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- SEM PERÍCIA, NÃO HÁ JUSTIÇA - FORMAÇÃO DE PERITOS JUDICIAIS // Índice 1 // Orgãos Do Judiciário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 // Organização e Divisão Do Poder Judiciário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 // Dos Serventuarios da Justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 // Serventias da Justiça – (Varas / Secretarias) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 // Setor Forenses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 // Do Perito Judicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 7 // Da Perícia Judicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... 8 // Do Laudo Perícial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 9 // Quesitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ................... 10 // Proposta Honorários Periciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 // Gratuidade de Justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 // Defesa do Perito - Impugnações de Laudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 // Gratuidade de Justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 // Nomeação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ................ 15 // Processo Eletrônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 // Certificado Digital para Peritos Judiciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 8 9 10 11 16 26 31 36 44 54 58 60 65 68 71 1 / // Breve Apresentação Tantas são as carreiras que admitem atuação na área de Perícia Judicial e algumas delas, citamos a seguir: engenheiros, arquitetos, agrônomos, contadores, adminis- tradores, economistas, químicos, odontólogos, fisioterapeutas, médicos, profis- sionais de informática, corretores de imóveis, advogados, área de Tecnologia da Informação, etc. A competência no trabalho do perito tem rotina pequena e de fácil assimilação para aqueles que não dispõem de experiência em perícias, mas mesmo assim, o merca- do é escasso e o judiciário carece cada vez mais desses profissionais. O conteúdo trazido e tudo que cerca a perícia terá uma didática clara uma lingua- gem, sem os requintes de manifestações formais, própria do direito, que poderiam embaraçar a compreensão de profissionais de áreas distintas. O Perito para ser bem-sucedido, deve preencher dois espaços: 1º) Conhecer tudo que faz parte do campo de ação da Perícia, devendo ter total conhecimento quanto à burocracia, à prática forense, ao trato com os assistentes das partes, aos procedimentos nos exames e nas vistorias, à apresentação do Lau- do e formas jurídicas para Peticionar; 2º) Conhecimento técnico, especifico na sua área de atuação, com domínio sufi- ciente para dirimir as dúvidas suscitadas no processo judicial já que atuará como colaborador da justiça, do juízo da causa e das partes. O objetivo do curso é esgotar o que envolve a perícia judicial e levar na pratica e teoria, conteúdos extensos àqueles que possuem escassos conhecimentos nesse âmbito, como os recém-formados ou outros que se sentem inquietos quanto, ain- da, à inexistência da prática profissional. Bom lembrar que essa área é bem recomendada, também, para profissionais que já se aposentaram e sentem o desejo de continuar utilizando todo o conhecimento e prática adquiridos durante anos e assim complementar seus ganhos, ou para aque- les profissionais que possuem emprego mas desejam, também complementar sua renda mensal. Observa-se um natural desconforto para profissionais do campo de atuação técni- co-científica operarem no terreno do direito e da Justiça. Um dos motivos talvez possa ser o próprio desconhecimento do ramo, que faz pa- recer ao profissional um intruso. Porém é imprescindível essa incursão do EXPERT na vida do processo judicial, pois ele será pessoa indicada para esclarecer aos ad- vogados, às partes, ao Ministério Público e ao juiz questões em cuja natureza sejam 2 / leigos. A fim de oferecer um maior suporte aos novos peritos, abordaremos os ter- mos mais utilizados no ramo da Perícia Judicial, assim como aqueles que mais se defrontará em seu processo. O Código de Processo Civil é a lei que norteia o andamento de um processo civil na Justiça. Dentre uma numerosa quantidade de artigos estão aqueles que são diretamente ligados a todos os tipos de perícias. O Direito pode ser entendido como um sistema de normas jurídicas válidas em tem- po e espaço específicos, cuja finalidade é disciplinar as relações humanas intersub- jetivas. Dentre todas essas normas há uma parcela destinada a regrar a composição dos processos, ou seja, o ordenamento jurídico estatui como as pessoas devem agir na hipótese de terem direitos lesados ou colocados em situação de risco. Da mesma forma, num Estado Democrático de Direito, as normas jurídicas dispõem, ainda, como o Estado-Juiz deve se conduzir para pacificar os conflitos de interesses que lhe são submetidos e assim, podemos dizer que o perito é um auxiliar de extrema importância, já que atua tecnicamente junto ao judiciário com o intuito de possi- bilitar ao juiz/Estado, disponibilizar o bom direito ao jurisdicionado, que dele se socorre. A Constituição Federal assegura a todos o livre acesso ao Poder Judiciário para a proteção ou reparação de direitos, sendo que ao Estado foi atribuído o dever de desempenhar a atividade jurisdicional A rotina forense é regulamentada pela Lei do Código de Processo Civil, portanto, a burocracia enfrentada pelo perito é idêntica em todos os Estados da FEDERAÇÃO e DISTRITO FEDERAL. O CURSO BETA pretende com esse trabalho, colaborar de maneira prática, com os profissionais de todas as categorias que pretendem militar na perícia judicial ou que já estão ali trabalhando, o grande objetivo é mostrar como se dá o acesso à função de perito, de forma que possibilitem ao aluno interessado em ingressar na atividade, dependendo da vontade, disponibilidade e condições, transformando o seu empenho inicial numa atividade rentável e gratificante. 3 / // Conhecendo o Judiciário 1.0 – Orgãos Do Judiciário O Poder Judiciário é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 92 a 126. Ele é constitu- ído de diversos órgãos, com o Supremo Tribunal Federal (STF) no topo. O STF tem como função principal zelar pelo cumprimento da Constituição. Abaixo dele está o Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por fazer uma interpretação uniforme da legislação federal. No sistema Judiciário brasileiro, há órgãos que funcionam no âmbito da União e dos estados, in- cluindo o Distrito Federal e Territórios. No campo da União, o Poder Judiciário conta com as seguin- tes unidades: a Justiça Federal (comum) – incluin- do os juizados especiais federais –, e a Justiça Es- pecializada – composta pela Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar. A organização da Justiça Estadual, que inclui os juizados especiais cíveis e criminais, é de compe- tência de cada um dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, onde se localiza a capital do país. Tanto na Justiça da União como na Justiça dos es- tados, os juizados especiais são competentes para julgar causas de menor potencial ofensivo e de pe- queno valor econômico. Como regra, os processos se originam na primei- ra instância, podendo ser levados, por meio de recursos, para a segunda instância, para o STJ (ou demais tribunais superiores) e até para o STF, que dá apalavra final em disputas judiciais no país em questões constitucionais. Mas há ações que podem se originar na segunda instância e até nas Cortes Superiores. É o caso de processos criminais contra autoridades com prerrogativa de foro. Parlamentares federais, ministros de estado, o presidente da República, entre outras autori- dades, têm a prerrogativa de ser julgados pelo STF quando processados por infrações penais comuns. Nesses casos, o STJ é a instância com- petente para julgar governadores. Já à segunda instância da Justiça comum – os tribunais de Jus- tiça – cabe julgar prefeitos acusados de crimes co- muns. 1.1 - Justiça Da União 1.1.1 – Justiça Federal Comum A Justiça Federal da União (comum) é composta por juízes federais que atuam na primeira instân- cia e nos tribunais regionais federais (segunda ins- tância), além dos juizados especiais federais. Sua competência está fixada nos artigos 108 e 109 da Constituição. Por exemplo, cabe a ela julgar crimes políticos e infrações penais praticadas contra bens, serviços ou interesse da União (incluindo entidades autár- quicas e empresas públicas), processos que en- volvam Estado estrangeiro ou organismo interna- cional contra município ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil, causas baseadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional e ações que envolvam di- reito de povos indígenas. A competência para pro- cessar e julgar da Justiça federal comum também pode ser suscitada em caso de grave violação de direitos humanos. 1.1.2 – Justiça Do Trabalho - TRT A Justiça do Trabalho, um dos três ramos da Jus- tiça Federal da União especializada, é regula- da pelo artigo 114 da Constituição Federal. A ela compete julgar conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e patrões, incluindo aqueles 4 / que envolvam entes de direito público externo e a administração pública direta e indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Ela é composta por juízes trabalhistas que atuam na primeira instância e nos tribunais regionais do Trabalho (TRT), e por ministros que atuam no Tri- bunal Superior do Trabalho (TST). 1.1.3 – Justiça Eleitoral - TRE A Justiça Eleitoral, que também integra a Justiça Federal especializada, regulamenta os procedi- mentos eleitorais, garantindo o direito constitu- cional ao voto direto e sigiloso. A ela compete or- ganizar, monitorar e apurar as eleições, bem como diplomar os candidatos eleitos. A Justiça Eleito- ral tem o poder de decretar a perda de mandato eletivo federal e estadual e julgar irregularidades praticadas nas eleições. Ela é composta por ju- ízes eleitorais que atuam na primeira instância e nos tribunais regionais eleitorais (TRE), e por mi- nistros que atuam no Tribunal Superior Eleito- ral (TSE). Está regulada nos artigos 118 a 121 da Constituição. 1.1.4 – Justiça Militar A Justiça Militar é outro ramo da Justiça Federal da União especializada. Ela é composta por juízes militares que atuam em primeira e segunda ins- tância e por ministros que julgam no Superior Tribunal Militar (STM). A ela cabe processar e jul- gar os crimes militares definidos em lei (artigo 122 a124 da Constituição). 1.2 - Justiça Estadual A Justiça Estadual (comum) é composta pelos juízes de Direito (que atuam na primeira ins- tância) e pelos chamados desembargadores, que atuam nos tribunais de Justiça (segunda instância), além dos juizados especiais cíveis e criminais. A ela cabe processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à competência de ou- tro órgão jurisdicional (Justiça Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar), o que representa o maior volume de litígios no Brasil. Sua regula- mentação está expressa nos artigos 125 a 126 da Constituição. 1.3 Tribunais Superiores Órgão máximo do Judiciário brasileiro, o SUPRE- MO TRIBUNAL FEDERAL (STF) é composto por 11 ministros indicados pelo presidente da Repúbli- ca e nomeados por ele após aprovação pelo Se- nado Federal. Entre as diversas competências do STF pode-se citar a de julgar as chamadas ações diretas de inconstitucionalidade, instrumento jurídico próprio para contestar a constitucionali- dade de lei ou ato normativo federal ou estadual; apreciar pedidos de extradição requerida por Es- tado estrangeiro; e julgar pedido de habeas cor- pus de qualquer cidadão brasileiro. Entre suas principais atribuições está a de julgar: • ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual; • ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal • a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da própria Consti- tuição e a extradição solicitada por Estado es- trangeiro. • infrações penais comuns, o presidente da Re- pública e seu vice, os membros do Congresso Nacional, seus próprios ministros e o procura- dor-geral da República. 1.3.1 – Superior Tribunal De Justiça – STJ O STJ, que uniformiza o direito nacional infra- constitucional, é composto por 33 ministros no- meados pelo presidente da República a partir de lista tríplice elaborada pela própria Corte. Os mi- nistros do STJ também têm de ser aprovados pelo Senado antes da nomeação pelo presidente do Brasil. O Conselho da Justiça Federal (CJF) funcio- na junto ao STJ e tem como função realizar a su- pervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus. 1.4 – Conselho Nacional De Justiça (CNJ) Trata-se de instituição pública que visa aperfei- çoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro, 5 / principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual. É ór- gão do Poder Judiciário previsto nos artigos 92, I-A, e 103-B da CF, ambos inseridos pela Emenda Constitucional nº 45/2004. Compõe-se de 15 membros, com mandato de 2 anos. São membros do Poder Judiciário, do Mi- nistério Público, da Advocacia e da sociedade (2 cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ili- bada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal), nomeados pelo Presi- dente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, exceto o Presidente do Supremo Tribunal Federal. Justiça Estadual Justiça Federal Justiça do Trabalho Justiça Eleitoral Justiça Militar 1ᵃ Instância Juízes de Direito atuam nas Varas Especializadas das Comarcas 1ᵃ Instância Juízes Federais atuam nas Varas das Subseções Judiciárias 1ᵃ Instância Juízes do Trabalho atuam nas Varas do Trabalho 1ᵃ Instância Juízes Eleitorais e cidadões atuam nas Juntas Eleitorais 1ᵃ Instância Juízes de Direito realizam as Auditorias Militares 2ᵃ Instância Desembarga- dores atuam nos Tribunais de Justiça dos Estados - TJs 2ᵃ Instância Juízes Federais atuam nos Tribu- nais Regionais Federais - TRFs 2ᵃ Instância Juízes do Trabalho atuam nos Tribunais Regionais do Trabalho 2ᵃ Instância Juízes Eleitorais atuam nos Tribu- nais Regionais Eleitorais - TREs 2ᵃ Instância Colegiados de Juí- zes Civis e Militares atuam nos Tribu- nais de Justiças Militares - TJMs Superior Tribunal de Justiça - STJ Composto por 33 Ministros que atuam em questões que se referem à aplicação ou interpretação de lei federal Tribunal Superior do Trabalho - TST Composto por 27 Ministros Tribunal Superior Eleitoral - TSE Composto por 7 Ministros Superior Tribunal Militar - STM Composto por 15 Ministros Supremo Tribunal Federal - STF Composto por 11 Ministos que atuam em casos que envolvem lesão ou ameaça de lesão à constituição Federal Justiça Comum Justiça Especializada 6 / Tribunais Estaduais e do Distrito Federal e Territórios: Tribunal de Justiça do Acre Tribunal de Justiça de Alagoas Tribunal de Justiça do Amapá Tribunal de Justiça do Amazonas Tribunal de Justiça da Bahia Tribunal de Justiça do Ceará Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios Tribunal de Justiça doEspírito Santo Tribunal de Justiça de Goiás Tribunal de Justiça do Maranhão Tribunal de Justiça do Mato Grosso Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul Tribunal de Justiça de Minas Gerais Tribunal de Justiça do Pará Tribunal de Justiça da Paraíba Tribunal de Justiça do Paraná Tribunal de Justiça de Pernambuco Tribunal de Justiça do Piauí Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Tribunal de Justiça de Rondônia Tribunal de Justiça de Roraima Tribunal de Justiça de Santa Catarina Tribunal de Justiça de São Paulo Tribunal de Justiça de Sergipe Tribunal de Justiça de Tocantins Supremo Tribunal Federal Tribunal Superior do Trabalho Conselho Superior da Justiça do Trabalho Superior Tribunal de Justiça Conselho da Justiça Federal Tribunal Superior Eleitoral Superior Tribunal Militar Tribunais Federais: Tribunal Regional Federal da 1a Re- gião (Abrange os estados: AC, AM, AP, BA, DF, GO, MA, MG, MT, PA, PI, RO, RR) Tribunal Regional Federal da 2a Região (Abrange os estados: ES, RJ) Tribunal Regional Federal da 3a Região (Abrange os estados: MS, SP) Tribunal Regional Federal da 4a Região (Abrange os estados: PR, RS, SC) Tribunal Regional Federal da 5a Região (Abrange os estados: AL, CE, PB, PE, RN, SE) // Links dos Tribunais http://www.tjac.jus.br/ http://www.tjal.jus.br/ http://www.tjap.jus.br/ http://www.tjam.jus.br/ http://www.tjba.jus.br/ http://www.tjce.jus.br/ http://www.tjdft.jus.br/ http://www.tjdft.jus.br/ http://www.tjes.jus.br/ http://www.tjgo.jus.br/ http://www.tjma.jus.br/ http://www.tj.mt.gov.br/ http://www.tjms.jus.br/ http://www.tjmg.jus.br/ http://www.tjpa.jus.br/ http://www.tjpb.jus.br/ http://www.tjpr.jus.br/ http://www.tjpe.jus.br/ http://www.tjpi.jus.br/ http://www.tjrj.jus.br/ http://www.tjrn.jus.br/ http://www.tjrs.jus.br/ http://www.tjro.jus.br/ http://www.tjrr.jus.br/ http://www.tjsc.jus.br/ http://www.tj.sp.gov.br/ http://www.tjse.jus.br/ http://www.tjto.jus.br/ http://www.stf.jus.br/portal/principal/principal.asp http://www.tst.jus.br/ http://www.csjt.jus.br/ http://www.stj.jus.br/ http://www.jf.jus.br/ http://www.tse.jus.br/ http://www.stm.jus.br/ http://www.trf1.jus.br/ http://www.trf1.jus.br/ http://www.trf2.jus.br/Paginas/paginainicial.aspx?js=1 http://www.trf3.jus.br/ http://www.trf4.jus.br/trf4/ http://www.trf5.jus.br/ 7 / Tribunais Regionais Eleitorais Tribunal Regional Eleitoral do Acre Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas Tribunal Regional Eleitoraldo Amapá Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas Tribunal Regional Eleitoral da Bahia Tribunal Regional Eleitoral do Ceará Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal e Territórios Tribunal Regional Eleitoral de Goiás Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais Tribunal Regional Eleitoral do Pará Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba Tribunal Regional Eleitoral do Paraná Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco Tribunal Regional Eleitoral do Piauí Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia Tribunal Regional Eleitoral de Roraima Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe Tribunal Regional Eleitoral de Tocantins Tribunais Regionais do Trabalho: Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro) Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo/ capital) Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (Minas Gerais) Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (Rio Grande do Sul) Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia) Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (Pernambuco) Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (Ceará) Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Pará e Amapá) Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (Paraná) Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins) Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (Roraima e Amazonas) Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Santa Catarina) Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (Paraíba) Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (Acre e Rondônia) Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (São Paulo/ Interior) Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão) Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (Espírito Santo) Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (Goiás) http://www.tre-ac.gov.br/ http://www.tre-al.gov.br/ http://www.tre-ap.gov.br/ http://www.tre-am.gov.br/ http://www.tre-ba.gov.br/ http://www.tre-ce.gov.br/ http://www.tre-df.gov.br/ http://www.tre-df.gov.br/ http://www.tre-go.gov.br/ http://www.tre-ma.gov.br/ http://www.tre-mt.gov.br/ http://www.tre-ms.gov.br/ http://www.tre-ms.gov.br/ http://www.tre-mg.gov.br/ http://www.tre-pa.gov.br/ http://www.tre-pb.gov.br/ http://www.tre-pr.gov.br/ http://www.tre-pe.gov.br/ http://www.tre-pi.gov.br/ http://www.tre-rj.gov.br/ http://www.tre-rn.gov.br/ http://www.tre-rn.gov.br/ http://www.tre-rs.gov.br/ http://www.tre-rs.gov.br/ http://www.tre-es.gov.br/ http://www.tre-ro.gov.br/ http://www.tre-rr.gov.br/ http://www.tre-sc.gov.br/ http://www.tre-sp.gov.br/ http://www.tre-se.gov.br/ http://www.tre-to.gov.br/ http://www.trt1.jus.br/ http://www.trt2.jus.br/ http://www.trt3.jus.br/ http://www.trt4.jus.br/portal/portal/trt4/home http://www.trt5.jus.br/ http://www.trt6.jus.br/portal http://www.trt7.jus.br/ http://www.trt8.jus.br/ http://www.trt9.jus.br/internet_base/inicial.do;jsessionid=0C429E77AAAF4291DE747D5B3899D94A.jboss02?evento=cookie http://www.trt10.jus.br/ http://www.trt11.jus.br:8080/Portal/layoutInicial.jsf http://www.trt12.jus.br/portal/ http://www.trt13.jus.br/engine/principal.php http://www.trt14.jus.br/ http://www.trt15.jus.br/ http://www.trt16.jus.br/site/index.php http://www.trt17.jus.br/portal/ http://www.trt18.jus.br/portal 8 / Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (Alagoas) Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (Sergipe) Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região ( Rio Grande do Norte) Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (Piauí) Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (Mato Grosso) Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (Mato Grosso do Sul) Tribunais Militares Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais Tribunal de Justiça Militar do Estado do Rio Grande do sul Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo 2.0 – Organização e Divisão Do Poder Judiciário 2.1 - O território do Estado, para efeito da administração da justiça, divide-se em regiões judiciárias, comarcas, distritos, subdistritos, circunscrições e zonas judi- ciárias. 2.1.1 - Cada comarca compreenderá um município, ou mais de um, desde que con- tíguos, e terá a denominação da respectiva sede, podendo compreender uma ou mais varas. 2.1.2 - As regiões judiciárias serão integradas por grupos de comarcas ou varas, suas sedes serão as comarcas indicadas em primeiro lugar. 2.1.3 - Da criação e classificação das Comarcas • Para a criação e a classificação das comarcas, serão considerados os números de habitantes e de eleitores, a receita tributária, o movimento forense e a extensão territorial dos Município do estado. • No que concerne à extensão territorial, será levada em conta a distância entre a sede do município e a da comarca. 2.1.4 - São requisitos essenciais para a criação de comarca: • População mínima de quinze mil habitantes ou mínimo de oito mil eleitores; • Movimento forense anual de, pelo menos, duzentos feitos judiciais; • Receita tributária municipal superior a três mil vezes o salário-mínimo vigente na capital do estado. http://www.trt19.jus.br/siteTRT19/http://www.trt20.jus.br/ http://www.trt21.jus.br/ http://portal.trt22.jus.br/site/site.do?categoria=Home http://portal.trt23.jus.br/ecmdemo/public/trt23 http://www.trt24.jus.br/www_trtms/ http://tjmmg.jus.br/ http://tjmmg.jus.br/ http://www.tjmrs.jus.br/processos/processos.asp http://www.tjmrs.jus.br/processos/processos.asp http://www.tjmsp.jus.br/ http://www.tjmsp.jus.br/ 9 / 3.0 – Dos Serventuarios da Justiça Todo aquele que de qualquer modo serve a Justiça como funcionário, ou auxilia do juízo. • ESCRIVÃES – processar os feitos que lhes forem distribuídos ou lhes couberem em razão do ofício; ii - zelar pela regularidade da distribuição dos feitos em que tenham de funcionar; • ESCREVENTES em geral, incumbe praticar os atos e executar os trabalhos, re- lativos à sua função, de que forem encarregados pelos serventuários a que es- tiverem subordinados. • ESCREVENTES AUXILIARES incumbe executar os serviços de expediente e, além de outras que lhes forem cometidas, exercer as funções de protocolista, arquivista, almoxarife e datilógrafo. • OFICIAIS DE JUSTIÇA – aos oficiais de justiça incumbe: i - fazer, pessoalmente as citações e diligências ordenadas pelos juízes perante os quais servirem; ii - lavrar certidões e autos das diligências que efetuarem; iii - cumprir as determinações dos juízes; 10 / 4.0 – Serventias da Justiça – (Varas / Secretarias) Juízes de Direito do Cível Juízes de Direito de Família Juízes de Direito de Fazenda Pública Juízes de Direito da Dívida Ativa Juízes de Direito de Órfãos e Sucessões Juízes de Direito em Matéria Acidentária Juízes de Direito de Registros Públicos Juízes de Direito de Registro Civil Juízes de Direito em Matéria Empresarial Juízes de Direito da Infância e da Juventude Juízes de Direito do Idoso Juízes de Direito em Matéria Criminal Juízes de Direito em Matéria de Execução Penal Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher Juizado do Torcedor e Grandes Eventos Juizados Especiais e suas Turmas Recursais Juízes de Paz 4.1 - PROGER O Protocolo Geral das Varas - PROGER - destina-se a receber petições e expedientes diários endere- çados às serventias judiciais de primeira instância e, ainda, as petições judiciais diárias direcionadas à Vara de Execuções Penais, além de outros en- cargos que lhe forem atribuídos pelo Corregedor- -Geral da Justiça, limitando-se à verificação do endereçamento, à conferência da existência de anexos, se houver, e ao lançamento de firma de advogado e/ou estagiário 4.2 - Distribuidor É o setor responsável para receber todas petições iniciais (aquelas que inauguram o processo judi- cial na forma física) 4.3 - Central De Mandados É o setor centralizador dos Técnicos Judiciários com função de Oficial de Justiça, com o cumpri- mento de todos os mandados de competência da central, assim como dos mandados de intima- ções e citações de servidores e agentes delegados do foro extrajudicial nas sindicâncias, expedien- tes e processos. 4.4 – Setor de Perícia Judicial Presta apoio aos peritos, disponibilizando, inclu- sive, espaço para atendimento a periciando, re- cebimento de processos de Comarcas de interior para estudo de Peritos, etc. ( SEJUD, SETECs, etc) 11 / 5.0 – Setor Forenses Passo 1 Petição inicial: o começo de tudo Passo 2 Citação: o direito de defesa do réu Passo 3 Réplica: o direito de resposta do autor Passo 4 Fase Probatória: quem alega tem que provar Passo 5 Sentença: a decisão final do juiz Passo 7 Cumprimento de Sentença: a decisão em prática Passo 6 Recursos: a arma do vencido 12 / 5.1. Petição inicial: o começo de tudo O primeiro passo de todo processo é a petição ini- cial. Nesse documento, o autor — ou seja, quem ajuizou a ação — irá expor os fatos que o levaram a entrar com a ação, bem como quais dos seus direitos foram violados. Além disso, é nesse mo- mento que o autor formula os seus pedidos prin- cipais ao juiz: se quer uma indenização, se quer que o réu faça ou se abstenha de fazer algo, etc. Vejamos um exemplo: um médico cirurgião plásti- co causa sérios danos à face de sua cliente. Com a ajuda de seu advogado, ela irá formular a petição inicial dando os detalhes da cirurgia: de quem foi a culpa, quais as causas dos danos, houve imperí- cia? Ao final da petição, ela formula o seu pedido, que poderá ser a indenização pelos danos causa- dos, entre outros. Conforme acima, na petição inicial, o autor, re- presentado por seu advogado, expõe os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, com suas espe- cificações e as provas que pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados. O Juiz verifica se a petição atende aos requisitos exigidos (artigo 319 e seguintes do código de pro- cesso civil). Estamos em termos, o juiz a despa- chará, ordenando a citação do réu para responder (artigo 335 e seguintes do CPC). Feita a citação, geralmente por oficial de justiça, o réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, sendo essa peça processual chamada contestação. Findo o prazo para defesa do réu, o escrivão re- meterá os autos (pasta onde são anexados todos os atos do processo, desde o seu início, em pro- cessos eletrônicos, tais peças serão disponibiliza- das digitalmente. Não havendo motivos para extinguir o processo ou para julgar antecipadamente o processo, pro- ferirá o juiz o chamado despacho saneador, em que decidirá sobre a realização de prova pericial, nomeará perito, facultando às partes a indicação de seus assistentes técnicos. Se a questão do processo for urgente (como no caso de uma pessoa precisar de tratamento mé- dico imediatamente, por exemplo), é possível for- mular um pedido especial para o juiz na petição inicial – a chamada tutela provisória. Nesse caso, o juiz irá analisar esse pedido assim que receber o documento e tomar a sua decisão – que não é de- finitiva, podendo ser modificada posteriormente, a depender das provas produzidas no processo. 5.2. Citação: o direito de defesa do réu Assim que o juiz recebe a petição inicial, ele veri- fica se os seus requisitos formais estão de acordo com a lei. Caso estejam, passa-se à próxima fase do processo judicial: a citação do réu para que ele tome conhecimento da ação. Nesse momento, por exemplo, um oficial de justiça vai à residên- cia do réu (ou à sede da pessoa jurídica) e entrega um mandado de citação, ou seja, uma ordem do juiz para que ele compareça a uma audiência de conciliação. Tal citação poderá ser realizado pelo Correios, dependendo do caso. Nessa audiência, as partes serão estimuladas a chegar a um acordo, com a ajuda de um concilia- dor profissional. Caso não cheguem ao consenso, depois da audiência começa o prazo para que o réu apresente a sua versão dos fatos por meio de um documento chamado contestação. Nele, o réu pode alegar várias matérias para se defender, até mesmo solicitar prova pericial, para ajudá-lo a provar suas alegações. 13 / 6.0 – Direito Processual os 5 princípios do Processo 1. Princípio da imparcialidade do juiz A imparcialidade do juiz é garantia de justiça para as partes. É pressuposto para que a relação processual se desenvolva naturalmente. 2. Princípios do contraditório e ampla defesa Este princípio estabelece que todas as provas arroladas no processo devem ter em aberto uma contestação pela parte contrária, bem como os atos do juiz devem ser de amplo conhecimento das partes. 3. Princípio do livre convencimen- to O juiz deve formar livremente sua convicção sobre quem tem a primazia no processo, dispon- do das diversas provas colhidas e apresentadas pelas partes. 4. Princípio da publicidade Este princípio estipula que todas as decisões e processos devem ter seu acesso garantido, evi- tando-se o sigilo. 5. Princípio da inércia É estabelecido que aquele que busca o direito deve provocar o sistema judiciário, e assim, a partir deste estímulo inicial, o poder público po- deráagir na busca da realização da justiça. 14 / 7.1 – Desenvolvimento do Processo 7.1. Petição inicial: o começo de tudo. O primeiro passo de todo processo é a petição inicial. Nesse documento, o autor — ou seja, quem ajuizou a ação — irá expor os fatos que o levaram a entrar com a ação, bem como quais dos seus direitos foram violados. Além disso, é nesse momento que o autor formula os seus pedidos principais ao juiz: se quer uma indeni- zação, se quer que o réu faça ou se abstenha de fazer algo, etc. Vejamos um exemplo: um médico cirurgião plástico causa sérios danos à face de sua cliente. Com a ajuda de seu advogado, ela irá formular a petição inicial dando os detalhes da cirurgia: de quem foi a culpa, quais as causas dos danos, houve imperícia? Ao final da petição, ela formula o seu pedido, que poderá ser a indenização pelos danos causados, entre outros. Conforme acima, na petição inicial, o autor, representado por seu advogado, expõe os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, com suas especificações e as provas que pretende de- monstrar a verdade dos fatos alegados. O Juiz verifica se a petição atende aos requisi- tos exigidos (artigo 319 e seguintes do código de processo civil). Estamos em termos, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu para responder (artigo 335 e seguintes do CPC). Feita a citação, geralmente por oficial de justiça, o réu poderá oferecer, no prazo de 15(quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, sendo essa peça processual chamada contestação. Findo o prazo para defesa do réu, o escrivão remeterá os autos (pasta onde são anexados todos os atos do processo, desde o seu início, em processos eletrônicos, tais peças serão disponibi- lizadas digitalmente. Não havendo motivos para extinguir o processo ou para julgar antecipadamente o processo, pro- ferirá o juiz o chamado despacho saneador, em que decidirá sobre a realização de prova pericial, nomeará perito, facultando às partes a indicação de seus assistentes técnicos. Se a questão do processo for urgente (como no caso de uma pessoa precisar de tratamento médico imediatamente, por exemplo), é possí- vel formular um pedido especial para o juiz na petição inicial – a chamada tutela provisória. Nesse caso, o juiz irá analisar esse pedido assim que receber o documento e tomar a sua decisão – que não é definitiva, podendo ser modificada posteriormente, a depender das provas produzi- das no processo. 7.2. Citação: o direito de defesa do réu Assim que o juiz recebe a petição inicial, ele veri- fica se os seus requisitos formais estão de acordo com a lei. Caso estejam, passa-se à próxima fase do processo judicial: a citação do réu para que ele tome conhecimento da ação. Nesse momento, por exemplo, um oficial de justiça vai à residên- cia do réu (ou à sede da pessoa jurídica) e entrega um mandado de citação, ou seja, uma ordem do juiz para que ele compareça a uma audiência de conciliação. Tal citação poderá ser realizado pelo Correios, dependendo do caso. Nessa audiência, as partes serão estimuladas a chegar a um acordo, com a ajuda de um concilia- dor profissional. Caso não cheguem ao consenso, depois da audiência começa o prazo para que o réu apresente a sua versão dos fatos por meio de um documento chamado contestação. Nele, o réu pode alegar várias matérias para se defender, até mesmo solicitar prova pericial, para ajudá-lo a provar suas alegações. 15 / 1 2 3 Citação: aceita a inicial,a parte processada é informada da exis- tência do processo. Audiência de Conciliação: partes compare- cem em juízo para tentar chegar a um acordo, com auxílio de conciliador profissional. Contestação: não havendo acordo, parte processada poderá apresentar sua versão dos fatos, com as provas que entender necessárias. 7.3. Réplica: o direito de resposta do autor Depois que o réu apresenta a sua defesa, comu- mente o próximo passo do processo é a réplica. Esse é o nome da manifestação por meio do qual o autor contrapõe os argumentos que o réu ale- gou em sua contestação. 7.4. Fase probatória: quem alega tem que provar Agora que as partes apresentaram todos os seus argumentos, passamos a uma das fases mais im- portantes de um processo judicial: a fase probató- ria. Nesse momento, o juiz convoca as partes para que indiquem quais provas pretendem produzir para corroborar a sua versão dos fatos, quando eles podem, inclusive, requerer a prova pericial. É importante destacar que nem todas as provas indicadas pelas partes são aceitas. O juiz analisa a pertinência e a necessidade de cada uma delas e autoriza ou não a sua produção. Meios de Prova (CPC) Depoimento Pessoal Inspeção Judicial Perícia Confissão Exebição de Documento ou Coisa Documento 16 / Agora que as partes apresentaram todos os seus argumentos, passamos a uma das fases mais im- portantes de um processo judicial: a fase probató- ria. Nesse momento, o juiz convoca as partes para que indiquem quais provas pretendem produzir para corroborar a sua versão dos fatos, quando eles podem, inclusive, requerer a prova pericial. É importante destacar que nem todas as provas indicadas pelas partes são aceitas. O juiz analisa a pertinência e a necessidade de cada uma delas e autoriza ou não a sua produção. Depois que todas as provas foram devidamente autorizadas, produzidas e juntadas no processo, o juiz chamará as partes para, em última chance, argumentarem sobre elas. Essa será a última vez que elas poderão se manifestar no processo antes da sentença. 7.5. Sentença: a decisão final do juiz Agora, chegamos à parte mais importante do pro- cesso: a sentença. É nesse ato que, depois de ana- lisar todos os argumentos e provas, o juiz toma a sua decisão final. Além de decidir sobre os pedidos da petição inicial, o juiz também condena a parte perdedora ao pagamento das chamadas verbas sucumbenciais. Isso significa que todos os gastos efetuados ao longo do processo — tanto com honorários de advogado, quanto com taxas cobradas ao longo do procedimento —deverão ser arcadas pela par- te perdedora. 7.6. Recursos: a arma do vencido Ainda que a sentença seja a decisão final do juiz, ainda é possível recorrer contra essa decisão. As- sim, a parte insatisfeita poderá apresentar um re- curso de apelação, buscando reverter a sentença. Esse recurso não será julgado pelo mesmo juiz, mas por, via de regra, Desembargadores de um Tribunal. Eles terão poderes para rever o processo e, se for o caso, modificar a decisão do juiz. DECISÃO MONOCRÁTICA RECURSO DENTRO DO PRAZO NOVA ANÁLISE DO PROCESSO POR COLEGIADO 7.7. Cumprimento de sentença: colocando a decisão em prática Depois que todos os recursos interpostos forem julgados, diz-se que a decisão transitou em julga- do. Isso significa que, a partir desse momento, ela é definitiva e pode ser colocada em prática. É claro que, em alguns casos, é permitido colocar a sentença em prática antes do trânsito em julga- do: nos casos em que há urgência, por exemplo, não é preciso esperar o julgamento de todos os recursos. A parte pode consultar o seu advogado para verificar se esse é o seu caso. Durante a fase do cumprimento de sentença, o credor deve exigir do devedor que cumpra o que a sentença determinou. Assim, em um caso em que o juiz ordenou que o réu pagasse uma quantia ao autor, por exemplo, é nessa fase que são apresen- tados os cálculos e o devedor é intimado para de- positar o que deve. O processo tem seu fim quan- do a sentença é definitivamente cumprida. 17 / 7.8 – Agravo de Instrumento Esse é o recurso utilizado pelas partes (autor, réu ou ambos) que não concordam com a homologação da proposta de honorários, pelo juiz de 1º. Grau. Neste caso o perito deverá aguardar a decisão do colegiado para dar andamento ao seu trabalho, visto tratar-se de discussão voltada pelo valor de seus honorários periciais. Na petição inicial, o autor, representado por seu advogado,expõe os fatos e os fun- damentos jurídicos do pedido, com suas especificações e as provas que pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados. O Juiz verifica se a petição atende aos requisitos exigidos (artigo 319 e seguintes do código de processo civil). Estamos em termos, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu para responder (artigo 335 e seguintes do CPC). Feita a citação, ge- ralmente por oficial de justiça, o réu poderá oferecer, no prazo de 15(quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, sendo essa peça processual chamada contestação. Findo o prazo para defesa do réu, o escrivão remeterá os autos (pasta onde são ane- xados todos os atos do processo, desde o seu início, em processos eletrônicos, tais peças serão disponibilizadas digitalmente. Não havendo motivos para extinguir o processo ou para julgar antecipadamente o processo, proferirá o juiz o chamado despacho saneador, em que decidirá sobre a re- alização de prova pericial, nomeará perito, facultando às partes a indicação de seus assistentes técnicos. 18 / 8.0 – Do Perito Judicial 8.1 – Definições enominações do Perito: Auxiliar da Justiça - Es- pecialista - Ilustríssimo Expert - Longa Manus - As- sistente do juízo. Para Didier Jr. Prova pericial [...] é aquela pela qual a elucidação do fato se dá com ao auxílio de um perito, especialista em determinado campo do saber, devidamente nomeado pelo juiz, que deve registrar sua opinião técnica e científica no cha- mado laudo pericial – que poderá ser objeto de discussão pelas partes e seus assistentes técnicos. (DIDIER JR., 2010, p. 225) Já para Humberto Theodoro Junior, surge “a pro- va pericial como o meio de suprir a carência de conhecimentos técnicos de que se ressente o juiz para apuração dos fatos litigiosos”. (THEODORO JÚNIOR, 2011, p.486) Montenegro Filho conceitua como: “espécie de prova que objetiva fornecer esclare- cimentos ao magistrado a respeito de questões técnicas, que extrapolam o conhecimento cientifi- co do julgador, podendo ser de qualquer nature- za e originada de todo e qualquer ramo do saber humano, destacando-se os esclarecimentos nas áreas da engenharia, da contabilidade, da me- dicina e da topografia.” (MONTENEGRO FILHO, 2009, p.479) Olívio A. Batista da Silva vai mais a funda na ques- tão, fazendo uma sucinta comparação entre os possíveis meios de prova no processo: “A Função de toda atividade probatória é fornecer ao julgador os elementos por meio dos quais ele há de formar o seu convencimento a respeito dos fatos controvertidos no processo. Este contato do juiz com os fatos da causa pode dar-se através das provas orais produzidas em audiência, quando o juiz ouve as partes ou inquire as testemunhas, ou mediante o exame dos documentos constantes dos autos, ou, ainda, quando se traz ao processo não o documento, e sim as pessoas ou coisas de que se pretenda extrair elementos de prova.” O Perito é aquele profissional que realiza os exames necessários, nos vários ramos do conhe- cimento, cujo objetivo é atingir a chamada VER- DADE REAL ou a MATERIALIDADE DO FATO OU DO DELITO. Sempre que o esclarecimento de um fato depen- der de conhecimento técnico e científico, o juiz deverá valer-se de um especialista, ou seja, de um perito para atuar no processo, para produzir as provas técnicas, ou seja, a prova pericial. O perito, no exercício de sua missão, pode proce- der a todas as indagações que julgar necessárias, devendo consignar, com imparcialidade exem- plar, todas as circunstâncias, sejam ou não favo- ráveis ao autor ou réu. Há, na jurisprudência, inúmeras decisões que, respeitando o ordenamento jurídico, e sob pena de cerceamento de defesa, reconheceram que o cargo de perito só pode ser preenchido por pro- fissional “especialista” na respectiva área de co- nhecimento. Deve agir livremente, é o senhor de sua vontade, de suas convicções, não podendo ser coagido por ninguém, nem mesmo por autoridades a respeito de suas conclusões. O Perito judicial auxilia a justiça ou ao juízo é o profissional habilitado e nomeado pelo juiz para opinar sobre questões de sua especialidade. É prerrogativa de juiz valer-se de um especialista, de um expert na matéria. A atividade exige formalidades legais e técnicas e somente poderá ser exercida em conformidade com as formalidades estabelecidas na Lei (em es- pecial nas leis processuais) e o profissional, inclu- sive, estar regularmente inscrito em sua entidade de classe, se a profissão já estiver criada seu pró- prio Conselho de Classe. Melo (2003) esclarece que o perito judicial não é parte, não é advogado, não é juiz, dele se espera que, além de ter conhecimento técnico suficien- te para o desempenho da função, tenha também facilidade de expressar-se clara e concisamente, habilidade no trato de conflitos, conhecimentos jurídicos e experiência em produção de prova pe- ricial. Conforme assinala Didier (2016, p. 265) os peritos judiciais, são especialistas que oportunamente, a serviço da justiça, colaboram com a sua “aptidão técnica de conhecimento e verificação de fatos ou com opinião técnica a respeito da interpretação e avaliação dos fatos, explicitando as regras técni- cas para que o juiz o faça”. 19 / A legislação Processual Civil define a atividade do perito em seu artigo 156: Art . 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. § 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. Podemos observar no normativo processual aci- ma, a obrigatoriedade em relação aos juízes, de nomear seus peritos para assisti-los em processos com cunho técnico ou científico, não podendo ele, sob pena de nulidade do processo, abrir mão dessa exigência. Importante ressaltar, também, que somente o perito poderá esclarecer os fatos ou trazer aos autos as provas necessárias para a justa solução dos conflitos entre as partes. Nesta condição, não é uma prerrogativa do magistrado, mas sim uma imposição legal. O juiz deve limitar-se à análise do conjunto pro- batório constante nos autos, aqueles hábeis para provar a verdade dos fatos, em que funda a ação ou a defesa. Prestigiando a segurança, e minimizando os ris- cos de prejuízos às partes e ao resultado útil do processo, a Lei nº 13.105/2015 é incisiva ao dispor que para o cargo de perito só pode ser nomeado o profissional que for especializado na área de co- nhecimento do objeto da perícia. Com efeito, o artigo 465 do Código de Processo Civil é expresso quando impõe ao juiz o dever de nomear apenas “perito especializado no objeto da perícia”. Ciente de sua nomeação, o expert de- verá, em cinco dias, apresentar seu currículo com comprovação de especialização quanto ao obje- to da perícia (art. 465, §2º, II, CPC), devendo ser substituído se “faltar-lhe conhecimento técnico ou científico” (art. 468, I, CPC) Importante reiterar que para o exercício de suas funções o juiz necessita do auxílio constante ou eventual de outras pessoas que, tal como ele, de- vem atuar com diligência e imparcialidade (art. 149, CPC). Nas causas em que a matéria envolvida exigir co- nhecimentos técnicos ou científicos próprios de determinadas áreas do saber, o magistrado será assistido por perito ou órgão, cuja nomeação ob- servará o cadastro de inscritos mantido pelo tri- bunal ao qual o juiz está vinculado (art. 156, § 1º, CPC), sendo que esse cadastro deve ser feito de acordo com o exigido pelo artigo 156, em seus §§ 2º e 3º. A Lei nº 13.105/2015 inovou ao expandir a possi- bilidade do juiz também ser assistido por “órgãos técnicos ou científicos”, não estando limitado apenas a pessoas físicas na condição de “profis- sionais de nível universitário”, tal como dispunha o código revogado. Nesta hipótese, o órgão que vier a ser designado paraa realização de determi- nada perícia deverá comunicar ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que forem destacados para o respectivo trabalho pe- ricial, de modo a viabilizar a verificação de even- tuais causas de impedimento( III) suspeição (IV) (art. 156, § 4º, CPC). Pode ocorrer, principalmente em comarcas pe- quenas, que para a realização de uma determina- da perícia sobre área específica do conhecimen- to, não haja perito ou órgão inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal. Nesta hipótese, o parágrafo quinto, do artigo 156, permite que o magistrado escolha livremente um profissional ou órgão que, comprovadamente, detenha co- nhecimento especializado para tal mister. Nomeado, o auxiliar do juiz – perito ou órgão – de- verá empregar toda diligência para, no prazo que lhe for assinado, cumprir seu trabalho. Poderá, se for o caso, no prazo legal de quinze dias, escusar- -se do encargo alegando justo motivo, sob pena de renúncia a tal direito (art. 157, § 1º, CPC). Reforçando o dever de diligência exigido pelo ar- tigo 157, o Código de Processo Civil, no seu artigo 466, estabelece que mesmo dispensado de assi- nar um termo de compromisso o perito – assim como o órgão técnico ou científico – tem o dever de cumprir escrupulosamente seu encargo. Caso, por dolo ou culpa, o perito acabe prestando informações inverídicas, será responsabilizado pelos prejuízos que causar à parte, ficando ainda inabilitado para atuar em outras perícias por um prazo de dois a cinco anos, sem prejuízo de outras sanções. Caberá ao juiz comunicar tal fato ao res- pectivo órgão de classe, para que sejam adotadas 20 / as medidas cabíveis (art. 158. CPC). Dito de outra forma, para a responsabilização do perito ou ór- gão não é necessária a demonstração da intenção de prejudicar uma das partes, bastando ficar ca- racterizada a culpa pela imprudência, negligência ou imperícia. 8.2 – Peritos Ofíciais A expressão “perito oficial” abrange todos os pro- fissionais que foram contratados pelo Estado para exercer a função pericial. É a definição adotada no Código de Processo Penal para referir-se aos profissionais que realizam as perícias na esfera criminal, sendo que, por modificação da legisla- ção, passou-se a admitir peritos não oficiais para atuação na esfera criminal, em situações especifi- cas e contidas na referida legislação. 8.3 – Deveres Dos Peritos Judiciais A precaução a ser adotada por todos peritos du- rante sua atuação deve ser referenciada por todos aqueles que pretendem atuar de forma eficaz, justa e lícita, senão vejamos: O profissional deve agir com honestidade, vis- to que as partes, seus advogados ou defensores públicos, exigem nos processos judiciais, mais do que nunca, seus direitos respeitados. É indispen- sável a imparcialidade total do perito judicial, portanto as qualidades ético-morais são essen- ciais à função, além de reputação ilibada. A apresentação de um trabalho de boa quali- dade e com informações técnicas aprofundadas, utilizando-se de linguagem clara, concisa e de maneira que um leigo entenda, sem, entretanto, ser prolixo é uma das características importantes a serem adotadas pelos peritos. Bom lembrar que o Juízo não é obrigado a continuar nomeando um profissional prestador de serviço questionável. O cumprimento de prazos estabelecidos é fun- damental. Se o perito for rigoroso na observação dos prazos para entrega do laudo, por certo ga- rantirá maior prestígio em relação ao magistrado que o nomeia, além de ter assegurada sua manu- tenção na lista de peritos da Vara. A comunicação através de PETIÇÃO é a sempre recomendada, pois dessa forma o perito docu- menta nos autos, todas suas reivindicações, ocor- rências durante o ato pericial, solicitação de pro- vidências às partes, serventuários ou ao juiz. O perito deverá realizar todas as suas comunica- ções formais com os juízes através de petições, que são juntadas aos autos do processo, segundo a ordem de chegada, para seu encaminhamento ao juiz. As petições mais comuns realizadas pelos peritos são: Propostas de honorários, a cobrança de ho- norários periciais que é diferente do que habitual- mente tem-se no mundo comercial; solicitação de prorrogação de prazo, entre outras. 8.3.1 – Da ética do Perito Judicial O Perito Judicial deve agir de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da perícia judicial; Deve manter sua independência em qualquer circunstância e não se deter no exercício de seu encargo para agradar o juízo ou qualquer autori- dade, nem de ocorrer em impopularidade, dentro das devidas normas de urbanidade e estritamen- te profissional. O perito tem o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares e ter plena consciência de que é o auxiliar da Justiça, pessoa civil, nomeado pelo Juiz ou pelo Tribunal, devidamente compromissado, desenvolvendo, assim, um trabalho de extrema responsabilidade e relevância perante o Poder Judiciário, especial- mente porque irá opinar e assisti-los na realiza- ção de prova pericial; A nomeação como perito Judicial deve ser consi- derada sempre, pelos mesmos, como distinção e reconhecimento de seu conhecimento especial, técnico ou científico, capacidade e honorabili- dade, sendo que no exercício de sua nomeação, bem como quaisquer outras profissões, deve ter sempre em conta que seu procedimento ético se torna extremamente importante, pelo fato da sua atividade estar ligada ao campo do direito, no qual as normas e deveres morais são mais nítidos, em consequência da íntima ligação entre o moral e o direito; 21 / Quando ciente de sua nomeação e, antes de assumir o encargo, deve inteirar-se dos autos, para verificar se não há incompatibilidade ou algum impedimento, e se real- mente se encontra em condições de assumir o compromisso e realização do traba- lho; (vide quadro abaixo) Se a hipótese for de recusa, antes de assumir o compromisso, deve o Perito Judicial comunicar ao Juiz, através de petição e o mais breve possível, o motivo justificado da recusa, pois não é cabível a recusa de nomeação quando esta fundamentar-se, tão somente, no fato do processo encontrar-se sobre o amparo da Justiça Gratuita. Imprescindível que o perito exerça sua nomeação com zelo, diligência honestida- de, dignidade e independência profissional, devendo, também, guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício de suas funções e zelar pela sua competência exclusiva na orientação dos serviços a ser cargo, além da obrigatoriedade de comu- nicar, desde logo, à Justiça, eventual circunstância adversa que possa influir na con- clusão do trabalho pericial para o qual foi nomeado. Deverá, também, recusar sua nomeação, sempre que reconheça não se achar capa- citado (a), em face de especialização técnica ou cientifica ou ainda para bem desem- penhar a nomeação. Importante também evitar interpretações tendenciosas sobre a matéria que consti- tui objeto da perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elabora- ção do respectivo laudo e se abster de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de qualquer das partes interessadas, elaborando seu laudo especificamente no âmbito técnico legal; Importante que o perito se inteire de todas as circunstâncias e dados antes de res- ponder aos quesitos formulados, além da obrigatoriedade de declarar-se impedido ou suspeito de aceitar sua nomeação, nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil em seu artigo 144 do Código de Processo Civil, nas situações que veremos a seguir: 22 / 1. quando no processo, o perito já estiver pos- tulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu côn- juge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou co- lateral, até o terceiro grau, inclusive; 2. quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneoou afim, em linha reta ou co- lateral, até o terceiro grau, inclusive; 3. quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; 4. quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 5. em que figure como parte instituição de en- sino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 6. em que figure como parte cliente do escri- tório de advocacia de seu cônjuge, compa- nheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 7. quando promover ação contra a parte ou seu advogado. O impedimento e suspeição dos Juízes se apli- cam aos peritos, conforme determinação pro- cessual civil. 1. amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 2. que receber presentes de pessoas que ti- verem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar al- guma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 3. quando qualquer das partes for sua credo- ra ou devedora, de seu cônjuge ou compa- nheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 4. interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. * O perito poderá declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, Impedimento E Suspeição Do Perito (artigo 144 e 145 do CPC) IMPEDIDO SUSPEITO 23 / 8.3.2 – Das obrigações do Perito – Conforme legislação processual civil. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregan- do toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. (caput do artigo 157 do CPC); A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. (§ 1º., do artigo 157 do CPC); Petição de Renúncia Exmo. Sr. (Dr) Juiz de Direito da (dizer qual é a vara, ou colocar Vara Judicial se for cidade pequena, na qual há apenas uma vara) Vara Cível de (nome da cidade) – (abreviação da UF) Autor: (nome) Réu: (nome) Ação: (tipo de ação) Processo nº: (número do processo) (Nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou sublinhado), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe vem, respeitosamente, informar a Vossa Excelência, que apesar de muito honrado com a designação, por motivos alheios à sua vontade, encontra-se impossibilitado de exercer o encargo (caso entenda por bem explicar, colocar: “, devido a...” ). Dessa forma, apresenta sinceras escusas e fica à disposição deste Juízo para maio- res esclarecimentos, assim como a para atuar em outros processos, quando for so- licitado. Isto posto, requer a sua dispensa do encargo e a juntada desta aos autos para tornar ciente as partes interessadas e para os devidos fins de direito. É o que requer, Pede deferimento. (Cidade, UF), _____de __________de _____ ________ (Assinatura do perito)_______ (Nome do Perito) Nº do Órgão de Classe O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte (artigo 158 do CPC); Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I - Proposta de honorá- rios; II -currículo, com comprovação de especialização; III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais. (§ 2º., do artigo 465 do CPC); 24 / O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de ter- mo de compromisso. (caput do artigo 466 do CPC); O perito pode ser substituído quando: I - Faltar- -lhe conhecimento técnico ou científico; II- sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado ( artigo 468 e incisos;); O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo trabalho não realizado (...) artigo 468 do CPC O perito deverá dar ciência às partes, da data e do local designados pelo Juiz ou indicados pelo peri- to para ter início a produção da prova. (artigo 474 do CPC); o perito deverá acessar o portal do perito no sis- tema de processo eletrônico no qual está cadas- trado, em períodos não superior a dez dias, para receber as intimações. ( Art. 5º., da Lei 11.419 de 20.12.2006) o perito deverá estar habilitado para assinar digi- talmente os processos eletrônicos para os quais for nomeado, Lei 11.419 de 20.12.2006; deverá utilizar assinatura eletrônica, por Certifica- do Digital ou usuário e senha, de acordo com a exi- gência legal ou do sistema do respectivo Tribunal nomeante: o Perito deverá conhecer Normas, Resoluções, provimentos e portais dos tribunais, voltados para área da perícia; estar inscrito em cadastro man- tido pelos Tribunais ( §1º. Do artigo 156 do CPC); prestar informações técnicas ou cientificas, zelan- do pela verdade pura e incontestável (artigo 158 do CPC);o perito deverá responder quesitos suple- mentares, porventura, apresentado pelas partes (artigo 469 do CPC); acompanhar o Juiz em ins- peção judicial, caso assim seja designado (artigo 482 do CPC). 8.3.2 – Dos direitos do Perito – conforme legislação processual civil - Possibilidade de receber honorários adiantados e corrigidos monetariamente ( artigo 95 do CPC); - Não há necessidade de participar de concursos para sua atuação junto ao judiciário, basta estar regularmente inscrito no Cadastros dos Tribu- nais; - Direito a não responder quesitos impertinentes (artigo 470 do CPC); - Direito de cobrar honorários em conformidade com o volume das horas trabalhadas e com a tabela normativa de cada Entidade de Classe; - Direito de receber honorários logo após con- cluído o trabalho, com a homologação do laudo pericial, mesmo sendo parte responsável pelo pagamento, o Município, o Estado, a União, o Ministério Público; - Direito de ser nomeado de forma equitativa, entre outros membros da lista da Vara, assim como fiscalizar seu cumprimento (§ 2º., do artigo 157 do CPC) 8.3.2 – Das Sanções em face do Perito – conforme regulamenta o Código de Direito Penal. Laudos periciais traduzem exercício de função pública, a qual resulta submissão aos princípios onstitucionais que presidem a Administração Pú- blica, assim, sempre que houver função pública em jogo, os princípios da legalidade, impessoa- lidade, moralidade, publicidade e eficiência, en- tram em cena. Os peritos judiciais assumem voluntariamente elevados deveres públicos, assimilando os rigores 25 / de uma relação de sujeição especial mantida com o Estado. Tais são os auxiliares de encargo judicial, que sempre são pessoas físicas, exceto para a situa- ção alencada no CPC. Daí por que o fato de um perito ser um profissional que não integra os qua- dros do Judiciário não o exime das elevadas obri- gações públicas, inclusive da obediência ao dever de probidade administrativa que emerge tanto da Carta Magna (art.37, par.4o), quanto da legislação infraconstitucional (Lei 8.429/92). A tutela da probidade encontra respaldo consti- tucional direto no art.37, par.4º, da Magna Carta, alcançando, inegavelmente, os peritos. O laudo pericial envolve a obediência a regras jurídicas elementares ligadas à interdição à arbi- trariedade dos funcionários públicos, motivação e transparência. Tais normas repercutem nos deveres positivos e negativos dos peritos. Trata-se de exigir desses profissionais certos deveres públicos, marca- damente aqueles relacionados à probidade ad- ministrativa, requisito geral de toda e qualquer função pública. Os peritos, enquanto auxiliares do Judiciário, possuem responsabilidades por seus erros, equí- vocos ou transgressões, intencionais ou não. Cuida-se de agentes públicos para fins de res- ponsabilidade, podendo incorrer, inclusive, no cometimentode crimes privativos de funcioná- rios públicos. Laudos são impugnados diariamente, as- sim como são desconsiderados. Nem por isso obviamente, haverá responsabilidade pessoal dos peritos. As condutas dos peritos podem oscilar, sutilmen- te, entre categorias como a culpa, a culpa grave, o erro grosseiro, ou o dolo administrativo, nas suas variadas modalidades; por isso, vê-se claramen- te a complexidade dos conteúdos potenciais do conceito de perito inidôneo, que perpassa regras, princípios e valores diversos na legislação espe- cializada do Código Processual Civil. Um laudo ilícito, confeccionado com desvio de poder, sem suporte em regras técnicas e racio- nais, pode refletir o enriquecimento sem justa causa de alguém. Cuida-se de uma equação apa- rentemente singela: o laudo gera o enriqueci- mento vertiginoso, sem justa causa, de uma parte em detrimento da outra. Tanto o perito, quanto o juiz responsável pela ho- mologação originária do laudo revestido de sinais de improbidade, podem ser chamados à respon- sabilidade pelos canais competentes. Juízes que apreciam causas de enorme vulto eco- nômico, com auxiliares peritos na confecção de laudos técnicos, reclamam uma incidência mais detalhada de monitoramento correcional. Isso, porque tais autoridades tornam-se mais vulnerá- veis e expostas às influências ostensivas ou sutis de segmentos poderosos. As áreas relativas a falências, cível, direito econô- mico, direito tributário, entre outras muitas, po- dem merecer uma atenção especial, devido aos consideráveis interesses econômicos ou políticos em jogo. Sobre o enriquecimento ilícito e as ferramentas legais ou administrativas de prevenção ou repres- são, registre-se que um perito, ao trabalhar em casos de alta repercussão econômico-financeira, deve ter seus bens inventariados, sua evolução patrimonial acompanhada, tal como ocorre com os agentes públicos expostos ordinária e rotinei- ramente à Lei 8.429/92. Durante o período de sua atuação o Perito é con- siderado funcionário público transitório, assim, Juízes e peritos, como os demais agentes públi- cos brasileiros, estão submetidos ao princípio constitucional da responsabilidade. Por oportuno frisar que, caso o perito não aten- da às exigências legais para o exercício de suas funções e disto resulte uma perícia deficiente ou inconclusiva, o juiz poderá reduzir os honorários periciais inicialmente arbitrados. Apesar de o artigo 465, § 5º, do Código de Proces- so Civil dizer que “o juiz poderá” reduzir a remu- neração do perito, cremos que a interpretação sistemática implica a conclusão de que a redução dos honorários periciais é de rigor. Com efeito, não tendo desempenhado seu ofício como de- veria, já que a perícia foi reputada deficiente ou 26 / inconclusiva, o recebimento do valor integral dos honorários periciais caracteriza enriquecimento ilícito, mormente pelo fato de que para a reali- zação de nova perícia outros honorários deverão ser pagos pela parte, que acabaria sendo onerada excessivamente. Há de supor, inclusive, que o juiz pode até mes- mo indeferir o levantamento de qualquer valor pelo perito quando a prova pericial for declarada nula por sua culpa. É o caso, por exemplo, do pe- rito que, não observando seus deveres de zelo e diligência, realiza a perícia de forma desidiosa e apresenta um laudo deficiente com conclusões parcas, que nem mesmo após os esclarecimentos é possível a valoração da prova pelo magistrado. Vejamos o que aduz o Código Penal Brasileiro: - Funcionário Público: Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraesta- tal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execu- ção de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000); - Falso testemunho ou falsa perícia: Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrati- vo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Reda- ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001). Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vi- gência). § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante su- borno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Reda- ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001); § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001); - Corrupção ativa – Art. 342. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intér- prete, para fazer afirmação. falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tra- dução ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001). Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001). Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em pro- cesso civil em que for parte entidade da adminis- tração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) - Falsidade ideológica - Art. 299 - Omitir, em do- cumento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser es- crita, com o fim de prejudicar direito, criar obriga- ção ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é par- ticular. Parágrafo único - Se o agente é funcioná- rio público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assen- tamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. - Uso de documento falso - Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a comi- nada à falsificação ou à alteração - Falsidade de atestado médico - Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano.Pará- grafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. - Falsificação de documento público - Art. 297 Falsificar, no todo ou em parte, documento pú- blico, ou alterar documento público verdadei- ro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo- se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de socieda- 27 / de comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). I – na folha de pagamento ou em docu- mento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). II – na Car- teira de Trabalho e Previdência Social do empre- gado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000); III – em documento contábil ou em qualquer outro documento rela- cionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaraçãofalsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000); § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Exploração de prestígio - Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Mi- nistério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclu- são, de um a cinco anos, e multa.Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade tam- bém se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. 28 / 9.0 – Da Perícia Judicial 9.1 – Da Perícia Como Meio De Prova 9.1.1. – Definições Perícia é o meio de prova feita pela atuação de técnicos ou doutos promovida pela autoridade policial ou judiciária, com a finalidade de esclarecer à Justiça sobre o fato de natureza duradoura ou permanente. O artigo 212 do Código de Processo civil estatui que os fatos jurídicos trazidos no processo, podem ser provados, mediante I- confissão; II- documento; III - testemu- nha; IV - presunção; V - perícia. A prova pericial consist irá em exame, v istoria ou avaliação, e poderá ser deter- minada pelo juiz “de ofício” (sem que qualquer das partes requeiram) ou a requeri- mento das partes. Será indeferida quando: a) não houver a necessidade de conhe- cimento especial de técnico para prova do fato; b) o fato já estiver comprovado por outros meios de prova; e, c) a verificação for impraticável (art. 464, §1º, CPC). • exame, que é a observação e análise de pessoas e objetos, para extrair as infor- mações pretendidas (ex: exame médico em pedido de benefício previdenciário por incapacidade, exame de DNA em pedido de investigação de paternidade); • v istoria, que é a análise de bens imóveis, para verificar e especificar o seu es- tado. • avaliação, que é a atribuição de valor ao bem, ou a definição do seu valor de mercado. Caso o objeto da perícia envolva aspectos de maior complexidade, abarcando várias áreas do saber, o juiz nomeará mais de um perito, haja vista a necessidade de que cada um seja especializado em sua respectiva área de conhecimento (art. 475, CPC). A produção da prova pericial poderá ser dispensada quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que forem considerados suficientes pelo magistrado (art. 472, CPC). 29 / 9.1.1.1 – Bens - definições BEM COISA BENS MÓVEIS BENS SEMOVENTES É tudo aquilo que é útil às pessoas. Portanto, suscetível de apropriação É todo o bem suscetível de avaliação econômica e apropriação pela pessoa São aqueles suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, sem que isso altere a sua substância ou destinação econô- mica. Ex.: cadeira, eletroeletrônicos etc. Possuem movimento próprio ou de remoção por natureza. Ex.: gados em geral, a energia elétrica etc. A VIDA, A SAÚDE E A LIBERDADE SÃO CONSIDERADOS BENS QUE NÃO PODEM DE MANEIRA NENHUMA SEREM AUFERIDOS ECONOMICAMENTE. 9.1.2 - Prova Técnica Simplificada – Perícia Simplificada Em muitos casos, apesar da necessidade de co- nhecimentos técnicos ou científicos especializa- dos para a comprovação de determinado fato, pode ocorrer que a causa não envolva questões de alta complexidade. Nesta hipótese o juiz poderá de ofício, ou a reque- rimento das partes, substituir a perícia por prova técnica simplificada, a qual consiste apenas na in- quirição do especialista sobre os pontos contro- vertidos da causa. Durante sua arguição, o especialista poderá se utilizar de qualquer recurso tecnológico de trans- missão de sons e imagens. 9.1.3 – Prova Consensual - Perícia Consensual Além da nomeação do perito pelo juiz, a Lei nº 13.105/2015 passou a permitir que as partes, de comum acordo, escolham o perito que deverá atuar no caso (art. 471). Essa escolha poderá ser feita através de requerimento das partes, se ple- namente capazes, e desde que a causa admita autocomposição (acordo) No mesmo momento em que as partes, de co- mum acordo, escolhem o perito, deverão indicar seus assistentes técnicos e apresentar quesitos. O trabalho pericial será realizado em local e data previamente agendados, tendo o perito que apre- sentar seu laudo no prazo fixado pelo juiz, assim como deverão fazer também os assistentes técni- cos com seus pareceres. 30 / A perícia consensual não enfraquece a força probante do trabalho, substituindo, para todos os efeitos, a perícia que se realizaria caso o expert fosse nomeado pelo magistrado. Não há necessidade de que o perito escolhido consensualmente pelas partes esteja inscrito no cadastro do tribunal. Quando indicam o perito, as partes já devem indi- car também os assistentes técnicos que acompanharão a perícia e a data e o local em que será ela realizada (art. 471, § 1.º). 11 de mar. de 2016 Sobre a perícia consensual, o Conselho Nacional de Justiça, manifestou a preocu- pação em admitir peritos consensuais que não estejam cadastrados junto ao Tribu- nal, veja abaixo: “CONSELHEIRO Rogério José Bento Soares do Nascimento: Adoto o relatório, bem lan- çado, e acompanhando o voto pela aprovação do ato normativo, todavia, acrescento as considerações que seguem: Louvo a excelência do trabalho desenvolvido pelo Grupo que examinou, neste Con- selho Nacional, os reflexos da entrada em vigor do atual Código de Processo Civil, e manifesto minha integral concordância com a proposta de resolução relatada por Sua Excelência o eminente conselheiro Carlos Augusto Levenhagen, a propósito da criação de Cadastro Nacional de Peritos, previsto no art. 156 do atual CPC com registro, no entanto, que a mim parece: a) insuficiente o mecanismo criado para comprometer o perito consensual com o interesse da just iça, e b) necessário refletir sobre a possi- bilidade e oportunidade de estender ao tradutores e intérpretes o mesmo tratamento conferido na resolução ao peritos. Acredito que o perito consensual tem de se cadastrar, a autonomia da vontade não é isenta de limites, no interesse público da administração da just iça, que é provo- cada. Nenhuma causa resulta da vontade do Judiciário. Esse é a linha da proposta, pelo que decorre do art. 6º e do art. 10, §§ 1º e 2º. Todav ia, penso que impedir o recebimento pela perícia realizada é correto, mas não suficiente para comprometer com o cadastro, e para coibir um conluio das par- tes com um perito consensual, v isando ferir interesse de terceiros. Talvez pudesse v ir a ser construída uma solução no sentido de que, não havendo o cadastro, que é essencial para garantir a capacidade e a credibilidade do perito ou órgão esco- lhido, a perícia não será homologada, não serve como prova. O juiz ficaria então, desobrigado da escolha das partes e nomearia um profissional ou órgão técnico cadastrado. Por fim, muito embora esteja fora de dúvida que o objetivo da resolução é dispor ape- nas sobre os peritos, por força do que estabelece o art. 156, que não faz referência a tradutores e intérpretes aqueles também são auxiliares da justiça especialistas. Com as razões ora acrescidas acompanho o voto do eminente Relator, pela aprovação da minuta de Resolução.É como voto.” Voto Convergente - ROGÉRIO JOSÉ BENTO SOARES DO NASCIMENTO 31 / 9.1.4 – Perícia quanto ao ramo do direito As perícias são realizadas nos ramos do direito cí- vel, pena e trabalhista. 9.1.4.1 – A perícia cível é aquela que trata dos conflitos judiciais na área patrimonial e/ou pecu- niária, entre outros. No foro cível os peritos podem atuar em áreas das mais diversificadas e constitui um conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar ao juiz os elementos probatórios necessá- rios a justificar a sentença
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