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ANATOMIA CABEÇA E PESCOÇO CALOTA CRANIANA No recém-nascido e no feto, os ossos da calota craniana articulam-se por meio de estruturas cartolaginosas, as fontanelas, as quais permitem o crescimento do encéfalo e a deformação da cabeça do feto durante o parto normal. Por volta do 1º ano de vida, essas estruturas sofrem uma ossificação e são substituídas pelas suturas. ESTRUTURAS QUE PROTEGEM O SISTEMA NERVOSO CENTRAL O sistema nervoso central, ou seja, tanto o encéfalo e tronco encefálico quanto a medula óssea possuem três principais mecanismos de proteção: • Proteção óssea: a caixa craniana protege o encéfalo, enquanto que a coluna vertebral protege a medula espinal; • Meninges: consistem em três folhetos, a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter; • Líquido cefalorraquidiano/líquor: é um líquido produzido constantemente pelas granulações aracnoides, as quais localizam-se nos ventrículos laterais, 3º e 4º ventrículo, o qual fornece proteção contra impactos. MENINGES • Dura-máter: é a membrana mais forte e mais externa. A dura-matér, que protege o encéfalo está intimamente ligada a calota craniana, dessa forma, em condições normais não há espaço entre essas duas estruturas. No entanto, em hemorragias ou formação de pus, pode-se formar um espaço entre a caixa craniana e a dura- mater, o espaço epidural ou extradural. • Aracnoide: a aracnoide está intimamente ligada a dura-máter, dessa forma, em condições normais não temos espaço entre elas, no entanto, em condições patológicas em que esse espaço for formado, ele será chamado de espaço subdural. A aracnoide forma o espaço subaracnóideo, dentro do qual temos o líquor. • Pia-máter: a pia-máter é a membrana mais fina, a qual está em íntimo contato com o encéfalo, acompanhando seus sulcos e dobras. Obs: a dura-máter expande-se em alguns lugares para dentro da cavidade craniana, formando a foice do cérebro (está entre os dois hemisférios cerebrais), foice do cerebelo (está entre os dois hemisférios cerebelares) e o tentório do cerebelo (está entre os hemisférios cerebrais e o cerebelo). CIRCULAÇÃO LIQUÓRICA O líquor ao ser produzido nos ventrículos laterais, passa, por meio do forame interventricular ou forame de Monro para o 3º ventrículo, do 3º ventrículo, o líquor passa para o 4º ventrículo por meio do Aqueduto de Sylvius. No 4º ventrículo, existem algumas aberturas que permitem que o liquor escoe dele para o espaço subaracnóideo, uma vez nesse espaço, o líquor circula por todo o espaço subaracnóideo das meninges que envolvem a medula e das que envolvem o encéfalo. Ao chegar nas granulações aracnoides, esse líquor é reabsorvido para o sistema venoso. OSSO HIÓIDE O osso hióide possui um corpo, dois cornos maiores e dois cornos menores, ele não se articula com nenhum outro osso, dessa forma, ele é sustentado apenas por ligamentos e membranas, como o ligamento estilo-hioide e a membrana tireo-hioidea. MÚSCULOS DA FACE A face é composta por dois grupos de músculos: • Músculos da mímica facial: a inervação motora deles é feita pelo nervo facial e a inervação sensitiva pelo nervo trigêmio. • Músculos da mastigação: a inervação motora deles é feita pelo ramo mandibular do nervo trigêmio. GLÂNDULA PARÓTIDA As gl6andulas parótidas são glândulas superficiais produtoras de saliva, sendo que essa saliva será drenada para a boca por meio do ducto parotideo, o qual cursa pelo meio do músculo bucinador. A glândula parótida localiza-se anterior/superficialmente ao músculo masseter, anterior e inferiormente as orelhas, sua margem inferior estende-se até a borda inferior da mandíbula e sua superior estende-se até o arco zigomático. Três estruturas principais passam pelo meio das glândulas parótidas, sendo elas: • Nervo facial: o nervo facial ao emergir na margem medial da glândula parótida se bifurca em 5 ramos, os ramos cervicais, mandibular, bucal, zigomático e o ramo temporal. • Artéria carótida externa; • Veia retromandibular; REGIÃO CERVICAL Formada por dois quadriláteros cada lado, os quais possuem os seguintes limites: Limite posterior: músculo trapézio; Limite anterior: linha média; Limite superior: borda da mandíbula + processo mastoide; Limite inferior: clavícula e acrômio. COMPARTIMENTOS O pescoço possui três compartimentos principais: • Compartimento visceral: onde localizam-se a traqueia, o esôfago, a glândula tireoide e as glândulas paratireoides; • Compartimento vascular: contém a bainha carotídea, ou seja, a artéria carótida comum, a veia jugular interna e o nervo vago; • Compartimento vertebral: contém os músculos da região cervical posterior e as vértebras cervicais. Obs: mais ou menos ao nível da cartilagem cricóide temos o limite inferior da faringe e laringe, começando o esôfago e a traqueia. PRINCIPAIS VASOS SANGUÍNEOS • Artéria carótida comum: a artéria carótida comum acende pelo pescoço e na parte superior da cartilagem tireoide (pomo de Adão) ela bifurca-se em artéria carótida interna e externa, as quais irão irrigar o encéfalo e a face. MÚSCULO PLATISMA Músculo da mímica (inervado pela facial) fica abaixo do tecido subcutâneo. A baixo dele está o músculo esternocleidomastoideo. MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO Abaixo do esternocleidomastoideo: corre a jugular interna Acima do esternocleidomastoideo: corre a jugular externa PONTO NERVOSO CERVICAL É um ponto na borda posterior do músculo esternocleidomastoideo, onde os nervos do plexo cervical emergem, esses nervos são: Nervo auricular magno: inerva a parte posterior da orelha e parte do pavilhão auditivo Nervo occiptal menor: inerva a parte da nuca e o couro cabeludo Nervo transverso do pescoço: inerva a pele da região anterior do pescoço Nervos supraclaviculares (medial, intermédio e lateral) – inervam a pele sobre o ombro Nervo acessório (medial, intermédio e lateral) MÚSCULOS PROFUNDOS DO PESCOÇO Músculos que ficam abaixo do platisma: esternocleidomastoideo, infra-hióides, supra- hióides e grupo latero-vertebral ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO Og: esterno e clavícula Ins: processo mastoide Ins: nervo acessório Bainha carotídea Na região cervical, tem-se extensões da fáscia para o meio mais profundo, separando as estruturas em bainhas, rodeadas dessa fáscia; na bainha carotídea passam: artéria carótida comum, nervo vago e a veia jugular interna. INFRA- HIÓIDES ESTERNO-HIÓIDEO Og: esterno Ins: osso hióide Inv: alça cervical OMO-HIÓIDEO Og: escápula Ins: osso hióide Inv: alça cervical ESTERNOTIREOIDEO Og: esterno Ins: cartilagem tireóidea Inv: alça cervical TIREO-HIÓIDEO Og: cartilagem tireóidea Ins: Osso hióide Inv: ramo de C1 SUPRA-HIÓIDEOS GENI-HIÓIDEO Og: espinhas de geni Inserção: osso hióide Inv: ramos de C1 MILO-HIÓIDEO Og: linha milo-hióidea Ins: osso hióide Inv: nervo mandibular DIGÁSTRICOS Og: ventre anterior: mandíbula Ventre posterior: processo mastoide Ins: osso hióide Inv: ventre anterior: ramo mandibular do trigêmeo Ventre posterior: nervo facial ESTILO-HIÓIDEO Og: processo estiloide Ins: osso hióide Inv: nervo facial GRUPO LATERO VERTEBRAL ESCALENOS (ANTERIOR, MÉDIO E POSTERIOR) Og: processos transversos das vértebras cervicais Ins: 2 primeiros arcos costais Importante: • Anterior ao escaleno anterior passa o nervo frênico e a veia subclávia; • Entre o escaleno anterior e escaleno médio, passam o plexo braquial e a artéria subclávia; • • TRÍGONOS DO PESCOÇO Espaços no pescoço, com limites, por onde passam estruturas anatômicas importantes TRÍGONO OCCIPTAL Limites: trapézio, esternocleidomastoideo e omo-hióideo. Passam: nervoacessório e veia jugular externa. TRÍGONO CAROTÍDEO Limites: esternocleidomastoideo, omo-hióideo e ventre posterior do digástrico. Passam: bainha carotídea (nervo vago, artéria carótida e veia jugular interna). TRÍGONO MUSCULAR Limites: omo-hióideo, esternocleidomastoideo e linha média. Passam: glândula tireóide e paratireoides. TRÍGONO SUBMANDIBULAR Limites: borda inferior da mandíbula, ventre anterior e posterior do digástrico. Passam: glândula submandibular e nervo hipoglosso. TRÍGONO SUPRACLAVICULAR Limites: clavícula, omo-hióideo e esternocleidomastoideo. Passam: plexo braquial, artéria e veia subclávia. VASCULARIZAÇÃO DA GLÂNDULA TIREÓIDE Venosa: veias tireoideia inferior, média e superior. Arterial: artéria tireoideia superior e inferior. FARINGE Estrutura que fica posteriormente à cavidade nasal, a cavidade oral e à laringe, dessa forma ela é dividida em três porções com limites: NASOFARÍNGE OU RINOFARÍNGE – posterior à cavidade nasal Teto: base do crânio e tonsila faríngea (adenoide); Assoalho: palato mole; Limite posterior: espaço retrofaríngeo; Limite anterior: coanas Limite lateral: tórus tubal (liga com o ouvido) OROFARÍNGE – posterior a boca Teto: palato mole; Assoalho: epiglote; Limite anterior: istmo das fauces; Limite posterior: espaço retrofaríngeo; Limite lateral: arcos palatoglosso, palatofaringe, e tonsila palatina; LARINGO FARINGE – posterior a laringe Teto: epiglote; Assoalho: limite com o esôfago; Limite posterior: espaço retrofaríngeo; Limite anterior: ádito da laringe Limite lateral: seio piriforme MÚSCULOS DA FARÍNGE A faringe possui dois grupos de músculos, sendo que a maioria é inervado pelo nervo vago, com exceção do estilofarígeo que é o glossofaríngeo. CONSTRITORES – superior, médio e inferior São músculos circulares que fazem contração regulada de superior para inferior, deslocando o bolo alimentar da faringe para o esôfago. ELEVADORES – suprahioides, palatofaríngeo, estilofaríngeo e salpingofaríngeo São músculos que ficam longitudinalmente na faringe e fazem a elevação da laringe e encurtam a faringe INERVAÇÃO MOTORA X par craniano – nervo vago INERVAÇÃO SENSITIVA Rinofaringe: V par – trigêmeo Orofaringe: IX – glossofaríngeo Laringofaringe – x – vago LARINGE Fica posterior as cartilagens tireoide, cricóide e seus ligamentos, inicia abaixo do osso hioide e termina no nível da margem inferior da cartilagem cricoide, tornando-se contínua com a traqueia. REGIÕES DA LARINGE Glote: onde estão as cordas vocais Supraglote: superior a glote Subglote: inferior a glote CARTILAGENS Cartilagem tireoide • Incisura tireoidea superior • Corno maior • Corno menor Cartilagem cricóide • Anel – anterior • Lâmina – posterior A cartilagem cricóide e a tireoide se articulam pelo ligamento cricotireoideo, enquanto a tireoide se articula com o osso hioide pela membrana tireohioidea. Superiormente a lâmina da cricoide na parte posterior, as aritenóides se articulam com a cricóide, em uma articulação que permitem que as aritenóides se movimentem. Cartilagem epiglote Articula-se na sua porção superior com a parte posterior do osso hioide e o seu pecíolo se articula inferiormente com a cartilagem tireoide. • Possui forma de folha • Parte inferior = pecíolo Cartilagens aritenóides São duas cartilagens com forma triangular que ficam encima da lâmina da cartilagem cricóide. • Ápice • Na base possuem o processo muscular – fica posterolateral – e o processo vocal – fica anteriormente, meio dentro do arco da cartilagem cricóide. No processo vocal tem a inserção dos ligamentos vocais. MÚSCULOS DA LARINGE Extrínsecos Infra –hioideos: esternohióideo, omo-hióideo, esternotireoideo e tireo-hióideo. Intrínsecos • Músculo cricotireóideo: fica entre a cartilagem cricóide e a tireoide, quando contrai ele puxa a cartilagem tireoide para frente e abaixa ela, esticando a corda vocal = aumenta a tensão dela = som agudo. • Músculo tireoaritenóide: vai da cartilagem tireoide até as aritenóides, quando contrai aproxima elas, fazendo com que a corda vocal fique relaxada = som grave. • Músculo cricoaritenóide lateral: o músculo quando contraído puxa os processos musculares, onde o músculo está inserido, em direção lateral, o que faz com que os processos vocais se aproximem, fazendo adução das cordas. • Músculo cricoaritenóide posterior: fica entre a cricóide e a aritenóite mas na parte posterior da lâmina, como se liga com o processo muscular, quando ele contrai ele puxa medialmente esses dois processos, abduzindo as cordas vocais e aumentando o tamanho da rima da glote = respiração forçada. • Músculo aritenóide transvervo: esse músculo fica entre as bases das aritenóides e quando ele contrai ele aproxima elas, o que promove adução das cordas. INERVAÇÃO DA LARINGE Nervo vago, assim como no esôfago, faringe e glândula tireoide ( a laringe é inervada pelo nervo laríngeo inferior, o qual é ramo do recorrente que por sua vez é ramo do vago e pelo laríngeo inferior). VASCULARIZAÇÃO Arterial: é feita por ramos das tireóideas superior e inferior, as artérias laríngeas superiores e inferiores. Venosa: feita por ramos das veias tireóideas superior e inferior, as veias laríngeas inferiores e superior (andam com as artérias laríngeas).