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Introdução ao Direito Tributário e suas Limitações

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208 
 
 
 
 
 
 
209 
Sumário 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................................................... 211 
1.1 Conceito de Direito Tributário ........................................................................................................................ 211 
1.2. Fontes do Direito Tributário ........................................................................................................................... 211 
1.3. Definição de Tributo ........................................................................................................................................ 214 
1.4. Características dos tributos quanto à sua finalidade:................................................................................... 215 
1.5. Classificações relevantes de tributo:............................................................................................................... 216 
2. TRIBUTOS EM ESPÉCIE ..................................................................................................................... 217 
3. SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO ................................................................................. 220 
3.1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ................................................................................................................... 220 
3.1.1. Tipos de Competência Tributária............................................................................................................ 222 
3.1.1.1. Competência Comum ............................................................................................................................ 222 
3.1.1.2. Competência Privativa .......................................................................................................................... 222 
3.1.1.3. Competência Cumulativa ...................................................................................................................... 223 
3.1.1.4. Competência Residual ........................................................................................................................... 223 
3.1.1.5. Competência Extraordinária ................................................................................................................ 224 
3.2. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO ...................................................................................... 224 
3.3. REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS ........................................................................................ 225 
4. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR ................................................ 226 
4.1. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ....................................................................................................................... 226 
4.1.1. Princípio da Capacidade Contributiva ................................................................................................... 226 
4.1.2. Princípio da Legalidade ............................................................................................................................ 226 
4.1.3. Princípio da Isonomia ............................................................................................................................... 228 
4.1.4. Princípio da Irretroatividade ................................................................................................................... 228 
4.1.5. Princípio da Anterioridade....................................................................................................................... 229 
4.1.6. Princípio da Vedação do uso do tributo com efeito de confisco ............................................................ 230 
4.1.7. Princípio da não limitação ao tráfego de pessoas e bens ....................................................................... 231 
4.1.8. Princípio da uniformidade geográfica da tributação ............................................................................. 231 
4.1.9. Princípio da não discriminação em razão da procedência ou do destino ............................................. 232 
4.1.10. Princípio do “ pecunia non olet” (dinheiro não tem cheiro) ................................................................ 232 
4.2. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA ......................................................................................................................... 232 
4.2.1. Definição .................................................................................................................................................... 232 
4.2.2. Distinção entre imunidade, isenção e não incidência ............................................................................. 233 
4.2.3. Imunidades em espécie ............................................................................................................................. 233 
4.2.3.1. Imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF) .................................................................................. 233 
 
 
 
210 
4.2.3.2. Imunidade dos templos (Art. 150, VI, “b”, da CF) ............................................................................. 234 
4.2.3.3. Imunidade dos partidos políticos e de suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, 
das entidades de educação e de assistência social sem fins lucrativos (Art. 150, VI, “c”, da CF) ................ 235 
4.2.3.4. Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel de sua impressão (Art. 150, VI, “d”, da CF) .... 235 
4.2.3.5. Imunidade das músicas nacionais (Art. 150, V, “e”, da CF) .............................................................. 236 
5. VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ..................................................... 236 
51. Vigência .............................................................................................................................................................. 236 
5.2. Aplicação ........................................................................................................................................................... 236 
6. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................... 237 
6.1. Interpretação .................................................................................................................................................... 237 
6.2. Integração ......................................................................................................................................................... 238 
7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................................................ 239 
7.1. Sujeitos da relação jurídico – tributária ........................................................................................................ 240 
7.2. Solidariedade tributária passiva ..................................................................................................................... 241 
7.3. Capacidade Passiva .......................................................................................................................................... 241 
7.4. Domicílio Tributário ........................................................................................................................................ 242 
8. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA ................................................................................................ 242 
9. CRÉDITO TRIBUTÁRIO ...................................................................................................................... 248 
9.1. Lançamento (art. 142 do CTN) ....................................................................................................................... 248 
9.2 SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................250 
9.3. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................. 253 
9.4. REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................. 256 
9.5. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................ 258 
9.6. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ............................................................... 259 
10. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA .................................................................................................... 261 
11. IMPOSTOS EM ESPÉCIE ................................................................................................................... 263 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
211 
 
 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
1.1 Conceito de Direito Tributário 
Temos direito tributário como sendo o ramo do direito que compreende as relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a 
imposições tributárias de qualquer espécie (contribuintes). 
Segundo PAULO DE BARROS CARVALHO (Curso de Direito Tributário, Saraiva): “É o ramo didaticamente 
autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico normativas que correspondam, direta ou 
indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”. 
Não seria errado ainda conceituamos o Direito Tributário como sendo o conjunto de normas que regula o 
comportamento das pessoas de levar dinheiro aos cofres públicos de maneira compulsória (mais que obrigatória), 
afinal, alguém escolhe pagar ou não tributos? Pergunto, quando você vai até um mercado, ao comprar um simples 
ingrediente para o almoço de domingo, escolhe os tributos que irá pagar, ou se irá pagar algum? NÃO, absolutamente 
não, o poder público simplesmente retira dinheiro de suas mãos querendo você ou não. Isso, dentre outros atos totalmente 
cotidianos, é direito tributário. Simples, não é? 
QUEM É FISCO? QUEM É CONTRIBUINTE? Fisco é a denominação dada ao Estado enquanto desenvolve 
atividade de tributação, enquanto contribuinte é a pessoa sujeita a imposições tributárias de qualquer espécie, como por 
exemplo, de pagar os tributos referentes à compra do churrasco do domingo, no caso, você! 
 
1.2. Fontes do Direito Tributário 
As fontes do direito tributário são: 
a) Constituição: Na parte de tributos, ela regula as competências dos entes estatais, os limites da tributação, os direitos 
e deveres do cidadão perante o fisco e os princípios que fundamentam a atividade tributante. 
Vale ressaltar que a Constituição não cria tributos, somente demonstra as permissões para sua instituição, assim como 
as Emendas Constitucionais, que somente definem competências para a criação de tributos. 
Exceção: A Emenda Constitucional nº 1/1994: Disciplinou diretamente algumas contribuições sociais. 
 
b) Lei Complementar: A Constituição determina que normas gerais em matéria tributária devem ser reguladas por lei 
complementar. Cabe ressaltar que a própria Constituição prevê em seu artigo 146 as matérias que ela pode versar (ou 
seja, as matérias são taxativas!!) 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios; 
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos 
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, 
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II (ICMS), das contribuições 
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239 (Contribuição social do empregados e 
do PIS/Pasep). 
 
 
 
 
212 
MAS O QUE AS NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO DETALHAM? Elas detalham as regras que 
devem ser seguidas pelas leis ordinárias e demais normas infraconstitucionais. 
ONDE SE ENCONTRA ESSAS NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO? Estão estabelecidas no Código 
Tributário Nacional (Observação: O CTN é originalmente uma lei ordinário, porém, foi recepcionada como lei 
complementar na CF de 1967). 
** A Lei Complementar também é necessária para instituir alguns tributos como: 
a) Empréstimos Compulsórios: Art. 148, CF; 
b) Impostos sobre grandes fortunas: Art. 153, VII, CF; 
c) Impostos residuais: Art. 154, I, CF; e 
d) Contribuições previdenciária residuais: Art. 195, §4º, c/c Art. 154, I, CF. 
Portanto, podemos concluir que se a CF estabeleceu as matérias que devem ser versadas por LEI COMPLEMENTAR, 
então SOMENTE deve ser por LEI COMPLEMENTAR. 
A CF querendo deixar claro isso, estabeleceu em seu artigo 62, §1º, III e no artigo 68, §1º, parte final, que é proibido 
utilizar de Medidas Provisórias e de Lei Delegada para versar sobre matérias reservadas à lei complementar. 
Além das matérias acima mencionadas, a CF exige lei complementar nos seguintes assuntos tributários: 
 ICMS: algumas determinações (Art. 155, §2º, XII); 
 ITCMD: fixar alguns critérios de competência territorial (Art. 155, §1º, III); 
 ISSQN: fixar alíquotas máximas e mínimas; afastar sua incidência nas exportações de serviços para o exterior 
e regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados 
(Art. 156, III); 
 Repartição de receitas tributárias (Art. 161); 
 Fixação de montantes permissivos de remissão ou anistia de contribuições sociais (Art. 195, §11). 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO: 
O Estado Alfa institui, por meio de lei complementar, uma taxa pela prestação de serviço público específico e divisível. 
Posteriormente a alíquota e a base de cálculo da taxa vêm a ser modificadas por meio de lei ordinária, que as mantém 
em patamares compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado. 
A lei ordinária em questão é 
a) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar. 
b) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da base de cálculo, pois a modificação da alíquota só 
seria possível por meio de lei complementar. 
c) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois a modificação da base de cálculo só 
seria possível por meio de lei complementar. 
d) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é constitucionalmente reservada à lei 
complementar. 
c) Lei Ordinária: A lei ordinária prevê as hipóteses de incidência tributária, cria o tributo em sentido abstrato (porque 
o tributo só nasce com a ocorrência do respectivo fato gerador da obrigação tributária). Além disso, preceitua as 
denominadas obrigações acessórias. 
O QUE SÃO OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS? Para ficar mais fácil o entendimento, vamos pensar que as obrigações 
acessórias são obrigações de fazer ou de não fazer. Por exemplo: Emitir uma Nota Fiscal quando ocorre uma venda de 
mercadoria ou serviço, escrituração de livros fiscais. 
Quem pode editar leis ordinárias? Todos os entes federativos podem editar leis ordinárias dentro de suas respectivas 
competências. Cabe ressaltar que não há hierarquia entre elas, ou seja, uma lei ordinária federal não é mais importante 
que uma lei ordinária estadual. 
 
 
 
213 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
Em Direito Tributário, cumpre à lei ordinária: 
 a) estabelecer a cominação ou dispensa de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos. 
 b) estabelecer a forma e as condições como isenções,incentivos e benefícios fiscais serão concedidos em matéria de 
ISS. 
 c) estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre adequado tratamento tributário ao ato 
cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
 d) estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre a definição de tratamento diferenciado e 
favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte. 
 
O artigo 97, do CTN, determina as matérias que podem ser estabelecidas por lei. 
Mas a qual lei ela se refere? 
O termo lei se refere às leis ordinárias, leis complementares, medidas provisórias e leis delegadas. 
 
d) Lei Delegada: São aquelas elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar ao Congresso Nacional a 
delegação. 
Há algumas matérias previstas no artigo 68, da CF, que a lei delegada não pode versar, sendo elas: 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso 
Nacional. 
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência 
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação 
sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
 
Ressalta-se que é possível a edição de leis delegadas no âmbito estadual, municipal e distrital. 
e) Medida Provisória: A CF em seu artigo 62 prevê quando é possível a adoção de medida provisória: 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de 
lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
Cabe ressaltar que, como a lei delegada, as medidas provisórias NÃO PODEM versar sobre matéria reservada a lei 
complementar. 
Caso seja editada uma medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, a CF faz uma reprimenda, 
determinando que nesse caso a MP só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em 
lei até o último dia daquele em que foi editada, assim prevê o §2º do artigo 62: 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, 
V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia 
daquele em que foi editada. 
Mas quais são essas exceções que o parágrafo prevê? São os impostos: Imposto de Importação, Imposto de Exportação, 
Imposto sobre produtos industrializados, Imposto sobre operações financeiras e impostos extraordinários de guerra. 
f) Tratado internacional: O artigo 98, do CTN dita: “Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam 
a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.” 
O que podemos concluir? Que mesmo que venha uma lei superveniente, ela não revogará as disposições de um tratado 
(doutrina majoritária). 
g) Decreto legislativo: é um instrumento utilizado para introduzir no ordenamento nacional, o conteúdo dos tratados e 
convenções internacionais firmados pelo Poder Executivo. 
 
 
 
214 
As normas tributárias pactuadas entre Estados soberanos no âmbito internacional não têm eficácia interna imediata. Para 
isso, é exigido que sejam absorvidas no direito pátrio mediante aprovação de um decreto legislativo, por maioria simples 
dos membros do Congresso Nacional, em discussão e votação em ambas as Casas legislativas. Sua promulgação é feita 
pelo Presidente do Senado, sem a participação do Presidente da república. 
As assembleias legislativas estaduais também podem se utilizar de decretos legislativos, MAS QUANDO? Quando for 
para absorver o conteúdo dos convênio firmados entre Estados federados. 
h) Convênio: é um ato normativo executivo infralegal, que expressa, em matéria tributária, ajuste de vontade entre entes 
federativos. 
O princípio da legalidade é excepcionado pela Constituição Federal. Ela permite que certos convênios tenham força de 
lei, como, por exemplo, a previsão encartada no artigo 155, §2º, XII, “g”, da CF. Nesse caso, por meio de convênio, 
podem os Estados deliberar sobre a concessão ou revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais. 
i) Norma regulamentar: O artigo 100, do CTN, arrola as normas complementares das leis, dos tratados e das 
convenções internacionais e dos decretos: 
Art. 100 - São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
 
1.3. Definição de Tributo 
O conceito do tributo vem expresso no art. 3º do CTN (Código Tributário Nacional) da seguinte forma: é toda prestação 
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Ótimo, mas você entendeu o que 
isso quer dizer? Então vamos por parte. 
ATENÇÃO! Não confunda TRIBUTO com IMPOSTO, pois imposto é uma das espécies de tributo, estando junto 
com a taxa, a contribuição de melhoria, os empréstimos compulsórios e as outras contribuições. 
 
 
 
215 
 
* ATENÇÃO! Quanto ao item da Prestação Pecuniária, temos que levar em consideração que o art. 156, inciso XI 
do CTN, é admitido a dação em pagamento de bens imóveis, na forma da lei, como forma de quitação da prestação 
tributária. Assim sendo é uma exceção a expressão “moeda corrente” imposta pelo art. 3º. 
 
1.4. Características dos tributos quanto à sua finalidade: 
a) Fiscal: tal função está presente em TODOS os tributos, segundo parcela majoritária da doutrina, segundo essa função 
o principal objetivo do tributo é a arrecadação de recursos financeiros (receita) para o funcionamento do Estado. 
b) Parafiscal: o objetivo é a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio, não integram 
funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas. A exemplo temos as contribuições 
arrecadadas por conselhos de classes de classe profissional, como os famoso CRs (CRM - Conselho Regional de 
Medicina, CRQ -Química, CREA - Engenharia, CAU – Arquitetura e Urbanismo, CRE – Enfermagem, etc). 
 
CURIOSIDADE: importante esclarecer que, conforme entendimento do STJ por meio da súmula 353, o FGTS não 
é tributo, pois mesmo sendo compulsório (obrigatório) o valor arrecadado não é destinado ao erário (poder público), 
mas sim destinado ao empregado, como uma espécie de garantia. 
c) Extrafiscal: o objetivo principal é a interferência no domínio econômico, buscando um efeito que extrapola a simples 
arrecadação de recursos financeiros. Assim visa coibir ou estimular uma determinada ação do contribuinte ou do 
mercado. Como exemplo imagine que o Estado quer desestimular o uso do cigarro, ele eleva os tributos que recaem 
sobre a droga de uso legal para que o preço final seja alto a ponto do usuário comprar menos. Ou ainda o Estado quer 
que o brasileiro compre menos produtos nacionais, e menos internacionais, para tanto ele eleva os tributos sobre o 
produto estrangeiro para desestimular a importação. Por outro lado tendo a diminuir os tributos para produtos que se 
•Trata-se de uma obrigação de pagar moeda corrente ou cujo valor nela se
possa exprimir. Pecúnia é o mesmo que dinheiro. Assim você não pode pagar
tributos com a força do seu trabalho (in labore), ou com bens materiais (in
natura)PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA
•Como dito acima, você não escolhe pagar tributos, é uma imposição do poder
público ao contribuinte. Assim podemos dizer que a obrigação de pagar
tributos independe da vontade das partes, inclusive do próprio fisco, já que é
uma determinação legal.
PRESTAÇÃO 
COMPULSÓRIA
•A cobrança de tributos não possui finalidade sancionatória/punição e
decorre sempre de um fato LÍCITO e PREVISTO EM LEI. Por isso
multas de trânsito, multas administrativas, multa pela prática de crime
não são tributos NÃO são consideradas tributos. Mas cuidado, mesmo
decorrendo de um fato ilícito, as circunstâncias que ocasionam a
ocorrência do fato gerador são irrelevantes no que se refere aos seus
efeitos, validades ou licitudes. Assim se um traficante, compra um
carro com dinheiro que ganhou no tráfico, mesmo assim deverá pagar
IPVA (imposto pela propriedade de veículo automotor. Isso decorre do
princípio da pecunia non olet (dinheiro não tem cheiro).
QUE NÃO 
CONSTITUA 
SANÇÃO DE ATO 
ILÍCITO
•Significa dizer que sempre deverá estar instituída em lei, submetendo-se ao 
princípio da legalidade. Assim se não está na lei, não é tributo, e não pode ser 
exigido do contribuinte.
INSTITUÍDA EM LEI 
• Isso quer dizer que não cabe a autoridade administrativa avaliar a
conveniência e oportunidade de se cobrar um tributo, devendo o tributo ser
cobrado segundo o que determina a lei, não podendo haver nenhuma
discricionariedade (juízo de valor) ou concessão (permitir que determinado
contribuinte não pague).
ATIVIDADE 
VINCULADA
 
 
 
216 
destinam ao exterior para estimular a exportação, para o mercado interno é mais interessante exportar mais (vender), do 
que importar (comprar). 
 
1.5. Classificações relevantes de tributo: 
a) Tributo vinculado: são aqueles que possuem contraprestação específica do Estado, como as taxas e as contribuições 
de melhoria. Exemplo quanto você paga uma taxa para emissão de alvará, você receberá em troca do pagamento dessa 
taxa a permissão para o funcionamento do seu estabelecimento comercial. Quando o contribuinte paga contribuição de 
melhoria significa que o local em que sua residência se situa receberá investimentos, como pavimentação asfáltica, 
projetos urbanísticos, etc, de modo a valorizar o preço de seu imóvel. 
 
b) Tributo não vinculado: quando o pagamento do tributo não relacionar nenhuma contraprestação específica do 
Estado. Isso ocorre com os impostos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o simples dever de pagar IPVA 
(imposta sobre a propriedade de veículo automotor) não significa que o Poder Público irá destinar o imposto a melhoria 
das vias públicas e estradas. A receita advinda com esse tributo é partilhada entre os estados e municípios do local de 
registro do veículo e pode ser destinada a educação, saúde, cultura, enfim, ao que a Administração Pública achar 
conveniente. Portanto, embora possua uma contraprestação ao contribuinte, ela não é específica. 
c) Tributo de arrecadação vinculada: é aquele cuja arrecadação deve obrigatoriamente, ser utilizada no fim que 
justificou sua criação, como, por exemplo: empréstimos compulsórios e contribuições especiais. 
d) Tributo de arrecadação não vinculada: é aquele em que as receitas podem ser livremente utilizadas para despesas 
gerais da Administração Pública, atendidos os preceitos orçamentários, como, por exemplo: impostos, taxas e 
contribuição de melhoria. 
e) Tributo fiscal: sua finalidade principal é arrecadar recursos para cobrir as despesas públicas. Ex: IR, IPTU, IPVA, 
etc. 
f) Tributo extrafiscal: Sua finalidade pode ser econômica (proteção da indústria nacional, controle da balança 
comercial, controle de inflação. Ex: II, IE, IOF, IPI, ITR. 
g) Tributo parafiscal: Destinam-se à manutenção de órgãos autônomos fiscalizadores de algumas profissões ou do 
interesse de categorias econômicas específicas. Ex: CRM, Sesi. 
h) Tributo direto: a pessoa física ou jurídica que são sujeitos passivos, são as mesmas que tem o ônus de recolher o 
valor devido ao fisco (contribuinte de fato e de direito é a mesma pessoa). Ex: IR. 
i) Tributo indireto: O contribuinte de direito recolhe o valor aos cofres público, mas transfere o ônus econômico para 
outra pessoa (contribuinte de fato). 
j) Tributo real: É aquele que é levado em conta o bem, por exemplo: o IPVA é o mesmo para todos os proprietários de 
determinado veículo, independentemente das condições pessoais. 
k) Tributo pessoal: É aquele que é levado em conta as condições de cada contribuinte. Ex: IR. 
l) Tributo proporcional: Indica que o imposto deve incidir sempre à mesma alíquota, independentemente do valor da 
base de cálculo. 
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO PELA FGV? 
O imposto cuja alíquota é invariável e se aplica sobre base de cálculo variável, é classificado como 
a) progressivo. 
b) proporcional. 
c) indireto. 
d) pessoal. 
 
 
 
 
217 
2. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 
 
Trata-se de uma espécie de receita derivada (uma vez que o Estado não explora o seu patrimônio, mas patrimônio 
de terceira pessoa) para fazer frente ao custeio de atividades gerais ou específicas. Cuida-se de prestações em dinheiro 
exigidas compulsoriamente pelos entes políticos, de quem revele capacidade contributiva ou que se relacione direta ou 
indiretamente a atividade estatal específica. 
Prescreve o art. 3.º do CTN: “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada”. 
Passemos à análise, por parte, de cada uma dessas regras. 
• Espécies tributárias e sua natureza jurídica 
Tributo é gênero. O Código Tributário Nacional prevê a possibilidade da existência de três espécies tributárias (escola 
tripartida), a qual não é utilizada atualmente, uma vez que o STF já determinou o entendimento da existência de cinco 
espécies tributárias (escola pentapartida). 
Analisemos, após estas explicações, as espécies tributárias previstas na Constituição Federal: 
a) Imposto: é um tributo que possui previsão expressa na Constituição Federal, no art. 145, I, e no art. 16 do CTN. 
Trata-se de um tributo cuja obrigação tem por fato gerador situação independente de qualquer atividade estatal 
específica. Ou seja, trata-se de um tributo não contraprestacional (tributo não vinculado), não exigindo do Estado 
nenhuma atividade imediata pelo pagamento desse tributo. 
Além de ser considerado um tributo não vinculado, sua arrecadação também é não vinculada, sendo vedada a 
vinculação da receita de impostos a qualquer espécie de fundo, órgão ou despesa (art. 167, IV, da CF/1988). 
Essa é a razão pela qual a Constituição Federal é meticulosa ao tratar dos impostos, contendo previsão expressa de 
quais são os de competência da União, dos Estados, Municípios e DF nos arts. 153, 155 e 156, respectivamente, por 
meio dos quais prevê que somente estas pessoas políticas podem instituir cada um desses impostos, e mais ninguém. 
A competência para a instituição de impostos é exaustiva e privativa daqueles expressamente indicados na 
Constituição Federal, de forma a impedir que uma pessoa jurídica de direito público interno venha a invadir a 
competência da outra. 
Fora os denominados impostos nominados já discriminados na Constituição Federal, caso a União queira instituir 
novos impostos federais, poderá exercer a chamada competência residual, que determina a instituição de novos impostos 
através de lei complementar, desde que sejam não cumulativos e possuam fato gerador e base de cálculo diferente dos 
impostos já previstos na Constituição (art. 154, I, da CF/1988). 
 
b) Taxas: previstas no art. 145, II, da CF/1988 e no art. 77 do CTN, são tributos completamente vinculados a uma 
determinada atividade estatal, seja por meio do exercício regular do poder de polícia, seja por meio da prestação de 
serviços públicos específicos e divisíveis. Ressalta-seque podem ser instituídas pela União, Estados e DF e Municípios. 
Pode-se dizer, portanto, numa simplificação para fins didáticos, que as taxas se dividem em: 
i) taxa de polícia: é aquela cobrada pelo exercício regular do poder de polícia. Entende-se por exercício regular 
aquele dentro dos parâmetros estabelecidos pela lei (art. 78 do CTN), ou seja, que possui amparo legal, evitando abusos 
por parte do Estado. 
Entende-se por exercício regular quando a autoridade administrativa é competente para o exercício da fiscalização 
(legitimidade) e quando a fiscalização estiver amparada por lei (legalidade). 
 
 
 
218 
De acordo com o STF, mesmo que a fiscalização administrativa não tenha ocorrido efetivamente, existe a 
possibilidade da exigência da taxa de polícia, desde que o órgão público que exercerá a fiscalização já esteja estruturado 
e o particular que está sendo cobrado esteja sujeito a esta fiscalização. 
ii) taxa de serviço: cobrada pela prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, que são utilizados de forma 
efetiva ou potencial. 
No Brasil, identificamos os serviços públicos por uma corrente formalista, ou seja, quem determina qual serviço será 
executado pelo Poder Público é a própria lei. 
Serviço Público é toda atividade material prestada pelo Poder Público de uma forma direta ou indireta, fruível pelo 
cidadão ou pela coletividade, para o atendimento do interesse público primário. 
Entenda-se por serviço público específico aquele que possui usuários determinados ou determináveis. É o 
denominado serviço uti singuli. 
Serviço público divisível é o que pode ser mensurado entre os usuários. Todo o serviço específico acaba sendo 
divisível. 
Devemos nos recordar que a taxa de serviço pode ser exigida não apenas quando do uso efetivo do serviço, mas pelo 
serviço público estar à disposição de uso do particular. 
Determina a Constituição Federal que a taxa não poderá gozar de base de cálculo idêntico ao dos impostos (art. 145, 
§ 2.º, da CF/1988). Entretanto, com o advento da Súmula Vinculante 29, as taxas poderão se utilizar um ou de mais 
elementos da base de cálculo de um imposto, vedando-se, apenas, a utilização de uma base de cálculo idêntica. 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
1. Com base no Sistema Tributário Nacional, assinale a alternativa correta. 
a) A contribuição de melhoria é um tributo de competência exclusiva dos Estados federados. 
b) As taxas podem ser instituídas pela União, Estados e Distrito Federal e Municípios. 
c) O ICMS tem destinação orçamentária específica. 
d) Os impostos têm por finalidade precípua a intervenção do Estado na atividade econômica. 
 
2. As taxas são os tributos que têm por hipótese de incidência uma atuação estatal. 
Assinale a alternativa que corretamente delimite tal atuação, nos termos da Constituição da República Federativa do 
Brasil e da legislação tributária. 
a) Os serviços públicos universais (uti universi) podem ser custeados por meio de taxas, já que alcançam a coletividade 
considerada como um todo, o mesmo não podendo se dizer a respeito dos atos de polícia. 
b) Tanto os serviços públicos uti universi como os uti singuli, também chamados singulares, na medida em que são 
mensuráveis e divisíveis, podem ser custeados por meio de taxas, juntamente com os atos de polícia. 
c) Somente os serviços públicos específicos, por serem de utilização individual e mensurável, podem ser custeados 
mediante taxas de serviço, ocorrendo o mesmo com os atos de polícia, que devem ser específicos e divisíveis para 
serem custeados mediante taxas de polícia. 
d) A atuação estatal suscetível de ser custeada mediante taxa é aquela que se refere indiretamente ao contribuinte, tal 
como uma obra pública que causa valorização imobiliária, aumentando o valor de mercado dos imóveis localizados em 
suas imediações. 
 
ATENÇÃO!!! As custas judiciárias têm natureza tributária de taxas!!!! JÁ CAIU NA OAB!!!! 
 
c) Contribuição de melhoria: as contribuições de melhoria envolvem uma complexa situação para deflagrar sua 
exigência, que é “ser proprietário de imóvel” e “que esse imóvel tenha sido valorizado em razão de uma obra pública”. 
Note que não é suficiente a simples existência da obra pública, que em tese pode valorizar, desvalorizar ou ser indiferente 
em relação ao imóvel. 
No caso da contribuição de melhoria, essa obra deve ter que necessariamente valorizar o imóvel para então, sobre o 
valor da “valorização” ver incidir, uma única vez, a contribuição de melhoria. Não existe, por outro lado, “contribuição 
de pioria”, ou seja, se houver desvalorização do imóvel em razão da obra pública, não haverá, absolutamente, 
 
 
 
219 
possibilidade de exigência do tributo “contribuição de melhoria”, importando na possibilidade inclusive, de ensejar a 
indenização contra o Estado. Tal tributo possui sua previsão no art. 145, III, da CF/1988, art. 81 do CTN e regulamentado 
pelo Dec. 195/1967. 
De acordo com o STF, a simples manutenção de obra pública não é suficiente para ensejar a cobrança de contribuição 
de melhoria, uma vez que passa a ser um dever do Estado. Exemplo: recapeamento asfáltico. 
 
d) Empréstimos compulsórios: são tributos de competência extraordinária da União, que somente poderá instituí-
los mediante lei complementar nas seguintes hipóteses: 
– calamidade pública, guerra externa ou sua iminência; 
– investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. 
 
O empréstimo compulsório foi considerado como espécie tributária pelo STF – passou a ser tributo após a perda da 
eficácia da Súmula 418 do STF, em acórdão no RE 111.954 –, sendo tratado no art. 148 da CF/1988. Devemos notar, 
contudo, quer tal tributo é dotado de certas particularidades que são de extrema relevância, quais sejam: 
É um tributo com vigência e eficácia temporária, isto é, possui prazo de validade. Não se pode atribuir, contudo, que 
tal validade termina quando “cessado o fator que gerou sua instituição”. Isto porque, muitas vezes o fato que 
desencadeou sua instituição cessou, mas os efeitos se perduram no tempo, autorizando a mantença da cobrança. 
Ademais, trata-se de um tributo restituível, devendo a lei complementar prever a forma e as condições para a sua 
devolução. 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
A respeito dos empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta. ... (b) os empréstimos compulsórios podem 
ser instituídos por medida provisória, desde que haja relevância e urgência. 
e) Contribuições especiais: previstas no art. 149 da CF/1988 e completadas com os arts. 195 e 239 da CF/1988, as 
contribuições especiais possuem competência exclusiva da União para a sua instituição, sendo subdivididas em: 
contribuições interventivas, contribuições das categorias profissionais ou econômicas e contribuições para o 
financiamento da seguridade social. 
Levando em consideração os aspectos previstos no art. 149 da CF/1988, podemos dividir as contribuições especiais 
da seguinte forma: 
i) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico: são contribuições instituídas pela União com a finalidade 
de regular as possíveis distorções no mercado econômico, bem como de fomentar o desenvolvimento econômico de 
alguma área que a União entenda ser importante para o desenvolvimento nacional, observados os princípios da ordem 
econômica previstos no art. 170 da CF/1988. 
Temos como exemplos de principais contribuições interventivas a Cide – Royalties (Lei 10.168/2000) e a Cide – 
Combustíveis (Lei 10.336/2001). 
ii) Contribuição de Interesse de Categoria Profissional e Econômica: existem várias profissões que são 
regulamentadas formalmente no Brasil, exigindo que o profissional a ocupar essas funções, além de obter o título de 
bacharel, se submeta a um Conselho de Classe específico, que irá, conforme o caso, disciplinar e garantir a forma do 
exercício da profissão, coibindo abusos que possam eventualmente ser causados por esses profissionais. 
Assim,as anuidades cobradas pelos conselhos profissionais possuem natureza tributária, salvo as anuidades exigidas 
pela OAB; estas, por determinação do STF, não possuem natureza tributária. 
As contribuições das entidades profissionais são aquelas que visam o desenvolvimento das áreas assistenciais do 
comércio, da indústria, sendo utilizadas para a cultura e educação. São as contribuições do chamado “sistema S”: Sesi, 
Sesc, Senai, Senac etc. 
Após o julgamento do RE 396.266, o STF entendeu que as contribuições do Sebrae possuem natureza interventiva, 
uma vez que realiza o apoio direto ao pequeno empresário, imprescindível ao desenvolvimento da economia brasileira. 
 
 
 
220 
iii) Contribuições sociais gerais: são definidas por meio de um conceito negativo, não são as contribuições para 
custeio da seguridade social, assim entendido a atuação do Estado na área da Saúde, Previdência e Assistência Social. 
Assim, toda contribuição social prevista no texto constitucional que não for destinada à área da Saúde, Previdência e 
Assistência Social será uma contribuição social geral. Por exemplo: a contribuição social do “salário educação” (art. 
212, § 5.º, da CF/1988), “que objetiva destinar recursos para financiamento do ensino fundamental, tendo como 
contribuintes as empresas”. Ainda, a Contribuição para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS (art. 7.º, III, 
da CF/1988). Essas contribuições sociais gerais, além de não se destinarem ao custeio da seguridade social, têm outra 
característica muito importante, que é o de necessariamente estarem sujeitas ao princípio da anterioridade, isto é, a lei 
que vier a instituir ou majorar essas contribuições somente pode incidir no primeiro dia do exercício financeiro 
subsequente, na forma do art. 150, III, b, da CF/1988, ao passo que as contribuições para custeio da seguridade social 
devem aguardar a observância do prazo de noventa dias, como expresso no art. 195, § 6.º, da CF/1988. 
iv) Contribuições Sociais para Custeio da Seguridade Social: sua finalidade é obter recursos financeiros para 
financiar as atividades da Seguridade Social, que são ações do Estado na área da Saúde, Previdência e Assistência Social 
(arts. 194 e 203 da CF/1988). Ademais, o art. 195 da CF/1988 indica quem são os contribuintes dessa contribuição (na 
verdade são várias contribuições sociais para custeio da Seguridade Social e não apenas uma única contribuição). Indica 
também esse dispositivo quais são as bases de cálculo dessas contribuições, além dos princípios constitucionais 
específicos que deve o legislador infraconstitucional observar. 
Tais contribuições poderão incidir sobre a pessoa jurídica, sobre a pessoa física, sobre a receita do concurso de 
prognósticos e sobre a importação de bens e serviços. Devemos nos recordar ainda que as contribuições sociais se 
sujeitam ao princípio da anterioridade nonagesimal, nos termos do art. 195, § 6.º, da CF/1988. 
v) Contribuição para custeio da iluminação pública – Cosip: tem como finalidade o interesse público na 
manutenção da atividade estatal de iluminação pública nas cidades brasileiras. 
MAS ATENÇÃO!!!!!!!! Sua competência foi atribuída aos Municípios e ao Distrito Federal, devendo respeitar 
aos princípios da legalidade, anterioridade e anterioridade nonagesimal. 
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO PELA FGV? 
 
Determinado Estado, localizado na Região Norte do país, instituiu, mediante lei específica, a contribuição para o custeio 
do serviço de iluminação pública. Nessa linha, com base na competência tributária prevista nas normas constitucionais 
em vigor, tal contribuição instituída pelo respectivo estado-membro da Federação é 
a) constitucional, sendo possível sua cobrança com base nas regras constitucionais em vigor. 
b) inconstitucional, por ser o referido tributo de competência tributária da União Federal. 
c) inconstitucional, por ser o referido tributo de competência do Distrito Federal e dos Municípios. 
d) inconstitucional, visto que somente lei complementar poderá instituir o referido tributo. 
 
3. SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 
3.1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Inicialmente impende esclarecer que a COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA pressupõe competência para legislar, assim 
somente as pessoas políticas (união, estados, distrito federal e municípios) detêm competência tributária. 
No entanto, competência tributária não se confunde com competência para legislar sobre direito tributário, pois nesse 
último caso não se preocupa o legislador em instituir ou majorar tributos (cerne da competência tributária), mas sim 
traçar regras sobre o poder de tributação ou aclarar as especificidades de determinado tributo. Vejamos a distinção: 
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Temos como sendo o poder constitucionalmente 
atribuído para editar leis que versem sobre tributos 
e relações jurídicas a ele concernentes. Trata-se de 
uma competência genérica para traçar regras sobre o 
exercício do poder de tributar. 
Trata-se do poder constitucionalmente atribuído as 
pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios) 
de editar leis que instituam tributos. Exemplo: a 
União institui, por meio de lei, o IR, o ITR, o PIS e a 
COFINS, entre outros tributos. Os Estados o IPVA e 
o ICMS, e os municípios o ISS e o IPTU. 
 
 
 
221 
 
Frisa-se ainda que a competência para legislar sobre direito tributário é concorrente: UNIÃO, ESTADOS e 
DISTRITO FEDERAL, de modo que a União edita normas gerais e os Estados e DF editam normas suplementares. 
Contudo, caso a União não editar as normas gerais, os Estados e o DF exercerão a competência legislativa plena. Se a 
União vier a editar as normas gerais, todas as normas estaduais estarão suspensas no que forem contrárias à lei federal. 
Se a lei federal que estabelece normas gerais for revogada, as leis estaduais imediatamente recuperam suas respectivas 
eficácias. Não se trata de repristinação, porque as leis estaduais estavam suspensas, não revogadas. Ex.: o CTN não 
prevê o IPVA. Diante da ausência de norma geral da União sobre IPVA, cada Estado exerceu a competência legislativa 
plena. 
CURIOSIDADE: O CTN foi editado como lei ordinária, mas passou a ter status de lei complementar com a 
constituição de 1967, quando foi recepcionado. A CF/88 só manteve o status de LC que o CTN já tinha. Hoje, o CTN 
só pode ser alterado ou revogado por lei complementar. 
Nessa toada, em resumo temos que a COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA é aquela atribuída pela Constituição 
Federal à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir ou majorar tributos. 
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO PELA FGV? 
O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, 
da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos previstos na Constituição. 
Caso não exista lei complementar prevendo tais definições relativamente aos impostos estaduais, os estados 
a) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 146 da Constituição. 
b) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para estabelecer normas gerais. 
c) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência legislativa plena até que a lei complementar 
venha a ser editada. 
d) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida Provisória autorizando. 
Ressalta-se que o exercício da competência tributária é facultativo, ou seja, o ente federado não é obrigado a instituir 
todos os tributos que a CF lhe reservou, já que se trata de uma atribuição de poder. 
Ademais, não podemos confundir competência tributária com capacidade tributária ativa, que é a capacidade de 
figurar no polo ativo da relação jurídica. 
COMO ASSIM?? A capacidade de figurar no polo ativo é o poder de cobrar, exigir e fiscalizar o tributo, por 
exemplo, o INSS tem o poder de arrecadar e fiscalizar algumas contribuiçõessociais, mas não significa que possuiu 
competência relativa a esses tributos, que continua sendo exclusiva da União. 
MAS QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA? 
São elas: 
a) Atribuição delegável: Assim determina o artigo 7º do CTN: “a competência tributária é indelegável, salvo 
atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões 
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra”. Diante do 
exposto, conclui-se que o poder de administrar o tributo pode ser delegável, nos limites da lei. 
b) Atribuição não legislativa: Essa atribuição não se trata de competência legislativa e sim de atribuição executiva 
ou administrativa. 
c) Privilégios processuais: Determina o §1º do artigo 7º do CTN: “A atribuição compreende as garantias e os 
privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.” 
d) Atribuição revogável: pode a pessoa jurídica de direito público que conferiu a atribuição, revogá-la a qualquer 
momento. 
Podemos observar a diferença entre competência tributária e capacidade ativa: 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CAPACIDADE ATIVA 
Poder para instituir tributo Poder para cobrar, exigir, fiscalizar, arrecadar 
Atribuição legislativa Atribuição executiva ou administrativa 
Indelegabilidade Delegabilidade 
 
 
 
222 
União, Estados, DF e Municípios Qualquer pessoas jurídica de direito público que receba 
delegação do ente competente (não pode ser delegado 
para pessoas de direito privado) 
 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
A União instituiu determinado tributo federal e conferiu a uma autarquia as tarefas de fiscalizá-lo e arrecadá-lo. Tendo 
em vista a situação narrada, assinale a opção correta. 
A) A capacidade tributária ativa (realizar atos de fiscalização e arrecadação) é delegável. 
B) Trata-se de caso de delegação da competência tributária da União. 
C) Não é possível que a União revogue, a qualquer tempo e por ato unilateral, a atribuição que conferiu a tal autarquia. 
D) Em eventual discussão judicial proposta por um contribuinte do tributo, a autarquia não terá prazo em dobro para 
recorrer. 
 
3.1.1. Tipos de Competência Tributária 
3.1.1.1. Competência Comum 
Pode a União, os Estados, DF e os Municípios instituir taxas e contribuições que dizem respeito à contraprestação de 
atividades estatais, no âmbito de suas respectivas atribuições administrativas, já que a Constituição Federal não designou 
quais taxas e contribuições os entes podem instituir. Exemplo: a União pode cobrar taxa para a conservação de um 
parque nacional; o Estado, uma taxa semelhante para a conservação de um parque estadual; o Município também pode 
cobrar taxa para a conservação de um parque municipal. 
 
3.1.1.2. Competência Privativa 
Temos como sendo a competência atribuída pela CF para a instituição (criação) de IMPOSTOS NOMINADOS 
(determinados). Ressalta-se, portanto, que nenhuma outra pessoa política poderá instituir os impostos previstos na 
Constituição que não sejam aqueles ali determinados. Assim temos que a União só institui ao que a ele compete, o 
Estado o que a ele compete e assim sucessivamente. Vejamos a competência de cada um: 
 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA PRIVATIVA 
UNIÃO ESTADOS E DF MUNICÍPIOS 
II 
IE 
IR 
IPI 
IOF 
ITR 
IGF 
Impostos residuais 
Impostos extraordinários de 
guerra 
Empréstimos compulsórios 
Contribuição de intervenção 
no domínio econômico 
Contribuições sociais 
ICMS 
IPVA 
ITCMD 
IPTU 
ISS 
ITBI 
Contribuição de 
Iluminação Pública 
 
*(Municípios e 
DF) 
Contribuição de melhorias, taxas, pedágio e contribuição para custeio de 
previdência e assistência social de servidores públicos 
 
COMO A FGV JÁ COBROU ESSE ASSUNTO? 
 
1. Com base na competência prevista na Constituição para instituir impostos, é correto afirmar que 
a) o IR, o IPI e o IPTU competem à União. 
b) o ISS, o IPTU e o ITR competem aos Municípios. 
 
 
 
223 
c) o ICMS, o IPVA e o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação competem aos Estados e ao Distrito 
Federal. 
d) o Imposto de Importação, o IOF e o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação competem à União. 
e) o ISS, o IPTU e o IGF competem aos Estados. 
 
2. A respeito das espécies de tributos, é correto afirmar que 
a) a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios poderão instituir, exclusivamente, os seguintes tributos: 
impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
b) de acordo com o Código Tributário Nacional, considera-se imposto o tributo vinculado a qualquer atividade estatal 
específica. 
c) a taxa é um tributo não vinculado a uma atuação estatal específica e tem, como possível fato gerador, o exercício 
regular do poder de polícia. 
d) a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, é de competência exclusiva da União. 
e) a contribuição de melhoria é o tributo cobrado em função da realização de obras e prestação de serviços. 
 
3.1.1.3. Competência Cumulativa 
A competência tributária cumulativa diz respeito aos Territórios Federais (não são entes componentes do Estado Federal, 
eles apenas integram a União) e ao Distrito Federal (é um ente federativo autônomo, mas não pode se subdividir em 
Municípios, sendo atribuídas, por conta disso, as competências legislativas reservadas aos Estado e aos Municípios, 
cumulativamente). 
Fica estabelecido que: 
a) o Distrito Federal não pode subdividir-se em Municípios, portanto, foi assegurado que pudesse instituir os impostos 
municipais; 
b) os territórios Federais não têm competência tributária, então é a União que institui os impostos estaduais e, se o 
território federal não for dividido em Municípios, também os impostos municipais. 
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO PELA FGV? 
A competência tributária não se confunde com a capacidade tributária ativa. Aquela se traduz na aptidão para instituir 
tributos, enquanto esta é o exercício da competência, ou seja, a aptidão para cobrar tributos. 
Nesse sentido, é correto afirmar que 
a) compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos, taxas, contribuições de 
melhoria, assim como as contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública. 
b) em virtude do princípio federativo, que, entre outras consequências, delimita entre os entes políticos o poder de 
tributar, ao Distrito Federal compete apenas instituir espécies tributárias próprias dos Estados-membros da federação. 
c) a União pode instituir, via lei ordinária, impostos além dos previstos na Constituição, mediante dois requisitos: que 
eles sejam não cumulativos e que não tenham fato gerador próprio dos impostos já previstos constitucionalmente. 
d) em Território Federal, os impostos estaduais são de competência da União. Caso o Território não seja dividido 
em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais também são de competência da União. 
3.1.1.4. Competência Residual 
O próprio nome traz sua denominação, é residual aquilo que sobra. A competência residual compete a UNIÃO, e 
somente por meio de LEI COMPLEMENTAR poderá instituir novos impostos não elencados no art. 153 da CF. Contudo 
é importante ressaltar que para tal criação os novos impostos não poderão possuir fato gerador e a base de cálculo iguais 
aos já existentes. 
 
 
 
 
224 
CF - Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, 
desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta 
Constituição; 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação, instituiu novo imposto, não previsto na Constituição Federal. 
Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. 
a) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desdeque previsto na Constituição Estadual. 
b) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de iniciativa do Governador do Estado. 
c) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a competência residual para a instituição de 
novos impostos é somente da União. 
d) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a instituição de impostos não previstos na 
Constituição Federal. 
 
3.1.1.5. Competência Extraordinária 
Nada mais é do que a competência da UNIÃO para a instituição de tributos em situação emergenciais, fora do 
convencional, como em casos de guerra, calamidade pública, entre outros. Sobre essa competência temos apenas dois 
tributos e que se destacam por isso, são: 
 
a) Empréstimo Compulsório: como o próprio nome sugere, a União dado o cenário excepcional, guerra, calamidade 
etc, retira das mãos da população quantias de forma obrigatória, sem prévia anuência, contudo esse tributo é temporário 
e restituível, passada a situação os valores são devolvidos ao contribuinte. 
 
CF- Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a 
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de 
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
 
b) Impostos Extraordinários de Guerra (IEG): estes são também instituídos pela União, contudo independe de lei 
complementar, podendo ser instituído assim por Lei Ordinária. Tais tributos ocorrem nos casos de guerra externa e sua 
iminência, conforme art. 154, II, da CF/88. 
 
Art. 154: A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, 
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de 
sua criação. 
 
3.2. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
Como vimos, a CF atribui a cada ente da Federação competências para instituir certos tributos. 
Cabe ressaltar que a CF não cria tributo, apenas prevê a sua instituição pelas pessoas políticas estatais, definindo as 
limitações impostas ao poder de tributar. 
Diante da importância das matérias tributárias, a CF estabeleceu que as normas gerais fossem definidas por lei 
complementar, afinal é a espécie normativa que possui um rito mais dificultoso. 
Assim determina o artigo 146, da CF: “Cabe a lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria 
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao 
poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição 
de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos 
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência 
tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas; d) definição 
 
 
 
225 
de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes 
especiais ou simplificados no caso do ICMS, da contribuição social do empregador e do PIS/Pasep.” 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
Conforme a Constituição Federal, o veículo legislativo adequado para dispor sobre conflitos de competência entre os 
entes políticos em matéria tributária é a 
a) medida provisória. 
b) lei complementar. 
c) emenda constitucional. 
d) lei ordinária. 
As normas gerais em matéria tributária estão estabelecidas no CTN, por mais que originalmente é uma lei ordinária, foi 
recepcionada pelo CF/1967 como lei complementar. 
3.3. REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
A repartição de receitas tributárias é possível quando a União repassa para os Estados, DF e Municípios ou dos Estados 
para os Municípios. 
Vale ressaltar que as receitas tributárias possíveis de repartição são os impostos e o Cide – combustíveis. 
MAS E O DISTRITO FEDERAL E OS MUNICÍPIOS REPASSAM PARA ALGUÉM? Não!!! Como o Distrito 
Federal não se subdivide em municípios, bem como os municípios são os menores entes federados, não repartem suas 
receitas com ninguém. 
São divididas as receitas da seguinte forma: 
a) Pertencem aos Estados e ao DF (Art. 157, CF) 
- 100% do produto da arrecadação do IR retido na fonte relativo aos relativos pagos, a qualquer título, por eles, por suas 
autarquias e pelas fundações que instituírem ou mantiverem; 
- 20% do produto da arrecadação de eventual imposto da competência residual que venha a ser criado. 
b) Pertencem aos Municípios (Art. 158, CF) 
- 100% do produto da arrecadação do IR retido na fonte relativo aos relativos pagos, a qualquer título, por eles, por suas 
autarquias e pelas fundações que instituírem ou mantiverem; 
- 50% do produto da arrecadação do ITR relativamente aos imóveis situados em seus territórios; ficam com 10%, caso 
optem pela fiscalização e cobrança do imposto; 
- 50% do produto da arrecadação do IPVA relativo aos automóveis licenciados em seus territórios; 
- 25% do produto da arrecadação do ICMS, creditado a cada Município pelos seguintes critérios: (i) ¾ no mínimo, na 
proporção do valor adicionado em seu território e (ii) até ¼ em conformidade com a lei estadual. 
c) Pertencem também aos Estados, ao DF e aos Municípios 
- A União deve transferir o produto da arrecadação do IOF sobre ouro, enquanto ativo financeiro ou instrumento cambial, 
aos Estados, ao DF e aos Municípios, na seguinte proporção: (i) 30% para os Estados e DF e (ii) 70% para os Municípios. 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
1. A remuneração que os Municípios pagam a seus servidores está sujeita à incidência do Imposto sobre a Renda retido 
na fonte (IR-Fonte). Assinale a alternativa que indica o ente público ao qual pertence o produto da arrecadação do 
IRFonte nesse caso específico. 
a) Ao Município que efetua o pagamento da remuneração. 
b) À União. 
c) Ao Estado em que está situado o Município que efetua o pagamento da remuneração. 
d) Metade à União e metade ao Município que efetua o pagamento da remuneração. 
 
2. Com relação ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), assinale a afirmativa correta. 
a) É instituído pela União e repartido com o Estado em que tenha sido licenciado o veículo. 
 
 
 
226 
b) É instituído pelo Estado e repartido com o Município em que tenha sido licenciado o veículo. 
c) É instituído pelo Estado em que tenha sido licenciado o veículo, que ficará com a integralidade do produto da 
arrecadação. 
d) É instituído pelo Município em que tenha sido licenciado o veículo, que ficará com a integralidade do produto da 
arrecadação. 
 
4. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 
As limitações funcionam como verdadeiras vedações ou supressões da competência tributária que serão demonstradas 
abaixo. 
4.1. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
4.1.1. Princípio da Capacidade Contributiva 
Quanto a este princípio importante trazer o que dispõe o art. 145, §1º da CF/88: “Sempre que possível, os impostos 
terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e 
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”. 
Tal artigo nada mais traz que o contribuinte irá pagar mais ou menos tributos de acordo com a sua capacidade econômica, 
ou seja, cada um contribui na proporção de suas rendas e haveres. Quer um exemplo? Te dou três! O imposto de renda, 
paga-se mais, quem ganhamais. O IPVA, paga-se mais quão mais caro é o carro. O IPTU, paga-se mais, quão mais caro 
é o imóvel. 
 
4.1.2. Princípio da Legalidade 
Temos, conforme art. 150, I da CF, que à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é VEDADO 
exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça. 
Ainda assim, conforme art. 5º, II, também da CF, temos que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada 
senão em virtude lei, essa máxima é conhecida por todos, certo? Mas o legislador constituinte ainda desejou reforçar o 
princípio da legalidade em matéria tributária. 
Por esse princípio então, resta claro que qualquer tributo somente poderá ser instituído, majorado, reduzido 
ou extinto mediante lei. 
a) Lei ordinária (art. 97, CTN): é a lei que pode criar ou extinguir tributos, contudo, há tributos que só podem ser 
criados por lei complementar, bem como cominar penalidades às infrações tributárias, e a dispensa ou redução dessas 
penalidades. 
Cabe ressaltar que não fere o princípio da legalidade quando ocorre a atualização do valor monetário da respectiva 
base de cálculo através de legislação infralegal. 
b) Lei ordinária específica (Art. 150, §6º, CF): Utilizada para conceder certos benefícios fiscais aos administrados: 
subsídios; isenção; redução de base de cálculo; anistia; remissão. 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
Prefeito de um determinado município resolveu conceder isenção de IPTU, por 10 (dez) anos, a proprietários de imóveis 
que sejam portadores de deficiência e que realizem investimento nas condições de acessibilidade de suas propriedades. 
Com base na situação apresentada, assinale a afirmativa correta. 
a) É possível que o município institua a isenção por meio de decreto. 
b) Tal isenção constitui caso de suspensão da exigibilidade daqueles créditos tributários. 
c) Somente por meio de lei específica municipal pode ser concedida isenção de IPTU. 
d) A isenção concedida em função de determinadas condições, como é o caso, pode ser revogada a qualquer tempo. 
 
 
 
 
227 
c) Lei complementar: Os tributos que são criados mediante lei complementar são os empréstimos compulsórios 
(art. 148, CF); Imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, CF); Impostos residuais (art. 154, I, CF); e Contribuições 
previdenciárias residuais (art. 195, §4º, c/c art. 154, I, CF). 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
José recebeu auto de infração pelo inadimplemento de determinado tributo instituído por lei ordinária. José contesta a 
exigência fiscal sob o argumento, correto, de que o tributo em questão deveria ter sido instituído por lei complementar. 
A partir da hipótese apresentada, assinale a opção que indica o tributo exigido no referido auto de infração. 
a) Contribuição de Interesse de Categoria Profissional. 
b) Contribuição de Melhoria. 
c) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. 
d) Empréstimo Compulsório. 
 
d) Medida Provisória: em caso de relevância e urgência, o Presidente da República pode adotar as medidas 
provisórias, com força de lei. Ressalta-se que pode-se utilizar da medida provisória para instituir tributos, desde que 
respeite o princípio da anterioridade. 
Preste atenção!! Há algumas matérias que não podem ser veiculadas por medida provisória!! Ler Art. 62, §1º, III e 
§2º, CF. 
COMO A FGV JÁ COBROU ESSE ASSUNTO? 
Suponha que determinada Medida Provisória editada pela Presidenta da República, em 29/09/2012, estabeleça, entre 
outras providências, o aumento para as diversas faixas de alíquotas previstas na legislação aplicável ao imposto de renda 
das pessoas físicas. 
Nesse caso, com base no sistema tributário nacional, tal Medida Provisória 
a) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir da data de sua publicação. 
b) violaria o princípio da legalidade, por ser incompatível com o processo legislativo previsto na Constituição 
Federal/88. 
c) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir de 90 (noventa) dias contados a partir da data de sua 
publicação. 
d) não violaria o princípio da legalidade e só produzirá efeitos a partir do primeiro dia do exercício financeiro 
subsequente à data de sua conversão em lei. 
 
e) Lei delegada: pode ser elaborada e editada pelo Poder Executivo desde que o Poder Legislativo autorize, via 
Resolução do Congresso Nacional. 
Os tributos devem ser criados por lei, porém existem aqueles que podem ter suas alíquotas majoradas por ato do 
Poder Executivo, como: Imposto de Importação; Imposto de Exportação; Imposto s; Produtos Industrializados; impostos 
sobre operações financeiras; ICMS s/ combustíveis e lubrificantes; Cide – combustíveis. 
ATENÇÃO!! Teremos a possibilidade da utilização do DECRETO (que não é lei, portanto exceção ao princípio da 
legalidade), em duas situações, ambas ocorrem principalmente devido a função de extrafiscalidade destes tributos, 
lembre-se que a função extrafiscal garante ao Estado intervir no mercado ou em determinado setor, estimulando ou 
coibindo determinada atitude do contribuinte, por isso são chamados de interventivos: 
 REDUÇÃO ou MAJORAÇÃO das alíquotas do Imposto sobre a Importação (II), Exportação (IE), Produtos 
Industrializados (IPI) e Operações Financeiras (IOF), conforme art. 153, § 1.º, da CF/1988 (leitura obrigatória). 
 
 REDUÇÃO ou REESTABELECIMENTO das alíquotas da Cide – Combustível, conforme art. 177, § 4.º, I, b, da 
CF/1988 (leitura obrigatória). 
 
ASSIM PARA FACILITAR TEMOS O SEGUINTE: 
 
INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO EXCEÇÃO 
Instituição ou extinção de tributos Correção monetária da BC (base de cálculo), 
correção não corresponde a majoração. 
 
 
 
228 
Majoração ou redução de tributos Fixação de prazo para o recolhimento do 
tributo 
Definição do FG (Fato Gerador) e do SP 
(Sujeito Passivo) 
Reduzir ou majorar as alíquotas do II, IE, IPI e 
IOF 
Fixação de Alíquota e de Base de Cálculo Reduzir ou reestabelecer as alíquotas da 
CIDE-Combustíveis. 
Suspensão, extinção e exclusão de crédito 
tributário 
Definir alíquota do ICMS monofásico 
incidente sobre combustíveis 
Cominação, redução ou dispensa de 
penalidades 
 
 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
Assinale a alternativa que indica os impostos cujas alíquotas podem ser majoradas por ato do Poder Executivo, 
observados os parâmetros legais. 
a) Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 
(ITR). 
b) Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). 
c) Imposto de Renda (IR) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). 
d) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre 
a Importação (II). 
4.1.3. Princípio da Isonomia 
A Constituição Federal veda os entes federativos de instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem 
em situação equivalente. 
Esse princípio visa, portanto, impedir que os iguais sejam tratados de forma desigual e que os desiguais sejam tratados 
de forma igual. 
Não se trata de um princípio absoluto, pois há fatores como a extrafiscalidade que podem autorizar o tratamento desigual 
entre os iguais (STF, ADI 1643). 
Não fere esse princípio quando há a exacerbação dos tributos incidentes sobre produtos nocivos, como o tabaco, álcool 
etc. 
4.1.4. Princípio da Irretroatividade 
Visa esse princípio assegurar que não haja a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início 
da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (Art. 150, III, CF), ou seja, protege a relação jurídica, já que 
é observada, no caso, a lei do exato momento da ocorrência do fato gerador. 
Esse princípio não busca somente não aplicar ao caso lei que seja mais gravosa, mas quando ocorrer uma redução do 
tributo que o torne menos gravoso (alteração de base de cálculo, alíquota etc) também não poderáretroagir. 
Podemos concluir que, no direito tributário, a regra geral é que a norma alcance os fatos geradores posteriores à sua 
edição, porém, algumas disposições podem retroagir, como: 
a) Lei interpretativa (Artigo 106, I, CTN): São aquelas que somente explicam o conteúdo de outras normas, não 
constituem novas relações jurídicas. Elas retroagem por terem efeitos meramente declaratórios. 
b) Lei tributária penal mais benigna (Art. 106, II, CTN): Nesse caso, a lei tributária penal mais benigna somente será 
aplicada quando os atos NÃO estiverem definitivamente julgados. (A leitura do artigo é obrigatória) 
c) Lei instrumental (Art. 144, §1º, CTN): São aquelas que instituem novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas ou outorgado ao crédito maiores 
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
(ATENÇÃO!! Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação). 
d) Lei de anistia (Art. 180, caput, CTN): São aquelas que declaram a extinção da punibilidade de certas infrações. 
ATENÇÃO!! Só se aplica a fatos ocorridos antes de sua vigência. 
 
 
 
229 
e) Declaração direta de inconstitucionalidade de lei, pelo STF, com efeitos ex tunc: é a declaração proferida via ADIN 
ou ADC. 
 
4.1.5. Princípio da Anterioridade 
Esse princípio em resumo visa conferir segurança ao contribuinte para que este não seja surpreendido com novos tributos 
ou majoração em tributos inesperadamente. 
Temos a anterioridade em duas espécies, a do EXERCÍCIO FINANCEIRO SEGUINTE (art. 150, III, b, da CF/1988), 
onde fica vedado a cobrança do novo tributo ou da majoração no mesmo exercício em que foi criada, interprete exercício 
como ano calendário. Assim se um tributo foi criado ou majorado em 2017 somente poderá ser cobrado/exigido do 
contribuinte a partir de 2018. Temos também a anterioridade NONAGESIMAL ou regra da noventena (art. 150, III, c, 
da CF/1988) em que após criado ou majorado determinado tributo deverá ser respeitado um prazo mínimo de 90 dias 
após a publicação da Lei para sua cobrança. 
Ambas as anterioridades deverão ser observadas em TODOS os tributos, tanto em sua instituição, quanto em caso de 
majoração, com as seguintes exceções (art. 150, §1º da CF/88): 
• Tributos cobrados imediatamente: são cobrados de imediato, após a publicação da lei, sem que se observe nenhuma 
espécie de anterioridade o Imposto sobre a Importação (II), Exportação (IE), Operações Financeiras (IOF), 
Extraordinário de Guerra (IEG) e os Empréstimos Compulsórios decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou 
sua iminência; 
• Tributos cobrados no mesmo exercício financeiro, desde que se aguarde 90 dias contados da publicação da lei: 
dentre as exceções determinadas na Constituição Federal, temos o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o 
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços quando incidente sobre combustíveis (ICMS – Combustíveis), 
Contribuição Interventiva sobre Combustíveis (Cide – Combustíveis) e as Contribuições Sociais (art. 195, § 6.º, da 
CF/1988); 
• Tributos cobrados no exercício financeiro seguinte, sem aguardar o lapso temporal de 90 dias da publicação: 
nesta regra excepcional, encontramos o Imposto sobre a Renda (IR) e a fixação da base de cálculo do Imposto sobre a 
Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) e o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU). 
ATENÇÃO! Importante lembra que a regra desse princípio NÃO se aplica às obrigações tributárias acessórias, apenas 
para as obrigações tributárias principais. 
Observação: O ordenamento constitucional brasileiro até 1969 exigia a prévia autorização orçamentária para que os 
tributos pudessem ser cobrados. Porém, essa exigência foi abolida com a Emenda nº 1, de 1969. 
 
COMO A FGV COBROU ESSE ASSUNTO? 
1. A respeito dos Princípios Tributários Expressos e Implícitos, à luz da Constituição da República de 1988, assinale a 
opção INCORRETA. 
 
a) É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
b) O princípio da irretroatividade veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início 
da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. 
c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, 
de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
d) Pelo princípio da anterioridade, para que os tributos possam ser cobrados a cada exercício, é necessária 
a prévia autorização na lei orçamentária. 
 
2. Assinale a alternativa em que a correspondência entre os enunciados referentes às limitações ao poder de tributar por 
parte dos entes federativos e os princípios constitucionais tributários está corretamente formulada. 
 a) É vedado cobrar tributo no mesmo exercício financeiro no qual foi publicada a lei que o instituiu ou o 
aumentou: princípio da anterioridade. 
 
 
 
230 
 b) É vedada a instituição tributo sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros: princípio da segurança jurídica. 
 c) É vedada a instituição de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos: princípio da 
legalidade. 
 d) É vedado instituir imposto sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão: princípio da 
equidade. 
 e) É vedado instituir imposto sobre livros, jornais, periódicos e o papel para a sua impressão: princípio da 
irrenunciabilidade. 
 
3. A Lei X, promulgada em 20 de outubro de 2008, determinou a majoração do ISS. Já a Lei Y, promulgada em 16 de 
novembro de 2009, reduziu o ICMS de serviços de telecomunicação. Por fim, o Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, 
elevou o IOF para compras no exterior. Diante dessas hipóteses, é correto afirmar que 
a) o ISS poderá ser cobrado somente quando decorridos 90 dias da publicação da Lei X, ao passo que os 
novos valores do ICMS e do IOF poderão ser cobrados a partir da publicação dos diplomas legais que os 
implementaram. 
b) todos os impostos mencionados no enunciado somente poderão ser cobrados no exercício financeiro seguinte à 
publicação do diploma legal que os alterou por força do princípio da anterioridade. 
c) na hipótese do enunciado, tanto o ISS como o ICMS estão sujeitos ao princípio da anterioridade nonagesimal, 
considerada garantia individual do contribuinte cuja violação causa o vício da inconstitucionalidade. 
d) o IOF, imposto de cunho nitidamente extrafiscal, em relação ao princípio da anterioridade, está sujeito apenas 
à anterioridade nonagesimal, o que significa que bastam 90 dias da publicação do decreto que alterou sua alíquota para 
que possa ser cobrado. 
** Qual é a explicação para a questão nº 03? 
O ISS deve observar a anterioridade do art. 150, III, ‘b’ e ‘c’. Logo, o tributo apenas poderá ser exigido no 
próximo exercício financeiro (ano civil) e após decorridos 90 (noventa) dias contados da data da publicação da 
lei que o houver instituído ou aumentado, o que vier depois. Como a lei foi publicada em 20 de outubro, a partir 
do dia 01º de janeiro, já terá sido observada a anterioridade do exercício financeiro (art. 150, III, ‘b’), mas não o 
prazo de 90 dias previstos no art. 150, III, ‘c’. Em relação ao ICMS, como se trata de redução de tributo não é 
necessária a observância da anterioridade. Por fim, em relação ao IOF, a Constituição de 1988 excepciona a 
aplicação do disposto no art. 150, III, ‘b’ e ‘c’, ou seja, trata-se tributo que não observa a anterioridade (art. 150, 
§1º, da CRFB/1988). 
 
4. Visando fomentar a indústria brasileira, uma nova lei, publicada em 18/02/2010, majorou a alíquota do Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI), bem como majorou a alíquota do Imposto sobre Exportação (IE). 
A partir de que data a nova alíquota poderá

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