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TERMODINÂMICA DA ATMOSFERA CÓDIGO: MTIG017 CH: 60 h Docente: João Batista Miranda Ribeiro OBJETIVO: – Processos Adiabáticos – Temperatura Potencial UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS Até certo ponto, dentre os processos que ocorrem na atmosfera, o adiabático é o mais importante. Tanto que, em geral, costuma-se considerar os processos na atmosfera como adiabáticos, principalmente quando estamos trabalhando com o ar seco. No entanto, os processos na atmosfera real não são inteiramente adiabáticos, uma vez que existe alguma mistura entre a parcela de ar e a vizinhança. Porém nós podemos desprezar esta mistura, pois quando o processo ocorre rapidamente, pode-se desprezar a troca de calor entre a parcela e a atmosfera, porque o ar é mau condutor de calor. Para se ter uma idéia da importância do processo adiabático, podemos exemplificar com o seguinte: movimentos verticais na atmosfera são da ordem de 1 cm.s-1. Suponha uma parcela de ar isolada de seu meio, de modo que não haja troca de calor. Se a parcela for levada durante o período de 24 horas, para níveis mais altos ou baixos da atmosfera, haverá um resfriamento ou aquecimento adiabático, respectivamente, de aproximadamente 9°C, ao final daquele período. Ou seja, a temperatura da parcela de ar varia adiabaticamente de 9°C ao dia, dependendo do movimento. No entanto, a absorção ou emissão da radiação, produz uma variação de temperatura na parcela, da ordem de 1°C por dia, aproximadamente. Comparando-se, podemos concluir que a aproximação adiabática é mais importante que os processos radiativos, além de que a níveis não muito próximos do solo, os fluxos de calor por radiação e condução são pequenos, quando comparados ao trabalho envolvido para comprimir e expandir uma parcela de ar que se desloca na atmosfera. Em períodos longos de tempo, os movimentos ascendentes são compensados pelos movimentos descendentes. Assim, não é possível manter só movimentos de ar ascendentes ou descendentes, durante muito tempo. Conseqüentemente, a variação média da temperatura da parcela de ar, após aquele longo período, será menor do que a temperatura relativa aos processos radiativos. Sendo assim, a aproximação adiabática pode ser considerada válida para períodos de tempo de até 24 h. Outros processos diabáticos (permitem a troca de calor) devem ser considerados, pois restringem a aproximação adiabática, um deles é a condução de calor. O ar é um péssimo condutor de calor, porém, a alguns milímetros do solo a condução molecular de calor é da máxima importância. A mistura da parcela de ar com o meio ambiente pode ser considerada. Seja uma bolha de ar quente envolvida em um meio ambiente contendo ar frio. A bolha pode esfriar-se devido a pequenos turbilhões. Estes turbilhões são pequenas instabilidades e ocorrem na forma de pequenos vórtices (em inglês são ditos eddies). Estes vórtices vão penetrando pelas bordas e, como conseqüência, há uma certa mistura do ar frio do vórtice com o ar quente da bolha. Este processo é muito importante nos primeiros quilômetros da atmosfera, desde que não hajam movimentos ascencionais organizados próximos ao solo (não é válido em terreno montanhoso, pois montanhas provocam movimentos ascendentes). Equações de Poisson (1823): Em um processo adiabático, nós podemos relacionar a temperatura T com o volume específico α. T1 α1 R/c v = T2 α2 R/c v T αR/cv = constante cv = cp/ʋ Equações de Simeon Denis Poisson (1823)-Matemático e Físico francês: Em um processo adiabático, nós podemos relacionar a pressão P com o volume específico α, igualando-se as equações (2.38) e (2.40), pois dq = 0, portanto, P1 α1 ᶹ = P2 α2 ᶹ P αᶹ = constante ᶹ = 1,4 Em um processo adiabático, nós podemos relacionar a pressão P com a temperatura T, para uma parcela de ar ascendente. T1 P1 -k = T2 P2 -k T P-k = constante K = Rd/cpd = 0,286 Equações de Poisson (1823): Em um processo adiabático, nós podemos relacionar a pressão P com a temperatura T, para uma parcela de ar subsidente. T2 P1 k = T1 P2 k T Pk = constante K = Rd/cpd = 0,286 T2 = T1 (P2/P1) k Ѳ = T(P0/P) k P0 = 1000 hPa Define-se temperatura potencial como aquela que uma parcela de ar teria se esta parcela fosse levada por um escoamento adiabático até a pressão de referência igual a 1000 hPa. Um escoamento adiabático é aquele que ocorre sem que haja troca de energia com o meio, ou seja, um escoamento que se dá conservando a entropia.[1] Temperatura que uma parcela de ar (a uma pressão P e cuja temperatura real é T) teria, se fosse trazida adiabaticamente até o nível de pressão aproximada de 1000 mb). Numa camada adiabática, a temperatura potencial não varia com a altura. Nas primeiras camadas da atmosfera (mais próximo da superfície) a diferença entre Ѳ e T costuma não ser maior que 10%. Em um processo adiabático (sem mudança de fase) a temperatura potencial se conserva. https://pt.wikipedia.org/wiki/Adiab%C3%A1tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Entropia https://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura_potencial#cite_note-1 Qual é a temperatura potencial? Temperatura potencial é um valor teórico usado em meteorologia ou previsão do tempo e em oceanografia ou estudo de oceanos. Esse valor, chamado teta na meteorologia, é a temperatura que uma massa de ar teria se fosse submetida a uma pressão padrão. A importância do uso de uma temperatura padrão é que o ar esfria em altitudes mais altas e os oceanos em profundidades maiores, o que dificulta a comparação direta de diferentes massas de ar ou água. Uma equação usada para definir a temperatura potencial no ar é conhecida como equação de Poisson. A pressão padrão de 29,97 polegadas de mercúrio (1000 milibares) é usada em um cálculo para converter a temperatura real. Esta equação é nomeada para Simeon Denis Poisson, um matemático e físico francês que a desenvolveu. O cálculo assume que nenhum calor ou massa é adicionado ou removido durante a conversão de pressão, uma suposição chamada alteração de pressão adiabática. Os meteorologistas observam as massas de ar à medida que se movem pela Terra e tentam determinar quais efeitos ocorrerão ao longo do tempo. O ar esfria à medida que sobe e aquece à medida que cai, portanto, comparar as temperaturas reais em diferentes pontos pode resultar em erros nas previsões do tempo. A temperatura potencial assume que todas as massas de ar estão na mesma pressão e o caráter ou composição da massa de ar não muda à medida que se move. Esse efeito também é importante para observar uma única massa de ar. À medida que as massas de ar circulam, elas podem encontrar montanhas ou mudar de terreno. Se uma massa de ar subir e esfriar, a temperatura real do ar será mais baixa. A temperatura potencial ignora esse fato e analisa a massa de ar na pressão padrão para determinar se as características da massa de ar estão mudando. Taxa de lapso é o termo para a mudança de temperatura que ocorre à medida que a altitude aumenta. A taxa padrão de lapso no ar estável pode ser estimada em cerca de 3,5 graus F (cerca de 2 graus C) por 1000 pés (300 metros) de altitude. O ar instável, como áreas de baixa pressão com tempestades ou frentes frias e quentes, cria condições atmosféricas em que a taxa de lapso não pode ser usada para estimativas de temperatura. A temperatura potencial pode ser usada para padronizar essas massas de ar a uma única pressão, permitindo comparações. Uma consideração importante ao usar esse cálculo é o ponto de orvalho da massa de ar. A parcela de ar considerada deve ser ar não saturado ou ar que não esteja no ponto de orvalho. Isso é importante porque o cálculo não assume que massa ou energia entre ou saia da amostra de ar. O ar saturado pode criar chuva, que é uma perda de massa que tornará esse cálculo inutilizável. Calcule a temperatura potencial de uma parcela de ar, que é trazida de um nível de pressão de 800 hPa à temperatura de 20oC, para a pressãopadrão de 1000 hPa. Equações de Poisson (1823): Em um processo adiabático, nós podemos relacionar a pressão P com a temperatura T, para uma parcela de ar subsidente. Ѳ=293K (1000 hPa/800 hPa)0,286 Ѳ=312,3 K K = Rd/cpd = 0,286 T2 = T1 (P2/P1) k Ѳ = T(P0/P) k P0 = 1000 hPa P = 800 hPa T=20ºC+273=293K instável neutro estável altura 0 z ΔѲ/Δz < 0 ΔѲ/Δz = 0 ΔѲ/Δz > 0 ΔѲ0 temperatura potencial (Ѳ) Figura 1: A figura acima mostra o processo de formação de nuvens através de térmicas, que são parcelas de ar quente que sobem, já que são menos densas. Digitalizado de Forsdyke, A.G. Previsão do Tempo e do Clima. https://meteoropole.com.br/2012/04/dica-de-livro-previsao-do-tempo-e-clima-forsdyke-a-g/ Essa pra eles resolverem!! OBRIGADO! João Batista Miranda Ribeiro Fone: (91)99912-3073 E-mail: jbmr@ufpa.br mailto:ricardo.rocha@sudam.gov.br
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