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Natália Furlaneto COLETA DO EXAME DE C ITOLOGIA CERVICOVAGINAL Técnica: raspar a zona de transformação do colo uterino com uma espátula, de modo circunferencial. Posteriormente, essas células são vistas em lâminas histológicas sob forma de esfregaços ou após centrifugação. Satisfatório: amostra tem zona de transição (região escamocolunar) região + suscetível ao HPV. CÉLULAS DO EPITÉLIO ESCAMOSO CÉLULAS ESCAMOSAS SUPERFICIAIS (ROSA) Origem: camada superficial do epitélio escamoso maduro. Descrição: células poligonais, planas, delicadas, citoplasma transparente e núcleo pequeno e escuro (picnótico). Citoplasma: maioria das células superficiais se cora em rosa delicado, reflexo da afinidade citoplasmática por corantes ácidos, como a eosina – citoplasma eosinofílico (ou acidofílico). - Pode ser azul empalidecido, mas não intensamente basofílico. CÉLULAS ESCAMOSAS INTERMEDIÁRIAS (AZUL, MAS PODE SER ROSA) Tamanho: mesmo de uma célula superficial ou um pouco menor. Citoplasma: basofílico (cianofílico/azul) e mais opaco, embora possa ser observado citoplasma eosinofílico (rosa). Núcleos: esféricos ou ovais, com carioteca bem definida e cromatina finamente granulosa. OBS: células escamosas superiores e intermediárias podem apresentar citoplasma eosinofílico, por isso são diferenciadas pelas características nucleares. CÉLULAS ESCAMOSAS PARABASAIS E BASAIS + comuns em caso de atrofia. CÉLULAS DO EPITÉLIO ENDOCERVICAL CÉLULAS ENDOCERVICAIS CÉLULAS DO EPITÉLIO ENDOMETRIAL CÉLULAS ENDOMETRIAIS Comuns durante o período menstrual (normal sua presença até o 12º dia do ciclo menstrual). BETHESDA Unifica os laudos mundialmente. ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS EM CÉLULAS ESCAMO SAS Cariomegalia: núcleo 2,5 a 3x >. - Resulta no aumento da relação núcleo/citoplasma. - Estágio inicial e reversível da infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). Células displásicas: núcleos levemente a acentuadamente hipercromáticos, contorno irregular, com pequenas indentações. - A variante + comum/importante de células intermediárias displásicas é a coilocitose. Coilócitos são células mortas e sua cavitação perinuclear significa necrose citoplasmática. Azul: célula intermediária (núcleo maior e cromatina finamente granulosa) Rosa: células superficiais (núcleo menor e picnótico/escuro) - São agrupadas. - Células glandulares endometriais são redondas ou alongadas. - Citoplasma basofílico (pode ter 1ou+ vacúolos citoplasmáticos de tamanho variável. - Núcleo: esférico, finamente granuloso e contém um pequeno nucléolo. - Núcleo denso e hipercromático. - Vistas de perfil: são colunares, isoladas ou agrupadas (+comum), em paliçada ou em lençóis lembrando favo de mel (honeycomb). - Citoplasma: finamente vacuolizado ou homogêneo, fracamente basofílico ou claro devido a um muco transparente que rechaça/empurra o núcleo p/ periferia. - Núcleo: esférico ou oval, vesicular, de tamanho variável, podendo exibir um nucléolo pequeno. Coilócito Cariomegalia e displasia Cavitação Halo branco perinuclear Natália Furlaneto LESÃO INTRAEPITELIAL ESCAMOSA DE BAIXO GRAU – LSIL (NIC 1) É a manifestação clínica e morfológica de infecção pelo HPV. Baixo grau: ↓risco de recorrência ou de câncer futuro. LSIL: caracteriza-se pela proliferação de células da basal, que pode ser mínima ou ocupar todo o terço inferior do epitélio. Mitose está confinada a essa zona e a maioria das LSIL não exibem mitoses atípicas. Condiloma acuminado: também é uma lesão intraepitelial escamosa de baixo grau, pelo HPV. É a LSIL na pele. O prognóstico: é bom, com regressão em 1 ano. CRITÉRIOS PARA LSIL: As células ocorrem isoladas, agrupadas ou “em faixa”. O tamanho da célula é grande, com citoplasma abundante. O aumento nuclear > 3x a área do núcleo de uma célula intermediária resulta num leve aumento da relação núcleo/citoplasma. Os núcleos geralmente são hipercromáticos e mostram variabilidade no tamanho (anisocariose). Binucleação e multinucleação são comuns. Nucléolo ausente (se presente, inconspícuo). Coilócito é um achado frequente, mas não é necessário para o diagnóstico de LSIL. LESÃO INTRAEPITELIAL ESCAMOSA DE ALTO GR AU – HSIL (NIC 2 e NIC 3) Lesão que possui grande risco de desenvolver carcinoma invasor se não tratada (0,5 a 1%/ano). Sinônimos: neoplasia intraepitelial cervical grau 2 (NIC 2); neoplasia intraepitelial cervical grau 3 (NIC 3); displasia escamosa moderada; displasia escamosa acentuada; carcinoma espinocelular in situ. Detecção: 2 décadas mais cedo do que o carcinoma invasor. Foco único e grande de HSIL pode estar relacionado a mulheres mais velhas, período longo de atividade sexual e screening menos frequente. Regressão espontânea de uma HSIL para LSIL ou normalidade varie de 30 - 50%, a depender da idade da paciente, tamanho da lesão e do tipo de HPV. HPV-16 e HPV-18 somam cerca de 50% das HSIL. HPV de alto risco é encontrado em mais de 90% das HSILs. Ainda é controverso se HSILs originam-se de LSILs ou de forma independente. O conhecimento atual na biologia do HPV permite agrupar NIC 2 e NIC 3 sob a mesma designação de HSIL. Mais da metade das biopsias de NIC 2, após excisão, recebem o diagnóstico final de NIC 3. - Cariomegalia. - Displasia (contornos irregulares). - Binucleação. - Displasia. - Coilócito binucleado. - Núcleo: hipercromasia, irregularidade no contorno, halo claro perinuclear. - Cariomegalia. - Coilócito: mais evidente no terço superior do epitélio. Isolados ou agrupados. Não são exclusivos da LSIL. (Não é obrigatório p/ diagnóstico porque pode não estar presente) - Binucleação ou multinucleação. Coilócito binucleado Binucleação Células normais (p/ comparar) Biópsia de baixo grau (não é recomendado biopsiar) Células displásicas no 1/3 inferior Halo claro perinuclear Citoplasma alaranjado/orangiofílico (porque está ceratinizando) - Núcleos atípicos que incluem: aumento nuclear; irregularidade no contorno nuclear; aumento na relação núcleo/citoplasma; e figuras de mitose. - Mitoses são mais frequentes que na LSIL e não necessariamente restritas ao terço inferior do epitélio. - A presença de nucléolo conspícuo e/ou grande em HSIL é incomum e levanta a possibilidade de carcinoma mal representado ou alterações reparativas. Núcleos aumentados (efeito do HPV) Célula superficial normal (p/ comparar) Células imaturas, núcleos irregulares e aumentados. NÃO há nucléolo. Pouco citoplasma. Natália Furlaneto IMUNO-HISTOQUÍMICA Fazer se biópsia inconclusiva. Usar para distinguir NIC 2 de NIC 3. Proteína p16 é útil em HSIL (NIC 2) e na distinção de HSIL e seus mimetizadores (metaplasia escamosa imatura e atrofia). Marcador substituto para infecção oncogênica do HPV. Positividade forte e difusa em bloco para p16 favorece o diagnóstico de HSIL.. Se p16 corar toda a espessura do epitélio é NIC 3. Se p16 corar 1/2 inferior é NIC 2. “Em mulheres que desejam preservar a fertilidade, o patologista pode ser solicitado para tentar ao máximo distinguir HSIL (NIC 2) de HSIL (NIC 3), visando a possibilidade de regressão da HSIL (NIC 2)” – OMS. CRITÉRIOS Alterações citológicas afetam células menores e menos “maduras” do que as células na LSIL. As células ocorrem isoladas, em grupos ou em agregados. O tamanho celular global é variável e varia desde células similares no tamanho às observadas na LSIL até células do tipo basal bastante pequenas. A hipercromasia nuclear é acompanhada por variações no tamanho nuclear e na sua forma. O grau de aumento nuclear é mais variável que o visto na LSIL. O contorno da membrananuclear é bastante irregular e frequentemente demonstra entalhes proeminentes ou sulcos. Os nucléolos estão geralmente ausentes. ADENOCARCINOMA IN SITU (AIS) Neoplasia intraepitelial glandular cervical de alto grau (HG- CGIN). Lesão intraepitelial glandular com aparência maligna que possui um ↑risco de evoluir para adenocarcinoma invasor se não tratado. Média de idade: 4ª década, 10-15 anos antes do adenocarcinoma invasor. AIS/HG-CGIN é frequentemente encontrado em associação com lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL). Ocorre uma substituição do epitélio normal por epitélio neoplásico, mantendo a arquitetura lobular da glândula. O epitélio tem arranjo colunar pseudoestratificado, com depleção da mucina intracitoplasmática. CORRELAÇÕES NIC 1 - LSIL HSIL Na sua forma mais comum (AIS tipo endocervical/“usual”), os núcleos são aumentados, fusiformes, com cromatina granulosa e irregular, ocasionalmente com nucléolo proeminente. Há expressão forte e difusa para p16, com alto índice de proliferação celular (Ki67). Hipercromasia, aumento e pseudoestratificação nuclear. Núcleos em paliçada e com protrusão e fragmentos citoplasmáticos a partir da periferia (“plumas”). Nucléolos pequenos ou inconspícuos. São comuns mitoses e os corpos apoptóticos. Aumento na relação núcleo/citoplasma. Mucina diminuída. PLUMAGEM/PLUMAS (paliçada ''núcleos querendo escapar'') Bloco de células (pouco citoplasma) ROSETA ROSETA E PLUMAS COILÓCITO DISPLASIA DE BAIXO GRAU CITOPLASMA ORANGIOFÍLICO NIC 1 (DISPLASIA NO 1/3 INFERIOR DO EPITÉLIO COILÓCITOS CÉLULAS IMATURAS, CITOPLASMA ESCASSO, NUCLÉOLOS RAROS, SEM COILÓCITOS, NÚCLEOS HIPERCROMÁTICOS E > RELAÇÃO NÚCLEO/CITOPLASMA Natália Furlaneto AIS HSIL – CÉLULAS DISPLÁSICAS AGRUPADAS EM BLOCO NIC 2 (DISPLASIA ATÉ 1/2 DO EPITÉLIO ALGUNS COILÓCITOS NA SUPERFÍCIE NIC 3 (DISPLASIA EM TODO EPITÉLIO NIC 3 COM EXTENSÃO GLANDULAR DESARRANJO EM TODA ESPESSURA DO EPITÉLIO DO COLO UTERINO NIC 3 PARTE NORMAL DO EPITÉLIO P/ COMPARAR (SEM COILÓCITOS; HALO CLARO É GLICOGÊNIO) PLUMAGEM ROSETA E PLUMAS VÁRIAS GLÂNDULAS ACOMETIDAS CÉLULAS ATÍPICAS CONFINADAS NAS GLÂNDULAS; POUCA MUCINA
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