. 98 traz a conceituação dos bens públicos e dos bens particulares. 
 
Art. 98. São ¹públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público interno; todos os outros são ²particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
 
Deste modo, são bens públicos os de domínio nacional pertencentes à União, aos Estados, aos 
Territórios ou aos Municípios e às outras pessoas jurídicas de direito público interno. Todos os 
outros, os que tiverem, por exemplo, como titular de seu domínio pessoa natural ou pessoa jurídica 
de direito privado, serão bens particulares. 
O art. 99 traz a classificação dos bens públicos, ela se baseia no modo como esses bens são 
utilizados: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto 
de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
 
Portanto, os bens públicos de acordo com sua destinação foram classificados em três categorias: 
¹bens de uso comum do povo, ²bens de uso especial, ³bens dominicais. 
 
7.1 – BENS DE USO COMUM DO POVO (TAMBÉM DENOMINADOS BENS DE 
DOMÍNIO PÚBLICO). 
A primeira observação que devemos fazer é de que os bens de uso comum do povo citados no art. 
99, I, são meramente exemplificativos, porque neles não se exaurem, ou seja, há outros além dos 
citados. 
São os bens públicos que podem ser utilizados, sem restrições, de forma gratuita ou onerosa, por 
todos, sem necessidade de qualquer permissão especial, ou seja, se destinam ao uso de todos. 
Bens quanto ao titular de seu domínio
Públicos Particulares
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Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
... 
 
Explicando melhor: Todos têm acesso a estes bens, podendo o acesso ocorrer gratuitamente ou não. 
Como exemplo temos as ruas, as estradas, as praças, os jardins públicos, o mar. “Via de regra, sua 
utilização é permitida ao povo, sem restrições e sem ônus”12, ou seja, o acesso é permitido a toda 
coletividade, no entanto, nada impede que a utilização deste bem possa ser cobrada, desde que 
regulamentada. 
Assim, bens de uso comum do povo, são bens que, embora mantidos sob gestão da administração 
pública - uma pessoa jurídica de direito público interno, podem ser utilizados, sem restrição, gratuita 
ou onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão especial. Pertencem à 
coletividade (res communes omnium), também podem ser denominados bens de domínio público e 
se destinam ao uso de todos. 
Mesmo se regulamentos administrativos condicionarem ou restringirem o seu uso a certos 
requisitos ou mesmo se instituírem pagamento de contribuição (uso retribuído), não perdem a 
natureza de bens de uso comum do povo, como exemplo disto temos: o pedágio, nas estradas; a 
venda de ingressos, em museus públicos; a taxa de embarque, em aeroportos, a taxa de ancoragem, 
em portos. 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido 
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
 
Veja que o uso do bem até pode ser franqueado (o usuário é o povo), mas o domínio sobre o bem 
continua sendo da pessoa jurídica de direito público. 
Sobre os bens de uso comum do povo citamos esta jurisprudência13: 
Administrativo. Ação de reintegração de posse. Estabelecimento comercial construído em terreno de 
marinha. Ocupação irregular. Mesas e cadeiras em área de praia. Bem da União de uso comum do 
povo. Impossibilidade de ocupação por particular. Demolição, com direito a indenização. Boa fé do 
ocupante. Cobrança de multa prevista na Lei n. 9.636/98. Impossibilidade. Irretroatividade. (TRF, 5ª 
Região, AP. n. 2002.800.000.13756/AL, rel. Des. Frederico Pinto de Azevedo, j. 05.07.2007). 
 
 
12 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed., pág. 368. 
13 Citação em Ministro Cezar Peluso, Código Civil Comentado, Doutrina e Jurisprudência, Manole, 6ª ed., pág. 90. 
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A situação jurisprudencial descrita se refere a uma ação de reintegração de posse movida pela União 
contra uma empresa privada que construiu em terreno de marinha sem a devida autorização para a 
ocupação. 
 
7.2 – BENS DE USO ESPECIAL 
Como o próprio nome diz bens de uso especial são os bens que possuem uma destinação especial, 
bens que são utilizados pelo próprio poder público para a execução de seus serviços públicos. Por 
exemplo, os prédios onde estão instaladas repartições públicas e os prédios de escolas públicas. 
Constituem o aparelhamento administrativo, assim, são afetados a um serviço ou estabelecimento 
público, ou seja, destinam-se especialmente à execução dos serviços públicos e, por isso mesmo, 
são considerados instrumentos deste serviço. São os edifícios e terrenos aplicados ao 
funcionamento da administração. Não integram propriamente a Administração, mas constituem 
(como já falamos) o aparelhamento administrativo. 
 
Art. 99. São bens públicos: 
... 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
 
São também chamados bens patrimoniais indisponíveis, pois possuem uma finalidade pública 
permanente14. Para finalizar o tema assim lecionava o saudoso Caio Mario da Silva Pereira15: “E, 
quando não mais se prestem à finalidade a que se destinam, é facultado ao poder público 
proprietário levantar a sua condição de inalienabilidade, e expô-lo à aquisição, na oportunidade e 
pela forma que a lei prescrever”. 
 
7.3 – BENS DOMINICAIS 
São os bens que compõem o patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Abrangem tanto bens imóveis quanto bens móveis. São aqueles que, embora integrando o domínio 
público, diferem dos outros bens públicos pela possibilidade, sempre presente, de serem utilizados 
em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela Administração, se assim o desejar. Constituem o 
patrimônio disponível e alienável da pessoa jurídica de direito público. “Sobre eles o poder público 
 
14 Hely. Dir. Administrativo, p. 520. Em Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 298. 
15 Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Volume I, Ed. Forense, 25ª ed.,pág. 369. 
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exerce poderes de proprietário”16. São bens que não são afetados a qualquer destino público. Como 
exemplos, temos as terras devolutas, oficinas, fazendas e indústrias pertencentes ao Estado. 
 
Art. 99. São bens públicos: 
... 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto 
de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Art. 99. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. 
 
 
 
O que acontece é o seguinte, “caso nenhuma lei estabeleça normas especiais sobre os dominicais, 
seu regime jurídico será o de direito privado. Podem ser desafetados”.17 
 
8. CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS 
8.1 A primeira característica é a inalienabilidade, desde que destinados ao uso comum do povo ou 
para fins administrativos, ou seja, enquanto guardarem a afetação pública os bens públicos de ¹uso 
comum do povo e ²os de uso especial são inalienáveis. 
 
É o que diz o art. 100 do código civil: 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto 
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. 
 
 
16 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 249. 
17 Regina Sahm. Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 126. 
“NÃO ENTENDI BEM, O QUE O §ÚNICO DO ARTIGO 99 QUER DIZER?”
Ele quer dizer que quando não houver lei em contrário, a própria lei
instituidora da pessoa jurídica de direito público poderá qualificar seus
bens, isto sem depender da destinação que dá a eles.
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Porém, esta característica poderá ser revogada, se mediante lei especial tenham tais bens perdido 
sua utilidade ou necessidade, não mais conservando a sua qualificação. Quando ocorre a 
desafetação, que é a mudança da destinação de um bem público, ele acaba incluído no rol dos bens 
dominicais, sendo que, de acordo com o art. 101: 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
 
A venda ocorre em hasta pública ou por meio de concorrência administrativa. 
 
8.2 A segunda característica é a imprescritibilidade das pretensões a eles relativas. Deste modo os 
bens públicos não podem ser adquiridos por usucapião, de acordo com o art. 102: 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
 
STF 340: “Desde a vigência do CC (1916) os bens dominiais, bem como os demais bens públicos não 
estão sujeitos a usucapião”. Ou seja, TODOS os bens públicos não estão sujeitos a chamada 
prescrição aquisitiva. 
 
A proibição da usucapião de imóveis públicos está no texto constitucional: 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, 
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, 
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
... 
§3° Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
... 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco 
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, 
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
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(FCC/ Prefeitura de Campinas - SP –2016) 
Caio estabeleceu-se, com animus domini18, em praça pública abandonada pelo Município. 
Decorridos mais de 20 anos, sem oposição das pessoas que frequentavam o local, requereu 
fosse declarada usucapida a área. Tal praça constitui bem de uso comum do povo, insuscetível 
de usucapião, assim como os de uso especial e os dominicais. 
Comentários: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - OS DE USO COMUM DO POVO, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
Art. 102. Os bens públicos NÃO estão sujeitos a usucapião. 
Gabarito: Correto. 
 
8.3 E a terceira característica é a impenhorabilidade19, que é decorrência da primeira característica, 
pois uma vez que os bens públicos são inalienáveis não se pode também dá-los em garantia. 
 
“Os créditos contra a Fazenda Pública se satisfazem por meio de precatórios (CF100), pois não há 
excussão de bens públicos, que são impenhoráveis”.20 
 
(CESPE / TJ-RR –2012) 
Por constituir bem de uso comum do povo, o jardim de uma praça pública pode servir ao lazer 
da população em geral, sem necessidade de permissão especial de uso. 
Comentários: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
 
18 Animus Domini é uma expressão em latim muito utilizada no campo jurídico para indicar a intenção de possuir, de ser dono. 
"Posse animus domini" traduz-se como "intenção de obter o domínio da coisa". 
19 A impenhorabilidade impede que o bem passe do patrimônio do devedor ao do credor, ou de outrem, por força da execução 
judicial. 
20 Nelson Nery Junior, Código Civil Comentado, 8ª ed., pág. 298. 
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26 
 
Gabarito: Correto. 
 
(CESPE / TRF 1ª REGIÃO –2011) 
Os bens públicos de uso comum não podem ser utilizados por particulares. 
Comentários: 
Como o próprio nome diz, esta categoria de bens públicos é de uso comum, portanto o bem 
pode ser utilizado por particulares. 
E atente para o art. 103: 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser ¹gratuito ou ²retribuído, conforme for 
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
Gabarito: Errado. 
 
(CESPE / TRE-BA –2010) 
Tendo em vista a classificação dos bens prevista no Código Civil, julgue o item que se segue. 
O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido 
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
Comentários: 
A substituição de “pode” por “deve” (neste caso específico) não alterou o sentido da frase. 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for 
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
Gabarito: Correto. 
 
(CESPE / TRE-BA –2010) 
Tendo em vista a classificação dos bens prevista no Código Civil, julgue o item que se segue. Ao 
contrário dos bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial, os bens públicos 
dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências legais. 
Comentários: 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
Para os bens dominicais basta que sejam observadas as exigências legais. Lembrando que os 
bens de uso especial também poderão ser alienados, mas somente quando desafetados do 
serviço público. 
Gabarito: Correto. 
 
(CESPE / EMBASA –2010) 
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Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto 
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Os bens públicos dominicais 
podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
Comentários: 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, 
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
Gabarito: Correto. 
 
(CESPE / TRE-MT –2010) 
Os bens públicos dominicais e os de uso especial não podem ser alienados. 
Comentários: 
Este é um tema recorrente nas provas de concurso, não vá errar isto! 
¹Bens de uso comum e ²bens de uso especial – não podem ser alienados. 
³Bens dominicais – podem ser alienados desde que atendidos os requisitos de lei. 
Gabarito: Errado. 
 
(CESPE / TRE-MT –2010) 
O uso comum dos bens públicos pode ser retribuído conforme estabelecido legalmente pela 
entidade a cuja administração pertencem, sendo vedado seu uso gratuito. 
Comentários: 
Normalmente o uso do bem público será gratuito, mas nada impede que a administração 
estabeleça que seu uso seja retribuído. 
Gabarito: Errado. 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Assim acabamos mais uma de nossas conversas. Repetimos que, embora esta aula não seja longa, 
você deve ter atenção, isto principalmente no que diz respeito à classificação dos bens. E sempre 
lembrando que, em caso de dúvidas, estamos à sua disposição. Procure resolver as questões 
propostas e não hesite em utilizar o fórum dúvidas se não entender algo. 
Grande abraço e bons estudos! 
Aline Baptista Santiago. 
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10. RESUMO DA MATÉRIA 
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS 
Os bens podem ser: imóveis ou móveis; fungíveis ou infungíveis; consumíveis ou inconsumíveis; 
divisíveis ou indivisíveis; e singulares ou coletivos. 
 
 
BENS IMÓVEIS 
Estes dois artigos são muito importantes para fins de prova: 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para 
outro local; (Exemplo: Uma casa de madeira, que pode ser retirada de seus alicerces, para ser fixada 
em local diverso do original.) 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
 
BENS MÓVEIS 
Estes dois artigos são muito importantes para fins de prova: 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. (Exemplo: direitos autorais) 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam 
sua qualidade de móveis (Bens móveis por natureza) readquirem essa qualidade os provenientes da 
demolição de algum prédio. 
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS
Móveis ou 
Imóveis
Fungíveis ou 
Infungíveis
Consumíveis ou 
Inconsumíveis
Divisíveis ou 
Indivisíveis
Singulares ou 
Coletivos
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Exemplo de bens móveis por antecipação: árvores convertidas em lenha. 
 
BENS FUNGÍVEIS (SUBSTITUÍVEIS) 
O CC em seu art. 85 nos fala o que são os bens fungíveis: 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e 
quantidade. 
 
Bens fungíveis (substituíveis) MACETE: FUNGISUBInoautoMÓVEL 
Bens infungíveis, não podem ser substituídos. 
 
BENS INFUNGÍVEIS 
A contrário sensu dos bens fungíveis, temos que os bens infungíveis são aqueles que não podem ser 
substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ou seja, são aqueles que são 
únicos, são personalizados. Como exemplo, temos um determinado quadro ou uma escultura de 
alguém famoso. 
 
BENS CONSUMÍVEIS 
Seu conceito está no art. 86 do CC: 
Art. 86. São consumíveis ¹os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria 
substância, ²sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
 
Consuntibilidade é característica de algo que é consumível. 
 
BENS INCONSUMÍVEIS 
São aqueles bens que podem ser usados de forma continuada e mesmo assim não perderão sua 
substância, nem serão destruídos. Claro que, se analisarmos rigorosamente, toda coisa um dia irá se 
consumir, acabar-se, mas, aqui, o que levamos em consideração é se esta destruição se dá no 
primeiro uso ou não. 
 
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DOS BENS DIVISÍVEIS 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis ¹por determinação da lei ou 
²por vontade das partes. 
 
BENS INDIVISÍVEIS 
Indivisíveis são os bens que se opõe a definição de bens divisíveis, além disso, o art. 88 do código 
civil dispõe o seguinte: 
 Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis ¹por determinação da lei ou 
²por vontade das partes. 
 
BENS SINGULARES 
Assim está no art. 89 do CC: 
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente 
dos demais. 
Para esta classificação os bens são analisados em sua individualidade, como exemplo, serão bens 
singulares: um boi, um lápis, um carro, uma casa. 
 
BENS COLETIVOS 
As coisas coletivas ou universais são as formadas por várias coisas singulares, que consideradas 
conjuntamente, formam um todo único que passa a ter uma identidade própria, distinta das partes 
que a compõe. Como exemplo clássico, temos uma floresta ou um rebanho. 
 
Os bens coletivos abrangem as universalidades: 
Universalidades de Fato 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma 
pessoa, tenham destinação unitária. 
Como exemplo, temos uma galeria de obras de arte, onde, dependendo da vontade de seu dono, 
pode ser vendida a totalidade da universalidade, ou ainda, de acordo com o § único do art. 90, cada 
bem pode ser considerado individualmente e vendido separadamente: 
Art. 90. § único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas 
próprias. 
 
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Universalidades de Direito 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, 
dotadas de valor econômico. 
Como principal exemplo nós temos o patrimônio. 
 
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
 
 
 
No art. 92 temos a definição do que é um bem principal e do que é um bem acessório: 
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja 
existência supõe a do principal. 
 
Assim, principal é o bem que possui existência própria, que existe por si, independentemente de 
outros. Já o bem acessório dependerá da existência do principal. 
 
Da regra queconhecemos acima, decorrem as seguintes consequências: 
✓A natureza do acessório é a mesma natureza do principal, princípio da gravitação jurídica, onde, 
um bem atrai o outro para sua órbita estabelecendo o mesmo regime jurídico (bonito isso, né? ☺). 
Assim, se o solo é imóvel a casa que está ligada a ele também o é. 
✓O acessório acompanhará o principal em seu destino, deste modo, se num contrato de locação 
(principal), existir um contrato acessório, como é a fiança, uma vez acabado o contrato de locação, 
se extinguirá também o de fiança, que é acessório. Cuidado que, no entanto, a recíproca não é 
verdadeira, se o contrato acessório se extinguir não atingirá necessariamente o contrato principal. 
✓O proprietário do principal é o proprietário do acessório, se uma pessoa possuir uma bananeira 
(principal) as bananas (acessórios) que esta árvore vier a dar serão também suas. 
 
Com relação às classes de bens acessórios, assim dispõem os arts. 95 e 96: 
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
Principais Acessórios
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Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de 
negócio jurídico. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
 
OS FRUTOS 
São as utilidades que uma coisa periodicamente produz sem, com isso, sofrer alteração em sua 
substância. Como exemplos, o leite das vacas e as frutas que uma árvore dá. Para se reconhecer um 
fruto devemos observar três elementos: 
 
 
ELEMENTOS DOS FRUTOS
Periodicidade
Inalterabilidadea da 
substância da coisa principal
Separabilidade
Quanto à sua origem os frutos 
podem ser 
Naturais
Ex: os ovos e as crias dos animais
Industriais
Ex: produção de uma fábrica
Civis
Ex: o aluguel
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OS PRODUTOS 
O conceito de produto parte da ideia de algo que pode ser retirado do principal diminuindo-lhe a 
quantidade, porque não se reproduzem periodicamente. Como os metais, por exemplo. 
 
 
Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de 
negócio jurídico. 
 
AS BENFEITORIAS 
Também são consideradas bens acessórios. São aqueles melhoramentos acrescidos à coisa com a 
¹finalidade de evitar que se deteriore, ou ²para aumentar seu valor ou com a finalidade de ³torná-
la mais vistosa ou agradável. Deste modo, as benfeitorias são obras ou despesas que se faz em bem, 
móvel ou imóvel, para ¹conservá-lo, ²melhorá-lo ou ³embelezá-lo. 
Quanto ao seu estado os frutos 
podem ser 
Pendentes
Ex: uvas não colhidas.
Percebidos ou Colhidos 
Ex: uvas colhidas.
Estantes
Ex: uvas colhidas e armazenadas.
Percipiendos
Ex: uva madura não colhidas.
Consumidos
Ex: uvas colhidas e vendidas.
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Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
 
BENFEITORIAS NECESSÁRIAS 
Art. 96. § 3º. São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
 
BENFEITORIAS ÚTEIS 
Art. 96. § 2º. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
 
BENFEITORIAS VOLUPTUÁRIAS 
Art. 96. § 1º. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do 
bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
 
PERTENÇAS 
Pertenças são coisas auxiliares das outras. Diferentemente do que ocorre na regra do acessório, as 
pertenças não estão abrangidas nos negócios jurídicos pertinentes ao bem principal. 
“Não se confundem necessariamente, com as coisas acessórias, visto que a definição de “pertença” 
não pressupõe que sua existência esteja subordinada à do principal.”21 
 
Estão normatizadas no art. 93: 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
 
 
21 Nelson Nery Junior, Código Civil Comentado, 8ª ed., pág. 296. 
BENFEITORIAS
Necessárias
Ex: conserto de infiltração.
Úteis
Ex: instalação de grades nas janelas.
Voluptuárias
Ex: construção de uma piscina
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Pertença é, portanto, um bem que é acrescido a outro, que é o principal, sem, no entanto, ser parte 
integrante deste. 
 
As pertenças não se confundem com as coisas acessórias, visto que a definição de pertença não 
pressupõe que sua existência esteja subordinada à do principal. 
 
O art. 94 traz a distinção entre parte integrante22 e pertenças: 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo 
se o contrário resultar da ¹lei, da ²manifestação de vontade, ou das ³circunstâncias do caso. 
 
BENS PÚBLICOS: 
O art. 98 traz a conceituação dos bens públicos e dos bens particulares: 
 
Bens públicos são os bens do domínio nacional, pertencentes às pessoas jurídicas de direito público 
interno. Os demais são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem (art.98) 
 
O art. 99 traz a classificação dos bens públicos, ela se baseia no modo como esses bens são 
utilizados: 
 
 
 
22 Parte integrante são os frutos, os produtos e as benfeitorias. 
Bens quanto ao titular de seu domínio
Públicos Particulares
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Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto 
de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
 
BENS DE USO COMUM DO POVO 
São os bens públicos que podem ser utilizados, sem restrições, de forma gratuita ou onerosa, por 
todos, sem necessidade de qualquer permissão especial, ou seja, se destinam ao uso de todos: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
... 
 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido 
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
 
Veja que o uso do bem até pode ser franqueado (o usuário é o povo), mas o domínio sobre o bem 
continua sendo da pessoa jurídica de direito público. 
 
BENS DE USO ESPECIAL 
Bens de uso especial são os bens que possuem uma destinação especial, bens que são utilizados 
pelo próprio poder público para a execução de seus serviços públicos. Por exemplo, os prédios onde 
estão instaladas repartições públicas e os prédios de escolas públicas: 
Art. 99. São bens públicos: 
... 
BENS PÚBLICOS
Uso comum
Uso especial
Dominicais
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II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinadosa serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
 
BENS DOMINICAIS 
Compõem o patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Abrangem tanto 
bens imóveis quanto bens móveis. São bens que não são afetados a qualquer destino público. Como 
exemplos, temos as terras devolutas, oficinas, fazendas e indústrias pertencentes ao Estado. 
 
Art. 99. São bens públicos: 
... 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto 
de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Art. 99. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS 
 
 
¹A primeira característica é a inalienabilidade, desde que destinados ao uso comum do povo ou para 
fins administrativos, ou seja, enquanto guardarem a afetação pública os bens públicos de ¹uso 
comum do povo e ²os de uso especial são inalienáveis. 
 
É o que diz o art. 100 do código civil: 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial SÃO INALIENÁVEIS, enquanto 
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. 
 
Porém, esta característica poderá ser revogada, se mediante lei especial tenham tais bens perdido 
sua utilidade ou necessidade, não mais conservando a sua qualificação. Quando ocorre a 
CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS
Inalienabilidade
Imprescritibilidade
Impenhorabilidade
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desafetação, que é a mudança da destinação de um bem público, ele acaba incluído no rol dos bens 
dominicais, sendo que, de acordo com o art. 101: 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
 
²A segunda característica é a imprescritibilidade das pretensões a eles relativas. Deste modo os bens 
públicos não podem ser adquiridos por usucapião, de acordo com o art. 102: 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos A USUCAPIÃO. 
 
STF 340: “Desde a vigência do CC (1916) os bens dominiais, bem como os demais bens públicos não 
estão sujeitos a usucapião”. Ou seja, TODOS os bens públicos não estão sujeitos a chamada 
prescrição aquisitiva. 
 
³E a terceira característica é a impenhorabilidade23, que é decorrência da primeira característica, 
pois uma vez que os bens públicos são inalienáveis não se pode também dá-los em garantia. 
 
“Os créditos contra a Fazenda Pública se satisfazem por meio de precatórios (CF100), pois não há 
excussão de bens públicos, que são impenhoráveis”.24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 A impenhorabilidade impede que o bem passe do patrimônio do devedor ao do credor, ou de outrem, por força da execução 
judicial. 
24 Nelson Nery Junior, Código Civil Comentado, 8ª ed., pág. 298. 
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11 – QUESTÕES 
11.1 – QUESTÕES COMENTADAS 
1. (CESPE / SEFAZ-RS – 2019) 
De acordo com o Código Civil, terreno destinado ao estabelecimento de uma autarquia em 
determinado estado federado é um bem público 
(A) de uso especial, que é inalienável enquanto conservar sua qualificação. 
(B) singular, que é alienável desde que observada a forma como a lei determinar que ocorra esse 
ato. 
(C) dominical, que é alienável desde que observada a forma como a lei determinar que ocorra esse 
ato. 
(D) de uso comum, que é inalienável enquanto conservar sua qualificação. 
(E) de uso restrito, que é inalienável enquanto conservar sua qualificação. 
 
Comentários: 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto 
de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Gabarito: Letra A. 
 
2. (CESPE / TJ-BA – 2019) 
De acordo com o Código Civil, são bens móveis 
(A) os direitos à sucessão aberta. 
(B) os materiais que estejam separados provisoriamente de um prédio, para nele serem 
reempregados. 
(C) os materiais provenientes da demolição de um prédio. 
(D) as edificações que, estando separadas do solo, puderem ser movimentadas para outro local, 
conservando sua unidade. 
(E) os materiais empregados em alguma construção. 
 
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Comentários: 
Alternativa “a” – errada. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
Alternativa “b” – errada. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
 
Alternativa “c” – correta 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam 
sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
 
Alternativa “d” – errada. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para 
outro local; 
 
Alternativa “e” – errada. 
O material que já está empregado em bem imóvel, também é considerado bem imóvel. 
Gabarito: Letra C. 
 
3. (CESPE / MPE-PI – 2019) 
A respeito da classificação dos bens, é correto afirmar que 
(A) são fungíveis os bens móveis ou imóveis que possam ser substituídos por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. 
(B) os bens podem ser divididos em consumíveis e não consumíveis; contudo, esses últimos, quando 
sofrem deteriorações devido ao uso, passam a ser incluídos no conceito de bens consumíveis. 
(C) os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis apenas por determinação legal, não 
se admitindo, assim, que um negócio jurídico estabeleça a indivisibilidade da coisa. 
(D) a lei, ao tratar dos bens reciprocamente considerados, determina que os seus frutos e produtos 
possam ser objeto de negócio jurídico desde que separados do bem principal. 
Paulo H M Sousa, Renata Armanda, Aline Baptista Santiago
Aula 03
Direito Civil p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
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(E) a aquisição de bens móveis se dá por simples tradição, enquanto a de bens imóveis exige escritura 
pública e registro em cartório, com exceção daqueles cujo valor atinja até trinta vezes o maior salário 
mínimo do país. 
 
Comentários: 
Alternativa “a” – errada. 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade 
e quantidade. 
 
Alternativa “b” – errada. 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, 
sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
 
Alternativa “c” – errada. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou 
por vontade das partes. 
 
Alternativa “d” – errada. 
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de 
negócio jurídico. 
 
Alternativa “e” – errada. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura

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