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O Lúdico na Educação Infantil

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FCE- FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS
O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA A APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Janete de Cassia Martins[footnoteRef:1] [1: Professora de Educação Infantil na Rede Municipal de Paraguaçu Paulista, SP.
Artigo apresentado como requisito parcial para aprovação do Trabalho de Conclusão do Curso de Ludopedagogia.] 
RESUMO: As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam no mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circula, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos. No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento e a aprendizagem não se constituem em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação. 
PALAVRAS-CHAVE: Interações. Brincadeiras. Conhecimento e Aprendizagem.
Janete de Cassia Martins
INTRODUÇÃO
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta.
As brincadeiras podem ser consideradas como a principal atividade da criança, independente, de sua cultura, do momento histórico, e do meio ao qual esta inserida. Brincando ela se apropria de inúmeros conhecimentos, no qual ocorrem importantes mudanças e transformações em seu desenvolvimento psicossocial, emocional, intelectual, cognitivo e motor.
O brincar é para a criança uma fonte de descoberta de valor incalculável, pois, enquanto brinca, vivencia o lúdico de forma significativa produzindo no cérebro uma atividade intensa marcada pelo prazer que, por sua vez, desenvolve o senso de companheirismo, afirma personalidade, proporcionando a criança a descoberta do seu próprio “eu”. Brincando ela aguça o imaginário, desperta idéias e contribui para o desenvolvimento intelectual e criativo.
O brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas categorias incluem: o movimento e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças; a relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e associação entre eles; a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo social se constroem; e, finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo-se em um recurso fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como atividade fundamental da qual se originam todas as outras; brincar com materiais de construção e brincar com regras - jogos. (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, p.28, 1998)
O espaço escolar se constitui como um importante ambiente favorecedor do desenvolvimento sociocultural, e é na escola que o aluno vivencia experiências e, a partir delas, estabelece interações com o meio. Podemos entender que a escola é um espaço privilegiado para compreender, valorizar e compartilhar conhecimentos, seguindo uma proposta pedagógica dinâmica que almeje um desenvolvimento eficaz para o processo ensino aprendizagem. É imprescindível pensar em metodologias que possibilitem ao estudante interagir com experiências, por meio de práticas educativas desenvolvidas na escola, por meio de atividades que viabilizem uma aprendizagem mais significativa, sabendo que, por meio dela, é possível ampliar as possibilidades expressivas de cada educando, assim, buscando contribuir para que os aprendizes possam atuar em seu contexto de modo coerente com sua história e seus valores. 
Em função disso, todo educador deve interessar-se pela temática e buscar ampliar seus conhecimentos pedagógicos no intuito de aprimorar suas metodologias de ensino. A dificuldade de adaptação, aprendizagem e socialização, apresentada pelas crianças, fazem das brincadeiras um instrumento de trabalho de considerável valor que utilizado corretamente proporciona a criança o gosto pela a escola e, em consequência, pelo aprendizado.
 Para tanto, o trabalho buscou, por meio de discussão teórica, demonstrar o quanto a ludopedagogia pode contribuir para o ensino aprendizagem na educação infantil, exaltando sua perspicácia em sala de aula assim como destacar sua importância para o desenvolvimento humano, o campo que ela possibilita para a utilização como recursos pedagógico, proporcionando aos educadores uma gama de alternativas para exploração de atividades didáticas. 
1. BRINQUEDO, BRINCADEIRA E JOGO
Em todos os tempos, para todos os povos, os brinquedos evocam as mais sublimes lembranças. São objetos mágicos, que vão passando de geração a geração, com um incrível poder de encantar crianças e adultos.
“Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização.” (KISHIMOTO, 1994) 
O brinquedo contém sempre uma referência ao tempo de infância do adulto com representações vinculadas pela memória e imaginações. O vocábulo "brinquedo" não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo, pois conota a criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Enquanto objeto, é sempre suporte de brincadeira. O brinquedo é a oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporcionam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e da atenção.
 O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidade que estão sendo oferecidas à criança por meio das brincadeiras e de brinquedos garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem. 
Para Vygotsky (1994) citado por Oliveira, Dias, Roazzi (1996), “o prazer não pode ser considerado a característica definidora do brinquedo, como muitos pensam.” O brinquedo na verdade, preenche necessidades, entendendo-se estas necessidades como motivos que impedem a criança à ação. São exatamente estas necessidades que fazem a criança avançar em seu desenvolvimento. 
A brincadeira é alguma forma de divertimento típico da infância, isto é, uma atividade natural da criança, que não implica em compromissos, planejamento e seriedade e que envolve comportamentos espontâneos e geradores de prazer. Brincando a criança se diverte, faz exercícios, constrói seu conhecimento e aprende a conviver com seus amiguinhos. 
A brincadeira transmitida à criança através de seus próprios familiares, de forma expressiva, de uma geração a outra, ou pode ser aprendida pela criança de forma espontânea.
 “É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras de jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo.” (KISHMOTO, 1994). 
Para a criança, a brincadeira gira em torno da espontaneidade e da imaginação.Não depende de regras, de formas rigidamente estruturadas. Para surgir basta uma bola, um espaço para correr ou um risco no chão. 
Segundo Vygotsky, “[...] a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz de conta, como ainda nas que exigem regras (BERTOLDO, RUSCHEL, 2012). 
A brincadeira não é um mero passatempo, ela ajuda no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo. 
O jogo pode ser visto como: resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social; um sistema de regras e um objeto. 
No primeiro caso, o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social. Enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este aspecto que nos mostra porque, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas. 
No segundo caso, um sistema de regras permite identificar, em qualquer jogo, uma estrutura sequencial que especifica sua modalidade. Tais estruturas sequenciais de regras permitem diferenciar cada jogo, ou seja, quando alguém joga, esta executando as regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica. O terceiro sentido refere-se ao jogo enquanto objeto.
 Os três aspectos citados permitem uma primeira compreensão do jogo, diferenciando significados atribuídos por culturas diferentes, pelas regras e objetos que o caracterizam. 
Por intermédio do jogo a criança: libera e canaliza suas energias; tem o poder de transformar uma realidade difícil; propicia condições de liberação da fantasia; é uma grande fonte de prazer. O jogo é, por excelência, integrador, há sempre um caráter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e à medida em que joga ela vai conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo. Esta atividade é um dos meios propícios à construção do conhecimento.
2. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA APRENIZAGEM
O acesso gratuito à escola conforme nossa Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo nº. 205, diz que: “A Educação é um direito de todos e dever do Estado […].” É condição indispensável para a garantia dessa premissa constitucional e para que se complete na totalidade do seu sentido, deve estar acompanhada de procedimentos que assegurem condições para sua concretização. O aprendizado acontece de maneira continuada e progressiva e requer ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, sabendo-se que a criança precisa de tempo para brincar.
As aulas muitas vezes, tornam-se meras repetições de exercícios educativos, ficando a aula monótona e como consequência vazia, procura-se a solução com a utilização dos jogos para despertar na criança o interesse pela descoberta de maneira prazerosa e com responsabilidade.
“O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora sequências lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”. (RONCA, p. 27, 1989)
Desse modo, brincando a criança aprende com muito mais prazer, destacando que o brinquedo, é o caminho pelo quais as crianças compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É a oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e a capacidade de se tornar um ser humano criativo.
Brincar é a primeira conduta inteligente do ser humano. Quando a criança nasce, suas brincadeiras tornam-se tão essenciais como o sono e a alimentação. Portanto, na escola, a criança precisa continuar brincando para que seu desenvolvimento e crescimento físico, intelectual, afetivo e social possam evoluir e se associar à construção do conhecimento de si mesmo, do outro e do mundo. (SANTOS, 2011, p.12).
Portanto as atividades lúdicas propiciam à criança a possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de seu interior, elas demonstram por meio das brincadeiras como vê e constrói o mundo, como gostaria que ele fosse quais as suas preocupações e que problemas a estão atormentando, ou seja, expressa-se na brincadeira o que tem dificuldade de expressar com palavras.
E aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia, para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de atividade que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo, sobre o qual nos fala Kishimoto:
“O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola”. (KISHIMOTO, p. 13, 1994).
Dessa maneira podemos perceber que a necessidade do professor de pensar nas atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento. Lembrando que o jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociações e trocas, promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais.
Apropriar-se desta importante estratégia ludopedagógica para o processo ensino aprendizagem na educação infantil é transformar o espaço escolar em um ambiente significativo e imaginário no qual a criança expresse sua criatividade por meio da interação que estabelece com outras crianças, explorar o lúdico na educação infantil é utilizar os próprios recursos que a criança oferece para enriquecer a prática educativa, propondo a aquisição de novos conhecimentos a partir dos que elas já possuem. O brincar na escola não é apenas passar tempo, mas sim uma ferramenta que pode ser utilizada para desenvolvimento da aprendizagem.
O brincar é uma ferramenta a mais que o educador pode lançar mão para favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, proporcionando um ambiente escolar planejado e enriquecido, que possibilite a vivencia das emoções, os processos de descoberta, a curiosidade e o encantamento, os quais favorecem as bases para a construção do conhecimento. (SANTOS, 2011, p.07).
Os jogos e brincadeiras possibilitam à criança um relacionamento significativo com aprendizagem por meio do desenvolvimento físico, afetivo, social e intelectual, pois com as atividades lúdicas a mesma desenvolve a expressão corporal, oral, reforça habilidades sociais, integra-se na sociedade, forma seus conceitos relacionam suas idéias, constrói seu próprio conhecimento, fazendo a ligação com mundo real e constrói seu próprio mundo.
Ao levar o lúdico para a escola está se promovendo algo diferenciado que ajuda os alunos a resgatar o prazer, mudar sua visão de escola e dar um novo sentido ao processo de aprendizagem, pois trabalhar com as emoções, além de contribuir na concretização de propostas cognitivas que levam a construir conceitos e dominar habilidades, pode transformar as metodologias do ensino. Assim, os jogos, os brinquedos, as brincadeiras e as dinâmicas são as ferramentas indispensáveis para a criação de um ambiente criativo, diferente, inovador e significativo. (SANTOS, 2011, p.12).
O espaço escolar para o desenvolvimento infantil deve ser compreendido com um ambiente dinâmico rico e significativo que favoreça e valorize a autonomia da criança por meio de um processo de ensino que seja interessante e prazeroso para isso é imprescindível que as atividades sejam bem variadas, disponibilizando à criança diferentes possibilidades de expressão, de brincadeiras, de aprendizagens, de explorações, de conhecimentos, de interações. Para Barros (1996 p. 76) “a brincadeira traz vantagens para o desenvolvimento da criança nos níveis social, cognitivo, afetivo e psicomotor, porque brincando, a criança se comporta além de seu comportamento diário e habitual”. Portanto a brincadeira não deve ser desprezada no contexto escolar, pois propicia a criança um meio prazeroso de aprender. Ao brincar elaestará desenvolvendo sua própria aprendizagem de forma ativa, por meio da ludicidade estará realizando sua própria atividade reproduzindo ações que lhes são familiares, construindo seu conhecimento a partir daquilo que já conhece.
A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que a freqüentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação. (REFERENCIAL CURRICULAR, p.23, 1998)
Neste sentido a brincadeira não deve ser vista como passa tempo pelos educadores, mas como ferramenta de ensino aprendizagem que irá proporcionar um importante salto no desenvolvimento infantil. Para Piaget (1975, p 47), “os jogos estão diretamente ligados ao desenvolvimento mental da infância; tanto a aprendizagem quanto as atividade lúdicas constituem uma assimilação do real”. Para criança brincar ira colocá-la em situações, no qual há a necessidade de tomadas de decisões, mesmo que sejam irreais tais situações, produzirá gradativamente seu amadurecimento diante de situações verdades, que futuramente irão permear sua vida adulta.
Trabalhar de forma lúdica não é deixar de apresentar os conteúdos programáticos, mas sim proporcionar a criança uma aprendizagem prazerosa, pois as atividades lúdicas são indispensáveis para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual sadio das crianças.
3. O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE AO LÚDICO
Em todas as fases de sua vida, o ser descobre e aprende coisas novas pelo contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre o meio em que vive. Independente de cultura, raça, credo ou classe social, toda criança brinca. Todos os seus atos estão ligados à brincadeira. A infância é a idade das brincadeiras, por meio delas, a criança satisfaz seus interesses e necessidades particulares. Portanto a brincadeira está intimamente ligada à criança. É muito importante aprender com alegria. Enquanto se divertem, as crianças se conhecem, aprendem e descobrem o mundo, de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil, 1998, p. 27) “os jogos e as brincadeiras propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica”.
Não ha como ignorar as inúmeras possibilidades que os jogos e as brincadeiras propiciam ao educador, a utilização de tais recursos potencializa cada vez mais a vivencia no espaço escolar destinado a educação infantil, ao trazer o lúdico para a sala de aula o professor coloca o educando em contato com o universo imaginário o que por sua vez conduz a criança a desenvolver a expansão de sua aprendizagem por meio de um ambiente criativo e dinâmico que valoriza a manifestação demonstrada pela criança enquanto brinca, colocando-a como foco principal em seu processo de desenvolvimento educativo. Sendo assim o papel mais crucial do professor de educação infantil é ajudar as crianças a desenvolver as habilidades de que necessitam para se tornarem aprendizes para a vida, pois o sucesso de uma criança na escola não é previsto por seu conhecimento de fatos específicos ou por sua capacidade precoce de ler, e sim por habilidades que aprendeu a dominar, como ser capaz de esperar, de ouvir e de seguir instruções; de comunicar sentimentos e idéias; de pensar de forma crítica; de ser ágil; e muitas outras. (SCHILLER; ROSSANO, 2008, p.13).
É importante destacar ainda que ao desenvolver atividades lúdicas em grupo o estudante aprende a respeitar seu próximo e suas individualidades “É por meio da atividade lúdica que a criança desenvolve a habilidade de subordinar-se a uma regra e dominar as regras significa, dominar o próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo e a subordiná-lo a um propósito definido”. (LEONTIEV, 1998, p.139). Assim será possível sua socialização, afirmação de valores de respeito ao próximo, e sua auto-afirmação pessoal. Afirma Cordazzoe Vieira (2007, p 94) que “outro fator que pode ser observado na brincadeira é o desenvolvimento emocional e da personalidade da criança”. Portanto brincando a criança ira desenvolver características não só motoras como cognitivas que poderão fazer parte de sua vida adulta.
O brinquedo estimula a inteligência porque faz com que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade possibilitando o exercício de concentração, de atenção e de engajamento. É um convite a brincadeira, proporcionando desafios e motivação. (FALCÃO; RAMOS 2002, p. 17). 
É preciso considerar que maiores serão os resultados obtidos por meio do uso das ferramentas lúdicas, quanto à aprendizagem, comparado com uma didática que não utilize tais estratégias.
Ao brincar, a criatividade leva a criança a buscar novos conhecimentos, exigindo do educando uma ação ativa, indagadora, reflexiva, desvendadora, socializadora e criativo, relações estas que constituem a essência psicogenética da educação lúdica, em total oposição lúdica, passividade, submissão, alienação, irreflexão, condicionamento da pedagogia dominadora. (FALCÃO; RAMOS, 2002, p 15).
Para Vygotsky (1989, p. 87), a “brincadeira no desenvolvimento infantil é um importante suporte para a mente, contribuindo com as diferentes formas de pensar e realizar suas ações simbolicamente”. Assim a criança se diverte, raciocina e aprende de maneira simples e descontraída sem perceber cobrança da sua aprendizagem.
O educador infantil, precisa garantir momentos para atividades lúdicas tanto em sala de aula como ao ar livre, uma vez que a utilização das brincadeiras e dos jogos no processo pedagógico possibilita a apropriação do conhecimento e a assimilação dos conteúdos. O lúdico na educação infantil deve ser uma metodologia que possibilita mais eficácia no processo ensino-aprendizagem, estimulando, assim, o desenvolvimento das crianças. Cabendo, portanto ao educador, ser o mediador deste processo, proporcionando assim um ensino de qualidade principalmente na educação infantil a qual corresponde à primeira etapa do desenvolvimento humano.
A educação contemporânea traz muitos desafios para aqueles que nela trabalham e aos que se dedicam a sua causa, não há como estagnar-se em uma única e exclusiva metodologia de ensino é preciso utilizar-se de todos os recursos possíveis para que a escola transforme-se em um lugar especial que desperte na criança a vontade de aprender. Completa Santos (2011. p. 2) “Pensar em uma educação significativa e de qualidade é pensar no ser humano em sua totalidade, em seu ambiente, nas suas preferências, prazeres enfim, em suas relações vivenciadas”.
A criança precisa ser sensibilizada aponto de ter vontade de estar na escola, querendo voltar no dia seguinte porque sente prazer em estar neste ambiente.
No atual contexto, já não há mais espaço para o professor que transmite conhecimento e para o aluno ouvinte. O professor deve ser o mediador do processo ensino-aprendizagem, e o aluno, um ser ativo, que busca seu próprio conhecimento. 
A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de interações sociais ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. Nessa perspectiva, o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aosconteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, p.30, 1998)
A interação social em situações diversas é uma das estratégias mais importantes do professor para a promoção de aprendizagens pelas crianças. Assim, cabe ao professor propiciar situações de conversa, brincadeiras ou de aprendizagens orientadas que garantam a troca entre as crianças, de forma a que possam comunicar-se e expressar-se, demonstrando seus modos de agir, de pensar e de sentir, em um ambiente acolhedor e que propicie a confiança e a auto-estima.
O professor como mediador do processo de aprendizagem, precisa ter consciência da importância da formação continuada, de estar sempre inovando seu fazer pedagógico e de ter senso crítico e atitude investigativa. Tendo em mente seus objetivos e consciência da importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem infantil. 
Utilizando-se de recursos que diversifiquem a prática pedagógica, o educador ira criar um ambiente agradável e estimulador a criança. Com a inserção da ludicidade o educador deve fazer parte da brincadeira, fato que irá elevar o nível de interesse dos educandos tornando-os mais participativos e interessados nos conteúdos escolares. Ao mesmo tempo, a criança sente-se prestigiada e desafiada, descobrindo e vivendo experiências que tornam a brincadeira o recurso mais estimulante e rico em aprendizado.
Portanto, cabe ao professor oferecer inúmeras oportunidades para que se torne prazerosa a aprendizagem. Com o trabalho a partir da ludicidade abre caminhos para envolver todos numa proposta sóciointeracionista, oportunizando o desenvolvimento do potencial de cada um. É muito importante aprender de forma prazerosa, com intencionalidade. Comenta Sneyders (1996, p. 36) que “educar é ir em direção à alegria”. A escola de educação infantil, assim como as demais, deve propiciar prazer e satisfação, tornando-se um ambiente que a criança deseje estar todos os dias. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por intermédio do brincar a criança encontra-se com o mundo, percebendo como ele é e dele recebendo elementos importantes para sua formação, desde os atos mais significantes, até fatores determinantes da cultura de seu tempo. 
Os jogos e brincadeiras possibilitam a criança um relacionamento significativo com aprendizagem não somente do desenvolvimento psíquico, assim como, físico, afetivo, social e intelectual, por meio das atividades lúdicas a criança desenvolve a expressão corporal, oral, reforça habilidades sociais, integra-se na sociedade, forma seus conceitos relacionam suas idéias, constrói seu próprio conhecimento, fazendo a ligação com mundo real constrói seu próprio mundo. Criando um elo no processo ensino aprendizagem.
O papel do professor durante o processo didático-pedagógico é provocar participação coletiva e desafiar o aluno a buscar soluções. Por meio do lúdico podemos despertar na criança um espírito de companheirismo, cooperação e autonomia. A criança precisa interagir de forma coletiva, ou seja, precisa apresentar seu ponto de vista, discordar, apresentar suas soluções é necessário também criar ambiente propício e incentivar as crianças a terem pensamento crítico e participativo, fazendo parte das decisões do grupo.
Mas, afinal, por que o brincar pode ser o norte da educação infantil? O lúdico faz parte da natureza da criança, é uma linguagem inerente a ela. Quando a brincadeira é trabalhada com um objetivo pedagógico potencializa o processo de aprendizagem, tornando o desenvolvimento infantil mais completo. Por meio de recursos lúdicos, como jogos, games, teatro, música, cinema, a criança desenvolve a capacidade de formar conceitos, selecionar idéias, estabelecer relações e integrar percepções. A ludicidade serve a um propósito de construção de valores sociais e afetivos, além de desenvolver os campos intelectual e motor.
Concluindo, os benefícios didáticos do lúdico são procedimentos didáticos altamente importantes; mais que um passatempo; é o meio indispensável para promover a aprendizagem disciplinar, o trabalho do aluno e incutir-lhe comportamentos básicos, necessários à formação de sua personalidade. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil/Conhecimento de Mundo – Brasília: MEC/SEF, 1998. V1 introdução.
BARROS, Célia S. G. Psicologia e construtivismo. São Paulo: Ática, 1996.
CORDAZZO, Scheila Tatiana Duarte; VIEIRA, Mauro Luís. A Brincadeira e suas Implicações nos Processos de Aprendizagem e de Desenvolvimento. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, jun. 2007.
FALCÃO, Ana Patrícia Bezerra. RAMOS, Rafaela de Oliveira. A Importância do Brinquedo e do Ato de Brincar para o Desenvolvimento Psicológico de Crianças de 5 A 6 anos. UNAMA. Belém, 2002 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo brinquedo, brincadeira e a educação. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
KISHIMOTO, Tizuko M. O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.
LEONTIEV, Alexis N. Uma contribuição à Teoria do Desenvolvimento da Psique Infantil. In: VYGOTSKY, Lúria Leontiv. et al. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1998 a.
OLIVEIRA. Vera Barros (0rg.). O Brincar e a Criança. Petrópolis: Vozes, 1996.
PIAGET, J. A Formação do Símbolo na Criança: Imitação, Jogo e Sonho, Imagem e Representação. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
RONCA P.A.C. A aula operatória e a construção do conhecimento. São Paulo: Edisplan, 1989.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. O brincar na escola: Metodologia Lúdico vivencial, coletâneas de jogos, brinquedos e dinâmicas. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
SCHILER, Pan; ROSSANO. Joan. Ensinar e Aprender Brincando: Mais de 750 Atividades para Educação Infantil. Tradução: Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2008.
SNEYDERS, Georges. Alunos Felizes. São Paulo: Paz e Terra. 1996.
VYGOTSKY, Lúria Leontiv. A formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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