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COMPETÊNCIA I_merged (1)

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Competência
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMPETÊNCIA
A competência advém dos requisitos dos atos administrativos: competência, finalidade, 
forma, motivo e objeto.
Competência
1. conceito
É o primeiro requisito do ato administrativo. Competências são atribuições legais destina-
das ao cargo público a ser exercido. Ademais, as atribuições legais estão diretamente ligadas 
ao princípio da legalidade. Desse modo, o fisco só pratica atos com expressa previsão legal, 
se não estiver na lei, ele não pode praticar.
Além disso, está ligado ao princípio da impessoalidade, pois, por exemplo, o cargo de 
auditor da Receita Federal demanda competência para lançamento dos tributos federais. Se 
João, auditor, for viajar, passear, ou morrer, o lançamento será paralisado? Não, a compe-
tência não é de João, e sim do cargo, pelo princípio da impessoalidade. Será alocado outro 
servidor para exercer as competências do cargo, pois o serviço público não pode ser parali-
sado (princípio da continuidade do serviço público).
2. Características da competência
Advém do Direito Administrativo. 
2.1. Imprescritível/ não prescreve
A competência é imprescritível e, portanto, não prescreve, pois ela não se perde por 
decurso de prazo: podem passar 10, 20 ou 30 anos e não haverá prescrição de competência, 
trata-se de um mero quesito de conveniência e oportunidade.
O 153, VII, da Constituição Federal, trabalha o IGF, que é o imposto sobre grandes fortunas. 
Este imposto é de competência exclusiva da União e, se for criado, será criado por meio de lei 
complementar. A constituição possui mais de 30 anos e até hoje o IGF não foi criado, todavia o 
fato de a União não ter exercido a competência não equivale à renúncia, não significa que ele 
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Competência
DIREITO TRIBUTÁRIO
tenha prescrito, tendo em vista que a competência é imprescritível, sendo um mero requisito de 
conveniência e oportunidade. 
Desse modo, é possível criar atualmente, desde que seja aprovado por uma lei complementar.
2.2. A competência é inderrogável/ irrenunciável
Não é possível abrir mão de algo que não lhe pertence. O fato de a União não ter exercido 
a competência até o presente momento para criar o IGF, ou seja, o não exercício não equivale 
à renúncia e não o transfere à outra pessoa jurídica de direito público.
Diante da calamidade de covid-19, a União, mediante lei complementar, poderia criar um 
empréstimo compulsório sobre a calamidade pública. Todavia, ela não criou. O estado, o DF 
e o município não podem criar.
Apesar de constar no artigo 24, I, da Constituição Federal, que legislar sobre o direito 
tributário é matéria concorrente entre União, Estados e DF, o parágrafo primeiro dispõe que 
a União limita-se a estabelecer normas gerais, e não criar tributos dos quais não se tem a 
competência. O empréstimo compulsório é um atributo de competência exclusiva da União, e 
o não exercício da competência (não criar empréstimo compulsório) não a defere para outra 
pessoa jurídica de direito público. Desse modo, só ela pode criar mediante lei complementar.
2.3. A competência é indelegável
• Não se delega competência;
• Só legisla quem detém competência;
• Só se delega o exercício dessa competência, ou seja, a parte burocrática, a execução mate-
rial desse serviço e as normas específicas: funções de fiscalizar e arrecadar os atributos. 
Em 2019, esse raciocínio foi cobrado nas três primeiras fases sequenciais, ou seja, é um 
tópico muito cobrado. 
3. Esquema de competência
Competência Capacidade Cometimento
Como? Constituição Federal CF e/ou Lei Lei/Mero administrativo
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Competência
DIREITO TRIBUTÁRIO
Para quem?
4 entes federativos:União, 
Estado, DF e Município.
Só para pessoa jurídica de direito 
público: 4 entes/ autarquias e 
fundações
Só P.J.D.Privado
Funções
Legislar
Fiscalizar
Arrecadar
Fiscalizar
Arrecadar Arrecadar
A competência é atribuída pela Constituição Federal, cuja função é distribuir competên-
cias e centralizá-las aos quatro entes federativos para legislar, fiscalizar e arrecadar. (com-
petências legislativas - 22,24, 25 e 30 da CF -, competências administrativas - 21 e 23 -, 
competências orçamentárias, financeiras, tributárias etc.)
Quem tem competência pode: legislar, fiscalizar (poder de polícia) e arrecadar. Só legisla 
quem tem competência. 
A capacidade de cometimento é exatamente a delegação do exercício, da parte burocrá-
tica, da execução material desse serviço. Além disso, a capacidade pode ser atribuída pela 
constituição ou por uma mera Lei. 
Ademais, quem possui capacidade pode legislar?
Não, apenas quem detém competência, pois a função de legislar é uma função específica 
de quem possui competência. Quem possui capacidade pode fiscalizar e arrecadar.
O cometimento pode ser atribuído por uma mera lei ou mero ato administrativo, infralegal, 
isto é, abaixo da Lei, como portaria, regulamento, instrução normativa, decreto etc. Ademais, 
é destinado para pessoa jurídica de direito privado. Quem possui cometimento não pode 
legislar nem fiscalizar, apenas arrecadar.
Principais exemplos
Exemplo 1:
1. O artigo 153, VI, da Constituição Federal, atribui à União a competência sobre o imposto 
ITR, desse modo ela pode fazer uma lei sobre o ITR (Lei 9393/86), assim como fiscalizar (poder 
de polícia) e legislar sobre ele.
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Competência
DIREITO TRIBUTÁRIO
Todavia, o artigo 158, da Constituição Federal, dispõe que: de todo o dinheiro arrecadado 
pela União, no mínimo 50% de ITR será repassado aos municípios. Sendo assim, se o municí-
pio optar por fiscalizar e arrecadar o ITR da União, ele terá 100% do dinheiro arrecadado.
ATENÇÃO
Questão de prova: para o município ficar com 100% do ITR da União, ele deve ter compe-
tência, capacidade ou cometimento? Ele deve ter capacidade tributária. (Art. 158, CF)
O município, em hipótese alguma, poderá legislar sobre ITR, pois não tem compe-
tência. 
Exemplo 2
Por que é possível pagar o IPTU e o IPVA no banco?
Porque existe uma lei ordinária autorizando os bancos a arrecadar o tributo, porém ele 
não poderá legislar ou exercer poder de polícia sobre o tributo, uma vez que possui apenas 
mero cometimento, atribuído por uma lei ou por mero ato administrativo, apenas para pessoa 
jurídica de direito privado, exercendo a função meramente arrecadatória.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pela professora Maria Christina Barreiros de Oliveira. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Competência II
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMPETÊNCIA II
4. ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA
4.1. Competência Exclusiva/Privativa
No Direito Constitucional, a competência exclusiva é aquela que não admite delegação, 
já a privativa admite. No entanto, não é este o conceito no Direito Tributário. Nele, a compe-
tência privativa/exclusiva é aquela dada a um único ente federativo.
4.1.1 Empréstimo Compulsório
O empréstimo compulsório é uma das cinco espécies tributárias de competência exclu-
siva da União, que a exerce por meio de lei complementar.
4.1.2 Impostos
Osimpostos são de competência privativa/exclusiva. Nesse sentido, como exemplo, o 
único ente federativo que pode cobrar IPVA no estado do Pará é o Pará, assim como o 
único ente federativo que pode cobrar ICMS no estado do Amazonas é o próprio Amazonas. 
Desse modo, dentro de cada esfera de territorialidade há apenas um ente federativo capaz 
de cobrar determinado impostos. 
IMPOSTOS POR COMPETÊNCIA
Impostos Federais
Previstos no artigo 153 da Constituição Federal:
I – II – Imposto de Importação;
II – IE – Imposto de Exportação;
II – IR – Imposto sobre a Renda;
IV – IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
V – IOF – Imposto sobre Operações Financeiras;
VI – ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural;
VII – IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas – União, mediante lei complementar.
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Competência II
DIREITO TRIBUTÁRIO
Previstos no artigo 154 da Constituição Federal:
I – Imposto residual – A União, mediante lei complementar, pode criar novos impostos 
ainda não previstos na Constituição Federal;
II – Imposto Extraordinário de Guerra.
Impostos Estaduais/Distritais
Para relembrar os impostos estaduais, utilize o mnemônico “morto”:
Conforme o artigo 155 da Constituição Federal:
I – ITCMD – Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação;
• Para ter acesso ao patrimônio, o herdeiro deve pagar o tributo.
II – ICMS – Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços;
• Na compra do caixão do morto, virá embutido no preço do produto o ICMS.
III – IPVA – Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores.
• O carro da funerária deve pagar o IPVA.
Impostos Municipais/DF
Conforme o artigo 156 da Constituição Federal:
I – IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana;
II – ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter Vivos;
III – ISS – Imposto sobre Serviços. 
4.1.3. Contribuições Sociais
Sabe-se que 98% das contribuições sociais são de competência exclusiva da União, salvo 
duas situações:
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Competência II
DIREITO TRIBUTÁRIO
a. Contribuição previdenciária do servidor estadual, distrital e municipal
Nesse caso, será do próprio estado, DF ou município, conforme consta no artigo 149 da 
Constituição Federal. Desse modo, cada ente federativo terá competência para legislar, fis-
calizar e arrecadar contribuições previdenciárias para os seus próprios servidores;
A Emenda Constitucional n. 103/2019, conhecida como a Reforma da Previdência, incluiu 
dentro do art. 149, parágrafo 1º, da CF, a possibilidade de se instituir alíquotas progressivas 
para as contribuições previdenciárias dos servidores. 
Atualmente, há 5 tributos progressivos:
• Contribuições previdenciárias para financiar a previdência dos servidores
• Imposto de renda
• ITCMD
• ITR
• IPTU
b. COSIP
Além das contribuições previdenciárias dos servidores, há a COSIP – Contribuição Social 
para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública, de competência dos municípios e do Dis-
trito Federal. A taxa de iluminação pública foi declarada inconstitucional por ser considerada 
um serviço indivisível, conforme a Súmula Vinculante n. 41. Desse modo, em uma emenda 
constitucional, artigo 149-A, da Constituição Federal, o que há hoje é a COSIP, de competên-
cia dos municípios e do Distrito Federal, podendo ser cobrada em conjunto com a fatura de 
consumo de energia elétrica.
Noventa e oito por cento (98%) das contribuições sociais são de competência exclu-
siva da União, como a contribuição anuidade (CREA, CRM etc); contribuição de interven-
ção no domínio econômico, a contribuição sindical e a contribuição confederativa, salvo as 
contribuições para financiar a previdência dos servidores e a COSIP, como visto acima.
• Contribuição anuidade – artigo 149 da Constituição Federal.
• Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – artigo 149, § 2º, da Consti-
tuição Federal.
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Competência II
DIREITO TRIBUTÁRIO
• Contribuição sindical/contribuição confederativa – art. 8º, IV, da Constituição 
Federal e Súmula Vinculante n. 40.
Antes da Reforma Trabalhista, a confederativa só era paga se estivesse filiada e a sindi-
cal pagava-se um dia de salário ao ano, independentemente de filiação. Com a Reforma Tra-
balhista, ambas são exigidas somente se devidamente vinculadas ao sindicato; desse modo, 
discute-se a natureza tributária, pois possui caráter compulsório.
• Contribuição para o salário-educação para financiar a educação pública básica – 
art. 212, § 5º, Constituição Federal e Súmula Vinculante n. 732 do STF.
• Contribuições do financiamento da seguridade social: saúde, assistência e previ-
dência, conforme o artigo 195 da Constituição Federal.
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Competência Residual
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMPETÊNCIA RESIDUAL
(continuação)
4.2. Competência comum
A competência comum é aquela dada aos quatro entes federativos: União, estados, DF e 
municípios. Eles podem criar taxas e condições de melhoria. Dessa maneira, as taxas podem 
advir no exercício de poder de polícia (fiscalização) e pela prestação de um serviço público.
Desse modo, por exemplo, se o poder de polícia for exercido no Município de Luziânia, 
por Luziânia, o município cobra; se o poder de polícia for exercido pelo Estado de Goiás, o 
estado cobra e, do mesmo modo, se o poder de polícia for exercido em Luziânia pela união, 
ela irá cobrar, tendo em vista que o ente federativo que exerce o poder de polícia é o ente 
federativo com competência para instituir e cobrar taxa.
No que diz respeito ao serviço público, se o serviço público é prestado em Cabo Frio por 
Cabo Frio, o município cobra; se o serviço público for prestado em Cabo Frio pelo estado do 
Rio de Janeiro, o estado irá cobrar. Seguindo essa mesma lógica, em se tratando da contri-
buição de melhoria, na qual advém de uma obra pública que valoriza o imóvel particular, se a 
obra pública é construída no município de Jericoacoara por Jericoacoara, o município cobra; 
se for feito pelo Estado do Ceará, o estado cobra.
4.3 Competência cumulativa
A competência cumulativa é algo que soma, e o DF possui competência cumulativa em 
todos os aspectos: vinculando as competências do estado e município, desse modo, tudo 
que o estado e o município faz, o Distrito Federal também pode fazer.
O artigo 155 da Constituição trata dos impostos estaduais e os 156 dos impostos muni-
cipais. Além disso, o artigo 147 da Constituição Federal trata da competência cumulativa do 
Distrito Federal.
O DF cobrar os seis impostos, pois soma as competências dos três impostos estaduais e 
dos três impostos municipais:
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Competência Residual
DIREITO TRIBUTÁRIO
DF
Estado Município
ITCM IPTU
ICMS ITBI
IPVA ISS
4.4 Impostos em territórios federais
A União pode criar um território federal, neste momento, não há nenhum ponto esse território 
passa a ser uma autarquia federal, em regime especial. Ao ser criado, a figura do Estado membro 
desaparece, além disso, podehaver ou não municípios, causando impactos na sua tributação.
Ao criar o território Federal, a tributação dos impostos federais e estaduais continuam, toda-
via, como não existe mais o Estado este dinheiro é destinado à União. Com relação ao municí-
pio, mesmo se não houver município, os impostos são destinados, novamente, à União. Se o 
território federal tiver município, os impostos municipais são destinados ao município. 
O artigo 147 da Constituição Federal trata da competência cumulativa do Distrito Federal 
e dos impostos em territórios federais.
4.5. Competência Residual
Há dois tipos competência residual: competência Legislativa residual e a competência tri-
butária residual, a primeira dispõe que, se a competência para legislar e expedir normas não 
for da União (pois a União legisla apenas no que está expresso, como conta nos artigos 22 
e 24 da CF) e, se a competência para legislar não for expressa nos municípios (artigo 30 da 
Constituição), em Direito Constitucional, a competência legislativa residual remanescente 
incide sobre os Estados, como consta no artigo 25, §1º, da Constituição.
• Se surgir hoje a necessidade de uma legislação de direito interespacial, a união não 
poderá expressar, pois não está expresso no artigo 22 e 24 da Constituição Federal. 
Deste modo, cada um dos 27 estados federativos deverá fazer a sua legislação de 
direito interespacial, com base na sua competência legislativa residual remanescente, 
pertencentes aos Estados.
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Competência Residual
DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência tributária residual
No direito tributário, se a competência não for expressa nos estados e municípios, a com-
petência para criar novos impostos, ainda não previstos na Constituição, bem como novas 
contribuições para o financiamento da Seguridade Social, ficará sob encargo da União, 
mediante lei complementar.
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Competência Residual II
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMPETÊNCIA RESIDUAL II
A competência tributária residual é um dos assuntos mais cobrados em provas. A compe-
tência legislativa residual é dada aos estados, enquanto a competência tributária residual é 
dada à União, mediante lei complementar.
A competência tributária residual é utilizada para criar novos impostos ainda não previs-
tos na Constituição e novas contribuições para o financiamento da seguridade social, com o 
objetivo de financiar saúde, assistência e previdência.
Os impostos residuais estão previstos no art. 154, inciso I, da Constituição, já as contri-
buições para a seguridade residual estão dispostas no art. 195, § 4º, da Constituição.
Quem tem competência para instituir e cobrar novos impostos ainda não previstos na 
Constituição é somente a União. Além disso, isso deve ser feito mediante lei complementar.
São quatro as matérias de lei complementar em Direito Tributário: norma geral, emprés-
timo compulsório, IGF sobre grandes fortunas e exercício da competência tributária residual 
para criar novos impostos e novas contribuições para a seguridade.
O imposto residual é da União, por meio de lei complementar. Sendo assim, não cabe 
uma medida provisória em nenhuma hipótese. Segundo o art. 62, § 1º, é vedada a edição de 
medida provisória em matéria de lei complementar.
Se a União, mediante lei complementar, criar novos impostos, isso será regra de anteriori-
dade anual e nonagesimal. Para que o imposto residual produza efeitos, é necessário esperar 
até o primeiro dia de janeiro do próximo ano, em noventa dias da data da publicação da lei. 
Esse novo imposto residual é não cumulativo; os débitos serão abatidos com os créditos. 
Nesse ponto, o imposto residual é muito parecido com o ICMS/IPI, que também são impostos 
não cumulativos e que devem ser compensados.
O princípio da não cumulatividade gera o fenômeno da repercussão tributária. A não 
cumulatividade significa compensação, ou seja, serão compensados os débitos que já foram 
pagos com aquilo que ainda resta ser pago. Depois, é embutido no preço do produto o valor 
do ICMS já pago.
O processo que acontece com o ICMS/IPI também acontecerá com o imposto residual, 
caso seja criado: a fábrica paga o imposto de maneira antecipada e repassa no preço do 
produto na nota fiscal para a distribuidora; a distribuidora compensa os seus débitos com 
créditos e repassa no preço do produto; o mercado compensa os débitos com os créditos e o 
consumidor final compra um produto cheio de tributação repassada em seu preço.
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Competência Residual II
DIREITO TRIBUTÁRIO
Esse novo imposto não pode ter fato gerador ou base de cálculo idêntico ao de outro 
imposto já previsto na Constituição, sob pena de bis in idem. Não pode haver dois impostos 
ou duas taxas com fato gerador ou base de cálculo idêntico a outro imposto. 
O bis in idem é um triângulo. No topo, está o ente federativo, criando vários impostos 
e várias taxas com o fato gerador ou base de cálculo idêntico. Um exemplo é a União criar 
vários impostos e taxas sobre a propriedade rural.
A bitributação, por sua vez, é um triângulo invertido. Na bitributação, vários entes, como 
União, estados, municípios, cobram tributos no mesmo fato gerador. Nesse caso, a União cobra 
o ITR sobre o mesmo fato gerador e o município cobra o IPTU sobre o mesmo fato gerador.
A União, mediante lei complementar, não pode criar um novo imposto não previsto na 
Constituição tendo como fato gerador o faturamento das empresas, porque o fato gerador do 
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica já é o faturamento da empresa. Não pode haver dois 
impostos com o mesmo fato gerador.
Do mesmo modo, a União, por meio de lei complementar, não pode criar um novo imposto 
tendo como fato gerador a circulação de mercadorias, porque o ICMS, Imposto sobre a Cir-
culação de Mercadorias e Serviços, já existe.
No entanto, a União, mediante lei complementar, pode criar, por exemplo, um novo 
imposto, ainda não previsto na Constituição, tendo como fato gerador e base de cálculo o 
veículo de duas rodas não motorizados, como bicicletas e patinetes, porque não existe outro 
imposto com o mesmo fato gerador. 
Além dos impostos residuais, existem as contribuições para a seguridade social. Quem tem 
competência para instituir e criar as contribuições para a seguridade social é somente a União.
Se a União quiser criar uma nova contribuição para a seguridade social para financiar a 
saúde, a assistência e a previdência, ela pode, mediante lei complementar.
No art. 195, § 4º, da Constituição, está expresso que “a lei instituirá novas fontes de cus-
teio para a seguridade social”. Desse modo, é possível interpretar que a lei em questão é a 
lei ordinária. No entanto, o Supremo julgou que essa lei é complementar.
Embora o Supremo não possa alterar formalmente o texto da lei, ele pode se valer da 
técnica de interpretação, conforme a Constituição.
O próprio art. 195, § 4º, no final da sua redação, faz menção ao art. 154, inciso I, da 
Constituição, que prevê que a competência é da União, mediante lei complementar. Se é por 
lei complementar, não cabe uma medida provisória em hipótese nenhuma, porque medida 
provisória não pode legislar em matéria de lei complementar.
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Competência Residual II
DIREITO TRIBUTÁRIO
Se a União, por lei complementar, criar uma nova contribuição para custeio da seguri-
dade social, é necessário saber se isso é regra ou exceção de anterioridade anual. 
As contribuições para a seguridade social são exceções à anterioridade anual, o que sig-
nifica que não é preciso esperar até primeiro de janeiro, mas é preciso esperar noventa dias 
da data da publicação da lei que instituiu ou majorou.
Os impostos residuais são regras, mas as contribuições para a seguridade social só 
podem produzir efeitos após noventa dias da data da publicação da lei que instituiu ou majo-
rou. Isso está previsto no art. 195, § 6º, da Constituição.
Se for criada uma nova contribuição para a seguridade social, essa nova contribuição 
também será não cumulativa, então deve-se compensar: diminuir os débitos com os créditos, 
o que já foi pago com o que ainda não foi, repassar e embutir no preço do produto.
Essa nova contribuição da seguridade também não pode ter fato gerador ou base de cál-
culo idêntica ao de outra contribuição já prevista na Constituição, sob pena de bis in idem.
Em suma, tanto a contribuição residual quanto o imposto residual são de competência da 
União. Além disso, ambos são criados através de lei complementar, então não cabe medida 
provisória.
Contudo, o imposto residual é regra de anterioridade anual e nonagesimal, enquanto as 
contribuições para a seguridade só esperam noventa dias da data da publicação da lei que 
instituiu ou majorou.
Ambos são não cumulativos, então é necessário compensar, abater e diminuir os débitos 
com os créditos. 
Não é possível ter dois impostos ou duas taxas com o fato gerador ou base de cálculo 
idêntico, sob pena de bis in idem.
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