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O império colonial português

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O império colonial português
CONSTRUÇÃO DO IMP MARÍTIMO PORTUGUÊS
A colonização ultramarina portuguesa iniciou em meados do século XV, após a conquista de Ceuta, no extremo norte da África.
Interessada na rota de comércio de ouro que existia na Costa da Mina, a Coroa portuguesa estabeleceu o monopólio real sobre essa transação e conquistou o litoral da África. Para isso fundaram em Lisboa: A Casa da Mina (adm do monopólio régio) e na África, a fortaleza de São Jorge da Mina (plataforma para operações comerciais e marítimas africanas)
Cada vez mais os portugueses penetrariam o continente africano, com uma presença mais forte em regiões costeiras.
Experiência na exploração econômica ultramar em decorrência do controle do comércio no Oceano Atlântico e nos ganhos obtidos com a instalação de feitorias fortificadas pela costa da África.
A instituição que arbitrava conflitos entre reinos Europeus era a Igreja, mas com seu enfraquecimento devido a Reforma e a Revolução francesa, aumentou a tensão entre portugueses e espanhóis, que só vieram ser atenuadas com os tratados de:
TRATADO DE ALCÁÇOVAS: Aceitação da coroa de Isabel como rainha de Catela, os castelhanos reconheceriam a soberania de Portugal sobre os Açores, a Madeira e todos os territórios ao sul das ilhas Canárias.
TRATADO DE TORDESILHAS: Para garantir a segurança das rotas marítimas de Portugal, era do controle português de todas terras e rotas de navegação situadas a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde.
Unindo guerra e comércio, os portugueses conquistaram pontos de entroncamento do comércio a longa distância no Oceano Índico. A construção e consolidação do Estado da Índia ocorreu quando as praças de Goa, Malaca e Ormuz passaram as mãos portuguesas.
O Estado da Índia era uma rede de fortalezas e feitorias montadas às margens dos grandes estados asiáticos, voltados ao comércio ultramarino. Esses lucros levaram a Coroa a estabelecer mecanismos de fiscalização como a Casa da Índia e o regime porto único.
O contato com os portugueses desestabilizou a relação entre os nativos, causou alta mortalidade nas populações locais em razão a contaminação de novas doenças desconhecidas, fora o preconceito racial sofrido das populações dominadas.
O ESTADO DO BRASIL
Os portugueses já tinham iniciado a ocupação das ilhas do Atlântico há mais de 80 anos quando a expedição comandada por Pedro Álvares Cabral aportou no sul da Bahia em 1500.
As primeiras tentativas de exploração do novo território seguiram o modelo de sistema de feitorias adotados no litoral africano. Nos anos iniciais, a principal riqueza encontrada pelos Europeus foi o pau-brasil, explorado em regime de escambo com os indígenas.
No primeiro ano de conquista, a costa da América portuguesa foi igualmente frequentada por mercadores e marinheiros franceses com o objetivo de também obter pau-brasil. Diante das ameaças, mas também entusiasmado com a descoberta de ouro e prata no território, D João III adotou diversas medidas para garantir a posse desse território.
A ideia encontrada, testada anteriormente na África foi a de Capitanias hereditárias ou de donatarias. Nesse sistema o rei doava uma faixa de terra a um súdito, agora chamado de capitão donatário. Esse capitão tinha posse da terra e dispunha de amplos poderes políticos e judiciais sobre ela. Porém, o donatário deveria garantir a defesa militar da capitania contra invasões estrangeiras e ataques indígenas, organizar e defender a produção local de gêneros economicamente rentáveis, montar um aparato administrativo e jurídico e estimular o povoamento da capitania e sua comunicação com as vizinhas.
O capitão donatário deveria dispor de capital suficiente para investir na terra, visto que os investimentos deveriam vir de cofres privados, e não reais.
As capitanias então começaram a ser fundadas, com a expedição de Martim Afonso de Sousa. E, entre 1534 e 1536, foram criadas 14 capitanias em quinze quilhões de terra, doados a doze capitães donatários
Em pouco tempo, o sistema de capitanias mostrou-se insuficiente. Com exceção das capitanias de São Vicente e Pernambuco, nenhuma outra prosperou, e alguns capitães nem suas terras chegaram a conhecer. Assim, a Coroa decidiu combinar o sistema vigente com uma administração centralizada. O sistema de Capitanias Hereditárias manteve-se até o século XVIII.
Então, em 1548, foi criado o governo-geral, sediado na Bahia de Todos-os-Santos, que foi convertida em capitania da Coroa. O governo geral do Brasil devia centralizar e coordenar um sem-número de ações antes atribuídas aos capitães donatários. Esses não desapareceram, agora integravam um aparato político, administrativo e judicial bem mais complexo.
Tomé de Sousa foi o primeiro governador-geral. Com ele, vieram os primeiros missionários jesuítas, chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega. Durante o governo de Tomé de Sousa, foi criado o primeiro bispado do Brasil, e na mesma época, começaram a chegar escravos para trabalharem na produção de açúcar. Com o governo-geral, a colonização portuguesa começava a prosperar.
As ações coordenadas entre governador-geral e capitães donatários se mostrariam cruciais em certos momentos. Um exemplo foi durante as incursões francesas. Em uma expedição militar instalou-se na Baía de Guanabara, fundando a França Antártica. Os franceses aliaram-se aos nativos e começaram a comercializar gêneros da terra com a Europa. Com alguns combates, os franceses foram definitivamente expulsos do território pelos portugueses, que fundaram São Sebastião do Rio de Janeiro. Posteriormente, os franceses ainda criaram uma colônia no Maranhão, chamada França Equinocial.
O BRASIL AÇUCAREIRO
A maior parte das terras brasileiras estão concentradas em latifúndios. A forte presença do latifúndio na estrutura agrária brasileira é de grande parte uma permanência do modelo agroexportador estabelecido pela Coroa portuguesa. Ao iniciar a colonização, a Coroa transferiu para sua colônia o sistema de capitanias hereditárias e de concessão de sesmarias com o intuito de estimular a vinda de colonos. Assim, garantia-se a defesa de terra, fora o estímulo do comércio português.
No século XVI, as principais regiões canavieiras do Brasil eram Pernambuco e Bahia; no século XVII, houve a ascensão do Rio de Janeiro e do Maranhão. Esse impulso à produção açucareira correspondeu ao aumento das unidades de produção dessa mercadoria: os engenhos coloniais
ENGENHO REAL: Utilizavam moinhos acionados pela força hidráulica
ENGENHO DE TRAPICHE: Moinhos movidos pela força de animais
A manufatura do açúcar era trabalho complexo. Portanto, além do trabalho escravo, havia trabalhadores assalariados, livres e semiviveres. A sociedade colonial não se divida apenas em senhores e escravos. Havia muitos outros grupos sociais desde os mais ricos e poderosos (senhores, grandes lavradores e comerciantes) até os mais pobres (homens livres pobres e escravos)
PRESENÇA JESUÍTA NAS COLÔNIAS
A ordem religiosa Companhia de Jesus foi fundada em 1534, no contexto da Contrarreforma, com a finalidade de barrar o avanço protestante e catequizar os nativos do império ultramarino ibérico.
A ação missionária jesuíta tinha como base a criação de aldeamentos indígenas e a criação de colégios; os primeiros foram os da capitanias de São Vicente (1554), Bahia (1556) e Rio de Janeiro (1568). Esses colégios tinham como objetivo formar sacerdotes para a obre evangelizadora. Por meio do ensino, os jesuítas tinham a incumbência de converter os não católicos catequizar os indígenas e enquadrá-los no estilo de vida Europeu.
Os aldeamentos eram locais onde os jesuítas desenvolviam sua ação evangelizadora. Os jesuítas substituíram a cura de pajés pela intervenção médica, como estratégia de se aproximar dos nativos. O teatro também foi utilizado como estratégia de aproximação.
Os indígenas apresentavam resistência em abandonar suas características culturais. Diante da dificuldade, o padre Manuel da Nóbrega passou a defender o uso de força.
UNIÃO IBÉRICA E O BRASIL HOLÃNDES
A morte do rei portuguêsD. Sebastião sem herdeiros, tornou concreta a possibilidade de unir Portugal e Espanha. O cardeal D. Henrique, tio de Sebastião assumiu o trono por enquanto, mas em razão da idade, a ocupação se tornava uma questão política Então dois grupos antagônicos se formam. O primeiro formado por pessoas próximas ao cardeal D. Henrique. Já o segundo, defendia a união castelhana sob o comando de Filipe II da Espanha. Esse grupo era composto de grandes famílias aristocráticas de Portugal, da alta hierarquia eclesiástica e dos grandes mercadores.
 Com isso, Filipe II invadiu Portugal, e com pouca resistência, todos os domínios portugueses foram integrados ao império espanhol. Iniciou-se assim, a União Ibérica. A união das coroas teve efeitos na América Portuguesa, No aspecto religioso, houve uma ampliação de visitas feitas pelo tribunal da inquisição, com o objetivo central de combater práticas judaizantes.
Na União Ibérica, a Espanha enfrentou a guerra de Independência das Províncias Unidas dos Países Baixos (Holanda) por razões econômicas e religiosas. Garantindo a defesa de suas casas comerciais, e ao fundarem as Companhias de Comércio, os holandeses partiram para a conquista das possessões ultramarinas de Portugal e Espanha. Já no Oriente, a companhia das Índias Orientais rendia altos lucros por terem se apossado das rotas de especiarias, tal sucesso resultou na fundação da companhia das Índias Ocidentais, destinada a conquista do espaço atlântico. Primeira tentativa de ocupação foi na Bahia. Expulsos, foram para o Caribe
Com o alvo agora na capitania de Pernambuco, a maior produtora de açúcar no mundo, a companhia holandesa firmou-se sobre essa região apesar de uma breve resistência portuguesa. Contudo, para lá governar, foram necessários os holandeses negociarem com a elite local. Isso pois a Companhia das Índias Ocidentais dependia dos colonos pois eles sabiam o manuseio do açúcar, fora que a Companhia ainda não havia o controle sobre zonas exportadoras de africanos.
A administração dos domínios holandeses no Nordeste ficou a cargo de Maurício de Nassau. Esse, estabeleceu boas relações com senhores de engenhos, reurbanizou Recife, fundando a Cidade Maurícia, e voltou-se à conquista de praças africanas fornecedoras de escravos. Seu governo foi marcado pela tentativa de controlar o complexo açucareiro-escravista montado pelos portugueses. 
Com um governo estabelecido em Pernambuco. Os holandeses como maneira de dominar essa nova paisagem foi a contratação de artistas holandeses para representar essas terras em pinturas e mapas., nas obras, era visível uma admiração por uma flora e fauna até então desconhecida. No trato religioso, foi aplicada a mesma lógica usada no terreno das artes. Protestantes, mas zelosos. Assim, por meio de artes, e relações estabelecidas com adeptos de diferentes crenças, os holandeses aprenderam a impor seu domínio sobre uma parte do Brasil.
Notando que a Espanha desprotegeu os territórios portugueses desprotegidos diante dos ataques holandeses, as casas aristocráticas revoltam-se contra a Espanha e aclamam D. João IV, como o novo monarca do reino. Que após assumir a coroa, assinou uma trégua com a Holanda. Por possuírem um inimigo em comum (Espanha), Portugal propôs a Companhia das Índias Ocidentais a compra de Pernambuco. Com a negação da oferta, foram elaborados planos de reconquista de Pernambuco com forças portuguesas mobilizadas exclusivamente na América, para não ferir a trégua com a Holanda.
Com a chegada do fim da União Ibérica, o domínio holandês no Nordeste também terminava. Nassau buscava melhorar a infraestrutura de territórios já conquistados, a Companhia visava desejava a conquista da Bahia para aumentar o número de engenhos, essa divergência fez com que Nassau volta-se para Holanda. Devido a mudança, a dificuldade enfrentada pelos colonos motivou uma revolta
Ademais da vitória rebelde no interior, a Companhia das Índias ocidentais continuou com o domínio do litoral pernambucano. Mas, duas vitórias realmente viraram o jogo, a Batalha de guarapes em Pernambuco e a reconquista de Luanda, na Angola.
RESUTADO DA EXPULSÃO HOLANDESA:
· Forte concorrência do açúcar nas Antilhas (Holandeses com técnicas aprendidas em Pernambuco moveram-se para as Antilhas e iniciaram sua produção lá)
· Quebra do monopólio português no comércio transatlântico de escravos (Holandeses agr participam do comércio de escravos)
· Crescimento da influência inglesa
· O atlântico sul tornou-se a base do império português

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