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Pôster científico De acordo com a NBR 6022, editada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em 2006, o pôster científico é um instrumento de comunicação cuja exibição acontece em diversos suportes, sintetizando e divulgando o conteúdo de uma pesquisa. Em encontros de caráter científico ou conferências, o uso do pôster científico é corrente, dado que sua finalidade é proporcionar, atingindo um grande número de pessoas, dados fundamentais a respeito da pesquisa. Com o pôster científico, ou pôster acadêmico, é possível mostrar os frutos da pesquisa científica de forma rápida, diferenciada e com uma exposição de maior tempo, se comparada exposição oral. Para sua elaboração, se conta com o auxílio de um designer gráfico, mas o próprio autor é capaz de executar tal tarefa, isto sem contar o entendimento sobre o conteúdo a ser transmitido para o público e como a pesquisa resultou em seu trabalho. O pôster está presente em eventos com vários trabalhos científicos e, , em alguns deles, o autor do trabalho fica ao lado do pôster, convidando o público, o que o que permite uma troca de ideias individualizada com os interessados sem a presença do pesquisador, o que conta como vantagem na divulgação e visualização do conteúdo da pesquisa. O pôster traz tanto linguagem verbal quanto imagens e gráficos, permanecendo em exposição em locais abertos, conforme determinam os organizadores do evento. Colocados em paredes ou divisórias, nas quais são afixados com cordões em pequenas tiras de madeiras, os pôsteres são confeccionados em papel, plástico ou outros materiais. Por isso, a NBR 15437/2006 recomenda que suas dimensões sejam de 0,60 m a 0,90 m de largura, de 0,90 m a 1,20 m de altura e que o pôster seja legível a uma distância de, ao menos, um metro. Todavia, o suporte escolhido pode ser o meio eletrônico. O pôster precisa ter certo impacto visual. Por isso, é necessário se preocupar com a escolha de um leiaute, isto é, uma forma de diagramação dos dados e das imagens que seja agradável para o leitor. O conteúdo deve ser organizado de forma simples e lógica, concebendo a sequência de elementos do canto superior esquerdo para o canto inferior direito. A Associação Brasileira de Linguística – ABRALIN (2019) faz as seguintes recomendações: • 1 Escolha um leiaute simples, colorido, atraente e criativo, mas sem exageros, posto que mais de três cores distraem o leitor; • 2 No que tange às fontes escolhidas, facilite a legibilidade, escolhendo fontes grandes (Arial ou Times New Roman, de 18 a 26, com títulos em caixa- alta e negrito, de 40 a 50), prevalecendo o mesmo para as figuras, devendo-se optar pelo contraste (fonte clara sobre fundo escuro, ou vice-versa); • 3 Ao usar imagens ou gráficos, opte por uma configuração simples e bem organizada; • 4 Não exagere na quantidade de texto, ele é apenas o ponto de partida para o desenvolvimento das discussões durante a divulgação de sua pesquisa; • 5 Não elimine espaços em branco, a presença deles é significativa para que não haja a impressão de excesso de informações; • 6 Faça a distribuição do texto em colunas, deixando espaço no entre elas; • 7 Não escreva parágrafos muito longos, mantendo regularidade no número de linhas para cada um e buscando compreensão, concisão e correção gramatical. A ESTRUTURA DO PÔSTER CIENTÍFICO Os elementos que fazem parte do conteúdo do pôster científico são: • 1 Título e, se houver, subtítulo, aparecendo na parte superior do pôster. O subtítulo vem separado por dois-pontos (:) ou abaixo do título; • 2 Nome completo do autor ou dos autores da pesquisa, abaixo do título e do subtítulo. Na sequência, devem aparecer o nome do orientador e elementos adicionais, como o nome da instituição na qual foi efetuada a pesquisa, cidade, estado e país, além do endereço eletrônico, em campo separado ao final do pôster; • 3 Resumo sobre o problema estudado, os objetivos, a metodologia usada e os resultados alcançados, não excedendo cem palavras; palavras-chave são colocadas separadamente, após o resumo; • 4 O conteúdo é organizado em colunas, considerando os itens: Introdução, Metodologia, Resultados, Discuss ão e Conclusão. No conteúdo são inseridas tabelas, ilustrações ou gráficos; • 5 Por fim, são apresentadas as Referências, seguindo a NBR 6023. Diagrama 5. Estrutura do pôster (sugestão). Se bem organizado, o pôster científico cumpre seu papel de exibir as partes mais notáveis da pesquisa, com indicações sobre quem a realizou e orientou, seu processo de realização, os resultados obtidos e sua base de referência. Junte-se a isso uma redação clara e precisa, com boa argumentação, acompanhada de ilustrações ou gráficos, caracterizados pela clareza e pela simplicidade, e uma boa organização visual. Projetos científicos O termo “projeto” tem acepções como plano para a realização de um ato, uma intenção, um esboço inicial de um trabalho que se pretende desempenhar ou a demonstração de algo que alguém planeja ou pretende fazer. Portanto, projetar é um passo básico para a efetivação de uma ideia e o início de uma estratégia para a concretização de algo. A expressão “projeto científico” diz respeito aos passos iniciais para a materialização do trabalho científico, isto é, o momento, em que ele começa a tomar vida. Não se pode, porém, confundir o projeto de pesquisas, com um mero planejamento ou um plano para as pesquisas nem imaginar para ele o detalhamento esperado para o trabalho científico em si. A ELABORAÇÃO DE PROJETOS CIENTÍFICOS Como lembra Andrade, na página 98 de seu livro de (2002), há a necessidade de composição e de demonstração de um projeto científico, por exemplo, nos casos de obtenção de bolsa de estudos; para conseguir o patrocínio para uma pesquisa; ao final de um curso, para ser mostrado a um orientador; ou para ingressar em um curso de pós-graduação, pleiteando a continuidade de estudos em busca de uma especialização, um mestrado ou um doutorado, deixando o possível orientador a par da pesquisa que pretende ampliar. Projetos dessa natureza oferecem ao examinador inicial não só os aspectos científicos da pesquisa, como também os aspectos práticos do desenvolvimento do trabalho, visto que as questões técnicas e as exigências previstas pelas instituições devem estar explícitas. Conforme Severino (2002) define, na página 159 de sua obra, um projeto bem feito acaba desempenhando várias funções, tais como: • A definição e o planejamento do percurso para o desenvolvimento do trabalho do próprio estudante/pesquisador, a fim de adquirir disciplina com o trabalho, sendo fiel aos procedimentos elencados, cumprindo a organização, a sequência e os prazos que ele mesmo estabelece no projeto; • Possibilitar o atendimento às exigências dos professores no aspecto didático; • Possibilitar que os orientadores avaliem os aspectos gerais do trabalho de pesquisa e as possibilidades de desenvolvimento, facilitando a orientação e a apresentação de novas perspectivas de ampliação da análise; • Fornecer condições de discussão e avaliação à banca examinadora para a qualificação do trabalho do estudante; • Contribuir para a concretização, no caso de solicitação de bolsa de estudos ou de financiamento de pesquisas; • Embasar a coordenação de programas de pós- graduação para a aceitação de candidatos, em especial nos cursos de doutorado. A APRESENTAÇÃO DO PROJETO CIENTÍFICO Alguns elementos são observados para o projeto de pesquisa, tais como: Clique nos botões para saber mais Folha de rosto – Com indicação da entidade destinatária do projeto, o título do trabalho, sua finalidade, autoria, local e data. Título – Mesmo que provisório, seu valor está no fato de ele indicar o assunto do trabalho. Severino (2002), em seu livro, indica que a nomeaçãoda pesquisa deve ter um título geral e um título técnico, sendo este último apontado como um subtítulo que especifica o tema abordado. Delimitação do assunto – É o item fundamental do projeto, já que delimita o tema e o problema da pesquisa. Neste item, o problema e o conteúdo, alvos do estudo, são caracterizados e desdobrados. Objetivos gerais e específicos – Neste ponto, o autor determina o que pretende com a pesquisa e quais resultados aguarda conseguir, fazendo referência ao tema em geral e, em seguida, a pontos específicos do assunto escolhido. Justificativa – O autor declara por qual motivo escolheu o tema e sua importância. Objeto da pesquisa – Evidencia a tese ou hipótese do que se pretende demonstrar. Tais informações devem estar inequívocas desde o início, tomando-se o cuidado de preparar hipóteses sobre algo que ainda precisa ser demonstrado, caso contrário, não há avanço de conhecimento com sua pesquisa. Metodologia – Esse item aborda os métodos utilizados na pesquisa e as técnicas escolhidas. Cronograma – Delimita momentos e etapas do desenvolvimento da pesquisa, estabelecendo quantas semanas ou meses serão reservados para cada etapa. Orçamento – Em alguns casos, são indicados os recursos humanos ou materiais imperativos para que o projeto seja realizado, mencionando a previsão de custos. Bibliografia básica – Contém os textos fundamentais em que a problemática escolhida é enfocada. Organizada com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), espera-se que ela seja ampliada com o decorrer das pesquisas. EXPLICANDO De acordo com Severino (2002), os métodos são procedimentos mais amplos de raciocínio, enquanto as técnicas tratam do funcionamento dos métodos. Os métodos de pesquisa são baseados em experiências, como o trabalho de campo, ou feitos em laboratórios, através de pesquisa teórica, histórica ou uma mescla de maneiras de pesquisa. O já mencionado autor Severino, em Metodologia do trabalho científico, publicado em 2002, faz algumas considerações sobre delimitação do assunto, objetivos e justificativas: Esta etapa do projeto pode-se iniciar com uma apresentação em que se coloca inicialmente a gênese do problema, ou seja, como o autor chegou a ele, explicitando-se os motivos mais relevantes que levaram à abordagem do assunto; em seguida, pode ser feita uma contraposição aos trabalhos que já versaram sobre o mesmo problema, elaborando-se uma espécie de estado de questão, [...]. Esclarecido o tema e delimitado o problema, o autor deve apresentar as justificativas, não apenas mas sobretudo aquelas baseadas na relevância social e científica da pesquisa proposta. A seguir, o autor expõe os objetivos que o trabalho visa atingir relacionados com as contribuições que pretende fazer. Após isto, pode explicitar suas hipóteses (p. 161). O texto, no caso do projeto de pesquisa, deve ser coeso, conciso e sem uso de linguagem coloquial, contemplando a gramática normativa, e sem linguagem figurada. Para formular os objetivos, são usados verbos no infinitivo. Para a descrição da metodologia, conforme Andrade, os verbos são empregados no futuro. Diagrama 6. Projeto de pesquisa. Fonte: SEVERINO, 2002. (Adaptado). Desta forma, o projeto de pesquisa organiza todo o trabalho científico e é um instrumento que não só conduz as atividades, mas também a análise, as orientações e as avaliações que cabem a professores e coordenadores, fornecendo condições para que os orientadores atuem da melhor maneira possível. Evidentemente, o projeto sofre alterações em vários pontos durante a pesquisa, o que é visto de forma positiva mediante seu aprofundamento. Não obstante, ele não é um simples planejamento, pois ele traz a essência da monografia que será produzida.
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