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CENTRO UNIVERSITÁRIO - CESMAC ANA LUÍSA DE FARIAS CAVALCANTE, LUANA VITÓRIA ALVES AMORIM, MARIA KATARINA MATIAS JATOBÁ, VIVIAN FEITOSA DE CAMPOS, YARA KARINE FONTES DE OLIVEIRA. INDICADORES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PILAR - AL MACEIÓ-ALAGOAS 2021/3° SEMESTRE 1 ANA LUÍSA DE FARIAS CAVALCANTE, LUANA VITÓRIA ALVES AMORIM, MARIA KATARINA MATIAS JATOBÁ, VIVIAN FEITOSA DE CAMPOS, YARA KARINE FONTES DE OLIVEIRA. INDICADORES DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PILAR - AL Projeto de Pesquisa realizado por alunos do curso de Biomedicina da instituição de ensino superior Centro Universitário CESMAC como requisito parcial para obtenção de nota da disciplina Integração serviço, ensino e comunidade ministrada pelo professor Rafael Rocha de Azevedo. MACEIÓ-ALAGOAS 2021/3° SEMESTRE 2 SUMÁRIO RESUMO………………………………………………………………………03 INTRODUÇÃO………………………………………………………………..04 OBJETIVO…………………………………………………………………….04 MÉTODO………………………………………………………………………04 RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………………………………...05 Mortalidade geral …………………………………………..…………05 Mortalidade infantil ………………………………….………………..07 Causas de morte …………………………………………….…………08 CONCLUSÃO………………………………………………………………….10 REFERÊNCIAS………………………………………………………………..11 3 RESUMO: Durante a análise de dados do município alagoano de Pilar em comparação com a capital Maceió, foi observado que as taxas de mortalidade oscilaram de forma considerável devido aos níveis de atenção à saúde pública de Pilar, uma vez que, seu único hospital e maternidade públicos foram uma vez interditados em 2015, em 2017 as funcionalidades normais retomaram, entretanto, a rede de saúde ainda não atendia as necessidades da população pilarense gerando altas taxas de mortalidade geral principalmente nos anos de 2014 e 2010. Em relação à mortalidade infantil (neonatal e pós-neonatal) em Pilar, a falta de uma maternidade operante foi crucial para o aumento dos números de óbitos, porém, em 2019 a situação já havia normalizado. Por fim, os óbitos por causas externas obtiveram altas taxas em Pilar devido a "interiorização do crime", fenômeno explicado por Julio Jatoba ao fazer um estudo sobre Alagoas em 2010. PALAVRAS-CHAVE: Indicadores de saúde, Mortalidade Geral, Mortalidade Infantil, Pilar-AL. ABSTRACT: During the data analysis of the Alagoas municipality of Pilar in comparison with the capital Maceió, it was observed that the mortality rate fluctuated considerably due to the levels of public health care in Pilar, since its only public hospital and maternity hospital were once interdicted in 2015, in 2017 normal functionalities resumed, nonetheless, the health network still did not meet the needs of the Pillar population, generating high general mortality rates, especially in 2014 and 2010. In relation to infant mortality (neonatal and postpartum -neonatal) in Pilar, the lack of an operating maternity hospital was crucial for the increase in the number of deaths, however, by 2019 the situation had already normalized. Finally, deaths from external causes had high rates in Pilar due to the "internalization of crime", a phenomenon explained by Julio Jatoba when conducting a study on Alagoas in 2010. KEYWORDS: Health indicators, General Mortality, Infant Mortality, Pillar-AL. 4 INTRODUÇÃO: Com a implantação e evolução do SUS (sistema único de saúde) no país, foi apresentado uma melhoria na qualidade de vida dos cidadãos do Brasil, consequentemente houve uma melhora na expectativa de vida em todas as cidades do país, em Alagoas (estado do nordeste do Brasil) com seus 102 municípios, foi analisado especificamente o município de Pilar com sua população estimada de 35.310 habitantes no censo do IBGE (2021). Este estudo teve como motivação compreender o desenvolvimento da cidade de Pilar através dos anos de 2010, 2014 e 2019, antes do início da investigação tinha-se uma ideia hiperbólica sobre o número de óbitos na região estudada, visto que não havia um material completo e específico sobre o alguns dos assuntos abordados, teve-se a necessidade da produção de um artigo. Para a realização deste artigo, foram tiradas informações das mais diversas fontes como sites, revistas, livros e entrevistas com profissionais da área, esses dados foram adquiridos com certa acessibilidade e possuem relevância para o estudo. Ao entender mais sobre o município de Pilar pode-se observar que haviam inúmeras falhas de administração da região porém vêm melhorando ao longo dos anos. OBJETIVO: Analisar os indicadores de saúde do município de Pilar. MÉTODO: Acessou-se na ferramenta de busca do DATASUS as informações pertencentes às cidades de Pilar e Maceió em Alagoas, na pesquisa, foram coletados dados relacionados a mortalidade geral, mortalidade infantil e causas de morte do município de Pilar, de forma comparativa a Maceió. Em seguida, foi computado taxa de mortalidade geral à população de cada cidade no período dos anos de 2010, 2014 e 2019 por meio da divisão entre todos os habitantes vivos e todos os óbitos multiplicado por 1.000 e em seguida classificados por faixa etária, também foi calculado a taxa de mortalidade infantil (neonatal e pós-neonatal) através do número de óbitos infantis fracionado pelo número de nascidos vivos multiplicado por mil habitantes e logo depois foram calculadas as causas de morte de Maceió e Pilar, categorizando-as em de doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho respiratório, neoplasias e causas externas. Além disso, foram utilizadas informações advindas de pesquisas no canal de notícias TV Gazeta e no jornal Extra, também foi realizado o contato com a administração do Hospital Nossa Senhora de Lourdes do município de Pilar e a administração da UTI NEONATAL do Hospital Memorial Arthur Ramos de Maceió para a coleta de dados. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nesta seção serão apresentados os principais resultados encontrados durante a pesquisa e realização da interpretação dos gráficos produzidos. No banco de dados DATASUS foi analisada as seguintes estatísticas: mortalidade geral, mortalidade infantil e principais causas de morte. Mortalidade geral: A violência tem sido muito presente nos últimos anos no cotidiano dos cidadãos de Maceió e Pilar em Alagoas, em virtude disso, é possível ver uma oscilação das taxas de mortalidade no decorrer dos anos de 2010, 2014 e 2019. Em Pilar, foi constatado que, devido a violências relacionadas a comércio, tráfico e armas de fogo, o município ficou três vezes liderando os índices de homicídio no estado nos anos de 2011, 2014 e 2015, de acordo com o Jornal Extra. Diante disso, após a análise do gráfico de mortalidade geral (Figura 1) foi possível observar uma variação dos números desta na faixa etária entre 5 a 19 anos entre ambos no ano de 2019, havendo uma alta de mortalidade no município de Pilar, em contrapartida, na capital houve um comportamento normal do gráfico seguindo o padrão proposto por Moraes (Moraes, 1959). O gráfico segue um padrão do tipo IV (em formato de J - jota) que indica um nível de saúde elevado daquela região, apesar dos índices de violência. Figura 1. Mortalidade proporcional (%) por faixa etária de Maceió e Pilar / 2019 Fonte: Pesquisa direta 6 Analisando Pilar ao longo dos anos, foram registrados 195 homicídios no período de 2010 a 2014, vitimando 204 pessoas. Dentre as vítimas, estavam 110 jovens entre 15 e 29 anos de idade com representação de 95% do sexo masculino. (Território, violência e medo em Pilar – Alagoas: uma análise a partir dos homicídios registrados no período 2010/2014), enquanto isso, a atenção à saúde foi reduzida ao nível básico em 2014 devido a inativação do hospital e da maternidade do município de Pilar que após vistorias constavam uma série de irregularidades. Esses dados mostram-se explícitos no gráfico da Figura 2, no qual foi possível constatar que no ano de 2014 houve um aumento nas taxas de mortalidade geral entre crianças menores de 1 ano, em contraste a isso, no ano de 2010, a curva se mantém com uma certa estabilidadeaté a faixa etária de 5 a 19 anos, a partir desse ponto, observa-se um crescimento exorbitante na taxa de mortalidade nos indivíduos entre 20 e 49 anos, o aumento continua até terceira idade, este cenário configura um panorama de 50% a 60% de óbitos em toda a população de Pilar. Figura 2. Mortalidade proporcional (%) por faixa etária de Pilar / 2019/ 2014/ 2010 Fonte: Pesquisa direta 7 Mortalidade infantil: A mortalidade infantil é um problema que abrange diversos aspectos sociais, como: assistência educacional, econômica, à saúde e sanitária. Devido a isso, observa-se a importância da orientação no acompanhamento da mulher desde o início do período gestacional com intuito de diminuir os riscos de complicações futuras, como também, cabe evidenciar que há uma responsabilidade governamental em se tratando de assistência sanitária. Com base nessas informações, no gráfico da Figura 3 é possível ver que no ano de 2019 o município de Pilar não acompanha os altos números da capital Maceió na mortalidade infantil, isso porque os hospitais maceioenses abarcam casos que não foram possíveis de serem tratados nos interiores. Entretanto, ao analisar Pilar durante o período de 2010 e 2014 (Figura 4) é notório o alto número de óbitos. Tal fato é explicado devido à interdição da única maternidade do município, Maternidade Doutor Armando Lages, seu fechamento foi oficializado em 2015 mas já apresentava irregularidades desde o ano anterior. Segundo a chefe da UTI NEONATAL do Hospital Memorial Arthur Ramos, Dra. Andrea Rose Feitosa D’Almeida, a causa mais comum de morte na etapa neonatal, sendo essa a que acontece no intervalo de tempo entre o nascer e o 28º dia de vida, é o nascimento prematuro, em contrapartida, no período pós-neonatal, o qual se estende do 28º ao 364º dia de vida do bebê, os óbitos geralmente estão relacionados à pré-natal mal feito e infecções advindas da mãe, exemplo disso são as infecções urinárias que são muito comuns em gestantes. Figura 3. Mortalidade infantil por mil habitantes de Pilar e Maceió / 2019 Fonte: Pesquisa direta 8 Figura 4. Mortalidade neonatal e pós-natal por mil habitantes de Pilar/ 2010/ 2014/ 2019 Fonte: Pesquisa direta Causas de morte: As causas de morte apontam os problemas internos de determinada região, altas taxas de causas de morte geradas por doenças do aparelho cardiorrespiratório estão correlacionadas ao estilo de vida da população, de maneira geral, o sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e obesidade são os principais responsáveis de cardiopatias como aterosclerose, hipertensão e insuficiência cardíaca e doenças relacionadas ao comprometimento do aparelho respiratório como rinite e asma. A vista disso, em relação ao município de Pilar o Hospital Nossa Senhora de Lourdes só teve a sua reabertura em 2017, porém, de acordo com a administração do hospital, o mesmo apenas começou a realizar cirurgias relacionadas ao sistema cardiorrespiratório no início de 2020, essa falta de assistência contribuiu para o aumento de mortes por causas de doenças respiratórias e circulatórias em 2014 e 2019 (Figura 5 e Figura 6), além disso, o hospital municipal nunca ofereceu suporte para tratamento de neoplasias pois não possui o maquinário necessário para fazê-lo, o que justifica os altos números de causa de morte por neoplasia na Figura 6, ao contrário de Maceió que possui a estrutura necessária para comportar e tratar a incidência de casos dessas doenças. 9 Um estudo feito pelo sociólogo Julio Jacobo, aponta Alagoas no ano de 2010 como o estado mais violento e com maior número de homicídios, de acordo com a população, até então registrado. Alguns fatores que ajudam a explicar esse aumento na criminalidade é a migração das facções das grandes metrópoles e das capitais para os interiores devido ao pouco investimento em policiamento e segurança pública em comparação aos grandes centros populacionais. “Desde a década de 2000 vivemos a chamada interiorização da violência. O crime ocorria em maior escala na grande capital, regiões metropolitanas, mas a partir dessa data houve uma descentralização. Esse fenômeno parece se espalhar em nível nacional, pelos Estados que eram ‘médios’ no ranking de crimes. E esse esquema de vaso comunicante migra para os locais com baixo esquema de seguridade pública.” (Jatoba, J. 2011) Esse estudo pode explicar o motivo dos altos números de mortes por causas externas no ano de 2010 no município de Pilar na Figura 6, até mesmo em comparação à Maceió no ano de 2019 (Figura 5). Figura 5. Causas de morte por mil habitantes de Pilar e Maceió/ 2019 Fonte: Pesquisa direta 10 Figura 6. Causas de morte por mil habitantes de Pilar / 2010/ 2014 /2019 Fonte: Pesquisa direta CONCLUSÃO: Por tanto, é possível constatar que a cidade de Pilar em Alagoas, passou por alguns anos conturbados em questões de saúde pública, sanitária e de segurança, uma vez que, os investimentos nestas áreas eram baixos ou até negligenciados como ocorreu com o hospital do município, o qual chegou a ser fechado em 2015 após vistorias no ano anterior. No ano de 2019 observa-se uma baixa significativa no que diz respeito às causas externas em comparação ao ano de 2010 no qual os índices de criminalidade na cidade aumentaram drasticamente devido ao processo chamado por Julio Jatoba de “interiorização do crime” justamente pela pouca repressão policial e de segurança pública, no entanto, em relação às doenças do aparelho circulatório nota-se ainda taxas altíssimas, isso se deve principalmente a fatos sociais como sedentarismo e falta de educação alimentar, que pode melhorar com a educação e orientação populacional principalmente através de campanhas e ações de conscientização. 11 REFERÊNCIAS: 1. Informações de Saúde (TABNET) – DATASUS, Saude.gov.br, disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/, acesso em: 3 Dec. 2021. 2. DE, A.F.N.; L., B.M. Epidemiologia & Saúde - Fundamentos, Métodos e Aplicações. [Rio de Janeiro - RJ]: Grupo GEN, 2011. 978-85-277-2119-6. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2119-6/. 3. MADEIROESPECIAL, Carlos. AL registra em 2010 maior taxa de homicídio da história de um Estado; índice é igual a do país mais violento do mundo. Uol.com.br. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/02/09/al-registra-em-2010-maio r-taxa-de-homicidio-da-historia-de-um-estado-indice-e-igual-a-do-pais-mais-violento-do- mundo.htm 4. NEGRÃO, C.E.; BARRETTO, A.C.P. Cardiologia do Exercício: Do Atleta ao Cardiopata. [Barueri - SP]: Editora Manole, 2010. 9788520454831 https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2119-6/ https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/02/09/al-registra-em-2010-maior-taxa-de-homicidio-da-historia-de-um-estado-indice-e-igual-a-do-pais-mais-violento-do-mundo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/02/09/al-registra-em-2010-maior-taxa-de-homicidio-da-historia-de-um-estado-indice-e-igual-a-do-pais-mais-violento-do-mundo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/02/09/al-registra-em-2010-maior-taxa-de-homicidio-da-historia-de-um-estado-indice-e-igual-a-do-pais-mais-violento-do-mundo.htm
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