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227 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 01: REINO FUNGI Para fazer certos tipos de pizza você precisa usar uma substância chamada de fermento bioló- gico que, geralmente, é vendido em tabletes. Este fermento é feito de milhares de seres vivos mi- croscópicos conhecidos como levedos. Os levedos e outros seres que você irá estudar nessa unida- de fazem parte do grupo dos fungos. Estudaremos agora algumas das principais características desse grupo. CARACTERÍSTICAS GERAIS Os fungos são seres vivos de estrutura relativamente simples. Embora existam alguns tipos de fungos unicelulares, a maioria é pluricelular. Podem ser encontrados em locais úmidos, na água ou na matéria orgânica apodrecida (como o corpo de animais mortos). Durante muito tempo os fungos foram considerados pela maioria dos cientistas como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte. Muitas são as características dos organismos desse meio que os diferenciam dos vegetais. Alguns exemplos são: não produzirem clorofila, não possuírem celulose na sua parede celular (exceto alguns fungos aqu- áticos) e não são capazes de armazenar amido como substância de reserva. Os fungos são seres vivos eucariontes, com um só núcleo (como as leveduras) ou multinucleados (como observamos entre os fungos filamentosos ou bolores). Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso. São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fun- gos saprofíticos, ou viva - fungos parasitários. Suas células apresentam vida independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros nos fungos filamentosos. Eletromicrografia do fungo Saccharomyces cerevisiae: exemplo de fungo unicelular, muito usado para a produção de alimentos, como o pão e a cerveja. Imagem de Aspergillus fumigatus, fungo filamentoso agente etiólogico da aspergilose, doença pulmonar que pode ser grave em pacientes com sistema de defesa do corpo comprometido. Está presente no ar atmosférico e na mucosa das vias respiratórias humanas. 228 As colônias de fungos filamentosos são constituídas fundamentalmente por estruturas multicelulares com formato de tubo - as Hifas. O conjunto de várias hifas é chamado de Micélio e não é considerado um tecido. O micélio que se desenvolve no interior do substrato (como um peda- ço de pão, por exemplo), responsável pela sustentação e absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo. O micélio que se projeta na superfície do substrato é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se modifica para sustentar as estruturas de reprodução (chamados de corpos de frutificação ou propágulos) passa a ser chamado de micélio reprodutivo. O micélio reprodutivo é composto por hifas especializadas na produção de esporos, que são células com um envoltório resistente com alta capacidade de dispersão no meio. Esses esporos, ao germinarem, darão origem a um novo indivíduo em diferentes ambientes. Esquema da estrutura corporal básica de fungos filamentosos. A junção das hifas gera o micélio. O micélio pode se erguer do substrato e formar a estrutura reprodutora. Os esporos produzidos são estruturas resistentes relacionadas a reprodução assexuada da maioria dos fungos. A reprodução dos fungos é baseada em um ciclo de vida que costuma alternar uma fase assexuada com outra sexuada. O corpo de frutificação é formado por hifas protetoras e por hifas produtoras de esporos. Os esporos são formados por mitose, gerando novos indivíduos por um processo assexuado. Um exemplo de corpo de frutificação muito conhecido é o cogumelo. Na etapa sexuada, alguns núcleos de hifas com metade do material genético do organismo (chamadas de hifas haplóides) se fundem, funcionando como verdadeiros gametas que irão gerar zigotos com o dobro do material genético das hifas (sendo chamado de zigoto diplóide) pra depois sofrer a meiose, retornando a metade da carga de material genético. Os fungos são encontrados no solo, na água, nos vegetais, em animais, no homem e em detri- tos em geral. O vento se apresenta como importante forma de dispersão de seus esporos e até mesmo fragmentos de hifa do micélio aéreo. 229 Os Fungos geralmente apresentam paredes celulares formadas por quitina (tipo de açúcar complexo também presente na carapaça de insetos) e outros materiais. As hifas podem ainda ser modificadas para gerar estruturas altamente especializadas. Um exemplo são os fungos parasitas de plantas, que possuem estruturas chamadas de haustórios que perfuram as células do vegetal e digerem os nutrientes no seu interior. Outra característica que aproxima os fungos de animais e afasta-os dos vegetais é o fato de armazenarem glicogênio como reserva. O glicogênio é um tipo de polissacarídeo (açúcar formado por várias outras moléculas menores) armazenado no fígado de mamíferos e aves, fornecendo um importante estoque de energia no corpo. ALIMENTAÇÃO E METABOLISMO DOS FUNGOS Como foi dito anteriormente, os fungos não possuem clorofila como os vegetais. Sendo assim, são incapazes de realizar fotossíntese e produzir seu próprio alimento, consequentemente, não são classificados como organismos autotróficos. Para se alimentarem os fungos liberam ao seu redor substâncias chamadas genericamente de exoenzimas, semelhante a uma enzima digestiva. Essas substâncias digerem as moléculas orgâni- cas presentes no ambiente, que serão então absorvidas pelo micélio vegetativo do fungo como alimento. Quando inseridos em um substrato úmido e rico em matéria orgânica as hifas do micélio vegetativo podem crescer bastante e em grande velocidade, o que explica o fato de alguns fungos possuírem dimensões gigantescas. Os dois nichos ecológicos dos fungos estão relacionados com suas funções de decompositores e parasitas. A diferença entre os dois é que os parasitas se fixam em organismos vivos, enquanto os decompositores se fixam em organismos mortos. Existem ainda fungos capazes de se comportarem como predadores, especializados na captura de microorganismos, principalmente pequenos ver- mes nematódeos, que serão utilizados como alimento. Eletrofotomicrografia de um verme nematoide capturado por um fungo predador do gênero Arthrobotrys sp. 230 1. ZIGOMICETOS Esse grupo de fungos vem sendo utilizado para a produção de uma série de produtos, como esteroides, pílulas anticoncepcionais, substâncias anti-inflamatórias etc. A maioria dos zigomicetos são filamentosos, apesar de alguns exemplares serem unicelulares. O principal representante do grupo é o conhecido bolor de alimentos (Rhizopus stolonifer). As hifas que formam o micélio vegetativo desse fungo penetram no substrato e absorvem seus nutrien- tes. Quando atingem a fase assexuada da reprodução, as hifas produtoras de esporos ficam apa- rentes na superfície do alimento como regiões mais escuras. Esses pontos negros são as estruturas produtoras de esporos chamadas de esporângios. Imagem de um Rhizopus stolonifer se desenvolvendo em uma fruta. Note os pontos mais negros que representam os esporângios, responsáveis pela produção de esporos que serão liberados no meio para o processo de reprodução assexuada do fungo. CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS Os fungos e os animais, provavelmente, evoluíram do mesmo ancestral comum (eucarionte unicelular e heterotrófico que vivia em ambiente aquático). Esse ancestral, ao gerar o ramo da linhagem que levou ao aparecimento dos fungos, passou a apresentar algumas das características principais desses organismos: parede celular de quitina, alimentação por absorção de nutrientes do substrato, reprodução por esporos etc. Essas características estão presentes nos grupos de orga- nismos que, acredita-se, compõem o Reino Fungi. A classificação dos fungos, por diferentes motivos, ainda é muito controverso. No entanto, po- demos usar uma classificação simplificada e dividir o reino em 3 importantes grupos: Zigomicetos, Ascomicetos e Basidiomicetos. 2. ASCOMICETOS Entre os três grupos esse é o mais diverso, apresentando maior número de espécies, podendo ser unicelulares oufilamentosos. Dentre os ascomicetos estão as espécies capazes de produzir uma substância química capaz de matar bactérias, sendo, portanto, classificadas como antibióticos. Muitos desses fungos são usados em produção industrial de antibióticos, como o Penicillium chrysogenum e P. notatum, que produzem a famosa penicilina. 231 Alguns representantes podem produzir substâncias extremamente tóxicas, como por exemplo a aflatoxina, considerado um potente cancerígeno para humanos produzido pela espécie Aspergillus flavus, que cresce principalmente em amendoim, e a ácido lisérgico, que é retirado de grãos de alguns cereais infestados de Claviceps purpúrea e utilizado na produção ilegal da droga conhecida como LSD. O fungo unicelular conhecido como Saccharomyces cerevisiae é um fungo unicelular chamado de levedura, usado para a produção de pães e algumas bebidas alcóolicas. Esses fungos apresen- tam reprodução assexuada por brotamento ou por bipartição. 3. BASIDIOMICETOS O grupo conhecido como basidiomicetos apresenta uma grande quantidade de fungos capazes de gerar micorrizas, que são associações com raízes de vegetais. Alguns de seus principais repre- sentantes são as espécies Polyporus sanguineus e Pycnoporus sanguineus, também conhecidas como orelha-de-pau, e o gênero Psilocybe, que pode produzir substâncias alucinógenas com efeitos semelhantes ao LSD. Aspergillus flavus em um milho Penicillium chrysogenum Claviceps purpúrea, usado na produção ilegal de LSD 232 IMPORTÂNCIA E DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS Algumas espécies de fungos são utilizadas na alimentação, outras são importantes para a in- dústria de bebidas ou ainda servem para a obtenção de alucinógenos como o LSD. Há também espécies que causam doenças em animais e vegetais. Os fungos juntamente com as bactérias desempenham um importante papel na natureza, pois à medida que decompõem a matéria de ou- tros organismos, fazem com que os sais minerais sejam devolvidos ao ambiente, promovendo a reciclagem da matéria. ••••• Fungos que vivem em associações com algas formando liquens - são relações ecológi- cas onde os fungos são responsáveis por fornecer água às algas para que estas possam realizar a fotossíntese e forneçam aos fungos a matéria orgânica que eles precisam como alimento para sobreviver. Um exemplo é o líquen conhecido como barba-de-velho. Líquen barba-de-velho, da espécie Tillandsia Usneoides Detalhe de uma micorriza. Os filamentos mais finos e esbranquiçados são os fungos e os de maior calibre são porções terminais de raízes Fungo conhecido como orelha-de-pau Gênero Psilocybe, capaz de produzir substâncias alucinógenas e extrema- mente tóxicas para os seres humanos 233 ••••• Fungos que vivem em associações com vegetais formando micorrizas - outra forma de relação ecológica envolvendo fungos onde estes se unem às raízes de alguns vegetais, permitindo que os minerais, água e matéria orgânica degradada disponíveis no solo possam ser melhor absorvidos pelas plantas. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açúcares e aminoácidos de que ele necessita como alimento. ••••• Fungos que vivem às custas de outro ser vivo causando-lhe mal (PARASITAS) - Esse é o caso dos fungos que provocam as chamadas micoses, como pé de atleta e sapinho. Algumas micoses podem ainda se manifestar internamente, geralmente causadas por fun- gos que são inalados junto com o ar e que chegam ao interior dos pulmões e costumam ser graves. Até mesmo alguns vegetais podem ser parasitados por fungos. É muito comum uma doença nos cafeeiros conhecida como "ferrugem do café", e outra que assola as plantações de cacau cha- mada "vassoura de bruxa". 01 Como se denomina cada um dos filamentos, multinucleados ou septados, que constituem um fungo? .................................................................................................................................................... 02 Que denominação recebe o conjunto de filamentos que constitui a maioria dos fungos? .................................................................................................................................................... 03 Qual é o nome da associação entre fungos e raízes de certas plantas que traz vantagens a ambas as espécies associadas? .................................................................................................................................................... 04 O que representa o cogumelo, que se forma durante os processos sexuais de certos fungos? .................................................................................................................................................... Vassoura de Bruxa Ferrugem do Café 234 01 O mofo que ataca os alimentos, os cogumelos comestíveis e o fermento de fazer o pão são formados por organismos que pertencem ao reino: (A) Monera (B) Plantae (C) Animalia (D) Protista (E) Fungi 02 A questão a seguir se refere ao texto, que trata dos relatos de Arsene, naturalista francês, por ocasião de sua viagem ao Rio Grande do Sul, 1833 - 1834. "As plantas parasitas pendiam de todas as partes das árvores vigorosas destes matos que começam a perder sua virgindade. Observei, passando pela orla de um mato, uma grande quantidade de folhas de campainhas inteiramente dessecadas pelas formigas, que tinham devorado o parênquima; deixavam ver perfeitamente as nervuras e as fibras dos tecidos. Admirei também cipós monstros envolvendo em espiral árvores muito direitas e ornadas de liquens tricolores; árvores reunidas em feixes na sua infância formavam atualmente troncos grossos e elevados, tendo a aparência de colunas estriadas." No terceiro parágrafo, o termo "liquens" corresponde a uma associação entre: (A) bactérias e briófitas. (B) algas e briófitas. (C) algas e fungos. (D) bactérias e algas. (E) fungos e briófitas. 03 O Reino Fungi é composto por: (A) organismos autotróficos unicelulares (B) organismos autotróficos e heterotróficos, unicelulares e multicelulares (C) organismos heterotróficos unicelulares (D) organismos heterotróficos, unicelulares e multicelulares 04 Os fungos são utilizados pela indústria farmacêutica na fabricação de medicamentos, principal- mente antibióticos. Estas substâncias bactericidas foram descobertas na década de 1920, por Flemming. Qual o gênero do fungo utilizado nesta pioneira descoberta: (A) Clostridium (B) Bacillus (C) Penicilium (D) Saccharomyces (E) Rhyzopus 05 Durante muito tempo, os fungos foram classificados no reino Plantae, juntamente com as plan- tas. Entretanto, uma característica evidente nos permite reconhecer os motivos de estes serem separados em reinos distintos. Que característica tão evidente pode ser essa? (A) O fato dos fungos serem procariontes. (B) O fato dos fungos possuírem clorofila b, diferente da clorofila a presente nas plantas. (C) Os fungos não fazem fotossíntese. (D) Os fungos se reproduzem por esporos, diferentemente das plantas que o fazem por se- mentes. (E) Os fungos são autótrofos decompositores. 235 01 Explique a importância ecológica das algas e dos fungos. .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 02 "Engana-se quem acha que uma salada com cogumelos é um prato vegetariano. Cientistas descobriram que as características genéticas dos fungos (categoria à qual pertence os cogu- melos) estão muito mais próximas às dos animais do que às dos vegetais. A novidade vem do 16º Congresso Internacional de Botânica, em St. Louis (EUA)". Cite três características dos fungos que os tornam mais próximos de animais do que dos vegetais. .................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................03 Fungos e bactérias têm sido considerados, por muitos, os "vilões" entre os seres vivos. Sabe- mos, entretanto, que ambos apresentam aspectos positivos e desempenham importantes fun- ções ecológicas. a) Cite uma forma pela qual bactérias e fungos podem contribuir para a reciclagem de nutri- entes minerais. ................................................................................................................................................... b) Cite um exemplo de conquista científica no combate a infecções que foi possível a partir da utilização de fungos. ................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................................ 236 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 01: REINO VEGETAL Os seres vivos que conhecemos podem ser classificados em dois grandes grupos: os que são capazes de produzir o próprio alimento (autótrofos) e aqueles que precisam se alimentar de outros seres vivos (heterótrofos). Os autótrofos são encontrados na base de toda cadeia alimentar, sendo chamados de produtores. Os vegetais, nosso objeto de estudo nessa unidade, são importantes representantes desse grupo de produtores. Os responsáveis pelo estudo das plantas são cientistas conhecidos como botânicos. O reino Plantae é formad o por organismos eucarióticos, pluricelulares e autotróficos. Além dessas caracte- rísticas básicas, as plantas apresentam, em seu ciclo de vida, embriões que se desenvolvem às custas do organismo materno, o que retira as algas desse grupo (como vimos, as algas fazem parte do reino Protista). A produção das substâncias orgânicas que as plantas usam como alimento acon- tece por meio da fotossíntese. Alguns dos principais representantes do reino Plantae são os musgos, as samambaias, os pinheiros e as árvores frutíferas, apenas para apresentar um exemplo de cada um dos principais grupos vegetais. FOTOSSÍNTESE A fotossíntese é um dos fenômenos mais importantes para os seres vivos e é realizada por vegetais e outros seres vivos que tenham clorofila (substância responsável pela cor verde das folhas), como algumas bactérias e as algas. A clorofila captura a energia luminosa do Sol, transfor- mando-a em energia química, que será armazenada em compostos orgânicos energéticos como a glicose (açúcar). 237 O Sol, portanto, é a fonte de energia para todos os seres vivos da Terra. Sem ele, os vegetais (seres vivos fotossintetizantes) não conseguiriam produzir alimento energético e, consequentemente, todo ser vivo que precisa da energia contida nos alimentos (heterótrofos) morreria. Para realizar a fotossíntese, além da luz, os vegetais precisam de água, gás carbônico e sais minerais. A água e os sais minerais são geralmente obtidos pela raiz das plantas. O gás carbônico é absorvido pela parte inferior da folha, por meio de aberturas chamadas estômatos. Os produtos finais da fotossíntese são: glicose e oxigênio. A glicose produzida pode ser armazenada nas folhas (em pequenas quantidades) nas frutas, nas sementes (como o feijão e o milho), nas raízes (no caso da beterraba, por exemplo), em caules (batata doce), ou até mesmo em algumas flores (no caso da flor ser capaz de produzir o néctar). Assim esses alimentos energéticos ficam disponíveis para os demais seres vivos que não são capa- zes de fazer fotossíntese. Como as plantas precisam da luz do Sol para realizar a fotossíntese a velocidade desse fenô- meno pode variar de acordo com a hora do dia. Conforme a iluminação aumenta (a partir das 6 horas da manhã) a taxa de fotossíntese vai aumentando. Quando começa a escurecer, o fenômeno vai reduzindo sua intensidade. O outro produto da fotossíntese é o gás oxigênio (O2), liberado pelos estômatos na forma gaso- sa. Ele fica disponível no ar atmosférico para a respiração dos seres vivos. Os seres vivos (inclusive as plantas), respiram a qualquer hora, de dia ou de noite, porque estão sempre precisando de energia para realizar suas funções vitais. O que varia é a quantidade de energia necessária em um dado momento, o que pode exigir uma respiração mais ou menos intensa. Esquema simplificado da fotossíntese. Perceba que a água e os sais minerais são retirados do solo. O gás carbônico é retirado do ar pelas folhas Detalhe dos estômatos, estruturas encontradas na parte de baixo das folhas e responsáveis pela troca de gases nos vegetais 238 GRUPOS VEGETAIS Mais de 300 mil espécies diferentes de plantas são conhecidas atualmente, que podem ser de vários tamanhos e formas. Algumas plantas possuem uma organização corporal muito simples en- quanto outras podem ser organismos bem complexos. Diferentes maneiras de classificação dos grupos de plantas são usadas atualmente. O sistema de classificação que adotaremos organiza as plantas em 12 diferentes filos, sendo 4 principais: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Cladograma (representação de parentesco evolutivo) mostrando os principais grupos do reino Plantae bem como algumas características compartilhadas. Embriófitas agrupa os organismos capazes de gerar um embrião no decorrer da reprodução. Traqueófitas são plantas que apresentam vasos condutores de seiva (seiva bruta ou seiva elaborada). Espermatófitas são as plantas capazes de produzir semente. (http://flavioehedranbioifes.wordpress.com/2011/06/25/botanica/). 01 Qual característica permitia a classificação, antigamente, das algas no Reino Plantae? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 02 Quais são as características básicas de todos os seres vivos que compõem o Reino Plantae? .................................................................................................................................................... 03 Que denominação recebe a solução de água e sais minerais que a planta retira do solo? ....................................................................................................................................................04 Como é chamada a perda de água por evaporação pelos estômatos? .................................................................................................................................................... 239 05 Que nome recebe a produção de substâncias orgânicas a partir de água, gás carbônico e energia luminosa? .................................................................................................................................................... 06 Quais são os 4 principais grupos do Reino Plantae? .................................................................................................................................................... 01 As plantas produzem seu próprio alimento por meio da fotossíntese; portanto, sua nutrição é: (A) autotrófica (B) heterotrófica (C) onívora (D) quimioautotrófica 02 São plantas vasculares: (A) pteridófitas, musgos e hepáticas. (B) hepáticas e angiospermas. (C) antóceros, hepáticas e musgos. (D) pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. (E) apenas as angiospermas. 03 Raízes, caules, flores, folhas, sementes e frutos estão presentes apenas nas: (A) gimnospermas. (B) coníferas. (C) briófitas. (D) pteridófitas. (E) angiospermas. 04 Estômatos foliares abertos favorecem a: (A) fotossíntese, mas prejudicam a transpiração e a absorção de água do solo. (B) fotossíntese e a transpiração, mas prejudicam a absorção de água do solo. (C) fotossíntese, a transpiração e a absorção de água do solo. (D) transpiração e a absorção de água do solo, mas prejudicam a fotossíntese. (E) transpiração, mas prejudicam a absorção de água do solo e a fotossíntese. 01 A fotossíntese é um dos mais importantes fenômenos que ocorrem na Natureza, pois todos os seres vivos dependem direta ou indiretamente desse processo. Justifique essa proposição. .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 240 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 02: REINO VEGETAL SUBUNIDADE 01: BRIÓFITAS As Briófitas (do grego brion, musgos) são plantas de pequeno porte (medindo apenas alguns milímetros) que crescem perpendicularmente em relação ao solo. As espécies de musgos, hepáti- cas e antóceros são normalmente agrupados com o nome de briófitas. Os musgos apresentam um eixo principal chamado de cauloide (por lembrar o caule de uma planta mais complexa), que possui uma série de estruturas laminares semelhantes a folhas, sendo denominados de filoides (do grego phyllon, folha). Essas briófitas costumam formar extensos tape- tes verdes sobre rochas, troncos e outros substratos. Foram os primeiros vegetais a invadir o ambi- ente terrestre. Dependem muito da água, por isso são mais frequentemente encontradas em ambi- entes úmidos, como cachoeiras, beira de lagos, rios, muros úmidos etc. São muito comuns em florestas tropicais e temperadas. Para se fixarem no substrato os musgos usam rizoides (estruturas semelhantes a raízes). O pequeno tamanho das briófitas está diretamente relacionado com o fato de não apresenta- rem um tecido especializado no transporte de água e nutrientes (vasos condutores de seiva). A água e os sais minerais do solo passam de célula a célula, o que limita o crescimento dessas espécies. Imagem de uma hepática (filo Hepatophyta). Possuem o corpo achatado, em forma de fígado (daí no nome hepatus = fígado) Detalhe de um musgo sobre uma pedra, com aspecto de "tapete aveludado" e verde. Faz parte do filo Bryophyta Foto de um antócero (filo Anthocerophyta). Apresentam um característico "talo" que na verdade é a estrutura conhecida como esporófito 241 REPRODUÇÃO DAS BRIÓFITAS A reprodução dessas plantas é bem diferente e muito curiosa. Cada plantinha tem seu sexo definido (macho e fêmea). A planta masculina libera o gameta masculino (chamado de anterozóide), que, com ajuda da água presente no meio ambiente, chega até o gameta feminino (oosfera) que está sobre a planta feminina. Essa fase da reprodução é chamada sexuada porque ocorre união dos gametas. As formas das plantas responsáveis pela produção de gametas são denominadas de gametófitos. Como resultado da fecundação, sobre a planta feminina cresce uma estrutura chamada esporófito. Em certas épocas o esporófito libera pequenas estruturas chamadas de esporos, que germinam formando novos gametófitos masculinos e femininos (fase assexuada), recomeçando o ciclo. Esse tipo de reprodução chama-se alternância de gerações, porque apresenta uma fase sexuada e uma fase assexuada. Esse tipo de reprodução é comum em vegetais e também está presente em alguns animais (como a água-viva, que faz parte do filo dos Cnidários). Pelo que podemos perceber a água do meio (ambiente úmido) é fundamental para a reprodu- ção das briófitas, pois somente dessa forma os gametas masculinos são capazes de alcançar o gameta feminino. Por esse motivo é mais difícil encontrar briófitas em locais secos. Representação do ciclo de vida das Briófitas. Anterídio: órgão masculino onde são produzidos os anterozóides; Arquegônio: órgão feminino onde é produzida a oosfera; 2n: total de cromossomos da espécie (diploide); n: metade da carga de cromossomos da espécie (haploide) Esquema simplificado da estrutura corporal de um gametófito feminino de musgo. Note que o esporófito cresce sobre o gametófito 242 No ciclo de alternância de gerações das briófitas a fase permanente (mais duradoura no ciclo de vida da planta) é a fase de gametófito. Como os gametas dependem da água do meio para se encontrarem, o gametófito é mais dependente da água do que o esporófito. 01 Quais são as principais características de plantas que fazem parte do grupo das briófitas? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 02 Por que as briófitas possuem grande dependência da água para se reproduzir? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 03 Por qual motivo os vegetais do grupo de briófitas não podem ter um tamanho corporal de gran- des dimensões? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 01 Vegetais terrestres de pequeno porte, avasculares que não produzem flores ou sementes e vivem na dependência de sombra e umidade podem ser: (A) grama (B) musgos (C) selaginelas (D) samambaias (E) avencas Fotografia de um gametófito feminino de musgo com esporófitos desenvolvidos 243 02 O porte geralmente reduzido das algas e das briófitas pode ser atribuído: (A) à falta de um sistema condutor verdadeiro; (B) à reprodução sexuada de seus gametas; (C) ao fato do esporófito não realizar a respiração; (D) à predominância do ambiente aquático onde vivem; (E) à presença de estômatos nos talos. 03 O texto acima se aplica a um estudo: (A) das pteridófitas (B) dos mixófitos (C) das briófitas (D) das clorófitas 01 Com relação à conquista do meio terrestre, alguns autores dizem que as briófitas são os anfíbi- os do mundo vegetal. Justifique essa analogia. .................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................02 A Mata Atlântica é um ambiente bastante úmido. Nesse ambiente, é comum encontrar diversos tipos de plantas verdes, de pequeno porte (alguns centímetros), crescendo sobre troncos e ramos de árvores, bem como recobrindo certas áreas na superfície do solo. A reprodução des- tas plantas não ocorreu por meio de flores, mas no seu ciclo há gametas envolvidos. a) Que plantas são essas? ................................................................................................................................................... b) Qual o fator que delimita o seu tamanho? ................................................................................................................................................... c) Qual é a fase transitória do seu ciclo reprodutivo? ................................................................................................................................................... 244 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 02: REINO VEGETAL SUBUNIDADE 02: PTERIDÓFITAS Pteridófitas (do grego pteris, feto vegetal) são plantas traqueófitas, ou seja, que possuem vasos condutores de seiva. Essa característica permitiu às plantas não só um maior tamanho corpo- ral, mas também uma grande expansão no ambiente terrestre. São mais recentes que as Briófitas na escala evolutiva dos vegetais. A seiva bruta (água e sais minerais) sobe até as folhas vinda do solo por um tecido chama- do de xilema, e a seiva elaborada (água e glicose), fruto da fotossíntese, desce das folhas para as demais partes da planta pelo tecido denominado de floema. Nesse grupo existem as samambaias, avencas e selaginelas. Assim como as Briófitas, Pteridófitas gostam de ambientes úmidos e sombre- ados, sendo muito comuns em florestas tropicais e temperadas sendo utilizadas também como plantas ornamentais. REPRODUÇÃO DAS PTERIDÓFITAS Assim como vimos no ciclo de vida das briófitas, as pteridófitas também se reproduzem por alternância de gerações. Uma modificação significativa em relação aos musgos está no fato de que a fase permanente de seu ciclo de vida é a fase de esporófito, e não de gametófito. Essa caracterís- tica faz com que o grupo das pteridófitas dependa menos da água do meio para sobreviver quando comparadas às briófitas. Observe as folhas de uma samambaia: na parte inferior das folhas encontramos vários ponti- nhos marrons chamados de soros. As samambaias, na verdade, são esporófitos, responsáveis pela produção de esporos. Imagem de uma avenca (filo Pterophyta) Foto de uma selaginela (filo Lycophyta) Foto de uma samambaia. Faz parte do filo Pterophyta 245 Cada soro guarda os esporângios que irão produzir os esporos. Quando são liberados e caem em um ambiente úmido, os esporos germinam. As estruturas que surgem dos esporos se ass0emelham a pequenas lâminas verdes sobre a superfície do solo e são chamadas de prótalo. É do prótalo que surgem as estruturas reprodutivas masculinas e femininas (gametófitos). Os gametas masculinos nadam na água presente no meio e fecundam os gametas femininos, assim como nas briófitas. O zigoto formado se desenvolve e forma uma samambaia adulta. O prótalo é hermafrodita, ou seja, apresenta os gametófitos feminino e masculino no mesmo corpo. Quando o anterozoide fecunda a oosfera forma-se o esporófito, que irá se desenvolver sobre o prótalo. Representação do ciclo de vida das Pteridófitas. Anterídio: órgão masculino onde são produzidos os anterozoides; Arquegônio: órgão feminino onde é produzida a oosfera; 2n: total de cromossomos da espécie (diplóide); n: metade da carga de cromossomos da espécie (haplóide) Detalhe dos soros encontrados na face inferior de folhas de samambaias. Cada soro é, na verdade, um conjunto de estrutu- ras pequenas responsáveis pela produção de esporos (esporângios) Fotografia de um prótalo de Pteridófita, estrutura hermafrodita que contém os gametófitos masculinos e femininos. Apresentam formato achatado, tamanho pequeno e são capa- zes de realizar fotossíntese 246 01 Por que certas pteridófitas, como o samambaiaçu, do qual se extrai o xaxim, podem atingir grande porte? .................................................................................................................................................... 02 No que diferem briófitas e pteridófitas quanto ao deslocamento da água no interior da planta? .................................................................................................................................................... 03 Qual a diferença principal do gametófito das pteridófitas em relação as outras plantas? .................................................................................................................................................... 04 Qual a fase permanente no ciclo de vida das pteridófitas? .................................................................................................................................................... 01 Durante o processo de evolução das plantas, algumas características foram selecionadas para a adaptação ao ambiente terrestre. Dentre elas podemos citar: I. sistema vascular II. formação da semente III. independência da água para reprodução São características que ocorrem nas briófitas e pteridófitas respectivamente: 02 As pteridófitas inauguram uma nova fase na conquista definitiva do meio terrestre, porque: (A) apresentam redução da fase gametofítica a uma geração celular; (B) possuem estruturas especializadas para a absorção e distribuição de água e sais minerais; (C) produzem sementes que permitem a germinação independente de água; (D) formam grãos de pólen que favorecem a dispersão em terra firme; (E) realizam a fotossíntese em todas as células do organismo. 03 Vegetais terrestres de médio porte, vasculares que não produzem flores ou sementes e vivem na dependência de sombra e umidade podem ser (A) grama (B) musgos (C) hepáticas (D) samambaias (E) cianofíceas 247 04 No ciclo vital das pteridófitas como as samambaias e avencas são consideradas as seguintes etapas: I - produção de esporos; II - fecundação; III - produção de gametas; IV - esporófito; V - prótalo. A sequência correta em que essas etapas ocorrem é: (A) II, V, IV, I e III. (B) II, III, I, IV e V. (C) III, II, IV, I e V. (D) V, III, IV, I e II. (E) III, IV, I, II e V. 05 O órgão mais desenvolvido de uma samambaia é (são): (A) seu rizoma (B) seus caulóides (C) seu caule (D) seus rizóides (E) suas folhas compostas 06 O xaxim é um produto muito usado na fabricação de vasos e suportes para plantas. A sua utilização: (A) aumenta o risco de extinção de certas samambaias, a partir das quais é produzido. (B) não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir da compactação de folhas de certas palmeiras. (C) aumenta o risco de extinção de certas gramíneas, a partir das quais é produzido. (D) não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir de raízes de plantas aquáticas secas. (E) provoca a extinção de certas palmeiras, a partir das quais é produzido. 01 Comparando os esporófitos de um musgo e de uma samambaia, quais as diferenças que você pode assinalar? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 02 Sobre as samambaias, plantas que pertencem ao grupo das Pteridófitas, responda: a) Qual é o nome dos pontinhos castanhos ou amarelos que ficam na parte inferior das folhas e que você consegue ver sem o auxílio de um microscópio? ................................................................................................................................................... b) As estruturas agrupadas que formam estes pontinhos liberam esporos que ao cair no solo dão origem ao protalo, que fica no solo e produz gametas. Explique porque as samambaias necessitamda água para completarem seu ciclo: ................................................................................................................................................... 248 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 02: REINO VEGETAL SUBUNIDADE 03: PLANTAS FANERÓGAMAS PLANTAS FANERÓGAMAS O grupo de plantas que possuem a formação de sementes no seu ciclo vital é conhecido como fanerógamas (do grego phaneros, visível e gamos, casamento), por conta da fácil visualização de seus órgãos reprodutores. Nesse grupo encontramos 5 filos: Coniferophyta (coniferas), Cycadophyta (cicadófitas), Gnetophyta (gnetófitas), Ginkgophyta (gincófitas) e Anthophyta (também conhecido como Magnoliophyta). Os 4 primeiros filos dessa lista são reunidos em um grupo denominado de Gimnospermas. O último filo é formado pelas plantas Angiospermas. As fanerógamas são muito utilizadas como matéria-prima de uma série de estruturas (móveis, sustentação na construção civil, barcos etc.) visto que a grande maioria das árvores que conhece- mos fazem parte desse grupo. GIMNOSPERMAS As Gimnospermas são plantas comumente encontradas em regiões mais frias. No Brasil, o representante mais famoso desse grupo é o pinheiro-do-paraná. Na América do Norte existe a sequoia (lembram da General Sherman, a sequóia gigante?), uma das maiores árvores do mundo, que pode chegar a cem metros de altura. As gimnospermas possuem raízes, caule, folhas, "flores" e sementes, mas não produzem frutos. As flores não são coloridas e perfumadas e reúnem-se em conjuntos chamados de estróbilos. 249 Fotografia de um pinheiro-do-Paraná (Araucária angustifolia), exemplo de Gimnosperma encontrada no Brasil. Essas árvores são capazes de produzir uma estrutura chamada de estróbilo onde encontramos suas estruturas reprodutivas. Essa espécie vegetal corre sério risco de extinção em função de sua exploração predatória Esse grupo representa os primeiros vegetais a se adaptarem ao ambiente terrestre, já que não dependem tanto da água do meio para se reproduzir, como acontece com as briófitas e as pteridófitas. As principais características que determinam esse grupo são: ••••• Presença de semente que abriga o embrião; ••••• Presença de vasos condutores de seiva mais complexos que os de pteridófitas; ••••• Aparecimento do grão de pólen, essencial para que elas pudessem se reproduzir sem depen- der da água. ••••• Flores e frutos são características exclusivas das angiospermas. Os estróbilos masculinos produzem grãos de pólen, enquanto os femininos produzem oosferas. O estróbilo masculino abre-se, libertando grande quantidade de grãos de pólen, que se espalham e são levados pelo vento (ou até mesmo pela chuva) até o estróbilo feminino. O grão de pólen, ao chegar ao óvulo (processo conhecido como polinização), se aloja em uma cavidade da estrutura feminina e inicia o desenvolvimento de um prolongamento em forma de tubo, chamado de tubo polínico. Esse tubo irá crescer e penetrar no óvulo, até encontrar a oosfera. Sua função, assim como ocorre nas angiospermas, é levar os gametas masculinos até o gameta femini- no. Imagem de estróbilo masculino (esquerda) e estróbilo feminino (direita) de pinheiro-do-Paraná. Essa espécie é também conhecida como Araucária 250 Após a fecundação forma-se o zigoto, que se desenvolve e fica protegido no interior da semen- te. As sementes, chamadas de pinhões, permanecem no estróbilo feminino, que passa a se chamar pinha. Quando amadurece a semente se liberta e germina, dando origem a um novo pinheiro. ANGIOPERMAS As plantas que compõem o grupo das angiospermas são consideradas os vegetais mais evolu- ídos e com maior dispersão no planeta atualmente, pois possuem flores vistosas e sementes revestidas por frutos, que apresentam reserva nutritiva e oferecem maior proteção. São as plantas com a composição corporal mais completa do reino vegetal, apresentando raiz, caule, folhas, flores e frutos com sementes. Os órgãos reprodutores das angiospermas estão contidos nas flores, que são vistosas, colori- das e por vezes com cheiro característico para atrair alguns animais que ajudam a espalhar os grãos de pólen. Algumas flores apresentam apenas órgãos reprodutores masculinos enquanto outras mostram apenas os órgãos femininos. Mas na grande maioria das angiospermas, as flores apresen- tam órgãos masculinos e femininos juntos (hermafroditas). O fruto é uma conquista evolutiva importante das angiospermas, que garante maior eficiência na dispersão das espécies no ambiente terrestre. Atualmente correspondem ao grupo de plantas com maior número de espécies terrestres. Existem espécies herbáceas (com até 50 centímetros de altura), arbustivas (com até 2 metros de altura), arbóreas (com mais de 3 metros de altura), epífitas (que vivem sobre outras plantas, cercas, muros, etc.) e parasitas (que se alimentam às custas de outras plantas). Imagem de um estróbilo feminino maduro de araucária, também chamado de pinha, que possui as sementes chamadas de pinhão Detalhe do pinhão, muito utilizado como alimento em algumas regiões do Brasil Orégano (Origanum vulgare), tipo de herbácea usada como tempero de diferentes pratos 251 As angiospermas podem ser divididas em dois grandes grupos: Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas. A principal diferença entre elas está no número de cotilédones, tipo de folhas modificadas que guardam reserva nutritiva para o desenvolvimento do embrião enquanto cresce e ainda não é capaz de realizar a fotossíntese. Por exemplo, a semente do feijão apresenta dois cotilédones (eudicotiledônea). A semente do milho tem apenas um cotilédone (monocotiledônea). A tabela abaixo mostra algumas das principais diferenças entre esses grupos. Representação esquemática de algumas características marcantes de eudicotiledôneas (A) e monocotiledôneas (B). Na ordem: Quantidade de cotilédones / Nervuras das folhas / Disposição de vasos condutores de seiva no tronco / Número de pétalas Espécie vegetal do gênero Eucalyptus, muito utilizados na produção de celulose no mundo, é um exemplo de vegetal arbóreo Hibiscus sp são espécies vegetais classificadas como sendo arbustivas 252 São exemplos de monocotiledôneas: capim, cana-de-açúcar, abacaxi, aspargo, milho, arroz, trigo, aveias, cevada, bambu, centeio, lírio, alho, cebola, banana, bromélias e orquídeas. São eudicotiledôneas: feijão, amendoim, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico, pau-brasil, ipê, peroba, mogno, cacau, cerejeira, abacateiro, acerola, roseira, morango, pereira, eucalipto, macieira, algodo- eiro, café, jenipapo, laranja, mamão, maracujá, mandioca, mangueira, tomate, girassol e margarida. REPRODUÇÃO DE ANGIOSPERMAS Uma angiosperma, como uma árvore frutífera, por exemplo, é na verdade um grande esporófito no ciclo de vida do vegetal. Quando esse vegetal atinge a maturidade sexual, produz as estruturas reprodutivas que são chamadas de flores. Podemos dividir o processo reprodutivo das angiospermas em três etapas fundamentais, bem semelhantes às etapas da reprodução de gimnospermas: 1. POLINIZAÇÃO Transporte do grão de pólen desde a antera (estrutura masculina onde se formam os grãos de pólen) até o estigma (estrutura feminina ligada ao ovário que conduzirá até a oosfera). O transporte desses grãos de pólen de uma flor à outra (ou até mesmo dentro de uma mesma flor) é realizado por diferentes agentes polinizadores. Quando a polinização é realizada pela ação dos ventos (neces- sitando de uma maior produção de grãos de pólen), podemos chamar o processo de anemofilia. Quando é feita pela ação de insetos, chama-se entomofilia. Quando os pássaros são os agentes polinizadores, ornitofilia. Podemos ainda ter a participação de morcegos (que são mamíferos voa- dores) na dispersão dos grãos de pólen, sendo o processo chamado de quiropterofilia. De maneira geral, os animais que participam como polinizadores buscam nas flores néctar e pólen, substâncias nutritivas que servem como alimento para algumas espécies. Imagem de abelha visitando uma flor em busca de néctar. Aose "sujar" de grãos de pólen e visitar outras flores acaba por possibilitar a fertilização da planta 2. GERMINAÇÃO DO PÓLEN Uma vez depositado sobre o estigma (que representaria a entrada da estrutura reprodutora feminina), o grão de pólen germina, emitindo, como vimos nas gimnospermas, um prolongamento denominado tubo polínico, que cresce em direção ao fundo do óvulo para encontrar a oosfera. Na parte da frente do tubo, responsável por orientar o crescimento da estrutura, encontramos uma célula chamada núcleo vegetativo, seguida, logo atrás, por duas células chamadas de núcleos reprodutivos (sendo considerados os verdadeiros gametas masculinos). Dessa forma, o tubo polínico constitui o que chamamos de gametófito masculino, e permitiu a independência da água no mecanismo de reprodução desses vegetais. 253 3. FERTILIZAÇÃO O tubo polínico, após penetrar no óvulo, conduz os núcleos reprodutivos em direção ao gameta feminino. Nesse momento, o núcleo vegetativo degenera (se desfaz) e os núcleos reprodutivos iniciam a fertilização, que consiste na união de um dos núcleos reprodutivos (n) com a oosfera (n), resultando na formação do zigoto. O zigoto, por sucessivas divisões celulares chamadas de mitoses, formará o embrião. Uma característica única das angiospermas está no fato e o outro núcleo reprodutivo se juntar a outras células femininas encontradas junto da oosfera, formando um tecido celular chamado de endosperma. O endosperma servirá como uma rica reserva de nutrientes para o embrião. Esquema representativo do ciclo reprodutivo de plantas angiospermas. É característico desse grupo o desenvolvimento da semente dentro dos frutos. Assim como as gimnospermas, as angiospermas apresentam a formação do tubo polínico, que marca a independência da reprodução dessas plantas em relação à água. O integumento é uma espécie de casca de revestimento da semente logo que formada. AGROTÓXICOS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA Falar mal de agrotóxicos soa um tanto clichê. Mas, se você acha que isso é coisa de natureba, bicho-grilo ou eco-chato, talvez seja hora de rever sua posição. Afinal, não foram apenas ambientalistas impertinentes os que declararam guerra ao uso indiscriminado - e por vezes irresponsável - de agroquímicos em nossas lavouras. Instituições públicas de peso, a exemplo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), já afinaram os seus discursos para dizer à sociedade que agrotóxicos são, de fato, uma ameaça real ao equilíbrio dos ecossistemas e, principalmente, à saúde humana. 254 Eis que uma nova voz soma-se ao coro dos 'insatisfeitos'. Dessa vez, foi o Instituto Nacional de Câncer (Inca) que, além de aderir à 'Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida', abriu suas portas para o 1º Seminário Agrotóxicos e Câncer, realizado no Rio de Janeiro nos dias 7 e 8 de novembro de 2012. A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida tem o objetivo de sensibilizar a população brasileira para os riscos que os agrotóxicos representam, e a partir daí tomar medidas para frear seu uso no Brasil. Hoje já existem provas concretas dos males causados pelos agrotóxicos tanto para quem o utiliza na plantação, quanto para quem o consome em alimentos contaminados. Ao mesmo tempo, milhares de agricultores pelo Brasil já adotam a agroecologia e produzem alimentos saudáveis com produtividade suficiente para alimentar a população. A Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida luta por um outro modelo de desenvolvimento agrário. Por uma agricultura que valoriza a agroecologia ao invés dos agrotóxicos e transgênicos, que acredita no campesinato e não no agronegócio, que considera a vida mais importante do que o lucro das empresas. 255 01 O processo de polinização ocorre tanto nas Giminospermas quanto nas Angiospermas, no en- tanto, existe alguma diferença quanto aos agentes polinizadores. Complete as frases a seguir: a) Os agentes polinizadores nas Angiospermas geralmente são ............................................ Explique o que atrai esses agentes: ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... b) O agente polinizador nas Giminospermas é ........................................... Explique o motivo: ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 02 O projeto "Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo", financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), envolveu diversas instituições de pesquisa e ensino. O levantamento realizado no Estado comprovou a existência de cerca de oito mil espé- cies de fanerógamas. a) Cite duas características exclusivas das fanerógamas. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... b) As fanerógamas englobam dois grupos taxonomicamente distintos, sendo que um deles é muito frequente no Estado e o outro representado por um número muito pequeno de espé- cies nativas. Qual dos grupos é pouco representado? ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... c) Que outro grupo de plantas vasculares não foi incluído nesse levantamento? ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 03 Considerando as fases gametofítica e esporofítica que ocorrem no ciclo de vida das angiospermas, qual delas estaremos observando ao olharmos para uma goiabeira adulta? .................................................................................................................................................... 04 Quais são as plantas fanerógamas? .................................................................................................................................................... 05 Quais estruturas são encontradas exclusivamente em Angiospermas? .................................................................................................................................................... 256 01 As flores das Angiospermas(plantas que dão fruto) são: (A) bonitas e cheirosas, pois atraem polinizadores. (B) grandes e rasteiras, pois são responsaveis por prender a planta no solo. (C) incolores e exalam um odor desagradável, espantando possiveis predadores. (D) bonitas e cheirosas, das mesma forma que as flores das gimnospermas. (E) angiospermas não possuem flores. 02 Considere as seguintes plantas: 1 - pinheiro 2 - musgo 3 - samambaia 4 - cajueiro Levando-se em conta as características dessas plantas, poderíamos colocar corretamente em ordem evolutiva: (A) 1 - 2 - 3 - 4 (B) 2 - 3 - 1 - 4 (C) 2 - 3 - 4 - 1 (D) 3 - 2 - 1 - 4 (E) 3 - 4 - 2 - 1 03 Considere os seguintes grupos vegetais: I. Briófitas II. Gimnospermas III. Angiospermas IV. Pteridófitas Assinale a alternativa correta. (A) Os quatro grupos são considerados plantas criptogâmicas. (B) Os quatro grupos são considerados plantas fanerogâmicas. (C) I e IV são considerados plantascriptogâmicas e II e III plantas fanerogâmicas. (D) I e II são considerados plantas criptogâmicas e III e IV plantas fanerogâmicas. (E) I, II e IV são considerados plantas criptogâmicas e III plantas fanerogâmicas. 04 Considerando que quanto mais partes um vegetal possui, mais evoluído é, podemos afirmar que, das alternativas a seguir, o vegetal mais evoluído é: (A) o musgo. (B) o abacateiro. (C) a samambaia. (D) o pinheiro. (E) a alga. 257 05 Relacione os grupos da COLUNA I com as características da COLUNA II. COLUNA I 1. Algas 2. Fungos 3. Briófitas 4. Pteridófitas 5. Gimnospermas 6. Angiospermas COLUNA II ( ) organismos vasculares, sem flores e sementes. ( ) organismos avasculares com fase gametofítica mais desenvolvida e duradoura do que a esporofítica. ( ) organismos que apresentam tubo polínico, vasos condutores e frutos. ( ) organismos autótrofos, unicelulares ou multicelulares, sem tecidos ou órgãos diferencia- dos. ( ) organismos sem clorofila, importantes na decomposição de animais e vegetais mortos. ( ) organismos que apresentam sementes expostas (nuas). A alternativa que apresenta a sequência correta de números na COLUNA II é: (A) 3, 4, 6, 5, 1, 2 (B) 3, 6, 1, 4, 2, 5 (C) 3, 6, 4, 5, 1, 2 (D) 4, 3, 6, 2, 1, 5 (E) 4, 3, 6, 1, 2, 5 01 Na região de Campos de Jordão ocorre ainda, em grande quantidade, o pinheiro-do-paraná, que fornece um excelente alimento. Pergunta-se: a) A que grupo pertence esse vegetal? ................................................................................................................................................... b) Qual a classificação do órgão que é comestível? .................................................................................................................................................. 02 Um estrangeiro, em visita à região sul do Brasil, teve sua atenção voltada para uma planta nativa, de porte arbóreo, com folhas pungentes e perenes e flores reunidas em inflorescências denominadas Estróbilos. Desta planta obteve um saboroso alimento, preparado a partir do cozimento em água fervente. Qual o nome popular desta planta e a que grupo pertence? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 258 03 Em visita a um Jardim Botânico, um grupo de estudantes listou os seguintes nomes de plantas observadas: Ipê-amarelo-da-serra, Seringueira, Ciprestes, Jaboticabeira, Orquídea, Hepáticas, Coco-da-baía, Avenca, Palmeira-dos-brejos ou Buriti e Sequóias. Dentre as plantas observadas no Jardim Botânico, a) indique aquelas que pertencem ao grupo das gimnospermas. Cite uma característica reprodutiva particular desse grupo. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... b) cite um exemplo de planta do grupo das pteridófitas. Mencione uma aquisição evolutiva desse grupo em relação às briófitas. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 04 A conquista do meio terrestre, pelas plantas, foi possível graças a um conjunto de adaptações. a) Cite duas adaptações dos vegetais terrestres relacionadas à economia de água. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... b) Que estruturas vegetais permitem a dispersão das pteridófitas e das gimnospermas, inde- pendentemente do meio aquático? ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 05 As plantas fanerógamas - gimnospermas e angiospermas - apresentam algumas característi- cas em comum. As angiospermas constituem o grupo vegetal com a maior biodiversidade, embora representem o grupo mais recente na história da Terra. a) Compare esses dois grupos, destacando as semelhanças e diferenças. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... b) Aponte os elementos que podem explicar o êxito das angiospermas em termos de biodiversidade. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 259 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 03: OS VEGETAIS E SUAS PARTES Como estudamos anteriormente, os vegetais são organismos capazes de captar a energia lumi- nosa, transformando-a em energia química, que é armazenada em substâncias orgânicas como a glicose. A junção de várias glicoses forma o amido (ou outro carboidrato) em algumas partes dos vegetais, sendo usadas pelos animais como alimento. Como os vegetais produzem seu próprio alimento, eles são denominados autótrofos. Nos vegetais pluricelulares, assim como nos animais, as células se juntam para formar tecidos. Os tecidos, por sua vez, formam órgãos especializados em funções específicas. Os principais ór- gãos do vegetal são raiz, caule e folha. Flor, frutos e sementes são órgãos reprodutivos. Os alimentos produzidos na fotossíntese podem ser armazenados nos diferentes órgãos da planta. Há vegetais, porém, que não possuem uma ou mais dessas partes, como as samambaias e os musgos estudados anteriormente. Apesar de, aparentemente, serem muito diferentes dos animais, entender como esses organis- mos autotróficos estão organizados para desempenhar suas diversas funções vitais pode ser de grande importância para os seres humanos, pois poderemos utilizá-las em nosso benefício sem prejudicar o equilíbrio da natureza como um todo. 260 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 03: REINO VEGETAL SUBUNIDADE 01: ESTUDO DA RAÍZ E CAULE PEQUENA-GRANDE ÁRVORE Não se tem registro garantido sobre a origem do bonsai. Através de manuscritos e desenhos, se sabe, porém, que a Chi- na é o país que deu origem a esta arte. No início, o objetivo de sua criação era apenas coletar árvo- res pequenas na natureza e criá-las em vasos, mas com o tem- po o cultivo delas foi se tornando umaarte. Apesar da China ser a dona do título de mão da arte, foi o Japão que a tornou mundi- almente famosa. Nos séculos XI e XII houve a grande invasão da cultura chinesa no Japão. Desde então o bonsai tem sido uma técnica conhecida como japonesa, o que já sabemos não ser verdade. Primeiramente o cultivo das pequenas árvores era restrito aos nobres, mas com a expansão da cultura zen, logo o bonsai se popularizou no Japão e depois para a Europa com a chegada dos portugueses e espanhóis ao oriente. No século XVIII os ingleses retornavam do Japão trazendo os primeiros exemplares para a Europa, e em 1878 já havia em Paris a primeira exposição européia. Em 1959, um grande mestre bonsaísta, Yoshi Yoshimura, levou para os Estados Unidos a técnica. Depois disso, para se espalhar para o mundo todo foi questão de vinte ou trinta anos. No Brasil as primeiras famílias japonesas que vieram na imigração que teve como destino São Paulo no início do século XX trouxeram os primeiros bonsais para o nosso país. Mas a arte só se popularizou em todo o território com o sucesso do filme Karatê Kid, de 1984. RAIZ Escondida sob a terra (na mai- oria das vezes) desempenha um papel fundamental: fixa o vegetal ao solo, retirando dele água e sais mi- nerais. Serve de depósito de mate- rial nutritivo, que algumas plantas uti- lizam em certas fases do desenvol- vimento, como cenoura e batata- doce. Possui quatro regiões bem de- finidas: zona de ramificação, zona pilífera ou de absorção, zona de crescimento e coifa ou caliptra. 261 1. TIPOS DE RAIZ Cada vegetal apresenta um tipo de raiz adaptado às suas necessidades e ao ambiente em que vive. As especializações podem ser diversas. As principais são: a) Raízes subterrâneas: São as mais comuns. Ficam dentro do solo, ao qual fixam os vege- tais. Podem ser de dois tipos: ••••• Pivotante: Existe uma raiz principal, geralmente maior que as demais e que penetra verticalmente no solo. Exemplos: feijão, café, laranjeira, abacateiro, ipê. ••••• Fasciculadas: Compõem-se de um conjunto de raízes finas que têm origem em um único ponto. Essas raízes permitem boa fixação das plantas e maior vantagem no combate à erosão. Exemplos: grama, milho, cana. b) Raízes tuberosas: Desenvolvidas devido ao acúmulo de substâncias nutritivas, são especializadas justamente no armazenamento de reservas alimentares. Exemplos: mandioca, beterraba. c) Raízes aéreas: Crescem sobre o caule de outras plantas ou permanecem pendentes. São revestidas por delicada camada de células epidérmicas mortas, o velame. Quando o ar está úmido, o velame absorve água e quando o ar está seco protege a planta contra a evapora- ção. Exemplo: orquídeas. d) Raízes-suportes ou raízes-escoras: Ampliam a base de sustentação do vegetal ao solo. Algumas espécies apresentam raízes com formato tabular (forma de tábuas), que aumen- tam a estabilidade da planta. Exemplos: Rhizophora sp., planta do mangue, e raízes tabulares da figueira. e) Raízes respiratórias: Também podem ser chamadas de pneumatóforos. São típicas de regiões com solos pobres em oxigênio ou ambientes como pântanos, mangues e alagadiços. Ficam para fora da água durante o período de maré baixa realizando trocas gasosas direta- mente com o ar atmosférico. Exemplo: Avicenia tomentosa. f) Raízes sugadoras: Presentes em plantas parasitas. Da estrutura de fixação saem proje- ções finíssimas chamadas de haustórios, que penetram no corpo de outros vegetais, até seus vasos condutores de seiva. É com esse tipo de raiz que os vegetais parasitas, incapa- zes de realizar a fotossíntese, sugam a seiva elaborada dos vegetais hospedeiros. Exemplos: cipó-chumbo, erva-de-passarinho. CAULE Os caules, de maneira geral, são estruturas aéreas que representam o eixo principal da planta, permitindo a ligação entre raízes e folhas pelos vasos condutores de seiva (bruta e elaborada). Todo caule possui regiões dotadas de células capazes de se multiplicar ativamente por mitose, fazendo o vegetal crescer, gerar ramos laterais e novas folhas. Essas regiões são chamadas de gemas, e são encontradas no ápice do caule (gema apical) e na ponta de cada ramo lateral (gemas laterais). A seiva bruta sobe pelo caule e chega até às folhas, sendo rica em água e sais minerais. A seiva elaborada é rica em glicose. Forma-se na folha e desce pelo caule para ser distribuída pela planta. Além de ser uma estrutura adaptada à condução dos diferentes nutrientes na planta, oferece sustentação aos ramos, às folhas, às flores e aos frutos. 262 1. TIPOS DE CAULE Os caules apresentam uma grande diversidade de tamanhos e formas. O caule mais comum é chamado de tronco, robustos e bem desenvolvidos na parte inferior e ramificados em sua porção superior, sendo responsável pela sustentação das árvores e arbustos. No entanto, outros diferentes tipos podem ser encontrados na natureza, sendo alguns deles: a) Estipes: Esse tipo de caule costuma não apresentar ramificações, mas um tufo de folhas no ápice. Esse tipo de tronco é típico das palmeiras (que são exemplos de monocotiledôneas). Imagem de um caule do tipo estipe, típico de palmeiras b) Caules trepadores: Geralmente são mais finos quando comparados a outros tipos de cau- les, mas apresentam como principal característica a capacidade de crescerem enrolados sobre um suporte qualquer. Caules trepadores são mais finos que os demais tipos de caule, mas apresentam a característica única de serem capazes de crescerem enrolados em qualquer tipo de suporte, até mesmo em outros caules 263 c) Colmos: Assim como as estipes, são caules não ramificados, mas divididos em gomos níti- dos, como podemos observar em bambus. Imagem de colmos, que são caules não-ramificados, assim como os estipes, mas que apresentam divisões em gomos em toda a sua extensão. Muito encontrados em bambu d) Estolões: Esses caules horizontais que crescem rente a superfície do solo (ou somente parcialmente enterrado) são responsáveis pela propagação vegetativa da planta. Em algu- mas porções desse caule as raízes se desenvolvem, gerando assim uma nova planta. Imagem de estolões de uma planta, muito semelhantes a uma sequência de várias plantas, cada uma com sua raiz. Na verdade, o estolão não deixa de ser responsável pela propagação do vegetal no ambiente e) Cladódios: Caule que, além de ser capaz de realizar fotossíntese (é mais maleável e apre- senta coloração verde), também apresenta a especialização de armazenar certa quantidade de água em algumas espécies. É típico de cactáceas (cactos), que, além de guardar água no caule, perderam as folhas no decorrer do processo evolutivo (que se transformaram em espinhos), reduzindo assim a perda de água por evapotranspiração. Caule de cactáceas são conhecidos como cladódios, pois são capazes de realizar fotossíntese (são verdes em função da presença de fotossíntese) e armazenar água. A imagem apresenta a figueira-da-índia (Opuntia maxima), tipo de espécie invasora no Brasil 264 f) Rizomas: Esses são caules subterrâneos que são capazes de acumular substâncias nutriti- vas, como acontece na bananeira e na batata-inglesa (sendo essa última também classifica- da como tubérculo). g) Bulbos: São estruturas complexas formadas, na verdade, pela junção de caule e folhas modificadas. Estão presentes na cebola e no alho, por exemplo. Os mais diferentes caules apresentados anteriormente podem ainda ser classificados como sendo: ••••• Aéreos: Exemplos: coqueiro, bambu, morango, abóbora. ••••• Subterrâneos: Exemplos: bananeira, cebola, batata. ••••• Aquáticos: Exemplos: aguapé, elodea (planta aquática muito comum em aquários). Entre os caules comestíveis, podemos citar ainda: alho, cana-de-açúcar, cebola e batata e o gengibre. Apesar da semelhança, a batata não é uma raiz, mas um caule que acumulou reservas nutritivas (amido) no decorrer do desenvolvimento da planta, sendo chamado de rizoma 01 Quais são as partes principais de uma raiz? ....................................................................................................................................................02 Qual a principal função da raiz? .................................................................................................................................................... A estrutura bulbosa de alhos e cebolas são, na verdade, uma completa associação de caule e folhas modificadas 265 03 Que tipo de estrutura relacionada com a alimentação da planta passa no meio do caule? .................................................................................................................................................... 04 O caule é um dos órgãos presentes nos vegetais superiores. Com relação a esse órgão, res- ponda: a) Quais as funções principais? ................................................................................................................................................... b) Qual o tipo habitual de caule do pinheiro-do-paraná? ................................................................................................................................................... c) O colmo é um tipo de caule presente na cana-de-açúcar e no bambu. Como se caracteriza esse tipo de caule? ................................................................................................................................................... 01 Num experimento, mergulharam-se em solução nutritiva as seguintes partes de quatro plantas intactas da mesma espécie: I. toda a raiz II. somente a zona suberosa da raiz III. somente a zona pilífera da raiz IV. somente a coifa da raiz Espera-se que, após alguns dias, tenham sobrevivido SOMENTE as plantas: (A) I e II (B) I e III (C) II e III (D) II e IV (E) III e IV 02 Considere a figura a seguir que representa tipos de raízes encontrados em plantas dos manguezais. 266 I. Algumas têm função de suporte, permitindo melhor fixação no ambiente considerado. II. Outras têm função respiratória, uma vez que nelas há estruturas capazes de permitir entra- da e saída de ar dos seus tecidos. III. Há, também, raízes com função sugadora, permitindo que a planta retire alimento de ou- tros vegetais. Está correto o que se afirma SOMENTE em: (A) I (B) II (C) III (D) I e II (E) II e III 03 Observe as figuras a seguir: Entre as funções que ocorrem nessas raízes e nesse caule comestíveis, NÃO se inclui (A) armazenagem de nutrientes. (B) reprodução sexuada. (C) reserva de água. (D) resistência ao frio. 04 Certos vegetais são bioindicadores da presença e/ou concentração de certos nutrientes no solo ou em ambientes aquáticos. Das plantas abaixo, assinale a que normalmente apresenta adap- tações que permitem a ela um bom desenvolvimento em solos com menor quantidade de sais nitrogenados. (A) gramíneas. (B) samambaias. (C) clorófitas. (D) leguminosas. 05 Plantas do gênero 'Rhizophora' com raízes-escora, que permitem melhor fixação em solo lodo- so, e do gênero 'Avicennia' com raízes respiratórias, que possibilitam a obtenção de oxigênio em solo alagado, são características (A) do cerrado. (B) do pantanal. (C) dos manguezais. (D) da mata atlântica. (E) da floresta amazônica. 267 01 Cipó-chumbo é um vegetal que não possui raízes, nem folhas, nem clorofila. Apresenta estrutu- ras especiais que penetram na planta hospedeira para retirar a substâncias que necessita para viver. Por sua forma de vida, o cipó-chumbo é considerado um holoparasita. Uma outra planta, a erva-de-passarinho, é considerada um hemiparasita e, embora retire das plantas hospedeiras água e sais minerais, possui folhas e clorofila. Considerando estas informações, responda. a) Pelo fato de o cipó-chumbo ser holoparasita, que tipo de nutriente ele retira da planta hospedeira para a sua sobrevivência? Justifique sua resposta. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... b) Quais estruturas das plantas hospedeiras são "invadidas" pelo cipó-chumbo e pela erva- de-passarinho, respectivamente? Justifique sua resposta. ................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 02 Árvores adultas geralmente apresentam dificuldades para serem transplantadas de um lugar para outro. As palmeiras, pertencentes, ás monocotiledôneas, suportam melhor essa operação, devido a seu sistema radicular. Explique por quê. .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 03 Barbatimão e gramínea convivem lado a lado no cerrado A figura anterior mostra o extraordinário desenvolvimento das raízes do barbatimão, em compa- ração com as raízes da gramínea. Até os 2 metros representados na figura, não aparecem sequer raízes absorventes do barbatimão, que estão em profundidade ainda maior. a) Indique a vantagem de as raízes do barbatimão atingirem vários metros de profundidade, em sua competição com as gramíneas. ................................................................................................................................................... b) Cite duas outras características das plantas do cerrado que possibilitam sua adaptação às condições da seca. ................................................................................................................................................... 268 PARTE II: OS 5 REINOS UNIDADE 03: REINO VEGETAL SUBUNIDADE 02: ESTUDO DAS FOLHAS ESTUDO DAS FOLHAS As folhas são os órgãos mais característicos das plantas, pois são as responsáveis diretas pelo autotrofismo do vegetal. Geralmente tem forma de lâmina e cor verde, devido à presença de cloro- fila. Sua principal função é realizar a fotossíntese, mas a folha também é responsável pela respira- ção e evapotranspiração (eliminação de vapor d'água). É bom saber que outras partes verdes do vegetal (como o caule, por exemplo) também podem realizar fotossíntese. O formato das folhas pode variar muito de espécie para espécie, estando diretamente relacio- nado com as adaptações específicas a cada ambiente. Ainda assim, a folha é composta de duas partes básicas: ••••• Limbo: é a lâmina da folha, também chamada de lâmina foliar; ••••• Pecíolo: liga a bainha ao limbo. Na maioria das plantas as folhas apresentam ainda uma espécie de expansão da base respon- sável pela sua fixação ao caule, chamada de bainha. Uma das características mais marcantes das folhas está relacio- nada com a forma com que os primórdios das folhas crescem a partir da gema apical. Essa disposição específica das folhas nos ramos é chamada de filotaxia. São diferentes as formas dessa disposição, sen- do uma de suas importâncias o não sombreamento das folhas logo abaixo pelas folhas que estão na parte de cima. Isso aumenta a efici- ência da exposição das folhas à fonte luminosa e, consequentemente, aumenta a eficiência da fotossíntese. Filotaxia do tipo opostas cruzadas, quando duas folhas inserem-se no mesmo nó do caule, em lados opostos, dispostas em planos cruzados 269 Existem vários tipos de folhas vegetais usados na nossa alimentação, como o alface, o agrião, a bertalha, erva-cidreira, erva-doce e outros. Esses alimentos são ricos em vários nutrientes, princi- palmente em sais minerais e fibras. As fibras ajudam nossas atividades intestinais, evitando a prisão de ventre e reduzindo a ingestão em excesso de alguns tipos de gordura (como o colesterol). TIPOS DE FOLHA As folhas podem ser completas ou incompletas, simples ou compostas. A folha completa tem limbo, pecíolo
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